"ALEXA, por que a gestão ficou tão complicada? Como chegamos até aqui? Me ajuda..."
Como a Alexa não consegue ainda responder a pergunta do título, pensei em escrever a história de grandes visões (grandes ondas) de gestão que ocorreram nas organizações públicas e/ou privadas, porém de trás para frente começando por hoje, onde a gestão moderna está cheia de IA, dashboards preditivos e processos automatizados...
4ª Onda – Gestão Inteligente (a partir de 2010)
Tudo é data-driven ou IA-Driven, IA prevê erros antes de você errar, processos se ajustam sozinhos para os clientes se sentirem melhor atendidos. O pessoal que chegou aqui teve que passar pela onda 3 e com muito esforço conseguiram organizar a bagunça. Calma, poucos estão aqui.
3ª Onda – BPM (Anos 2000 - Lá se vão já 25 anos)
Negócio e TI finalmente conversam! Surgem profissionais bilíngues capazes de falar fluentemente a língua da tecnologia e negócios, capazes de fazer desenhos processos bem modelados, workflows e até fazer automações com impactos muito relevantes na redução de horas de retrabalho e preservação do conhecimento. O modo de trabalho LEAN (enxutos), usando tecnologias como Business Process Management Suite (BPMS). No gráfico abaixo, há uma relação interessante de como o BPM vem aumentando o foco no entendimento da jornada do cliente.
Calma, poucos estão aqui.
2ª Onda – Lean, Six Sigma e o corte geral (Anos 90 — aliás, um período bem caótico por aqui no Brasil.
Eu tava começando a escrever meu nome em letra cursiva nesse período, mesmo assim vivi e senti as grandes mudanças traumáticas que ocorreram. Coloquei um pequeno documentário sobre o caso e que todo Brasileiro precisa refletir).
Esta década foram introduzidas as ideias do modo eficiência total.
Enquanto Lean cortava desperdício, o Six Sigma cortava erro para melhorar a qualidade.
No Brasil, era tempo de Planos Econômicos em série, inflação nas alturas, troca de moeda, e uma certa confusão entre "ajuste" e "ataque de pânico". A palavra da moda nas empresas era reengenharia. E sim, ainda muitas empresas não chegaram aqui.
1ª Onda – Total Quality Management, Gestão da Qualidade Total. Quando tudo ficou sério (Anos 70-80)
É uma filosofia de gestão que surgiu com força a partir dos anos 70 e 80 e tem como base a ideia de que:
qualidade não é responsabilidade só de um setor — é de todos, o tempo todo.
Antes, cada um fazia do seu jeito então nasce a ideia de padronizar processos, medir desempenho e pensar no cliente. Foca na qualidade em todas as etapas do processo, com envolvimento de todos os colaboradores, foco no cliente e na melhoria contínua, mesmo que isso não maximize a produtividade no curto prazo.
Calma muitas empresas não utilizam métodos de melhoria contínua ainda.
Onda ZERO - Divisão do Trabalho
A ideia de padronização já vinha lá de longe (1776) na fábrica de alfinetes da história do Escocês Adam Smith. Onde:
“Um único trabalhador, sem preparo, mal conseguiria fazer um alfinete por dia. Mas, numa fábrica onde o trabalho é dividido, 10 pessoas podem produzir até 48 mil alfinetes por dia.”
Desde lá, várias gerações descobrem formas de quebrar grandes processo em processos menores e modulares para que pudesse ser feito por mais pessoas. Daria para colocar o filme do Charles Chaplin, mas acho que já está claro.
Moral da história: Conclusões
Olhando para o cenário do Brasil, sim temos casos de organizações navegando em todas as ondas e um mar de pequenas e médias empresas que atuam sem considerar nenhuma delas. É necessário capacitação em massa para dar conta da complexidade crescente do mundo real e as estatísticas não mentem quando falam das altas taxas de mortalidade de empresas nascentes e da baixa qualidade e confiança dos/nos serviços públicos.
Desafio contínuo: Como entregar valor, com menos desperdício, mais clareza e sem enlouquecer no caminho?
Enterprise Architect | TOGAF | Data Scientist | Speaker | Founder | Board Member
6 mAgora pela manhã tive que fazer algumas ajustes no texto, deve ficar mais fácil de entender. Ideia inspirada no trabalho do Gart Capote