2. 1ª edição. Ano 2024
Elaboração, distribuição e informações
Cite (Centro de Inteligência para Governança de Terras e Desenvolvimento Sustentável)
Avenida Limeira, 113 - Bairro Areião - Piracicaba (SP) - contato@citeinstituto.org
Coordenação editorial
GPP (Grupo de Políticas Públicas - Esalq/USP)
Deflo/SDI/Mapa (Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas - Secretaria de
Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária)
Equipes técnicas
Cite, GPP, Agroicone e Imaflora
Alberto Giaroli de Oliveira Pereira Barretto
Ana Letícia Sbitkowski Chamma
Fernanda Kesrouani Lemos
Gabriel Quintana
Giovani William Gianetti
Isabel Garcia Drigo
Leila Harfuch
Luisa Filgueiras Issas
Marcela Almeida de Araujo
Marluce Scarabello
Coordenação
Mapa - Ministério da Agricultura e Pecuária
iCS - Instituto Clima e Sociedade
Cite - Centro de Inteligência para Governança de Terras e Desenvolvimento Sustentável
GPP - Grupo de Políticas Públicas
Agroicone
Design editorial
Zaum Comunicação
Deflo/SDI/Mapa
Alexandre de Oliveira Barcellos
Eudoxio Antonio Batista Junior
Ivana Merched Oliveira Guerreiro
Lizane Soares Ferreira
Marcelo Cláudio Pereira
Márcia Roziane Zumak
Mauricéia Cavalcante Oliveira
Raquel Porto Santori
Rodrigo Lopes de Almeida
Victor Vinícius Ferreira de Lima
Mariane Romeiro
Marina Yamaoka
Pedro Alves Quilici Coutinho
Pietro Gragnolati Fernandes
Renata Potenza
Rodrigo Fernando Maule
Sergio Paganini Martins
Simone Beatriz Lima Ranieri
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI
Brasil. Ministério da Agricultura e Pecuária.
Conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e
florestais sustentáveis : Priorização de áreas e estimativas de investimentos -
Rondônia. / Ministério da Agricultura e Pecuária. Secretaria de Inovação,
Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo; Centro de Inteligência para
Governança de Terras e Desenvolvimento Sustentável; Agroicone; Imaflora; Grupo de
Políticas Públicas da ESALQ. – Piracicaba, SP : MAPA, 2024.
64 p. il. color.
ISBN 978-85-7991-244-3
1. Recuperação de Pastagens. 2. Sustentabilidade Agropecuária. 3. Sistemas
Florestais Sustentáveis. 4. Programa Nacional de Conversão de Pastagens
Degradadas (PNCPD). 5. Rondônia. I. Ministério da Agricultura e Pecuária (Brasil). II.
Centro de Inteligência para Governança de Terras e Desenvolvimento Sustentável
(CITE). III. Agroicone. IV. Imaflora. V. Grupo de Políticas Públicas da ESALQ (GPP-
ESALQ). VI. Título.
AGRIS P01
Bibliotecária: Layla Alexandrina Barboza dos Santos - CRB1 - 3447
4. 4
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
INTRODUÇÃO
O PROGRAMA NACIONAL DE CONVERSÃO DE PASTA-
GENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS (PN-
CPD), instituído pelo Decreto nº 11.815 de dezembro de 2023,
solidifica o compromisso do Brasil com os Objetivos de Desen-
volvimento Sustentável e oAcordo de Paris,pormeio da promo-
ção de políticas e ações para mitigação das emissões de gases
de efeito estufa (GEE) e adaptação às mudanças climáticas.
Este programa surge em um contexto no qual há o entendimen-
to de que a preservação e o uso sustentável dos recursos na-
turais estão integrados à promoção da segurança alimentar e
nutricional, bem como ao desenvolvimento econômico do país.
O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores de
produtos agropecuários, como soja, milho, algodão, laranja,
açúcar e carnes de aves e bovinos. Em relação à pecuária bo-
vina, em 2022, o país registrou um rebanho de 234,3 milhões
de cabeças (IBGE, 2022)1
, produzindo 8 milhões de toneladas
de carne (IBGE, 2024)2. Deste total, 2,9 milhões de toneladas
foram exportadas, representando 22,9% das exportações mun-
diais (FAO, 2023)3. Para sustentar essa produção, a pecuária
brasileira ocupa uma área de 179 milhões de hectares de pas-
tagens (LAPIG, 2022)4. No entanto, mais de 60% dessas pasta-
gens encontram-se com baixo ou médio vigor (degradadas ou
em processo de degradação), resultando em baixa produtivi-
dade e elevadas emissões de GEE. A conversão dessas áreas
degradadas em sistemas de produção sustentáveis é crucial
para a preservação dos biomas, a redução das emissões e o
aumento da produtividade agropecuária.
Por meio do PNCPD espera-se incentivar as instituições finan-
ceiras e o mercado de capitais a viabilizarem soluções para
apoiar a recuperação e conversão de pastagens degradadas
em diferentes Sistemas de Produção Agropecuários e Flores-
tais Sustentáveis5. Dessa forma, espera-se promover a amplia-
ção sustentável da produção de carne, leite e outros produtos
agropecuários e florestais, evitando o desmatamento e contri-
buindo para o sequestro de carbono no solo e na biomassa.
O PNCPD está especialmente alinhado à Política Nacional
sobre Mudança do Clima (PNMC), estabelecida pela Lei nº
12.187/2009, bem como às metas previstas nos Planos e Pro-
gramas que se constituem em seus instrumentos,como o Plano
Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão
1 Pesquisa Pecuária Municipal: https://
sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/qua-
dros/brasil/2022.
2 Pesquisa Trimestral do Abate de
Animais: https://sidra.ibge.gov.br/tabe-
la/1092#resultado.
3 FAO. 2023. Food Outlook – Biannual
report on global food markets. Food
Outlook, November 2023. Rome. ht-
tps://doi.org/10.4060/cc8589en
4 Laboratório de Sensoriamento
Remoto e Geoprocessamento: https://
atlasdaspastagens.ufg.br/map.
5 São eles: a) lavoura, unicamente com
culturas temporárias ou em sistema
integrado, como a integração lavoura-
-pecuária-floresta - ILPF, a integração
lavoura-pecuária - ILP ou a integração
lavoura-floresta - ILF, conforme as
condições de solo e clima, o que pode
ser feito em cultivo consorciado, em
sucessão ou em rotação; b) pastagem
melhorada, entendida como uma
estratégia destinada à intensificação
dos sistemas pecuários; c) floresta
plantada; e d) agrofloresta, entendida
como uma forma de uso e ocupação do
solo em que espécies arbustivas e ou
arbóreas são plantadas ou manejadas
em associação com culturas agrícolas
ou forrageiras para compor sistemas
produtivos mais próximos da natureza.
5. 5
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
de Carbono na Agropecuária, com vistas ao Desenvolvimento
Sustentável 2020-2030 (Plano ABC+), a Política Nacional de
Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg), e os Planos de
Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCDs),
estes últimos desenvolvidos ou em desenvolvimento para os
biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e
Pantanal. Além disso, o PNCPD é sinérgico aos princípios, dire-
trizes e objetivos da Política Nacional da Biodiversidade (PNB)
e da Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação
dos Efeitos da Seca (PNCD).
Particularmente, a convergência e sinergia entre o PNCPD e o
Plano ABC são evidentes, pois ambos compartilham o objetivo
de promover sistemas de produção agropecuária sustentáveis,
com foco na mitigação das emissões de GEE. A especificidade
do PNCPD reside nafocalização da conversão para sistemas de
produção sustentáveis sobre áreas de pastagens degradadas
ou em processo de degradação. Desde 2010, o Programa ABC
(atualmente Renovagro6), criado para apoiar as ações do Pla-
no ABC, oferece linhas de crédito específicas para a agricultura
de baixa emissão de carbono, previstas no Plano ABC, e que
também estão disponíveis para produtores que implementam
as ações previstas pelo PNCPD. Entre 2010 e 2020, o progra-
ma movimentou R$ 32,3 bilhões por meio de 38.300 contratos
(BRASIL, 2023)7. Após este período, o Plano ABC entrou em
uma segunda fase, denominada Plano ABC+, com vigência de
2020 a 2030, agora apoiada pelas linhas de crédito do Reno-
vagro. A convergência entre o Renovagro e o PNCPD facilita o
acesso a recursos financeiros,incentivando uma transição mais
rápida e eficaz para práticas sustentáveis.
Por outro lado, a integração do PNCPD com políticas como o
Proveg e os PPCDs está diretamente relacionada à promoção
da restauração da vegetação nativa e à prevenção e controle
do desmatamento, criando condições para o desenvolvimento
de agroecossistemas mais biodiversos, adaptados e resilientes
ao clima. Além disso, a recuperação e a conversão de pasta-
gens degradadas podem incluir a incorporação da vegetação
nativa em sistemas agroflorestais ou sistemas integrados com
o componente florestal, reforçando os benefícios ambientais,
sociais e econômicos desses sistemas produtivos.
A implementação das diversas políticas, planos, programas
e ações previstas na PNMC, bem como no PNCPD, envolve a
cooperação entre diferentes ministérios, organizações não go-
vernamentais,setor privado e organismos internacionais.A con-
vergência desses instrumentos facilita a articulação de ações
e a otimização do uso dos recursos, garantindo que suas me-
tas sejam alcançadas de forma integrada, sinérgica e eficiente,
criando um ambiente favorável para investimentos.
6 Programa de Financiamento a
Sistemas de Produção Agropecuária
Sustentáveis - RenovAgro.
7 https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
assuntos/sustentabilidade/planoabc-ab-
cmais/plano-abc/acoes-do-plano
6. 6
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Para transformar aproximadamente 40 milhões de hectares de
pastagens, com algum nível de degradação, em sistemas pro-
dutivos e sustentáveis no Brasil, o PNCPD busca atrair investi-
mentos privados tanto internacionais quanto nacionais, em um
esforço que complementa o Plano Safra.Para garantira estrutu-
ração destes esforços e a execução eficaz deste programa, foi
estabelecido um Comitê Gestor interministerial, órgão consul-
tivo e deliberativo, coordenado pela Secretaria-Executiva (SE)
do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Como resultado preliminar dos trabalhos realizados pela SDI/
Mapa, a qual tem entre suas competências formular políticas
públicas para a inovação e o desenvolvimento rural,com ênfase
em recuperação de áreas degradadas e recomposição flores-
tal, dentre outras questões, conforme Decreto n° 11.332/2023,
foi identificada a necessidade de elaborar um “Plano de Priori-
zação de Áreas e Investimentos para Recuperação e Conver-
são de Pastagens Degradadas”em sistemas de produção agro-
pecuários e florestais sustentáveis, alinhado a compromissos
nacionais e estaduais de nove estados brasileiros. Sugeriu-se
iniciar pelos estados com maior concentração de pastagens de
baixo e médio vigor: Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Bahia, Goiás, Pará, Tocantins, Rondônia e São Paulo, de-
senvolvendo uma metodologia para elaboração do plano que
seja replicável para os demais estados do país.
Esses esforços estão refletidos neste documento,que apresen-
ta um diagnóstico das pastagens brasileiras, identificando áre-
as degradadas ou em processo de degradação (baixo e médio
vigor) com potencial para recuperação ou conversão em siste-
mas produtivos sustentáveis. Ademais, o documento traz uma
estimativa dos investimentos necessários para a recuperação
ou conversão. Os nove estados brasileiros considerados apre-
sentam 79% das pastagens degradadas ou em processo de
degradação do país. Para estimativa do potencial de conversão
e recuperação foram considerados seis sistemas de produção
agropecuários e florestais sustentáveis, a saber: i) intensifica-
ção de pecuária de corte; ii) intensificação de pecuária de leite;
iii) agricultura; iv) florestas plantadas (silvicultura); v) sistemas
agroflorestais (SAF); e vi) sistemas integrados na modalidade
integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF).8
Nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, Bahia,Tocantins, Rondônia,São Paulo e Pará, o diagnós-
tico foi elaborado com informações espacialmente explícitas ao
nível de imóvel rural, complementadas por informações colhi-
das em oficinas com stakeholders (uma porestado) para validar
e acomodar as características regionais. Essas oficinas busca-
ram construir compreensão compartilhada junto aos estados
sobre a priorização de áreas e dos sistemas sustentáveis para o
8 Os resultados são apresentados para
os sistemas ILP (Integração Lavoura-Pe-
cuária) e ILPF (Integração Lavoura-Pe-
cuária-Floresta)
7. 7
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
PNCPD, e desempenharam um papel crucial na adaptação da
proposta de potencial de atuação do Programa às realidades
de cada estado, fazendo com que o planejamento da conver-
são e recuperação de pastagens fosse o mais alinhado possí-
vel com as perspectivas do governo, da sociedade civil e dos
produtores locais. Além disso, foram indicados e validados os
municípios e/ou regiões prioritárias para a implementação de
cada um dos seis sistemas de produção sustentável,bem como
fontes de dados sobre variáveis mais detalhadas para análise e
de estimativa de custos/investimentos sempre que existentes.
Essa abordagem personalizada visou atender às necessidades
e oportunidades específicas de cada estado, considerando
suas heterogeneidades regionais
A seguir são apresentados a metodologia e os resultados desta
análise para o estado de RONDÔNIA.
