4 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS4
Leia os textos a seguir relacionados e reflita sobre eles antes de desenvolver sua redação.
Falando sobre os motivos para a corrupção. Dá para citar
vários, como ausência de leis que funcionem, burocracia, caos
estrutural etc. A meu ver, o maior motivo é cultural.
Todo mundo fica indignado com os Renans, Collors, Dirceus
etc. (de todos os partidos, de todas as tendências). Mas na base da
pirâmide a corrupção é enraizada. É a cervejinha do guarda para
não levar multa, a furada de fila na base do pistolão/amigão, o
aceleramento na burocracia à base de propina (aposentadoria, Detran
etc.), e por aí vai. O brasileiro quer mudança, mas não quer mudar.
Não adianta reclamar do político se vc já fez sujeira no
passado. Eu já consegui coisas, muito mais rápido, pelo simples
fato de ter algum amigo trabalhando lá dentro. Eram direitos, só
que os processos foram acelerados pelo simples fato de serem
“pedidos internos”. As pessoas consideram normal, tanto as de
dentro quanto as de fora. Quando o policial vai checar seu pneu
careca, nem precisa falar nada: já fica subentendido que por uns
R$ 20 ele finge que não viu e lhe libera. Mesmo fora do serviço
público, vc vai ao banco e não precisa ser cliente diamante ou
constelação: é só conhecer o caixa, ou vc fura a fila, ou vc deixa
o negócio lá e passa depois para pegar. Eu poderia ficar horas
dando exemplos.
Que o sistema (administração, legislação, economia, sociedade
e tal) não funciona direito, todo mundo aqui deve saber ou
suspeitar. Só isso já é prato cheio pra corrupção. Os remendos
“por fora” para se dar bem ou conseguir o que quer ­– por direito
ou não – são mais o combustível.
Corrupção zero não existe. Se as coisas funcionarem e houver
legislação anticorrupção, esta cai para um nível muito mais
baixo. Quando a “pequena” corrupção passa a fazer parte da
vida da maioria da população como algo corriqueiro, aí não tem
solução simples e/ou rápida.
A corrupção no Brasil é endêmica.
Fonte: Comentário em fórum de discussão no site www.frihost.com/forums/vt-79151.html.
Acesso em 31 de março de 2009
Fonte: Disponível em: http://noticias.uol.com.br/humor/0903_album.jhtm?abrefoto=4 . Acesso em 30 de março de 2009
Texto 1
Texto 2
Proposta de redação
5LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 5
As regras práticas de conduta não são máximas, nos diz
Kant: elas são relativas; é preciso alçar-se à lei moral.
Para Kant, só serei realmente autônomo ao me conscientizar
de que o fundamento de minha ação depende de minha
vontade. Meus atos têm valor (aos meus olhos) quando os
assumo à luz de minha própria consciência.
Quando digo que sou responsável, isso significa que posso
responder pelos meus atos, justificá-los. A liberdade que
assumo está sempre relacionada ao outro. A liberdade moral é
uma liberdade com o outro e para o outro.
Fonte: JANICAUD, Dominique. Liberdade. In: ______. Filosofia: Uma Iniciação em
Pequenas Lições. Rio de Janeiro: 2008. p. 69
Corrupção passiva
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em consequência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Corrupção ativa
Art. 333 – Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de um terço, se, em
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Concussão
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Prevaricação
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Fonte: Código Penal Brasileiro
Texto 3
Texto 4
Considerando sua reflexão sobre os textos,
escreva um texto dissertativo-argumentativo a
respeito do tema:
Deveres e obrigações sociais dos indivíduos:
o cidadão brasileiro está preparado
moralmente para combater o problema da
corrupção política no Brasil?
Ao desenvolver seu texto, procure utilizar
os conhecimentos adquiridos e as reflexões
feitas ao longo de sua formação. Selecione,
organize e relacione argumentos, fatos e
opiniões para defender seu ponto de vista,
sem ferir os direitos humanos.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade
padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de
poema (versos) ou narração.
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será
considerado texto em branco.
• O rascunho pode ser feito na última página
deste Caderno.
• A redação deve ser passada a limpo na folha
própria e escrita a tinta.
6 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 1
Observe a foto.
Foto: Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem; disponível em UOL Economia. Acesso em 30 de
março de 2009
Qual das legendas abaixo é a mais apropriada
para traduzir a foto?
Erinaldo Miranda dos Santos, trabalhador recente-a)	
mente demitido, participou de manifestação, nesta
segunda-feira (30), na cidade de São Paulo, contra
demissões e demais efeitos da crise econômica.
Um protesto convocado por centrais sindicais contra asb)	
demissões e a crise global parou o trânsito em São Pau-
lo nesta segunda-feira (30). Os manifestantes ocupa-
ram todas as pistas da avenida Paulista e apedrejaram
o prédio da Fiesp.
c)	Nesta segunda-feira (30), integrantes do MTST (Mo-
vimento dos Trabalhadores Sem Teto) interditaram
as rodovias Anhanguera e Régis Bittencourt. Segundo
a AutoBAn (empresa que administra a Anhanguera),
o protesto interditou a pista sentido interior e causou
2 quilômetros de lentidão na altura de Campinas – do
km 105 ao km 103.
d)	Nesta segunda-feira (30), ao menos 2 mil pessoas
caminhavam pela avenida Paulista, em São Paulo, em
protesto contra demissões e a crise global. Segundo a
CET, a manifestação ocupou três faixas da pista no
sentido da Consolação – da alameda Ministro Rocha
Azevedo até a rua Pamplona.
Em São Paulo, o “Ato Internacional Unificado contrae)	
a Crise” – que acontecerá também em outros estados
– começará em frente à Fiesp e deverá terminar em
frente à Bolsa de Valores, na 15 de Novembro.
Questão 2
Leia o poema.
Mote:
Almas, vidas, pensamentos.
Glosa:
Calções, polainas, sapatos,
Percevejos, pulgas, piolhos,
Azeites, vinagres, molhos,
Tigelas, pires e pratos:
Cadelas, galgos e gatos,
Pauladas, dores, tormentos,
Burros, cavalos, jumentos,
Naus, navios, caravelas,
Corações, tripas, moelas,
Almas, vidas, pensamentos.
Fonte: BOCAGE. Poesias sobre Mote. In: Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação,
1980. p. 59
Das análises críticas de Marisa Lajolo (1980), referen-
tes a diversos poemas de Bocage, a mais adequada ao
poema lido é:
a)	Esse soneto é inteiramente construído sobre a evo-
cação dos elementos e cenários lúgubres, noturnos,
horrendos. O ambiente assim sugerido é o avesso
da natureza amena e harmoniosa, convencional do
Arcadismo. É importante notar ainda que esse mundo
tenebroso funciona como uma espécie de projeção ex-
terior do estado de espírito do poeta, abandonado por
“Urselina”, personificação pastoril de sua amada.
Esse poema pode ser considerado exemplarmenteb)	
arcádico, na medida em que delineia uma paisagem
bucólica e tranquila, em que todos os elementos da
natureza estão em harmonia: o prado florido, o vento
brando, os pássaros coloridos, o rio calmo.
Esse poema é desenvolvido através da enumeração,c)	
aparentemente sem nexo nenhum, de substantivos. No
interior de cada verso pode-se perceber, porém, uma
certa relação entre os elementos enumerados. Esse tipo
de linguagem – nominal, sem recurso a verbos – era
extremamente incomum no tempo de Bocage, mas se
tornou comuníssima no Modernismo.
De modo especial, as três primeiras estrofes dessed)	
poema aludem ao profundo respeito com que a ciência
era encarada ao tempo de Bocage. A matemática, a
geometria, a física e a astronomia são mencionadas
nos oito primeiros versos.
e)	A retomada, no início dos versos 2 e 4, de expressões
que finalizam os versos 1 e 3, aliada às repetições pre-
sentes nos demais versos do poema, torna extrema-
mente lúdico, apontando a requintada maestria com
que Bocage lida com as palavras.
7LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 3
Leia o texto para responder à questão.
A RAZÃO DOMINADA PELA FORMOSURA
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei de Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas:
Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas.
É teu fim, teu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:
Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.
Fonte: BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos. Rio de Janeiro/Belo Horizonte:
Garnier, 1994, p. 31
Um dos mais importantes poetas do Arcadismo
português, Bocage é, no entanto, considerado um
autor pré-romântico. No poema, uma característica
que explica por que ele é visto como um precursor do
Romantismo é a
entrega do eu-lírico à paixão amorosa, que o leva aa)	
questionar o domínio da Razão.
opção pela forma clássica do soneto, que atesta ab)	
busca do eu-lírico por objetividade e contenção.
citação do nome da amada, que explicita a homena-c)	
gem do eu-lírico a uma mulher idealizada.
confissão do eu-lírico diretamente dirigida a umad)	
figura mitológica, que ilustra sua adesão a valores
clássicos.
racionalidade do eu-lírico, que se nega a ceder aose)	
impulsos amorosos e recorre à reflexão.
Questão 4
Observe a imagem.
CarloSaraceni–MuseodiCapodimonte,Napoli –ImagefromAs-Kzu –KlassischeSprachenKZU
Fonte: Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dh/heros/traductiones/xenofonte/me-
moraveis/dedaloicaro.html. Acesso em 28 de março de 2009
Esta imagem representa um mito grego. Assinale a
transcrição de parte desse mito que pode ser associa-
da a ela.
Dédalo era ateniense de nascimento e tido por mem-a)	
bro dos Erecteidas, uma vez que era filho de Métion,
filho de Eupálamo, filho de Erecteu. Em termos de
habilidades naturais, ele sobrepujava em muito todos
os outros homens e se dedicava à arte de edificações, à
confecção de estátuas e ao trabalho da pedra. 
Quando Minos ficou sabendo que Teseu e seus compa-b)	
nheiros tinham fugido, prendeu Dédalo, por ele culpado
pelo ocorrido, no Labirinto, juntamente com seu filho
Ícaro, que ele tivera de Naucrátis, escrava de Minos.
Dédalo então confeccionou asas para ele e seu filho;c)	
quando este ia se pôr ao voo, ele o advertiu de que não
voasse muito alto, por temer que a cola derretesse ao sol,
desfazendo as asas, nem muito baixo junto ao mar, por
temer que elas se desmanchassem devido à umidade. 
Mas Ícaro desconsiderou as instruções de seu pai e, orgu-d)	
lhoso, elevou-se sempre mais alto; ao derreter a cola, caiu
ao mar, chamado de Icário por causa dele, e pereceu. Já
Dédalo voou em segurança até Camico, na Sicília.
e)	Chamado à ilha de Dolique, Dédalo avistou o corpo de
Ícaro lá deposto na praia, sepultou-o, dando à ilha o
nome de Icária, ao invés de Dolique. Dédalo, por sua
vez, confeccionou uma estátua em Pisa à semelhança
de Héracles; este, certa noite, não a reconhecendo,
tomou-a por pessoa viva e a apedrejou.
8 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS8
Questão 5
Leia o texto para responder à questão.
Observa-se que em muitos lugares as comemorações
festivas apresentam, entre outras práticas corporais, as
danças. É o caso da Festa de São João, Maracatu, Frevo
e Bumba-Meu-Boi. Algo semelhante acontece nos casa-
mentos, formaturas e cerimônias dos povos indígenas. Os
fatores que influenciaram o surgimento das danças vão
desde o agradecimento por colheitas fartas, ritos reli-
giosos até as guerras. Pode-se dizer que os sentimentos
de um dado grupo são expressos por meio dessas mani-
festações culturais. As ginásticas, há muito vistas como
recurso para preparação de soldados nos quartéis, são
também empregadas com finalidades estéticas, corretivas
ou terapêuticas nas clínicas e academias por uma grande
quantidade de pessoas.
Qual dos segmentos retirados do texto expressa uma
opinião do autor sobre a construção dos significados
das práticas corporais?
Observa-se que em muitos lugares as comemoraçõesa)	
festivas apresentam, entre outras práticas corporais,
as danças.
Algo semelhante acontece nos casamentos, formatu-b)	
ras e cerimônias dos povos indígenas.
Os fatores que influenciaram o surgimento das dançasc)	
vão desde o agradecimento por colheitas fartas, ritos
religiosos até as guerras.
Pode-se dizer que os sentimentos de um dado grupo sãod)	
expressos por meio dessas manifestações culturais.
As ginásticas, há muito vistas como recurso parae)	
preparação de soldados nos quartéis, são também
empregadas com finalidades estéticas.
Questão 6
Leia o poema para responder à questão.
A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Poema atribuído a Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: http://www.revista.
agulha.nom.br/drumm.html#aumausente. Acesso em 20 de março de 2009
Compare o poema lido com os de Affonso Romano
de Sant’Anna (Rocco, 1993) citados nas alternativas.
Qual deles mantém uma relação temática com
o poema de Drummond?
Amigos, não era isto o combinado./ Não era sermosa)	
alvos de bala,/ pasto de bactérias, vítimas de máqui-
nas/ e intempestivos suicídios./ Quem agora cuidará
dos meus enigmas?
b)	Enganam-se os que pensam que me deixam/ quando
se põem a morrer./ Só os deixarei quando quiser;/
quando extrair a relegada vida/ que em mim deixa-
ram sem saber.
Seeutiverquemorrerumdia,/quenãosejaàsportasdoc)	
verão./Depreferência,noinverno/émenorahumilhação.
Mas se eu for, quando me for,/ terei dado certosd)	
sinais precisos./ Sair de cena de modo abrupto/ seria
indelicadeza com os demais.
e)	 Já avisei: vou começar a morrer/ E não quero recla-
mações./ Vou começar a morrer, é claro,/ dentro das
minhas limitações.
Questão 7
O horóscopo, os classificados e as notícias, entre outros
gêneros, aparecem nos jornais diariamente. Apesar da es-
pecificidade de cada um, pode-se afirmar que se dirigem
a públicos diferentes, pois as notícias não costumama)	
interessar aos jovens, apenas aos leitores adultos.
a pequenos públicos, pois apenas uma pequena par-b)	
cela de leitores se interessa por classificados.
a públicos específicos, pois o horóscopo é destinadoc)	
exclusivamente às mulheres.
a públicos indeterminados, pois é impossível aosd)	
jornais pesquisar o perfil de seus assinantes e com-
pradores nas bancas.
a grandes públicos, pois, mesmo tratando de assun-e)	
tos mais gerais ou privados, podem interessar a uma
enorme quantidade de leitores.
9LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 9
Questão 8
Leia o texto.
Discurso perante os amigos, logo após receber o Nobel:
Chega-se mais facilmente a Marte...
Por JOSÉ SARAMAGO
Sexta feira, 11 de dezembro de 1998.
Neste meio século não parece que os Governos
tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que
moralmente estavam obrigados. As injustiças multi-
plicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância
cresce, a miséria alastra.
A mesma esquizofrênica humanidade capaz de
enviar instrumentos a um planeta para estudar a com-
posição das suas rochas assiste indiferente à morte de
milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente
a Marte do que ao nosso próprio semelhante.
Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a
cumpri-lo os Governos, porque não sabem, porque não po-
dem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem
aqueles que efetivamente governam o mundo, as empresas
multinacionais e pluricontinentais cujo poder, absoluta-
mente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda
restava do ideal da democracia. Mas também não estão
a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensemos
que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a
simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é
de esperar que os Governos façam nos próximos cinquenta
anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tome-
mos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma
veemência com que reivindicamos direitos, reivindique-
mos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo
possa tornar-se um pouco melhor.
Fonte: Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/1saramago6.html. Acesso em
22 de setembro de 2008 (com cortes)
Em“Chega-semaisfacilmenteaMartedoqueaonosso
própriosemelhante”,oenunciadoroptouporutilizara
formalinguísticadosujeitoindeterminadoemseudiscur-
so.Nocontextodotexto,esserecursofoiutilizadopara
demonstrar solidariedade e empatia com a plateia ea)	
expressar uma situação em que não é interessante
identificar os sujeitos da ação.
conferir maior peso ao seu ponto de vista e sugerir queb)	
ele e os demais ouvintes são também sujeitos da ação.
gerar uma proposição incontestável e excluir os ou-c)	
vintes da possibilidade de ser os sujeitos ou de estar
envolvidos com a ação.
ocultar a identidade dos sujeitos envolvidos e dard)	
ênfase à ação em si como se as responsabilidades
dos sujeitos fossem secundárias.
expressar uma situação simplesmente e demonstrare)	
que ele não fala em nome de si mesmo, e sim em
nome de um grupo que ele representa.
Questão 9
Analise a pintura para responder à questão.
Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893, óleo sobre tela (266X164 cm)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Am%C3%A9rico
Considerando a pintura, avalie as afirmativas.
I. No alto, a primeira parte do corpo de Tiradentes é sua
cabeça, esquartejada, bem aos pés da forca, sobre um teci-
do branco. O sangue escorre do pescoço. À direita tem-se
um crucifixo e uma corda com os nós afrouxados, sinali-
zando o ato do enforcamento, as correntes e algemas do
prisioneiro. Mais abaixo e à esquerda está um dos pés do
corpo, esquartejado.
II. À direita da pintura, a farda do alferes foi disposta sobre
o tronco, impedindo a visualização de suas vísceras e do
corpo, fragmentado pelo corte na altura da cintura, ocasio-
nado pelo esquartejamento.
III. Em Tiradentes Esquartejado, o tronco, pousado sobre o
cadafalso, foi fracionado em dois. Pedro Américo preferiu
representar o texto da sentença, que ordenava ser, após
o enforcamento, a cabeça cortada e o corpo dividido em
quatro partes.
IV. O sangue de Tiradentes aparece em grande quantidade,
em lugares estratégicos, manchando a pele, revelando-se,
por vezes, em enormes filetes, cuja função plástica é deli-
mitar a superfície do corpo.
É correto o que se afirma APENAS em
I e II.a)	
II e III.b)	
III.c)	
I e IV.d)	
IV.e)
10 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS10
Questão 10
Leia os textos para responder à questão.
Texto 1
O que eu não sei fazer desmancho em frases.
Eu fiz o nada aparecer.
(Represente que o homem é um poço escuro.
Aqui de cima não se vê nada.
Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver
o nada.)
Perder o nada é um empobrecimento.
Fonte: Barros, Manoel de. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1996, p. 63
Texto 2
Autopsicografia
                                    
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fonte: Pessoa, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, pág. 86
Os dois poemas apresentam as seguintes característi-
cas formais:
I. A rima como elemento essencial em sua construção.
II. O uso constante de repetições.
III. A frequência de comparações e metáforas.
IV. A métrica fixa.
Estão corretas APENAS as afirmações
I e II.a)	
II e III.b)	
III e IV.c)	
I, II e IV.d)	
I, III e IV.e)	
Questão 11
Leia os textos para responder à questão.
Texto 1
O que eu não sei fazer desmancho em frases.
Eu fiz o nada aparecer.
(Represente que o homem é um poço escuro.
Aqui de cima não se vê nada.
Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver
o nada.)
Perder o nada é um empobrecimento.
Fonte: Barros, Manoel de. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1996, p. 63
Texto 2
Oquepodesermatériadepoesia?Aoperpassarosolhos
poralgunsdostextosdeManoeldeBarros,oleitorpercebeque
apoesiaseconstróiefetivamentepeloinesperado,pelochoque
entresuacomumpercepçãoeasingularcriatividadedoautor.
Fonte: Costa, Bianca A. da. Manoel de Barros: os “despropósitos” da poesia. In: Soletras,
n.o 16. Rio de Janeiro: UERJ, pp. 40-48
Texto 3
Manoel de Barros estrategicamente antecipa, em seus
poemas, algumas das preocupações e expectativas próprias
do leitor contemporâneo, procurando estabelecer uma
atitude de diálogo. A sua obra manifesta a clara consciência
de que o poema lírico, de maneira geral, não é um texto
facilmente aceito pelo homem contemporâneo. (...) Daí
a urgente necessidade do poeta em adensar e burilar a
linguagem para poder expressar a sua experiência única,
rompendo a solidão em que a estéril razão da sociedade o
exila. Trata-se de uma escolha lúcida pela linguagem e pelo
estilo, como fundamentos do fazer poético.
