E D U A R D O
C O L A G E N S
R E C I F E
A N E T AT U A G
E M M O L I N A
H I K A R U S U P
E R F Í C I E C HO
2 O O O N C E
S T R E E T A R T
ANO 2 EDIÇÃO 59
Revista Layout
Revista Layout
LAYOUT
REVISTA DESENVOLVIDA NA AULA
DE EDITORIAL 1 NA UNIVERSIDADE FUMEC
estudio204
ut labore et dolore magna aliqua.
Ut enim ad minim veniam,
quis nostrud exercitation ullamco
equipe
REDATOR: AUGUSTO OTERO
PROJETO: VIEIRA OTERO
DESIGNER: ALBERTO OTERO
COORDENACAO: SAMUEL ELLER
Projeto gráfico: alberto otero
revisao: camila natale
arte e conteudo audio-visual: pinterest
GOSTARIA DE AGRADECER A irure
dolor in reprehenderit in
voluptate velit esse cillum dolore
eu fugiat nulla pariatur. Excepteur
sint occaecat cupidatat non
proident, sunt in culpa qui officia
deserunt mollit anim
id est laborum.
INDICEINDICE
1
Flatdesign,
em resumo,
éumafilosofia
dedesign
FLAT DESIGNFLAT DESIGN
O QUE É E O QUE ESPERAR?
Após o lançamento do novo sistema operacional da
Apple, o IOS7, muito foi falado sobre o tal “Flat Design”.
Mas afinal, o que é este “novo” conceito? E ele é tão novo assim?
O que é o Flat design e qual a sua
referência? A tendência do Flat De-
sign é a simplicidade dos elementos,
clareza de layout e o uso de formas
planas e cleans, trazendo nitidez aci-
ma de um visual realista. A base do
conceito é algo como uma mistu-
ra do tradicional design ergonômico
aplicado pelos escandinavos, “forma
e função”, com o conceito minimalis-
ta difundido por Ludwig Mies van der
Rohe onde: “menos é mais”. Além do
conceito citado, o Flat Design possui
seu foco na Tipografia, onde ela deve
corresponder de forma simples e min-
imalista e nas cores, com o uso de tons
mais brilhantes e coloridos, e o maior uso
de variações de um mesmo tom.
O mundo está caminhando para um
futuro mais Flat, mas como observa-
do pelo artigo no site GIZMODO, “O
flat design vai se estabelecer e algo
virá depois – considerando o último
século, cada onda do modernismo
veio para se opor à que chegou antes.
Por exemplo, depois do modernismo
de Bauhaus e da International Style
nos anos 1930, uma segunda geração
de designers introduziu o conceito de
Regionalismo Crítico na discussão, ar-
gumentando que a crença de um ta-
manho para tudo era muito redutiva.
É provável que a mesma coisa acon-
teça com design de interfaces”. Por-
tanto, em sua evolução, a introdução
de novos elementos dimensionais, e
o uso de novos conceitos é apenas
uma questão de tempo. O conceito
de formas e design minimalista serve
como um “Marco Zero” se pensarmos
em um ciclo de tendências em 360°, é
o ponto de transição, no qual o visual
menos cansativo e clean se sobressai
ao design anterior mais carregado, e
o start para nova evolução de formas
e consequentemente o uso de mais
informações no futuro.
O Flat Design vem em uma hora onde
o realismo e os detalhes estão cada
vez mais “perfeitos” e consequen-
temente carregados, criando a sen-
sação de estafa visual e conflitos de
informação. Este “fenômeno” já é ob-
servado no Design de Embalagens,
onde a evolução e a troca de layouts
ocorrem com maior frequência, crian-
do um ciclo onde a estafa visual ocorre
mais rapidamente, e ocasionalmente
há a evolução para o design mini-
malista, ou Flat, que logo é substituído
por um novo conceito totalmente dif-
erente do mínimo
3
Um bom exemplo de flat design é o
Google Now, que usa um sistema
parecido com cartões para mostrar
as informações. Em vez de separar
as informações dentro de ícones es-
táticos, o Now exibe os dados em um
cartão de tamanho padronizado que
é fácil de ler e fácil de descartar ao
deslizar para o lado. Outro exemplo?
