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Concelhos 2
Por volta de 1342, o regimento dos Corregedores , promulgado pelo rei D. Afonso
IV , estabelece a ossatura básica da administração local: um reduzido número de
vereadores , escolhidos anualmente pela elite da terra ( numa eleição sempre
confirmada pelo representante da Coroa) , governará o burgo. EM 1391, D. João I
, o primeiro da dinastia de Avis, afina o processo. Anualmente, , quase sempre no
dia de S. João tira-se à sorte de cada um dos sacos o nome de dois juízes. Sorteia-
se igualmente o número de dois ou três vereadores, com atribuições gerais de
gestão e administração; de um procurador, em regra , o tesoureiro e o
representante da cidade em questões jurídicas e administrativas externas. O
processo eleitoral pode completar-se com a designação de um chanceler , de um
escrivão da câmara, de um juiz e sobretudo dos omnipotentes almotacés, espécie
de fiscais que fiscalizam o preço e a qualidade dos produtos, a higiene e a
circulação urbanas e superintendem a repartição de peixe e sobretudo de carne.
Juízes, vereadores, procurador e um punhado selecionado de homens- bons
juntam-se em regra às quartas e sábados , em local apartado, a habitação de um
deles, o alpendre de um mosteiro ou o adro de uma igreja, a praça do burgo ou a
casa da câmara. Nelas se guarda o parco mobiliário camarário : um ou dois
armários ou arcas com os sacos dos pelouros para as eleições, os principais
documentos do concelho ( atas de vereações, livros de registos de privilégios , livros
de contas)…

                                  Luís Miguel Duarte, Urbanismo e sociedade urbana
Domus
         Municipalis, Bragança




Nas Assembleias discutiam-se:

-Expedições militares,
-Trabalhos agrícolas,
- decisões e tributos municipais,
-decisões e tributos municipais ,
-Reparação de muralhas
-Eleição de magistrados
-Leilão de escravos
-Julgamento de delitos públicos
-Distribuição de saques e terras
MAGISTRADOS / FUNCIONÁRIOS
   Juízes                Supremos dirigentes do concelho.
(Alcaides ou                    Funções judiciais
    Alvazis)

 Meirinhos         Encarregados das execuções fiscais e judiciais

Almotacés      Funções económicas (vigilância dos mercados, preços e
                     medidas, da sanidade e das obras públicas)


Mordomos                 Administravam os bens concelhios

 Sesmeiros      Responsáveis pela distribuição e vigilância das terras


Procurador       Tesoureiro; representava externamente o concelho
                Passam a estar representados nas cortes, o que veio
                       reforçar o poder político dos concelhos
               Guarda do selo e da bandeira do concelho; responsável
 Chanceler        por examinar os despachos, decisões ou sentenças
                     e selar os mais importantes documentos do
                                       concelho.
Mordomo-     Corregedores    Meirinhos–
Alcaide-mor   Almoxarife        mor         e juízes de     mores e
                            (ou Mordomo         fora      Corregedores
                               do rei)
Comandante Cobrava os       Administrava   Inspeccionav    Delegados do
  das tropas   direitos e   os domínios       am os            rei nos
ao serviço da as rendas     da Coroa no    magistrados      concelhos e
    coroa,     devidas ao     concelho          ea        representantes
controlava a       rei                     administraçã      destes nas
prestação do                                o municipal        Cortes
    serviço
   militar e
   vigiava a
 justiça local
Cavaleiros
      Vilãos ou
    Homens- Bons
                                   V
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        Peões                      N
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Dependentes ( judeus e
      mouros)
                         Leitura do doc da
                               pág 89
VIZINHOS:

Eram todos os homens livres, maiores de
 idade, que habitavam a área concelhia há um
 certo tempo e que nela trabalhavam ou eram
 proprietários.
  Deles estavam excluídos os nobres e os clérigos, a
 não ser que se submetessem às leis comuns e
 abdicassem dos seus privilégios. O mesmo acontecia
 com as mulheres (à excepção das viúvas), os judeus,
 os mouros, os estrangeiros, os servos e os escravos.
HOMENS-BONS
           (designados cavaleiros-vilãos durante a Reconquista)


