O presidente da agência reguladora do mercado financeiro nos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, deixará seu cargo de forma antecipada em 20 de janeiro, mesmo dia da posse de Donald Trump, que queria retirá-lo da posição.
A SEC —equivalente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil— emitiu uma nota nesta quinta-feira (21) para comunicar a notícia, que impulsionou o bitcoin. Gensler conduziu uma rigorosa campanha durante o seu mandato para tentar regular o setor de criptoativos.
Minutos após o anúncio, o bitcoin, criptomoeda mais popular do mundo, atingiu um novo recorde absoluto de US$ 98.473,62 (R$ 572,8 mil) por unidade.
Durante a campanha, Trump anunciou sua intenção de substituir Gensler assim que retornasse à Casa Branca. Na ausência de um marco regulatório claro, o ex-bancário adotou uma abordagem rigorosa contra as moedas digitais, querendo regulá-las como ativos tradicionais.
A SEC levou à Justiça três das maiores plataformas de câmbio de criptomoedas: Binance, Coinbase e Kraken, além de algumas startups. Mas, após algumas derrotas judiciais, a agência autorizou a entrada de novos produtos indexados ao bitcoin, tais como ETFs (fundos negociados em bolsa), que permitem investir em ativos que seguem a oscilação do bitcoin, sem precisar comprar diretamente a criptomoeda.
A intenção de Trump de substituir Gensler antes do fim de seu mandato gerou um debate entre juristas e acadêmicos, uma vez que não havia jurisprudência sobre o assunto. Nomeado por Joe Biden, Gensler terminaria seu mandato de cinco anos apenas em abril de 2026.
No comunicado de renúncia, Gensler agradeceu a Biden e aos seus colegas na SEC, dizendo que "cumpriu a sua missão e aplicou a lei sem medo ou favorecimentos".
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