Fonte: Landeira, José Luís. Manoel de Barros e o ilógico olhar poético que transcende a
razão. In: O Guardador de Rebanhos, n.o
4. Campo Grande: UCDB, 2001, pp. 68-73
A obra de Manoel de Barros traz, frequentemente,
imagens inusitadas. Comparando os textos críticos
(2 e 3) com o texto 1, de Manoel de Barros, pode-se con-
cluir que a valorização do nada presente no poema
é uma exceção ao processo criativo do poeta,a)	
usualmente mais centrado em temas como a paz
e a consciência.
fecha completamente a possibilidade de diálogo com ob)	
seu leitor ao centrar todo o discurso no eu, o poeta.
reforça o conceito de que qualquer coisa pode serc)	
objeto da poesia, desde que seja criativamente
trabalhada pela linguagem.
torna mais fácil a leitura, a compreensão ed)	
até a aceitação do poema como texto de fácil
interpretação pelo leitor.
pordiscutirarelaçãodohomemcomonada,excluiae)	
importânciadalinguagemnoprocessodecriaçãopoética.
10
11LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 11
A resposta da personagem no último quadrinho: “Aí
você volta daqui a uns quinze anos!” pode ser relacio-
nada à seguinte afirmação sobre o conceito de leitor:
Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucosa)	
livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que
nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre,
com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se
desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos
do que três desertos (Nelson Rodrigues).
Não é ofício de “o poeta” narrar o que aconteceu, éb)	
sim representar o que poderia acontecer, quer dizer:
o que é possível segundo a verossimilhança e a ne-
cessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o
poeta, por escreverem verso ou prosa (pois bem que
poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto,
e nem por isso deixariam de ser história, se fossem
em verso o que eram em prosa); diferem, sim, em
que diz umas coisas que sucederam, e outro as que
poderiam suceder (Aristóteles).
Literatura é a linguagem carregada de significado.c)	
Grande Literatura é simplesmente a linguagem car-
regada de significado até o máximo grau possível. A
literatura não existe no vácuo. Os escritores como
tais têm uma função social definida, exatamente
proporcional à sua competência como escritores.
Essa é a sua principal utilidade (Ezra Pound).
A originalidade e importância da revolução digitald)	
apoiam-se no fato de obrigar o leitor contemporâ-
neo a abandonar todas as heranças que o plasma-
ram, já que o mundo eletrônico não mais utiliza a
imprensa, ignorar o “livro unitário” está alheio à
materialidade do códex. (...) Daí a razão do desas-
sossego dos leitores, que devem transformar seus
hábitos e percepções, e a dificuldade para entender
uma mutação que lança um profundo desafio a
todas as categorias que costumamos manejar para
descrever o mundo dos livros e a cultura escrita
(Roger Chartier).
O texto não é um estoque inerte que basta seg-e)	
mentar para dele extrair uma interpretação, mas
inscreve-se em uma cena enunciativa cujos lugares
de produção e de interpretação estão atravessados
por antecipações, reconstruções de suas respectivas
imagens, imagens estas impostas pelos limites da
formação discursiva (Dominique Maingueneau).
Questão 12
Fonte: Disponível em: http://www.releituras.com/ratodesebo05.asp. Acesso em 20 de março de 2009
Leia o texto a seguir, encontrado na embalagem de
uma determinada marca comercial de aveia.
Você sabia?
A aveia é um cereal puro, natural e pouco processado,
ou seja, vai do campo até a sua casa passando por poucas
etapas de processamento que garantem a qualidade e
integridade do grão.
Além disso, a aveia é considerada um dos grãos mais com-
pletos da natureza, pois é rica em fibras e proteínas, além de
ser uma importante fonte de vitaminas e carboidratos.
Seu consumo ajuda na redução do colesterol e no fun-
cionamento intestinal. Comer aveia faz você se sentir bem
e seu organismo funcionar melhor!
Fonte: PEPSICO DO BRASIL. Porto Alegre: Pepsico do Brasil, 2009
Após a leitura desse texto, pode-se constatar que sua
finalidade é
responder a uma pergunta feita pelos consumidoresa)	
de aveia.
apresentar as características da produção comercialb)	
de aveia.
ressaltar a qualidade do produto e seus benefíciosc)	
para a saúde.
advertir sobre os riscos de consumir o produto emd)	
excesso.
explicar que comer aveia é obrigatório para o fun-e)	
cionamento do organismo.
Questão 13
12 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Texto para as questões 14 e 15:
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos be-
zerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça
e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados
de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais,
não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha
de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns
meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem
é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas
as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por
preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava,
numa aflição, tentando espichar os recursos minguados,
engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro,
não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser
expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia
conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo.
Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchado.
De repente, estourava:
- Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode
viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os
bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha,
estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
ninharia.
Fonte: Ramos, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2002, p. 92.
Questão 14
Vidas Secas é um dos melhores exemplos da litera-
tura brasileira do uso do discurso indireto livre. Por
meio dele, o narrador funde a sua voz (em terceira
pessoa) com a da personagem sem deixar marcas do
texto de quando está fazendo uso de uma ou de outra
voz. Desse modo, pode não apenas reproduzir indi-
retamente falas da personagens, mas também o que
pensam. O uso do discurso indireto, nessa obra de
Graciliano Ramos
revela as intenções surrealistas do autor, que, con-a)	
fundindo o leitor e conduzindo-o a um mundo em
que o sonho e a magia constroem a realidade, conse-
gue alcançar o domínio do inconsciente humano.
desconstrói a dimensão humana de Fabiano, reve-b)	
lando um caráter frio e calculista, mais interessado
em economizar e fazer fortuna, para poder “levan-
tar a cabeça”, do que no bem-estar da família, que
tentava sempre, com muito sofrimento, “espichar os
recursos minguados”.
reforça a visão romântica de mundo rural, em quec)	
o sertanejo é visto como um herói brasileiro cujas
características pertencem mais a uma idealização
do ideal europeu do que à dura realidade do sertão.
Assim, o leitor se aproxima mais dos ideais da obra.
atrai o leitor para a obra, ao destacar a inteligênciad)	
de Fabiano, que, embora calado, se revela conhe-
cedor da realidade em que vive e passa a procurar
maneiras de vencer os problemas.
torna o sofrimento de Fabiano mais intenso, reve-e)	
lando a distância entre o desejo de levantar a cabeça
e a consciência de que “quem é do chão não se
trepa”. Desse modo, o leitor se convence mais facil-
mente do intenso sofrimento da personagem.
Questão 15
Identifique o poema que, mantendo o mesmo tema
do texto anterior transcrito, manifesta uma atitude
claramente contrária àquela vivida por Fabiano:
Que o pão encontre na bocaa)	
O abraço de uma canção
inventada no trabalho
Não a fome fatigada 
de um suor que corre em vão. 

Que o pão do dia não chegue
sabendo a resto de luta
e a troféu de humilhação
Que o pão seja como flor
festivamente colhida
por quem deu ajuda ao chão
(Thiago de Mello)
13LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Os bois nascidos na huílab)	
são altos, magros
navegáveis
de cedo lhes nascem
cornos
leite
cobertura

Os cornos são voltantes
indicam o sul
as patas lavram o solo
deixando espaço para
a semente
a palavra
a solidão.
(Ana Paula Tavares)
Eu caminhei na noitec)	
Entre silêncio e frio
Só uma estrela secreta me guiava.

Grandes perigos na noite me apareceram
Da minha estrela julguei que eu a julgara
Verdadeira sendo ela só reflexo
De uma cidade a neon enfeitada
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Terra moça. Mata virgem.d)	
Reserva florestal.
O homem investe a selva.
Foice, machado, fogo.
Estrondo das figueiras centenárias.
Clamor dos troncos decepados.
Galhada que se verga e quebra
Ressoando na acústica vegetal.
E o grito triunfal dos machadeiros!...
(Cora Coralina)
Ouro terra amor e rosas e)	
Eu quero tudo de lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para São Paulo 
Sem que veja a Rua 15 
E o progresso de São Paulo 
(Oswald de Andrade)
Questão 16
Leia o texto para responder à questão.
Pediatras param de atender após não receberem
marmitas
1/5/2009 – 18h54 (Guido Nunes – Redação Gazeta Rádios e Internet)
Foto: Guido Nunes
Mães reclamaram do protesto dos pediatras do PA In-
fantil de Cariacica. As crianças ficaram sem atendimento
nesta sexta-feira
Quem procurou atendimento nesta sexta-feira (1º) no
Pronto Atendimento (PA) Infantil de Cariacica, em Alto
Lage, foi surpreendido por uma paralisação temporá-
ria dos médicos pediatras e dos enfermeiros da unidade
nesta sexta-feira (1º). Somente os casos de urgência e
emergência recebiam atendimento. O motivo do protesto
foi porque não houve a entrega da alimentação para os
funcionários do turno da manhã.
A babá Marlene Teixeira, 38 anos, levou a filha de oito
anos ao PA Infantil para receber atendimento com sinto-
mas de infecção no ouvido. Ao ser informada de que não
poderia ser atendida em razão do protesto dos pediatras,
não se conformou. “As crianças não têm culpa dos pro-
blemas deles. Muitas pessoas vêm de longe para medicar
seus filhos e, quando chegam aqui, está essa porcaria. As
crianças vão ser prejudicadas, pois elas estão sem alimen-
to? Não pode”, disse revoltada.
Fonte:GazetadoEspíritoSanto.Disponívelem:http://gazetaonline.globo.com/_
conteudo/2009/05/82867-pediatras+param+de+atender+apos+nao+receberem+marmitas.
html.Acesso em 2 de maio de 2009 (com adaptações)
Ao ler o título da notícia e observar a foto que a
acompanha, o leitor pode
inferir que a imagem completa a informação, pois asa)	
mulheres que aparecem na foto devem fazer parte
do grupo das não atendidas pelos pediatras.
imaginar que os pediatras devem voltar a atender asb)	
mães em breve, pois a imagem sugere que a fila está
começando a diminuir.
interpretaraatitudedasmãesnafotocomoumaformadec)	
apoioaosmédicos,bemcomojáestásugeridonotítulo.
saber que o incidente acontece entre as mães e osd)	
médicos do Espírito Santo, devido à falta de entrega
das marmitas.
relacionar a imagem e o texto da notícia, pois a fotoe)	
dá destaque à babá Marlene Teixeira.
14 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 17
As tabelas abaixo sintetizam os resultados de uma
pesquisa com relação à prática da atividade física por
estudantes brasileiros das Instituições Federais de
Ensino Superior, em 1997.
Tabela 1 – Tipo de atividade física preferencial
ATIVIDADE FÍSICA (%)
CAMINHADA 25,52
CICLISMO / PATINAÇÃO 5,80
CORRIDA / NATAÇÃO 11,01
GINÁSTICA / MUSCULAÇÃO / LUTA 17,02
PARTIDA INDIVIDUAL 1,61
PARTIDA EM EQUIPE 25,01
NENHUMA 14,04
TOTAL 100%
TOTAL DE ALUNOS 317.595
Tabela 2 – Forma de encarar a atividade física
ATIVIDADE (%)
LAZER 55,44
MANTER A FORMA 41,57
COMPETIÇÃO 2,99
TOTAL 100%
TOTAL DE ALUNOS 283.699
Fonte: FONAPRACE. Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das
Instituições Federais de Ensino Superior: Relatório Final da Pesquisa. Brasília, 1998.
Tabelas adaptadas
Com base nas informações disponíveis, pode-se infe-
rir que
a melhoria da saúde é a principal razão que leva osa)	
universitários à prática de atividades físicas.
os universitários não dispõem de recursos econômi-b)	
cos para a prática de atividades físicas.
a busca da eficiência nos movimentos fomenta umc)	
interesse maior dos universitários pelas atividades
físicas.
em razão da necessidade e possibilidade, os uni-d)	
versitários praticam muitos esportes de forma
competitiva.
os universitários adotam os esportes competitivose)	
também como forma de lazer.
Questão 18
Leia o texto para responder à questão.
Dor de dentista
Dor de dente dá problema, e não é só o paciente que
sofre. O medo da cadeira, o barulhinho insuportável do
motor, a boca aberta durante horas são alguns dos incô-
modos que os pacientes costumam abominar. Só que o que
muita gente não sabe é que as longas sessões no consul-
tório odontológico causam muitas dores de cabeça, dores
lombares, dores de coluna para os próprios dentistas. O
incômodo de ficar de boca aberta, anestesiado, por vezes
sequer se aproxima das consequências que o cirurgião-
dentista tem que enfrentar por permanecer na mesma
posição, durante a rotina diária. 
Dados de um estudo feito em São Paulo, em 2002,
demonstram que 60% dos cirurgiões-dentistas admitiram
sentir dores após o trabalho e 15,5% confirmaram ter ad-
quirido o problema durante o exercício profissional. 
Tendinites ou tenossinovites de punho são as doenças
mais comuns, por causa dos movimentos repetitivos. Os
dedos indicador e polegar, em seus movimentos de pinça,
sofrem intenso desgaste nos tendões, que podem levar a
inflamações e edemas.
Fonte: COUTINHO, P. Dor de dentista. Jornal da Imprensa. Goiânia. Disponível em: www.
jornaldaimprensa.com. Acesso em 3 de maio de 2009
Com base em seus conhecimentos com relação à
prática da atividade física, o agravamento do quadro
citado no texto pode ser minimizado caso os cirur
giões-dentistas
mantenham a rotina profissional, mas procurema)	
realizar os movimentos de forma mais lenta.
intercalem na rotina algumas atividades que esti-b)	
mulem a descontração muscular, principalmente
naquelas regiões envolvidas na tarefa.
realizem as tarefas profissionais buscando outrasc)	
posições corporais.
insiram atividades de fortalecimento muscular nad)	
rotina diária, principalmente nas partes do corpo
afetadas.
iniciem um programa de atividades físicas, visandoe)	
à melhoria do condicionamento geral.
15LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 19
Leia os textos para responder à questão.
Texto I
PARATUDO!(ASSIM,SEMACENTO)
PÁRA TUDO, tivemos uma idéia ótima. Quer dizer...
Para tudo, tivemos uma ideia ótima. Estranho, não? Mas é
assim, queridos! É lei. Ano que vem teremos que começar a
escrever aqui neste espaço que temos ideias ótimas (assim,
sem acento). E não, a modéstia a gente não vai perder.
Também não deixaremos de ser meio afetadas e continua-
remos a gritar: PARA TUDO! Mas olha como é ruim gritar
isso sem acento! O acento confere drama, pressa, desespero.
E não, não deixaremos de ser desesperadas nem dramáticas
até o ano que vem.
Masteremosqueescreverdessejeito,porqueéoque
mandaareformaortográficaquecomeçaafuncionarnoano
quevem.Alémdeperdernossodrama,teremosqueestudar
português.Sim,somosescritoras,mastambémautodidatas
(atenção,nãoterámaishífen!).Porisso,jáesquecemostotal-
menteoqueéumditongoparoxítono.Averdadeéquenão
lembramosmaisnemoqueéditongo.Enemoqueéuma
palavraparoxítona.Nessemomento,assumimos,temosuma
certainvejadevocêsqueaindaestãonaescola.Sabemosque,
comumpoucodeesforço,vamoslembrar.
Fonte:HALLACK,Jô;LEMOS,Nina;AFFONSO,Raq.ParaTudo!(AssimsemAcento).Folhade
S.Paulo.2008.Disponívelem:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm0610200807.
htm.Acessoem6deoutubrode2008(comadaptações)
Texto II
Bases doAcordoOrtográfico
•BaseVIII– Da acentuação gráfica das palavras oxítonas:
Regula-se o uso do acento agudo e do acento circunflexo,
bem como os casos em que se prescinde de acento gráfico
para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas hete-
rofônicas, e as exceções. Definem-se, também, os casos de
dupla acentuação, atendendo às diferenças de pronúncia
entre o português europeu e o português brasileiro, já que o
sistema de acentuação gráfica do português não se limita,
em geral, a assinalar apenas a tonicidade das vogais sobre
as quais recaem os acentos gráficos, mas distingue também
o timbre destas.
•BaseIX– Da acentuação gráfica das palavras paroxíto-
nas: Definem-se as palavras que recebem acento agudo e
circunflexo; bem como as que não são acentuadas grafica-
mente. Também aqui se preveem algumas facultatividades
e casos de dupla acentuação.
•BaseX– Da acentuação das vogais tônicas grafadas i e u
das palavras oxítonas e paroxítonas: Abordam-se os casos
em que levam acentuação gráfica as vogais tônicas grafa-
das i e u das palavras oxítonas e paroxítonas e os casos em
que ela não se aplica.
•BaseXI– Da acentuação gráfica das palavras
proparoxítonas: Definem-se os casos em que nas palavras
proparoxítonas, reais ou aparentes, se aplica o acento agu-
do; os casos em que se aplica o acento circunflexo; e os casos
em que tanto podem levar acento agudo como acento cir-
cunflexo, dependendo do timbre, respetivamente, aberto ou
fechado nas pronúncias cultas da língua das vogais tônicas
e ou o em final de sílaba, quando seguidas de consoantes
nasais grafadas com m ou n.
•Base XII– Do emprego do acento grave: Aborda os casos
em que o acento grave deve ser utilizado.
Fonte:Disponívelem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990.
Acessoem13demarçode2009(comadaptações)
A supressão do acento na palavra ideia, citada no texto I,
pode ser relacionada, no texto II, aos princípios enuncia-
dos na Base
VIII.a)	
IX.b)	
X.c)	
XI.d)	
XII.e)	
Questão20
Leia o texto para responder à questão.
Foi durante uma das maiores secas nos EUA, na década
de 1970, que o skate consolidou seu espaço entre a moçada que
gosta de manobras arriscadas – e acabou por se transformar
num dos esportes radicais mais cultuados do planeta. No prin-
cípio, era o scooter, nome em inglês para aqueles patinetes de
madeira com um guidão para se equilibrar. Sem esse “leme”,
garotos americanos já andavam pelas ruas sobre a pequena
prancha com rodinhas nos anos 20 e 30! Em 1934, até os Três
Patetas apareceram na TV fazendo palhaçadas tentando não
cair. E assim foi por muito tempo.
No início dos anos 60, justamente o apelo do perigo fez
o skate virar mania. Em 1963, o surfista americano Larry
Stevenson, dono da revista Surf Guide, começou a promover o
estranho esporte que imitava, nas ruas, os movimentos feitos
sobre as ondas. Com reportagens e fotos, ele passou a divulgar
as peripécias dos skatistas. Na época, adolescentes praticavam
o free-style (todo tipo de acrobacia sobre rodinhas), o street
(descer ladeiras em velocidade) e o slalom (ziguezagues em
volta de cones espalhados no asfalto).
Fonte: LOPES, M.A. Os reis do asfalto. Revista Superinteressante, Edição nº 219,
novembro de 2005. Com cortes.
A partir da leitura do texto, seria possível concluir que
a produção e a reprodução das práticas corporais sãoa)	
regulamentadas institucionalmente.
as práticas corporais são produzidas e reproduzidas ab)	
partir das dificuldades e obstáculos que se apresentam
aos praticantes.
os praticantes precisam de recursos econômicos parac)	
produzir e reproduzir as práticas corporais.
o contexto histórico-social dos praticantes é deter-d)	
minante na produção e reprodução de uma prática
corporal.
as práticas corporais são produzidas pelos seus prati-e)	
cantes sem nenhuma influência de outros grupos.
16 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 21
Leia o texto.
Extrato ou estrato?
Por Thaís Nicoleti
“Os policiais vêm dos estratos baixos, vão para a rua
ganhando pouco numa estrutura militarizada sem direito
a sindicalização. São alvos ambulantes.”
A passagem selecionada para o comentário de hoje ilustra
um caso de confusão entre duas palavras muito parecidas, de
pronúncia idêntica. “Extrato”, com X, e “estrato”, com S, são
termos homônimos (heterógrafos, pois se distinguem quanto à
grafia, mas homófonos, porque têm a mesma pronúncia).
Acompanham a distinção gráfica significados igualmente
díspares: “extrato” é o particípio irregular do verbo “extrair”;
refere-se, portanto, àquilo que foi extraído (o extrato bancário
ou o extrato de tomate, por exemplo). Informalmente se cha-
mam as essências ou perfumes concentrados de “extratos”.
Já a forma “estrato”, com S, é um sinônimo de camada
(a palavra é da mesma família de “estratosfera”). Em socio-
logia, o termo é usado para designar uma faixa (ou camada)
de uma população quanto ao nível de renda, à posição social,
à educação etc. Foi exatamente nesse sentido que o redator
empregou a palavra.
