Sesquicentenário de o evangelho segundo o espiritismo
Allan Kardec ao brindar a Humanidade com o Evangelho Segundo o
Espiritismo quis fazer uma ligação definitiva entre a Doutrina Espírita e a
moral cristã. Quis nos dar a chave para interpretar as sábias lições de Jesus.
Kardec reuniu nesse Evangelho as principais passagens do Evangelho de
Jesus. Explicando-as de forma que se possa entender e, por isto, acreditar,
principalmente pela nossa razão. É a fé raciocinada imperando e não a fé
imposta. Complementando cada ensinamento, o mestre lionêz acrescenta
algumas instruções que os Espíritos ditaram, clareando ainda mais as
passagens do Cristo.
O Codificador diz que as instruções que procedem dos Espíritos são,
verdadeiramente, as vozes do Céu, que vêm esclarecer os homens e
convidá-los à prática do Evangelho.
O Evangelho Segundo o Espiritismo é o terceiro livro da Codificação do
Espiritismo, e constitui um desenvolvimento do aspecto religioso de O
Livro dos Espíritos, Parte III, Das Leis Morais.
Herculano Pires afirmou que é nesse livro que a Religião Espírita se define
e se amplia, embora já esteja firmada de maneira indiscutível em O Livro
dos Espíritos.
A primeira edição deste livro apareceu em abril de 1864, com o título de
Imitação do Evangelho. Foi por influência do editor Didier e de outros
amigos que Kardec modificou o título para a segunda edição, ampliando o
volume para vinte e oito capítulos mais a introdução, e que ficou sendo
definitiva.
Em toda publicação é importante que nós tomemos conhecimento da
introdução, porque ela é uma peça fundamental para quem vai ler a obra. A
respeito, por exemplo, vale ressaltar que a introdução que Kardec fez neste
evangelho orienta o leitor, quebra aquele misticismo que é muito comum
nas pessoas, acreditar por acreditar.
Kardec divide a introdução em quatro partes, a saber: na primeira, ele
coloca o objetivo da obra; na segunda, explica a autoridade da Doutrina
Espírita; na terceira, coloca definições históricas; e, na última, compara os
ensinos de Sócrates e Platão com a ideia cristã.
No trecho da abertura da primeira parte da introdução, o Codificador nos
diz que podemos dividir em cinco partes as matérias nos Evangelhos, a
saber: Os atos comuns da vida do Cristo; Os milagres; As predições; As
palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e
o Ensino Moral.
Kardec informa, ainda, que o objetivo da obra é a quinta parte, ou seja, o
Ensino Moral, que é o caminho da felicidade, uma regra de conduta que
abrange todas as circunstâncias da vida, e sobre as quais é possível o
entendimento comum. Entretanto, poucos conhecem a fundo os ensinos de
Jesus; poucos os compreendem bem e sabem tirar-lhes as consequências.
Isto ocorre pela forma alegórica de muitos textos, o misticismo intencional e
o fato de que muitos o leem por obrigação. E adianta o Codificador: “Para
evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os trechos que podem
constituir um código de moral universal. As máximas foram agrupadas e
distribuídas metodicamente, segundo a sua natureza, (...)
(...) de maneira a que umas se deduzem das outras”.
Por isso, é muito importante que nós aprendamos o que Kardec nos diz na
abertura deste livro, porque algumas coisas da vida de Jesus foram passadas
para nós no momento da Codificação do Espiritismo.
Analisando os fatos que podemos recolher dos Evangelhos, que são como
alicerces para a nossa evolução moral, nós vamos perceber que eles não são
apenas essenciais, mas os únicos eficazes para que nós evoluamos
moralmente.
Na primeira parte da divisão dos Evangelhos que se relaciona com os atos
comuns da vida do Cristo, (...)
(...) nós vamos encontrar um Jesus ser humano normal. Um homem entre os
outros homens. Com pai, mãe, família, parentes e conhecidos. Enfim, um
homem comum. E os atos comuns da vida desse homem, foram iguais aos
dos demais. Jesus não se separou dos outros homens. Enfrentou todas as
circunstâncias que um ser encarnado enfrenta no seu desenvolvimento até
chegar à idade adulta. Portanto, os atos comuns de sua vida não têm
importância para a nossa evolução.