9. 9
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
POTENCIAL DE CONVERSÃO OU
RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS
DEGRADADAS EM SISTEMAS DE
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS
E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS
O potencial de conversão das áreas de pastagens degradadas
em sistemas produtivos sustentáveis foi estimado a partirde um
modelo geoespacial8
que considerou, de forma geral, os se-
guintes grandes passos:
SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS
E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS MODELADOS
8 Trabalhado pelo
GPP-ESALQ (gppesalq.agr.br)
e CITE (citeinstituto.org).
Identificação de áreas de pastagem degradadas para
ações de recuperação ou conversão em sistemas de pro-
dução agropecuários e florestais sustentáveis
Análise de viabilidade biofísica para conversão ou recupe-
ração das áreas de pastagem degradadas selecionadas
Estimativa do potencial biofísico de recuperação ou conver-
são das áreas de pastagens degradadas selecionadas em
sistemasdeproduçãoagropecuárioseflorestaissustentáveis
1
2
3
1.1.
10. 10
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
1
IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE
PASTAGEM DEGRADADAS FOCO
PARA AÇÕES DE RECUPERAÇÃO
OU CONVERSÃO EM SISTEMAS
DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS
E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS
Nessa primeira etapa da análise, foram utilizados dados do ma-
peamento do vigordas pastagens realizado pelo Laboratório de
Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig)9, do
ano de 2022. As pastagens classificadas como ‘baixo vigor ou
médio vigor’(ou seja, degradadas ou com algum nível de degra-
dação) foram consideradas áreas com potencial para recupera-
ção ou conversão em sistemas produtivos sustentáveis.
Alémdisso,afimdecumpriroestabelecidonoArtigo4°doDecreto
Nº 11.815/202310, foram selecionadas apenas as áreas de pasta-
gem de baixo ou médio vigor que se encontram dentro dos limites
dos imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
que não estão sobrepostas espacialmente com áreas de uso res-
trito(UnidadesdeConservaçãodeProteçãoIntegral-UCPI,Terras
Indígenas e Áreas Militares).Para essa análise utilizou-se dados do
SICAR (Sistema Cadastro Ambiental Rural) e do mapeamento das
categoriasfundiárias realizado pela iniciativa Cartas daTerra11.
Porfim,foianalisadaespacialmenteaocorrênciadedesmatamento
nos imóveis rurais inscritos no CAR (e fora de área restrita) após o
anode2008.Paraisso,foramutilizadosdadosoficiaisdoPRODES12.
Aocorrênciadedesmatamentoapós2008éapenasumindicativo
de irregularidade ambiental (segundo a Lei nº 12.651/2012, ou Lei
deProteçãodaVegetaçãoNativa),jáquenãoépossívelafirmarpor
sensoriamentoremotoalegalidadeouilegalidadedodesmatamen-
to. Entretanto, o indício de irregularidade ambiental foi considerado
fatorparaanãoinclusãodosimóveisnapriorizaçãoparainvestimen-
tos voltados ao PNCPD. Por outro lado, destaca-se que foram tam-
bémapresentadososdadosdesconsiderandoessecritério.
Assim, as áreas foco para ações de recuperação ou con-
versão em sistemas produtivos sustentáveis são áreas de
pastagem de baixo ou médio vigor que estão em:
Imóveis rurais inscritos no CAR, que não
estão sobrepostos com áreas restritas nem
apresentaram ocorrência de desmatamento
pós 2008
9 Disponível em <atlasdaspastagens.
ufg.br/map>.
10 Institui o Programa Nacional de Con-
versão de Pastagens Degradadas em
Sistemas de Produção Agropecuários e
Florestais Sustentáveis e o seu Comitê
Gestor Interministerial.
11 Disponível em <cartasdaterra.com.br>
12 Disponível em <terrabrasilis.dpi.inpe.
br/downloads>
☑
11. 11
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
2
ANÁLISE DE VIABILIDADE
BIOFÍSICA PARA CONVERSÃO
OU RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS
DE PASTAGEM DEGRADADAS
SELECIONADAS
Para que as áreas de pastagem de baixo ou médio vigor se-
lecionadas apresentem potencial de recuperação ou conver-
são em sistemas produtivos sustentáveis, elas devem estar em
condições biofísicas adequadas.Quatro critérios foram utiliza-
dos para definição da viabilidade biofísica de recuperação
ou conversão das áreas de pastagem de baixo/médio vigor:
13 Farr,T.G., Rosen, P.A., Caro, E., Cri-
ppen, R., Duren, R., Hensley, S., Kobrick,
M., Paller, M., Rodriguez, E., Roth, L., Seal,
D., Shaffer, S., Shimada,J., Umland,J.,
Werner, M., Oskin, M., Burbank, D., and
Alsdorf, D.E., 2007,The shuttle radar
topography mission: Reviews of Geo-
physics, v. 45, no. 2, RG2004, at https://
doi.org/10.1029/2005RG000183.
14 Ibid.
15 Abatzoglou,J.T., S.Z. Dobrowski, S.A.
Parks, K.C. Hegewisch, 2018,Terracli-
mate, a high-resolution global dataset
of monthly climate and climatic water
balance from 1958-2015, Scientific Data
5:170191, doi:10.1038/sdata.2017.191
16 Mapa de aptidão agrícola elabora-
do pelo IBGE. Potencialidade Agrícola
Natural Das Terras no Brasil. 2022.
Disponível online: https://biblioteca.
ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalo-
go?view=detalhes&id=2101980
Os critérios utilizados para cada sistema produtivo agropecu-
ário ou florestal sustentável são detalhados no item “Critérios”.
13
14
16
15
12. 12
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
3
ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE
RECUPERAÇÃO OU CONVERSÃO
DAS ÁREAS DE PASTAGEM
DEGRADADAS SELECIONADAS
EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS
Os critérios de caracterização da infraestrutura produtiva17
dis-
ponível determinam o potencial de conversão das áreas de pas-
tagem degradadas em sistemas de produção agropecuários
e florestais sustentáveis. Adaptando a metologia apresentada
por Harfuch et al. (2021),foram utilizadas cinco bases de dados
para a aplicação dos critérios de infraestrutura produtiva, adi-
cionais aos critérios biofísicos (apresentados anteriormente):
i) Frigoríficos18
ii) Laticínios19
iii) Silos e armazéns20
iv) Indústrias de base florestal21
v) Uso do solo22
CRITÉRIOS
Os critérios, tanto biofísicos quanto de infraestrutura produtiva
disponível, considerados na modelagem de cada sistema de
produção agropecuário e florestal sustentável, são apresenta-
dos a seguir.
17 Na modelagem realizada, a infraes-
trutura produtiva é entendida em um
sentido amplo de caracterização do
entorno produtivo dos imóveis consi-
derando variáveis econômicas, de uso
da terra, tamanho e perfil de imóveis e a
proximidade à centros de processamen-
to agroindustriais.
18 LAPIG/SIF-MAPA 2021 - Dado pro-
duzido a partir de informações de Ma-
tadouros e/ou Frigoríficos Bovinos do
Brasil aptos à exportação (SIF-MAPA),
com localização revisada pelo LAPIG.
Disponível em < atlasdaspastagens.ufg.
br/map>
19 MAPA- Portal de Dados Abertos
do Ministério da Agricultura e Pecuária
(2024). Disponível em <https://dados.
agricultura.gov.br/dataset/servico-de-
-inspecao-federal-sif/resource/97277e-
92-264a-4dc0-9aea-f87b8ea93798>
20 CONAB/Lapig - Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB)
(Revisado pelo LAPIG-UFG). Armazena-
gem (2019). Disponível em: <conab.gov.
br/armazenagem>.
21 Dado elaborado pelo GPP espe-
cificamente para este estudo. Foram
mapeadas as plantas de produção de
celulose e usinas siderúrgicas que con-
somem carvão vegetal, das principais
empresas do setor: Suzano, Bracell,
Klabin, Sylvamo, CMPC, Veracel, Dexco,
Gerdau e Vallourec.
22 Projeto MapBiomas – Coleção 8
da Série Anual de Mapas de Cobertura
e Uso da Terra do Brasil, acessado em
01/07/2024 através do link: <https://
storage.googleapis.com/mapbiomas-pu-
blic/initiatives/brasil/collection_8/lclu/
coverage/brasil_coverage_2022.tif>
13. 13
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
INTENSIFICAÇÃO
DA PECUÁRIA DE
LEITE
TIPO VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Critérios
biofísicos
Altitude Exclusão de áreas com altitude >1.800 m
Declividade Exclusão de áreas classificadas como
montanhoso ou escarpado (>45%)
Déficit hídrico anual Exclusão de áreas com DH > 600mm/ano
Aptidão agrícola Exclusão de áreas classificadas como altamente
restritiva
Critérios de
infraestrutura
produtiva
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou médio
vigor a frigoríficos
Exclusão de áreas de baixo/médio vigor
localizadas a mais de 150km de distância de
frigoríficos
Pecuária como atividade
principal do imóvel (áreas de
pastagem/uso antrópico no
imóvel)
Imóveis na Amazônia devem ter pelo menos 10%
da área total com pastagem; na Amazônia Legal
e no Cerrado os imóveis devem ter pelo menos
32,5% da área total com pastagem; em outras
regiões os imóveis devem ter pelo menos 40%
de pastagem
TIPO VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Critérios
biofísicos
Altitude Exclusão de áreas com altitude >1.800 m
Declividade Exclusão de áreas classificadas como
montanhoso ou escarpado (>45%)
Déficit hídrico anual Exclusão de áreas com DH > 600mm/ano
Aptidão agrícola Exclusão de áreas classificadas como altamente
restritiva
Critérios de
infraestrutura
produtiva
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou médio
vigor a laticínios
Exclusão de áreas de baixo/médio vigor
localizadas a mais de 50km de distância de
laticínios
Pecuária como atividade
principal do imóvel (áreas de
pastagem/uso antrópico no
imóvel)
Imóveis na Amazônia devem ter pelo menos
10% da área total com pastagem; imóveis na
Amazônia Legal e no Cerrado devem ter pelo
menos 32,5% da área total com pastagem; em
outras regiões devem ter imóveis com pelo
menos 40% de pastagem
INTENSIFICAÇÃO
DA PECUÁRIA DE
CORTE
14. 14
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
CONVERSÃO
PARA ÁREAS DE
SILVICULTURA
TIPO VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Critérios
biofísicos
Altitude Exclusão de áreas com altitude >1.800 m
Declividade Exclusão de áreas classificadas como forte
ondulado, montanhoso ou escarpado (>16%)
Déficit hídrico anual Exclusão de áreas com DH > 500mm/ano
Aptidão agrícola Exclusão de áreas classificadas como altamente
restritiva e restritiva
Critérios de
infraestrutura
produtiva
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou
médio vigor a áreas de soja
consolidadas
Exclusão de áreas de baixo/médio vigor
localizadas a mais de 50km de distância de
áreas de soja consolidadas (de no mínimo 50
hectares)
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou médio
vigor a silos e armazéns
Exclusão de áreas de pastagem de baixo/médio
vigor localizadas a mais de 50km de distância
Escala de produção Exclusão de imóveis com menos de 50 hectares
de pastagem de baixo/médio vigor em seu
interior
TIPO VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Critérios
biofísicos
Altitude Exclusão de áreas com altitude >1.800 m
Declividade Exclusão de áreas classificadas como
montanhoso ou escarpado (>45%)
Déficit hídrico anual Exclusão de áreas com DH > 600mm/ano
Aptidão agrícola Exclusão de áreas classificadas como altamente
restritiva
Critérios de
infraestrutura
produtiva
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou médio
vigor a áreas de silvicultura
consolidadas
Exclusão de áreas de baixo/médio vigor
localizadas a mais de 50km de distância de
áreas de silvicultura consolidadas (de no mínimo
50 hectares)
Distância de áreas de
pastagem de baixo ou médio
vigor a plantas de celulose/
unidades florestais/usinas
siderúrgicas
Exclusão de áreas de pastagem de baixo/médio
vigor localizadas a mais de 200km de distância
CONVERSÃO
PARA ÁREAS DE
AGRICULTURA
15. 15
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
CONVERSÃO PARA
ÁREAS DE SISTEMAS
INTEGRADOS
TIPO VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Critérios
biofísicos
Altitude Exclusão de áreas com altitude >1.800 m
Declividade Exclusão de áreas classificadas como
escarpado (>100%)
Déficit hídrico anual Exclusão de áreas com DH > 600mm/ano
Aptidão agrícola Exclusão de áreas classificadas como altamente
restritiva
Critérios de
infraestrutura
produtiva
Tamanho do imóvel rural Exclusão de áreas de pastagem de baixo ou
médio vigor em imóveis maiores que 4 módulos
fiscais
Relevância da agricultura
familiar ou imóvel de
assentamento rural ou em
Território Quilombola
Municípios cujo valor de produção da agricultura
familiar é maior ou igual a 30% do valor de
produção total do município ou imóveis inseridos
em assentamento rural ou território quilombola
VARIÁVEL CRITÉRIO RESTRITIVO
Sobreposição entre o potencial dos diferentes sistemas de
produção sustentáveis, sendo eles:
Integração lavoura-pecuária – ILP
Sobreposição entre áreas potenciais para agricultura e para
pecuária (corte ou leite)
Integração lavoura-floresta – ILF
Sobreposição entre áreas potenciais para agricultura e para
florestas plantadas (silvicultura)
Integração lavoura-pecuária-floresta – ILPF
Sobreposição entre áreas potenciais para agricultura,
pecuária (corte ou leite) e florestas plantadas (silvicultura)
Critérios anteriores, para cada sistema
(agricultura, pecuária (corte ou leite) e
florestas plantadas (silvicultura)
CONVERSÃO
PARA
SAFS
Uma síntese do método para estimativa do potencial para recu-
peração ou conversão de pastagens degradas é apresentado
na Figura 1.