O Windows 8, descendente da lingua-
gem de design Metro da Microsoft,
que valoriza a tipografia – ou a entre-
ga da informação – por cima de gráf-
icos que ajudam o usuário a entender
qual tipo de conteúdo ele está lendo.
Para entender o flat design, você
precisa entender o outro lado: skeu-
morfismo. Skeumorfismo se resume
a truques visuais, ou uso de talhes e
ornamentações para fazer uma coisa
parecer como outra. Em arquitetura,
fachadas falsas são skeumorfismo.
Em designs de carros, painel de ma-
deira falsa é skeumorfismo. O skeu-
morfismo no design de interface de
usuário geralmente se refere a um el-
emento digital projetado para parecer
como algo do mundo físico. Isso pode
ser o mural do Pinterest ao couro rico
do Find My Friends.
Skeumorfismo no espaço digital vem de longe, desde a primeira GUI da Apple de
1984, que introduziu o conceito de “área de trabalho” e ícones que pareciam como
pastas e pedaços de papel. Naquela época interfaces de computador eram con-
ceitos totalmente estranhos para a maior parte dos usuários, o que fez o skeumorf-
ismo uma ferramenta útil. Permitiu que designers criassem metáforas visuais entre
objetos velhos e familiares (uma pasta de arquivos) e ferramentas novas e confusas
(um arquivo digital). O skeumorfismo no ajudou a aprender.
4
O que vem depois do Flat Design?
Apesar do mundo estar caminhando
para se tornar flat, ele não vai ser flat
para sempre. O flat design vai se es-
tabelecer e algo virá depois – consid-
erando o último século, cada onda do
modernismo veio para se opor à que
chegou antes. Por exemplo, depois
do modernismo de Bauhaus e da In-
ternational Style nos anos 1930, uma
segunda geração de designers intro-
duziu o conceito de Regionalismo Críti-
co na discussão, argumentando que a
crença de um tamanho para tudo era
muito redutiva. É provável que a mes-
ma coisa aconteça com design de in-
terfaces. Depois do radicalismo do flat
design, provavelmente designers vão
introduzir cuidadosamente dimension-
alidade onde for necessário. Mas ainda
vai demorar alguns anos para isso. Por
enquanto, vamos ter que esperar para
ver se Jony Ive abraça o flat design, ou
se ele se revolta – neste caso, as coisas
se tornariam bem mais interessantes.
5
ALEXEI BRODOVITCH
ODIRETORDEARTEDAHARPER’SBAZAAR
A renovação é o combustível do de-
sign. Referências estéticas do passa-
do são resgatadas, constantemente,
para conceber produtos contem-
porâneos. Isso comprova a intensa
troca e, principalmente, o quão vi-
sionário pode ser o olhar de alguns
designers. Alexei Brodovitch é um
desses visionários. Ele foi muito mais
do que o diretor de arte da revista
Harper’s Bazaar, trabalho que o tor-
nou internacionalmente conhecido. Na
verdade, Brodovitch influenciou a es-
tética do design editorial norteamer-
icano, especialmente das revistas de
moda, introduzindo o estilo funciona-
lista do moderno design gráfico euro-
peu. Muito mais que definir o conceito
estético de uma das mais importantes
revistas de moda da época, Brodo-
vitch literalmente ensinou a uma ger-
ação de profissionais a primazia de
um design, até então desconhecido
nos Estados Unidos, que prezava pelo
equilíbrio, pelos espaços em branco
e pela simplicidade. Alexei Brodovitch
nasceu na Rússia em 1898 e fez parte
da geração burguesa russa que deix-
ou o país no período pós-revolução,
entre 1905 e 1920. Tinha o desejo de
estudar na Academia de Belas Artes
da Rússia, porém acabou ingressan-
do na Academia Militar e, mais tar-
de, lutou na Primeira Guerra Mundial.
