Introdução

A África tem uma localização estratégica excelente do ponto de vista geopolítico pois é
banhada ao norte pelo Mediterrâneo, a nordeste pelo Mar Vermelho, a leste pelo Índico, a
oeste pelo Atlântico e ao Sul pela junção dos oceanos Atlântico e Índico.

A África é o terceiro continente mais extenso da Terra com mais de 30 milhões de
quilômetros quadrados e 54 países. Habitado por mais de 800 milhões de pessoas, falando
cerca de 2000 dialetos.

O grande continente africano apresenta condicões geográficas muito contrastantes, com
grandes variações climáticas e de vegetações que infuíram na ocupação humana e
contribuiram para a grande diversidade cultural, étnica e social.

Em função da sua geo-história e cultura, a África pode ser regionalizada em cinco grandes
divisões: sententrional, ocidental, central, oriental e meridional.

A África é o Berço da humanidade e da civilização. Foram encontrados os mais antigos
fósseis da espécie humana e importantes achados de civilizações.

O continente Africano foi pólo de muitas invenções e conquistas lá foram encontrados os
primeiros dados da escrita, através dos hieróglifos e da escrita árabe. Foram os
principiantes dos estudos da anatomia, da medicina com cirurgias e uso de ervas
medicinais. Tiveram conquistas na arquitetura e engenharia visto em monumentos que
resistem ao tempo. Nas artes encontramos trabalhos elaborados com argila, madeira,
marfim, ferro, cobre e em ouro. Na agricultura teve sucesso em invenções envolvendo
técnicas de cultivo e armazenamento de produtos, a cultura irrigada do arroz, quiabo, grão-
de-bico e do café. Na astronomia os africanos fizeram estudos, descobertas e
estabeleceram convenções das fases da lua, estações climáticas, divisão do ano em 365
dias, posição das estrelas e constelações.

Diversidade africana

A África é conhecida por sua diversidade regional, política e econômica, permitindo
observar selvas, savanas, florestas com animais selvagens, montanhas como o
Quilimanjaro na Tanzânia com cerca de 5.800m, neve no monte Quênia, deserto como o do
Saara, rios como o Nilo, lagos como o Vitória e até vulcões ativos como Tipisti no Chade.

A população está distribuída desde aldeias espalhadas pelas selvas e desertos até em
grandes metrópoles como o Cairo, no Egito, com mais de 12 milhões de habtantes e Lagos,
na Nigéria, com quase 10 milhões de pessoas.

A economia africana foi se diversificando com a substituição da agricultura de subsistência
pela produção agrícola extensiva em regime de plantation. Cresceu com a exploração de
minérios como o ouro, o diamante, o petróleo, com a indústria e atualmente com o turismo.
A África revela uma beleza múltipla, haja vista os safaris, as paisagens urbanas, rurais e
selvagens.

Compreende regiões desérticas como o Saara e Calaari. Alguns países como o Egito com
seu tesouro arquitetônico e sua história de dinastia dos faraós, a Tunísia com suas
medinas, mesquitas e monumentos de grande visitação, o Marrocos e Mali famosos pelas
tradições muçulmanas são roteiros prediletos pelos visitantes.

A análise das diversidades da geo-história e das culturas africanas tem revelado riquezas
antes desconhecidas que longe de se constituírem em obstáculos, essas riquezas vêm a
significar fatores civilizatórios e de integração.
O contexto histórico dos afro-brasileiros

Para ocupar economicamente a terra sem perder o controle da propriedade, os
colonizadores optaram pela prática da escravidão dos africanos, considerando a
experiência lucrativa já desenvolvida pelos europeus em vários lugares da África.

Seres humanos com diferentes habilidades, artesãos, artistas, agricultores que dominavam
técnicas da agricultura tropical, mineiros, reis, príncipes e até mesmo sacerdotes foram
escravizados. Muitas resistências, rebeliões, pressões políticas e regionais aconteceram,
numa demonstração de que eles jamais aceitariam a condição imposta pela escravização.