16. SISTEMAS AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS
Método para estimativa do potencial
de conversão ou recuperação de
pastagens degradadas em sistemas
agropecuários e florestais
sustentáveis
Conversão
para Sistemas
Integrados
Conversão
para Sistemas
Agroflorestais
Intensificação
da pecuária
de corte
Intensificação
da pecuária
de leite
Conversão
para agricultura
Conversão
para silvicultura
Identificação das áreas de pastagem degradadas
PASSO
Análise da viabilidade biofísica das áreas selecionadas
CRITÉRIOS
Altitude
CRITÉRIOS
CRITÉRIOS
Declividade
Déficit hídrico
anual
Aptidão
agrícola
A pastagem é de baixo ou médio
vigor?
Fonte: Lapig
A área está dentro dos imóveis
inscritos no Cadastro Ambiental
Rural (CAR)?
Fonte: SICAR
A área tem sobreposição com
áreas de uso restrito (Unidades de
Conservação de Proteção Integral,
Terras Indígenas e Áreas Militares)?
Fonte: Cartas da Terra
Houve desmatamento na área após
2008*?
Fonte: PRODES
*Imóveis com desmatamento após 2008 foram contabilizados como um
estoque potencial que requer análise de regularidade ambiental aprofundada
ÁREA
SELECIONADA
PARA ANÁLISE
PASSO
Análise do potencial de conversão ou recuperação das áreas
PASSO
Distância das áreas selecionadas
a frigoríficos
Pecuária como atividade principal
Distância das áreas selecionadas a
áreas de soja consolidadas
Distância das áreas a silos e armazéns
Escala de produção
Tamanho do imóvel rural
Relevância da agricultura familiar ou imóvel
de assentamento rural ouTerritório Quilombola
Distância das áreas selecionadas a
laticínios
Pecuária como atividade principal
Sobreposição entre o potencial dos
diferentes sistemas agropecuários e
florestais sustentáveis
Distância das áreas selecionadas a
áreas de silvicultura consolidadas
Distância das áreas a plantas de celulose,
unidades florestais ou usina siderúrgica
Figura 1 Síntese do método utilizado na modelagem espacial para análise potencial dos sistemas agropecuários e florestais sustentáveis
16
17. 17
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
ANÁLISES ECONÔMICO-
FINANCEIRAS PARA
RECUPERAÇÃO OU CONVERSÃO
DE PASTAGENS DEGRADADAS
EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS E
FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS
Os modelos de avaliação econômico-financeiros23
da recupera-
ção ou conversão de pastagens degradadas foram adaptados
para estimar os investimentos necessários e o fluxo de caixa
ao longo do projeto (receitas, custos operacionais e deprecia-
ções), calcular a viabilidade econômica dos projetos de inves-
timento ao longo do tempo, assim como comparar os cenários
avaliados, considerando o papel do financiamento.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS
E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS
O PNCPD incentiva o uso de boas práticas sustentáveis, des-
critas anteriormente, e busca viabilizar o acesso a financiamen-
tos com recursos externos sem subvenção ou com recursos
de programas existentes. As análises econômico-financeiras
da conversão ou recuperação de pastagens degradadas foram
realizadas para os seguintes sistemas produtivos sustentáveis,
comparáveis entre si e em relação ao sistema extensivo da pe-
cuária (de corte):
1.2.
Intensificação da pecuária de corte, considerando a atividade de ciclo completo, simulada para
recuperarpastagens de médio e baixovigor;
Conversão para a lavoura de soja em sistema de plantio direto e altatecnologia;
Conversão para o sistema de sucessão de soja e milho 2ª safra,nos estados que possuem este
sistema consolidado e em plantio direto;
Conversão para o sistema de integração lavoura-pecuária, considerando a soja ou o sistema de
soja e milho2ªsafra e a pecuária de corte;
Conversão para a cultura do eucalipto (floresta plantada);
Conversão para o sistema de integração pecuária-floresta em regime de parceria com a cultura
dateca (considerando parâmetros para o estado de Mato Grosso,validados com atores locais);
Conversão para o sistema agroflorestal, tendo o cacau e o açaí como as culturas principais, e
sombreamento com banana e andiroba (considerando parâmetros para o estado do Pará, vali-
dados com atores locais).
1
2
3
4
5
6
7
23 A Agroicone (agroicone.com.br)
possui modelos econômico-financeiros
para avaliar a viabilidade econômica
da recuperação ou conversão de
pastagens degradadas para sistemas
produtivos sustentáveis, sob a ótica do
produtor rural.
18. 18
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Os modelos foram simulados sob a ótica do produtor rural que
realizará os investimentos, considerando ou não o financiamen-
to do investimento e do custeio de cada sistema. A Tabela 1
apresenta os sistemas simulados e uma breve descrição.
Tabela 1 Descrição dos sistemas produtivos simulados
SISTEMA PRODUTIVO ESTADOS DESCRIÇÃO
Linha de
base (BAU)
Manutenção do
sistema extensivo
de produção da
pecuária de corte,
ciclo completo
MT, GO, MS,
RO, PA,TO,
BA, MG, SP,
RS
Pecuarista não realiza a recuperação da pasta-
gem degradada e mantém o sistema extensivo
da produção pecuária, sem acesso a financia-
mento (somente utilizando recursos próprios
para o custeio)
Pecuária
médio vigor
Recuperação da
pastagem de médio
vigor para alto vigor,
intensificando a
produção
MT, GO, MS,
RO, PA,TO,
BA, MG, SP,
RS
Pecuarista realiza a recuperação da pastagem
degradada e alcança 18@/ha/ano de ganho de
peso vivo no ciclo completo de produção. Há
investimentos na implantação do sistema de
pastagens rotacionadas, com cercas, cochos e
bebedouros além das operações para recuperar
o vigor da pastagem. Período de 15 anos (prazo
do projeto).
Soja
Conversão da
pastagem de médio
vigor para a implan-
tação da cultura da
soja
MT, GO, MS,
RO, PA,TO,
BA, MG, SP,
RS
Sojicultor arrenda a pastagem de baixo vigor e
realiza a conversão para a soja em plantio direto.
Realiza os investimentos de conversão das
pastagens para a lavoura com operações para
recuperar a fertilidade do solo, aquisição mínima
de maquinários e implantação da cultura da soja
(ciclo anual).
Soja+Milho
Conversão da
pastagem de médio
vigor para a implan-
tação do sistema
de sucessão das
lavouras de soja e
milho 2ª safra
MT, GO, MS,
MG, SP
Sojicultor arrenda a pastagem de médio vigor e
realiza a conversão para o sistema de sucessão
de soja e milho 2ª safra em plantio direto. Realiza
os investimentos de conversão das pastagens
para as lavouras com operações para recuperar
a fertilidade do solo, aquisição mínima de maqui-
nários e implantação das lavouras de soja e milho
2ª safra.
Pecuária+
Soja Recuperação da
pastagem de médio
vigor para alto vigor
intensificando a
produção e Conver-
são da pastagem
de médio vigor para
a implantação de
lavouras
RO, PA,TO,
BA, RS
Pecuarista realiza a recuperação da pastagem
degradada e alcança 18@/ha/ano de ganho de
peso vivo no ciclo completo de produção em
metade da área. Há investimentos na implanta-
ção do sistema de pastagens rotacionadas, com
piquetes, cochos e bebedouros além das opera-
ções para recuperar o vigor da pastagem. Sojicul-
tor arrenda a outra parte da área de pastagem de
médio vigor e realiza a conversão para o sistema
de sucessão de soja e milho 2ª safra em plantio
direto. Realiza os investimentos de conversão das
pastagens para as lavouras com operações para
recuperar a fertilidade do solo, aquisição mínima
de maquinários e implantação das lavouras de
soja e milho 2ª safra. Os resultados deste sistema
estão apresentados de forma combinada para
todas as atividades realizadas (15 anos).
Pecuária+
Soja+Milho
MT, GO, MS,
MG, SP
19. 19
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
SISTEMA PRODUTIVO ESTADOS DESCRIÇÃO
Eucalipto
Conversão da
pastagem de médio
vigor para a implan-
tação da cultura do
eucalipto (floresta
plantada)
MT, GO, MS,
RO, PA,TO,
BA, MG, SP,
RS
Produtor implanta a cultura do eucalipto em
áreas de pastagens de médio vigor, investindo
em operações para recuperar a fertilidade do
solo, operações manuais e mecanizadas para
implantar o eucalipto, assim como as operações
de custeio para o ciclo de 15 anos do projeto.
Teca total
IPF
Conversão da
pastagem de médio
vigor para a implan-
tação do sistema de
integração pecuá-
ria-floresta com a
cultura da teca
MT Em regime de parceria, o pecuarista, realiza os
investimentos para intensificar a pecuária e recu-
perar o vigor da pastagem, com ciclo completo
de produção (coloca os animais após 2 anos da
implantação da teca). Após essas intervenções,
o pecuarista cede a área para o produtor florestal
(em troca de parte da receita da madeira) que re-
aliza os investimentos para recuperar a fertilidade
do solo e das operações para implantar a teca.
Os resultados deste sistema estão apresentados
de forma combinada para todas as atividades
realizadas. Período de 20 anos de projeto.
SAF
(cacau+
açaí)
Conversão de
pequena área de
pastagem de médio
vigor para a implan-
tação do sistema
agroflorestal com
atividades princi-
pais o cacau e açaí
PA O pecuarista da atividade de cria converte uma
pequena área de pastagem para a implantação
do sistema agroflorestal com cacau, açaí, banana
(para sombreamento) e andiroba (componente
florestal). Realiza os investimentos para recupe-
rar a fertilidade do solo e para implantar as lavou-
ras, incluindo operações manuais e mecanizada,
assim como as operações de custeio para o ciclo
de 15 anos.
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: Agroicone
A estrutura do modelo econômico-financeiro está em Anexo.
20. 20
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
ESTIMATIVA DO POTENCIAL
DE EMISSÕES E REMOÇÕES
DE CARBONO NO SOLO PELA
CONVERSÃO OU RECUPERAÇÃO
DE PASTAGENS DEGRADADAS
EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS
A partirdo levantamento e identificação das áreas de pastagem
com indícios de degradação (médio e baixo vigor) para obter o
potencial de conversão ou recuperação dessas áreas em siste-
mas de produção agropecuários e florestais sustentáveis,foram
realizados os cálculos do potencial de emissão e remoção de
carbono (CO2
) atmosférico pelo incremento de carbono orgâ-
nico pelo solo desses sistemas. Essa estimativa do potencial
de mitigação de carbono depende do tipo de uso e manejo do
solo,os quais podem geraraumento ou redução do carbono es-
tocado no solo, resultando em remoções ou emissões de CO2
,
respectivamente (IPCC, 2006).
Dessa forma, a emissão ou remoção de carbono pelo solo foi
contabilizada considerando variados cenários potenciais para
conversão ou recuperação de áreas de pasto com algum nível
de degradação, sendo:
i) sistemas de intensificação de pecuária de corte;
ii) sistemas de intensificação de pecuária de leite;
iii) agricultura;
iv) silvicultura;
v) sistemas agroflorestais (SAF);
vi) sistemas integrados (ILPF).
Para a conversão de pasto degradado para os sistemas de in-
tensificação de pecuária de corte e leite considerou-se a recu-
peração das pastagens por meio de boas práticas agrícolas para
garantiro aumento da produtividade e da qualidade da produção
animal,sendo considerado como pastos bem manejados.
Adicionalmente, sob o ponto de vista da emissão e remoção de
carbono pelo solo, para a área de conversão para agricultura é
1.3.
21. 21
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
necessário haver o desdobramento em três cenários que levam
em consideração o tipo de manejo realizado naquela área devi-
do ao fato de que diferentes manejos de solo levam a diferentes
taxas de emissões ou remoção de CO2
. Portanto, os cenários
considerados foram:
a. agricultura com adoção de práticas de Plantio Convencio-
nal (PC);
b. agricultura com adoção de práticas de Plantio Direto (PD);
c. agricultura com adoção de práticas de Sistema Plantio Di-
reto (SPD).
Para o cenário com emprego de Plantio Convencional (PC) são
consideradas as práticas que implicam em formas de manejo
menos conservacionista do solo, com grande revolvimento das
camadas mais superficiais e exposição de parte do solo, sem
cobertura vegetal. Já para PD e SPD, ambas resultam em re-
moções de carbono, na qual o SPD gera uma remoção maior
por considerar as práticas em que há somente a mobilização
da linha ou cova na semeadura, a manutenção permanente da
cobertura do solo e a diversificação de espécies pormeio de ro-
tação e/ou consorciação de culturas. Já o PD implica somente
na prática de realizar a semeadura sem mobilização mais inten-
sa do solo (EMBRAPA, 2021).
