BARROCO
Profª.: Ilca Guimarães
Mestre Athaide – Pintura
do teto da Igreja de São
Francisco em Ouro Preto
Painéis de Azulejo –
Salvador:
“ A morte é certa”
Claustro do Convento de
São Francisco
 Convento
de São
Francisco -
Salvador
DETALHES DA IGREJA FRANCISCANA
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Senhor dos Martírios, 1960
Detalhes da pintura do Frei
Ricardo do Pilar no altar da
sacristia no Mosteiro de São
Bento – Rio de Janeiro
Pilar e moldura Alexandre
Machado Pereira
Coroa de Espinhos, cena da série Os passos da Paixão de
Cristo, 1796/1799. Escultura de Aleijadinho no santuário
Senhor Bom Jesus de Matosinho.
Basílica de Senhor
Bom Jesus de
Matosinho.
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CONTEXTO HISTÓRICO
 EUROPA:
Término das grandes Navegações
Reforma protestante/ Contra Reforma/ Inquisição
 Brasil:
Economia escravocrata.
Instalação dos primeiros engenhos de açúcar.
Destaque para Bahia e Pernambuco
BARROCO
O vocábulo barroco designa
uma pedra de forma irregular. O
Barroco, enquanto escola
literária, começa no Brasil no
século XVII. Inicia-se com a
publicação
da Prosopopéia (1601), de
Bento Teixeira.
O ESTILO
O Barroco caracteriza-se pela fusão do velho
(Idade Média e o teocentrismo) com o novo (Idade
Moderna e o antropocentrismo). É uma estética
das oscilações, das dualidades, dos conflitos, dos
paradoxos.
ASSIM IDENTIFICAM-SE OPOSIÇÕES COMO:
 Movimento marcado pela dúvida;
 Arte repleta de contraste;
 Jogo do claro-escuro ;
 Luz e sombra;
 Temática religiosa;
 Misticismo e erotismo ;
 Razão e fé;
 Sensação de miséria da carne e bem-aventurança.
CARACTERÍSTICAS
 Requinte formal;
 Conflito espiritual;
 Temas contraditórios;
 Efemeridade do tempo e “carpie diem”.
FIGURAS DE LINGUAGENS
 ANTÍTESE:
Vista por fora é pouco apetecida,
porque aos olhos por feia é parecida;
porém dentro habitada
é muito bela, muito desejada,
é como a concha tosca e deslustrosa,
que dentro cria a pérola fermosa.
Manuel Botelho de Oliveira
PA
RADOXO
Vocabulário
florente:
brilhante
custódio:
aquele que guarda,
o anjo da guarda.
galharda: elega
nte, gentil
À mesma d. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e anjo florente,
Em quem senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que não a cortara,
De verde pé, da rama florescente;
E quem um anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus não a idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Pois que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo que me tenta, e não me guarda.
Gregório de Matos
 HIPÉRBATO
Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertidos:
NA ORDEM DIRETA TEREMOS:
Ardor nascido em firme coração;
Pranto derramado por belos olhos;
Incêndio disfarçado em mares de água;
Rio de neve convertidos em fogo.
 PROSOPÓPEIA
No diamante agradou-me o forte, no cedro o
incorruptível, na águia o sublime, no Leão o
generoso, no Sol o excesso de Luz.
Padre. Antonio Vieira
 HIPÉRBOLE
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos presa:
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
CULTISMO E CONCEPTISMO:
Cultismo ou gongorismo:
É o jogo de palavras, o emprego abusivo das
figuras de estilo como a metáfora e a hipérbole.
Corresponde ao excesso de detalhes das artes
plásticas.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
CONCEPTISMO
Ocorre principalmente na prosa e corresponde ao
jogo de idéias visando convencer e ensinar. É
freqüente o uso de comparações explícitas,
analogias e até parábola.
