Aumentar impostos piora a economia?

Por que o governo brasileiro não para de tentar aumentar impostos, mesmo sabendo que isso piora a economia?

Essa pergunta parece simples, mas toca num dos maiores paradoxos da política brasileira. Aqui, não importa se o governo é de direita ou de esquerda: todos aprenderam a governar com base em popularidade. O problema? Popularidade na era da internet é difícil de manter.

A cada novo subsídio anunciado para um grupo específico, surge uma enxurrada de críticas do outro lado. E isso acontece porque hoje o acesso à informação é imediato e informação gera poder. Isso transforma cada decisão política num cabo de guerra constante entre agradar e se explicar.

Mas qual é o impacto disso no seu dinheiro e no mercado financeiro?

Pensa numa mesa de bar no fim de semana. Todo mundo se diverte, pede bebida, comida, aproveita. Na hora de pagar a conta, alguns já foram embora e quem fica acaba dividindo o prejuízo. Quanto menos gente na mesa, mais caro sai pra quem sobrou.

A lógica é a mesma na economia: o governo gasta com benefícios para manter a festa (leia-se: a popularidade), mas quando a conta chega, tenta repassar via aumento de impostos. Só que quem entende o jogo, quem tem mais acesso, mais capital, mais mobilidade, vai embora antes. E quem sobra? Quem não percebeu a dinâmica ou quem não tem pra onde correr.

E aqui vai uma história real:

Na época da faculdade, tínhamos um amigo que vinha de uma família estruturada. Ele não bebia, mas era gente boa e topava ir nas festas. No fim da noite, dividia a conta com todo mundo mesmo sem ter bebido nada. Alguns mais espertos já sabiam disso e o chamavam sempre, porque sabiam que teriam alguém pra "diluir" os gastos.

Eu achava aquilo injusto. Falei com ele: ou você paga só o que consumiu, ou para de ir. Ele parou de ir. Eu também. E sabe o que aconteceu? O grupo nem sentiu a falta dele até a conta começar a doer no bolso de quem realmente gastava.

Será que isso também se aplica ao governo brasileiro?

Quem sustenta a conta hoje são os que ainda não perceberam que estão ficando sozinhos na mesa. Quem percebe, vai embora antes que a conta fique impagável.