Os Africanos trazidos para o Brasil enriqueceram a diversidade cultural e étnica brasileira,
herança que a nação recebeu de diferentes povos, vindos de diferentes lugares em
diferentes momentos de sua história.

No final do século XIX começaram a vir trabalhadores livres de outras nações,
configurando uma nova formação sócio-cultural e econômica da nação brasileira.

O negro na formação da sociedade nacional

O relacionamento entre as várias etnias indígenas, européias e africanas produziu uma
geração multiétnica e pluricultural – o povo brasileiro.

Ligados pela cultura e separados pelo Atlântico, o Brasil e a África apresentam realidades
marcadas por semelhanças e por diferenças: na música, na dança, na comida, nos
adornos, no folclore e na religião.

É neste jeito de ser brasileiro que a África está em nós.

Aspectos Legais

É fundamental o conhecimento da história dos povos formadores da sociedade brasileira,
para assegurar a compreensão de nossa cultura, pois suas conquistas africanas, suas
invenções, seus valores e crenças são transmitidos, assimilados, recriados e reformulados
em cada geração que se forma.

Reconhecendo a presença da África em nós, o Governo Federal promulgou a Lei n. 10.639,
de 9 de Janeiro de 2003, instituindo que todas as escolas publicas e particulares, devem
incluir na base curricular o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, numa ação
integrada e interdisciplinar com as áreas de Educação Artística, Literatura, e História
brasileira.

O conteúdo programático a ser ministrado inclui:
• A história da África e dos Africanos
• A luta dos negros no Brasil
• A cultura-afro-brasileira e o negro na formação da sociedade nacional
• O resgate da contribuição do povo negro nas áreas sociais, econômicas e políticas
pertinentes à História do Brasil.

A partir desta legislação todo estudante poderá, em sua formação, conhecer, admirar,
respeitar e valorizar a participação das culturas africanas no processo civilizatório
brasileiro.
Estudar a história, a cultura da África e dos afro-descendentes, reconhecendo a
ancestralidade africana, contribuirá para a superação da situação de exclusão em que
vivem milhares de afro-brasileiros, para descontruir estereótipos e para a construção da
identidade brasileira.
A coleção de livros A África está em nós, destina-se a oferecer elementos para
compreender a contribuição dos povos africanos na formação do Brasil de hoje, a partir
das ocorrências de natureza econômica, cultural e política que estejam nas raízes do
passado africano.

Esta coleção propõe exercitar práticas pedagógicas que permitam compreender a lógica do
conhecimento dos valores das culturas do continente Africano.

Apresentação pedagógica
A coleção A África está em nós, apresenta-se hoje em duas versões para atender as
especificidades da Educação básica.

A edição em ciclos com quatro livros para os alunos e quatro livros para os professores. E
a edição seriada com oito livros para os alunos e oito livros para os professores.

As duas edições se apresentam na versão consumível e não consumível.

Os livros oferecem variadas situações de aprendizagem para a construção e exploração
dos diferentes conceitos, considerando o caráter interdisciplinar do tema e, ao mesmo
tempo, a especificidade que o constitui como saber próprio, com uma proposta curricular a
ser implantada e implementada no cotidiano das escolas e salas de aulas.

A aprendizagem significativa, os princípios da educação inclusiva, o processo de
construção conceitual e o trabalho colaborativo norteiam os encaminhamentos didáticos e,
consequentemente, a proposta pedagógica desta coleção.

A coleção A África está em nós apresenta textos, fotografias, sugestões de filmes,
atividades e leituras, músicas, cantigas africanas, poemas, mapas e desenhos que
propiciam a reflexão e discussão sobre conceitos e a construção de argumentos.

No decorrer da obra foram acrescidos textos legislativos, glossários para o enriquecimento
de vocabulario, propostas de atividades materializadas em oficinas, jogos, pesquisas,
indicação de sites e bibliografia para melhor aprofundamento.

A produção de livros da África está em nós regionalizado já é uma realidade, como os
livros: Africanidades Catarinenses, Africanidades Paraibanas, Africanidades
Pernambucanas e Africanidades Baianas, analisando a importância dos afro-descendentes.

