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Acidente com
Material
Biológico
Considerações Iniciais
Em atividades da área da saúde, existem
exposições a uma multiplicidade de riscos,
tais como riscos físicos, químicos, biológicos,
psicossociais, ergonômicos, mecânicos e de
acidentes .
Considerações Iniciais
Uma grande variedade de agentes infecciosos
pode ser transmitida para esses trabalhadores,
já tendo sido descritos casos de infecção
ocupacional com 60 diferentes agentes após
exposição a sangue e outros materiais
biológicos.
O HIV, o vírus da hepatite B e o vírus da
hepatite C são os agentes mais frequentemente
envolvidos nessas infecções ocupacionais.
Considerações Iniciais
Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos
potencialmente contaminados devem ser tratados
como casos de emergência médica, uma vez que, para
se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia
da infecção pelo HIV e hepatite B, denominadas
profilaxias pós-exposição (PEP), necessitam ser
iniciadas logo após a ocorrência do acidente até no
máximo 72 horas.
Tipos de Acidentes
• Percutâneas: lesões provocadas por instrumentos
perfurantes e cortantes, como, por exemplo, agulhas,
bisturi, vidrarias;
• Mucosas: por exemplo, quando ha respingos envolvendo
olho, nariz, boca ou genitália;
• Cutâneas: por exemplo, contato com pele não integra,
como no caso de dermatites ou feridas abertas;
• Por mordeduras humanas: consideradas como exposição
de risco quando envolvem a presença de sangue. Devem
ser avaliadas tanto para o individuo que provocou a lesão
quanto para aquele que tenha sido exposto.
Tipo de material biológico
Existem materiais biológicos sabidamente infectantes e envolvidos
na transmissão do HIV, a exposição a esses materiais constitui
situações nas quais a PEP está recomendada.
Materiais biológicos com risco de transmissão do HIV:
• Sangue e outros materiais contendo sangue;
• Sêmen;
• Fluidos vaginais;
• Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido
amniótico, líquor e líquido articular.
Os primeiros são considerados materiais biológicos com alto risco
para transmissão do HIV. Já os enumerados no último ponto são
considerados potencialmente infectantes.
Tipo de material biológico
Materiais biológicos sem risco de transmissão do
HIV:
• Suor;
• Lágrima;
• Fezes;
• Urina;
• Vômitos;
• Secreções nasais;
• Saliva (exceto em ambientes odontológicos).
Tempo transcorrido entre a
exposição e o atendimento
O primeiro atendimento após a exposição ao
HIV é uma urgência médica.
A PEP deve ser iniciada o mais precocemente
possível, idealmente nas primeiras 2 horas
após a exposição, tendo como limite as 72
horas subsequentes à exposição.
Exposição com risco de transmissão
do HIV:
• Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou
outros instrumentos perfurantes e/ou cortantes.
• Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual;
respingos em olhos, nariz e boca.
• Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos:
presença de dermatites ou feridas abertas.
• Mordeduras com presença de sangue – Nesse caso, os
riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que sofreu
a lesão quanto para aquela que a provocou.
•Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico),
liquido amniótico, liquor e liquido articular são fluidos e
secreções corporais potencialmente infectantes.
Exposição sem risco de transmissão do
HIV:
• Cutâneas exclusivamente, em que a pele exposta
encontra-se íntegra.
• Mordedura sem a presença de sangue.
• Casos comprovados de transmissão por
acidente de trabalho são definidos como
aqueles em que ha evidencia documentada
de soroconversao e demonstração temporal
associada a exposição ao vírus.
• No momento do acidente, o profissional
apresenta sorologia negativa ou não
reagente e durante o acompanhamento a
sorologia torna-se positiva ou reagente.
Risco de transmissão do
vírus da hepatite B;
• Apesar de as exposições percutâneas serem uma
das mais eficientes maneiras de transmissão do
VHB, elas são responsáveis apenas pela minoria dos
casos ocupacionais de hepatite B entre
trabalhadores da saúde.
• Já foi demonstrado que, em temperatura
ambiente, o VHB pode sobreviver em superfícies
por ate uma semana.
Risco de transmissão do
vírus da hepatite B;
Dentre os materiais biológicos, o sangue e o que
possui a maior concentração de partículas
infectantes do VHB, sendo o principal
responsável pela transmissão do vírus entre os
trabalhadores da saúde.
