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Capítulo X Leonor Nunes nº10, 12ºA
Regresso de Baltasar a Mafra e apresentação de Blimunda à família Baltasar regressa a Mafra e apresenta Blimunda à sua família: pai (João Francisco), mãe ( Marta Maria), irmã (Inês Antónia) e cunhado (Álvaro Diogo). Blimunda é bem recebida por todos, primeiramente  Marta Maria está tão absorvida pelo regresso do filho que não nota a presença de Blimunda, que entretanto sai mas depois conhece-a e depressa se começam a relacionar bem. Blimunda conta a história da sua família à família de Baltasar ( a morte do pai e o exílio da mãe em Angola por ter sido acusada de bruxaria). Venda das terras do pai de Baltasar João Francisco actualiza Baltasar das novidades da família e explica que vendeu as suas terras ao Rei para que este possa aí mandar erguer o futuro Convento de Mafra, um convento franciscano que tem por fim saldar a promessa feita com o objectivo de lhe ser permitido ter descendência. A procura de trabalho por Baltasar Baltasar considera qual o trabalho que pode exercer face às suas limitações motoras, devido à perda da sua mão durante a guerra. Não podendo ceifar, cavar, rachar lenha,…tratar de animais parece-lhe ser a opção mais viável.
Vivência conjunta e harmoniosa na família de Baltasar  Inês Antónia, Álvaro Diogo e os seus dois filhos vêm celebrar o regresso de Baltasar. Nova gravidez da Rainha A Rainha engravida novamente, tendo desta vez o filho varão tão desejado, D. José I, o sucessor no trono de D. João V. Comparação entre a morte e o funeral do filho de dois anos da irmã de Baltasar e a morte do infante D. Pedro Três meses após o regresso de Baltasar o filho mais novo da sua irmã Inês Antónia morre doente, assim como o primeiro filho varão do Rei D. João V, o Infante D. Pedro morre também com a mesma idade. Estabelece-se uma comparação entre a morte das duas crianças, a da primeira devido a um surto de bexigas e a da segunda devido à paragem da amamentação. Estabelece-se também a comparação entre os funerais de um e de outro, o primeiro muito simples, onde apenas estariam presentes os familiares mais próximos e o segundo realizado segundo o protocolo com toda a magnificência, onde estavam presentes o Rei e a Rainha, a corte e inúmeros membros do clero e da nobreza.
Referência à devoção da Rainha Alusão à grande devoção da Rainha ao deslocar-se diariamente até aos inúmeros locais religiosos da cidade, orando por D. João V, pelos Infantes, pelo falecido Infante D. Pedro, pelos cunhados e cunhadas, pelo fim da guerra, por D. Francisco e pelo facto de ser Rainha, mulher e de se sentir inevitavelmente atraída pelo cunhado, o Infante D. Francisco. Baltasar relembra o passado e reflecte sobre a construção do convento Baltasar desloca-se até ao local de trabalho do cunhado, onde os dois conversam acerca da construção do convento e dos benefícios que a obra trará, nomeadamente a grande oferta de trabalho para os construtores. De seguida dirige-se ao alto da Vela, local onde o seu pai e outras famílias possuíam terras de cultivo e que irá agora servir de espaço para a construção do convento.  Baltasar e Blimunda vs. D. João V e D. Maria Ana Estabelece-se uma comparação entre as relações de Baltasar e Blimunda, possuidores de um amor sem limites, sem a obrigação de procriar, podendo entregar-se um ao outro livremente sem pressões exteriores. Uma relação intuitiva que é capaz de usar apenas o olhar como fonte de comunicação. E a relação entre o Rei e a Rainha, uma relação essencialmente protocolar, por conveniência e sem amor, onde os encontros têm datas e horas marcadas e manchada pelas muitas traições do Rei.
A doença de D. João V e a preocupação da Rainha A dada altura D. João V é assolado por uma crise de desmaios e adoece gravemente, causando a dúvida geral e fazendo todos temer a sua morte. A Rainha, embora atraída pelo cunhado roga pela recuperação do marido pelo bem do reino e dos seus filhos. É nesta altura que se explicita que face a enfermidades a grande riqueza e poder do Rei nada valem.  O desejo de D. Francisco, irmão do Rei, casar com a Rainha, após a morte deste D. Francisco vê aqui a sua grande oportunidade de ascender ao trono e deseja a morte rápida do irmão. Para além disso, sabendo o desejo que D. Maria Ana tem por ele, manifesta também a intenção de se casar com esta, o que não virá a ocorrer pois D. João recupera da doença e sobrevive.
Símbolo dos sete céus, sete sóis, sete virtudes cristãs ,sete pecados capitais, sete sacramentos, sete dias da criação do mundo, sete tabernáculos e sete trombetas de Jericó, sete candelabros, sete estrelas, sete selos, sete pragas, sete raios, sete cores do arco-íris e sete notas da escala musical. O Sol identifica-se com fonte de vida, com a própria vida - o que faz corresponder Sete-Sóis a sete vidas, que, por sua vez, significaria que Baltasar encarna simbolicamente a vida de todos os homens do povo, sempre labutando e sempre perdendo o fruto do seu trabalho.
