Como grandes bancos desenvolvem talentos num mercado em mutação

Na sua 49ª edição, a newsletter Boletim Finanças destaca a Lista LinkedIn Top Companies 2025 de finanças, uma classificação baseada em dados das 10 melhores grandes empresas para se trabalhar no setor financeiro no Brasil.

Nossa 2ª edição da lista anual LinkedIn Top Companies 2025 de Finanças volta a destacar os grandes bancos do país entre as melhores empresas para o desenvolvimento de carreiras, em um mercado cada vez mais dinâmico.

Desafiados pelo avanço das fintechs, os líderes do setor bancário têm sustentado protagonismo, tanto na atração como no desenvolvimento de talentos, apoiados em investimentos bilionários em tecnologia, treinamento e formação de lideranças, segundo destacam executivos desses grupos.

Parte dessa posição se deve aos balanços desses grupos. O orçamento total dos bancos brasileiros destinado à tecnologia vai chegar a R$ 47,8 bilhões neste ano, um volume 13% superior ao aporte realizado em 2024, segundo projeta a mais recente Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada anualmente pela Deloitte Consulting, em estudo que considera a soma das despesas e dos investimentos nessa área.

Ainda segundo o estudo, em meia década os bancos aumentaram os aportes em tecnologia em 58,4%. Entre os alvos desses investimentos estão a adoção de Inteligência Artificial (IA), Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e Cloud.

O objetivo dos bancos com esses investimentos é reduzir custos e ganhar eficiência operacional, identificar potenciais riscos, apoiar análise de dados, personalizar serviços e prever tendências e comportamentos.

Capacitação

Na base dessa estratégia está a necessidade que os grandes bancos têm de consolidar suas culturas corporativas – algumas delas centenárias – e seguir desenvolvendo talentos em meio às inovações que estão redesenhando o mapa das relações entre empresas, clientes, profissionais e órgãos reguladores no mercado financeiro. 

Segundo a vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do Banco do Brasil, Marisa Reghini Ferreira Mattos, o banco precisa estar atentos não só às tecnologias emergentes, mas também a todas as mudanças de cenário que ela promove, seja nos mercados, seja no comportamento do consumidor.  

“Sem pessoas, nem mesmo a melhor tecnologia terá impacto. Apostamos em cultura e capacitação como caminhos para acelerar a transformação, com iniciativas que aproximam nossos profissionais dos desafios reais da era digital”, Marisa Reghini Ferreira Mattos.

Entre iniciativas do Banco do Brasil para ter profissionais capazes de manter a empresa alinhada com as inovações e, ao mesmo tempo, atrair e desenvolver talentos, estão a Universidade Corporativa, perto de completar 23 anos, e, mais recentemente, o AcademIA BB, um programa de formação e experimentação em IA e Dados, que já impactou 65 mil colaboradores, por meio de 240 mil cursos concluídos.

A diretora destaca ainda o concurso específico que o BB abriu para a área de TI, que ampliou em mais de mil vagas esse quadro desde o ano passado.

Desafios

Também no Bradesco, segundo maior banco privado do país, a atração e o desenvolvimento de talentos passam por uma estratégia que associa essas políticas às inovações tecnológicas, destaca o diretor de inteligência de dados do banco, Rafael Cavalcanti.

Segundo ele, desde 2023 o Bradesco tem pavimentado a utilização da IA Generativa em serviços financeiros. Esse processo, afirma, tem sido possível graças aos profissionais que estão desenvolvendo dezenas de caso de uso em escala, buscando gerar valor em atendimento, eficiência operacional e desenvolvimento de aplicações.

Em termos de desenvolvimento de carreira, o executivo afirma que os times do Bradesco são orientados por resultados e desafios.

“O Bradesco é um ambiente de trabalho multidisciplinar e colaborativo nos quais os times de produtos, tecnologia e dados atuam em conjunto no desenvolvimento e implantação de novas soluções que impactam nossa cadeia de valor”, Rafael Cavalcanti.

Transformação

Resultado de diversas fusões e aquisições, o Itaú Unibanco sabe como explorar oportunidades de mercado, incorporando e aperfeiçoando processos, produtos e serviços, diz a diretora de RH do Itaú Unibanco, Valeria Marretto.

“Nós não sabemos de tudo, por isso, olhamos para fora o tempo todo, aprendemos, reaprendemos e evoluímos”, Valéria Marretto.

No maior banco do país, atração e desenvolvimento de carreiras são políticas alinhadas com a construção da cultura, conta Valéria Marretto. Isso acontece, segundo ela, em um processo dinâmico e contínuo, diretamente influenciado pelas inovações que estão transformando os modelos de negócios no setor financeiro brasileiro.

Segundo a executiva do Itaú, o banco atingiu um patamar de modernização tecnológica que permite aos líderes atuar com maior flexibilidade para definir processos, contratar e desenvolver talento.

Confira também:

• As 25 melhores empresas com mais de 5.000 funcionários do Brasil.

• As 15 melhores empresas com menos de 5.000 funcionários do Brasil.

• As 10 melhores empresas de tecnologia do Brasil.

Seguros e ESG: Em entrevista ao LinkedIn Notícias, o presidente da CNseg - Confederação Nacional das Seguradoras, Dyogo Oliveira, listou as principais propostas do setor para o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas.

Copom no radar: O principal evento do mercado na próxima semana é o encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), quando o Banco Central do Brasil vai definir a taxa básica de juros de economia brasileira. Ganha espaço entre analistas de mercado a expectativa de que a diretoria do órgão desacelere ou até mesmo interrompa o ciclo de alta dos juros, movimento iniciado em setembro do ano passado. Desde então, a Selic subiu de 10,50% para os atuais 14,25% ao ano. Se, de um lado, a inflação no país ainda preocupa, de outro lado há o receio de que a guerra comercial global iniciada pelos Estados Unidos impacte o Brasil.

Pix, open finance e crédito: O Banco Central anunciou a agenda regulatória para 2025 e 2026, com 31 itens distribuídos por 14 temas. Entre as principais pautas para o biênio estão o lançamento de funcionalidades do Pix e do open finance, mudanças no Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e de novas opções de garantia para operações de crédito.

Dividendos em alta: O mercado de ações atravessa um 2025 de volatilidade, influenciada pelas incertezas econômicas provocadas pela guerra comercial iniciada pelo governo dos Estados Unidos. Mas alguns indicadores da Bolsa têm apresentado resiliência, caso do Índice de Dividendos (IDIV), que acompanha empresas com histórico positivo de distribuição de lucros. Esse indicador opera no maior patamar em 20 a nos, acumulando quase 10% de valorização neste ano, segundo levantamento de Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta .

Web Summit Rio: Começou no último domingo (27) a 3ª edição de um dos principais eventos do país sobre tecnologia, inovação e empreendedorismo. O Web Summit Rio debate temas urgentes, como inteligência artificial, mudanças climáticas, regulação das redes e diversidade. O LinkedIn Notícias está cobrindo o evento.

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