A seguir, Kardec trata dos milagres, que a Ciência explica perfeitamente, e
que o Espiritismo explica cientificamente. Esses fatos, desde aquela época,
foram chamados de milagres, (...)
(...) como se fossem coisas impossíveis de acontecer. Milagres, nem Jesus
os fez. Ele usou seus próprios potenciais, sua energia, sua vibração de
altíssima frequência e seus conhecimentos sobre os recursos da própria
Natureza, das leis naturais, para realizar as curas e demais atos incomuns. O
Espiritismo não aceita milagres, porque sabe que todas as coisas têm uma
explicação científica. São mecanismos naturais, com manipulação de
energia, quando as condições são favoráveis. E, também, porque a
existência do milagre seria a derrogação da Lei de Deus. Portanto, os
milagres também não têm a mínima importância para o nosso estudo,
porque não existem.
Com relação às profecias, que são aqueles trechos em que Jesus nos faz
advertências com vistas ao futuro da Humanidade, são chamadas assim
porque tudo que é dito por antecipação tem essa denominação, e o Cristo
fez isso para nós. Nos mostrou que a nossa evolução nos traria momentos
difíceis e, fez mais, nos ensinou como enfrentar esses momentos. Mas essas
profecias são entendidas apenas por algumas pessoas que as recebem
inteligentemente e se previnem, o que a maioria não faz.
Quanto as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da
Igreja, tomando por base as palavras de Jesus, nós vamos verificar que são
distorções dessas palavras.
Por exemplo, quando Jesus diz: “Eu e o Pai somos um”, quis dizer que uma
pessoa que compreende a outra, que ama a outra, que está sempre com a
outra, demonstra um sentido de que aquela pessoa e a outra são apenas uma,
um só pensamento. Mas a Igreja interpretou que Jesus e Deus são uma coisa
só. Então o dogma foi se estendendo, e nós recebemos a ideia desse modo:
Jesus é o filho; Deus é o pai. Mas Jesus também é Deus. Depois criou-se um
Espírito Santo, porque a passagem que está no Evangelho foi distorcida.
Espírito Santo quer dizer Espírito que é Santo, ou seja, um Espírito que vem
de Deus. São os Espíritos que auxiliaram Jesus na administração das coisas
e dos seres do planeta.
Jesus, ao receber o batismo dado por João Batista, um Espírito desceu sobre
Ele. E esse Espírito foi visto como uma pomba, com base no relato de João,
o evangelista: “Vi o Espírito descer do Céu como uma pomba e permanecer
sobre Ele” (João, 1:32). Notem: o Espírito é visto como uma pomba; não
era realmente uma pomba. Aproveitando-se disso, a Igreja desenhou uma
pomba e, a partir daí, passou a chamar essa pomba de Espírito Santo. Criou-
se então uma trindade: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Quem percebeu
essa manifestação de efeito físico (Vidência)? Apenas João ou todos os
presentes? Este evento é narrado nos três evangelhos sinópticos (Mateus,
Lucas e Marcos).
Mateus dá a impressão de que só João viu; Marcos e Lucas apresentam o
fato. Mas Marcos e Lucas não eram apóstolos. Enquanto em João não é uma
narrativa, é o testemunho do episódio. E o que teria acontecido então se não
foi uma pomba de verdade? Com toda certeza, foi um Espírito luminoso, da
falange de Jesus que, naquele momento, testemunhava o ato.
Essa trindade é muito interessante, e nos chama a atenção para o seguinte:
Maria não toma parte; José não toma parte; os pais de Jesus, responsáveis
pelo seu corpo físico, não são considerados. Sobre o ritual do batismo, em
especial o batismo de Jesus, nos causa espécie, uma vez que esse ritual não
fazia parte das práticas religiosas dos hebreus.
O ritual praticado naquela época era a circuncisão. E a prova disso é que no
livro Gênesis (17-14) há uma advertência: “O incircunciso que não foi
circuncidado será eliminado”. O que significa circuncisão e qual a sua
utilidade? O Velho Testamento diz que Abraão recebeu de Deus uma ordem,
para que fossem retirados os prepúcios de todos os homens, e que eles
deveriam guardá-los como símbolo da aliança com Deus.