A taxa de remoção de dióxido de carbono por área (tCO2
ha⁻¹
ano⁻¹) foi obtida a partir de dados secundários da literatura na-
cional,buscando valores que representem o potencial de remo-
ção pela adoção das práticas de manejo dos sistemas produ-
tivos resultantes da conversão de pastagens com indícios de
degradação. Além disso, vale a pena ressaltar que foram con-
sideradas para as estimativas de carbono apenas as áreas in-
dicadas sem a ocorrência de desmatamento a partir do ano de
2008, segundo dados do PRODES.
22. 22
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Tabela 1 Fatores de emissão e remoção de CO2
por tipo de conversão para sistemas de produ-
ção agropecuários e florestais sustentáveis.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS
FATOR DE EMISSÃO/
REMOÇÃO
REFERÊNCIA
tCO2
HA-1
ANO-1
Intensificação de pecuária de
corte (pasto)
-2,24 Maia et al., (2009)
Intensificação de pecuária de
leite (pasto)
-2,24 Maia et al., (2009)
Agricultura
Plantio Convencional (PC) 1,47* Costa Junior et al.,
(2013)
Plantio Direto (PD) -0,44 Costa Junior et al.,
(2013)
Sistema Plantio Direto
(SPD)
-1,84 Cerri et al., (2007)
Silvicultura -0,81 Lima et al., (2006)
Sistemas Agroflorestais (SAF) -7,33 GHG Protocol Florestas
(2020)
Sistemas Integrados (ILPF) -5,51 Oliveira et al., (2024)
*o valor positivo indica emissão de CO2
pelo solo, enquanto o sinal negativo indica remoção de CO2
pelo solo.
Observação: para obter a conversão da taxa de aumento de estoque de carbono para remoção de CO2
, os
valores obtidos foram multiplicados pelo valor de 3,67, de acordo com divisão na massa molecular do CO2
pela do C. Uma tonelada de CO2
equivale a uma tonelada de CO2
e.
Assim, o cálculo realizado para obter o potencial de emissão e
remoção por meio da conversão para os sistemas de produção
agropecuários e florestais sustentáveis foi realizado através da
multiplicação das possíveis áreas levantadas para conversão
obtidas na etapa anterior, pelos respectivos fatores de emissão
e remoção de carbono pelo solo:
V(E/R)
= A(sistema)
X EF(E/R)
Onde:
V(E/R)
: quantidade de toneladas de CO2
emitida ou removida
pelo solo por ano (tCO2
ano⁻¹);
A(sistema)
: área potencial de conversão para os sistemas de pro-
dução agropecuários e florestais sustentáveis (ha);
EF(E/R)
: fator de emissão ou remoção de área de CO2
ao ano por
tipo de conversão para os sistemas de produção agropecuários
e florestais sustentáveis (tCO2
ha⁻¹ ano⁻¹).
23. 23
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
É importante ressaltar que para o cálculo da estimativa do po-
tencial de remoção de carbono pelo solo não foram considera-
das como premissas os fatores ligados ao aspecto de perma-
nência deste estoque de carbono no solo ao longo dos anos,
além do ponto de saturação de incremento de carbono pelo
solo por falta de informações mais detalhadas sobre essa di-
nâmica (IPCC, 2006). Mesmo com a utilização de fatores de
emissão e remoção representativos da agropecuária nacional,
destaca-se a necessidade do aumento da quantidade e diver-
sificação de estudos voltados para a caracterização em termos
de emissão e remoção de carbono pelo solo dos diferentes sis-
temas produtivos e de manejo existentes, considerando aspec-
tos edafoclimáticos e de manejo locais.
Por fim, ressalta-se que não foram contabilizadas as emissões
de GEE provenientes das fontes e atividades emissoras de cada
umdossistemasprodutivosmapeadoscompotencialpararecu-
peração e conversão das pastagens degradadas. Também não
foram computados os aumentos ou reduções dos incrementos
dos estoques de carbono por outros reservatórios, como a bio-
massa área e subterrânea da produção vegetal, serapilheira e
madeira morta (IPCC, 2006). Neste documento focou-se nas
emissões e remoções de carbono pelo solo.
25. 25
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
BRASIL
• O Brasil possui cerca de 179 milhões de hectares (Mha)
de pastagens, dos quais aproximadamente 60% (107,6 Mha)
apresentam algum nível de degradação, classificados como
de baixo ou médio vigor (Lapig, 2022).
• Nove estados do país concentram 79% das áreas de
baixo e médio vigor (84,5 Mha), sendo eles: Minas Ge-
rais (17,2 Mha), Mato Grosso (12,5 Mha), Mato Grosso do Sul
(12,3 Mha), Bahia (10,6 Mha), Goiás (10,1 Mha), Pará (7,8
Mha), Tocantins (5,4 Mha), Rondônia (4,7 Mha) e São Paulo
(3,9 Mha).
• Das pastagens com algum nível de degradação no país (107,6
Mha), 88,6 Mha estão localizadas em imóveis rurais privados
inscritos no CAR, e 87,8 Mha dessas áreas não estão sobre-
postas a áreas restritas.A área de pastagens de baixo ou médio
vigor em imóveis privados cadastrados no CAR, sem sobrepo-
sição com áreas restritas e sem desmatamento após 2008,
é de 40,7 Mha – localizados em 1,8 milhões de imóveis. A
modelagem espacial considerou essa área para estimar o po-
tencial para conversão ou recuperação, com base em critérios
biofísicos, produtivos e de infraestrutura.
• É importante destacar que outros 47 Mha, inseridos em
733 mil imóveis com desmatamento após 2008, não
foram incluídos na contabilização atual, mas representam
um potencial adicional para expandir a área de atuação do
PNCPD para além dos 40,7 Mha já identificados em imóveis
sem desmatamento.
• De acordo com o modelo geoespacial, o Brasil apresenta
cerca de 27,7 Mha de pastagens com algum nível de de-
gradação e potencial para conversão em Sistemas de Produ-
ção Agropecuários e Florestais Sustentáveis, os quais estão
distribuídos em 1,02 milhão de imóveis. Desses 27,7 Mha,
25,1 Mha têm potencial para intensificação da pecuá-
ria de corte, 16,9 Mha para pecuária de leite, 11,5 Mha
para silvicultura, 8,8 Mha para agricultura e 7,1 Mha
para sistemas agroflorestais.
2.1.
26. Figura 2 Infográfico síntese do diagnóstico das pastagens de baixo e médio vigor no Brasil sobrepostas com CAR, áreas restritas e desmatamento pós 2008
ONDE ESTÃO AS PASTAGENS DE BAIXO E MÉDIO VIGOR?
BRASIL
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
79%
está em
9 estados MG
17,2 Mha
MT
12,5 Mha
MS
12,3 Mha
BA
10,6 Mha
GO
10,1 Mha
PA
7,8 Mha
TO
5,4 Mha
RO
4,7 Mha
SP
3,9 Mha
OUTROS
23,1 Mha
BA
MS
MT
MG
GO
PA
TO
RO
SP
60%
da área de pastagem
Fonte: Lapig (2022)
Baixo e médio vigor
107,6 Mha
26
27. Figura 3 Infográfico sintése sobre as áreas potencias para a conversão de pastagens de baixo e médio vigor para Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis
107,6 Mha
88,6 Mha
87,8 Mha
Área de
pastagem de
baixo e médio vigor
Área em
imóveis rurais
inscritos no CAR
27,7 Mha
Área de imóveis aptos sem
desmatamento depois de 2008
Área de imóveis no CAR
sem sobreposição com áreas
restritas* (imóveis aptos)
ÁREA POTENCIAL
Área que atende aos critérios anteriores,
biofisicos e de infraestrutura
ÁREA
POTENCIAL
SELECIONADA
ÁREA POTENCIAL PARA
CONVERSÃO EM CADA
SISTEMA AGROPECUÁRIO
E FLORESTAL
QUAL O TAMANHO DA ÁREA DE PASTAGEM POTENCIAL?
BRASIL
INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA DE CORTE
TOTAL DA ÁREA POTENCIAL
INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA LEITEIRA
CONVERSÃO PARA SILVICULTURA
CONVERSÃO PARA SISTEMAS AGROFLORESTAIS
CONVERSÃO PARA AGRICULTURA
40,7 Mha
ÁREA POTENCIAL POR TAMANHO DE IMÓVEL
PERCENTUAL DE IMÓVEIS COM ÁREA POTENCIAL,
DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO POR TAMANHO
Fonte: Lapig (2022), PRODES (2022),
Cartas da Terra (2024)
*Áreas restritas são Unidades de Conservação de Proteção Integral,Terras Indígenas ou Áreas Militares.
As áreas potenciais em imóveis rurais podem
ser classificadas em múltiplos sistemas,
podendo haver sobreposição entre eles.
Sendo assim, a soma ultrapassa os 27,7 Mha.
1 - 50 ha
51-100 ha
101- 500 ha
510-1.000 ha
1.001-5.000 ha
>5.000 ha
22% 14% 30% 12% 18% 4%
73% 13% 11%
25,1 Mha
27,7 Mha
16,9 Mha
11,5 Mha
8,8 Mha
7,1 Mha
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
CONVERSÃO PARA SISTEMAS INTEGRADOS
2,6 Mha
27
28. 28
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
ALOCAÇÃO DE ÁREAS PARA ESTIMATIVAS DE
CUSTOS E INVESTIMENTOS AGREGADOS
Este documento apresenta resultados para os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Rondônia, Tocantins,
Bahia, Minas Gerais e São Paulo, os quais representam 79% das
áreas de pastagens com baixo e médio vigor no Brasil.
A partir da modelagem espacial, que incluiu os filtros (CAR, áre-
as restritas e desmatamento após 2008) e os critérios biofísi-
cos e de infraestrutura produtiva, estes nove estados apresen-
tam uma área potencial total soma 23,1 milhões de hectares.
Cada estado apresentou diferentes participações no potencial
de conversão por sistema, considerando suas características
de uso do solo e dinâmica produtiva. Assim, para avaliar uma
possível alocação do total de área potencial desses estados,
assim como estimar de forma agregada a necessidade de in-
vestimentos necessários e custos operacionais anuais, foram
considerados os seguintes critérios para esta priorização da
área potencial de cada estado e agregados24
:
24 Foram realizadas análises econô-
mico-financeiras, com estimativas de
investimentos e custos necessários para
a conversão de áreas de pastagens de
baixo e médio vigor apenas para alguns
dos sistemas com potencial apresenta-
dos: agricultura, silvicultura, sistema de
integração lavoura-pecuária, sistema de
integração pecuária-floresta (somen-
te para o estado de Mato Grosso),
sistemas agroflorestais (apenas para
o estado do Pará), e intensificação da
pecuária de corte. Os demais sistemas
apresentados requerem informações lo-
cais, não disponibilizados para esta fase
do estudo. Isso não impede a conversão
de pastagens degradadas para estes
sistemas, dado o potencial de área
estimado em cada estado.
Priorizou-se de alocação da área potencial para conversão
para a agricultura e integração lavoura pecuária;
Priorizou-se a alocação das metas do ABC+ de cada esta-
do, caso disponível, explorando o máximo potencial possí-
vel em cada sistema – caso de silvicultura, os sistemas de
integração e agroflorestais;
Foi realizada a alocação das áreas para a intensificação da
pecuária corte.
1
2
3
A Figura a seguir apresenta o resultado da priorização de áreas
por sistema, as estimativas de investimento por hectare e agre-
gado para os 9 estados selecionados, assim como o custo ope-
racional necessário ao ano por hectare.
9 estados simulados: MT, MS, GO, PA, TO, RO, SP, MG, BA
Base de dados adaptados para cada estado, resultando em investimentos e custos médios ponderados por
hectare e agregados conforme a alocação de áreas para cada sistema
ESTIMATIVA DE CUSTOS E INVESTIMENTOS AGREGADOS (9 ESTADOS)
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
SISTEMA
PRODUTIVO
SUSTENTÁVEL
Soja ou soja+milho 2ª safra
Integração lavoura-pecuária
Intensificação da pecuária de corte
Silvicultura
Integração pecuária-floresta
Sistema agroflorestal
TOTAL
ÁREA
SELECIONADA POR
SISTEMA (mil ha)
4.053.532
4.179.816
12.202.094
2.229.175
389.875
100.000
23.154.492
INVESTIMENTO
INICIAL
(R$/ha)
6.099
6.121
5.145
8.825
7.929
31.378
-
INVESTIMENTO
TOTAL INICIAL
(mil R$)
24.723.586
25.584.515
62.773.887
19.671.692
3.091.336
3.137.827
138.982.841
CUSTO
OPERACIONAL
AO ANO (R$/ha)
8.598
5.403
2.285
1.933
3.069
134
-
29. 29
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Considerando a área potencial estimada em 23,1 milhões de
hectares, serão necessários ao menos R$ 139 bilhões para os
investimentos iniciais para a conversão das áreas de pastagens
de baixo e médio vigor para os sistemas sustentáveis descritos
na figura acima.Ainda,ao agregar os custos operacionais,serão
necessários anualmente o montante de R$ 90,8 bilhões.
Porfim,ressalta-se que a decisão de converteressas pastagens
para cada sistema deve partirdo produtorrural,sendo esta ape-
nas uma estimativa teórica embasada nos resultados encontra-
dos. Ainda, deve-se observar outras políticas e condições de
contorno necessárias para a conversão para cada sistema, pois
nem todos os sistemas sustentáveis apresentaram viabilidade
econômico-financeira em todos os estados, conforme será
apresentado neste documento.
