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    Gabriel Lins era mais um daqueles atores sem talento
que conseguia fama e sucesso. Não por sua beleza.
Tampouco por ter algum familiar ou amigo famoso. Mas
por planejar e executar um marketing formidável.
    Para Gabriel Lins o primeiro e pequeno papel que ele
tinha em uma novela que passava à tarde, não estava
satisfazendo o seu ego. Ele era ambicioso e almejava
sucesso rápido e fácil. Por isso aproveitou o contato que
tinha com Eduardo Mendes, o Prefeito do Rio de Janeiro,
para forjar um fato que, em pouco tempo, fizesse com que
sua carreira alavancasse de uma forma extraordinária.
    Todo sucesso que tinha agora era devido a uma foto.
Uma foto que causava várias perguntas e especulações.
    A imagem mostrava os dois, o ator Gabriel Lins e o
Prefeito do Rio de Janeiro, em uma lancha velejando pela
praia de Búzios. Mas não foi isso que causou polêmica.
Mas a tatuagem. Na foto, na companhia de várias
mulheres, os dois estavam de sunga e ficava claro que
ambos possuíam uma tatuagem idêntica nas costas.
    Mais do que sugestionar uma orgia entre o respeitado
Prefeito do Rio e um desconhecido ator, a foto, trouxera à
AURÉLIO SIMÕES, autor da obra e da fan fic


tona um grande mistério. As tatuagens não eram uma
imagem, desenho ou um nome. Era uma marca de um
símbolo que ninguém conhecia ou pudesse identificar.
    Este era um círculo desenhado em azul no tamanho
de uma mão aberta e dividido ao meio por um traço
branco na posição vertical e outro traço também,
dividindo-o ao meio, da mesma cor, na posição horizontal.
Na parte de baixo do círculo, no lado esquerdo, havia a
consoante S, em maiúscula, escrita em vermelho, e na
parte de cima do círculo, no lado direito, havia a
consoante D, em maiúscula, também escrita na mesma
cor.
    Afinal, o que queria dizer aquele símbolo? Era o que
todos se perguntavam. Mas de nada adiantava perguntar
aos donos. Ambos nada declaravam sobre o assunto. O
que suscitava ainda mais a curiosidade.
    Desvendar o mistério das tatuagens era algo que
todos sabiam que rendia dinheiro alto. E por isso não
faltou jornalista, Paparazzi, detetive ou qualquer pessoa
que perseguisse os dois incansavelmente.
    Era óbvio que o acesso ao Prefeito era muito mais
restrito e perigoso, e por essa razão, Gabriel era sempre
o mais visado.
    A vida de fama e glamour que Gabriel sempre sonhou,
tinha colocado-o em uma realidade que ele jamais
desejara. A de não ter mais nenhuma privacidade.
Participe da fan fic do livro e concorra a um exemplar
            www.depois-da-meia-noite.blogspot.com

    Fatigado e tentando descansar ao menos alguns dias,
ele planejou uma fuga que tinha certeza que seria
infalível.
    Aproveitando que era carnaval, Gabriel chegou com o
seu carro, acompanhado de alguns amigos a um
badalado baile do Rio de Janeiro. A imprensa, claro,
estava lá. Mas ele nem se incomodou. Gabriel sabia que
dentre aquelas pessoas, havia muitas da imprensa
disfarçadas. Mas ele também nem se incomodou.
    Uma dessas pessoas disfarçadas era a bela Paparazzi
Natascha, que estava vestindo uma sensual fantasia e
máscara de coelhinha.
    Naquela noite, Natascha estava decidida a fazer
qualquer coisa para desvendar o mistério das tatuagens.
    Gabriel e seus amigos desceram do carro e entraram
todos vestindo roupas comuns. Logo atrás, entrou
Natascha.
    Gabriel dançou e se divertiu por algum tempo com
seus amigos e decidiu que estava na hora de executar
seu plano. Foi quando ele resolveu ir ao banheiro. Entrou
e percebeu que havia cinco homens urinando no mictório.
Gabriel se dirigiu ao reservado e fechou a porta. Esperou
alguns minutos e olhou pela frecha da porta. Os homens
que estavam urinando, tinham ido embora. Era hora de
agir. Por debaixo do blusão e a calça que Gabriel usava,
escondia-se uma fantasia e uma máscara de palhaço.
Rapidamente ele tirou o blusão e as calças e ficou
pensando por alguns segundos onde pô-los. Decidiu
AURÉLIO SIMÕES, autor da obra e da fan fic