Outro aspecto a considerar: no entender da Igreja, Deus, Jesus, e o Espírito
Santo são a mesma coisa. Então não há configuração de três deuses. É um
deus só, representado por três seres distintos.
E a isso chamamos de o mistério da Santíssima Trindade. Detalhe: as
Igrejas Protestantes também admitem que Jesus e Deus sejam a mesma
coisa; que Jesus é a encarnação de Deus, que esteve entre nós durante muito
tempo. Aí, nós podemos raciocinar: se Jesus é Deus encarnado, durante o
período em que o Cristo estava aqui na Terra, claro, era Deus quem aqui
estava. Portanto, o resto do Universo estava sem Deus. Isto é possível? Hoje
em dia não! Mas a época favorecia a criação de dogmas, pois se pensava
que a Terra era a única coisa que existia. Sendo definida como um imenso
campo plano, com uma abóboda em cima, muito firme, chamada
firmamento, palavra que até hoje é usada poeticamente, (...)
(...) para se referir ao Céu; com estrelas, e o sol que saía de um lado e se
punha no outro. Portanto, naquela época foi fácil criar esse dogma, porque,
enquanto Deus estava na Terra encarnado em Jesus, não havia que se
preocupar com outra coisa. Não havia mais nada além da Terra. Tanto fazia
Ele estar no Céu ou na Terra. Mas, quando tomamos conhecimento das
palavras de Jesus nos dizendo que “Há muitas moradas na casa de meu Pai”,
e saber que no Universo existem inúmeros planetas, a resposta da nossa
indagação feita inicialmente se confirma. Não é possível que os outros
planetas tenham ficado sem Deus.
As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja
foram, durante séculos, algemas e mordaças da Humanidade.
Agora só nos resta apreciar a parte mais importante: O Ensino Moral. E essa
parte nos dá duas opções: obedecermos e seguirmos esses ensinos morais,
para nos transformamos em seres felizes, e levarmos para outras
encarnações esse estado de felicidade e sabedoria, ou não obedecermos, o
que normalmente acontece com a maioria das pessoas.
Muita Paz!
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  • 2. Allan Kardec ao brindar a Humanidade com o Evangelho Segundo o Espiritismo quis fazer uma ligação definitiva entre a Doutrina Espírita e a moral cristã. Quis nos dar a chave para interpretar as sábias lições de Jesus. Kardec reuniu nesse Evangelho as principais passagens do Evangelho de Jesus. Explicando-as de forma que se possa entender e, por isto, acreditar, principalmente pela nossa razão. É a fé raciocinada imperando e não a fé imposta. Complementando cada ensinamento, o mestre lionêz acrescenta algumas instruções que os Espíritos ditaram, clareando ainda mais as passagens do Cristo.
  • 3. O Codificador diz que as instruções que procedem dos Espíritos são, verdadeiramente, as vozes do Céu, que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho. O Evangelho Segundo o Espiritismo é o terceiro livro da Codificação do Espiritismo, e constitui um desenvolvimento do aspecto religioso de O Livro dos Espíritos, Parte III, Das Leis Morais. Herculano Pires afirmou que é nesse livro que a Religião Espírita se define e se amplia, embora já esteja firmada de maneira indiscutível em O Livro dos Espíritos.
  • 4. A primeira edição deste livro apareceu em abril de 1864, com o título de Imitação do Evangelho. Foi por influência do editor Didier e de outros amigos que Kardec modificou o título para a segunda edição, ampliando o volume para vinte e oito capítulos mais a introdução, e que ficou sendo definitiva. Em toda publicação é importante que nós tomemos conhecimento da introdução, porque ela é uma peça fundamental para quem vai ler a obra. A respeito, por exemplo, vale ressaltar que a introdução que Kardec fez neste evangelho orienta o leitor, quebra aquele misticismo que é muito comum nas pessoas, acreditar por acreditar.