Fonte: Disponível em: http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/ult2781u808.jhtm
Acesso em 20 de setembro de2008
Considerando as informações indicadas no texto,
assinale a frase em que a grafia de estrato/extrato está
inadequada ao contexto em que se insere o vocábulo.
Na geologia, os estratos geológicos, camadas de ro-a)	
chas, leitos, níveis estratigráficos ou estratos rochosos
compõem conjuntos diferenciados de rochas sedi-
mentares com características físicas e com registros
fósseis distintos de outras camadas que as podem
preceder ou suceder.
Definir uma classificação de extratos, apesar de serb)	
um trabalho delicado, é, em geral, inevitável para
grande parte dos cientistas sociais que lidam com
temas como classes, mobilidade social, trajetórias
ocupacionais, estrutura de emprego etc.
Um extrato herbal é uma solução líquida de ervasc)	
e álcool. As ervas desidratadas ou frescas são com-
binadas com álcool e em seguida a matéria sólida é
removida, deixando somente os óleos vegetais mistu-
rados ao álcool. Esse processo é denominado extração
líquido-líquido, daí o nome, extrato herbal.
Aqui, aposentados e pensionistas, além de se informard)	
sobre as novidades da Previdência, podem atualizar
endereço, informar-se sobre concessão de benefícios
ou revisão de valores e até conferir as decisões das
câmaras e juntas de recursos. Entre os inúmeros
serviços, aposentados que necessitam obter cópia da
carta de concessão de aposentadoria também têm
aqui a facilidade de solicitar extratos.
Não é possível tirar a segunda via do extrato dee)	
imposto de renda pela internet, somente nas agências.
O que você pode fazer é consultar como anda sua
declaração pelo site (se está paga a restituição ou se
está na malha fina).
Questão 22
Leia os textos para responder à questão.
Texto 1
Se em São Paulo a vida dos fumantes está ficando mais
difícil, com proibições ao cigarro em bares e empresas, em
outros países os obesos também sofrem patrulhamento.
Os quilos a mais já custam mais caro em várias com-
panhias aéreas internacionais (algumas com voos no Bra-
sil), nas quais passageiros muito acima do peso podem ter
de pagar por duas poltronas em voos cheios. No Estado
do Alabama (EUA), o governo cobrará, a partir de 2011, 
US$ 25 por mês de obesos que não se cuidarem. Na Ingla-
terra, um condado motivou protestos ao passar a cobrar,
neste ano, 50% a mais para enterrar corpos ‘maiores’.
Fonte: BERGAMASCO, D. Depois dos fumantes, obesos são alvo de patrulhamento. Folha
de S.Paulo, Caderno Cotidiano, 27/4/2009
Texto 2
Uma multiplicidade de sinais, códigos e atitudes
produz referências que fazem sentido no interior da
cultura e que definem (pelo menos momentaneamente)
quem é o sujeito. A marcação pode ser simbólica ou física,
pode ser indicada por uma aliança de ouro, por um véu,
pela colocação de um piercing,  por uma tatuagem, por
uma musculação ‘trabalhada’, pela implantação de uma
prótese... O que importa é que ela terá, além de efeitos
simbólicos, expressão social e material. Ela poderá per-
mitir que o sujeito seja reconhecido como pertencendo a
determinada identidade; que seja incluído em ou excluído
de determinados espaços; que seja acolhido ou recusado
por um grupo; que possa (ou não) usufruir de direitos; que
possa (ou não) realizar determinadas funções ou ocupar
determinados postos; que tenha deveres ou privilégios;
que seja, em síntese, aprovado, tolerado ou rejeitado.
Fonte: LOURO, G. L. Marcas do corpo, marcas de poder. In: Um Corpo Estranho. Belo
Horizonte: Autêntica, 2004. pp. 83-84
Tomandocomobaseasideiasapresentadasnotexto2,se-
riacorretoafirmarqueasmedidasdenunciadasnotexto1
constituem-se em incentivos eficazes à mudança dea)	
hábitos alimentares.
são medidas necessárias às instituições que prestamb)	
esses serviços, dada a necessidade de garantir sua
sobrevivência financeira.
podem ser vistas como práticas antidemocráticas,c)	
pois tendem a restringir os espaços sociais em razão
das dimensões corporais dos indivíduos.
respeitam a diversidade das configurações corporaisd)	
existentes, por isso instituíram cobranças distintas.
tenderão a beneficiar a maioria das pessoas, por issoe)	
são justas e democráticas.
17LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 17
Texto 1
Fonte: Disponível em: http://
portal.saude.gov.br/portal/
saude/area.cfm?id_area=137
pagina=dspDetalheCampanhac
o_seq_campanha=3009. Acesso
em 1 de maio de 2009
os temas básicos dos dois textos são parecidos. Assim,a)	
temos os idosos felizes em poder dizer “adeus” à gripe e
as crianças contentes por poder compartilhar seus dons
musicais com o Anjinho.
os elementos visuais e sonoros sugerem informaçõesb)	
compreendidas com o auxílio da linguagem verbal.
Assim, a “mão” da propaganda refere-se aos idosos
vacinados e o ruído ouvido pela Mônica e seus amigos é
produzido pelo Anjinho.
a tristeza é um tema presente nos dois textos. Assim,c)	
os idosos despedem-se da gripe no primeiro texto e as
crianças ficam tristes por despedir-se do Anjinho no
segundo texto.
elementos sonoros aparecem apenas no primeiro texto.d)	
Assim, o movimento da mão do idoso é uma forma de
representação sonora; já as notas musicais não repre-
sentam sons em forma de desenho.
os elementos verbais e visuais não se complementame)	
nos dois textos. Assim, a “mão” da propaganda não tem
nenhuma relação com o idoso; o mesmo ocorre com as
expressões da Mônica e de seus amigos e os ruídos que
ouvem do céu.
Texto 2
Fonte: Disponível em: http://www.monica.com.br/comics/tabloide/tab050.htm. Acesso em 1 de maio de 2009
Questão 23
Sobre os diferentes recursos das linguagens utilizados na propaganda da campanha de vacinação dos idosos e no
quadrinho da turma da Mônica, pode-se dizer que
Leia os textos para responder à questão.
18 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 24
Leia o texto para responder à questão.
Construção
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Fonte:Disponívelem:www.chicobuarque.com.br.Acessoem1demaiode2009(comcortes)
Na letra da música, o compositor Chico Buarque des-
creve o dia de morte de um trabalhador da construção
civil. De uma estrofe para outra, há a repetição da oração
“como se fosse” em quase todos os versos. Qual o efeito
produzido no texto pelo uso desse recurso linguístico?
Apresenta os fatos da mesma maneira, de uma es-a)	
trofe para outra, não introduzindo troca de palavras
ou mudança de sentido.
Destaca a revolta do operário nas duas estrofes, tan-b)	
to em sua vida pessoal como profissional, pois suas
ações continuam inalteradas.
Introduz um caráter hipotético e singular à vida doc)	
operário, marcada no texto por uma sequência de
ações comuns, que termina de forma trágica.
Realça os problemas afetivos e profissionais do ope-d)	
rário, que tenta, de uma estrofe para outra, fazer algo
diferente.
Restringe a ação do operário sob o ponto de vistae)	
político, marcado por suas atitudes em cada estrofe.
Questão 25
Observe as esculturas para responder à questão.
FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4
FIGURA 1 – Laoconte, escultura em mármore do séc. I a.C., Museu do Vaticano, Roma
FIGURA 2 – Polykleitos, de Doryphoro, 440-450 a.C., Museu Nacional de Nápoles, Itália
FIGURA 3 – Estátua de Kafre Sentado, proveniente de Gizé, datada do período de 2600
a.C., Museu Egípcio, Cairo
FIGURA 4 – Ídolo cicládico, escultura em mármore, Syros, 2500-2000 a.C.
A representação da figura humana na escultura egíp-
cia, grega e romana evoluiu gradativamente, o que
pode ser observado pela maneira como as escultu-
ras, inicialmente estáticas e eretas, com os membros
colados ao corpo, foram pouco a pouco apresentando
os membros superiores e inferiores deslocados do
tronco, adquirindo movimentos, rotação no torso,
definindo os músculos. Os artistas, conhecendo a ana-
tomia cada vez mais, passaram a representar o corpo
com maior sofisticação, até alcançarem pleno conhe-
cimento da realidade anatômica e do movimento do
ser humano.
Assinale a alternativa que apresenta as figuras em
uma ordem da menos sofisticada à mais sofisticada
em relação à apresentação humana (anatomia, mus-
culatura e elementos vazados).
Figuras 2, 3, 4 e 1.a)	
Figuras 4, 3, 2 e 1.b)	
Figuras 4, 2, 1 e 3.c)	
Figuras 1, 2, 4, e 3.d)	
Figuras 2, 3, 1 e 4.e)
19LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 26
Leia os textos para responder à questão.
Texto 1
Neymarchoraporlesão,masSantosdizquenãoégrave
Atacante sofre pisão no pé e sai carregado por massagis-
ta; médico afirma que unha encravada incrementou a dor
e que ele deve jogar contra o Corinthians 
Além da difícil missão de vencer o Corinthians por três
gols de diferença, no Pacaembu, para conquistar seu 18º
título paulista, o Santos pode ter mais um problema para
a decisão estadual de domingo.
Faltando quatro dias para a final do Estadual, o atacante
Neymar, 17, saiu machucado do treino coletivo de ontem.
Durante a atividade no CT Rei Pelé, Neymar fez um
lançamento para Madson e, logo depois, sofreu um pisão
no pé esquerdo de Pará. Deixou o gramado carregado pelo
massagista Gustavo Calixto.
Chorando, o atacante santista recebeu atendimento na
lateral do campo e saiu do local de pé, amparado pelo
fisioterapeuta Avelino Buongermino.
Apesar da expressão de dor de Neymar após o pisão, o
médico Carlos Braga declarou que a contusão não é grave.
Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1 de maio de 2009 (com cortes)
Texto 2
Neymar treina no Santos e é confirmado na decisão
‘O pisão não foi no dedo machucado. Tomamos um susto
porque ele saiu chorando’, diz o técnico
SANTOS – O atacante Neymar participou normalmente
do treino técnico do Santos, nesta sexta-feira, e está esca-
lado para enfrentar o Corinthians, domingo às 16 horas,
no Pacaembu, na finalíssima do Campeonato Paulista.
Apesar do grande susto que deu no coletivo da véspera,
não houve nada de grave com o atacante.
Ele dividiu a bola com Pará e sofreu um pisão no pé es-
querdo, caiu no campo e saiu carregado pelo massagista
Gustavo Calixto, chorando muito. “Não foi nada”, mini-
mizou o técnico Vágner Mancini na entrevista coletiva
desta tarde. “O pisão não foi no dedo machucado. Ele foi
atingido apenas na unha de outro dedo e tomamos um
susto porque ele caiu chorando”, acrescentou.
O treinador aproveitou para negar que tenha armado
uma contusão para Neymar, como estratégia para confun-
dir o técnico Mano Menezes. “Ao contrário do que alguém
publicou, realmente Neymar deu um susto e não foi nada
arrumado. Já fiz isso em outro clube, mas agora não tem
nada disso.”
Fonte: O Estado de S. Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1 de maio de 2009 (com
cortes)
Comparando as informações das duas notícias sobre o
ocorrido com o jogador Neymar, pode-se afirmar que
é dado enfoque totalmente diferente ao fato, poisa)	
o primeiro texto reforça a dor e estimula a dúvida
sobre a participação de Neymar na decisão; já o se-
gundo dá menos importância à contusão e confirma
o jogador na final.
são apresentadas as mesmas informações, poisb)	
ambos os textos afirmam que a contusão foi uma
estratégia do técnico santista para confundir Mano
Menezes, técnico do adversário.
o enfoque dado ao fato é o mesmo, pois, apesar dec)	
as duas notícias darem detalhes diferentes sobre o
incidente, ambas confirmam a presença do atacante
na final do campeonato.
estimula-se a dúvida sobre a presença do jogador nad)	
decisão do campeonato, o que pode despertar nos lei-
tores maior curiosidade em ler as próximas notícias
para saber se Neymar participará ou não do jogo.
valoriza-se a postura do jogador, que, mesmo com ae)	
contusão, participou normalmente dos treinos, contra-
riando as expectativas médicas sobre a evolução de seu
caso.
Questão 27
INCOMPATIBILIDADE
Oswaldo Montenegro
E a intelectualidade
Pode dançar sem receio
Descanso é pra alimentar
E trabalhar sem anseio
Eu tô olhando pra ponta
Mas não esqueço do meio
Quem acha o corpo uma ofensa
Falo sem demagogia
Pode dançar essa noite
E amanhã pensar quem diria
Quem não entendeu eu lamento
Quero que entenda algum dia aaahhhhhh
E bate louco bate criminosamente...
Fonte: Disponível em: http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/47881/.
Acesso em 5 de maio de 2009
Quais versos do poema expressam explicitamente a
ideia de que a dança pode ser relacionada com o bem-
estar da mente?
E a intelectualidade / Pode dançar sem receio.a)	
Descanso é para alimentar / E trabalhar sem anseio.b)	
Eu tô olhando pra ponta / Mas não esqueço do meio.c)	
Quem acha o corpo uma ofensa / Falo sem demagogia.d)	
Quem não entendeu eu lamento / Quero que enten-e)	
da algum dia.
20 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 28
Leia o texto para responder à questão.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no
horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os ca-
belos mais negros que a asa da graúna e mais longos que
seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem
corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e
nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que ves-
tia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da
floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais
fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia sil-
vestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondi-
dos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. (...)
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Er-
gue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista
perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerrei-
ro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da
floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o
mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas
armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Fonte: Alencar, José de, Iracema. São Paulo: Moderna, 2000. P. 24 (com cortes)
Ao relacionar o texto lido às características e ao pen-
samento próprios do movimento literário Romantis-
mo, pode-se afirmar:
I. Revela preocupações próprias do Romantismo ao
descrever a índia Iracema e a natureza brasileira como
dotadas de uma beleza superior.
II. Narra o primeiro encontro entre a musa tupiniquim e o
seu príncipe português.
III. O encontro entre Iracema e Martim, o guerreiro por-
tuguês, serve para explicar metaforicamente a origem do
povo brasileiro: misto entre índios e brancos.
IV. Excluí o elemento africano do processo de formação
da identidade brasileira, o que revela implicitamente certo
preconceito étnico comum no século XIX.
Estão corretas
apenas II e III.a)	
apenas I, II e III.b)	
apenas I, III e IV.c)	
apenas II, III e IV.d)	
todas.e)	
Questão 29
Leia com atenção o fragmento abaixo.
Busca pelos equivalentes do aqui-e-agora
O que o terapeuta deve fazer quando um paciente
levanta uma questão envolvendo uma interação infeliz
com outra pessoa? Geralmente, os terapeutas exploram
a situação profundamente e tentam ajudar o paciente
a entender seu papel no processo, explorar as opções de
comportamentos alternativos, investigar a motivação
consciente, adivinhar as motivações da outra pessoa
e buscar padrões – isto é, situações semelhantes que o
paciente tenha criado no passado. Essa estratégia consa-
grada pelo tempo tem limitações: não somente o trabalho
tende a ser racionalizado, mas é muito frequente que se
baseie em dados imprecisos fornecidos pelo paciente.
O aqui-e-agora oferece uma maneira muito melhor de
trabalhar. A estratégia geral é descobrir um equivalente
do aqui-e-agora da interação disfuncional. Uma vez que
isso for feito, o trabalho se tornará bem mais preciso e
imediato.
Fonte: YALOM, Irvin D. Busca pelos equivalentes do aqui-e-agora. In: Os Desafios da
Terapia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (fragmento)
Considerando o fragmento, é possível inferir que o
enunciador defende a seguinte tese:
O terapeuta não deve discutir com o paciente asa)	
dificuldades de interação relatadas por este.
O paciente, para resolver seus problemas de rela-b)	
cionamentos interpessoais, deve investigar, com o
auxílio do terapeuta, as motivações das pessoas e
procurar entendê-las.
O paciente deve explorar ao máximo suas dificulda-c)	
des de relacionamento nas sessões de psicoterapia.
O terapeuta, para tornar seu trabalho mais eficien-d)	
te, deve buscar um sucedâneo do aqui-e-agora da
situação interpessoal problemática relatada pelo
paciente.
O aqui-e-agora do paciente fornece dados impreci-e)	
sos ao terapeuta.
21LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 30
Machado de Assis é famoso por trazer para seus
textos outros textos. Abaixo estão transcritas partes
do conto A Chave. Em qual das partes transcritas o
narrador faz uma referência explícita a uma imagem
poética da obra clássica Odisseia, de Homero?
a)	Não sei se lhes diga simplesmente que era de madru-
gada, ou se comece num tom mais poético: a aurora,
com seus róseos dedos... A maneira simples é o que
melhor me conviria a mim, ao leitor, aos banhistas
que estão agora na Praia do Flamengo – agora, isto é,
no dia 7 de outubro de 1861, que é quando tem princí-
pio este caso que lhes vou contar.
Imaginem os leitores um sujeito gordo, não muitob)	
gordo – calvo, de óculos, tranquilo, tardo, meditati-
vo. Tem sessenta anos: nasceu com o século. Traja
asseadamente um vestuário da manhã; vê-se que é
abastado ou exerce algum alto emprego na adminis-
tração. Saúde de ferro. Disse já que era calvo; equivale
a dizer que não usava cabeleira. Incidente sem valor,
observará a leitora, que tem pressa.
Calvo é o espírito. O Major Caldas cultivou as letras,c)	
desde 1821 até 1840 com um ardor verdadeiramente
deplorável. Era poeta; compunha versos com presteza,
retumbantes, cheios de adjetivos, cada qual mais calvo
do que ele tinha de ficar em 1861. A primeira poesia foi
dedicada a não sei que outro poeta, e continha em gérmen
todas as odes e glosas que ele havia de produzir.
O major ficou sentado a ver a filha, com o Jornal do Co-d)	
mércio aberto sobre os joelhos; tinha já luz bastante para
ler as notícias; mas não o fazia nunca antes de voltar a
filha do banho. Isto por duas razões. Era a primeira a
própria afeição de pai; apesar da confiança na destreza
da filha, receava algum desastre. Era a segunda o gosto
que lhe dava contemplar a graça e a habilidade com
que Marcelina mergulhava, bracejava ou simplesmente
boiava “como uma náiade”, acrescentava ele se falava
disso a algum amigo.
Marcelina era destemida; galgou a linha em que see)	
dava a arrebentação, e surdiu fora muito natural-
mente. O moleque, aliás bom nadador, não rematou a
façanha com igual placidez; mas galgou também e foi
surgir ao lado da sinhá-moça.
Questão 31
Leia a notícia a seguir.
Viagem ao fundo do mar
Visitamos um dos cinco submarinos brasileiros antes da
partida para a maior expedição já feita por uma de nossas
embarcações do gênero 

Por Karla Monteiro
A capacidade de defesa de um país pode ser medida
pela quantidade de submarinos que ele tem. Os cinco paí-
ses que compõem o Conselho de Segurança da ONU são os
únicos que contam com submarinos nucleares.
– Submarinos são armas estratégicas, armas de dis-
suasão. Não temos para a guerra, mas, sim, para evitar a
guerra – explica o almirante Bento de Albuquerque, chefe
da Força de Submarinos da Marinha. – Submarino confe-
re poder militar.
O Brasil tem 95% dos seus interesses no mar. O país
depende do mar. Os submarinos são fundamentais para
que possamos ter condições de negar o uso do mar a quem
tentar contrariar os interesses brasileiros. O pré-sal, por
exemplo, fica a 300 quilômetros da costa.
O submarino Tikuna acaba de partir para a maior
missão de um submarino brasileiro. Saiu de Niterói no dia
1º de março e só retornará no final de agosto.
Antes de zarpar, demos um jeitinho de penetrar no
submarino para descobrir como, afinal de contas, 41
homens grandes, fortes e sarados conseguem sobreviver
num espaço tão apertadinho, sem nenhuma comunicação
com o mundo, sob regras – literalmente – militares.
Até jogar baralho é proibido, embora outros jogos
sejam liberados, sabem Deus e o alto-escalão das Forças
Armadas por quê. O Tikuna tem 62 metros de compri-
mento, seis metros de largura, cinco cabines, dois banhei-
ros e uma cozinha.