Risco de transmissão do
vírus da hepatite C
O principal risco de infecção pelo vírus da hepatite C
(VHC) e o contato com sangue.
O risco de transmissão pela exposição a outros
materiais biológicos não foi quantificado, mas
acredita-se que seja muito baixo.
Como é o fluxo do seu
município?
Acidente com material biologico
Investigação diagnóstica para HIV da
pessoa exposta e da pessoa fonte
A avaliação do status sorológico da pessoa exposta
deve sempre ser realizada em situações de
exposições consideradas de risco.
Além disso, o status da pessoa fonte, sempre que
possível, deve ser conhecido.
Primeiramente, deve-se realizar a
investigação do diagnóstico para o HIV
da pessoa exposta:
• Se positivo: a PEP não está indicada.
A infecção pelo HIV ocorreu antes da exposição e a
pessoa deve ser encaminhada para acompanhamento
clínico e início da terapia antirretroviral.
• Se negativo: avaliar o status da pessoa fonte quanto
à infecção pelo HIV, quando possível.
• Na impossibilidade de realização do diagnóstico
imediato da infecção pelo HIV na pessoa exposta:
avaliar o status da pessoa fonte quanto à infecção
pelo HIV, quando possível.
Quanto ao status da pessoa fonte
em relação à infecção pelo HIV:
• Se negativo: a PEP não está indicada.
Contudo, a PEP poderá ser indicada quando a pessoa
fonte tiver história de exposição de risco nos últimos
30 dias, devido à possibilidade de resultados falso
-negativos de testes imunológicos de diagnóstico
(rápidos ou laboratoriais) durante o período de janela
imunológica. No caso de utilização de testes de fluido
oral, considerar janela imunológica de 90 dias.
Se desconhecido: em qualquer situação em que
a infecção pelo HIV não possa ser descartada na
pessoa fonte, a PEP está indicada.
• Os resultados da investigação diagnóstica devem ser
sempre comunicados à pessoa que foi testada.
• Caso seja feito o diagnóstico da infecção pelo HIV na
pessoa fonte, esta deverá ser encaminhada para
seguimento clínico.
• É direito de a pessoa recusar a PEP ou outros
procedimentos indicados após a exposição (por
exemplo, coleta de exames sorológicos e laboratoriais).
Nesses casos, sugere-se o registro em prontuário,
documentando a recusa e explicitando que no
atendimento foram fornecidas as informações sobre os
riscos da exposição, assim como a relação entre o risco
e o benefício das intervenções.
• Ressalta-se que, mesmo que a pessoa chegue ao
serviço depois de 72h da exposição, recomenda-se
a investigação inicial do status sorológico e o
acompanhamento sorológico pós-exposição, caso o
status da fonte seja positivo ou desconhecido.
Procedimentos recomendados
nos casos de exposição a
materiais biológicos
Quimioprofilaxia para o HIV
Esquema preferencial para PEP
Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Atazanavir/ritonavir
(ATV/r)
A duração da PEP é de 28 dias.
A primeira dose do esquema deverá ser oferecida o mais
rapidamente possível; não está indicada a PEP para
acidentes que tenham ocorrido em tempo maior que 72
horas.
A definição de apenas um esquema preferencial é
importante, porque tal simplificação facilita a
realização da avaliação de risco e a prescrição de PEP
em diferentes serviços de saúde, inclusive por
profissionais que não são especialistas no assunto.
Profilaxia contra a Hepatite B
A vacinação e a principal medida de
prevenção contra a hepatite B entre
trabalhadores da saúde.
Medidas pós exposição
relacionadas ao VHC
Não existe nenhuma medida especifica eficaz para a
redução do risco de infecção pelo vírus da hepatite C,
após exposição ocupacional.
O único fator de eliminação desse risco e a prevenção
do próprio acidente.
ATENÇÃO!!
O acompanhamento do profissional exposto
deve ser realizado independentemente do
uso da PEP.
Centro de Testagem e Aconselhamento
CAIS
•Mais de 50% dos profissionais
acidentados apresentam efeitos
adversos a quimioprofilaxia
antirretroviral e aproximadamente
um terço interrompe seu uso
devido aos efeitos adversos.