  • 5. Kardec divide a introdução em quatro partes, a saber: na primeira, ele coloca o objetivo da obra; na segunda, explica a autoridade da Doutrina Espírita; na terceira, coloca definições históricas; e, na última, compara os ensinos de Sócrates e Platão com a ideia cristã. No trecho da abertura da primeira parte da introdução, o Codificador nos diz que podemos dividir em cinco partes as matérias nos Evangelhos, a saber: Os atos comuns da vida do Cristo; Os milagres; As predições; As palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o Ensino Moral.
  • 6. Kardec informa, ainda, que o objetivo da obra é a quinta parte, ou seja, o Ensino Moral, que é o caminho da felicidade, uma regra de conduta que abrange todas as circunstâncias da vida, e sobre as quais é possível o entendimento comum. Entretanto, poucos conhecem a fundo os ensinos de Jesus; poucos os compreendem bem e sabem tirar-lhes as consequências. Isto ocorre pela forma alegórica de muitos textos, o misticismo intencional e o fato de que muitos o leem por obrigação. E adianta o Codificador: “Para evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os trechos que podem constituir um código de moral universal. As máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente, segundo a sua natureza, (...)
  • 7. (...) de maneira a que umas se deduzem das outras”. Por isso, é muito importante que nós aprendamos o que Kardec nos diz na abertura deste livro, porque algumas coisas da vida de Jesus foram passadas para nós no momento da Codificação do Espiritismo. Analisando os fatos que podemos recolher dos Evangelhos, que são como alicerces para a nossa evolução moral, nós vamos perceber que eles não são apenas essenciais, mas os únicos eficazes para que nós evoluamos moralmente. Na primeira parte da divisão dos Evangelhos que se relaciona com os atos comuns da vida do Cristo, (...)
  • 8. (...) nós vamos encontrar um Jesus ser humano normal. Um homem entre os outros homens. Com pai, mãe, família, parentes e conhecidos. Enfim, um homem comum. E os atos comuns da vida desse homem, foram iguais aos dos demais. Jesus não se separou dos outros homens. Enfrentou todas as circunstâncias que um ser encarnado enfrenta no seu desenvolvimento até chegar à idade adulta. Portanto, os atos comuns de sua vida não têm importância para a nossa evolução. A seguir, Kardec trata dos milagres, que a Ciência explica perfeitamente, e que o Espiritismo explica cientificamente. Esses fatos, desde aquela época, foram chamados de milagres, (...)
  • 9. (...) como se fossem coisas impossíveis de acontecer. Milagres, nem Jesus os fez. Ele usou seus próprios potenciais, sua energia, sua vibração de altíssima frequência e seus conhecimentos sobre os recursos da própria Natureza, das leis naturais, para realizar as curas e demais atos incomuns. O Espiritismo não aceita milagres, porque sabe que todas as coisas têm uma explicação científica. São mecanismos naturais, com manipulação de energia, quando as condições são favoráveis. E, também, porque a existência do milagre seria a derrogação da Lei de Deus. Portanto, os milagres também não têm a mínima importância para o nosso estudo, porque não existem.
  • 10. Com relação às profecias, que são aqueles trechos em que Jesus nos faz advertências com vistas ao futuro da Humanidade, são chamadas assim porque tudo que é dito por antecipação tem essa denominação, e o Cristo fez isso para nós. Nos mostrou que a nossa evolução nos traria momentos difíceis e, fez mais, nos ensinou como enfrentar esses momentos. Mas essas profecias são entendidas apenas por algumas pessoas que as recebem inteligentemente e se previnem, o que a maioria não faz. Quanto as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja, tomando por base as palavras de Jesus, nós vamos verificar que são distorções dessas palavras.
  • 11. Por exemplo, quando Jesus diz: “Eu e o Pai somos um”, quis dizer que uma pessoa que compreende a outra, que ama a outra, que está sempre com a outra, demonstra um sentido de que aquela pessoa e a outra são apenas uma, um só pensamento. Mas a Igreja interpretou que Jesus e Deus são uma coisa só. Então o dogma foi se estendendo, e nós recebemos a ideia desse modo: Jesus é o filho; Deus é o pai. Mas Jesus também é Deus. Depois criou-se um Espírito Santo, porque a passagem que está no Evangelho foi distorcida. Espírito Santo quer dizer Espírito que é Santo, ou seja, um Espírito que vem de Deus. São os Espíritos que auxiliaram Jesus na administração das coisas e dos seres do planeta.
