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Observação como técnica e instrumento de coleta de dados Profa. Dra. Lucila Pesce Profa. Dra. Sonia Ignácio PUC/SP – Metodologia de Pesquisa
Possíveis conceitos de observação. Exame minucioso ou mirada atenta sobre um fenômeno no seu todo ou em algumas de suas partes; captação precisa do objeto examinado.  É um olhar sustentado por uma questão, ou suposição.
Possíveis conceitos de observação. “ A observação torna-se uma técnica científica à medida que serve a um objetivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planejada e ligada a proposições mais gerais e, em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades interessantes, é submetida a verificações e controles de validade e precisão”. SELLTIZ  et al ., 1987 p. ?).
Considerações  Observação como base de toda investigação no campo social. Pode conjugar-se a outras técnicas de coleta de dados ou ser empregada de forma exclusiva.
Considerações Em ciência, incorpora novos elementos ao sentido comum e apresenta uma dimensão mais ampla e complexa.  É científica quando posta a serviço de um objeto de pesquisa, questão ou suposição e submetida a críticas nos planos da confiabilidade e da validade.
Considerações Para que a informação colhida na observação seja útil é preciso que sua busca seja orientada por uma preocupação definida de pesquisa e organizada com rigor. O pesquisador deve estar atento a tudo o que diz respeito à sua suposição e não apenas selecionar o que lhe permita confirmá-la.
Considerações As técnicas de observação variam por seu grau de estruturação e pelo grau de proximidade entre o observador e o objeto de sua observação. Desde afastado e munido de uma grade precisa e detalhada até integrado ao grupo, para selecionar o máximo de informações possível.
Considerações O instrumento é valido quando permite trazer as informações para as quais foi construído. É fidedigno quando se conduz aos mesmos resultados, quando estudados em momentos diversos. O objetivo da pesquisa determina o tipo de observação e sua metodologia.
Etapas Decisão pela forma de observação. Preparo do seu desenvolvimento. Desempenho de seu emprego. Registro.
Considerações Há um gradiente, que vai desde a observação assistemática, passando por estruturas intermediárias, até uma rígida sistematização. A modalidade escolhida está articulada com o problema e o objetivo da pesquisa.
Vantagens possibilidade de obter informação no momento em que ocorre o fato;  a presença no observador ao acontecimento faz com que ele seja independente da observação de  outrem ;  a observação é o instrumento de coleta de dados que menos exige do sujeito objeto de estudo (o trabalho depende mais do pesquisador).
Desvantagem Risco de o pesquisador supervalorizar o pitoresco (busca pelo estranho, pelo exótico).
Programas de observação listas de verificação,  avaliações e escalas de avaliação; anedotários ou diários de comportamento; resumos periódicos;  registros fotográficos;  observações de amostras de tempo etc.
Tipologia – sistemática ou estruturada Quando todos os participantes se vêem submetidos a um tratamento semelhante, embora os observadores possam mudar. Tem o intuito de assegurar a homogeneidade das informações coletadas.
Tipologia – sistemática ou estruturada Sugere uma estrutura determinada, onde serão anotados os fatos ocorridos e a sua freqüência. Possível de ser implementada quando o pesquisador tem conhecimento do problema, pois só assim será possível estabelecer categorias em função das quais se deseja analisar a situação.
Tipologia – sistemática ou estruturada O plano de observação (ordenação de dados antecipada e seleção das informações pertinentes) deve estar adaptado às circunstancias e ao objeto de estudo. Grade fechada: comportamentos previamente definidos e o pesquisador apenas os assinala.
Tipologia – sistemática ou estruturada Modos de assinalar: cruzinhas, posição em escala, anotações especiais. Grade aberta: pesquisador com grande margem na escolha e maneira de anotar as informações.
Tipologia – sistemática ou estruturada Duas categorias de informações:  de natureza contextual;  diz respeito ao fenômeno propriamente dito.
Tipologia – assistemática ou não estruturada Baseia-se em uma suposição. A tarefa de observação é mais livre, sem fichas ou listas de registro. Atinente às recomendações do plano de observação, que deve estar determinado pelos objetivos da pesquisa. Muito utilizada nos estudos exploratórios. A forma clássica é a observação participante.