Notificação do Acidente de
Trabalho com exposição ao
Material biológico
Acidente com material biologico
Acidente com material biologico
ATENÇÃO !!!
Não e necessário que os profissionais
acidentados sejam afastados das
atividades assistenciais nos serviços de
saúde durante a profilaxia, uma vez que
a infecção pelo HIV não constitui motivo
para a restrição de suas atividades.
Acidentei e agora ?
Acidente com material biologico
Acidente com material biologico
BIOSSEGURANÇA
ACIDENTE
ACIDENTES NOTIFICADOS SEGUNDO CATEGORIA
PROFISSIONAL
35%-enfermagem de nível médio
18%-médicos
15%-estagiários
13%-equipe de limpeza
6%-enfermeiros
5%-laboratoristas
2%-odontólogos Fonte: Relatório da SUVISA/GO (2015)
Acidente com material biologico
BIOSSEGURANÇA
DE ONDE VÊM A FALTA DE CONHECIMENTO?
• instrução inadequada;
• supervisão ineficiente;
• práticas inadequadas;
• mau uso de EPI;
• trabalho falho;
• não observação de normas.
RISCO BIOLÓGICO
COMO POSSO PREVENIR
ACIDENTES OU PELO MENOS
REDUZIR O RISCO DE
TRANSMISSÃO DE DOENÇAS
CASO ELES OCORRAM?
Prevenção
• Vacinação para Hepatite B;
• Treinamento e educação continuada;
• Precauções universais: luvas, aventais, máscaras,
protetores oculares, gorros; lavar as mãos; NÃO
reencapar agulhas;
• Boas práticas laboratoriais.
BOM SENSO!
DESCARTE DE
RESIDUOS
Grupo “A”:
Infectantes
Resíduos que apresentam risco à saúde
pública e ao meio ambiente devido à
presença de agentes biológicos (bactérias,
fungos, vírus, clamídias, riquétsias,
microplasmas, prions, parasitas, linhagens
celulares, outros organismos e toxinas)
Ex.: Kits endovenosas e dializadores, bolsas
transfusionais de sangue ou hemocomponentes,
meios de cultura, vacina vencida ou inutilizada,
filtros de ar e gases, tecidos, membranas, órgãos,
placentas, fetos, peças anatômicas, animais,
vísceras, objetos perfurantes ou cortantes,
excreções, secreções, líquidos orgânicos, ou outro
que tenha tido contato, materiais descartáveis que
tenham entrado em contato com paciente.
Grupo “E”
Perfurocortantes
Materiais perfurocortantes ou
escarificantes tais como: lâminas
de barbear, agulhas, escalpes,
ampolas de vidro, brocas,pontas
diamantadas, lamina de bisturi...
Etc.
Referencial teórico
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à
Infecção pelo HIV / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
54 p. : il.

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Acidente com material biologico

  • 2. Considerações Iniciais Em atividades da área da saúde, existem exposições a uma multiplicidade de riscos, tais como riscos físicos, químicos, biológicos, psicossociais, ergonômicos, mecânicos e de acidentes .
  • 3. Considerações Iniciais Uma grande variedade de agentes infecciosos pode ser transmitida para esses trabalhadores, já tendo sido descritos casos de infecção ocupacional com 60 diferentes agentes após exposição a sangue e outros materiais biológicos. O HIV, o vírus da hepatite B e o vírus da hepatite C são os agentes mais frequentemente envolvidos nessas infecções ocupacionais.
  • 4. Considerações Iniciais Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B, denominadas profilaxias pós-exposição (PEP), necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente até no máximo 72 horas.
  • 5. Tipos de Acidentes • Percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes, como, por exemplo, agulhas, bisturi, vidrarias; • Mucosas: por exemplo, quando ha respingos envolvendo olho, nariz, boca ou genitália; • Cutâneas: por exemplo, contato com pele não integra, como no caso de dermatites ou feridas abertas; • Por mordeduras humanas: consideradas como exposição de risco quando envolvem a presença de sangue. Devem ser avaliadas tanto para o individuo que provocou a lesão quanto para aquele que tenha sido exposto.