Assim como Brodovitch, importantes
designers, fotógrafos e artistas rus-
sos – como Vladimir Bobritzky, Sa-
sha Stone e Peter Adolfovitch Ozup
– levaram seus conhecimentos para
outros países, em especial para
os Estados Unidos. Todos estes
profissionais tinham em comum
as referências da importante es-
cola russa que, sem dúvida, teve
fundamental importância na tra-
jetória do moderno design europeu.
Junto com sua família e sua futu-
ra esposa, Alexei Brodovitch foi para
Paris em 1920, onde em pouco tempo
obteve reconhecimento por seu tra-
balho gráfico. Já em 1924 um de seus
posters ganhou o primeiro lugar em
um concurso.
6
Um ano mais tarde ele foi premiado
novamente pela concepção de um
display para a Feira Internacional de
Artes Decorativas. Em 1930, Brodo-
vitch foi convidado a dar aulas na Es-
cola do Museu da Filadélfia, no Depar-
tamento de Design Publicitário. Sua
proposta era ensinar aos estudantes
os conceitos fundamentais do design
europeu. Paralelamente, ele começou
a atuar como free lance, na condição
de ilustrador, para diversas edito-
ras de Nova Iorque. Em 1934, Carmel
Snow, editor da Harper’s Bazaar, con-
vidou Brodovitch para ser o diretor de
arte da revista. A contratação revolu-
cionou o design editorial, em especial
nas revistas de moda, fazendo com
que a Harper’s Bazaar adquirisse
mais êxito que sua principal concor-
rente, a Vogue. Além de sua magnífi
Ca contribuição na concepção de um
design inovador, Brodovitch revelou
ao mundo o trabalho de fotógrafos
como Richard Avedon, Irving Penn,
Martin Munkacsi, Hoyningem-Huene,
Lisette Model e Robert Frank. Além
disso, ele levou para as páginas da
Harper’s Bazaar o trabalho de im-
portantes artistas, designers e fo-
tógrafos europeus como Man Ray,
Salvador Dali, Cassandre, Bill Brandt,
Brassai e Henry Cartier Bresson. Ao
ingressar na revista, Brodovitch uniu
sua genialidade ao trabalho de Snow
e Munkacsi.
7

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  • 1. E D U A R D O C O L A G E N S R E C I F E A N E T AT U A G E M M O L I N A H I K A R U S U P E R F Í C I E C HO 2 O O O N C E S T R E E T A R T ANO 2 EDIÇÃO 59
  • 4. LAYOUT REVISTA DESENVOLVIDA NA AULA DE EDITORIAL 1 NA UNIVERSIDADE FUMEC estudio204 ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco equipe REDATOR: AUGUSTO OTERO PROJETO: VIEIRA OTERO DESIGNER: ALBERTO OTERO COORDENACAO: SAMUEL ELLER Projeto gráfico: alberto otero revisao: camila natale arte e conteudo audio-visual: pinterest GOSTARIA DE AGRADECER A irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.
