Reflexões de um novo Engineering Manager

Esse mês faz um ano que mudei minha carreira para gestão em tech. Parei uns minutos para refletir sobre isso.

Sempre trabalhei no lado técnico. Desde meu primeiro estágio em 2004 (nossa, como faz tempo!). Ao mesmo tempo, sempre me interessei pelo aspecto humano. Quer seja pensando em liderar atividades, ajudar outras pessoas no trabalho, conversar, sempre houve algo que me puxasse para esse lado. Tanto que decidi fazer uma segunda graduação, na área de humanas, em 2012.

Por algum motivo, antes da Uber, nunca havia dado um passo concreto na direção da gestão. Pairava uma dúvida no ar se eu seria feliz como gerente de engenharia.

Quando cheguei na Uber e conheci meus líderes, parece que tive certeza. Desde o início, conversei abertamente com meu gestor, Marcello, desse meu interesse. Eu havia sido contratado como Engenheiro de Software. A nossa conversa sempre foi no sentido de passar pela experiência de ser um engenheiro na Uber, para depois mudar para gestão.

Foi o que eu fiz. Trabalhei por um pouco mais de um ano ajudando a melhorar as features de segurança da Uber e Uber Eats.

Lá por Janeiro de 2020, o Marcello veio falar comigo que estava para abrir vagas no programa de Apprentice Manager da Uber - um programa para transicionar pessoas técnicas para a carreira de gestão. Seriam 6 meses de aprendizado/treinamento, e a partir do dia 1 eu já começaria atuando como gerente. Bem assustador.

Confesso que minha primeira reação foi de pedir mais um tempo. Parece que nunca estamos prontos para tomar uma decisão assustadora e impactante. Mas depois de umas conversas com o Marcello, decidi aceitar. 

Esse mês faz um ano, e eu tenho certeza que tomei a decisão certa. Hoje lidero dois times de engenharia na Uber: Safety Marketplace (onde iniciei como engenheiro), que constrói modelos de Machine Learning; e o Audio Recording, responsável pela feature de gravação de áudio nos apps de usuários e motoristas parceiros. E não poderia estar mais feliz!

Se alguém também está considerando uma movimentação similar, a maior dica que eu poderia dar é refletir sobre a motivação por trás da mudança. Se é porque como gestor há maior possibilidade de crescimento ou porque vai ganhar mais, recomendo pensar duas vezes. No mercado de tecnologia, há cada vez mais paridade entre a carreira técnica e a de gestão. Certamente é assim na Uber. A escolha deve ser guiada por identificação. O que te motiva a acordar de manhã e trabalhar? É ficar horas pensando em problemas técnicos, o design de uma solução complexa? Ou é interagir com pessoas, ajudá-las no seu desenvolvimento de carreira?