  • 6. Tipo de material biológico Existem materiais biológicos sabidamente infectantes e envolvidos na transmissão do HIV, a exposição a esses materiais constitui situações nas quais a PEP está recomendada. Materiais biológicos com risco de transmissão do HIV: • Sangue e outros materiais contendo sangue; • Sêmen; • Fluidos vaginais; • Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular. Os primeiros são considerados materiais biológicos com alto risco para transmissão do HIV. Já os enumerados no último ponto são considerados potencialmente infectantes.
  • 7. Tipo de material biológico Materiais biológicos sem risco de transmissão do HIV: • Suor; • Lágrima; • Fezes; • Urina; • Vômitos; • Secreções nasais; • Saliva (exceto em ambientes odontológicos).
  • 8. Tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência médica. A PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, idealmente nas primeiras 2 horas após a exposição, tendo como limite as 72 horas subsequentes à exposição.
  • 9. Exposição com risco de transmissão do HIV: • Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos perfurantes e/ou cortantes. • Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual; respingos em olhos, nariz e boca. • Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas abertas. • Mordeduras com presença de sangue – Nesse caso, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou. •Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), liquido amniótico, liquor e liquido articular são fluidos e secreções corporais potencialmente infectantes.
  • 10. Exposição sem risco de transmissão do HIV: • Cutâneas exclusivamente, em que a pele exposta encontra-se íntegra. • Mordedura sem a presença de sangue.
  • 11. • Casos comprovados de transmissão por acidente de trabalho são definidos como aqueles em que ha evidencia documentada de soroconversao e demonstração temporal associada a exposição ao vírus. • No momento do acidente, o profissional apresenta sorologia negativa ou não reagente e durante o acompanhamento a sorologia torna-se positiva ou reagente.
  • 12. Risco de transmissão do vírus da hepatite B; • Apesar de as exposições percutâneas serem uma das mais eficientes maneiras de transmissão do VHB, elas são responsáveis apenas pela minoria dos casos ocupacionais de hepatite B entre trabalhadores da saúde. • Já foi demonstrado que, em temperatura ambiente, o VHB pode sobreviver em superfícies por ate uma semana.
  • 13. Risco de transmissão do vírus da hepatite B; Dentre os materiais biológicos, o sangue e o que possui a maior concentração de partículas infectantes do VHB, sendo o principal responsável pela transmissão do vírus entre os trabalhadores da saúde.
  • 14. Risco de transmissão do vírus da hepatite C O principal risco de infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) e o contato com sangue. O risco de transmissão pela exposição a outros materiais biológicos não foi quantificado, mas acredita-se que seja muito baixo.
  • 15. Como é o fluxo do seu município?
  • 17. Investigação diagnóstica para HIV da pessoa exposta e da pessoa fonte A avaliação do status sorológico da pessoa exposta deve sempre ser realizada em situações de exposições consideradas de risco. Além disso, o status da pessoa fonte, sempre que possível, deve ser conhecido.
  • 18. Primeiramente, deve-se realizar a investigação do diagnóstico para o HIV da pessoa exposta: • Se positivo: a PEP não está indicada. A infecção pelo HIV ocorreu antes da exposição e a pessoa deve ser encaminhada para acompanhamento clínico e início da terapia antirretroviral. • Se negativo: avaliar o status da pessoa fonte quanto à infecção pelo HIV, quando possível. • Na impossibilidade de realização do diagnóstico imediato da infecção pelo HIV na pessoa exposta: avaliar o status da pessoa fonte quanto à infecção pelo HIV, quando possível.
  • 19. Quanto ao status da pessoa fonte em relação à infecção pelo HIV: • Se negativo: a PEP não está indicada. Contudo, a PEP poderá ser indicada quando a pessoa fonte tiver história de exposição de risco nos últimos 30 dias, devido à possibilidade de resultados falso -negativos de testes imunológicos de diagnóstico (rápidos ou laboratoriais) durante o período de janela imunológica. No caso de utilização de testes de fluido oral, considerar janela imunológica de 90 dias.
  • 20. Se desconhecido: em qualquer situação em que a infecção pelo HIV não possa ser descartada na pessoa fonte, a PEP está indicada.
