Uma forma de impedir
que a Minas Arena não
tenhaumaMargemOpe-
racional abaixo de R$
2,59milhõesmensaises-
tá prevista no contrato
da PPP do Mineirão. Se
isso ocorrer mais do que
60 meses não consecuti-
vos,aconcessionáriade-
ve pagar multa de R$ 8
milhões (com os devi-
dos reajustes).
O coordenador do Nú-
cleodeOperaçõesEspor-
tivas Gerente do Projeto
de Infraestrutura Espor-
tiva da Secopa, Rodrigo
Reis, acredita que essa
situação não irá ocorrer.
“Se a Minas Arena co-
meçaraadministrarare-
ceitanumpatamarmíni-
mo, com baixa qualida-
dede prestação deservi-
ços, os indicadores de
qualidadeentramemce-
na e, consequentemen-
te, os repasses (do Go-
verno do Estado) serão
menores. Além disso, a
Minas Arena não garan-
tirá retorno aos acionis-
tas”, aponta.
Ainda há a previsão
de outras multas de
até R$ 10 milhões por
conta do descumpri-
mento de serviços.
INDICADORES
O desempenho da Mi-
n a s A r e n a n o
Mineirão será medido
por indicadores que,
por sua vez, determi-
narão sua eficiência.
Um deles será medido
pela satisfação dos fre-
quentadores do estádio,
como torcedores, im-
prensa, comerciantes,
etc. Há ainda avaliações
relativas à manutenção
da estrutura predial,
dentre outros.
6,667
BrunoMoreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
Os técnicos da Secreta-
ria de Estado Extraordi-
nária da Copa (Secopa)
trabalham diariamente
com muitos números,
mas um deles, em parti-
cular,temumespaçoga-
rantido em seus sonhos:
R$ 4,81 milhões. Esse é
o número “mágico” do
novo Mineirão. Se a Mi-
nas Arena, consórcio
que irá administrar o es-
tádio até 2037, alcançar
uma margem operacio-
nal mensal com esse va-
lor, o Governo de Minas
paradepagarpelarefor-
ma do estádio e pode
até receber.
A margem operacio-
nal mensal corresponde
ao fluxo de caixa livre
gerado pela Minas Are-
na,considerandoarecei-
ta total mensal prove-
nienteda exploraçãoco-
mercial, descontando-
se os custos operacio-
nais associados.
Entretanto, para al-
cançar esse número, a
Minas Arena terá que
se superar e atingir um
cenário pouco prová-
vel. A situação prevista
pela Secopa é que a
margem operacional se-
ja de R$ 2,8 milhões, ou
seja, R$ 2,01 milhões a
menos que a situação
em que o Governo dei-
xa de repassar recursos
da parcela variável.
Na situação menos fa-
vorável,areformadoes-
tádio pode custar R$
677 milhões aos cofres
públicos, enquanto, na
melhor das hipóteses,
atésairdegraça.Aprevi-
são, com base na mar-
gem operacional de R$
2,8 milhões, no entanto,
é que o custo ao erário
sejadeaproximadamen-
te R$ 460 milhões.
RETORNOGARANTIDO
O formato da Parceria
Público-Privada (PPP)
estabelece que a Minas
Arena (também respon-
sável pela reforma do
estádio) irá receber
dois tipos de repasses
distintos por parte do
governo do Estado, pa-
ra cobrir o investimen-
to estimado de R$ 657
milhões.
Um dos repasses será
por dez anos, para pa-
gar os R$ 400 milhões
do empréstimo feito pe-
la Minas Arena com o
BNDES, dentro do pro-
grama Procopa Arenas.
A primeira parcela, a ser
paga, em fevereiro de
2013, será de R$ 7,7 mi-
lhões. Já a última, em fe-
vereiro de 2023, de R$
4,2 milhões.
O outro repasse será va-
riável e levará em consi-
deração, principalmente,
os indicadores de quali-
dade da Minas Arena e o
desempenho financeiro
de sua administração. En-
tretanto, congelando os
indicadores no nível má-
ximo de satisfação, se o
negócio render até R$
2,59 milhões por mês, o
governo completará com
R$ 1,11 milhão para al-
cançar R$ 3,7 milhões,
que foi o lance apresenta-
do pela Minas Arena na
licitação da PPP.
Ao mesmo tempo, a
partir da margem opera-
cional mensal de R$
2,59 milhões (70% dos
R$ 3,7 milhões), todos
os ganhos serão dividi-
dos com o governo do
Estado. Por isso, o núme-
ro mágico é R$ 4,81 mi-
lhões, justamente a so-
ma entre os R$ 2,59 mi-
lhões da margem opera-
cional com o dobro do
repasse estimado (R$
1,11 milhão + R$ 1,11
milhão).