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Contribuição africana

  • 1. Introdução A África tem uma localização estratégica excelente do ponto de vista geopolítico pois é banhada ao norte pelo Mediterrâneo, a nordeste pelo Mar Vermelho, a leste pelo Índico, a oeste pelo Atlântico e ao Sul pela junção dos oceanos Atlântico e Índico. A África é o terceiro continente mais extenso da Terra com mais de 30 milhões de quilômetros quadrados e 54 países. Habitado por mais de 800 milhões de pessoas, falando cerca de 2000 dialetos. O grande continente africano apresenta condicões geográficas muito contrastantes, com grandes variações climáticas e de vegetações que infuíram na ocupação humana e contribuiram para a grande diversidade cultural, étnica e social. Em função da sua geo-história e cultura, a África pode ser regionalizada em cinco grandes divisões: sententrional, ocidental, central, oriental e meridional. A África é o Berço da humanidade e da civilização. Foram encontrados os mais antigos fósseis da espécie humana e importantes achados de civilizações. O continente Africano foi pólo de muitas invenções e conquistas lá foram encontrados os primeiros dados da escrita, através dos hieróglifos e da escrita árabe. Foram os principiantes dos estudos da anatomia, da medicina com cirurgias e uso de ervas medicinais. Tiveram conquistas na arquitetura e engenharia visto em monumentos que resistem ao tempo. Nas artes encontramos trabalhos elaborados com argila, madeira, marfim, ferro, cobre e em ouro. Na agricultura teve sucesso em invenções envolvendo técnicas de cultivo e armazenamento de produtos, a cultura irrigada do arroz, quiabo, grão- de-bico e do café. Na astronomia os africanos fizeram estudos, descobertas e estabeleceram convenções das fases da lua, estações climáticas, divisão do ano em 365 dias, posição das estrelas e constelações. Diversidade africana A África é conhecida por sua diversidade regional, política e econômica, permitindo observar selvas, savanas, florestas com animais selvagens, montanhas como o Quilimanjaro na Tanzânia com cerca de 5.800m, neve no monte Quênia, deserto como o do Saara, rios como o Nilo, lagos como o Vitória e até vulcões ativos como Tipisti no Chade. A população está distribuída desde aldeias espalhadas pelas selvas e desertos até em grandes metrópoles como o Cairo, no Egito, com mais de 12 milhões de habtantes e Lagos, na Nigéria, com quase 10 milhões de pessoas. A economia africana foi se diversificando com a substituição da agricultura de subsistência pela produção agrícola extensiva em regime de plantation. Cresceu com a exploração de minérios como o ouro, o diamante, o petróleo, com a indústria e atualmente com o turismo. A África revela uma beleza múltipla, haja vista os safaris, as paisagens urbanas, rurais e selvagens. Compreende regiões desérticas como o Saara e Calaari. Alguns países como o Egito com seu tesouro arquitetônico e sua história de dinastia dos faraós, a Tunísia com suas medinas, mesquitas e monumentos de grande visitação, o Marrocos e Mali famosos pelas tradições muçulmanas são roteiros prediletos pelos visitantes. A análise das diversidades da geo-história e das culturas africanas tem revelado riquezas antes desconhecidas que longe de se constituírem em obstáculos, essas riquezas vêm a significar fatores civilizatórios e de integração.
  • 2. O contexto histórico dos afro-brasileiros Para ocupar economicamente a terra sem perder o controle da propriedade, os colonizadores optaram pela prática da escravidão dos africanos, considerando a experiência lucrativa já desenvolvida pelos europeus em vários lugares da África. Seres humanos com diferentes habilidades, artesãos, artistas, agricultores que dominavam técnicas da agricultura tropical, mineiros, reis, príncipes e até mesmo sacerdotes foram escravizados. Muitas resistências, rebeliões, pressões políticas e regionais aconteceram, numa demonstração de que eles jamais aceitariam a condição imposta pela escravização. Os Africanos trazidos para o Brasil enriqueceram a diversidade cultural e étnica brasileira, herança que a nação recebeu de diferentes povos, vindos de diferentes lugares em