– É como um Big Brother sem piscina e sem festas –
define o capitão Nelson, comandante do Tikuna.
Fonte: MONTEIRO, Karla. Viagem ao fundo do mar. Megazine, suplemento de O Globo. Rio
de Janeiro, 21 de abril de 2009 (com cortes)
Nessa notícia, há fatos e opiniões. O trecho, extraído
do texto, que apresenta uma opinião sobre um fato é:
Os cinco países que compõem o Conselho de Seguran-a)	
ça da ONU são os únicos que contam com submarinos
nucleares.
O pré-sal, por exemplo, fica a 300 quilômetros da costa.b)	
Saiu de Niterói no dia 1º de março e só retornará noc)	
final de agosto.
O Tikuna tem 62 metros de comprimento, seis metros ded)	
largura, cinco cabines, dois banheiros e uma cozinha.
É como um Big Brother sem piscina e sem festas.e)
22 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 32
Observe o cartaz para responder à questão.
Fonte: INSTITUTO PATRICIA GALVÃO. Disponível em: www.patriciagalvao.org.br/novo2/
cartaz_monstro.jpg. Acesso em 22 de abril de 2009
Da leitura de todos os elementos que compõem o car-
taz, é correto afirmar que o texto principal denuncia
que a violência doméstica contra a mulher
atinge principalmente a mãe, e a ilustração apresen-a)	
ta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de
vista da mulher.
atinge todos os membros da família, e a ilustraçãob)	
apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o
ponto de vista de um dos filhos.
atinge principalmente os filhos, e a ilustração apre-c)	
senta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto
de vista da mulher.
atinge todos os membros da família, e a ilustraçãod)	
apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o
ponto de vista do próprio agressor.
desestabiliza a família, e a ilustração apresenta umae)	
imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista
dos dois filhos.
Questão 33
O romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães
Rosa, é construído sob forma de narrativa oral.
Riobaldo, o narrador-personagem, conta sua vida a
um interlocutor que não tem participação direta nos
fatos narrados.
Riobaldo se refere explicitamente a esse interlocutor,
no seguinte trecho transcrito do romance:
Viver é muito perigoso... Querer o bem com demaisa)	
força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo
o mal, por principiar. Esses homens! Todos puxavam o
mundo para si, para concertar consertado. Mas cada
um só vê e entende as coisas dum só modo.
O senhor... Mire e veja: o mais importante e bonito, dob)	
mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas – mas que elas vão sem-
pre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É
o que a vida me ensinou.
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Comc)	
assim, a gente se diferenciava dos outros – porque
jagunço não é muito de conversa continuada nem de
amizades estreitas:...
Medeiro Vaz não era carrancista. Somente de maisd)	
sisudez, a praxe, homem baseado. Às vezes vinha
falando surdo, de resmão. Com ele, ninguém vereava.
De estado calado, ele sempre aceitava todo bom e
justo conselho.
E o arrieiro-mestre relatando uma infeliz notícia,e)	
dessas da vida. – “Ele era alto, feições compridas,
dentuço?” – Medeiro Vaz exigiu certeza. – “Olhe, pois
era” – o arrieiro respondeu – “e, antes de morrer, deu
o nome: que era Santos-Reis...
Questão 34
O texto apresenta algumas regras de concordância
nominal para o plural de palavras que designam cores.
O nome das cores, quando expresso por um adjetivo,
varia normalmente. Quando a cor é definida por um
substantivo, em geral uma substância, flor ou fruto, a
palavra resultante não se flexiona. Nas palavras compos-
tas, se pelo menos um dos termos é substantivo, o nome
não varia.
Considere as seguintes frases:
I. O time da Holanda jogou com as camisas laranja.
II. O bebê tem olhos verdes como sua mãe.
III. Prefiro a decoração do consultório em tons pastel.
IV. Meu irmão namora uma garota com olhos violetas
incríveis.
De acordo com as regras dadas no texto, a concordân-
cia nominal está correta apenas em
I e II.a)	
II e III.b)	
III e IV.c)	
I, II e III.d)	
I, II, III e IV.e)
23LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 35
José Saramago (Riabatejo, Portugal, 1922) recebeu
o prêmio Nobel de literatura em 1998. Sua obra em
língua portuguesa é representativa e polêmica. Segue
para leitura um trecho de um dos romances do autor.
Fernando Pessoa levantou-se do sofá, passeou um
pouco pela saleta, no quarto parou diante do espelho, de-
pois voltou, É uma impressão estranha, esta de me olhar
num espelho e não me ver nele, Não se vê, Não, não me
vejo, sei que estou a olhar-me, mas não me vejo, No en-
tanto, tem sombra, É só o que tenho. Tornou a sentar-se,
cruzou a perna, E agora, vai ficar para sempre em Portu-
gal, ou regressa a casa, Ainda não sei, (...)
Fonte: Saramago, José. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 81
Pode-se dizer que o trecho citado faz parte do livro
de José Saramago denominado
Todos os Nomesa)	 , que conta a história do escriturário
José, funcionário da Conservadoria Geral do Regis-
tro Civil, e de sua mania – colecionar recortes sobre
pessoas famosas –, que o leva a procurar informações
sobre as pessoas nos arquivos de sua repartição.
O Ano da Morte de Ricardo Reisb)	 , que conta a história
de como Ricardo Reis resolve deixar o Brasil, após
receber um telegrama de Álvaro de Campos, infor-
mando-o da morte de Fernando Pessoa, e volta para
Portugal, onde passará o último ano de sua vida.
As Intermitências da Mortec)	 , que conta a história de
um fato inusitado: de repente, a partir do anúncio
de Ano Novo, ninguém mais morre no país. O fato
desvela os subterrâneos do comportamento huma-
no, político, religioso e social.
O Homem Duplicadod)	 , que conta a história de um
professor chamado Tertuliano Máximo Afonso. Ele
reconhece, em uma fita de vídeo, um ator secundá-
rio que lhe é cópia exata, fica obcecado pelo fato e
vive uma crise existencial.
Ensaio sobre a Lucideze)	 , que conta a história de um
país imaginário onde os votos das últimas eleições
não se dividiram entre partidos da direita e da
esquerda, como de costume, pois, para espanto de
todos, vence o voto em branco.
Questão 36
Leia o seguinte trecho de uma crônica.
– Is  it a handkerchief?
Fiquei muito perturbado com essa pergunta. Para dizer
a verdade, não poderia ser um handkerchief; talvez fosse
hipoteca... Não, hipoteca não. Por que haveria de ser
hipoteca? Handkerchief! Era uma palavra sem sombra de
dúvida antipática; talvez fosse chefe de serviço ou relógio
de pulso ou ainda, e muito  provavelmente, enxaqueca.
Fosse como fosse, respondi impávido:
– No, it’s not!
Fonte: BRAGA, Rubem. Aula de inglês. In: ____. Para gostar de ler - 2; Crônicas.
São Paulo : Ática, 1978. p. 65
No texto, a personagem procura responder a uma
pergunta sobre a palavra handkerchief (lenço, em in-
glês), que ela desconhece. Ela, ironicamente, relaciona
handkerchief à hipoteca, chefe de serviço, enxaqueca,
por uma possível semelhança entre
o som das palavras em inglês e em português.a)	
a colocação da palavra na frase em inglês e emb)	
português.
a representação física do objeto em inglês e emc)	
português.
o significado dicionarizado das palavras em inglês ed)	
em português.
a norma-padrão da escrita das palavras em inglês ee)	
em português.
Questão 37
Observe a pintura para responder à questão.
Fonte: A Caridade, 1518, Andrea Del Sarto, Museu do Louvre, Paris
O traçado geométrico em uma pintura ou desenho
funciona como um elemento de construção que ex-
pressa uma vontade explícita do artista. O quadrado
ou retângulo deitado sugere força, firmeza, dureza e
solidez. O círculo sugere ação, movimento, velocida-
de e rapidez. O triângulo e a forma piramidal suge-
rem equilíbrio e harmonia.
Observe a pintura A Caridade. Qual a forma geomé-
trica que se pode perceber como de uso intencional
do artista em seu projeto e na execução de sua obra?
Quadrado.a)	
Retângulo deitado.b)	
Círculo.c)	
Triângulo.d)	
Retângulo em pé.e)
24 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 38
Leia o texto para responder à questão.
19 de abril
DIA DO ÍNDIO
o dia dos que têm
os seus dias contados
FONTE: PAES, José Paulo. Poesia completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 261
No poema, a menção a uma data comemorativa do
calendário oficial torna-se irônica graças à opinião crí-
tica do poeta sobre o fato de que os homenageados
não sabem contar.a)	
estão sendo extintos.b)	
usam outro calendário.c)	
não aparecem nas estatísticas.d)	
recebem atenção especial.e)	
Questão 39
Leia o texto para responder à questão.
Níquel Náusea
Fernando Gonsales
	
FONTE: GONSALES, Fernando. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19/10/2008
O texto verbal que aparece nos dois balões da tirinha
de Fernando Gonsales tem a função de
noticiar fatos.a)	
fornecer instruções.b)	
apresentar opiniões.c)	
divulgar produtos.d)	
expor conceitos.e)	
Questão 40
Leia o texto para responder à questão.
2º. QUADRO – O PAÍS DA GRAMÁTICA
A cena representa uma praça onde vêm desembocar
várias ruas. Um grupo de gente internacional passa ao
fundo. Um grupo de gente amortalhada atravessa a cena.
O TURISTA – E aqueles?
O POLÍCIA – São os mortos.
O TURISTA – Vivem juntos? Vivos e mortos?
O POLÍCIA – O mundo é um dicionário. Palavras vivas e
vocábulos mortos. Não se atracam porque somos severos
vigilantes. Fechamo-los em regras indiscutíveis e fixas.
Fazemos mesmo que estes que são a serenidade tomem o
lugar daqueles que são a raiva e o fermento. Fundamos
para isso as academias... os museus... os códigos...
O TURISTA – E os vivos reclamam?
O POLÍCIA – Mais do que isso. Querem que os outros
desapareçam para sempre. Mas se isso acontecesse não
haveria mais os céus da literatura, as águas paradas da
poesia, os lagos imóveis do sonho. Tudo o que é clássico,
isto é, o que se ensina nas classes... falo sete línguas, todas
mortas. A minha função é mesmo essa, matá-las. Todo o
meu glossário é de frases feitas...
O TURISTA – As mesmas que eu emprego. Nós dois
só conseguimos catalogar o mundo, esfriá-lo, pô-lo em
vitrine!
O POLÍCIA – Somos os guardiães de uma terra sem
surpresas.
Fonte: ANDRADE, Oswald de. “A morta”. In: Obras Completas – Teatro. 3. ed.. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 29/30. Com cortes
A obra teatral de Oswald de Andrade é um bom
exemplo da radicalidade formal e temática alcançada
pelos modernistas brasileiros, após a Semana de Arte
Moderna, de 1922. O trecho lido traz como assunto
central um dos alvos preferidos das críticas dos escri-
tores do período, que é
excessiva influência estrangeira em nossa cultura,a)	
sobretudo no uso da linguagem falada.
obediência estreita às regras e a falta de ousadia nob)	
uso da língua, ao fazer literatura.
presença recorrente do descritivismo realista e dac)	
paisagem natural no teatro brasileiro.
tematização costumeira do modo de vida urbano,d)	
graças ao costume provinciano de buscar seguir
modismos.
falta sensível de surpresas no ensino da literaturae)	
brasileira, com a repetição dos mesmos autores
clássicos.
25LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 41
Leia o texto para responder à questão.
Na placa acima, fotografada em uma avenida de Lisboa, a
impressão de redundância que um leitor brasileiro pode
ter ocorre devido ao uso diferenciado da
concordância verbal.a)	
pontuação.b)	
regência nominal.c)	
colocação pronominal.d)	
concordância nominal.e)	
Questão 42
Leia o texto para responder à questão.
Editorial
Março desponta ainda um tanto tímido no calendário
de 2009, espreguiçando-se de fevereiro. As aulas defini-
tivamente recomeçam, e do carnaval o único legado são
algumas lembranças. Mas, por isso mesmo, é também um
mês de renovação, de novas expectativas, tempo propício
para colocar a esperança para render juros selvagens no
universo paralelo da especulação. Isso me lembra meu
velho, um senhor supimpa que a vida ensinou a chicote, e
que só não adotou o masoquismo como bandeira de salva-
ção porque a perseverança sempre foi um de seus maiores
e mais admiráveis dons; por fim, ele sempre me dizia:
“não basta ser bom, é preciso ser o melhor”. O melhor,
nesses tempos estranhos, talvez seja o menos pior.
Mas Hunter Thompson escreveu: “quando as coisas
ficam estranhas, os estranhos viram profissionais”. É pos-
sível que isso explique por que o nerd que sentava ao seu
lado na época da faculdade – aquele mesmo, que atolou
toda a vida social na lápide de um blog assinado por um
pseudônimo – hoje ganhe 15 vezes mais que você para
trabalhar em casa, de cueca, três horas por dia.
Esta é nossa primeira edição na tão aguardada Era de
Aquários: os astros conspiram, baby; conspiremos nós
também, pois.
Junior Bellé – Editor chefe
Fonte: Revista UP!- Jovem inteligente. Ano 3, no
. 16, março de 2009, p. 12 (com cortes)
O segmento que revela explicitamente que o texto
se destina a jovens universitários ou que já fizeram
curso superior é:
As aulas definitivamente recomeçam, e do carnaval oa)	
único legado são algumas lembranças.
Tempo propício para colocar a esperança para renderb)	
juros selvagens no universo paralelo da especulação.
A perseverança sempre foi um de seus maiores e maisc)	
admiráveis dons.
Aquele mesmo, que atolou toda a vida social na lápided)	
de um blog assinado por um pseudônimo.
Que issoexplique porque onerd quesentava aoseu ladoe)	
na época da faculdadeganhe15 vezesmaisquevocê.
Questão 43
Leia o texto para responder à questão.
POÉTICA
conciso? → com siso
prolixo?	→ pro lixo
Fonte: PAES, José Paulo. Poesia Completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 289
Os comentários a seguir são adaptados de um texto
crítico do professor Davi Arrigucci Jr. e se referem
à obra do poeta José Paulo Paes. O trecho que mais
adequadamente serve para analisar o poema lido é:
É visível o peso que a formação provinciana terá tidoa)	
na configuração interna da obra; o íntimo está sempre
exposto, de modo que o cotidiano na província é um
pouco teatro, tribunal e involuntário testemunho.
São versos de tom sério e intimista, que encontravamb)	
em Carlitos, figura tão cara aos modernistas, um
emblema de sonho e liberdade, evocando a esperança
de uma nova ordem social.
A novidade radical é agora o corte seco da linguagemc)	
reduzida à forma breve, exigências de uma poesia
sintética; é quando se vê assomar um mundo em mi-
niatura: o todo no mínimo.
Nesse singelo e extraordinário poema, em que umad)	
equação amorosa nascida das coisas simples se ex-
pande, a partir da declaração de amor à musa eterna,
Dora.
Além do traço de mistura dos gêneros, destaca-se nose)	
versos sua forma incisiva, voltada para o comentário
irônico ou corrosivamente satírico da vida pública.
26 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Texto para as questões 44, 45 e 46
REFORMA ORTOGRÁFICA: MAIS CUSTOS QUE
BENEFÍCIOS
Thaís Nicoleti de Camargo
Muito já se falou sobre o Novo Acordo Ortográfico. A
frouxidão de argumentos que embasaram a sua implan-
tação, como a suposta necessidade de unificar a grafia da
língua portuguesa nos países em que o idioma é oficial,
em favor do estímulo ao intercâmbio cultural entre as na-
ções lusófonas e da simplificação de documentos oficiais,
já foi suficientemente denunciada.
É certo que o intercâmbio cultural entre os países
da chamada “lusofonia” é algo positivo, mas o que pode
fomentá-lo são antes políticas de incentivo que a su-
pressão de hífens ou de acentos, cujo resultado prático é
apenas anular diferenças sutis que nunca impediram a
compreensão dos textos escritos do lado de cá ou do lado
de lá do Atlântico.
A ideia de unificação, que produziu um discurso
politicamente positivo em torno do assunto, além de não
ter utilidade prática, gera vultoso gasto de energia e de
recursos, que bem poderiam ser empregados no estímulo
à educação e à cultura.  
Não bastasse a inconsequência do projeto em si, o
texto que o tornou oficial é tão lacunar e ambíguo que
desafiou os estudiosos do idioma tanto no Brasil como em
Portugal, fato que levou à produção de dicionários com
grandes discrepâncias entre si.
Sem um objetivo claro e com severas implicações
financeiras, a reforma ortográfica apoia-se num docu-
mento lacunar e numa obra de referência marcada pela
hesitação e pela inconstância nos critérios de regulari-
zação. Fica a incômoda impressão de que os custos serão
bem maiores que os supostos benefícios.
FONTE: Folha de S. Paulo, 22 de abril de 2009, p. A3 (com cortes)
Questão 44
O trecho que melhor retoma e ilustra a tese, já ex-
pressa no título, acerca das implicações financeiras
da nova reforma ortográfica é
“em favor do estímulo ao intercâmbio”.a)	
“simplificação de documentos oficiais”.b)	
“vultoso gasto de energia e recursos”.c)	
“inconsequência do projeto em si”.d)	
“inconstância nos critérios de regularização”.e)	
Questão 45
A fim de explicitar o que pensa da nova reforma
ortográfica, a autora utiliza palavras que relativizam
sua importância e a caracterizam negativamente. É o
caso, no primeiro parágrafo, das palavras
frouxidão, suposta, denunciada.a)	
muito, argumentos, implantação.b)	
necessidade, estímulo, simplificação.c)	
cultural, já, suficientemente.d)	
novo, oficial, lusófona.e)	
Questão 46
Contra a reforma ortográfica, segundo a autora,
pesaria o argumento do alto custo ocasionado pelas
mudanças. Como acha tal gasto dispensável, ela suge-
re que o dinheiro fosse mais bem aplicado
na simplificação de documentos oficiais.a)	
no incentivo à educação e à cultura.b)	
na produção de dicionários atualizados.c)	
no estímulo a estudiosos do idioma.d)	
na produção de documentos de referência.e)	
Questão 47
Veja, a seguir, a reprodução de um outdoor.
Fonte: MAIS BRASIL. Disponível em: www.maisbrasil.gov.br/campanha.php?UF=DF.
Acesso em 28 de abril de2009
O emprego de “mais” neste outdoor tem o interesse de
reforçar a ideia de que haverá mais aeroportos paraa)	
os brasileiros.
enfatizar o fato de que Brasília terá o maior aero-b)	
porto do Brasil.
destacar que Brasília terá o aeroporto mais seguro ec)	
confortável do país.
ressaltar que um número maior de brasileiros pode-d)	
rá utilizar o aeroporto.
salientar que aumentarão a segurança e o conforto,e)	
mantendo-se o tamanho do aeroporto.
27LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 48
Leia o texto para responder à questão.
VOCÊ TEM UM VIDEOCURRÍCULO?
Ferramenta dá uma visão mais ampla do candidato ao
emprego, o que facilita a escolha pelo recrutador
Marília Costa e Silva
Quando se fala em currículo, o que vem à cabeça
são as folhas em papel ou as imagens de um documento
eletrônico confeccionado no editor de texto com o nome,
endereço, experiências profissionais, cursos e vivências do
candidato a emprego.
Sabendo que a criatividade pode ser um diferencial
na hora de conseguir uma colocação, muita gente está
descobrindo que existem, além do currículo tradicional,
outras formas de se mostrar para o mercado. Uma delas é
o videocurrículo.
Usando imagens e sons, a pessoa que busca uma
colocação no mercado pode gravar um pequeno vídeo
para falar diretamente com as empresas, registrando seus
objetivos profissionais e suas experiências anteriores.
Segundo o consultor técnico Emerson Jordão, como
a internet tende a ser menos pessoal, esse novo tipo de
currículo dá uma visão mais ampla do candidato, para
aqueles que contratam e pode ser um ponto decisivo para
a escolha, já que permite uma exposição muito mais deta-
lhada de quem busca o emprego.
Além de enviar o videocurrículo para o empregador, o
candidato pode optar por postá-lo no próprio site pessoal
como forma de divulgar sua mão de obra.