•   Constituíam a elite social do concelho;
• Eram grandes proprietários rurais ou comerciantes;
•Tinham privilégios judiciais e fiscais, nomeadamente a isenção
do pagamento da jugada (tributo em cereais, proporcional ao
nº de junta de bois utilizadas no amanho das terras) e de
pousadia (dever de alojar o rei ou o senhor e a respectiva
comitiva).
• Monopolizavam os cargos e as magistraturas dos
concelhos,    tendo competências  relacionadas com   a
administração da justiça e a eleição dos magistrados e
funcionários.
•Constituíram   oligarquias municipais que foram restringindo cada vez
   Formavam a grande maioria da população
    concelhia. Uns viviam do trabalho artesanal
    ou da exploração de pequenas propriedades
    agrícolas; outros, os
    jornaleiros, trabalhavam, a troco de um
    salário (a jorna), nas terras dos homens -
    bons.
   Baixos rendimentos, não podiam sustentar
    cavalo e equipamento militar., por isso
    serviam a pé no exército
                                    Leitura dos doc das
                                        pág 84 e 85
   Trabalhavam no artesanato
   Dinâmicos, cultos, ocupavam os lugares de
    cirurgião junto ao rei
   Alvo de preconceitos religiosos e acusados de
    usura foram relegados para o espaços
    próprios - judiarias
   Trabalhavam no fabrico de tapetes, sapatos
   Viviam no arrabalde da cidade (mourarias)
    cujo acesso era proibido às mulheres cristãs
Concelhos 2
O urbanismo medieval parece ter tido a partir do séc. XIII um
incremento assinalável. O crescimento das povoações já existentes
e em que ao urbanismo romano de base e aos acrescentos mais ou
menos regulares das tradições muçulmanas se havia sobreposto a
ocupação cristã., parece poder falar-se com relativa segurança do
nascimento de novas aglomerações urbanas.
O reinado de D. Dinis terá sido um dos momentos mais destacados
de renovação de antigas e fundação de novas aglomerações
urbanas.
Inscritas , normalmente, no interior de uma cerca amuralhada
, essas povoações apresentam frequentemente uma rua central , de
traçado retilíneo e ligando as duas portas da muralha. A
acompanhar esse eixo central quase sempre existem uma ou duas
ruas paralelas estreitas. Nos casos mais desenvolvidos , travessas
perpendiculares ao traçado destas vias estabelecem uma
quadrícula regular que tem um ponto central . Neste largo central
fica a Igreja matriz e a câmara .

                                 José Custódio Silva, a Arte Gótica
Leitura da pág. 79
1. A CINTURA DE MURALHAS
   Muralha fernandina
        do Porto




Construção: D. Afonso IV
a D. Fernando (1376)
Extensão: 2.600 m
                           Alargamento das
Altura: 9 m
                           muralhas de Lisboa
Portas: 18
2. O ESPAÇO AMURALHADO
                          O CENTRO
     zona nobre da cidade, dos edifícios do poder
     e das elites locais.
           Sé de Évora                                         N.S. Oliveira
                            Castelo de Guimarães




                                                      Domus Municipalis
                         Paço do arcebispo de Braga


Torre de
menagem
  Beja

                                                          Bragança
O ESPAÇO AMURALHADO

            O MERCADO
O ESPAÇO AMURALHADO

RUAS SECUNDÁRIAS      RUAS DIREITAS
3. O ARRABALDE




                              Zona extra-muros



    Zona de exclusão, mas muito dinâmica
Minoria
étnico-religiosa


MOURARIA
4. O TERMO
                     O Termo do Porto em finais do século XIV




Espaço circundante da cidade
Vinhas
Searas
                Fonte de sobrevivência da cidade
Aldeias
                E dela dependente nos domínios jurídico,
                 fiscal e militar.
Concelhos 2
No século XII a
cidade do Porto era
um muro à volta do
Morro da Pena
Ventosa.
O porto ergueu-se sobre a
cerca velha, a conhecida
muralha sueva.
Em torno da Cerca Nova envolvem-se ruas, praças e
  construções.




A partir do século XIV o Porto necessita de outra
cerca. Dá-se inicio à construção da Muralha
Fernandina.
ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E DO ESPAÇO CITADINO




              SEDE                              TERMO
         Vila ou Cidade                  zona rural circundante




      -Cerca amuralhada                   Hortas–zona de cultivo
* Rua central rectilínea ligada a     circundante da cidade para o
    duas portas da muralha                  seu abastecimento.
 * Uma ou duas ruas paralelas                   * Florestas
  * Largo central, com Igreja         * Baldios –zonas de expansão
 Matriz e câmara e pelourinho             futura da cidade, para
      (símbolo da justiça)              alargamento do perímetro
* Rossio– espaço aberto para o       urbano e/ou da zona de hortas
           mercado
Concelhos 2
O selo municipal: símbolo de autonomia
para autenticar os documentos;




                                     O pelourinho: símbolo da autonomia e da
                                     justiça local (execução das sentenças);
A bandeira e certos emblemas
(muralhas, castelo, barco, ponte, árvore ou animal
característico, etc): símbolos da autonomia e da solidariedade
colectiva.