diferentes momentos de sua história. No final do século XIX começaram a vir trabalhadores livres de outras nações, configurando uma nova formação sócio-cultural e econômica da nação brasileira. O negro na formação da sociedade nacional O relacionamento entre as várias etnias indígenas, européias e africanas produziu uma geração multiétnica e pluricultural – o povo brasileiro. Ligados pela cultura e separados pelo Atlântico, o Brasil e a África apresentam realidades marcadas por semelhanças e por diferenças: na música, na dança, na comida, nos adornos, no folclore e na religião. É neste jeito de ser brasileiro que a África está em nós. Aspectos Legais É fundamental o conhecimento da história dos povos formadores da sociedade brasileira, para assegurar a compreensão de nossa cultura, pois suas conquistas africanas, suas invenções, seus valores e crenças são transmitidos, assimilados, recriados e reformulados em cada geração que se forma. Reconhecendo a presença da África em nós, o Governo Federal promulgou a Lei n. 10.639, de 9 de Janeiro de 2003, instituindo que todas as escolas publicas e particulares, devem incluir na base curricular o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, numa ação integrada e interdisciplinar com as áreas de Educação Artística, Literatura, e História brasileira. O conteúdo programático a ser ministrado inclui: • A história da África e dos Africanos • A luta dos negros no Brasil • A cultura-afro-brasileira e o negro na formação da sociedade nacional • O resgate da contribuição do povo negro nas áreas sociais, econômicas e políticas pertinentes à História do Brasil. A partir desta legislação todo estudante poderá, em sua formação, conhecer, admirar, respeitar e valorizar a participação das culturas africanas no processo civilizatório brasileiro. Estudar a história, a cultura da África e dos afro-descendentes, reconhecendo a ancestralidade africana, contribuirá para a superação da situação de exclusão em que vivem milhares de afro-brasileiros, para descontruir estereótipos e para a construção da identidade brasileira.
  • 3. A coleção de livros A África está em nós, destina-se a oferecer elementos para compreender a contribuição dos povos africanos na formação do Brasil de hoje, a partir das ocorrências de natureza econômica, cultural e política que estejam nas raízes do passado africano. Esta coleção propõe exercitar práticas pedagógicas que permitam compreender a lógica do conhecimento dos valores das culturas do continente Africano. Apresentação pedagógica A coleção A África está em nós, apresenta-se hoje em duas versões para atender as especificidades da Educação básica. A edição em ciclos com quatro livros para os alunos e quatro livros para os professores. E a edição seriada com oito livros para os alunos e oito livros para os professores. As duas edições se apresentam na versão consumível e não consumível. Os livros oferecem variadas situações de aprendizagem para a construção e exploração dos diferentes conceitos, considerando o caráter interdisciplinar do tema e, ao mesmo tempo, a especificidade que o constitui como saber próprio, com uma proposta curricular a ser implantada e implementada no cotidiano das escolas e salas de aulas. A aprendizagem significativa, os princípios da educação inclusiva, o processo de construção conceitual e o trabalho colaborativo norteiam os encaminhamentos didáticos e, consequentemente, a proposta pedagógica desta coleção. A coleção A África está em nós apresenta textos, fotografias, sugestões de filmes, atividades e leituras, músicas, cantigas africanas, poemas, mapas e desenhos que propiciam a reflexão e discussão sobre conceitos e a construção de argumentos. No decorrer da obra foram acrescidos textos legislativos, glossários para o enriquecimento de vocabulario, propostas de atividades materializadas em oficinas, jogos, pesquisas, indicação de sites e bibliografia para melhor aprofundamento. A produção de livros da África está em nós regionalizado já é uma realidade, como os livros: Africanidades Catarinenses, Africanidades Paraibanas, Africanidades Pernambucanas e Africanidades Baianas, analisando a importância dos afro-descendentes.