Tipologia – participante O observador não é apenas um espectador do fato que está sendo estudado, mas se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o fenômeno a ser observado. Qual seja, integra-se à situação por uma participação direta e pessoal. Notas descritivas (de caráter mais neutro, tanto quanto possível) e analíticas (quando o observador fala de suas reflexões pessoais).
Tipologia – participante Costuma ser não-estruturada. Às notas acrescentam-se os diários de bordo (o observador fala de sua vivencia no curso de investigação) e as notas de planejamento (para orientar o procedimento em função do que precede). Recomendada para estudos de grupos e comunidades.
Tipologia – participante Vantagem:  Como o pesquisador torna-se membro do grupo sob observação, seus membros não se inibem diante dele.
Tipologia – participante Desvantagens:  a situação dúbia pode gerar conflitos íntimos no pesquisador;  o pesquisador deve estar atento, pois corre o risco de esquecer seu principal objetivo, ou seja, perder contato com a finalidade da pesquisa;  por vezes, a fidedignidade e a validade são questionáveis, pelo seu intimo relacionamento com o grupo, seus valores, concepções e representações;  a presença do observador pode influenciar a situação observada.
Tipologia – não participante O pesquisador não toma os conhecimentos objeto de estudo como se fosse membro do grupo observado, mas apenas atua como espectador atento. Técnica indicada para estudos exploratórios, pois a partir dela podem ser levantados novos problemas ou indicados novos objetivos.
Dicas Crie um clima de cordialidade com o entrevistado. Ajude-o a adquirir confiança. Convém esclarecer sobre a situação de observador e os objetivos da pesquisa.
Referências Bibliográficas BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. O contínuo participante / observador. In:  Investigação qualitativa em educação . Porto: Porto Ed., 1994. p. 125-133. LAVILLE, C. & DIONNE, J. Observação. In: ______.  A construção do saber :  manual de metodologia de pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. pp. 176-183. RICHARDSON, R. J. Observação. In: ______.  Pesquisa social:  métodos e técnicas. 3ª ed. ver. ampl. São Paulo: Editora Atlas, 1999. pp. 259-264.

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Observação

  • 1. Observação como técnica e instrumento de coleta de dados Profa. Dra. Lucila Pesce Profa. Dra. Sonia Ignácio PUC/SP – Metodologia de Pesquisa
  • 2. Possíveis conceitos de observação. Exame minucioso ou mirada atenta sobre um fenômeno no seu todo ou em algumas de suas partes; captação precisa do objeto examinado. É um olhar sustentado por uma questão, ou suposição.
  • 3. Possíveis conceitos de observação. “ A observação torna-se uma técnica científica à medida que serve a um objetivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planejada e ligada a proposições mais gerais e, em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades interessantes, é submetida a verificações e controles de validade e precisão”. SELLTIZ et al ., 1987 p. ?).
  • 4. Considerações Observação como base de toda investigação no campo social. Pode conjugar-se a outras técnicas de coleta de dados ou ser empregada de forma exclusiva.
  • 5. Considerações Em ciência, incorpora novos elementos ao sentido comum e apresenta uma dimensão mais ampla e complexa. É científica quando posta a serviço de um objeto de pesquisa, questão ou suposição e submetida a críticas nos planos da confiabilidade e da validade.
  • 6. Considerações Para que a informação colhida na observação seja útil é preciso que sua busca seja orientada por uma preocupação definida de pesquisa e organizada com rigor. O pesquisador deve estar atento a tudo o que diz respeito à sua suposição e não apenas selecionar o que lhe permita confirmá-la.
  • 7. Considerações As técnicas de observação variam por seu grau de estruturação e pelo grau de proximidade entre o observador e o objeto de sua observação. Desde afastado e munido de uma grade precisa e detalhada até integrado ao grupo, para selecionar o máximo de informações possível.
  • 8. Considerações O instrumento é valido quando permite trazer as informações para as quais foi construído. É fidedigno quando se conduz aos mesmos resultados, quando estudados em momentos diversos. O objetivo da pesquisa determina o tipo de observação e sua metodologia.
  • 9. Etapas Decisão pela forma de observação. Preparo do seu desenvolvimento. Desempenho de seu emprego. Registro.
  • 10. Considerações Há um gradiente, que vai desde a observação assistemática, passando por estruturas intermediárias, até uma rígida sistematização. A modalidade escolhida está articulada com o problema e o objetivo da pesquisa.