Fonte: Jornal O Popular. Goiânia, 20/10/2008, p. 14 (com cortes)
Segundo a autora, o candidato a emprego que decidir
divulgar seu videocurrículo para concorrer a uma
vaga no mercado poderá fazer isso
imprimindo-o em folhas de papel ou transforman-a)	
do-o em documento eletrônico.
confeccionando-o no editor de texto ou registran-b)	
do-o diretamente nas empresas.
enviando-o para o empregador nas empresas ouc)	
postando-o no próprio site pessoal.
registrando-o junto a consultores técnicos oud)	
expondo-o a quem busca uma colocação.
expondo-o criativamente na internet ou enviando-oe)	
a antigos empregadores.
Questão 49
Na teoria das Inteligências Múltiplas, Howard
Gardner (1985) define inteligência como a habilidade
para resolver problemas ou criar produtos que sejam
significativos em um ou mais ambientes culturais e
lista sete tipos de inteligência, afirmando que o ser
humano comumente faz uso de mais de um tipo ao
mesmo tempo:
1) linguística (habilidade para usar a linguagem para con-
vencer, agradar, estimular ou transmitir ideias).
2) lógico-matemática (sensibilidade para padrões, ordem e
sistematização).
3) espacial (habilidade para manipular formas ou objetos
mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar ten-
são, equilíbrio e composição, numa representação visual
ou espacial).
4) musical (habilidade para apreciar, compor ou reprodu-
zir uma peça musical).
5) cinestésica (habilidade para usar a coordenação grossa
ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle
dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos
com destreza).
6) interpessoal (habilidade para entender e responder
adequadamente a humores, temperamentos, motivações e
desejos de outras pessoas).
7) intrapessoal (habilidade para ter acesso aos próprios
sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar
mão deles na solução de problemas pessoais.)
Imagine que uma pessoa esteja ouvindo uma músi-
ca em um show ao vivo e ela seja instigada a dançar
a noite inteira. Que tipos de habilidade ela poderia
estar praticando?
Apenas 1, 4 e 5.a)	
Apenas 2, 3 e 4.b)	
Apenas 2, 3, 4 e 7.c)	
Apenas 3, 4 e 5.d)	
Apenas 4, 5, 6 e 7.e)
28 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS28
Questão 50
Leia o texto para responder à questão.
SIC
apresaéiminigadaprefeição
Fonte:PAES,JoséPaulo.PoesiaCompleta.SãoPaulo:CompanhiadasLetras,2008,p.300
Vocabulário
SIC: assim, deste modo; palavra que indica que, numa
citação, o texto original está reproduzido exatamen-
te, por errado ou estranho que possa parecer.
Do modo como aparece grafado, o verso “apresaéi-
minigadaprefeição” simula problemas de ortografia
para
provar, com exemplo, que a leitura sempre altera oa)	
sentido.
indicar que, com frequência, poetas erram ao digitar.b)	
sugerir que, por desatenção, o trecho foi citadoc)	
incompleto.
mostrar, na prática, aquilo que ele próprio afirma.d)	
ilustrar como, às vezes, o título nada tem a ver come)	
o restante.
RASCUNHO
29LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 29
RASCUNHO
30 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS30
RASCUNHO
31
02   prova de ensaio 01

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02 prova de ensaio 01

  • 1. 4 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS4 Leia os textos a seguir relacionados e reflita sobre eles antes de desenvolver sua redação. Falando sobre os motivos para a corrupção. Dá para citar vários, como ausência de leis que funcionem, burocracia, caos estrutural etc. A meu ver, o maior motivo é cultural. Todo mundo fica indignado com os Renans, Collors, Dirceus etc. (de todos os partidos, de todas as tendências). Mas na base da pirâmide a corrupção é enraizada. É a cervejinha do guarda para não levar multa, a furada de fila na base do pistolão/amigão, o aceleramento na burocracia à base de propina (aposentadoria, Detran etc.), e por aí vai. O brasileiro quer mudança, mas não quer mudar. Não adianta reclamar do político se vc já fez sujeira no passado. Eu já consegui coisas, muito mais rápido, pelo simples fato de ter algum amigo trabalhando lá dentro. Eram direitos, só que os processos foram acelerados pelo simples fato de serem “pedidos internos”. As pessoas consideram normal, tanto as de dentro quanto as de fora. Quando o policial vai checar seu pneu careca, nem precisa falar nada: já fica subentendido que por uns R$ 20 ele finge que não viu e lhe libera. Mesmo fora do serviço público, vc vai ao banco e não precisa ser cliente diamante ou constelação: é só conhecer o caixa, ou vc fura a fila, ou vc deixa o negócio lá e passa depois para pegar. Eu poderia ficar horas dando exemplos. Que o sistema (administração, legislação, economia, sociedade e tal) não funciona direito, todo mundo aqui deve saber ou suspeitar. Só isso já é prato cheio pra corrupção. Os remendos “por fora” para se dar bem ou conseguir o que quer ­– por direito ou não – são mais o combustível. Corrupção zero não existe. Se as coisas funcionarem e houver legislação anticorrupção, esta cai para um nível muito mais baixo. Quando a “pequena” corrupção passa a fazer parte da vida da maioria da população como algo corriqueiro, aí não tem solução simples e/ou rápida. A corrupção no Brasil é endêmica. Fonte: Comentário em fórum de discussão no site www.frihost.com/forums/vt-79151.html. Acesso em 31 de março de 2009 Fonte: Disponível em: http://noticias.uol.com.br/humor/0903_album.jhtm?abrefoto=4 . Acesso em 30 de março de 2009 Texto 1 Texto 2 Proposta de redação
  • 2. 5LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 5 As regras práticas de conduta não são máximas, nos diz Kant: elas são relativas; é preciso alçar-se à lei moral. Para Kant, só serei realmente autônomo ao me conscientizar de que o fundamento de minha ação depende de minha vontade. Meus atos têm valor (aos meus olhos) quando os assumo à luz de minha própria consciência. Quando digo que sou responsável, isso significa que posso responder pelos meus atos, justificá-los. A liberdade que assumo está sempre relacionada ao outro. A liberdade moral é uma liberdade com o outro e para o outro. Fonte: JANICAUD, Dominique. Liberdade. In: ______. Filosofia: Uma Iniciação em Pequenas Lições. Rio de Janeiro: 2008. p. 69 Corrupção passiva Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Corrupção ativa Art. 333 – Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa. Parágrafo único – A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. Concussão Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Prevaricação Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Fonte: Código Penal Brasileiro Texto 3 Texto 4 Considerando sua reflexão sobre os textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo a respeito do tema: Deveres e obrigações sociais dos indivíduos: o cidadão brasileiro está preparado moralmente para combater o problema da corrupção política no Brasil? Ao desenvolver seu texto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista, sem ferir os direitos humanos. Observações: • Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa. • O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração. • O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco. • O rascunho pode ser feito na última página deste Caderno. • A redação deve ser passada a limpo na folha própria e escrita a tinta.
  • 3. 6 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 1 Observe a foto. Foto: Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem; disponível em UOL Economia. Acesso em 30 de março de 2009 Qual das legendas abaixo é a mais apropriada para traduzir a foto? Erinaldo Miranda dos Santos, trabalhador recente-a) mente demitido, participou de manifestação, nesta segunda-feira (30), na cidade de São Paulo, contra demissões e demais efeitos da crise econômica. Um protesto convocado por centrais sindicais contra asb) demissões e a crise global parou o trânsito em São Pau- lo nesta segunda-feira (30). Os manifestantes ocupa- ram todas as pistas da avenida Paulista e apedrejaram o prédio da Fiesp. c) Nesta segunda-feira (30), integrantes do MTST (Mo- vimento dos Trabalhadores Sem Teto) interditaram as rodovias Anhanguera e Régis Bittencourt. Segundo a AutoBAn (empresa que administra a Anhanguera), o protesto interditou a pista sentido interior e causou 2 quilômetros de lentidão na altura de Campinas – do km 105 ao km 103. d) Nesta segunda-feira (30), ao menos 2 mil pessoas caminhavam pela avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra demissões e a crise global. Segundo a CET, a manifestação ocupou três faixas da pista no sentido da Consolação – da alameda Ministro Rocha Azevedo até a rua Pamplona. Em São Paulo, o “Ato Internacional Unificado contrae) a Crise” – que acontecerá também em outros estados – começará em frente à Fiesp e deverá terminar em frente à Bolsa de Valores, na 15 de Novembro. Questão 2 Leia o poema. Mote: Almas, vidas, pensamentos. Glosa: Calções, polainas, sapatos, Percevejos, pulgas, piolhos, Azeites, vinagres, molhos, Tigelas, pires e pratos: Cadelas, galgos e gatos, Pauladas, dores, tormentos, Burros, cavalos, jumentos, Naus, navios, caravelas, Corações, tripas, moelas, Almas, vidas, pensamentos. Fonte: BOCAGE. Poesias sobre Mote. In: Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980. p. 59 Das análises críticas de Marisa Lajolo (1980), referen- tes a diversos poemas de Bocage, a mais adequada ao poema lido é: a) Esse soneto é inteiramente construído sobre a evo- cação dos elementos e cenários lúgubres, noturnos, horrendos. O ambiente assim sugerido é o avesso da natureza amena e harmoniosa, convencional do Arcadismo. É importante notar ainda que esse mundo tenebroso funciona como uma espécie de projeção ex- terior do estado de espírito do poeta, abandonado por “Urselina”, personificação pastoril de sua amada. Esse poema pode ser considerado exemplarmenteb) arcádico, na medida em que delineia uma paisagem bucólica e tranquila, em que todos os elementos da natureza estão em harmonia: o prado florido, o vento brando, os pássaros coloridos, o rio calmo. Esse poema é desenvolvido através da enumeração,c) aparentemente sem nexo nenhum, de substantivos. No interior de cada verso pode-se perceber, porém, uma certa relação entre os elementos enumerados. Esse tipo de linguagem – nominal, sem recurso a verbos – era extremamente incomum no tempo de Bocage, mas se tornou comuníssima no Modernismo. De modo especial, as três primeiras estrofes dessed) poema aludem ao profundo respeito com que a ciência era encarada ao tempo de Bocage. A matemática, a geometria, a física e a astronomia são mencionadas nos oito primeiros versos. e) A retomada, no início dos versos 2 e 4, de expressões que finalizam os versos 1 e 3, aliada às repetições pre- sentes nos demais versos do poema, torna extrema- mente lúdico, apontando a requintada maestria com que Bocage lida com as palavras.
  • 4. 7LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 3 Leia o texto para responder à questão. A RAZÃO DOMINADA PELA FORMOSURA Importuna Razão, não me persigas; Cesse a ríspida voz que em vão murmura; Se a lei de Amor, se a força da ternura Nem domas, nem contrastas, nem mitigas: Se acusas os mortais, e os não abrigas, Se (conhecendo o mal) não dás a cura, Deixa-me apreciar minha loucura, Importuna Razão, não me persigas. É teu fim, teu projeto encher de pejo Esta alma, frágil vítima daquela Que, injusta e vária, noutros laços vejo: Queres que fuja de Marília bela, Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo É carpir, delirar, morrer por ela. Fonte: BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Garnier, 1994, p. 31 Um dos mais importantes poetas do Arcadismo português, Bocage é, no entanto, considerado um autor pré-romântico. No poema, uma característica que explica por que ele é visto como um precursor do Romantismo é a entrega do eu-lírico à paixão amorosa, que o leva aa) questionar o domínio da Razão. opção pela forma clássica do soneto, que atesta ab) busca do eu-lírico por objetividade e contenção. citação do nome da amada, que explicita a homena-c) gem do eu-lírico a uma mulher idealizada. confissão do eu-lírico diretamente dirigida a umad) figura mitológica, que ilustra sua adesão a valores clássicos. racionalidade do eu-lírico, que se nega a ceder aose) impulsos amorosos e recorre à reflexão. Questão 4 Observe a imagem. CarloSaraceni–MuseodiCapodimonte,Napoli –ImagefromAs-Kzu –KlassischeSprachenKZU Fonte: Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dh/heros/traductiones/xenofonte/me- moraveis/dedaloicaro.html. Acesso em 28 de março de 2009 Esta imagem representa um mito grego. Assinale a transcrição de parte desse mito que pode ser associa- da a ela. Dédalo era ateniense de nascimento e tido por mem-a) bro dos Erecteidas, uma vez que era filho de Métion, filho de Eupálamo, filho de Erecteu. Em termos de habilidades naturais, ele sobrepujava em muito todos os outros homens e se dedicava à arte de edificações, à confecção de estátuas e ao trabalho da pedra. Quando Minos ficou sabendo que Teseu e seus compa-b) nheiros tinham fugido, prendeu Dédalo, por ele culpado pelo ocorrido, no Labirinto, juntamente com seu filho Ícaro, que ele tivera de Naucrátis, escrava de Minos. Dédalo então confeccionou asas para ele e seu filho;c) quando este ia se pôr ao voo, ele o advertiu de que não voasse muito alto, por temer que a cola derretesse ao sol, desfazendo as asas, nem muito baixo junto ao mar, por temer que elas se desmanchassem devido à umidade. Mas Ícaro desconsiderou as instruções de seu pai e, orgu-d) lhoso, elevou-se sempre mais alto; ao derreter a cola, caiu ao mar, chamado de Icário por causa dele, e pereceu. Já Dédalo voou em segurança até Camico, na Sicília. e) Chamado à ilha de Dolique, Dédalo avistou o corpo de Ícaro lá deposto na praia, sepultou-o, dando à ilha o nome de Icária, ao invés de Dolique. Dédalo, por sua vez, confeccionou uma estátua em Pisa à semelhança de Héracles; este, certa noite, não a reconhecendo, tomou-a por pessoa viva e a apedrejou.
  • 5. 8 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS8 Questão 5 Leia o texto para responder à questão. Observa-se que em muitos lugares as comemorações festivas apresentam, entre outras práticas corporais, as danças. É o caso da Festa de São João, Maracatu, Frevo e Bumba-Meu-Boi. Algo semelhante acontece nos casa- mentos, formaturas e cerimônias dos povos indígenas. Os fatores que influenciaram o surgimento das danças vão desde o agradecimento por colheitas fartas, ritos reli- giosos até as guerras. Pode-se dizer que os sentimentos de um dado grupo são expressos por meio dessas mani- festações culturais. As ginásticas, há muito vistas como recurso para preparação de soldados nos quartéis, são também empregadas com finalidades estéticas, corretivas ou terapêuticas nas clínicas e academias por uma grande quantidade de pessoas. Qual dos segmentos retirados do texto expressa uma opinião do autor sobre a construção dos significados das práticas corporais? Observa-se que em muitos lugares as comemoraçõesa) festivas apresentam, entre outras práticas corporais, as danças. Algo semelhante acontece nos casamentos, formatu-b) ras e cerimônias dos povos indígenas. Os fatores que influenciaram o surgimento das dançasc) vão desde o agradecimento por colheitas fartas, ritos religiosos até as guerras. Pode-se dizer que os sentimentos de um dado grupo sãod) expressos por meio dessas manifestações culturais. As ginásticas, há muito vistas como recurso parae) preparação de soldados nos quartéis, são também empregadas com finalidades estéticas. Questão 6 Leia o poema para responder à questão. A UM AUSENTE Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste. Poema atribuído a Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: http://www.revista. agulha.nom.br/drumm.html#aumausente. Acesso em 20 de março de 2009 Compare o poema lido com os de Affonso Romano de Sant’Anna (Rocco, 1993) citados nas alternativas. Qual deles mantém uma relação temática com o poema de Drummond? Amigos, não era isto o combinado./ Não era sermosa) alvos de bala,/ pasto de bactérias, vítimas de máqui- nas/ e intempestivos suicídios./ Quem agora cuidará dos meus enigmas? b) Enganam-se os que pensam que me deixam/ quando se põem a morrer./ Só os deixarei quando quiser;/ quando extrair a relegada vida/ que em mim deixa- ram sem saber. Seeutiverquemorrerumdia,/quenãosejaàsportasdoc) verão./Depreferência,noinverno/émenorahumilhação. Mas se eu for, quando me for,/ terei dado certosd) sinais precisos./ Sair de cena de modo abrupto/ seria indelicadeza com os demais. e) Já avisei: vou começar a morrer/ E não quero recla- mações./ Vou começar a morrer, é claro,/ dentro das minhas limitações. Questão 7 O horóscopo, os classificados e as notícias, entre outros gêneros, aparecem nos jornais diariamente. Apesar da es- pecificidade de cada um, pode-se afirmar que se dirigem a públicos diferentes, pois as notícias não costumama) interessar aos jovens, apenas aos leitores adultos. a pequenos públicos, pois apenas uma pequena par-b) cela de leitores se interessa por classificados. a públicos específicos, pois o horóscopo é destinadoc) exclusivamente às mulheres. a públicos indeterminados, pois é impossível aosd) jornais pesquisar o perfil de seus assinantes e com- pradores nas bancas. a grandes públicos, pois, mesmo tratando de assun-e) tos mais gerais ou privados, podem interessar a uma enorme quantidade de leitores.