Multa de
R$ 8 mi para
desempenho
ruim
MILHÕES DE
> Se o consórcio Minas Arena apresentar margem operacional com esse valor, Estado deixa de pagar pelo estádio
NÚMERO
MINEIRÃO–GovernodeMinaspretendeentregarareformadoestádioaosbelo-horizontinosnodia21dedezembro
Número mágico do novo
Mineirão é R$ 4,81 milhões
reaisfoiolanceda
empresadeauditoria
Ernst&Youngparafazer
afiscalizaçãodos
indicadoresdoMineirão
pelosprimeirosquatro
anosdagestãodaMinas
Arena
Na situação
menos favorável,
a reforma do
estádio pode
custar
R$ 677 milhões aos
cofres públicos,
enquanto, na
melhor das
hipóteses, até sair de
graça
MAURÍCIO DE SOUZA
hojeemdia.com.br
09BeloHorizonte,sexta-feira,16.11.2012
HOJEEMDIAEconomia

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  • 1. Uma forma de impedir que a Minas Arena não tenhaumaMargemOpe- racional abaixo de R$ 2,59milhõesmensaises- tá prevista no contrato da PPP do Mineirão. Se isso ocorrer mais do que 60 meses não consecuti- vos,aconcessionáriade- ve pagar multa de R$ 8 milhões (com os devi- dos reajustes). O coordenador do Nú- cleodeOperaçõesEspor- tivas Gerente do Projeto de Infraestrutura Espor- tiva da Secopa, Rodrigo Reis, acredita que essa situação não irá ocorrer. “Se a Minas Arena co- meçaraadministrarare- ceitanumpatamarmíni- mo, com baixa qualida- dede prestação deservi- ços, os indicadores de qualidadeentramemce- na e, consequentemen- te, os repasses (do Go- verno do Estado) serão menores. Além disso, a Minas Arena não garan- tirá retorno aos acionis- tas”, aponta. Ainda há a previsão de outras multas de até R$ 10 milhões por conta do descumpri- mento de serviços. INDICADORES O desempenho da Mi- n a s A r e n a n o Mineirão será medido por indicadores que, por sua vez, determi- narão sua eficiência. Um deles será medido pela satisfação dos fre- quentadores do estádio, como torcedores, im- prensa, comerciantes, etc. Há ainda avaliações relativas à manutenção da estrutura predial, dentre outros. 6,667 BrunoMoreno bmoreno@hojeemdia.com.br Os técnicos da Secreta- ria de Estado Extraordi- nária da Copa (Secopa) trabalham diariamente com muitos números, mas um deles, em parti- cular,temumespaçoga- rantido em seus sonhos: R$ 4,81 milhões. Esse é o número “mágico” do novo Mineirão. Se a Mi- nas Arena, consórcio que irá administrar o es- tádio até 2037, alcançar uma margem operacio- nal mensal com esse va- lor, o Governo de Minas paradepagarpelarefor- ma do estádio e pode até receber. A margem operacio- nal mensal corresponde ao fluxo de caixa livre gerado pela Minas Are- na,considerandoarecei- ta total mensal prove- nienteda exploraçãoco- mercial, descontando- se os custos operacio- nais associados. Entretanto, para al- cançar esse número, a Minas Arena terá que se superar e atingir um cenário pouco prová- vel. A situação prevista pela Secopa é que a margem operacional se- ja de R$ 2,8 milhões, ou seja, R$ 2,01 milhões a menos que a situação em que o Governo dei- xa de repassar recursos da parcela variável. Na situação menos fa- vorável,areformadoes- tádio pode custar R$ 677 milhões aos cofres públicos, enquanto, na melhor das hipóteses, atésairdegraça.Aprevi- são, com base na mar- gem operacional de R$ 2,8 milhões, no entanto, é que o custo ao erário sejadeaproximadamen- te R$ 460 milhões. RETORNOGARANTIDO O formato da Parceria Público-Privada (PPP) estabelece que a Minas Arena (também respon- sável pela reforma do estádio) irá receber dois tipos de repasses distintos por parte do governo do Estado, pa- ra cobrir o investimen- to estimado de R$ 657 milhões. Um dos repasses será por dez anos, para pa- gar os R$ 400 milhões do empréstimo feito pe- la Minas Arena com o BNDES, dentro do pro- grama Procopa Arenas. A primeira parcela, a ser paga, em fevereiro de 2013, será de R$ 7,7 mi- lhões. Já a última, em fe- vereiro de 2023, de R$ 4,2 milhões. O outro repasse será va- riável e levará em consi- deração, principalmente, os indicadores de quali- dade da Minas Arena e o desempenho financeiro de sua administração. En- tretanto, congelando os indicadores no nível má- ximo de satisfação, se o negócio render até R$ 2,59 milhões por mês, o governo completará com R$ 1,11 milhão para al- cançar R$ 3,7 milhões, que foi o lance apresenta- do pela Minas Arena na licitação da PPP. Ao mesmo tempo, a partir da margem opera- cional mensal de R$ 2,59 milhões (70% dos R$ 3,7 milhões), todos os ganhos serão dividi- dos com o governo do Estado. Por isso, o núme- ro mágico é R$ 4,81 mi- lhões, justamente a so- ma entre os R$ 2,59 mi- lhões da margem opera- cional com o dobro do repasse estimado (R$ 1,11 milhão + R$ 1,11 milhão). Multa de R$ 8 mi para desempenho ruim MILHÕES DE > Se o consórcio Minas Arena apresentar margem operacional com esse valor, Estado deixa de pagar pelo estádio NÚMERO MINEIRÃO–GovernodeMinaspretendeentregarareformadoestádioaosbelo-horizontinosnodia21dedezembro Número mágico do novo Mineirão é R$ 4,81 milhões reaisfoiolanceda empresadeauditoria Ernst&Youngparafazer afiscalizaçãodos indicadoresdoMineirão pelosprimeirosquatro anosdagestãodaMinas Arena Na situação menos favorável, a reforma do estádio pode custar R$ 677 milhões aos cofres públicos, enquanto, na melhor das hipóteses, até sair de graça MAURÍCIO DE SOUZA hojeemdia.com.br 09BeloHorizonte,sexta-feira,16.11.2012 HOJEEMDIAEconomia