“ …  é a grande, interminável conversa das mulheres”; “  é esta conversa que segura o mundo na sua órbita.”; “ … Onde à menos de um ano foi enterrado um rapazito de quem não chegou a averiguar-se o nome…”; “…  Adoeceu tão gravemente El-Rei, morreu o sonho de D. Maria Ana, depois El-Rei sarará, mas os sonhos da rainha não ressuscitarão.”

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  • 3. Vivência conjunta e harmoniosa na família de Baltasar Inês Antónia, Álvaro Diogo e os seus dois filhos vêm celebrar o regresso de Baltasar. Nova gravidez da Rainha A Rainha engravida novamente, tendo desta vez o filho varão tão desejado, D. José I, o sucessor no trono de D. João V. Comparação entre a morte e o funeral do filho de dois anos da irmã de Baltasar e a morte do infante D. Pedro Três meses após o regresso de Baltasar o filho mais novo da sua irmã Inês Antónia morre doente, assim como o primeiro filho varão do Rei D. João V, o Infante D. Pedro morre também com a mesma idade. Estabelece-se uma comparação entre a morte das duas crianças, a da primeira devido a um surto de bexigas e a da segunda devido à paragem da amamentação. Estabelece-se também a comparação entre os funerais de um e de outro, o primeiro muito simples, onde apenas estariam presentes os familiares mais próximos e o segundo realizado segundo o protocolo com toda a magnificência, onde estavam presentes o Rei e a Rainha, a corte e inúmeros membros do clero e da nobreza.
  • 4. Referência à devoção da Rainha Alusão à grande devoção da Rainha ao deslocar-se diariamente até aos inúmeros locais religiosos da cidade, orando por D. João V, pelos Infantes, pelo falecido Infante D. Pedro, pelos cunhados e cunhadas, pelo fim da guerra, por D. Francisco e pelo facto de ser Rainha, mulher e de se sentir inevitavelmente atraída pelo cunhado, o Infante D. Francisco. Baltasar relembra o passado e reflecte sobre a construção do convento Baltasar desloca-se até ao local de trabalho do cunhado, onde os dois conversam acerca da construção do convento e dos benefícios que a obra trará, nomeadamente a grande oferta de trabalho para os construtores. De seguida dirige-se ao alto da Vela, local onde o seu pai e outras famílias possuíam terras de cultivo e que irá agora servir de espaço para a construção do convento. Baltasar e Blimunda vs. D. João V e D. Maria Ana Estabelece-se uma comparação entre as relações de Baltasar e Blimunda, possuidores de um amor sem limites, sem a obrigação de procriar, podendo entregar-se um ao outro livremente sem pressões exteriores. Uma relação intuitiva que é capaz de usar apenas o olhar como fonte de comunicação. E a relação entre o Rei e a Rainha, uma relação essencialmente protocolar, por conveniência e sem amor, onde os encontros têm datas e horas marcadas e manchada pelas muitas traições do Rei.
  • 5. A doença de D. João V e a preocupação da Rainha A dada altura D. João V é assolado por uma crise de desmaios e adoece gravemente, causando a dúvida geral e fazendo todos temer a sua morte. A Rainha, embora atraída pelo cunhado roga pela recuperação do marido pelo bem do reino e dos seus filhos. É nesta altura que se explicita que face a enfermidades a grande riqueza e poder do Rei nada valem. O desejo de D. Francisco, irmão do Rei, casar com a Rainha, após a morte deste D. Francisco vê aqui a sua grande oportunidade de ascender ao trono e deseja a morte rápida do irmão. Para além disso, sabendo o desejo que D. Maria Ana tem por ele, manifesta também a intenção de se casar com esta, o que não virá a ocorrer pois D. João recupera da doença e sobrevive.
  • 6. Símbolo dos sete céus, sete sóis, sete virtudes cristãs ,sete pecados capitais, sete sacramentos, sete dias da criação do mundo, sete tabernáculos e sete trombetas de Jericó, sete candelabros, sete estrelas, sete selos, sete pragas, sete raios, sete cores do arco-íris e sete notas da escala musical. O Sol identifica-se com fonte de vida, com a própria vida - o que faz corresponder Sete-Sóis a sete vidas, que, por sua vez, significaria que Baltasar encarna simbolicamente a vida de todos os homens do povo, sempre labutando e sempre perdendo o fruto do seu trabalho.
  • 7. “ … é a grande, interminável conversa das mulheres”; “ é esta conversa que segura o mundo na sua órbita.”; “ … Onde à menos de um ano foi enterrado um rapazito de quem não chegou a averiguar-se o nome…”; “… Adoeceu tão gravemente El-Rei, morreu o sonho de D. Maria Ana, depois El-Rei sarará, mas os sonhos da rainha não ressuscitarão.”