  • 6. 9LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 9 Questão 8 Leia o texto. Discurso perante os amigos, logo após receber o Nobel: Chega-se mais facilmente a Marte... Por JOSÉ SARAMAGO Sexta feira, 11 de dezembro de 1998. Neste meio século não parece que os Governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multi- plicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrênica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a com- posição das suas rochas assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante. Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os Governos, porque não sabem, porque não po- dem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aqueles que efetivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder, absoluta- mente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensemos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é de esperar que os Governos façam nos próximos cinquenta anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tome- mos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindique- mos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor. Fonte: Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/1saramago6.html. Acesso em 22 de setembro de 2008 (com cortes) Em“Chega-semaisfacilmenteaMartedoqueaonosso própriosemelhante”,oenunciadoroptouporutilizara formalinguísticadosujeitoindeterminadoemseudiscur- so.Nocontextodotexto,esserecursofoiutilizadopara demonstrar solidariedade e empatia com a plateia ea) expressar uma situação em que não é interessante identificar os sujeitos da ação. conferir maior peso ao seu ponto de vista e sugerir queb) ele e os demais ouvintes são também sujeitos da ação. gerar uma proposição incontestável e excluir os ou-c) vintes da possibilidade de ser os sujeitos ou de estar envolvidos com a ação. ocultar a identidade dos sujeitos envolvidos e dard) ênfase à ação em si como se as responsabilidades dos sujeitos fossem secundárias. expressar uma situação simplesmente e demonstrare) que ele não fala em nome de si mesmo, e sim em nome de um grupo que ele representa. Questão 9 Analise a pintura para responder à questão. Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893, óleo sobre tela (266X164 cm) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Am%C3%A9rico Considerando a pintura, avalie as afirmativas. I. No alto, a primeira parte do corpo de Tiradentes é sua cabeça, esquartejada, bem aos pés da forca, sobre um teci- do branco. O sangue escorre do pescoço. À direita tem-se um crucifixo e uma corda com os nós afrouxados, sinali- zando o ato do enforcamento, as correntes e algemas do prisioneiro. Mais abaixo e à esquerda está um dos pés do corpo, esquartejado. II. À direita da pintura, a farda do alferes foi disposta sobre o tronco, impedindo a visualização de suas vísceras e do corpo, fragmentado pelo corte na altura da cintura, ocasio- nado pelo esquartejamento. III. Em Tiradentes Esquartejado, o tronco, pousado sobre o cadafalso, foi fracionado em dois. Pedro Américo preferiu representar o texto da sentença, que ordenava ser, após o enforcamento, a cabeça cortada e o corpo dividido em quatro partes. IV. O sangue de Tiradentes aparece em grande quantidade, em lugares estratégicos, manchando a pele, revelando-se, por vezes, em enormes filetes, cuja função plástica é deli- mitar a superfície do corpo. É correto o que se afirma APENAS em I e II.a) II e III.b) III.c) I e IV.d) IV.e)
  • 7. 10 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS10 Questão 10 Leia os textos para responder à questão. Texto 1 O que eu não sei fazer desmancho em frases. Eu fiz o nada aparecer. (Represente que o homem é um poço escuro. Aqui de cima não se vê nada. Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver o nada.) Perder o nada é um empobrecimento. Fonte: Barros, Manoel de. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1996, p. 63 Texto 2 Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fonte: Pessoa, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, pág. 86 Os dois poemas apresentam as seguintes característi- cas formais: I. A rima como elemento essencial em sua construção. II. O uso constante de repetições. III. A frequência de comparações e metáforas. IV. A métrica fixa. Estão corretas APENAS as afirmações I e II.a) II e III.b) III e IV.c) I, II e IV.d) I, III e IV.e) Questão 11 Leia os textos para responder à questão. Texto 1 O que eu não sei fazer desmancho em frases. Eu fiz o nada aparecer. (Represente que o homem é um poço escuro. Aqui de cima não se vê nada. Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver o nada.) Perder o nada é um empobrecimento. Fonte: Barros, Manoel de. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1996, p. 63 Texto 2 Oquepodesermatériadepoesia?Aoperpassarosolhos poralgunsdostextosdeManoeldeBarros,oleitorpercebeque apoesiaseconstróiefetivamentepeloinesperado,pelochoque entresuacomumpercepçãoeasingularcriatividadedoautor. Fonte: Costa, Bianca A. da. Manoel de Barros: os “despropósitos” da poesia. In: Soletras, n.o 16. Rio de Janeiro: UERJ, pp. 40-48 Texto 3 Manoel de Barros estrategicamente antecipa, em seus poemas, algumas das preocupações e expectativas próprias do leitor contemporâneo, procurando estabelecer uma atitude de diálogo. A sua obra manifesta a clara consciência de que o poema lírico, de maneira geral, não é um texto facilmente aceito pelo homem contemporâneo. (...) Daí a urgente necessidade do poeta em adensar e burilar a linguagem para poder expressar a sua experiência única, rompendo a solidão em que a estéril razão da sociedade o exila. Trata-se de uma escolha lúcida pela linguagem e pelo estilo, como fundamentos do fazer poético. Fonte: Landeira, José Luís. Manoel de Barros e o ilógico olhar poético que transcende a razão. In: O Guardador de Rebanhos, n.o 4. Campo Grande: UCDB, 2001, pp. 68-73 A obra de Manoel de Barros traz, frequentemente, imagens inusitadas. Comparando os textos críticos (2 e 3) com o texto 1, de Manoel de Barros, pode-se con- cluir que a valorização do nada presente no poema é uma exceção ao processo criativo do poeta,a) usualmente mais centrado em temas como a paz e a consciência. fecha completamente a possibilidade de diálogo com ob) seu leitor ao centrar todo o discurso no eu, o poeta. reforça o conceito de que qualquer coisa pode serc) objeto da poesia, desde que seja criativamente trabalhada pela linguagem. torna mais fácil a leitura, a compreensão ed) até a aceitação do poema como texto de fácil interpretação pelo leitor. pordiscutirarelaçãodohomemcomonada,excluiae) importânciadalinguagemnoprocessodecriaçãopoética. 10
  • 8. 11LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 11 A resposta da personagem no último quadrinho: “Aí você volta daqui a uns quinze anos!” pode ser relacio- nada à seguinte afirmação sobre o conceito de leitor: Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucosa) livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos (Nelson Rodrigues). Não é ofício de “o poeta” narrar o que aconteceu, éb) sim representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a ne- cessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta, por escreverem verso ou prosa (pois bem que poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser história, se fossem em verso o que eram em prosa); diferem, sim, em que diz umas coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder (Aristóteles). Literatura é a linguagem carregada de significado.c) Grande Literatura é simplesmente a linguagem car- regada de significado até o máximo grau possível. A literatura não existe no vácuo. Os escritores como tais têm uma função social definida, exatamente proporcional à sua competência como escritores. Essa é a sua principal utilidade (Ezra Pound). A originalidade e importância da revolução digitald) apoiam-se no fato de obrigar o leitor contemporâ- neo a abandonar todas as heranças que o plasma- ram, já que o mundo eletrônico não mais utiliza a imprensa, ignorar o “livro unitário” está alheio à materialidade do códex. (...) Daí a razão do desas- sossego dos leitores, que devem transformar seus hábitos e percepções, e a dificuldade para entender uma mutação que lança um profundo desafio a todas as categorias que costumamos manejar para descrever o mundo dos livros e a cultura escrita (Roger Chartier). O texto não é um estoque inerte que basta seg-e) mentar para dele extrair uma interpretação, mas inscreve-se em uma cena enunciativa cujos lugares de produção e de interpretação estão atravessados por antecipações, reconstruções de suas respectivas imagens, imagens estas impostas pelos limites da formação discursiva (Dominique Maingueneau). Questão 12 Fonte: Disponível em: http://www.releituras.com/ratodesebo05.asp. Acesso em 20 de março de 2009 Leia o texto a seguir, encontrado na embalagem de uma determinada marca comercial de aveia. Você sabia? A aveia é um cereal puro, natural e pouco processado, ou seja, vai do campo até a sua casa passando por poucas etapas de processamento que garantem a qualidade e integridade do grão. Além disso, a aveia é considerada um dos grãos mais com- pletos da natureza, pois é rica em fibras e proteínas, além de ser uma importante fonte de vitaminas e carboidratos. Seu consumo ajuda na redução do colesterol e no fun- cionamento intestinal. Comer aveia faz você se sentir bem e seu organismo funcionar melhor! Fonte: PEPSICO DO BRASIL. Porto Alegre: Pepsico do Brasil, 2009 Após a leitura desse texto, pode-se constatar que sua finalidade é responder a uma pergunta feita pelos consumidoresa) de aveia. apresentar as características da produção comercialb) de aveia. ressaltar a qualidade do produto e seus benefíciosc) para a saúde. advertir sobre os riscos de consumir o produto emd) excesso. explicar que comer aveia é obrigatório para o fun-e) cionamento do organismo. Questão 13
  • 9. 12 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Texto para as questões 14 e 15: Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos be- zerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchado. De repente, estourava: - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Fonte: Ramos, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2002, p. 92. Questão 14 Vidas Secas é um dos melhores exemplos da litera- tura brasileira do uso do discurso indireto livre. Por meio dele, o narrador funde a sua voz (em terceira pessoa) com a da personagem sem deixar marcas do texto de quando está fazendo uso de uma ou de outra voz. Desse modo, pode não apenas reproduzir indi- retamente falas da personagens, mas também o que pensam. O uso do discurso indireto, nessa obra de Graciliano Ramos revela as intenções surrealistas do autor, que, con-a) fundindo o leitor e conduzindo-o a um mundo em que o sonho e a magia constroem a realidade, conse- gue alcançar o domínio do inconsciente humano. desconstrói a dimensão humana de Fabiano, reve-b) lando um caráter frio e calculista, mais interessado em economizar e fazer fortuna, para poder “levan- tar a cabeça”, do que no bem-estar da família, que tentava sempre, com muito sofrimento, “espichar os recursos minguados”. reforça a visão romântica de mundo rural, em quec) o sertanejo é visto como um herói brasileiro cujas características pertencem mais a uma idealização do ideal europeu do que à dura realidade do sertão. Assim, o leitor se aproxima mais dos ideais da obra. atrai o leitor para a obra, ao destacar a inteligênciad) de Fabiano, que, embora calado, se revela conhe- cedor da realidade em que vive e passa a procurar maneiras de vencer os problemas. torna o sofrimento de Fabiano mais intenso, reve-e) lando a distância entre o desejo de levantar a cabeça e a consciência de que “quem é do chão não se trepa”. Desse modo, o leitor se convence mais facil- mente do intenso sofrimento da personagem. Questão 15 Identifique o poema que, mantendo o mesmo tema do texto anterior transcrito, manifesta uma atitude claramente contrária àquela vivida por Fabiano: Que o pão encontre na bocaa) O abraço de uma canção inventada no trabalho Não a fome fatigada de um suor que corre em vão. Que o pão do dia não chegue sabendo a resto de luta e a troféu de humilhação Que o pão seja como flor festivamente colhida por quem deu ajuda ao chão (Thiago de Mello)
  • 10. 13LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Os bois nascidos na huílab) são altos, magros navegáveis de cedo lhes nascem cornos leite cobertura Os cornos são voltantes indicam o sul as patas lavram o solo deixando espaço para a semente a palavra a solidão. (Ana Paula Tavares) Eu caminhei na noitec) Entre silêncio e frio Só uma estrela secreta me guiava. Grandes perigos na noite me apareceram Da minha estrela julguei que eu a julgara Verdadeira sendo ela só reflexo De uma cidade a neon enfeitada (Sophia de Mello Breyner Andresen) Terra moça. Mata virgem.d) Reserva florestal. O homem investe a selva. Foice, machado, fogo. Estrondo das figueiras centenárias. Clamor dos troncos decepados. Galhada que se verga e quebra Ressoando na acústica vegetal. E o grito triunfal dos machadeiros!... (Cora Coralina) Ouro terra amor e rosas e) Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo (Oswald de Andrade) Questão 16 Leia o texto para responder à questão. Pediatras param de atender após não receberem marmitas 1/5/2009 – 18h54 (Guido Nunes – Redação Gazeta Rádios e Internet) Foto: Guido Nunes Mães reclamaram do protesto dos pediatras do PA In- fantil de Cariacica. As crianças ficaram sem atendimento nesta sexta-feira Quem procurou atendimento nesta sexta-feira (1º) no Pronto Atendimento (PA) Infantil de Cariacica, em Alto Lage, foi surpreendido por uma paralisação temporá- ria dos médicos pediatras e dos enfermeiros da unidade nesta sexta-feira (1º). Somente os casos de urgência e emergência recebiam atendimento. O motivo do protesto foi porque não houve a entrega da alimentação para os funcionários do turno da manhã. A babá Marlene Teixeira, 38 anos, levou a filha de oito anos ao PA Infantil para receber atendimento com sinto- mas de infecção no ouvido. Ao ser informada de que não poderia ser atendida em razão do protesto dos pediatras, não se conformou. “As crianças não têm culpa dos pro- blemas deles. Muitas pessoas vêm de longe para medicar seus filhos e, quando chegam aqui, está essa porcaria. As crianças vão ser prejudicadas, pois elas estão sem alimen- to? Não pode”, disse revoltada. Fonte:GazetadoEspíritoSanto.Disponívelem:http://gazetaonline.globo.com/_ conteudo/2009/05/82867-pediatras+param+de+atender+apos+nao+receberem+marmitas. html.Acesso em 2 de maio de 2009 (com adaptações) Ao ler o título da notícia e observar a foto que a acompanha, o leitor pode inferir que a imagem completa a informação, pois asa) mulheres que aparecem na foto devem fazer parte do grupo das não atendidas pelos pediatras. imaginar que os pediatras devem voltar a atender asb) mães em breve, pois a imagem sugere que a fila está começando a diminuir. interpretaraatitudedasmãesnafotocomoumaformadec) apoioaosmédicos,bemcomojáestásugeridonotítulo. saber que o incidente acontece entre as mães e osd) médicos do Espírito Santo, devido à falta de entrega das marmitas. relacionar a imagem e o texto da notícia, pois a fotoe) dá destaque à babá Marlene Teixeira.
  • 11. 14 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 17 As tabelas abaixo sintetizam os resultados de uma pesquisa com relação à prática da atividade física por estudantes brasileiros das Instituições Federais de Ensino Superior, em 1997. Tabela 1 – Tipo de atividade física preferencial ATIVIDADE FÍSICA (%) CAMINHADA 25,52 CICLISMO / PATINAÇÃO 5,80 CORRIDA / NATAÇÃO 11,01 GINÁSTICA / MUSCULAÇÃO / LUTA 17,02 PARTIDA INDIVIDUAL 1,61 PARTIDA EM EQUIPE 25,01 NENHUMA 14,04 TOTAL 100% TOTAL DE ALUNOS 317.595 Tabela 2 – Forma de encarar a atividade física ATIVIDADE (%) LAZER 55,44 MANTER A FORMA 41,57 COMPETIÇÃO 2,99 TOTAL 100% TOTAL DE ALUNOS 283.699 Fonte: FONAPRACE. Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior: Relatório Final da Pesquisa. Brasília, 1998. Tabelas adaptadas Com base nas informações disponíveis, pode-se infe- rir que a melhoria da saúde é a principal razão que leva osa) universitários à prática de atividades físicas. os universitários não dispõem de recursos econômi-b) cos para a prática de atividades físicas. a busca da eficiência nos movimentos fomenta umc) interesse maior dos universitários pelas atividades físicas. em razão da necessidade e possibilidade, os uni-d) versitários praticam muitos esportes de forma competitiva. os universitários adotam os esportes competitivose) também como forma de lazer. Questão 18 Leia o texto para responder à questão. Dor de dentista Dor de dente dá problema, e não é só o paciente que sofre. O medo da cadeira, o barulhinho insuportável do motor, a boca aberta durante horas são alguns dos incô- modos que os pacientes costumam abominar. Só que o que muita gente não sabe é que as longas sessões no consul- tório odontológico causam muitas dores de cabeça, dores lombares, dores de coluna para os próprios dentistas. O incômodo de ficar de boca aberta, anestesiado, por vezes sequer se aproxima das consequências que o cirurgião- dentista tem que enfrentar por permanecer na mesma posição, durante a rotina diária. Dados de um estudo feito em São Paulo, em 2002, demonstram que 60% dos cirurgiões-dentistas admitiram sentir dores após o trabalho e 15,5% confirmaram ter ad- quirido o problema durante o exercício profissional. Tendinites ou tenossinovites de punho são as doenças mais comuns, por causa dos movimentos repetitivos. Os dedos indicador e polegar, em seus movimentos de pinça, sofrem intenso desgaste nos tendões, que podem levar a inflamações e edemas. Fonte: COUTINHO, P. Dor de dentista. Jornal da Imprensa. Goiânia. Disponível em: www. jornaldaimprensa.com. Acesso em 3 de maio de 2009 Com base em seus conhecimentos com relação à prática da atividade física, o agravamento do quadro citado no texto pode ser minimizado caso os cirur giões-dentistas mantenham a rotina profissional, mas procurema) realizar os movimentos de forma mais lenta. intercalem na rotina algumas atividades que esti-b) mulem a descontração muscular, principalmente naquelas regiões envolvidas na tarefa. realizem as tarefas profissionais buscando outrasc) posições corporais. insiram atividades de fortalecimento muscular nad) rotina diária, principalmente nas partes do corpo afetadas. iniciem um programa de atividades físicas, visandoe) à melhoria do condicionamento geral.
  • 12. 15LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 19 Leia os textos para responder à questão. Texto I PARATUDO!(ASSIM,SEMACENTO) PÁRA TUDO, tivemos uma idéia ótima. Quer dizer... Para tudo, tivemos uma ideia ótima. Estranho, não? Mas é assim, queridos! É lei. Ano que vem teremos que começar a escrever aqui neste espaço que temos ideias ótimas (assim, sem acento). E não, a modéstia a gente não vai perder. Também não deixaremos de ser meio afetadas e continua- remos a gritar: PARA TUDO! Mas olha como é ruim gritar isso sem acento! O acento confere drama, pressa, desespero. E não, não deixaremos de ser desesperadas nem dramáticas até o ano que vem. Masteremosqueescreverdessejeito,porqueéoque mandaareformaortográficaquecomeçaafuncionarnoano quevem.Alémdeperdernossodrama,teremosqueestudar português.Sim,somosescritoras,mastambémautodidatas (atenção,nãoterámaishífen!).Porisso,jáesquecemostotal- menteoqueéumditongoparoxítono.Averdadeéquenão lembramosmaisnemoqueéditongo.Enemoqueéuma palavraparoxítona.Nessemomento,assumimos,temosuma certainvejadevocêsqueaindaestãonaescola.Sabemosque, comumpoucodeesforço,vamoslembrar. Fonte:HALLACK,Jô;LEMOS,Nina;AFFONSO,Raq.ParaTudo!(AssimsemAcento).Folhade S.Paulo.2008.Disponívelem:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm0610200807. htm.Acessoem6deoutubrode2008(comadaptações) Texto II Bases doAcordoOrtográfico •BaseVIII– Da acentuação gráfica das palavras oxítonas: Regula-se o uso do acento agudo e do acento circunflexo, bem como os casos em que se prescinde de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas hete- rofônicas, e as exceções. Definem-se, também, os casos de dupla acentuação, atendendo às diferenças de pronúncia entre o português europeu e o português brasileiro, já que o sistema de acentuação gráfica do português não se limita, em geral, a assinalar apenas a tonicidade das vogais sobre as quais recaem os acentos gráficos, mas distingue também o timbre destas. •BaseIX– Da acentuação gráfica das palavras paroxíto- nas: Definem-se as palavras que recebem acento agudo e circunflexo; bem como as que não são acentuadas grafica- mente. Também aqui se preveem algumas facultatividades e casos de dupla acentuação. •BaseX– Da acentuação das vogais tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas: Abordam-se os casos em que levam acentuação gráfica as vogais tônicas grafa- das i e u das palavras oxítonas e paroxítonas e os casos em que ela não se aplica. •BaseXI– Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas: Definem-se os casos em que nas palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, se aplica o acento agu- do; os casos em que se aplica o acento circunflexo; e os casos em que tanto podem levar acento agudo como acento cir- cunflexo, dependendo do timbre, respetivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua das vogais tônicas e ou o em final de sílaba, quando seguidas de consoantes nasais grafadas com m ou n. •Base XII– Do emprego do acento grave: Aborda os casos em que o acento grave deve ser utilizado. Fonte:Disponívelem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990. Acessoem13demarçode2009(comadaptações) A supressão do acento na palavra ideia, citada no texto I, pode ser relacionada, no texto II, aos princípios enuncia- dos na Base VIII.a) IX.b) X.c) XI.d) XII.e) Questão20 Leia o texto para responder à questão. Foi durante uma das maiores secas nos EUA, na década de 1970, que o skate consolidou seu espaço entre a moçada que gosta de manobras arriscadas – e acabou por se transformar num dos esportes radicais mais cultuados do planeta. No prin- cípio, era o scooter, nome em inglês para aqueles patinetes de madeira com um guidão para se equilibrar. Sem esse “leme”, garotos americanos já andavam pelas ruas sobre a pequena prancha com rodinhas nos anos 20 e 30! Em 1934, até os Três Patetas apareceram na TV fazendo palhaçadas tentando não cair. E assim foi por muito tempo. No início dos anos 60, justamente o apelo do perigo fez o skate virar mania. Em 1963, o surfista americano Larry Stevenson, dono da revista Surf Guide, começou a promover o estranho esporte que imitava, nas ruas, os movimentos feitos sobre as ondas. Com reportagens e fotos, ele passou a divulgar as peripécias dos skatistas. Na época, adolescentes praticavam o free-style (todo tipo de acrobacia sobre rodinhas), o street (descer ladeiras em velocidade) e o slalom (ziguezagues em volta de cones espalhados no asfalto). Fonte: LOPES, M.A. Os reis do asfalto. Revista Superinteressante, Edição nº 219, novembro de 2005. Com cortes. A partir da leitura do texto, seria possível concluir que a produção e a reprodução das práticas corporais sãoa) regulamentadas institucionalmente. as práticas corporais são produzidas e reproduzidas ab) partir das dificuldades e obstáculos que se apresentam aos praticantes. os praticantes precisam de recursos econômicos parac) produzir e reproduzir as práticas corporais. o contexto histórico-social dos praticantes é deter-d) minante na produção e reprodução de uma prática corporal. as práticas corporais são produzidas pelos seus prati-e) cantes sem nenhuma influência de outros grupos.