G
REGÓRIO
DE
M
ATOS
Vocabulário
despido: despe
ço forma regular de
despedir-se.
delinqüir: pecar,
cometer delito.
sobejar: ser
mais que suficiene.
cobrada: recobr
ada, recuperada
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há
ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
G
REGÓRIO
DE
M
ATOS
Vocabulário:
Desatado:
desobrigado de;
isento, livre
Porfia: insistência,
perseverança,
tenacidade
Prudente:
cauteloso, sensato,
ajuizado
Tirania:domínio,
poder ou qualidade
de tirano
Aos afetos e lágrimas derramadas na
ausência da Dama a quem queria bem
Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertidos:
Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando. cristal, em chamas derretido:
Se és fogo, como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.
G
REGÓRIO
DE
M
ATOS
O governador Câmara Coutinho, por
exemplo, foi assim retratado:
“Nariz de embono
com tal sacada,
que entra na escada
duas horas primeiro
que seu dono.”
GREGÓRIO DE MATOS
Que falta nesta cidade?...............................Verdade
Que mais por sua desonra?.........................Honra
Falta mais que se lhe ponha?......................Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
...................................................................................
Que vai pela clerezia?................................... Simonia
E pelos membros da igreja?.......................... Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha ..................... Unha.
Sanzonada caramunha!
Enfim que na Santa Sé
O que se pratica é
Simonia, Inveja, Unha.
G
REGÓRIO
DE
M
ATOS
:
A
OS
V
ÍCIOS
Eu sou aquele, que os passados anos
cantei na minha lira maldizente
torpezas do Brasil, vícios e enganos
(...)
De que pode servir, calar, quem cala,
Nunca se há de falar, o que se sente?
Sempre se há de sentir, o que se fala?
Qual homem pode haver tão paciente,
Que vendo o triste estado da Bahia,
Não chore, não suspire, e não lamente?
(...)
Se souberas falar, também falaras,
Também satirizaras, se souberas,
E se foras Poeta, poetizaras.
G
REGÓRIO
DE
M
ATOS
:
A
OS
V
ÍCIOS
A ignorância dos homens destas eras
Sisudos faz ser uns, outros
prudentes,
Que a mudez canoniza bestas
feras.
Há bons, por não poder ser
insolente,
Outros há comedidos de
medrosos,
Não mordem outros não, por não
ter dentes.
Quantos há que os telhados têm
vidrosos,
Vocabulário
canonizar:
considerar santo,
incluir no rol dos
santos;
quem maior a
tiver: quem tiver
virtude maior;
chitom: silêncio
(do francês “chut
donc”)
E deixam de atirar sua pedrada
De sua mesma telha receosos.
Uma só natureza nos foi dada:
Não criou Deus os naturais diversos,
Um só Adão formou, e esse de nada.
Todos somos ruins, todos perversos,
Só nos distingue o vício, e a virtude,
De que uns são comensais outros
adversos.
Quem maior a tiver, do que eu ter
pude,
Esse só me censure, esse me note,
calem-se os mais, chitom, e haja
saúde.
PADRE ANTONIO VIEIRA
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo,
disse-lhes desta maneira: Ide, e pregai a toda a criatura.
Como assim, Senhor?! Os animais não são criaturas?! As
árvores não são criaturas?! As pedras não são criaturas?!
Pois hão os Apóstolos de pregar às pedras?! Hão-de pregar
aos troncos?! Hão-de pregar aos animais?! Sim, diz S.
Gregório, depois de Santo Agostinho. Porque como os
Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas
delas bárbaras e incultas, haviam de achar os homens
degenerados em todas as espécies de criaturas: haviam de
achar homens homens, haviam de achar homens brutos,
haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens
pedras. E quando os pregadores evangélicos vão pregar a
toda a criatura, que se armem contra eles todas as criaturas?!
Grande desgraça!
 (...)Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de
um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte,
ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um
sermão, há-de haver três concursos: há-de concorrer o pregador com a
doutrina, persuadindo; há-de concorrer o ouvinte com o entendimento,
percebendo; há-de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um
homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho
e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se
tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz.
Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a
conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se
a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, é necessária luz e é
necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a
doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre
com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das
almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus,
do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta?
Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?

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  • 2. Mestre Athaide – Pintura do teto da Igreja de São Francisco em Ouro Preto
  • 3. Painéis de Azulejo – Salvador: “ A morte é certa” Claustro do Convento de São Francisco
  • 5. DETALHES DA IGREJA FRANCISCANA
  • 8. Senhor dos Martírios, 1960 Detalhes da pintura do Frei Ricardo do Pilar no altar da sacristia no Mosteiro de São Bento – Rio de Janeiro Pilar e moldura Alexandre Machado Pereira
  • 9. Coroa de Espinhos, cena da série Os passos da Paixão de Cristo, 1796/1799. Escultura de Aleijadinho no santuário Senhor Bom Jesus de Matosinho.
  • 10. Basílica de Senhor Bom Jesus de Matosinho.
  • 12. CONTEXTO HISTÓRICO  EUROPA: Término das grandes Navegações Reforma protestante/ Contra Reforma/ Inquisição  Brasil: Economia escravocrata. Instalação dos primeiros engenhos de açúcar. Destaque para Bahia e Pernambuco
  • 13. BARROCO O vocábulo barroco designa uma pedra de forma irregular. O Barroco, enquanto escola literária, começa no Brasil no século XVII. Inicia-se com a publicação da Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira.
  • 14. O ESTILO O Barroco caracteriza-se pela fusão do velho (Idade Média e o teocentrismo) com o novo (Idade Moderna e o antropocentrismo). É uma estética das oscilações, das dualidades, dos conflitos, dos paradoxos.
  • 15. ASSIM IDENTIFICAM-SE OPOSIÇÕES COMO:  Movimento marcado pela dúvida;  Arte repleta de contraste;  Jogo do claro-escuro ;  Luz e sombra;  Temática religiosa;  Misticismo e erotismo ;  Razão e fé;  Sensação de miséria da carne e bem-aventurança.
  • 16. CARACTERÍSTICAS  Requinte formal;  Conflito espiritual;  Temas contraditórios;  Efemeridade do tempo e “carpie diem”.
  • 17. FIGURAS DE LINGUAGENS  ANTÍTESE: Vista por fora é pouco apetecida, porque aos olhos por feia é parecida; porém dentro habitada é muito bela, muito desejada, é como a concha tosca e deslustrosa, que dentro cria a pérola fermosa. Manuel Botelho de Oliveira
  • 18. PA RADOXO Vocabulário florente: brilhante custódio: aquele que guarda, o anjo da guarda. galharda: elega nte, gentil À mesma d. Ângela Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e anjo juntamente: Ser Angélica flor, e anjo florente, Em quem senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que não a cortara, De verde pé, da rama florescente; E quem um anjo vira tão luzente, Que por seu Deus não a idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Pois que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo que me tenta, e não me guarda. Gregório de Matos
  • 19.  HIPÉRBATO Ardor em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramado; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertidos:
  • 20. NA ORDEM DIRETA TEREMOS: Ardor nascido em firme coração; Pranto derramado por belos olhos; Incêndio disfarçado em mares de água; Rio de neve convertidos em fogo.
  • 21.  PROSOPÓPEIA No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso de Luz. Padre. Antonio Vieira
  • 22.  HIPÉRBOLE É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos presa: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
  • 23. CULTISMO E CONCEPTISMO: Cultismo ou gongorismo: É o jogo de palavras, o emprego abusivo das figuras de estilo como a metáfora e a hipérbole. Corresponde ao excesso de detalhes das artes plásticas.
  • 24. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
  • 25. CONCEPTISMO Ocorre principalmente na prosa e corresponde ao jogo de idéias visando convencer e ensinar. É freqüente o uso de comparações explícitas, analogias e até parábola.