30. 30
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
RONDÔNIA
2.2.1. DIAGNÓSTICO DAS PASTAGENS
•Rondônia possui uma área total de pastagens de 8,0 Mha (La-
pig, 2022). Desse total, 4,7 Mha são classificados como de bai-
xo ou médio vigor,ou seja,59% da área de pastagens do estado
encontra-se com algum nível de degradação.
• Das pastagens degradadas no estado (4,7 Mha), 3,8 Mha
estão localizados em imóveis rurais privados inscritos no CAR.
Destes, 3,7 Mha não estão sobrepostos a áreas restritas.
• As áreas de pastagens de baixo ou médio vigor em imóveis
rurais privados inscritos no CAR, que não fazem sobreposição
com áreas restritas e que não apresentaram ocorrência de des-
matamento pós-2008, somam cerca de 2,1 Mha, distribuídos
em aproximadamente 71 mil imóveis rurais privados. Essa é a
área que a modelagem espacial considerou para estimar o po-
tencial para conversão ou recuperação de pastagens.
• 81% da área de pastagens consideradas se localizam em imó-
veis de 1 a 500 hectares, sendo distribuídas da seguinte manei-
ra: 30% em imóveis de 1 a 50 hectares, 24% em imóveis com
faixa de tamanho que varia de 51 a 100 hectares e 27% estão
em imóveis de 101 a 500 hectares.
• Dos 71 mil imóveis com pastagem de baixo e médio vigor con-
siderados, cerca de 48 mil (68% do total de imóveis considera-
dos) possuem de 1 a 50 hectares, cerca de 14 mil imóveis (19%)
tem faixa de tamanho entre 51 a 100 hectares e cerca de 8 mil
imóveis (11%) tem faixa de tamanho entre 101 a 500 hectares.
Ou seja, 98% dos imóveis com pastagem selecionada têm ta-
manho que varia de 1 a 500 hectares.
• Foram detectados 1,6 Mha de pastagens de baixo e médio
vigor localizadas em 35 mil imóveis rurais com registro de des-
matamento após 2008.O desmatamento pode tersido legal ou
ilegal, porém esta distinção não pode ser feita a partir da me-
todologia adotada. Uma parcela destes imóveis pode estar em
conformidade com a legislação ambiental e apta a participar do
PNCPD, embora não tenha sido contabilizada neste momento.
Desta forma,o PNCPD apresenta potencial para atuação no es-
tado de Rondônia numa área além dos 2,1 Mha considerados
na análise, ou seja, imóveis que não tiveram registro de desma-
tamento após 2008.
2.2.
31. Figura 4 Sintése sobre as áreas potencias para a conversão de pastagens de baixo e médio vigor para Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis - Rondônia
BA
As áreas potenciais em imóveis rurais podem
ser classificadas em múltiplos sistemas,
podendo haver sobreposição entre eles.
Sendo assim, a soma ultrapassa os 1,8 Mha.
Área de
pastagem de
baixo e médio vigor
Área em
imóveis rurais
inscritos no CAR
Área de imóveis aptos sem
desmatamento depois de 2008
Área de imóveis no CAR
sem sobreposição com áreas
restritas* (imóveis aptos)
ÁREA POTENCIAL
Áreaqueatendeaoscritériosacima,
bemcomobiofísicosedeinfraestrutura
ÁREA POTENCIAL PARA
CONVERSÃO EM CADA
SISTEMA AGROPECUÁRIO
E FLORESTAL
ÁREA DE PASTAGEM POTENCIAL
RONDÔNIA
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
*Áreas restritas são Unidades de Conservação de Proteção Integral,Terras Indígenas ou Áreas Militares.
ÁREA
POTENCIAL
SELECIONADA
Fonte: Lapig (2022), PRODES (2022),
Cartas da Terra (2024)
INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA DE CORTE
TOTAL DA ÁREA POTENCIAL
INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA LEITEIRA
CONVERSÃO PARA SILVICULTURA
CONVERSÃO PARA SISTEMAS AGROFLORESTAIS
CONVERSÃO PARA AGRICULTURA
1,8 Mha
CONVERSÃO PARA SISTEMAS INTEGRADOS (ILP)
1,1 Mha
1,6 Mha
1,2 Mha
-
4,7 Mha
3,8 Mha
3,8 Mha
1,8 Mha
2,1 Mha
615 mil ha
625 mil ha
RO
31
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: GPP, CITE
32. Figura 5 Caracterização das áreas de pastagens de baixo e médio vigor em imóveis cadastrados no CAR, fora de área restrita, sem ocorrência de desmatamento pós 2008 - Rondônia
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
ÁREA DE PASTAGEM SELECIONADA DISTRIBUÍDA
POR FAIXAS DE TAMANHO DE IMÓVEL
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha 501-1.000 ha
1.001-5.000 ha
1.001-5.000 ha
501-1.000 ha
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha
>5.000 ha
RONDÔNIA
30% 24% 7% 9% 3%
27%
DIAGNÓSTICO DAS PASTAGENS DE
BAIXO E MÉDIO VIGOR de pastagem de baixo/médio vigor em imóveis
SEM ocorrência de desmatamento pós 2008
2,1 Mha
Área de pastagem em imóveis
CAR, sem sobreposição com
área restrita e sem
desmatamento pós 2008
SEM ocorrência de desmatamento pós 2008
PERCENTUAL DE IMÓVEIS COM ÁREA DE PASTAGEM
SELECIONADA, DE ACORDO COM FAIXA DE TAMANHO
71 mil imóveis
3%
68% 19% 1%
1%
11%
32
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: GPP, CITE
33. Figura 6 Caracterização das áreas de pastagens de baixo e médio vigor em imóveis cadastrados no CAR, fora de área restrita, com ocorrência de desmatamento pós 2008 - Rondônia
RONDÔNIA
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
de pastagem de baixo/médio vigor em imóveis
COM ocorrência de desmatamento pós 2008
1,6 Mha
ÁREA DE PASTAGEM SELECIONADA DISTRIBUÍDA
POR FAIXAS DE TAMANHO DE IMÓVEL
PERCENTUAL DE IMÓVEIS COM ÁREA DE PASTAGEM
CLASSIFICADA POR FAIXA DE TAMANHO
35 mil imóveis
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha 501-1.000 ha
1.001-5.000 ha
>5.000 ha
DIAGNÓSTICO DAS PASTAGENS DE
BAIXO E MÉDIO VIGOR
COM ocorrência de desmatamento pós 2008
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha
1.001-5.000 ha
501-1.000 ha
19% 20% 9%
28% 9%
15%
26%
53% 17% 2%2%
Área de pastagem em imóveis
CAR, com sobreposição com
área restrita e com
desmatamento pós 2008
33
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: GPP, CITE
36. 36
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
111,1 Mha
4,3 Mha em
além disso, há um
potencial adicional de
7,3 Mha em
252 mil imóveis
onde houve desmatamento
após 2008
INTENSIFICAÇÃO DA
PECUÁRIA DE LEITE
204 mil imóveis
ÁREA POTENCIAL
0
ÁREA
1-2.500 ha
2.501-5.000 ha
5.001-10.000 ha
10.001 -25.000 ha
>25.000 ha
ÁREA DE PASTAGEM SELECIONADA DISTRIBUÍDA POR FAIXAS DE TAMANHO DE IMÓVEL
36% 34%
20% 7% 3%
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha 501-1.000 ha
1.001-5.000 ha
111,1 Mha
1,2 Mha em
além disso, há um
potencial adicional de
1,9 Mha em
65 mil imóveis
onde houve desmatamento
após 2008
INTENSIFICAÇÃO DA
PECUÁRIA DE LEITE
51 mil imóveis
ÁREA POTENCIAL
0
ÁREA
1-2.500 ha
2.501-5.000 ha
5.001-10.000 ha
10.001 -25.000 ha
>25.000 ha
ÁREA DE PASTAGEM SELECIONADA DISTRIBUÍDA POR FAIXAS DE TAMANHO DE IMÓVEL
1 - 50 ha 51-100 ha 101-500 ha 501-1.000 ha
1.001-5.000 ha
35% 26% 6% 6%2%
25%
>5.000 ha
37. 37
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
• 1,6 Mha de pastagens de baixo e médio vigor, inseridos em 62
mil imóveis rurais,têm potencial para intensificação da pecuária de
corte no estado. Caso os imóveis que tiveram ocorrência de des-
matamento pós-2008 também fossem considerados, este poten-
cial seria de2,6 Mha,distribuídos em cerca de 88 mil imóveis.
• Há grande potencial para a intensificação da pecuária de corte
em praticamente todo o estado, em especial em municípios loca-
lizados do leste Rondoniense, com exceção dos municípios Gua-
jará-Mirim e Costa Marques, que não apresentam potencial para
intensificação da pecuária de corte,pois não foi identificada a pre-
sença defrigoríficos próximos a estes locais.
• Os municípios com maior área potencial para intensificação da
pecuária de corte são: Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Cacoal, Chu-
pinguaia, Ariquemes, Alvorada d’Oeste, Corumbiara, Theobroma,
Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé e Porto Velho, somando
cerca de 708 mil hectares, o equivalente a 44% do total de área
potencial para a intensificação de pecuária de corte no estado.
• 1,2 Mha de pastagens de baixo e médio vigor,englobando 51 mil
imóveis rurais, têm potencial para intensificação da pecuária de
leite no estado. Caso todos os imóveis, incluindo os que tiveram
ocorrência de desmatamento pós-2008, também fossem consi-
derados, este potencial seria de 1,9 Mha distribuídos em cerca de
65 mil imóveis.
• A pecuária leiteira também apresenta potencial na maioria dos
municípios do estado, com exceção da porção norte (municípios
de Porto Velho e Candeias do Jamari) e do município de Espigão
d’Oeste. Estes não apresentam potencial para intensificação da
pecuária de leite devido à ausência de infraestrutura (laticínios nas
proximidades).
• Os municípios com maior área potencial para intensificação da
pecuária de leite são:Ji-Paraná, Cacoal,Alvorada d’Oeste, Corum-
biara,Theobrama,RolimdeMoura,Ariquemes,Machadinhod’Oes-
te,Presidente Médici,Jaru e Chupinguaia,somando cerca de 596
mil hectares,o equivalente a 49% do total de área potencial para a
intensificação de pecuária de leite no estado.
• Cerca de 32% da área com potencial para intensificação da pe-
cuária de corte e de 35% das áreas com potencial para intensifi-
cação da pecuária de leite está situada em imóveis com faixa de
tamanho de1 a 50 hectares.
• Foi sugerida na oficina a ampliação do raio de proximidade de
frigoríficos, critério utilizado na modelagem espacial do potencial
de intensificação da pecuária de corte, de 150 km para 400 km.
Segundoosparticipantes,oaumentodesseraiorepresentariaare-
38. 38
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
alidade amazônica com maiorfidelidade,já que otransporte deste
tipo de produto éfeita para longas distâncias no estado.
• Jáparaapecuáriadeleite,sugeriu-seampliaroraiodeproximida-
dedelaticínios,de50kmpara150km,alémdainclusãodeindica-
dores de infraestrutura de energia elétrica.
• Osparticipantesdaoficinatambémrecomendaramconsideraro
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado para a identi-
ficação de zonas a serem excluídas do PNCPD, bem como para a
priorização de áreas.
• Ainda segundo os participantes da oficina, Porto Velho deveria
serincluída como região prioritária para a intensificação da pecuá-
riadeleite,emboraestanãotenhaapresentadopotencialsegundo
o modelo aplicado,que considerou o critério de distância de laticí-
niosde50km.PortoVelhotemsedestacadopelaexpansãodose-
torprodutivo,comoapecuária.AtualmentearegiãodePortoVelho
apresentaomaiorrebanhobovinodeRondônia,com1,7milhãode
cabeças de gado e consolida como um dos principais produtores
de leite do estado (maiorda região norte de RO).
40. 40
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
• Cerca de 0,6 Mha de pastagens de baixo e médio vigor,
abrangendo 5 mil imóveis rurais, têm potencial para conversão
em áreas de agricultura de sequeiro no estado. Caso todos os
imóveis, incluindo os que tiveram ocorrência de desmatamen-
to pós-2008, fossem considerados, este potencial seria de 1,2
Mha, distribuídos em cerca de 8 mil imóveis.
• Em Rondônia,44% da área com potencial para conversão em
agricultura está em imóveis com tamanho entre 101 a 500 hec-
tares, enquanto 19% da área com potencial para conversão em
agricultura está em imóveis com faixa de tamanho variando de
1.001 a 5.000 hectares.
• A conversão de áreas de pastagem de baixo e médio vigor
em agricultura apresenta potencial em todos os municípios de
Rondônia, com exceção de Costa Marques.
• Os municípios com maior área potencial para conversão em
agricultura são: Ariquemes, Chupinguaia, Pimenta Bueno, Ca-
coal, Corumbiara,São Francisco do Guaporé,Alvorada d’Oeste,
Theobrama,Parecis,Rolim de Moura e Espigão d’Oeste,soman-
do cerca de 325 mil hectares,o que equivale a cerca de 54% do
potencial de conversão para agricultura total do estado.