  • 11. Vantagens possibilidade de obter informação no momento em que ocorre o fato; a presença no observador ao acontecimento faz com que ele seja independente da observação de outrem ; a observação é o instrumento de coleta de dados que menos exige do sujeito objeto de estudo (o trabalho depende mais do pesquisador).
  • 12. Desvantagem Risco de o pesquisador supervalorizar o pitoresco (busca pelo estranho, pelo exótico).
  • 13. Programas de observação listas de verificação, avaliações e escalas de avaliação; anedotários ou diários de comportamento; resumos periódicos; registros fotográficos; observações de amostras de tempo etc.
  • 14. Tipologia – sistemática ou estruturada Quando todos os participantes se vêem submetidos a um tratamento semelhante, embora os observadores possam mudar. Tem o intuito de assegurar a homogeneidade das informações coletadas.
  • 15. Tipologia – sistemática ou estruturada Sugere uma estrutura determinada, onde serão anotados os fatos ocorridos e a sua freqüência. Possível de ser implementada quando o pesquisador tem conhecimento do problema, pois só assim será possível estabelecer categorias em função das quais se deseja analisar a situação.
  • 16. Tipologia – sistemática ou estruturada O plano de observação (ordenação de dados antecipada e seleção das informações pertinentes) deve estar adaptado às circunstancias e ao objeto de estudo. Grade fechada: comportamentos previamente definidos e o pesquisador apenas os assinala.
  • 17. Tipologia – sistemática ou estruturada Modos de assinalar: cruzinhas, posição em escala, anotações especiais. Grade aberta: pesquisador com grande margem na escolha e maneira de anotar as informações.
  • 18. Tipologia – sistemática ou estruturada Duas categorias de informações: de natureza contextual; diz respeito ao fenômeno propriamente dito.
  • 19. Tipologia – assistemática ou não estruturada Baseia-se em uma suposição. A tarefa de observação é mais livre, sem fichas ou listas de registro. Atinente às recomendações do plano de observação, que deve estar determinado pelos objetivos da pesquisa. Muito utilizada nos estudos exploratórios. A forma clássica é a observação participante.
  • 20. Tipologia – participante O observador não é apenas um espectador do fato que está sendo estudado, mas se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o fenômeno a ser observado. Qual seja, integra-se à situação por uma participação direta e pessoal. Notas descritivas (de caráter mais neutro, tanto quanto possível) e analíticas (quando o observador fala de suas reflexões pessoais).
  • 21. Tipologia – participante Costuma ser não-estruturada. Às notas acrescentam-se os diários de bordo (o observador fala de sua vivencia no curso de investigação) e as notas de planejamento (para orientar o procedimento em função do que precede). Recomendada para estudos de grupos e comunidades.
  • 22. Tipologia – participante Vantagem: Como o pesquisador torna-se membro do grupo sob observação, seus membros não se inibem diante dele.
  • 23. Tipologia – participante Desvantagens: a situação dúbia pode gerar conflitos íntimos no pesquisador; o pesquisador deve estar atento, pois corre o risco de esquecer seu principal objetivo, ou seja, perder contato com a finalidade da pesquisa; por vezes, a fidedignidade e a validade são questionáveis, pelo seu intimo relacionamento com o grupo, seus valores, concepções e representações; a presença do observador pode influenciar a situação observada.
  • 24. Tipologia – não participante O pesquisador não toma os conhecimentos objeto de estudo como se fosse membro do grupo observado, mas apenas atua como espectador atento. Técnica indicada para estudos exploratórios, pois a partir dela podem ser levantados novos problemas ou indicados novos objetivos.
  • 25. Dicas Crie um clima de cordialidade com o entrevistado. Ajude-o a adquirir confiança. Convém esclarecer sobre a situação de observador e os objetivos da pesquisa.
  • 26. Referências Bibliográficas BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. O contínuo participante / observador. In: Investigação qualitativa em educação . Porto: Porto Ed., 1994. p. 125-133. LAVILLE, C. & DIONNE, J. Observação. In: ______. A construção do saber : manual de metodologia de pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. pp. 176-183. RICHARDSON, R. J. Observação. In: ______. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª ed. ver. ampl. São Paulo: Editora Atlas, 1999. pp. 259-264.