  • 12. Jesus, ao receber o batismo dado por João Batista, um Espírito desceu sobre Ele. E esse Espírito foi visto como uma pomba, com base no relato de João, o evangelista: “Vi o Espírito descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele” (João, 1:32). Notem: o Espírito é visto como uma pomba; não era realmente uma pomba. Aproveitando-se disso, a Igreja desenhou uma pomba e, a partir daí, passou a chamar essa pomba de Espírito Santo. Criou- se então uma trindade: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Quem percebeu essa manifestação de efeito físico (Vidência)? Apenas João ou todos os presentes? Este evento é narrado nos três evangelhos sinópticos (Mateus, Lucas e Marcos).
  • 13. Mateus dá a impressão de que só João viu; Marcos e Lucas apresentam o fato. Mas Marcos e Lucas não eram apóstolos. Enquanto em João não é uma narrativa, é o testemunho do episódio. E o que teria acontecido então se não foi uma pomba de verdade? Com toda certeza, foi um Espírito luminoso, da falange de Jesus que, naquele momento, testemunhava o ato. Essa trindade é muito interessante, e nos chama a atenção para o seguinte: Maria não toma parte; José não toma parte; os pais de Jesus, responsáveis pelo seu corpo físico, não são considerados. Sobre o ritual do batismo, em especial o batismo de Jesus, nos causa espécie, uma vez que esse ritual não fazia parte das práticas religiosas dos hebreus.
  • 14. O ritual praticado naquela época era a circuncisão. E a prova disso é que no livro Gênesis (17-14) há uma advertência: “O incircunciso que não foi circuncidado será eliminado”. O que significa circuncisão e qual a sua utilidade? O Velho Testamento diz que Abraão recebeu de Deus uma ordem, para que fossem retirados os prepúcios de todos os homens, e que eles deveriam guardá-los como símbolo da aliança com Deus. Outro aspecto a considerar: no entender da Igreja, Deus, Jesus, e o Espírito Santo são a mesma coisa. Então não há configuração de três deuses. É um deus só, representado por três seres distintos.
  • 15. E a isso chamamos de o mistério da Santíssima Trindade. Detalhe: as Igrejas Protestantes também admitem que Jesus e Deus sejam a mesma coisa; que Jesus é a encarnação de Deus, que esteve entre nós durante muito tempo. Aí, nós podemos raciocinar: se Jesus é Deus encarnado, durante o período em que o Cristo estava aqui na Terra, claro, era Deus quem aqui estava. Portanto, o resto do Universo estava sem Deus. Isto é possível? Hoje em dia não! Mas a época favorecia a criação de dogmas, pois se pensava que a Terra era a única coisa que existia. Sendo definida como um imenso campo plano, com uma abóboda em cima, muito firme, chamada firmamento, palavra que até hoje é usada poeticamente, (...)
  • 16. (...) para se referir ao Céu; com estrelas, e o sol que saía de um lado e se punha no outro. Portanto, naquela época foi fácil criar esse dogma, porque, enquanto Deus estava na Terra encarnado em Jesus, não havia que se preocupar com outra coisa. Não havia mais nada além da Terra. Tanto fazia Ele estar no Céu ou na Terra. Mas, quando tomamos conhecimento das palavras de Jesus nos dizendo que “Há muitas moradas na casa de meu Pai”, e saber que no Universo existem inúmeros planetas, a resposta da nossa indagação feita inicialmente se confirma. Não é possível que os outros planetas tenham ficado sem Deus.
  • 17. As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja foram, durante séculos, algemas e mordaças da Humanidade. Agora só nos resta apreciar a parte mais importante: O Ensino Moral. E essa parte nos dá duas opções: obedecermos e seguirmos esses ensinos morais, para nos transformamos em seres felizes, e levarmos para outras encarnações esse estado de felicidade e sabedoria, ou não obedecermos, o que normalmente acontece com a maioria das pessoas. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br