  • 13. 16 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 21 Leia o texto. Extrato ou estrato? Por Thaís Nicoleti “Os policiais vêm dos estratos baixos, vão para a rua ganhando pouco numa estrutura militarizada sem direito a sindicalização. São alvos ambulantes.” A passagem selecionada para o comentário de hoje ilustra um caso de confusão entre duas palavras muito parecidas, de pronúncia idêntica. “Extrato”, com X, e “estrato”, com S, são termos homônimos (heterógrafos, pois se distinguem quanto à grafia, mas homófonos, porque têm a mesma pronúncia). Acompanham a distinção gráfica significados igualmente díspares: “extrato” é o particípio irregular do verbo “extrair”; refere-se, portanto, àquilo que foi extraído (o extrato bancário ou o extrato de tomate, por exemplo). Informalmente se cha- mam as essências ou perfumes concentrados de “extratos”. Já a forma “estrato”, com S, é um sinônimo de camada (a palavra é da mesma família de “estratosfera”). Em socio- logia, o termo é usado para designar uma faixa (ou camada) de uma população quanto ao nível de renda, à posição social, à educação etc. Foi exatamente nesse sentido que o redator empregou a palavra. Fonte: Disponível em: http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/ult2781u808.jhtm Acesso em 20 de setembro de2008 Considerando as informações indicadas no texto, assinale a frase em que a grafia de estrato/extrato está inadequada ao contexto em que se insere o vocábulo. Na geologia, os estratos geológicos, camadas de ro-a) chas, leitos, níveis estratigráficos ou estratos rochosos compõem conjuntos diferenciados de rochas sedi- mentares com características físicas e com registros fósseis distintos de outras camadas que as podem preceder ou suceder. Definir uma classificação de extratos, apesar de serb) um trabalho delicado, é, em geral, inevitável para grande parte dos cientistas sociais que lidam com temas como classes, mobilidade social, trajetórias ocupacionais, estrutura de emprego etc. Um extrato herbal é uma solução líquida de ervasc) e álcool. As ervas desidratadas ou frescas são com- binadas com álcool e em seguida a matéria sólida é removida, deixando somente os óleos vegetais mistu- rados ao álcool. Esse processo é denominado extração líquido-líquido, daí o nome, extrato herbal. Aqui, aposentados e pensionistas, além de se informard) sobre as novidades da Previdência, podem atualizar endereço, informar-se sobre concessão de benefícios ou revisão de valores e até conferir as decisões das câmaras e juntas de recursos. Entre os inúmeros serviços, aposentados que necessitam obter cópia da carta de concessão de aposentadoria também têm aqui a facilidade de solicitar extratos. Não é possível tirar a segunda via do extrato dee) imposto de renda pela internet, somente nas agências. O que você pode fazer é consultar como anda sua declaração pelo site (se está paga a restituição ou se está na malha fina). Questão 22 Leia os textos para responder à questão. Texto 1 Se em São Paulo a vida dos fumantes está ficando mais difícil, com proibições ao cigarro em bares e empresas, em outros países os obesos também sofrem patrulhamento. Os quilos a mais já custam mais caro em várias com- panhias aéreas internacionais (algumas com voos no Bra- sil), nas quais passageiros muito acima do peso podem ter de pagar por duas poltronas em voos cheios. No Estado do Alabama (EUA), o governo cobrará, a partir de 2011, US$ 25 por mês de obesos que não se cuidarem. Na Ingla- terra, um condado motivou protestos ao passar a cobrar, neste ano, 50% a mais para enterrar corpos ‘maiores’. Fonte: BERGAMASCO, D. Depois dos fumantes, obesos são alvo de patrulhamento. Folha de S.Paulo, Caderno Cotidiano, 27/4/2009 Texto 2 Uma multiplicidade de sinais, códigos e atitudes produz referências que fazem sentido no interior da cultura e que definem (pelo menos momentaneamente) quem é o sujeito. A marcação pode ser simbólica ou física, pode ser indicada por uma aliança de ouro, por um véu, pela colocação de um piercing, por uma tatuagem, por uma musculação ‘trabalhada’, pela implantação de uma prótese... O que importa é que ela terá, além de efeitos simbólicos, expressão social e material. Ela poderá per- mitir que o sujeito seja reconhecido como pertencendo a determinada identidade; que seja incluído em ou excluído de determinados espaços; que seja acolhido ou recusado por um grupo; que possa (ou não) usufruir de direitos; que possa (ou não) realizar determinadas funções ou ocupar determinados postos; que tenha deveres ou privilégios; que seja, em síntese, aprovado, tolerado ou rejeitado. Fonte: LOURO, G. L. Marcas do corpo, marcas de poder. In: Um Corpo Estranho. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. pp. 83-84 Tomandocomobaseasideiasapresentadasnotexto2,se- riacorretoafirmarqueasmedidasdenunciadasnotexto1 constituem-se em incentivos eficazes à mudança dea) hábitos alimentares. são medidas necessárias às instituições que prestamb) esses serviços, dada a necessidade de garantir sua sobrevivência financeira. podem ser vistas como práticas antidemocráticas,c) pois tendem a restringir os espaços sociais em razão das dimensões corporais dos indivíduos. respeitam a diversidade das configurações corporaisd) existentes, por isso instituíram cobranças distintas. tenderão a beneficiar a maioria das pessoas, por issoe) são justas e democráticas.
  • 14. 17LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 17 Texto 1 Fonte: Disponível em: http:// portal.saude.gov.br/portal/ saude/area.cfm?id_area=137 pagina=dspDetalheCampanhac o_seq_campanha=3009. Acesso em 1 de maio de 2009 os temas básicos dos dois textos são parecidos. Assim,a) temos os idosos felizes em poder dizer “adeus” à gripe e as crianças contentes por poder compartilhar seus dons musicais com o Anjinho. os elementos visuais e sonoros sugerem informaçõesb) compreendidas com o auxílio da linguagem verbal. Assim, a “mão” da propaganda refere-se aos idosos vacinados e o ruído ouvido pela Mônica e seus amigos é produzido pelo Anjinho. a tristeza é um tema presente nos dois textos. Assim,c) os idosos despedem-se da gripe no primeiro texto e as crianças ficam tristes por despedir-se do Anjinho no segundo texto. elementos sonoros aparecem apenas no primeiro texto.d) Assim, o movimento da mão do idoso é uma forma de representação sonora; já as notas musicais não repre- sentam sons em forma de desenho. os elementos verbais e visuais não se complementame) nos dois textos. Assim, a “mão” da propaganda não tem nenhuma relação com o idoso; o mesmo ocorre com as expressões da Mônica e de seus amigos e os ruídos que ouvem do céu. Texto 2 Fonte: Disponível em: http://www.monica.com.br/comics/tabloide/tab050.htm. Acesso em 1 de maio de 2009 Questão 23 Sobre os diferentes recursos das linguagens utilizados na propaganda da campanha de vacinação dos idosos e no quadrinho da turma da Mônica, pode-se dizer que Leia os textos para responder à questão.
  • 15. 18 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 24 Leia o texto para responder à questão. Construção Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público Fonte:Disponívelem:www.chicobuarque.com.br.Acessoem1demaiode2009(comcortes) Na letra da música, o compositor Chico Buarque des- creve o dia de morte de um trabalhador da construção civil. De uma estrofe para outra, há a repetição da oração “como se fosse” em quase todos os versos. Qual o efeito produzido no texto pelo uso desse recurso linguístico? Apresenta os fatos da mesma maneira, de uma es-a) trofe para outra, não introduzindo troca de palavras ou mudança de sentido. Destaca a revolta do operário nas duas estrofes, tan-b) to em sua vida pessoal como profissional, pois suas ações continuam inalteradas. Introduz um caráter hipotético e singular à vida doc) operário, marcada no texto por uma sequência de ações comuns, que termina de forma trágica. Realça os problemas afetivos e profissionais do ope-d) rário, que tenta, de uma estrofe para outra, fazer algo diferente. Restringe a ação do operário sob o ponto de vistae) político, marcado por suas atitudes em cada estrofe. Questão 25 Observe as esculturas para responder à questão. FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 1 – Laoconte, escultura em mármore do séc. I a.C., Museu do Vaticano, Roma FIGURA 2 – Polykleitos, de Doryphoro, 440-450 a.C., Museu Nacional de Nápoles, Itália FIGURA 3 – Estátua de Kafre Sentado, proveniente de Gizé, datada do período de 2600 a.C., Museu Egípcio, Cairo FIGURA 4 – Ídolo cicládico, escultura em mármore, Syros, 2500-2000 a.C. A representação da figura humana na escultura egíp- cia, grega e romana evoluiu gradativamente, o que pode ser observado pela maneira como as escultu- ras, inicialmente estáticas e eretas, com os membros colados ao corpo, foram pouco a pouco apresentando os membros superiores e inferiores deslocados do tronco, adquirindo movimentos, rotação no torso, definindo os músculos. Os artistas, conhecendo a ana- tomia cada vez mais, passaram a representar o corpo com maior sofisticação, até alcançarem pleno conhe- cimento da realidade anatômica e do movimento do ser humano. Assinale a alternativa que apresenta as figuras em uma ordem da menos sofisticada à mais sofisticada em relação à apresentação humana (anatomia, mus- culatura e elementos vazados). Figuras 2, 3, 4 e 1.a) Figuras 4, 3, 2 e 1.b) Figuras 4, 2, 1 e 3.c) Figuras 1, 2, 4, e 3.d) Figuras 2, 3, 1 e 4.e)
  • 16. 19LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 26 Leia os textos para responder à questão. Texto 1 Neymarchoraporlesão,masSantosdizquenãoégrave Atacante sofre pisão no pé e sai carregado por massagis- ta; médico afirma que unha encravada incrementou a dor e que ele deve jogar contra o Corinthians Além da difícil missão de vencer o Corinthians por três gols de diferença, no Pacaembu, para conquistar seu 18º título paulista, o Santos pode ter mais um problema para a decisão estadual de domingo. Faltando quatro dias para a final do Estadual, o atacante Neymar, 17, saiu machucado do treino coletivo de ontem. Durante a atividade no CT Rei Pelé, Neymar fez um lançamento para Madson e, logo depois, sofreu um pisão no pé esquerdo de Pará. Deixou o gramado carregado pelo massagista Gustavo Calixto. Chorando, o atacante santista recebeu atendimento na lateral do campo e saiu do local de pé, amparado pelo fisioterapeuta Avelino Buongermino. Apesar da expressão de dor de Neymar após o pisão, o médico Carlos Braga declarou que a contusão não é grave. Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1 de maio de 2009 (com cortes) Texto 2 Neymar treina no Santos e é confirmado na decisão ‘O pisão não foi no dedo machucado. Tomamos um susto porque ele saiu chorando’, diz o técnico SANTOS – O atacante Neymar participou normalmente do treino técnico do Santos, nesta sexta-feira, e está esca- lado para enfrentar o Corinthians, domingo às 16 horas, no Pacaembu, na finalíssima do Campeonato Paulista. Apesar do grande susto que deu no coletivo da véspera, não houve nada de grave com o atacante. Ele dividiu a bola com Pará e sofreu um pisão no pé es- querdo, caiu no campo e saiu carregado pelo massagista Gustavo Calixto, chorando muito. “Não foi nada”, mini- mizou o técnico Vágner Mancini na entrevista coletiva desta tarde. “O pisão não foi no dedo machucado. Ele foi atingido apenas na unha de outro dedo e tomamos um susto porque ele caiu chorando”, acrescentou. O treinador aproveitou para negar que tenha armado uma contusão para Neymar, como estratégia para confun- dir o técnico Mano Menezes. “Ao contrário do que alguém publicou, realmente Neymar deu um susto e não foi nada arrumado. Já fiz isso em outro clube, mas agora não tem nada disso.” Fonte: O Estado de S. Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1 de maio de 2009 (com cortes) Comparando as informações das duas notícias sobre o ocorrido com o jogador Neymar, pode-se afirmar que é dado enfoque totalmente diferente ao fato, poisa) o primeiro texto reforça a dor e estimula a dúvida sobre a participação de Neymar na decisão; já o se- gundo dá menos importância à contusão e confirma o jogador na final. são apresentadas as mesmas informações, poisb) ambos os textos afirmam que a contusão foi uma estratégia do técnico santista para confundir Mano Menezes, técnico do adversário. o enfoque dado ao fato é o mesmo, pois, apesar dec) as duas notícias darem detalhes diferentes sobre o incidente, ambas confirmam a presença do atacante na final do campeonato. estimula-se a dúvida sobre a presença do jogador nad) decisão do campeonato, o que pode despertar nos lei- tores maior curiosidade em ler as próximas notícias para saber se Neymar participará ou não do jogo. valoriza-se a postura do jogador, que, mesmo com ae) contusão, participou normalmente dos treinos, contra- riando as expectativas médicas sobre a evolução de seu caso. Questão 27 INCOMPATIBILIDADE Oswaldo Montenegro E a intelectualidade Pode dançar sem receio Descanso é pra alimentar E trabalhar sem anseio Eu tô olhando pra ponta Mas não esqueço do meio Quem acha o corpo uma ofensa Falo sem demagogia Pode dançar essa noite E amanhã pensar quem diria Quem não entendeu eu lamento Quero que entenda algum dia aaahhhhhh E bate louco bate criminosamente... Fonte: Disponível em: http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/47881/. Acesso em 5 de maio de 2009 Quais versos do poema expressam explicitamente a ideia de que a dança pode ser relacionada com o bem- estar da mente? E a intelectualidade / Pode dançar sem receio.a) Descanso é para alimentar / E trabalhar sem anseio.b) Eu tô olhando pra ponta / Mas não esqueço do meio.c) Quem acha o corpo uma ofensa / Falo sem demagogia.d) Quem não entendeu eu lamento / Quero que enten-e) da algum dia.
  • 17. 20 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 28 Leia o texto para responder à questão. Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os ca- belos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que ves- tia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia sil- vestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondi- dos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. (...) Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Er- gue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerrei- ro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Fonte: Alencar, José de, Iracema. São Paulo: Moderna, 2000. P. 24 (com cortes) Ao relacionar o texto lido às características e ao pen- samento próprios do movimento literário Romantis- mo, pode-se afirmar: I. Revela preocupações próprias do Romantismo ao descrever a índia Iracema e a natureza brasileira como dotadas de uma beleza superior. II. Narra o primeiro encontro entre a musa tupiniquim e o seu príncipe português. III. O encontro entre Iracema e Martim, o guerreiro por- tuguês, serve para explicar metaforicamente a origem do povo brasileiro: misto entre índios e brancos. IV. Excluí o elemento africano do processo de formação da identidade brasileira, o que revela implicitamente certo preconceito étnico comum no século XIX. Estão corretas apenas II e III.a) apenas I, II e III.b) apenas I, III e IV.c) apenas II, III e IV.d) todas.e) Questão 29 Leia com atenção o fragmento abaixo. Busca pelos equivalentes do aqui-e-agora O que o terapeuta deve fazer quando um paciente levanta uma questão envolvendo uma interação infeliz com outra pessoa? Geralmente, os terapeutas exploram a situação profundamente e tentam ajudar o paciente a entender seu papel no processo, explorar as opções de comportamentos alternativos, investigar a motivação consciente, adivinhar as motivações da outra pessoa e buscar padrões – isto é, situações semelhantes que o paciente tenha criado no passado. Essa estratégia consa- grada pelo tempo tem limitações: não somente o trabalho tende a ser racionalizado, mas é muito frequente que se baseie em dados imprecisos fornecidos pelo paciente. O aqui-e-agora oferece uma maneira muito melhor de trabalhar. A estratégia geral é descobrir um equivalente do aqui-e-agora da interação disfuncional. Uma vez que isso for feito, o trabalho se tornará bem mais preciso e imediato. Fonte: YALOM, Irvin D. Busca pelos equivalentes do aqui-e-agora. In: Os Desafios da Terapia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (fragmento) Considerando o fragmento, é possível inferir que o enunciador defende a seguinte tese: O terapeuta não deve discutir com o paciente asa) dificuldades de interação relatadas por este. O paciente, para resolver seus problemas de rela-b) cionamentos interpessoais, deve investigar, com o auxílio do terapeuta, as motivações das pessoas e procurar entendê-las. O paciente deve explorar ao máximo suas dificulda-c) des de relacionamento nas sessões de psicoterapia. O terapeuta, para tornar seu trabalho mais eficien-d) te, deve buscar um sucedâneo do aqui-e-agora da situação interpessoal problemática relatada pelo paciente. O aqui-e-agora do paciente fornece dados impreci-e) sos ao terapeuta.
