Dois cafés e a conta (2)
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Sheila Roza organiza o réveillon de Copacabana há 5 anos. Ela falar sobre os desafios de organizar o evento, como garantir que os fogos explodam na hora certa, e também sobre experiências passadas como trazer Roberto Carlos secretamente para se apresentar. Roza também comentou sobre organizar as Olimpíadas do Rio em 2016 e eventos anteriores como visitas do Papa João Paulo II.
Dois cafés e a conta (2)
- 1. O 6• REVISTA O GLOBO• 25 DE DEZEMBRO DE 2011 a conta... Dois cafés e por Mauro Ventura Pedro Kirilos A ... Sheila Roza partir de quinta-feira, Sheila Roza se mudará para um hotel em frente ao palco central do réveillon da Praia de Copacabana. Pelo REVISTA O GLOBO: Como é organizar o réveillon? pagar no dia seguinte. Ele cantou, mas, no quinto ano consecutivo, ela será SHEILA ROZA: O som é a alma do evento, tem que intervalo, disse que não voltaria se não pa- responsável pela festa — sua empresa, estar perfeito. Há uma música anterior aos gássemos naquela hora. Tivemos que mandar a SRCOM, também cuidará da abertura e fogos, para ir criando um clima: Beth Carvalho, um motoqueiro recolher um pouco de dólar na Rappa. Logo antes da meia-noite entra uma casa de cada um da equipe. No réveillon pas- do encerramento das Olimpíadas do Rio, sado, chamamos Zeca Pagodinho. Ele só toma trilha especial, que vai arrepiando o público. À em 2016, em parceria com a italiana Film meia-noite começa a música da pirotecnia, cerveja long neck, mas só tinha em lata ou garrafa Master Group. Experiência Sheila tem. criada por João Brasil. Os fogos são feitos em grande. Botamos três pessoas para correr atrás. Produziu várias edições do Projeto Barcelona em cima dela. Quando termina, tem Conseguimos num boteco em Nova Iguaçu cinco Latino, DJ David Guetta, Beija-Flor. O instante minutos antes de começar o evento. Aquarius, duas vindas do papa João mais tenso é o dos fogos, que são o orgasmo da Paulo II (1980 e 1997) e a abertura e o festa. (Risos.) Penso: “Me ajude, Papai do Céu.” Foram muitos os momentos emocionantes? encerramento dos Jogos Mundiais Tem que estourar tudo na hora certa. Não dá Fiz durante uns 12 anos a chegada de Papai Noel para gritar para o cara na balsa, no meio do ao Maracanã. Um dia, nos anos 1980, resolvi Militares Rio 2011. “Na primeira vinda do chamar Roberto Carlos. Fui à gravação do es- mar: “Acende aí!” É por computador e, se não papa, o Vaticano estava muito pecial da Globo e falei ao (diretor) Augusto César funcionar, há um sistema de rádio com fre- preocupado, mas não podíamos deixar quência especial para dar o comando: “Vai!” Vanucci sobre o convite. Ele me olhou como que a rigidez tornasse menos quem diz: “Tem certeza?” Fiquei horas para Como vai ser cuidar dos Jogos Olímpicos de 2016? conseguir falar. Expliquei como era a festa, mas emocionante a cerimônia.” Na segunda, É o evento de maior visibilidade do planeta, dá disse que não podia anunciar a presença dele, o cuidado com a segurança era ainda dois frios na barriga. Tem que unir tecnologia e porque senão as fãs iriam e tirariam a razão de maior, por causa do atentado de 1981. emoção. Para mim, a mais bonita abertura foi ser do evento. Ele topou. Cantaria três músicas e Mas deu tudo certo. “Depois, ele nos Barcelona (1992), quando a pira foi acesa por um sairia logo depois, para evitar confusão. Mas não arqueiro. E o encerramento foi o choro do (urso quis deixar o estádio: “Você me traz aqui e acha convidou para ir a Castel Gandolfo, onde mascote) Misha, em Moscou (1980). Antes de que vou embora sem ver Papai Noel?” nos abençoou numa capelinha.” Casada 2016, participaremos do encerramento dos Jo- com o cenógrafo Abel Gomes (da Árvore gos de Londres. Faremos durante oito minutos a Tem algum outro episódio marcante? Flag Handover, a passagem da bandeira olímpica Fiz o evento “Vive la France”, que celebrava os da Lagoa), hoje também sócio ao lado do 200 anos da Revolução Francesa em 1989 e os de uma sede, Londres, para a outra, o Rio. Vamos filho Flávio Machado e de Paulo César mostrar um pouco da nossa cidade, da emoção 100 da Torre Eiffel. Mapeamos os apartamentos Ferreira, ela trabalhou 18 anos no GLOBO, do povo, do que as comunidades são capazes que davam frente para o Aterro do Flamengo e com Péricles de Barros, no departamento em termos sociais e artísticos. O mundo vê os da Urca. Escrevi uma cartinha que foi dis- favela como sinônimo de bandido, e não é isso. tribuída nos prédios pedindo que os moradores de promoções. Saiu e criou sozinha sua fizessem parte do espetáculo e acendessem as empresa, que logo deslanchou e calou os Você já passou por muitos apertos? luzes das salas num certo momento. Na hora, as críticos, que diziam: “Ah, é aquela Levamos (em 1986) a ópera “Aída” para a Quinta pessoas acenderam, formando a imagem de um da Boa Vista, com 300 mil espectadores. Tí- imenso colar de pérolas. Foi emocionante, a um empresa que o Abel montou para a nhamos combinado com um dos tenores de custo zero. Boto a alma em tudo que faço. mulher ter algo para fazer.” Blog do colunista: oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura Twitter: twitter.com/dizventura Email:mventura@oglobo.com.br