Monasterio Signorini Anpec 2008
- 1. As condições de vida dos gaúchos entre 1889-1920: Uma análise antropométrica Mateus J. S. Signorini (UFPel) Leonardo Monasterio (UFPel) (Apoio: Nemesis/IPEA)
- 2. História Antropométrica “ The circumstances which accompany poverty delay the age at which complete stature is reached and stunt adult height ”. (Villermé, 1829 ) Steckel (1983); Fogel (1986); Komlos (1989).
- 3. Por que alturas? Disponibilidade; Unidimensional: nada de índices de preço, qualidade, atividades informais ou não de mercado; Controle para desigualdade Imune à Lei de Goodhart: “ Once a social or economic indicator is chosen then it will lose the information content that would qualify it to play such a role.” Comparabilidade (tempo e estruturas econômicas)
- 4. O que a Biologia mostra? O principal determinante da estatura é o status nutricional; Status nutricional: Oferta:alimentação Demanda: trabalho, doenças. Velocidade de crescimento é função do status nutricional; Existe uma processo (limitado) de catching-up depois de um período de stress nutricional; Diferenças genéticas são irrelevantes para explicar a variação na estatura das populações.
- 5. Renda e Altura Renda maior (visão inocente): Melhor alimentação; Moradia; Tratamentos médicos; Educação e informação sobre a saúde;
- 6. Renda é apenas um fator... Políticas públicas são importantes Saneamento básico; Educação; Saúde pública...
- 7. ..e a relação é bem mais complicada Os norte americanos tinham 1.73 m no último quarto do século XIX e perderam 3 centímetros em 60 anos; Os operários ingleses perderam altura durante a revolução industrial; Cuff (2005) e o Custo Oculto do Desenvolvimento Maior urbanização; Maior integração de mercados; Queda no preço dos manufaturados-> queda na qualidade da nutrição.
- 8. O que a altura indica? Ela indica as condições biológicas da vida das populações. É relacionada, mas diferente das outras medidas de bem-estar (capacitações, renda, felicidade...)
- 12. História Antropométrica no Braisl Epidemiologistas e nutricionistas: Monteiro (1995) Kac & Santos (1997) Frank & Chalhoub (em andamento).
- 13. Visão tradicional do período A população passou de cerca de 0,9 milhão de habitantes para 2.2 milhões entre 1890 e 1920 (IBGE, 2003); Foi um período de mudança do eixo econômico do estado, com a consolidação das áreas coloniais e de Porto Alegre em detrimento das áreas do extremo-sul; Hegemonia do Partido Republicano Rio-Grandense Visão tradicional: PRR foi modernizante e voltado para a melhoria do bem-estar dos gaúchos mediante de investimentos em educação e saúde .
- 14. Fonte Fichas das carteiras de trabalho dos trabalhadores gaúchos; Núcleo de Documentação Histórica; Dados “limpos” com mais de 11 mil observações; Problemas de viés (?); Arredondamento.
- 17. Evolução das Médias de Alturas
- 21. Resultados Os gaúchos já eram altos no início do século XX. O nível de altura era próximo ao europeu. Esse alto nível não advém da imigração européia. Os não brancos e os analfabetos estavam em piores condições de vida, suas alturas eram inferiores cerca de 1 cm; Os gaúchos eram altos apesar da imigração e não por causa da imigração.
- 22. Resultados Queda nas alturas dos nascidos mais próximos do fim da década de 1920. Duas possibilidades: 1) Foi uma ocorrência de curto-prazo, impacto da crise econômica que se seguiu à eclosão da I Guerra Mundial; 2) Trata-se de um fenômeno estrutural que repete a trajetória de outros países: há uma redução das estaturas nas fases iniciais do crescimento econômico moderno que só será recuperada em momentos posteriores. De qualquer forma: a hegemonia do Partido Republicano Rio-grandense não parece ter melhorado as condições biológicas de vida dos gaúchos.
- 23. Próximos passos Avançar até a coorte de 1940; Encadear com as outras pesquisas antropométricas; Análise regional e ocupacional; No longo prazo, comparação com outros estados.