  • 18. 21LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 30 Machado de Assis é famoso por trazer para seus textos outros textos. Abaixo estão transcritas partes do conto A Chave. Em qual das partes transcritas o narrador faz uma referência explícita a uma imagem poética da obra clássica Odisseia, de Homero? a) Não sei se lhes diga simplesmente que era de madru- gada, ou se comece num tom mais poético: a aurora, com seus róseos dedos... A maneira simples é o que melhor me conviria a mim, ao leitor, aos banhistas que estão agora na Praia do Flamengo – agora, isto é, no dia 7 de outubro de 1861, que é quando tem princí- pio este caso que lhes vou contar. Imaginem os leitores um sujeito gordo, não muitob) gordo – calvo, de óculos, tranquilo, tardo, meditati- vo. Tem sessenta anos: nasceu com o século. Traja asseadamente um vestuário da manhã; vê-se que é abastado ou exerce algum alto emprego na adminis- tração. Saúde de ferro. Disse já que era calvo; equivale a dizer que não usava cabeleira. Incidente sem valor, observará a leitora, que tem pressa. Calvo é o espírito. O Major Caldas cultivou as letras,c) desde 1821 até 1840 com um ardor verdadeiramente deplorável. Era poeta; compunha versos com presteza, retumbantes, cheios de adjetivos, cada qual mais calvo do que ele tinha de ficar em 1861. A primeira poesia foi dedicada a não sei que outro poeta, e continha em gérmen todas as odes e glosas que ele havia de produzir. O major ficou sentado a ver a filha, com o Jornal do Co-d) mércio aberto sobre os joelhos; tinha já luz bastante para ler as notícias; mas não o fazia nunca antes de voltar a filha do banho. Isto por duas razões. Era a primeira a própria afeição de pai; apesar da confiança na destreza da filha, receava algum desastre. Era a segunda o gosto que lhe dava contemplar a graça e a habilidade com que Marcelina mergulhava, bracejava ou simplesmente boiava “como uma náiade”, acrescentava ele se falava disso a algum amigo. Marcelina era destemida; galgou a linha em que see) dava a arrebentação, e surdiu fora muito natural- mente. O moleque, aliás bom nadador, não rematou a façanha com igual placidez; mas galgou também e foi surgir ao lado da sinhá-moça. Questão 31 Leia a notícia a seguir. Viagem ao fundo do mar Visitamos um dos cinco submarinos brasileiros antes da partida para a maior expedição já feita por uma de nossas embarcações do gênero Por Karla Monteiro A capacidade de defesa de um país pode ser medida pela quantidade de submarinos que ele tem. Os cinco paí- ses que compõem o Conselho de Segurança da ONU são os únicos que contam com submarinos nucleares. – Submarinos são armas estratégicas, armas de dis- suasão. Não temos para a guerra, mas, sim, para evitar a guerra – explica o almirante Bento de Albuquerque, chefe da Força de Submarinos da Marinha. – Submarino confe- re poder militar. O Brasil tem 95% dos seus interesses no mar. O país depende do mar. Os submarinos são fundamentais para que possamos ter condições de negar o uso do mar a quem tentar contrariar os interesses brasileiros. O pré-sal, por exemplo, fica a 300 quilômetros da costa. O submarino Tikuna acaba de partir para a maior missão de um submarino brasileiro. Saiu de Niterói no dia 1º de março e só retornará no final de agosto. Antes de zarpar, demos um jeitinho de penetrar no submarino para descobrir como, afinal de contas, 41 homens grandes, fortes e sarados conseguem sobreviver num espaço tão apertadinho, sem nenhuma comunicação com o mundo, sob regras – literalmente – militares. Até jogar baralho é proibido, embora outros jogos sejam liberados, sabem Deus e o alto-escalão das Forças Armadas por quê. O Tikuna tem 62 metros de compri- mento, seis metros de largura, cinco cabines, dois banhei- ros e uma cozinha. – É como um Big Brother sem piscina e sem festas – define o capitão Nelson, comandante do Tikuna. Fonte: MONTEIRO, Karla. Viagem ao fundo do mar. Megazine, suplemento de O Globo. Rio de Janeiro, 21 de abril de 2009 (com cortes) Nessa notícia, há fatos e opiniões. O trecho, extraído do texto, que apresenta uma opinião sobre um fato é: Os cinco países que compõem o Conselho de Seguran-a) ça da ONU são os únicos que contam com submarinos nucleares. O pré-sal, por exemplo, fica a 300 quilômetros da costa.b) Saiu de Niterói no dia 1º de março e só retornará noc) final de agosto. O Tikuna tem 62 metros de comprimento, seis metros ded) largura, cinco cabines, dois banheiros e uma cozinha. É como um Big Brother sem piscina e sem festas.e)
  • 19. 22 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 32 Observe o cartaz para responder à questão. Fonte: INSTITUTO PATRICIA GALVÃO. Disponível em: www.patriciagalvao.org.br/novo2/ cartaz_monstro.jpg. Acesso em 22 de abril de 2009 Da leitura de todos os elementos que compõem o car- taz, é correto afirmar que o texto principal denuncia que a violência doméstica contra a mulher atinge principalmente a mãe, e a ilustração apresen-a) ta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista da mulher. atinge todos os membros da família, e a ilustraçãob) apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista de um dos filhos. atinge principalmente os filhos, e a ilustração apre-c) senta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista da mulher. atinge todos os membros da família, e a ilustraçãod) apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista do próprio agressor. desestabiliza a família, e a ilustração apresenta umae) imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista dos dois filhos. Questão 33 O romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, é construído sob forma de narrativa oral. Riobaldo, o narrador-personagem, conta sua vida a um interlocutor que não tem participação direta nos fatos narrados. Riobaldo se refere explicitamente a esse interlocutor, no seguinte trecho transcrito do romance: Viver é muito perigoso... Querer o bem com demaisa) força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as coisas dum só modo. O senhor... Mire e veja: o mais importante e bonito, dob) mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sem- pre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Comc) assim, a gente se diferenciava dos outros – porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas:... Medeiro Vaz não era carrancista. Somente de maisd) sisudez, a praxe, homem baseado. Às vezes vinha falando surdo, de resmão. Com ele, ninguém vereava. De estado calado, ele sempre aceitava todo bom e justo conselho. E o arrieiro-mestre relatando uma infeliz notícia,e) dessas da vida. – “Ele era alto, feições compridas, dentuço?” – Medeiro Vaz exigiu certeza. – “Olhe, pois era” – o arrieiro respondeu – “e, antes de morrer, deu o nome: que era Santos-Reis... Questão 34 O texto apresenta algumas regras de concordância nominal para o plural de palavras que designam cores. O nome das cores, quando expresso por um adjetivo, varia normalmente. Quando a cor é definida por um substantivo, em geral uma substância, flor ou fruto, a palavra resultante não se flexiona. Nas palavras compos- tas, se pelo menos um dos termos é substantivo, o nome não varia. Considere as seguintes frases: I. O time da Holanda jogou com as camisas laranja. II. O bebê tem olhos verdes como sua mãe. III. Prefiro a decoração do consultório em tons pastel. IV. Meu irmão namora uma garota com olhos violetas incríveis. De acordo com as regras dadas no texto, a concordân- cia nominal está correta apenas em I e II.a) II e III.b) III e IV.c) I, II e III.d) I, II, III e IV.e)
  • 20. 23LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 35 José Saramago (Riabatejo, Portugal, 1922) recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1998. Sua obra em língua portuguesa é representativa e polêmica. Segue para leitura um trecho de um dos romances do autor. Fernando Pessoa levantou-se do sofá, passeou um pouco pela saleta, no quarto parou diante do espelho, de- pois voltou, É uma impressão estranha, esta de me olhar num espelho e não me ver nele, Não se vê, Não, não me vejo, sei que estou a olhar-me, mas não me vejo, No en- tanto, tem sombra, É só o que tenho. Tornou a sentar-se, cruzou a perna, E agora, vai ficar para sempre em Portu- gal, ou regressa a casa, Ainda não sei, (...) Fonte: Saramago, José. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 81 Pode-se dizer que o trecho citado faz parte do livro de José Saramago denominado Todos os Nomesa) , que conta a história do escriturário José, funcionário da Conservadoria Geral do Regis- tro Civil, e de sua mania – colecionar recortes sobre pessoas famosas –, que o leva a procurar informações sobre as pessoas nos arquivos de sua repartição. O Ano da Morte de Ricardo Reisb) , que conta a história de como Ricardo Reis resolve deixar o Brasil, após receber um telegrama de Álvaro de Campos, infor- mando-o da morte de Fernando Pessoa, e volta para Portugal, onde passará o último ano de sua vida. As Intermitências da Mortec) , que conta a história de um fato inusitado: de repente, a partir do anúncio de Ano Novo, ninguém mais morre no país. O fato desvela os subterrâneos do comportamento huma- no, político, religioso e social. O Homem Duplicadod) , que conta a história de um professor chamado Tertuliano Máximo Afonso. Ele reconhece, em uma fita de vídeo, um ator secundá- rio que lhe é cópia exata, fica obcecado pelo fato e vive uma crise existencial. Ensaio sobre a Lucideze) , que conta a história de um país imaginário onde os votos das últimas eleições não se dividiram entre partidos da direita e da esquerda, como de costume, pois, para espanto de todos, vence o voto em branco. Questão 36 Leia o seguinte trecho de uma crônica. – Is it a handkerchief? Fiquei muito perturbado com essa pergunta. Para dizer a verdade, não poderia ser um handkerchief; talvez fosse hipoteca... Não, hipoteca não. Por que haveria de ser hipoteca? Handkerchief! Era uma palavra sem sombra de dúvida antipática; talvez fosse chefe de serviço ou relógio de pulso ou ainda, e muito provavelmente, enxaqueca. Fosse como fosse, respondi impávido: – No, it’s not! Fonte: BRAGA, Rubem. Aula de inglês. In: ____. Para gostar de ler - 2; Crônicas. São Paulo : Ática, 1978. p. 65 No texto, a personagem procura responder a uma pergunta sobre a palavra handkerchief (lenço, em in- glês), que ela desconhece. Ela, ironicamente, relaciona handkerchief à hipoteca, chefe de serviço, enxaqueca, por uma possível semelhança entre o som das palavras em inglês e em português.a) a colocação da palavra na frase em inglês e emb) português. a representação física do objeto em inglês e emc) português. o significado dicionarizado das palavras em inglês ed) em português. a norma-padrão da escrita das palavras em inglês ee) em português. Questão 37 Observe a pintura para responder à questão. Fonte: A Caridade, 1518, Andrea Del Sarto, Museu do Louvre, Paris O traçado geométrico em uma pintura ou desenho funciona como um elemento de construção que ex- pressa uma vontade explícita do artista. O quadrado ou retângulo deitado sugere força, firmeza, dureza e solidez. O círculo sugere ação, movimento, velocida- de e rapidez. O triângulo e a forma piramidal suge- rem equilíbrio e harmonia. Observe a pintura A Caridade. Qual a forma geomé- trica que se pode perceber como de uso intencional do artista em seu projeto e na execução de sua obra? Quadrado.a) Retângulo deitado.b) Círculo.c) Triângulo.d) Retângulo em pé.e)
  • 21. 24 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 38 Leia o texto para responder à questão. 19 de abril DIA DO ÍNDIO o dia dos que têm os seus dias contados FONTE: PAES, José Paulo. Poesia completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 261 No poema, a menção a uma data comemorativa do calendário oficial torna-se irônica graças à opinião crí- tica do poeta sobre o fato de que os homenageados não sabem contar.a) estão sendo extintos.b) usam outro calendário.c) não aparecem nas estatísticas.d) recebem atenção especial.e) Questão 39 Leia o texto para responder à questão. Níquel Náusea Fernando Gonsales FONTE: GONSALES, Fernando. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19/10/2008 O texto verbal que aparece nos dois balões da tirinha de Fernando Gonsales tem a função de noticiar fatos.a) fornecer instruções.b) apresentar opiniões.c) divulgar produtos.d) expor conceitos.e) Questão 40 Leia o texto para responder à questão. 2º. QUADRO – O PAÍS DA GRAMÁTICA A cena representa uma praça onde vêm desembocar várias ruas. Um grupo de gente internacional passa ao fundo. Um grupo de gente amortalhada atravessa a cena. O TURISTA – E aqueles? O POLÍCIA – São os mortos. O TURISTA – Vivem juntos? Vivos e mortos? O POLÍCIA – O mundo é um dicionário. Palavras vivas e vocábulos mortos. Não se atracam porque somos severos vigilantes. Fechamo-los em regras indiscutíveis e fixas. Fazemos mesmo que estes que são a serenidade tomem o lugar daqueles que são a raiva e o fermento. Fundamos para isso as academias... os museus... os códigos... O TURISTA – E os vivos reclamam? O POLÍCIA – Mais do que isso. Querem que os outros desapareçam para sempre. Mas se isso acontecesse não haveria mais os céus da literatura, as águas paradas da poesia, os lagos imóveis do sonho. Tudo o que é clássico, isto é, o que se ensina nas classes... falo sete línguas, todas mortas. A minha função é mesmo essa, matá-las. Todo o meu glossário é de frases feitas... O TURISTA – As mesmas que eu emprego. Nós dois só conseguimos catalogar o mundo, esfriá-lo, pô-lo em vitrine! O POLÍCIA – Somos os guardiães de uma terra sem surpresas. Fonte: ANDRADE, Oswald de. “A morta”. In: Obras Completas – Teatro. 3. ed.. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 29/30. Com cortes A obra teatral de Oswald de Andrade é um bom exemplo da radicalidade formal e temática alcançada pelos modernistas brasileiros, após a Semana de Arte Moderna, de 1922. O trecho lido traz como assunto central um dos alvos preferidos das críticas dos escri- tores do período, que é excessiva influência estrangeira em nossa cultura,a) sobretudo no uso da linguagem falada. obediência estreita às regras e a falta de ousadia nob) uso da língua, ao fazer literatura. presença recorrente do descritivismo realista e dac) paisagem natural no teatro brasileiro. tematização costumeira do modo de vida urbano,d) graças ao costume provinciano de buscar seguir modismos. falta sensível de surpresas no ensino da literaturae) brasileira, com a repetição dos mesmos autores clássicos.
  • 22. 25LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 41 Leia o texto para responder à questão. Na placa acima, fotografada em uma avenida de Lisboa, a impressão de redundância que um leitor brasileiro pode ter ocorre devido ao uso diferenciado da concordância verbal.a) pontuação.b) regência nominal.c) colocação pronominal.d) concordância nominal.e) Questão 42 Leia o texto para responder à questão. Editorial Março desponta ainda um tanto tímido no calendário de 2009, espreguiçando-se de fevereiro. As aulas defini- tivamente recomeçam, e do carnaval o único legado são algumas lembranças. Mas, por isso mesmo, é também um mês de renovação, de novas expectativas, tempo propício para colocar a esperança para render juros selvagens no universo paralelo da especulação. Isso me lembra meu velho, um senhor supimpa que a vida ensinou a chicote, e que só não adotou o masoquismo como bandeira de salva- ção porque a perseverança sempre foi um de seus maiores e mais admiráveis dons; por fim, ele sempre me dizia: “não basta ser bom, é preciso ser o melhor”. O melhor, nesses tempos estranhos, talvez seja o menos pior. Mas Hunter Thompson escreveu: “quando as coisas ficam estranhas, os estranhos viram profissionais”. É pos- sível que isso explique por que o nerd que sentava ao seu lado na época da faculdade – aquele mesmo, que atolou toda a vida social na lápide de um blog assinado por um pseudônimo – hoje ganhe 15 vezes mais que você para trabalhar em casa, de cueca, três horas por dia. Esta é nossa primeira edição na tão aguardada Era de Aquários: os astros conspiram, baby; conspiremos nós também, pois. Junior Bellé – Editor chefe Fonte: Revista UP!- Jovem inteligente. Ano 3, no . 16, março de 2009, p. 12 (com cortes) O segmento que revela explicitamente que o texto se destina a jovens universitários ou que já fizeram curso superior é: As aulas definitivamente recomeçam, e do carnaval oa) único legado são algumas lembranças. Tempo propício para colocar a esperança para renderb) juros selvagens no universo paralelo da especulação. A perseverança sempre foi um de seus maiores e maisc) admiráveis dons. Aquele mesmo, que atolou toda a vida social na lápided) de um blog assinado por um pseudônimo. Que issoexplique porque onerd quesentava aoseu ladoe) na época da faculdadeganhe15 vezesmaisquevocê. Questão 43 Leia o texto para responder à questão. POÉTICA conciso? → com siso prolixo? → pro lixo Fonte: PAES, José Paulo. Poesia Completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 289 Os comentários a seguir são adaptados de um texto crítico do professor Davi Arrigucci Jr. e se referem à obra do poeta José Paulo Paes. O trecho que mais adequadamente serve para analisar o poema lido é: É visível o peso que a formação provinciana terá tidoa) na configuração interna da obra; o íntimo está sempre exposto, de modo que o cotidiano na província é um pouco teatro, tribunal e involuntário testemunho. São versos de tom sério e intimista, que encontravamb) em Carlitos, figura tão cara aos modernistas, um emblema de sonho e liberdade, evocando a esperança de uma nova ordem social. A novidade radical é agora o corte seco da linguagemc) reduzida à forma breve, exigências de uma poesia sintética; é quando se vê assomar um mundo em mi- niatura: o todo no mínimo. Nesse singelo e extraordinário poema, em que umad) equação amorosa nascida das coisas simples se ex- pande, a partir da declaração de amor à musa eterna, Dora. Além do traço de mistura dos gêneros, destaca-se nose) versos sua forma incisiva, voltada para o comentário irônico ou corrosivamente satírico da vida pública.
  • 23. 26 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Texto para as questões 44, 45 e 46 REFORMA ORTOGRÁFICA: MAIS CUSTOS QUE BENEFÍCIOS Thaís Nicoleti de Camargo Muito já se falou sobre o Novo Acordo Ortográfico. A frouxidão de argumentos que embasaram a sua implan- tação, como a suposta necessidade de unificar a grafia da língua portuguesa nos países em que o idioma é oficial, em favor do estímulo ao intercâmbio cultural entre as na- ções lusófonas e da simplificação de documentos oficiais, já foi suficientemente denunciada. É certo que o intercâmbio cultural entre os países da chamada “lusofonia” é algo positivo, mas o que pode fomentá-lo são antes políticas de incentivo que a su- pressão de hífens ou de acentos, cujo resultado prático é apenas anular diferenças sutis que nunca impediram a compreensão dos textos escritos do lado de cá ou do lado de lá do Atlântico. A ideia de unificação, que produziu um discurso politicamente positivo em torno do assunto, além de não ter utilidade prática, gera vultoso gasto de energia e de recursos, que bem poderiam ser empregados no estímulo à educação e à cultura. Não bastasse a inconsequência do projeto em si, o texto que o tornou oficial é tão lacunar e ambíguo que desafiou os estudiosos do idioma tanto no Brasil como em Portugal, fato que levou à produção de dicionários com grandes discrepâncias entre si. Sem um objetivo claro e com severas implicações financeiras, a reforma ortográfica apoia-se num docu- mento lacunar e numa obra de referência marcada pela hesitação e pela inconstância nos critérios de regulari- zação. Fica a incômoda impressão de que os custos serão bem maiores que os supostos benefícios. FONTE: Folha de S. Paulo, 22 de abril de 2009, p. A3 (com cortes) Questão 44 O trecho que melhor retoma e ilustra a tese, já ex- pressa no título, acerca das implicações financeiras da nova reforma ortográfica é “em favor do estímulo ao intercâmbio”.a) “simplificação de documentos oficiais”.b) “vultoso gasto de energia e recursos”.c) “inconsequência do projeto em si”.d) “inconstância nos critérios de regularização”.e) Questão 45 A fim de explicitar o que pensa da nova reforma ortográfica, a autora utiliza palavras que relativizam sua importância e a caracterizam negativamente. É o caso, no primeiro parágrafo, das palavras frouxidão, suposta, denunciada.a) muito, argumentos, implantação.b) necessidade, estímulo, simplificação.c) cultural, já, suficientemente.d) novo, oficial, lusófona.e) Questão 46 Contra a reforma ortográfica, segundo a autora, pesaria o argumento do alto custo ocasionado pelas mudanças. Como acha tal gasto dispensável, ela suge- re que o dinheiro fosse mais bem aplicado na simplificação de documentos oficiais.a) no incentivo à educação e à cultura.b) na produção de dicionários atualizados.c) no estímulo a estudiosos do idioma.d) na produção de documentos de referência.e) Questão 47 Veja, a seguir, a reprodução de um outdoor. Fonte: MAIS BRASIL. Disponível em: www.maisbrasil.gov.br/campanha.php?UF=DF. Acesso em 28 de abril de2009 O emprego de “mais” neste outdoor tem o interesse de reforçar a ideia de que haverá mais aeroportos paraa) os brasileiros. enfatizar o fato de que Brasília terá o maior aero-b) porto do Brasil. destacar que Brasília terá o aeroporto mais seguro ec) confortável do país. ressaltar que um número maior de brasileiros pode-d) rá utilizar o aeroporto. salientar que aumentarão a segurança e o conforto,e) mantendo-se o tamanho do aeroporto.
  • 24. 27LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questão 48 Leia o texto para responder à questão. VOCÊ TEM UM VIDEOCURRÍCULO? Ferramenta dá uma visão mais ampla do candidato ao emprego, o que facilita a escolha pelo recrutador Marília Costa e Silva Quando se fala em currículo, o que vem à cabeça são as folhas em papel ou as imagens de um documento eletrônico confeccionado no editor de texto com o nome, endereço, experiências profissionais, cursos e vivências do candidato a emprego. Sabendo que a criatividade pode ser um diferencial na hora de conseguir uma colocação, muita gente está descobrindo que existem, além do currículo tradicional, outras formas de se mostrar para o mercado. Uma delas é o videocurrículo. Usando imagens e sons, a pessoa que busca uma colocação no mercado pode gravar um pequeno vídeo para falar diretamente com as empresas, registrando seus objetivos profissionais e suas experiências anteriores. Segundo o consultor técnico Emerson Jordão, como a internet tende a ser menos pessoal, esse novo tipo de currículo dá uma visão mais ampla do candidato, para aqueles que contratam e pode ser um ponto decisivo para a escolha, já que permite uma exposição muito mais deta- lhada de quem busca o emprego. Além de enviar o videocurrículo para o empregador, o candidato pode optar por postá-lo no próprio site pessoal como forma de divulgar sua mão de obra. Fonte: Jornal O Popular. Goiânia, 20/10/2008, p. 14 (com cortes) Segundo a autora, o candidato a emprego que decidir divulgar seu videocurrículo para concorrer a uma vaga no mercado poderá fazer isso imprimindo-o em folhas de papel ou transforman-a) do-o em documento eletrônico. confeccionando-o no editor de texto ou registran-b) do-o diretamente nas empresas. enviando-o para o empregador nas empresas ouc) postando-o no próprio site pessoal. registrando-o junto a consultores técnicos oud) expondo-o a quem busca uma colocação. expondo-o criativamente na internet ou enviando-oe) a antigos empregadores. Questão 49 Na teoria das Inteligências Múltiplas, Howard Gardner (1985) define inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais e lista sete tipos de inteligência, afirmando que o ser humano comumente faz uso de mais de um tipo ao mesmo tempo: 1) linguística (habilidade para usar a linguagem para con- vencer, agradar, estimular ou transmitir ideias). 2) lógico-matemática (sensibilidade para padrões, ordem e sistematização). 3) espacial (habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar ten- são, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial). 4) musical (habilidade para apreciar, compor ou reprodu- zir uma peça musical). 5) cinestésica (habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza). 6) interpessoal (habilidade para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas). 7) intrapessoal (habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais.) Imagine que uma pessoa esteja ouvindo uma músi- ca em um show ao vivo e ela seja instigada a dançar a noite inteira. Que tipos de habilidade ela poderia estar praticando? Apenas 1, 4 e 5.a) Apenas 2, 3 e 4.b) Apenas 2, 3, 4 e 7.c) Apenas 3, 4 e 5.d) Apenas 4, 5, 6 e 7.e)
  • 25. 28 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS28 Questão 50 Leia o texto para responder à questão. SIC apresaéiminigadaprefeição Fonte:PAES,JoséPaulo.PoesiaCompleta.SãoPaulo:CompanhiadasLetras,2008,p.300 Vocabulário SIC: assim, deste modo; palavra que indica que, numa citação, o texto original está reproduzido exatamen- te, por errado ou estranho que possa parecer. Do modo como aparece grafado, o verso “apresaéi- minigadaprefeição” simula problemas de ortografia para provar, com exemplo, que a leitura sempre altera oa) sentido. indicar que, com frequência, poetas erram ao digitar.b) sugerir que, por desatenção, o trecho foi citadoc) incompleto. mostrar, na prática, aquilo que ele próprio afirma.d) ilustrar como, às vezes, o título nada tem a ver come) o restante. RASCUNHO
  • 26. 29LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 29 RASCUNHO
  • 27. 30 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS30 RASCUNHO
  • 28. 31