• Sugeriu-se na oficina alterar o critério de declividade, tornan-
do-o mais restritivo. O corte de declividade passaria de 16%
para 12%, dado que a maioria do maquinário necessário para
esse sistema não tem condições de operar em declividade aci-
ma de 12%.
• De acordo com os participantes, os investimentos na agricul-
tura devem também ser direcionados à agricultura familiar, for-
talecimento da assistência técnica e facilitação do acesso de
políticas públicas
• Segundo os participantes da oficina, o direcionamento dos
investimentos no PNCPD deve priorizar o público mais vulne-
rável e as tecnologias que mais demandam políticas públicas,
em especial a agricultura familiar. Segundo os participantes, a
produção de grãos em larga escala já avança de forma natural
no estado, não sendo prioritário o apoio governamental.
• Os participantes sugeriram a alteração da nomeclatura do
item de conversão para agricultura (grãos) para conversão para
cultivo de soja, uma vez que não foram incluídas outras culturas
na modelagem espacial.
• Um desafio para a produção de grãos no estado, apontado
na oficina, é a melhoria da qualidade genética das sementes.
Segundo participantes da oficina, há registros de adulteração
nas sementes, o que prejudica a produtividade.
41. 41
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
2.2.2.3. CONVERSÃO PARA SILVICULTURA
• Segundo os critérios adotados na modelagem espacial, o es-
tado não apresenta potencial para conversão em silvicultura,
dada a ausência de infraestrutura (usinas e plantas de celulo-
se ou indústrias siderúrgicas no estado). Contudo, participan-
tes da oficina apontaram que há regiões com potencial para a
produção de eucalipto, pinus e outras espécies como teca e o
pinho cuiabano,sendo importante consideraras características
do solo para cada uma das espécies.
• Ainda segundo os participantes, as regiões de Jaru,Ji-Paraná
e Presidente Médici já possuem indústrias que trabalham com
eucalipto.Ainda, a região do Cone Sul foi apontada como propí-
cia para o desenvolvimento de florestas plantadas.
• Os participantes afirmaram que há potencial no estado de ex-
tração de resina, sendo uma atividade que poderia ser apoiada
pelo PNCPD,apesar de a modelagem utilizada na terfocalizado
em regiões com proximidade de áreas de produção de celulose
e papel ou siderurgia.
• Foi também apontado que há pouco interesse pela silvicultura
por parte da agricultura familiar, sendo a atividade desenvolvi-
da apenas por grandes e médios produtores rurais. Foi sugeri-
do que se analisem formas de incentivar a silvicultura voltada a
usos mais rentáveis e interessantes para a AF, que não a produ-
ção de lâminas e chapas de madeira, por exemplo.
43. 43
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
• No estado, 1,1 Mha hectares de pastagens de baixo e médio
vigor, abrangendo cerca de 56 mil imóveis rurais, têm potencial
para conversão em sistemas agroflorestais (SAF). Caso todos
os imóveis,incluindo aqueles que tiveram ocorrência de desma-
tamento pós-2008, também fossem considerados, este poten-
cial seria de 1,9 Mha, distribuídos em cerca de 87 mil imóveis.
• 43% da área com potencial para conversão em SAF está situ-
ada em imóveis de tamanho variando de 1 a 50 hectares.
• Somente três municípios do estado - Pimenteiras do Oeste,
Cerejeiras e Cacaulândia – não apresentam potencial de con-
versão de pastagens degradadas em SAF. Isso porque, nesses
municípios, o valor de produção da agricultura familiar não cor-
responde a pelo menos 30% do valor de produção total do mu-
nicípio,critério utilizado para a inclusão na análise da conversão
para SAF.
• Os municípios com maior área potencial para conversão em
SAF são: Ji Paraná, Cacoal, Alvorada d’Oeste, Rolim de Moura,
Porto Velho, Machadinho d’Oeste, Theobrama, São Miguel do
Guaporé, Ariquemes, Presidente Médici e Jaru, somando cerca
de 520 mil hectares, o equivalente a cerca de 47% do total de
área potencial para conversão em SAF no estado.
• Na visão dos participantes da oficina, a adesão ao SAF está
fortemente ligada ao cooperativismo, sendo necessário com-
preender o perfil dos produtores, que muitas vezes preferem
arrendar terras para outras culturas como soja. Assim, torna-se
crucial um diagnóstico sobre a cultura local e sua interrelação
com a produção agropecuária, bem como da situação da su-
cessão familiar nas propriedades. Além disso, foi apontada a
necessidade de buscar formas de investir na articulação e ca-
pacitação dos produtores por meio do associativismo e coope-
rativismo.
• Os participantes mencionaram limitações em relação ao fi-
nanciamento e às linhas de crédito existentes para a implanta-
ção de SAFe apontaram que uma potencial forma de incentivar
a adoção desse sistema produtivo seria o mercado de crédito
de carbono. No entanto, indicaram que ainda faltam pesquisas
e métodos aplicáveis que ajudem o produtor a quantificar o se-
questro de carbono em seu estabelecimento rural.
• Municípios como Porto Velho, Presidente Médici, Ouro Preto,
Nova União e Mirante da Serra foram apontados como grandes
potenciais para a implantação de SAF. Embora não tendo sido
apontados como potenciais na análise, esses municípios apre-
sentam condições favoráveis para comercialização,além de vo-
cação e presença de assentamentos rurais.
46. 46
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
• Em Rondônia, 0,6 Mha de pastagens de baixo e médio vigor,
inseridos em cerca de 5 mil imóveis rurais, apresentam poten-
cial para Integração Lavoura-Pecuária (ILP), envolvendo agri-
cultura de grãos, intensificação da pecuária e silvicultura numa
mesma área. Caso todos os imóveis, incluindo os que que tive-
ram ocorrência de desmatamento pós-2008, também fossem
considerados, este potencial seria de 1,2 Mha, distribuídos em
cerca de 8 mil imóveis.
• Municípios da região de Cacoal e Vilhena apresentam o maior
potencial para conversão de áreas de pastagem degradadas
em ILP, sendo os principais: Chupinguaia, Ariquemes, Pimenta
Bueno, Cacoal, Corumbiara, Alvorada d’Oeste, Parecis, Theo-
brama, Rolim de Moura, São Francisco do Guaporé e Espigão
d’Oeste. Juntos, esses municípios somam cerca de 330 mil
hectares (55% do potencial do estado).
• Sistemas integrados como ILPF, ILF e IPF não apresentaram
potencial no estado, devido ao componente florestal. Os dados
utilizados na modelagem não identificaram a presença de plan-
tas de papel/celulose, unidades florestais ou usinas siderúrgi-
cas no estado, critério utilizado para que a conversão em silvi-
cultura fosse estimada como potencial.
47. 47
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
-2.000 -1.000
-3.000
-5.000
-7.000 -4.000
-6.000
-8.000
-9.000
-10.000 R$/ha
0
CAPEX (ano inicial) =
Investimento inicial
OPEX (anual) =
Custo operacional
2.2.3. ESTIMATIVAS ECONÔMICAS
A estimativa de investimentos e custos operacionais relaciona-
dos à conversão e recuperação de pastagens degradadas,assim
como os potenciais impactos nas receitas e nos indicadores de
viabilidade econômica, podem auxiliar tanto na tomada de deci-
são dos produtores rurais quanto no dimensionamento dos es-
forçosfinanceirosnecessáriosparaaimplementaçãodoPNCPD.
Em Rondônia, o cenário de Eucalipto destaca-se por ter o maior
investimento inicial (CAPEX), em torno de-9.000 R$/ha, o que o
diferencia claramente dos demais cenários. No entanto, o custo
operacional(OPEX)érelativamentemenor.OssistemasPecuária
+ Soja e Soja apresentam investimentos iniciais similares, mas o
cenário Soja tem custos operacionais mais altos,indicando que a
operação é mais custosa a longo prazo.A intensificação de áreas
com ‘Pecuária baixo vigor (pastagem com nível de degradação
maior)’ e ‘Pecuária médio vigor’ exibem os menores investimen-
tos iniciais,sendo que o cenário de baixovigorpossui uma menor
diferença entre CAPEX e OPEX. O cenário BAU (cenário de refe-
rência ou manutenção) apresenta o menor custo, com pouco ou
nenhum CAPEX e um OPEX mais próximo de zero.
Essa comparação sugere que a conversão para florestas plan-
tadas (Eucalipto), apesar de exigir o maior investimento inicial,
possui custos operacionais baixos, enquanto a Soja apresenta o
maior custo operacional entre os cenários analisados.
EUCALIPTO
PECUÁRIA+SOJA
SOJA
PECUÁRIA BAIXO VIGOR
PECUÁRIA MÉDIO VIGOR
BAU
Figura 7 Investimento para Recuperação / Conversão (CAPEX) e Custos Operacionais ao ano
por sistema produtivo sustentável em 1 hectare
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: Agroicone
48. 48
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
COM FINANCIAMENTO
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
-500
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
BAU
PECUÁRIA
MÉDIO
VIGOR
PECUÁRIA
BAIXO
VIGOR
SOJA
PECUÁRIA+SOJA
EUCALIPTO
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
-500
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
SEM FINANCIAMENTO
BAU
PECUÁRIA
MÉDIO
VIGOR
PECUÁRIA
BAIXO
VIGOR
SOJA
PECUÁRIA+SOJA
EUCALIPTO
VPL (15 anos) Custo de capital (ao ano) TIR (ao ano)
Neste contexto,os indicadores deValorPresente Líquido (VPL) e
Taxa Interna de Retorno (TIR) são adequados para medir de for-
ma padronizada os retornos médios por hectare, mesmo consi-
derando as variações na estrutura de custos e operações agríco-
las nos sistemas de produção. A forma de financiamento para a
conversão ou recuperação de pastagens também pode influen-
ciaros resultados,especialmente porque os recursos disponíveis
atualmente no RENOVAGRO oferecem taxas de juros inferiores
às de mercado.
O gráfico apresentado compara o Valor Presente Líquido (VPL)
em um horizonte de 15 anos, a Taxa Interna de Retorno (TIR) e
o Custo de Capital entre cenários com e sem financiamento em
diferentes sistemas produtivos para Rondônia.
No cenário com financiamento, os sistemas de Soja e Pecuária+-
soja destacam-se com os maioresVPLs,superando a marca de R$
3.000/ha. Esses sistemas demonstram retornos financeiros atra-
tivos ao longo de 15 anos, reforçando a viabilidade de integrações
produtivasparamaximizarganhos.Aintensificaçãodeáreasdepas-
tagemdemédioebaixovigortambémapresentaretornospositivos,
mas significativamente menores em comparação à soja e suas in-
tegrações. Isso sugere que, embora sejam viáveis, esses sistemas
não são tão lucrativos quanto os modelos mais intensivos. O custo
de capital anual permanece relativamente estável em todos os ce-
nários, mas a TIR varia substancialmente, com os maiores índices
concentradosnossistemasdeintegraçãoeSoja,evidenciandoque
essesmodelostêmmaiorpotencialdelucratividadenolongoprazo.
49. 49
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
CONVERSÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS SUSTENTÁVEIS: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS E ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS
SISTEMA
PRODUTIVO
SUSTENTÁVEL
Conversão para agricultura
Conversão para ILP
Intensificação da pecuária de corte
Total
ÁREA
SELECIONADA POR
SISTEMA (mil ha)
0,3
0,3
1,2
1,8
INVESTIMENTO
INICIAL
(R$/ha)
6.585,8
6.497,3
5.395,3
-
INVESTIMENTO
TOTAL INICIAL
(mil R$)
2.027.994
2.000.729
6.190.045
10.218.767
CUSTO
OPERACIONAL
AO ANO (R$/ha)
5.484
3.841
2.178
-
Tabela 2 Sistema produtivos sustentáveis e áreas elegíveis (Mil ha), investimentos iniciais (Mil R$/
ha), custos operacionais (Mil R$/ha) e custos totais (Mil R$/ha) de recuperação e ou conversão
de pastagens degradadas para o estado de Rondônia
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: Agroicone
Nota: Não foram realizadas as análises econômico-financeiras para os sistemas de pecuária de leite, sistemas
agroflorestais, sistemas ILF e ILPF. Estes sistemas requerem informações locais, não disponibilizados. Isso não
impede a conversão de pastagens degradadas para estes sistemas, dado o potencial de área estimado.
Sem financiamento, o VPL de todos os sistemas cai significativa-
mente.Ainda assim,os sistemas de Soja e Soja+Milho continuam
a mostraros maiores retornos,embora comvalores inferiores aos
do cenário financiado. A intensificação de áreas de ‘Pecuária de
médio vigor’ e de ‘Pecuária de baixo vigor’ apresentam retornos
financeiros bastante limitados, com VPLs negativos ou próximos
de zero, sugerindo que, sem financiamento, esses sistemas se
tornam menos viáveis economicamente.ATIR nos sistemas sem
financiamento também é mais baixa em comparação ao cenário
com financiamento,reforçando que o acesso a crédito é um fator
crucial para aumentar a rentabilidade e a viabilidade econômica,
especialmente em sistemas de produção mais intensivos, como
a soja e as integrações com milho.
Assim,ofinanciamentosemostraumfatoressencialparaaumen-
taraviabilidadeeconômicadesistemasprodutivosemRondônia.