  • 26. G REGÓRIO DE M ATOS Vocabulário despido: despe ço forma regular de despedir-se. delinqüir: pecar, cometer delito. sobejar: ser mais que suficiene. cobrada: recobr ada, recuperada A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
  • 27. G REGÓRIO DE M ATOS Vocabulário: Desatado: desobrigado de; isento, livre Porfia: insistência, perseverança, tenacidade Prudente: cauteloso, sensato, ajuizado Tirania:domínio, poder ou qualidade de tirano Aos afetos e lágrimas derramadas na ausência da Dama a quem queria bem Ardor em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramado; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertidos: Tu, que em um peito abrasas escondido; Tu, que em um rosto corres desatado; Quando fogo, em cristais aprisionado; Quando. cristal, em chamas derretido: Se és fogo, como passas brandamente? Se és neve, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania, Como quis que aqui fosse a neve ardente, Permitiu parecesse a chama fria.
  • 28. G REGÓRIO DE M ATOS O governador Câmara Coutinho, por exemplo, foi assim retratado: “Nariz de embono com tal sacada, que entra na escada duas horas primeiro que seu dono.”
  • 29. GREGÓRIO DE MATOS Que falta nesta cidade?...............................Verdade Que mais por sua desonra?.........................Honra Falta mais que se lhe ponha?......................Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade, onde falta Verdade, Honra, Vergonha. ................................................................................... Que vai pela clerezia?................................... Simonia E pelos membros da igreja?.......................... Inveja Cuidei, que mais se lhe punha ..................... Unha. Sanzonada caramunha! Enfim que na Santa Sé O que se pratica é Simonia, Inveja, Unha.
  • 30. G REGÓRIO DE M ATOS : A OS V ÍCIOS Eu sou aquele, que os passados anos cantei na minha lira maldizente torpezas do Brasil, vícios e enganos (...) De que pode servir, calar, quem cala, Nunca se há de falar, o que se sente? Sempre se há de sentir, o que se fala? Qual homem pode haver tão paciente, Que vendo o triste estado da Bahia, Não chore, não suspire, e não lamente? (...) Se souberas falar, também falaras, Também satirizaras, se souberas, E se foras Poeta, poetizaras.
  • 31. G REGÓRIO DE M ATOS : A OS V ÍCIOS A ignorância dos homens destas eras Sisudos faz ser uns, outros prudentes, Que a mudez canoniza bestas feras. Há bons, por não poder ser insolente, Outros há comedidos de medrosos, Não mordem outros não, por não ter dentes. Quantos há que os telhados têm vidrosos,
  • 32. Vocabulário canonizar: considerar santo, incluir no rol dos santos; quem maior a tiver: quem tiver virtude maior; chitom: silêncio (do francês “chut donc”) E deixam de atirar sua pedrada De sua mesma telha receosos. Uma só natureza nos foi dada: Não criou Deus os naturais diversos, Um só Adão formou, e esse de nada. Todos somos ruins, todos perversos, Só nos distingue o vício, e a virtude, De que uns são comensais outros adversos. Quem maior a tiver, do que eu ter pude, Esse só me censure, esse me note, calem-se os mais, chitom, e haja saúde.
  • 33. PADRE ANTONIO VIEIRA SERMÃO DA SEXAGÉSIMA Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Ide, e pregai a toda a criatura. Como assim, Senhor?! Os animais não são criaturas?! As árvores não são criaturas?! As pedras não são criaturas?! Pois hão os Apóstolos de pregar às pedras?! Hão-de pregar aos troncos?! Hão-de pregar aos animais?! Sim, diz S. Gregório, depois de Santo Agostinho. Porque como os Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as espécies de criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras. E quando os pregadores evangélicos vão pregar a toda a criatura, que se armem contra eles todas as criaturas?! Grande desgraça!
  • 34.  (...)Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há-de haver três concursos: há-de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há-de concorrer o ouvinte com o entendimento, percebendo; há-de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, é necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?