enfim, jogá-los na privada, fechando-a após isto. Deu uma
segunda olhada na fresta da porta e não vendo ninguém,
saiu rapidamente.
   Chegou à pista de dança e seus amigos que estavam
próximos, nada desconfiaram. Algumas pessoas da
imprensa que estavam na espreita de Gabriel, também
não. Excetuando Natascha que espertamente percebeu
que aquele palhaço que saira do banheiro, estava usando
o sapato de Gabriel.
   Era hora de fugir. Gabriel começou a se dirigir à saída.
Natascha fez o mesmo.
   Na saída, a imprensa que entrevistava vários famosos
e celebridades, também não notou Gabriel.
   Ao chegar do outro lado da rua, ele não seria tolo de
fugir em seu carro. Seu plano era ir de táxi. Ficou
esperando até que um passasse no local. Natascha ao
perceber isso, foi correndo em direção a um
estacionamento.
   Após alguns longos minutos de espera, Gabriel viu um
táxi se aproximar e fez sinal. O veiculo parou.
   — Para onde meu bem? — perguntou à motorista.
   Antes de responder, Gabriel não deixou de reparar na
beleza estonteante da motorista e respondeu mudando
um pouco a voz para não ser reconhecido:
   — Ipanema.
   Neste momento, um homem de longe e aos gritos,
corria em direção deles dizendo:
   — É o meu táxi! É a maluca que entrou no meu táxi!
Participe da fan fic do livro e concorra a um exemplar
            www.depois-da-meia-noite.blogspot.com

    Gabriel que se assustou com os gritos do homem,
resolveu entrar. A motorista deu a partida e eles saíram.
    Após algum tempo, Gabriel perguntou:
    — Você entendeu o que aquele homem estava
gritando?
    — Não, meu bem. Não deu para ouvir direito.
    Após informar o endereço à motorista, Gabriel não
pronunciou nem mais uma palavra. Adormeceu no
caminho. Natascha percebendo que ele estava dormindo,
decidiu que era sua hora de agir. Parou o carro
vagarosamente para que Gabriel não sentisse, e quando
o veículo parou, ela pegou uma bolsa no banco da qual
ela retirou um pano umedecido com éter. Gabriel
começava a despertar, mas já era tarde. Natascha já
tinha coberto o rosto dele com o pano. Agora, era só
esperar alguns segundos para ele perder os sentidos.




