Bitcoin e a Lei de Gresham: por que gastamos reais e guardamos satoshis?

Bitcoin e a Lei de Gresham: por que gastamos reais e guardamos satoshis?

Você sabia que uma teoria criada há mais de 500 anos ainda pode explicar o comportamento de muitos investidores hoje?

A chamada Lei de Gresham, formulada por Sir Thomas Gresham no século XVI, afirma que: “A moeda ruim expulsa a moeda boa da circulação.”

Mas o que isso tem a ver com o Bitcoin? Vamos entender.

Moeda ruim vs. moeda boa

No passado, quando havia duas moedas com valor nominal igual, as pessoas tendiam a gastar a moeda que tinha menos valor intrínseco e guardavam a que possuía mais valor real.

Esse conceito, aparentemente antiquado, ainda se aplica fortemente no mercado financeiro moderno e nas criptomoedas.

Moedas fiduciárias, como o real, o peso argentino, o bolívar e outras, enfrentam os problemas da inflação, da impressão desenfreada e da perda de confiança, o que as torna instáveis e sujeitas à desvalorização.

Por outro lado, o Bitcoin se apresenta como uma moeda escassa, descentralizada e deflacionária, sendo resistente às manipulações governamentais. Ou seja, ao contrário das moedas tradicionais, o Bitcoin não depende de bancos centrais ou de políticas monetárias que podem minar seu valor ao longo do tempo.

O comportamento do investidor

O que vemos hoje é uma clara aplicação da Lei de Gresham, mas em uma versão moderna: as pessoas gastam as moedas fiduciárias (que estão em constante depreciação) e guardam o Bitcoin, que se torna um ativo de longo prazo com potencial de valorização.

Esse comportamento é exatamente o que Gresham descreveu: a moeda ruim (moedas fiduciárias em queda) expulsa a moeda boa (Bitcoin, que tende a se valorizar ao longo do tempo) da circulação.

Casos reais da Lei de Gresham moderna

Em países que enfrentam crises econômicas graves, como:

  • Venezuela
  • Argentina
  • Líbano
  • Nigéria

O fenômeno é claro: as populações começam a abandonar a moeda local, que sofre com inflação descontrolada e desvalorização, e adotam alternativas mais estáveis, como o Bitcoin, stablecoins e, em alguns casos, o dólar.

Esses ativos se tornam, então, não apenas uma alternativa, mas uma necessidade, já que oferecem uma maior estabilidade e segurança patrimonial em tempos de crise.

Bitcoin: mais do que uma especulação

Embora o Bitcoin ainda seja visto por muitos como uma aposta especulativa, para outros ele já se configura como uma proteção patrimonial. Em um mundo cada vez mais volátil, o Bitcoin surge como uma moeda sólida em um cenário global marcado pela desvalorização das moedas fiduciárias.

Conclusão

A Lei de Gresham nunca esteve tão atual quanto no contexto econômico atual.

Em um mundo onde as moedas estatais continuam a se desvalorizar, ativos como o Bitcoin estão se destacando como reservas de valor.

O Bitcoin não está mais fora do sistema financeiro global; ele é o novo sistema que está se formando, oferecendo uma alternativa robusta e confiável para quem busca preservar e crescer seu patrimônio em tempos de incerteza econômica.

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