Os sistemas mais diversificados e intensivos, como a integração
Soja+milho,apresentamosmelhoresresultadosquandofinancia-
dos, enquanto sistemas de pecuária mais tradicionais possuem
retornos mais modestos,mesmo com o apoio financeiro.
Apartirdaalocaçãodasáreasporsistemaprodutivoedoscustos
por hectare foram estimados custos totais de aproximadamente
R$ 10,2 bilhões de investimento inicial (ano 0) para que os siste-
mas sustentáveis fossem adotados,considerando-se o potencial
deconversãoourecuperaçãodecercade1,8Mha.Valeressaltar
que não foram estimados os investimentos e custos para alguns
sistemasprodutivos,comoapecuáriadeleiteeossistemasagro-
florestais. A Tabela 2 discrimina as áreas e investimento inicial e
custos operacionais ao ano por sistema (R$/ hectare).
50. 50
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Tabela 3 Programas e subprogramas de crédito rural para recuperação / conversão de pasta-
gens degradadas em sistemas produtivos sustentáveis em Rondônia
PROGRAMA SUBPROGRAMA ATIVIDADE
Investimento
por área
(R$/ha)
Investimento
por contrato
(R$/contrato)
Área
por contrato
(ha/contrato)
2022/23 2023/24 2022/23 2023/24 2022/23 2023/24
PRONAF BIOECONOMIA Agrícola 5.731 4.747 105.493 81.009 18 17
RENOVAGRO
PLANTIO DIRETO Agrícola 3.866 4.868 2.839.472 2.650.418 735 544
RECUPERAÇÃO
E CONVERSÃO
Agrícola 7.529 4.404 395.530 2.647.766 53 601
Pecuária 4.175 3.873 294.364 589.650 71 152
Fonte: Banco Central do Brasil, SICOR. Elaboração: Agroicone
Adicionalmente, apesar do valor total necessário para cobrir os
custos operacionais não ser apresentado na tabela, estimam-se
necessários, em média, R$ 5,4 bilhões ao ano ao longo de 15
anos para recuperação ou conversão dos 1,8 Mha (cerca de R$
90,7 bilhões em 15 anos–custo operacional + custo inicial).
A Tabela 3 apresenta os valores médios dos contratos de inves-
timento no crédito rural em Rondônia nas Safras 2022/2023 e
2023/2024. A partir destes valores pode-se visualizar valores
investidos (R$) por hectare e as áreas médias por contrato, os
tamanhos das áreas que receberam as intervenções e o valor
médio do contrato.
51. 51
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
2.2.4 ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE EMISSÕES E
REMOÇÕES DE CARBONO NO SOLO
Para estimativa do potencial de emissões e remoções de carbo-
no no solo é importante considerar o tipo de vigor e a qualida-
de das pastagens das quais estão sendo consideradas para as
possíveis conversões. Portanto, a área de pastagem identifica-
da para potencial conversão ou recuperação de pastagens de-
gradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais
sustentáveis foi de 1,8 Mha, sendo provenientes de pastagens
de baixo e médio vigor.
A conversão ou recuperação avaliada para sistemas de inten-
sificação de pecuária de corte é a que apresenta maior poten-
cial em termos de área, com 1,59 Mha, sendo 0,26 Mha (16%)
provenientes de pastagens de baixo vigor e 1,33 Mha (84%)
de pastagens de médio vigor. O segundo maior potencial para
recuperação é para a intensificação de pecuária de leite, com
1,25 Mha, sendo 0,18 Mha (14%) provenientes de pastagens de
baixo vigor e 1,07 Mha (86%) de pastagens de médio vigor. A
conversão para SAF, com terceiro maior potencial, apresentou
1,14 Mha, sendo 0,15 Mha (13%) provenientes de pastagens de
baixo vigor e 1,00 Mha (87%) de pastagens de médio vigor. O
quarto maior potencial foi para a conversão para o sistema ILP,
com 0,63 Mha, sendo 0,12 Mha (19%) provenientes de pasta-
gens de baixo vigore 0,51 Mha (81%) de pastagens de médio vi-
gor. Por último, a conversão para agricultura totalizou 0,62 Mha,
sendo 0,11 Mha (19%) provenientes de pastagens de baixo vi-
gor e 0,50 Mha (81%) de pastagens de médio vigor.
Figura 11 Área potencial de conversão ou recuperação de pastagens degradadas de pasto bai-
xo e médio vigor em variados sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis para
o estado de Rondônia (RO) em milhões de hectares (Mha).
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
AGRICULTURA ILP SAF
INTENS.
PECUÁRIA
DE CORTE
INTENS.
PECUÁRIA
DE LEITE
0,11
0,50
0,62
1,59
1,25
0,63
1,14
1,33
Baixo vigor
Médio vigor
1,07
0,51
1,00
0,18 0,12
0,15
0,26
52. 52
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Conforme descrito no item “método”, a emissão e remoção de
carbono orgânico pelo solo para agricultura foi estimada diante
três cenários possíveis de serem implementados, consideran-
do-se diferentes tipos de manejo desses solos, sendo i) conver-
são com adoção das práticas de manejo de plantio convencio-
nal (PC); ii) conversão com adoção das práticas de manejo de
plantio direto (PD); e iii) conversão com adoção das práticas de
manejo de sistema plantio direto (SPD). Diante disso, se essa
área potencial de conversão para agricultura for submetida ao
manejo de plantio convencional, avaliou-se um potencial de
emissão de 0,90 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2
),sendo
0,17 MtCO2
provenientes de pasto de baixo vigor e 0,74 MtCO2
provenientes de pasto de médiovigor.Caso a conversão seja re-
alizada para agricultura sob manejo de plantio direto,tem-se um
potencial de remoção total de-0,27MtCO2
,sendo-0,05 MtCO2
provenientes de pasto de baixo vigor e -0,22 MtCO2
provenien-
tes de pasto de médio vigor. Por fim, sendo essas áreas de agri-
cultura manejadas sob o sistema de plantio direto, estimou-se
um potencial de remoção total de -1,13 MtCO2
, sendo -0,21
MtCO2
provenientes de pasto de baixo vigore-0,92 MtCO2
pro-
venientes de pasto de médio vigor.
Já para a intensificação da pecuária de corte, a remoção por
aumento do incremento de carbono orgânico pelo solo foi ob-
servada em -3,56 MtCO2
, sendo -0,57 MtCO2
provenientes de
pasto de baixo vigor e -2,99 MtCO2
provenientes de pasto de
médio vigor. O potencial de remoção para a intensificação da
pecuária de leite foi de -2,79 MtCO2
, sendo -0,40 MtCO2
pro-
venientes de pasto de baixo vigor e -2,40 MtCO2
provenientes
de pasto de médio vigor.
Não houve conversão dessas áreas para áreas de silvicultu-
ra. Para as áreas com potencial de serem implementados os
sistemas agroflorestais (SAF), o potencial de remoção de car-
bono pelo solo foi de -8,39 MtCO2
, sendo -1,08 MtCO2
prove-
nientes de pasto de baixo vigor e -7,31 MtCO2
provenientes de
pasto de médio vigor.
Por fim, avaliou-se o potencial de conversão ou recuperação
das áreas visando a implementação de sistemas integrados,
sendo que algumas variações desses sistemas integrados são
possíveis, como integração lavoura-pecuária (ILP), integração
lavoura-floresta (ILF), integração pecuária-floresta (IPF) e inte-
gração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Neste caso do estado
de Rondônia, foram identificados potencial de conversão ape-
nas para o sistema ILP, com -3,44 MtCO2
, sendo -0,64 MtCO2
provenientes de pasto de baixo vigor e -2,80 MtCO2
prove-
nientes de pasto de médio vigor.
A Tabela 4 apresenta os valores de potencial de área e o po-
tencial de emissão ou remoção de carbono para cada uma
das conversões de pastagens degradadas de pasto baixo e
53. 53
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
médio vigor em variados sistemas de produção agropecuários
e florestais sustentáveis possíveis para o estado de Rondônia
(RO). A Figura 12 demonstra o potencial calculado de emissão
e remoção para cada um dos sistemas produtivos avaliados
para o estado.
Tabela 4 Valores de potencial de área e potencial de emissão e remoção de carbono para
cada tipo de conversão ou recuperação de pastagens degradadas de pasto baixo e médio
vigor em variados sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis para o estado
de Rondônia (RO) em milhões de hectares (Mha).
USO ANTERIOR DO SOLO USO APÓS A CONVERSÃO DO SOLO
RO
Área (Mha) Emissão/Remoção (MtCO2
)
PASTO BAIXO VIGOR
AGRICULTURA (PC)
0,11
0,17
AGRICULTURA (PD) -0,05
AGRICULTURA (SPD) -0,21
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE CORTE 0,26 -0,57
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE LEITE 0,18 -0,40
SILVICULTURA 0,00 0,00
SAF 0,15 -1,08
ILPF 0,00 0,00
ILF 0,00 0,00
IPF 0,00 0,00
ILP 0,12 -0,64
PASTO MÉDIO VIGOR
AGRICULTURA (PC)
0,50
0,74
AGRICULTURA (PD) -0,22
AGRICULTURA (SPD) -0,92
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE CORTE 1,33 -2,99
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE LEITE 1,07 -2,40
SILVICULTURA 0,00 0,00
SAF 1,00 -7,31
ILPF 0,00 0,00
ILF 0,00 0,00
IPF 0,00 0,00
ILP 0,51 -2,80
Elaboração: Imaflora.
54. 54
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Figura 12 Emissão e remoção de carbono por tipo de conversão ou recuperação de pastagens
degradadas de pasto baixo e médio vigor em variados sistemas de produção agropecuários e
florestais sustentáveis para o estado de Rondônia (RO) em milhões de toneladas de CO2
(MtCO2
).
1
0
-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9
AGRIC.
(SPD)
AGRIC.
(PD)
AGRIC.
(PC)
ILP SAF
INTENS.
PECUÁRIA
DE CORTE
INTENS.
PECUÁRIA
DE LEITE
0,17
-0,05
0,74
-0,22
-0,21
-0,92
0,90
-0,27
-1,13
-0,57
-2,99
-3,56
-0,40
-2,40
-0,64
-2,80
-2,79
-3,44
-1,08
-7,31
-8,39
Baixo vigor
Médio vigor
Para o estado de Rondônia (RO),os sistemas de produção agro-
pecuários e florestais sustentáveis que apresentaram os maio-
res potenciais de remoção de carbono pelo solo foram os siste-
mas agroflorestais (SAF), intensificação da pecuária de corte,
integração lavoura-pecuária (ILP),de intensificação da pecuária
de leite, agricultura sob adoção de práticas de manejo de siste-
ma plantio direto (SPD) e com plantio direto (PD), enquanto a
conversão para agricultura sob práticas de manejo de plantio
convencional apresentou potencial de emissão pelo solo.
Para efeito de comparação, observou-se as emissões de GEE
pelo setor agropecuário do estado, sendo 35,37 MtCO2
e
(GWP-AR5) em 2022. Essa emissão correspondeu a 5,7% das
emissões totais do país pelo setor, que para o mesmo ano a
emissão foi de 617,20 MtCO2
e. Essas emissões contabilizam
as emissões de metano (CH4
),óxido nitroso (N2
O) e dióxido de
carbono (CO2
) decorrentes das fontes e atividades emissoras
provenientes da produção pecuária e agrícolas que ocorre
“dentro da porteira” do setor (SEEG, 2023).
A partir disso, a Tabela 5 traz a porcentagem do quanto o po-
tencial de conversão e recuperação para cada um dos siste-
mas produtivos pode contribuir para a mitigação ou aumento
das emissões do setor agropecuário do estado.
55. 55
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
Tabela 5 Porcentagem de abatimento ou aumento das emissões de GEE do estado De Rondô-
nia (RO) e Brasil pelo setor agropecuário através do potencial de recuperação e conversão para
os sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis.
USO APÓS A CONVERSÃO
DO SOLO
EMISSÃO/REMOÇÃO
ESTIMADA (MtCO2
)
RONDÔNIA BRASIL
Emissão (MtCO2
e)
35,37 617,20
Abatimento ou aumento das emissões de GEE
%
AGRICULTURA (PC) 0,90 2,5% 0,1%
AGRICULTURA (PD) -0,27 -0,7% 0,0%
AGRICULTURA (SPD) -1,13 -3,1% -0,2%
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE CORTE -3,56 -9,7% -0,6%
INTENSIFICAÇÃO PECUÁRIA DE LEITE -2,79 -7,6% -0,4%
SILVICULTURA 0,00 0,0% 0,0%
SAF -8,39 -23,0% -1,3%
ILPF 0,00 0,0% 0,0%
ILF 0,00 0,0% 0,0%
IPF 0,00 0,0% 0,0%
ILP -3,44 -9,4% -0,5%
Fonte: Imaflora e SEEG (2023).
Observação: os valores negativos das porcentagens indicam potencial de abatimento em relação às emissões
do estado e do país.