  • 21. • Os resultados da investigação diagnóstica devem ser sempre comunicados à pessoa que foi testada. • Caso seja feito o diagnóstico da infecção pelo HIV na pessoa fonte, esta deverá ser encaminhada para seguimento clínico. • É direito de a pessoa recusar a PEP ou outros procedimentos indicados após a exposição (por exemplo, coleta de exames sorológicos e laboratoriais). Nesses casos, sugere-se o registro em prontuário, documentando a recusa e explicitando que no atendimento foram fornecidas as informações sobre os riscos da exposição, assim como a relação entre o risco e o benefício das intervenções.
  • 22. • Ressalta-se que, mesmo que a pessoa chegue ao serviço depois de 72h da exposição, recomenda-se a investigação inicial do status sorológico e o acompanhamento sorológico pós-exposição, caso o status da fonte seja positivo ou desconhecido.
  • 23. Procedimentos recomendados nos casos de exposição a materiais biológicos
  • 24. Quimioprofilaxia para o HIV Esquema preferencial para PEP Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Atazanavir/ritonavir (ATV/r) A duração da PEP é de 28 dias. A primeira dose do esquema deverá ser oferecida o mais rapidamente possível; não está indicada a PEP para acidentes que tenham ocorrido em tempo maior que 72 horas.
  • 25. A definição de apenas um esquema preferencial é importante, porque tal simplificação facilita a realização da avaliação de risco e a prescrição de PEP em diferentes serviços de saúde, inclusive por profissionais que não são especialistas no assunto.
  • 26. Profilaxia contra a Hepatite B A vacinação e a principal medida de prevenção contra a hepatite B entre trabalhadores da saúde.
  • 27. Medidas pós exposição relacionadas ao VHC Não existe nenhuma medida especifica eficaz para a redução do risco de infecção pelo vírus da hepatite C, após exposição ocupacional. O único fator de eliminação desse risco e a prevenção do próprio acidente.
  • 28. ATENÇÃO!! O acompanhamento do profissional exposto deve ser realizado independentemente do uso da PEP. Centro de Testagem e Aconselhamento CAIS
  • 29. •Mais de 50% dos profissionais acidentados apresentam efeitos adversos a quimioprofilaxia antirretroviral e aproximadamente um terço interrompe seu uso devido aos efeitos adversos.
  • 30. Notificação do Acidente de Trabalho com exposição ao Material biológico
  • 33. ATENÇÃO !!! Não e necessário que os profissionais acidentados sejam afastados das atividades assistenciais nos serviços de saúde durante a profilaxia, uma vez que a infecção pelo HIV não constitui motivo para a restrição de suas atividades.
  • 37. BIOSSEGURANÇA ACIDENTE ACIDENTES NOTIFICADOS SEGUNDO CATEGORIA PROFISSIONAL 35%-enfermagem de nível médio 18%-médicos 15%-estagiários 13%-equipe de limpeza 6%-enfermeiros 5%-laboratoristas 2%-odontólogos Fonte: Relatório da SUVISA/GO (2015)
  • 39. BIOSSEGURANÇA DE ONDE VÊM A FALTA DE CONHECIMENTO? • instrução inadequada; • supervisão ineficiente; • práticas inadequadas; • mau uso de EPI; • trabalho falho; • não observação de normas.
  • 40. RISCO BIOLÓGICO COMO POSSO PREVENIR ACIDENTES OU PELO MENOS REDUZIR O RISCO DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS CASO ELES OCORRAM?
  • 41. Prevenção • Vacinação para Hepatite B; • Treinamento e educação continuada; • Precauções universais: luvas, aventais, máscaras, protetores oculares, gorros; lavar as mãos; NÃO reencapar agulhas; • Boas práticas laboratoriais. BOM SENSO!
  • 43. Grupo “A”: Infectantes Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos (bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, microplasmas, prions, parasitas, linhagens celulares, outros organismos e toxinas) Ex.: Kits endovenosas e dializadores, bolsas transfusionais de sangue ou hemocomponentes, meios de cultura, vacina vencida ou inutilizada, filtros de ar e gases, tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas, animais, vísceras, objetos perfurantes ou cortantes, excreções, secreções, líquidos orgânicos, ou outro que tenha tido contato, materiais descartáveis que tenham entrado em contato com paciente.
  • 44. Grupo “E” Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escarificantes tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas,pontas diamantadas, lamina de bisturi... Etc.
  • 45. Referencial teórico Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 54 p. : il.