Takeaways do 1o. Encontro da Finimize Community no Brasil
Foto do primeiro encontro da Finimize Community no Brasil - na Casa Origem, Florianópolis

Takeaways do 1o. Encontro da Finimize Community no Brasil

Arrisco dizer que as questões trazidas à mesa da Casa Origem no primeiro evento que reuniu Finimizers no Brasil vão mexer com você - e fazer você querer mexer na sua poupança.

Convidei Elvis Lauth, sócio da Patrimono, e Marina Mandelli, sócia e co-fundadora da Conexão Solar, para a missão de criar um paralelo entre investimentos e sustentabilidade. Eles contaram com sua experiência em investimentos e em empreendedorismo sustentável para honrar o desafio e debater sobre o assunto.

Decidi registrar um pouco da minha experiência por lá mediando essa conversa e aprendendo com o que eles trouxeram para a roda. Falamos sobre:

  • Poupança também é investimento.
  • Investimentos em causas sustentáveis: como fazer?
  • Marketing Verde versus Sustentabilidade Real
  • Horizontes de Inovação

Largamos com o Elvis nos trazendo a seguinte realidade:

Poupança também é investimento.

A poupança é o produto financeiro mais popular do mercado. A maior parte (88%, segundo a Anbima) dos recursos de investidores brasileiros estão uma conta poupança agora mesmo.

Mas você já parou para pensar em como ela funciona?

O básico que precisamos saber sobre a poupança é: o dinheiro não fica lá parado. Ele é reinvestido no mercado. A decisão em relação a onde esses valores serão investidos fica por conta da gestão do banco.

A investidora (ou investidor) brasileira não tem acesso a como será feita essa distribuição, ela simplesmente recebe os rendimentos. Isso quer dizer que há grandes chances de ela (ou ele) ter seu próprio patrimônio destinado a causas com as quais não se identifica.

Será que existe uma tendência a trazer esse tipo de consciência social e ambiental para a tomada de decisão na hora de investir? Buscando responder essa pergunta, a Finimize recentemente promoveu uma pesquisa sobre investimentos socialmente responsáveis. Se esse assunto é do seu interesse, recomendo conferir o resultado dela aqui (respostas originais em inglês).

Investimentos em causas sustentáveis: como fazer?

Com essa informação à mesa, o debate começou a se voltar para a prática:

"Como trago consciência para meus investimentos?"

"É possível adaptar uma carteira de investimentos para que ela esteja em consonância com o que eu acredito?"

Ótimas perguntas, não é?

Há uma figura importante no mercado de investimentos hoje que pode ajudar com elas: o consultor de investimentos. Esse profissional é responsáveis por ajudar uma investidora a montar uma carteira personalizada de acordo com seus interesses. Assim, é possível escolher a dedo os fundos de investimentos em que se vai investir com base nas estratégias definidas pelas equipes de gestão.

De qualquer forma, na prática, a maioria dos fundos não tem restrições significativas para a escolha das empresas para onde serão destinados os investimentos. O que há hoje, e é de fácil acesso, é o Índice de Sustentabilidade Empresarial - mais infos sobre ele aqui.

Uma forma direta de investir nas causas em que se acredita é se tornar uma investidora-anjo. Esse tipo de investimento, porém, é considerado arrojado e geralmente envolve um engajamento maior por parte da investidora - que entra não somente com recursos, mas com participação ativa na tomada de decisão da empresa.

Marketing Verde versus Sustentabilidade Real

Mais importante que só fazer marketing verde para parecer uma marca antenada, é realmente ter consciência sobre os recursos e o planeta que se deseja construir.

Como consumidora, é importante mergulhar mais fundo nas causas defendidas pelas empresas. Só assim é possível diferenciar o marketing verde das empresas que estão de fato preocupadas com a sustentabilidade e que fazem contribuições reais.

Como empresa, é necessário investir em educação de mercado para aproximar o consumidor das causas defendidas pela marca. Produtos e serviços inovadores precisam de um braço educacional forte para ajudar o mercado a tomar decisões coerentes com a sustentabilidade do planeta.

E compartilhar conhecimento exige tempo e dedicação.

Muitas vezes, é necessário fazer as contas, explicar os detalhes e realmente compartilhar todo o know-how sobre o mercado que se está tentando transformar. Dessa forma, empresas se tornam agentes de mudança que ativamente ajudam potenciais clientes a fazer escolhas conscientes.

Horizontes de inovação

Já para o final da conversa, decidi trazer à tona um conceito que acho muito legal e recentemente revisitei folheando Audaz no dia anterior ao evento. Você provavelmente já ouviu falar dos 3 Horizontes de Inovação, mas vale relembrar. São eles:

  1. Pagar as contas;
  2. Agregar valor com serviços ou produtos melhores; e
  3. Inovar fora da caixa.

A questão trazida à mesa foi:

Como esses três pontos se aplicam a empreendimentos sustentáveis em fase de crescimento?

Com base na sua experiência diária, a Marina deixou claro que o empreendedor brasileiro ainda tem dificuldade de ir do primeiro ao segundo estágio. Porém, ressaltou que há tantas coisas para melhorar no país, que é possível agregar à realidade atual do consumidor de diversas formas.


"Temos uma vantagem enquanto economia em desenvolvimento: podemos aproveitar boas ideias do que já está sendo feito em outros lugares do mundo."
- Marina Mandelli


Nesse momento, o Artur, sócio e co-fundador da Casa Origem, complementou esse raciocínio com um fator muito importante. Com base em sua experiência construindo e mantendo o primeiro restaurante lixo zero do Brasil, os horizontes 2 e 3 se complementam. E, nessa busca por inovação, ter clientes empáticos com quem se tem uma relação de fidelização é essencial. É por meio da troca sincera de feedbacks e com o apoio de clientes que compartilham do propósito da empresa que se cria, sustenta e faz crescer iniciativas inovadoras.

E tem como aplicar o conceito dos três horizontes a uma carteira de investimentos?

Essa pergunta foi feita ao Elvis - e ele respondeu que sim. A investidora brasileira possui três momentos também:

(1) poupar para uma situação emergencial;

(2) poupar para o longo prazo pensando na aposentadoria; e

(3) poupar para objetivos de curto ou médio prazo.

Somente depois do primeiro estágio, ela tem espaço para pensar em como diversificar seu portfólio. Entenda melhor essa dinâmica.

E agora, José?

Finalizamos nossa conversa nos questionando sobre que solução irá nos permitir investir em empresas em que acreditamos de forma transparente.

Que fintechs já estão olhando para isso?

(se você tem alguma resposta a essa pergunta, coloca aqui nos comentários!)

A bagagem que eu trouxe pra casa depois do encontro...

Eu me preocupo com as decisões de consumo que faço todos os dias. Sempre que possível, opto por marcas de artistas, designers e fabricantes locais. Sou vegetariana e prefiro a feirinha orgânica aos produtos empacotados das estantes de mercado. Tenho sede de cerveja artesanal e fome de pães de fermentação natural com caponata caseira.

Se escolho esse tipo de experiência no dia a dia por ter mais consciência em relação ao que quero para a sustentabilidade do meu corpo e do planeta em que vivo, será que também devo levar meu olhar para as causas que meu patrimônio financia?

Acho que sim.

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