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Capítulo 1

  • 1. 1 Gabriel Lins era mais um daqueles atores sem talento que conseguia fama e sucesso. Não por sua beleza. Tampouco por ter algum familiar ou amigo famoso. Mas por planejar e executar um marketing formidável. Para Gabriel Lins o primeiro e pequeno papel que ele tinha em uma novela que passava à tarde, não estava satisfazendo o seu ego. Ele era ambicioso e almejava sucesso rápido e fácil. Por isso aproveitou o contato que tinha com Eduardo Mendes, o Prefeito do Rio de Janeiro, para forjar um fato que, em pouco tempo, fizesse com que sua carreira alavancasse de uma forma extraordinária. Todo sucesso que tinha agora era devido a uma foto. Uma foto que causava várias perguntas e especulações. A imagem mostrava os dois, o ator Gabriel Lins e o Prefeito do Rio de Janeiro, em uma lancha velejando pela praia de Búzios. Mas não foi isso que causou polêmica. Mas a tatuagem. Na foto, na companhia de várias mulheres, os dois estavam de sunga e ficava claro que ambos possuíam uma tatuagem idêntica nas costas. Mais do que sugestionar uma orgia entre o respeitado Prefeito do Rio e um desconhecido ator, a foto, trouxera à
  • 2. AURÉLIO SIMÕES, autor da obra e da fan fic tona um grande mistério. As tatuagens não eram uma imagem, desenho ou um nome. Era uma marca de um símbolo que ninguém conhecia ou pudesse identificar. Este era um círculo desenhado em azul no tamanho de uma mão aberta e dividido ao meio por um traço branco na posição vertical e outro traço também, dividindo-o ao meio, da mesma cor, na posição horizontal. Na parte de baixo do círculo, no lado esquerdo, havia a consoante S, em maiúscula, escrita em vermelho, e na parte de cima do círculo, no lado direito, havia a consoante D, em maiúscula, também escrita na mesma cor. Afinal, o que queria dizer aquele símbolo? Era o que todos se perguntavam. Mas de nada adiantava perguntar aos donos. Ambos nada declaravam sobre o assunto. O que suscitava ainda mais a curiosidade. Desvendar o mistério das tatuagens era algo que todos sabiam que rendia dinheiro alto. E por isso não faltou jornalista, Paparazzi, detetive ou qualquer pessoa que perseguisse os dois incansavelmente. Era óbvio que o acesso ao Prefeito era muito mais restrito e perigoso, e por essa razão, Gabriel era sempre o mais visado. A vida de fama e glamour que Gabriel sempre sonhou, tinha colocado-o em uma realidade que ele jamais desejara. A de não ter mais nenhuma privacidade.
  • 3. Participe da fan fic do livro e concorra a um exemplar www.depois-da-meia-noite.blogspot.com Fatigado e tentando descansar ao menos alguns dias, ele planejou uma fuga que tinha certeza que seria infalível. Aproveitando que era carnaval, Gabriel chegou com o seu carro, acompanhado de alguns amigos a um badalado baile do Rio de Janeiro. A imprensa, claro, estava lá. Mas ele nem se incomodou. Gabriel sabia que dentre aquelas pessoas, havia muitas da imprensa disfarçadas. Mas ele também nem se incomodou. Uma dessas pessoas disfarçadas era a bela Paparazzi Natascha, que estava vestindo uma sensual fantasia e máscara de coelhinha. Naquela noite, Natascha estava decidida a fazer qualquer coisa para desvendar o mistério das tatuagens. Gabriel e seus amigos desceram do carro e entraram todos vestindo roupas comuns. Logo atrás, entrou Natascha. Gabriel dançou e se divertiu por algum tempo com seus amigos e decidiu que estava na hora de executar seu plano. Foi quando ele resolveu ir ao banheiro. Entrou e percebeu que havia cinco homens urinando no mictório. Gabriel se dirigiu ao reservado e fechou a porta. Esperou alguns minutos e olhou pela frecha da porta. Os homens que estavam urinando, tinham ido embora. Era hora de agir. Por debaixo do blusão e a calça que Gabriel usava, escondia-se uma fantasia e uma máscara de palhaço. Rapidamente ele tirou o blusão e as calças e ficou pensando por alguns segundos onde pô-los. Decidiu
  • 4. AURÉLIO SIMÕES, autor da obra e da fan fic enfim, jogá-los na privada, fechando-a após isto. Deu uma segunda olhada na fresta da porta e não vendo ninguém, saiu rapidamente. Chegou à pista de dança e seus amigos que estavam próximos, nada desconfiaram. Algumas pessoas da imprensa que estavam na espreita de Gabriel, também não. Excetuando Natascha que espertamente percebeu que aquele palhaço que saira do banheiro, estava usando o sapato de Gabriel. Era hora de fugir. Gabriel começou a se dirigir à saída. Natascha fez o mesmo. Na saída, a imprensa que entrevistava vários famosos e celebridades, também não notou Gabriel. Ao chegar do outro lado da rua, ele não seria tolo de fugir em seu carro. Seu plano era ir de táxi. Ficou esperando até que um passasse no local. Natascha ao perceber isso, foi correndo em direção a um estacionamento. Após alguns longos minutos de espera, Gabriel viu um táxi se aproximar e fez sinal. O veiculo parou. — Para onde meu bem? — perguntou à motorista. Antes de responder, Gabriel não deixou de reparar na beleza estonteante da motorista e respondeu mudando um pouco a voz para não ser reconhecido: — Ipanema. Neste momento, um homem de longe e aos gritos, corria em direção deles dizendo: — É o meu táxi! É a maluca que entrou no meu táxi!
  • 5. Participe da fan fic do livro e concorra a um exemplar www.depois-da-meia-noite.blogspot.com Gabriel que se assustou com os gritos do homem, resolveu entrar. A motorista deu a partida e eles saíram. Após algum tempo, Gabriel perguntou: — Você entendeu o que aquele homem estava gritando? — Não, meu bem. Não deu para ouvir direito. Após informar o endereço à motorista, Gabriel não pronunciou nem mais uma palavra. Adormeceu no caminho. Natascha percebendo que ele estava dormindo, decidiu que era sua hora de agir. Parou o carro vagarosamente para que Gabriel não sentisse, e quando o veículo parou, ela pegou uma bolsa no banco da qual ela retirou um pano umedecido com éter. Gabriel começava a despertar, mas já era tarde. Natascha já tinha coberto o rosto dele com o pano. Agora, era só esperar alguns segundos para ele perder os sentidos. © Todos os direitos reservados