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  • 2. Por volta de 1342, o regimento dos Corregedores , promulgado pelo rei D. Afonso IV , estabelece a ossatura básica da administração local: um reduzido número de vereadores , escolhidos anualmente pela elite da terra ( numa eleição sempre confirmada pelo representante da Coroa) , governará o burgo. EM 1391, D. João I , o primeiro da dinastia de Avis, afina o processo. Anualmente, , quase sempre no dia de S. João tira-se à sorte de cada um dos sacos o nome de dois juízes. Sorteia- se igualmente o número de dois ou três vereadores, com atribuições gerais de gestão e administração; de um procurador, em regra , o tesoureiro e o representante da cidade em questões jurídicas e administrativas externas. O processo eleitoral pode completar-se com a designação de um chanceler , de um escrivão da câmara, de um juiz e sobretudo dos omnipotentes almotacés, espécie de fiscais que fiscalizam o preço e a qualidade dos produtos, a higiene e a circulação urbanas e superintendem a repartição de peixe e sobretudo de carne. Juízes, vereadores, procurador e um punhado selecionado de homens- bons juntam-se em regra às quartas e sábados , em local apartado, a habitação de um deles, o alpendre de um mosteiro ou o adro de uma igreja, a praça do burgo ou a casa da câmara. Nelas se guarda o parco mobiliário camarário : um ou dois armários ou arcas com os sacos dos pelouros para as eleições, os principais documentos do concelho ( atas de vereações, livros de registos de privilégios , livros de contas)… Luís Miguel Duarte, Urbanismo e sociedade urbana
  • 3. Domus Municipalis, Bragança Nas Assembleias discutiam-se: -Expedições militares, -Trabalhos agrícolas, - decisões e tributos municipais, -decisões e tributos municipais , -Reparação de muralhas -Eleição de magistrados -Leilão de escravos -Julgamento de delitos públicos -Distribuição de saques e terras
  • 4. MAGISTRADOS / FUNCIONÁRIOS Juízes Supremos dirigentes do concelho. (Alcaides ou Funções judiciais Alvazis) Meirinhos Encarregados das execuções fiscais e judiciais Almotacés Funções económicas (vigilância dos mercados, preços e medidas, da sanidade e das obras públicas) Mordomos Administravam os bens concelhios Sesmeiros Responsáveis pela distribuição e vigilância das terras Procurador Tesoureiro; representava externamente o concelho Passam a estar representados nas cortes, o que veio reforçar o poder político dos concelhos Guarda do selo e da bandeira do concelho; responsável Chanceler por examinar os despachos, decisões ou sentenças e selar os mais importantes documentos do concelho.
  • 5. Mordomo- Corregedores Meirinhos– Alcaide-mor Almoxarife mor e juízes de mores e (ou Mordomo fora Corregedores do rei) Comandante Cobrava os Administrava Inspeccionav Delegados do das tropas direitos e os domínios am os rei nos ao serviço da as rendas da Coroa no magistrados concelhos e coroa, devidas ao concelho ea representantes controlava a rei administraçã destes nas prestação do o municipal Cortes serviço militar e vigiava a justiça local
  • 6. Cavaleiros Vilãos ou Homens- Bons V I Z I Peões N H O S Dependentes ( judeus e mouros) Leitura do doc da pág 89
  • 7. VIZINHOS: Eram todos os homens livres, maiores de idade, que habitavam a área concelhia há um certo tempo e que nela trabalhavam ou eram proprietários. Deles estavam excluídos os nobres e os clérigos, a não ser que se submetessem às leis comuns e abdicassem dos seus privilégios. O mesmo acontecia com as mulheres (à excepção das viúvas), os judeus, os mouros, os estrangeiros, os servos e os escravos.
  • 8. HOMENS-BONS (designados cavaleiros-vilãos durante a Reconquista) • Constituíam a elite social do concelho; • Eram grandes proprietários rurais ou comerciantes; •Tinham privilégios judiciais e fiscais, nomeadamente a isenção do pagamento da jugada (tributo em cereais, proporcional ao nº de junta de bois utilizadas no amanho das terras) e de pousadia (dever de alojar o rei ou o senhor e a respectiva comitiva). • Monopolizavam os cargos e as magistraturas dos concelhos, tendo competências relacionadas com a administração da justiça e a eleição dos magistrados e funcionários. •Constituíram oligarquias municipais que foram restringindo cada vez
