Indústria exposta a importados reduziu mais endividamento | Valor Online                                                                     Page 1 of 3




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 Resultados: Desempenho surpreende economista da Fundap, que esperava dificuldades para o
 setor.


 Indústria exposta a importados reduziu mais endividamento

 Por João Villaverde | De São                     Texto:            Compartilhar
 Paulo
 06/12/2010



 Apesar da redução geral do nível de endividamento das                        Claudio Belli/Valor

 companhias listadas em bolsa, há nuances entre os setores -
 especialmente na indústria. Levantamento realizado pelo
 economista Geraldo Biasoto, presidente da Fundação do
 Desenvolvimento Administrativo (Fundap) de São Paulo, com o
 balanço do terceiro trimestre de 193 empresas não financeiras
 com ações na bolsa, dá conta de resultados díspares entre os
 segmentos industriais.

 As fábricas que produzem bens comercializáveis, isto é, aqueles
 que sofrem concorrência com importados e podem ser                   (http://static.valoronline.c
 competitivos no mercado externo, registram uma poderosa              om.br/sites/default/files/i
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 redução do endividamento como proporção do capital próprio. Já
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 entre as que produzem bens não comercializáveis com o exterior       a-101-biasoto-d4.jpg)
 ocorreu o inverso.                                                   Biasoto, da Fundap:
                                                                      "Com essa brutal
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http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/347549/industria-exposta-a-importados-reduziu-mais-endividamento                     6/12/2010
Indústria exposta a importados reduziu mais endividamento | Valor Online                                                    Page 2 of 3



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 Entre os fabricantes de bens comercializáveis, a relação entre o    retomada dos
                                                                     investimentos me
 endividamento líquido e o capital próprio, que era de 0,33 em       parece clara"
 setembro de 2008, saltou a 0,40 um ano depois, mas no fim do
 terceiro trimestre de 2010 já despencara a 0,27. Já entre as que produzem bens não
 comercializáveis com o exterior a relação sobe desde 2007, saindo de 0,29 a 0,40 no
 período.

 "Como a própria indústria está importando muitos insumos, o custo de produção caiu de
 2009 para cá, diante da valorização cambial. Assim, mesmo se o preço do produto final
 e o consumo ficassem estáveis, as margens melhorariam apenas devido à valorização do
 real", raciocina Biasoto, que afirma ter ficado "surpreso" com o resultado.

 Segundo o economista, a ideia pré-concebida era que a indústria passaria por
 dificuldades, uma vez que os indicadores mensais de produção foram fracos desde abril.
 "Mas com essa brutal redução de endividamento, terminada em setembro, uma
 retomada da produção e dos investimentos me parece clara", afirma.

 A realidade das fábricas com ações negociadas em bolsa não está muito distante do
 conjunto da indústria. Segundo Flávio Castelo Branco, diretor-executivo de Política
 Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a situação geral é mais
 heterogênea, mas a diferença entre os fabricantes de bens comercializáveis e os de não
 comercializáveis , verificada no levantamento da Fundap, "também é clara no conjunto
 industrial", diz Castelo Branco.

 Segundo o especialista da CNI, companhias de setores ligados à alimentos, higiene
 pessoal e construção civil "estão indo bem", porque dependem fundamentalmente das
 condições domésticas. Já fabricantes de calçados, têxteis e móveis, que enfrentam
 acirrada competição com importados, "estão lutando muito", enquanto as empresas
 eminentemente exportadoras "estão perdidas".

 Para Biasoto, as dificuldades devem se atenuar, a partir do início do ano, conforme os
 investimentos realizados pela indústria como um todo ao longo dos últimos dois anos
 comecem a maturar. "Mas o jogo só mudará mesmo com uma reversão no processo de
 valorização do câmbio, que é muito penoso para a indústria."



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  • 2. Indústria exposta a importados reduziu mais endividamento | Valor Online Page 2 of 3 endividamento, uma Entre os fabricantes de bens comercializáveis, a relação entre o retomada dos investimentos me endividamento líquido e o capital próprio, que era de 0,33 em parece clara" setembro de 2008, saltou a 0,40 um ano depois, mas no fim do terceiro trimestre de 2010 já despencara a 0,27. Já entre as que produzem bens não comercializáveis com o exterior a relação sobe desde 2007, saindo de 0,29 a 0,40 no período. "Como a própria indústria está importando muitos insumos, o custo de produção caiu de 2009 para cá, diante da valorização cambial. Assim, mesmo se o preço do produto final e o consumo ficassem estáveis, as margens melhorariam apenas devido à valorização do real", raciocina Biasoto, que afirma ter ficado "surpreso" com o resultado. Segundo o economista, a ideia pré-concebida era que a indústria passaria por dificuldades, uma vez que os indicadores mensais de produção foram fracos desde abril. "Mas com essa brutal redução de endividamento, terminada em setembro, uma retomada da produção e dos investimentos me parece clara", afirma. A realidade das fábricas com ações negociadas em bolsa não está muito distante do conjunto da indústria. Segundo Flávio Castelo Branco, diretor-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a situação geral é mais heterogênea, mas a diferença entre os fabricantes de bens comercializáveis e os de não comercializáveis , verificada no levantamento da Fundap, "também é clara no conjunto industrial", diz Castelo Branco. Segundo o especialista da CNI, companhias de setores ligados à alimentos, higiene pessoal e construção civil "estão indo bem", porque dependem fundamentalmente das condições domésticas. Já fabricantes de calçados, têxteis e móveis, que enfrentam acirrada competição com importados, "estão lutando muito", enquanto as empresas eminentemente exportadoras "estão perdidas". Para Biasoto, as dificuldades devem se atenuar, a partir do início do ano, conforme os investimentos realizados pela indústria como um todo ao longo dos últimos dois anos comecem a maturar. "Mas o jogo só mudará mesmo com uma reversão no processo de valorização do câmbio, que é muito penoso para a indústria." Compartilhar Empresas: http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/347549/industria-exposta-a-importados-reduziu-mais-endividamento 6/12/2010
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