2. Contexto Histórico
O Realismo é usado para denominar a reação aos ideais românticos que caracterizaram a segunda metade
do século XIX.
A Europa está na segunda fase da Revolução Industrial, conhece o desenvolvimento do pensamento
científico e das doutrinas filosóficas e sociais difundidas por Hegel, Augusto Comte, Marx e Engels e o
evolucionismo de Darwin.
Objetivismo e Cientificismo
Materialismo e negação dos sentimentos
Reação à monarquia e ao clero
Preocupação com o presente
✓ Correntes expressivas da segunda metade do século XIX.
✓ Refletem, no plano artístico, a consolidação da burguesia e seu fortalecimento enquanto classe
detentora do poder.
✓ Segunda Revolução Industrial
✓ O ímpeto revolucionário do período romântico, a exaltação da liberdade individual, da rebeldia são
substituídos por novas palavras de ordem: a ciência, o progresso e a razão
Realismo
3. O Realismo começou na França em 1857, com a
publicação do romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Abandonando o idealismo romântico, os
escritores realistas propõem uma representação mais objetiva e fiel da vida social. Negam‐se a encarar
A literatura apenas como uma forma de entretenimento e fazem dela um instrumento de denúncia dos
vícios e da corrupção da sociedade burguesa.
Denunciam as péssimas condições de vida do povo, a exploração dos operários, a influência da religião
e das práticas supersticiosas que ela apóia, e a hipocrisia do relacionamento humano no casamento
burguês.
Realismo
4. Engajamento social – compromisso com a sociedade.
• Retrato da sociedade e das suas relações sem idealização. Exclui‐se da obra tudo o que vier da sorte, do
acaso, do milagre. Tudo é regido por leis naturais.
• Cientificismo – uso de teorias científicas e filosóficas, Como o determinismo, o evolucionismo, a
psicologia, o positivismo.
• Linguagem simples e direta.
• Tempo da narrativa – Preferencialmente o presente, O que faz com que a literatura sirva de denúncia dos
aspectos sociais e políticos.
• Espaço urbano. Personagens caricaturados das pessoas do dia‐a‐dia, retratando‐se ou o aspecto
psicológico ou o biológico desses.
• Preferência pela individualidade dos personagens.
• Romance documental.
• Observação direta e interpretação crítica da realidade.
• Objetividade.
• Análise psicológicas dos personagens.
• Materialismo.
• Crítica às instituições burguesas, à monarquia, a religiosidade, às crendices populares.
Características
8. Joaquim Maria Machado de Assis
• Poeta, contista, cronista, romancista, dramaturgo e crítico literário
A prosa machadiana vai se caracterizar por:
• Ruptura com o discurso narrativo linear – a ideia de início, meio e fim é interrompida uma vez que
Machado tem a preferência pelo tempo psicológico
• O estilo antinarrativo – estilo que reforça a ideia da ruptura da narração linear. Em vez de contar a história,
ela é mostrada
Organização metalinguística do discurso narrativo
Esta organização significa que o romance machadiano se autocomenta. Trata-se do romance que fala
sobre o próprio romance; o estilo que fala sobre o próprio estilo. O autor escreve e comenta o que ele
escreve, a exemplo de O sermão do livro
[...] Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo,
porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa em envelhecer, e o livro anda devagar; tu
amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios,
guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu,
escorregam e caem...
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
Autores Realistas
9. • Pessimismo
É característica do realismo narrar a realidade tal qual ela é, o que se verifica em aulas anteriores que a
realidade é repleta de mazelas sociais, morais, sexuais e as histórias não têm um final feliz como no
romantismo.
• Ironia
Outra marca registrada do Machado é a ironia.
• Influências
A Bíblia, por exemplo, é uma influência para Machado de Assis; Shakespeare é outra influência; além
destes, Gustavo Flauber. Ressaltando que Machado era um ávido leitor.
• Estilo conciso e enxuto
Embora a narrativa seja lenta, é notório que os capítulos das histórias são curtos, a exemplo de “O senão do
livro”. A concisão faz parte da produção machadiana
10. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador é um defunto-autor, o que quebra a verossimilhança.
Em Dom Casmurro, o narrador quer provar a culpabilidade da esposa, através de argumentos de natureza
subjetiva
Percebe-se já a tendência do narrador aos comentários, às digressões de ordem psicológica.
Os personagens já agem por interesse amoroso, inclusive o amor já é materialista.
Nos desfechos das narrativas, observa-se já uma ponta de pessimismo.
Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explicito e
longo. O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado.
Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas
Memórias, trabalhando cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário
ao entendimento da obra. A obra em si mesma Brás Cubas um defunto estrambótico – a ironia como tática
de ação 29 é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote,
e adeus. (ASSIS, 2002 p.16).
11. Radicalização do realismo
• Oposição aos ideais românticos
• Cientificismo e Determinismo
• Positivismo e Darwinismo
• Linguagem coloquial, clara e objetiva
• Descrições minuciosas
• Visão mecanicista do homem
• Romance experimental
• Temas sociais, obscuros e polêmicos
• Personagens patológicas (mórbidas, desequilibradas e doentias)
• Foco na análise de comportamentos humanos
• Sensualismo e erotismo
• Impessoalidade e engajamento
• Explicação pelas forças da natureza
Naturalismo
12. A ideia central do Realismo e do Naturalismo era sobretudo, mostrar a veracidade dos fatos da realidade
contida nas sociedades e nos homens. Assim, ambos movimentos buscavam explorar temas de cunho
social e político. No Naturalismo, entretanto, as personagens adquirem aspectos animalescos, com a
presença de personagens patológicas, destacando assim, os diversos problemas urbanos e sociais.
Enquanto no Realismo a análise psicológica das personagens é fundamental para apresentar a realidade,
no Naturalismo, as personagens são determinadas segundo os aspectos biológicos, históricos e sociais.
Esses aspectos que irão determinar suas ações.
Miséria, violência, crimes, patologias humanas, sexualidade, adultério, dentre outros