  • 9. Formavam a grande maioria da população concelhia. Uns viviam do trabalho artesanal ou da exploração de pequenas propriedades agrícolas; outros, os jornaleiros, trabalhavam, a troco de um salário (a jorna), nas terras dos homens - bons.  Baixos rendimentos, não podiam sustentar cavalo e equipamento militar., por isso serviam a pé no exército Leitura dos doc das pág 84 e 85
  • 10. Trabalhavam no artesanato  Dinâmicos, cultos, ocupavam os lugares de cirurgião junto ao rei  Alvo de preconceitos religiosos e acusados de usura foram relegados para o espaços próprios - judiarias
  • 11. Trabalhavam no fabrico de tapetes, sapatos  Viviam no arrabalde da cidade (mourarias) cujo acesso era proibido às mulheres cristãs
  • 13. O urbanismo medieval parece ter tido a partir do séc. XIII um incremento assinalável. O crescimento das povoações já existentes e em que ao urbanismo romano de base e aos acrescentos mais ou menos regulares das tradições muçulmanas se havia sobreposto a ocupação cristã., parece poder falar-se com relativa segurança do nascimento de novas aglomerações urbanas. O reinado de D. Dinis terá sido um dos momentos mais destacados de renovação de antigas e fundação de novas aglomerações urbanas. Inscritas , normalmente, no interior de uma cerca amuralhada , essas povoações apresentam frequentemente uma rua central , de traçado retilíneo e ligando as duas portas da muralha. A acompanhar esse eixo central quase sempre existem uma ou duas ruas paralelas estreitas. Nos casos mais desenvolvidos , travessas perpendiculares ao traçado destas vias estabelecem uma quadrícula regular que tem um ponto central . Neste largo central fica a Igreja matriz e a câmara . José Custódio Silva, a Arte Gótica
  • 15. 1. A CINTURA DE MURALHAS Muralha fernandina do Porto Construção: D. Afonso IV a D. Fernando (1376) Extensão: 2.600 m Alargamento das Altura: 9 m muralhas de Lisboa Portas: 18
  • 16. 2. O ESPAÇO AMURALHADO O CENTRO zona nobre da cidade, dos edifícios do poder e das elites locais. Sé de Évora N.S. Oliveira Castelo de Guimarães Domus Municipalis Paço do arcebispo de Braga Torre de menagem Beja Bragança
  • 17. O ESPAÇO AMURALHADO O MERCADO
  • 18. O ESPAÇO AMURALHADO RUAS SECUNDÁRIAS RUAS DIREITAS
  • 19. 3. O ARRABALDE Zona extra-muros Zona de exclusão, mas muito dinâmica
  • 21. 4. O TERMO O Termo do Porto em finais do século XIV Espaço circundante da cidade Vinhas Searas Fonte de sobrevivência da cidade Aldeias E dela dependente nos domínios jurídico, fiscal e militar.
  • 23. No século XII a cidade do Porto era um muro à volta do Morro da Pena Ventosa.
  • 24. O porto ergueu-se sobre a cerca velha, a conhecida muralha sueva.
  • 25. Em torno da Cerca Nova envolvem-se ruas, praças e construções. A partir do século XIV o Porto necessita de outra cerca. Dá-se inicio à construção da Muralha Fernandina.
  • 26. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E DO ESPAÇO CITADINO SEDE TERMO Vila ou Cidade zona rural circundante -Cerca amuralhada Hortas–zona de cultivo * Rua central rectilínea ligada a circundante da cidade para o duas portas da muralha seu abastecimento. * Uma ou duas ruas paralelas * Florestas * Largo central, com Igreja * Baldios –zonas de expansão Matriz e câmara e pelourinho futura da cidade, para (símbolo da justiça) alargamento do perímetro * Rossio– espaço aberto para o urbano e/ou da zona de hortas mercado
  • 28. O selo municipal: símbolo de autonomia para autenticar os documentos; O pelourinho: símbolo da autonomia e da justiça local (execução das sentenças);
  • 29. A bandeira e certos emblemas (muralhas, castelo, barco, ponte, árvore ou animal característico, etc): símbolos da autonomia e da solidariedade colectiva.