Considerando o potencial de remoção de carbono orgânico
pelo solo pela conversão e recuperação das áreas de pasto
com sinais de degradação e assumindo o patamar de emis-
sões pelo setor de agropecuária de 2022, a conversão de
1,14 Mha para SAF resultaria em um abatimento das emissões
totais do estado de 23,7%, sendo a conversão mapeada que
mais contribuiria com a mitigação das emissões do setor no
estado. Em relação as emissões totais do país pelo setor agro-
pecuário, isso representaria mitigar 1,4% das emissões nacio-
nais, demonstrando o impacto da recuperação e conversão
das áreas já antropizadas e com baixa produtividade que es-
sas ações desempenham para mitigação das emissões do se-
tor, além do contribuir com o atingimento de metas setoriais
como o Plano ABC+ e o próprio PNCPD.
Vale ressaltar que caso a conversão para agricultura seja rea-
lizada com a adoção das práticas de plantio convencional, as
emissões do setor poderiam aumentar cerca de 2,6% para o
estado e 0,1% para o país.
57. 57
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
A análise sobre o potencial de conversão ou recuperação de
pastagens degradadas em Rondônia revela oportunidades sig-
nificativas para o desenvolvimento de sistemas produtivos mais
sustentáveis. Cerca de 59% das pastagens do estado apresen-
tam algum nível de degradação, e o potencial para recuperação
ou conversão dessas áreas é vasto, principalmente em proprie-
dades de pequeno e médio porte. A intensificação da pecuária
de corte e leite, assim como a conversão para sistemas agroflo-
restais (SAF) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP), destacam-se
como os principais caminhos para essa transição.
Os resultados indicam que a pecuária de corte tem grande po-
tencial de intensificação em praticamente todo o estado, espe-
cialmente em municípios da porção leste de Rondônia. A pecuá-
rialeiteiratambémapresentaboasperspectivas,emboralimitada
pela infraestrutura local, como a proximidade a laticínios. A ado-
ção de sistemas agroflorestais (SAF) e de integração (ILP) apre-
senta potencial, especialmente em pequenas propriedades. O
cooperativismo e a infraestrutura de apoio são fatores decisivos
para o sucesso desses sistemas, o que demanda apoio técnico,
regulamentação e investimentos. Por sua vez, a presença de as-
sentamentos rurais é uma característica que reforça a vocação
de algumas regiões,especialmente para a implantação de SAF.
O financiamento aparece como um fator crucial para viabilizar
essas transições preconizadas pelo PNCPD, com o cenário de
maiorviabilidade econômica sendo alcançado quando os produ-
tores têm acesso a crédito. Participantes da oficina de Rondônia
indicaram que para a região Norte, o FNO (Fundo Constitucional
deFinanciamentodoNorte)éumapotencialestruturadefinanci-
mento para a implementação do Programa. Sistemas produtivos
mais diversificados, como a integração soja+milho, tendem a ob-
ter retornos mais elevados e estáveis, enquanto a intensificação
da pecuária, especialmente a praticada atualmente em áreas de
pastagens de baixo vigor, requer maior apoio para alcançar uma
rentabilidade competitiva.A recuperação dessas áreas degrada-
das poderá gerar impactos positivos não apenas econômicos,
mas também sociais e ambientais para o estado de Rondônia.
58. 58
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
ABIEC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS IN-
DÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES.
Beef Report 2023: Perfil da Pecuária no Bra-
sil. Disponível em: <https://www.abiec.com.br/
publicacoes/beef-report-2023/>
BARCELLOS, A. de O. Recuperação de pas-
tagens degradadas. Curso de formação e
manejo de pastagens. Planaltina: Embrapa-
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59. 59
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
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60. 60
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
ESTRUTURA DO MODELO
ECONÔMICO-FINANCEIRO
Utilizou-se para todas as simulações a metodologia de análise econômico-finan-
ceira de Fluxo de Caixa Livre Alavancado.Os principais indicadores econômicos
usados para comparar o cenário base (BAU) de manter a pastagem degrada-
da com os sistemas produtivos sustentáveis simulados, seja de conversão para
agricultura (grãos), sistemas integrados, silvicultura, sistemas agroflorestais ou a
intensificação de pastagem para a viabilidade econômica foram:
• Custo Médio Ponderado de Capital – WACC representa ataxa de descon-
to no fluxo de caixa descontado ou o custo de capital utilizado para avaliar projetos
de investimento.É calculado por:
WACC=Kd*(1-T)*D%+Ke*E%
onde Kd é o custo da dívida antes dos impostos, T é a taxa de imposto, D% é a
percentagem da dívida sobre o valor total, Ke é o custo do capital próprio e E%
é a percentagem do capital próprio sobre o valor total.
ANEXO
• Valor Presente Líquido – VPL é a diferença entre o valor presente das en-
tradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa durante um período. Ele
contabiliza o valor do dinheiro no tempo e pode ser usado para comparar alter-
nativas de investimento semelhantes. O VPL é usado no orçamento de capital
e no planejamento de investimentos para analisar a lucratividade de um investi-
mento ou projeto. A fórmula do VPL é:
onde Rt
sãoasentradasesaídaslíquidasdecaixaduranteumúnicoperíodot,iéa
taxa de desconto ou retorno que poderia serobtido em investimentos alternativos
e t é o número de períodos.
• Taxa Interna de Retorno – TIR é uma taxa de desconto que torna o valor
presente líquido (VPL) de todos os fluxos de caixa igual a zero em uma análise
de fluxo de caixa descontado. É utilizado na análise financeira para estimar a
rentabilidade de potenciais investimentos. É calculado por:
onde Ct
é a entrada líquida de caixa durante o período t, C0
é o custo total do
investimento inicial, a TIR é a taxa interna de retorno e t é o número de períodos.
NPV= ∑
Rt
(1+i)t
n
t=1
0= ∑
Ct
(1+TIR)t
T
t=1
-C0
61. 61
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
• Investimento necessário ou Despesas de Capital (CAPEX) são recur-
sos usados para adquirir,atualizare manterativos físicos,como imóveis,fábricas,
edifícios, tecnologia ou equipamentos. A fórmula para CAPEX é:
∆PP&E + Depreciação Corrente
onde ∆PP&E são variações no ativo imobilizado (investimentos realizados). Para a
conversãoourecuperaçãodepastagensdegradadas,oinvestimentonecessárioin-
cluiinsumosparaacorreçãodosolo,sementes,mudas,operaçõesmanuaisemeca-
nizadas para realizaras intervenções,cercas,cochos,bebedouros,maquinários etc.
• Payback refere-se ao tempo necessário para recuperaro custo de um investi-
mento.É calculado pela razão do investimento exigido pela entrada líquida anual
de caixa. Este indicador não foi apresentado nos resultados, apesar de terem
sido calculados.
Paraestruturaromodeloeconômico-financeiroforamconsiderados:
• Período do projeto: período de 15 anos para todos os sistemas, exceto para
o sistema de integração pecuária-floresta com teca (período de 20 anos).
• Indicadores agronômicos e zootécnicos ao longo do período do pro-
jeto: taxa de crescimento histórica de produtividade para a soja e milho 2ª safra
em cada estado, aumento de produtividade da pecuária alcançando um ganho
de peso vivo de 18@/ha/ano (partindo de 3@/ha/ano da pastagem degradada).
Para os sistemas produtivos de eucalipto, os indicadores de produtividade va-
riam conforme o ano de corte e para a teca é único.
• Indicadores financeiros ao longo do período do projeto (taxas de infla-
ção projetada, imposto de renda de 15% sobre rentabilidade positiva etc.).
• Área de conversão/recuperação: foi utilizado um módulo de 500 hectares
para todos os estados e sistemas simulados, exceto para o sistema agroflorestal
(SAF),simulado apenas para o estado do Pará considerando um módulo de 5 ha
para a conversão. Para os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul foi adicio-
nada à análise o módulo de 100 hectares.
• Estrutura de capital: não foram considerados compras de terras ou valori-
zação nos preços de terras pela mudança no uso da terra; apenas nos modelos
de conversão que contém grãos há um pequeno investimento em maquinários,
não havendo aquisição de maquinários nos demais sistemas, que consideram
custos de hora-máquina. Nos custos operacionais foram considerados custos
de arrendamento para os modelos de conversão para grãos (soja ou soja e milho
2ª safra) e regime de parceria para o sistema de integração pecuária-floresta
com teca em Mato Grosso, sem custo de terra.
• Estrutura das fontes de financiamento (para cálculo do WACC real): para
custos operacionais e para investimentos (capital próprio, financiamento com
crédito rural oficial,financiamento com crédito de mercado,tradings etc.),condi-
ções de pagamento, taxas de juros etc.
62. 62
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
VARIÁVEL MEDIDA UNITÁRIA FONTE
Projeto de
investimento
Período do projeto 15 anos (exceto para teca,
20 anos)
Agroicone (estudos anteriores)
Indicadores
agronômicos
Produtividade da soja e milho
2ª safra
tonelada/ha (produtividade
abaixo da média até ano 3 e
crescente até ano 15)
CONAB
Produtividade da pecuária @/hectare/ano e cabeças/
hectare/ano
IHS-Markit -Anualpec
Beef Report ABIEC
Agroicone (estudos anteriores)
Produtividade do eucalipto m³/ha (2 cortes) IHS-Markit -Agrianual
IBGE - PEVS
Produtividade da teca m³/ha (1 corte) Atores locais de Mato Grosso
Estrutura do
estabelecimento
Módulo de área de 500
hectares para os sistemas
produtivos, exceto SAF no
Pará de 5 hectares.
Simulações adicionais para
módulo de 100 hectares para
os estados de SP e RS
Hectare Agroicone com base em estudos
anteriores
Estrutura de
capital para a
transição de
sistema
produtivo*
Investimentos de capital para
conversão e/ou recuperação
das áreas de pastagem degra-
dadas (operações manuais,
operações mecanizadas,
aquisição de insumos)
R$/hectare HS-Markit -Agrianual e IHS-
-Markit Anualpec (com atuali-
zações e diferenciações entre
estados)
Agroicone (estudos anteriores e
conversas com atores locais)
Intensificação da pecuária
de corte: pasto rotacionado
inclui investimentos em cerca,
bebedouro e cocho
Conversão para soja, soja e
milho 2ª safra e integração
lavoura-pecuária inclui investi-
mentos mínimos em maquiná-
rios para lavouras
Estrutura das
fontes de
financiamento*
Taxa de juros para custeio do
crédito rural)
% a.a. Plano Safra 2024/2025 (taxa
nominal de 8% a.a.)
Taxa de juros para barter ou
capital próprio (financiamento
de custeio)
% a.a. Considerado como proxy a
taxa Selic nominal de 10,5% a.a.
(estudos Agroicone)
Taxa de juros para investimen-
tos (crédito rural)
% a.a. PlanoSafra2024/2025 (ex.Re-
novAgro Recuperação e Floresta
comtaxa nominal de 8,5% a.a.e
carência de 5 anos,Moderfrota
comtaxa nominal de10,5% a.a.e
carência de1 ano,PronafBioeco-
nomia paraSAF,comtaxa nominal
de3% a.a.) e custo de capital pró-
prio (taxa nominal de10,5% a.a.)
A Tabela A1 apresenta um resumo da descrição dos indicadores e das fontes
consultadas.
Tabela A1 Indicadores utilizados nos modelos de negócios
63. 63
CONVERSÃO
DE
PASTAGENS
DEGRADADAS
EM
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIOS
E
FLORESTAIS
SUSTENTÁVEIS:
PRIORIZAÇÃO
DE
ÁREAS
E
ESTIMATIVAS
DE
INVESTIMENTOS
VARIÁVEL MEDIDA UNITÁRIA FONTE
Indicadores
econômicos**
Custos operacionais para soja
e milho 2ª safra (inclui custos
hora-máquina, hora-homem,
custos de insumos, custo de
arrendamento etc.)
R$/saca/ano ou R$/tonela-
da/ano
CONAB
IHS-Markit -Agrianual
Custos operacionais da Pecu-
ária intensificada
R$/@ ou R$/ha IHS-Markit -Anualpec
Beef Report ABIEC
Custos operacionais para eu-
calipto (inclui custos hora-má-
quina, hora-homem, custos de
insumos etc.)
R$/ha IHS-Markit -Agrianual (com
atualizações)
Custos operacionais para
teca (inclui custos hora-má-
quina, hora-homem, custos de
insumos etc.)
R$/ha Atores locais consultados
Custos operacionais para SAF
de cacau e açaí
R$/ha Agroicone (estudos anteriores)
Preços (soja, milho) R$/saca ou R$/tonelada CONAB
Preços do boi gordo R$/@ ou R$/animal CONAB
Scot Consultoria
Preços de madeira (eucalipto
e teca)
R$/m3 (em pé) IHS-Markit -Agrianual
IBGE – PEVS
Consulta a atores locais
Preços para SAF (cacau, açaí
e banana)
R$/kg CONAB
Atores locais consultados
Indicadores
financeiros
Taxa de juros (capital próprio) % a.a. Considerado como proxy a
taxa Selic nominal de 10,5% a.a.
(estudos Agroicone)
Taxa de inflação % a.a. Boletim Focus, IPCA (taxa média
de 3,82% a.a.)
IGP-DI para atualizações de
custos/investimentos quando
necessário e para deflacionar
valores para dezembro de 2023
* A composição das estruturas de capital para intervenções agrícolas varia para cada sistema produtivo, assim como a
composição do financiamento de investimento e custeio.
** Os indicadores econômicos referem-se ao ano de 2023 ou a média dos últimos seis anos, a depender da variável,
em valores reais de dezembro de 2023.
Fonte: resultados do estudo. Elaboração: Agroicone