  • 7. FLAT DESIGNFLAT DESIGN O QUE É E O QUE ESPERAR? Após o lançamento do novo sistema operacional da Apple, o IOS7, muito foi falado sobre o tal “Flat Design”. Mas afinal, o que é este “novo” conceito? E ele é tão novo assim? O que é o Flat design e qual a sua referência? A tendência do Flat De- sign é a simplicidade dos elementos, clareza de layout e o uso de formas planas e cleans, trazendo nitidez aci- ma de um visual realista. A base do conceito é algo como uma mistu- ra do tradicional design ergonômico aplicado pelos escandinavos, “forma e função”, com o conceito minimalis- ta difundido por Ludwig Mies van der Rohe onde: “menos é mais”. Além do conceito citado, o Flat Design possui seu foco na Tipografia, onde ela deve corresponder de forma simples e min- imalista e nas cores, com o uso de tons mais brilhantes e coloridos, e o maior uso de variações de um mesmo tom. O mundo está caminhando para um futuro mais Flat, mas como observa- do pelo artigo no site GIZMODO, “O flat design vai se estabelecer e algo virá depois – considerando o último século, cada onda do modernismo veio para se opor à que chegou antes. Por exemplo, depois do modernismo de Bauhaus e da International Style nos anos 1930, uma segunda geração de designers introduziu o conceito de Regionalismo Crítico na discussão, ar- gumentando que a crença de um ta- manho para tudo era muito redutiva. É provável que a mesma coisa acon- teça com design de interfaces”. Por- tanto, em sua evolução, a introdução de novos elementos dimensionais, e o uso de novos conceitos é apenas uma questão de tempo. O conceito de formas e design minimalista serve como um “Marco Zero” se pensarmos em um ciclo de tendências em 360°, é o ponto de transição, no qual o visual menos cansativo e clean se sobressai ao design anterior mais carregado, e o start para nova evolução de formas e consequentemente o uso de mais informações no futuro. O Flat Design vem em uma hora onde o realismo e os detalhes estão cada vez mais “perfeitos” e consequen- temente carregados, criando a sen- sação de estafa visual e conflitos de informação. Este “fenômeno” já é ob- servado no Design de Embalagens, onde a evolução e a troca de layouts ocorrem com maior frequência, crian- do um ciclo onde a estafa visual ocorre mais rapidamente, e ocasionalmente há a evolução para o design mini- malista, ou Flat, que logo é substituído por um novo conceito totalmente dif- erente do mínimo 3
  • 8. Um bom exemplo de flat design é o Google Now, que usa um sistema parecido com cartões para mostrar as informações. Em vez de separar as informações dentro de ícones es- táticos, o Now exibe os dados em um cartão de tamanho padronizado que é fácil de ler e fácil de descartar ao deslizar para o lado. Outro exemplo? O Windows 8, descendente da lingua- gem de design Metro da Microsoft, que valoriza a tipografia – ou a entre- ga da informação – por cima de gráf- icos que ajudam o usuário a entender qual tipo de conteúdo ele está lendo. Para entender o flat design, você precisa entender o outro lado: skeu- morfismo. Skeumorfismo se resume a truques visuais, ou uso de talhes e ornamentações para fazer uma coisa parecer como outra. Em arquitetura, fachadas falsas são skeumorfismo. Em designs de carros, painel de ma- deira falsa é skeumorfismo. O skeu- morfismo no design de interface de usuário geralmente se refere a um el- emento digital projetado para parecer como algo do mundo físico. Isso pode ser o mural do Pinterest ao couro rico do Find My Friends. Skeumorfismo no espaço digital vem de longe, desde a primeira GUI da Apple de 1984, que introduziu o conceito de “área de trabalho” e ícones que pareciam como pastas e pedaços de papel. Naquela época interfaces de computador eram con- ceitos totalmente estranhos para a maior parte dos usuários, o que fez o skeumorf- ismo uma ferramenta útil. Permitiu que designers criassem metáforas visuais entre objetos velhos e familiares (uma pasta de arquivos) e ferramentas novas e confusas (um arquivo digital). O skeumorfismo no ajudou a aprender. 4
  • 9. O que vem depois do Flat Design? Apesar do mundo estar caminhando para se tornar flat, ele não vai ser flat para sempre. O flat design vai se es- tabelecer e algo virá depois – consid- erando o último século, cada onda do modernismo veio para se opor à que chegou antes. Por exemplo, depois do modernismo de Bauhaus e da In- ternational Style nos anos 1930, uma segunda geração de designers intro- duziu o conceito de Regionalismo Críti- co na discussão, argumentando que a crença de um tamanho para tudo era muito redutiva. É provável que a mes- ma coisa aconteça com design de in- terfaces. Depois do radicalismo do flat design, provavelmente designers vão introduzir cuidadosamente dimension- alidade onde for necessário. Mas ainda vai demorar alguns anos para isso. Por enquanto, vamos ter que esperar para ver se Jony Ive abraça o flat design, ou se ele se revolta – neste caso, as coisas se tornariam bem mais interessantes. 5
  • 10. ALEXEI BRODOVITCH ODIRETORDEARTEDAHARPER’SBAZAAR A renovação é o combustível do de- sign. Referências estéticas do passa- do são resgatadas, constantemente, para conceber produtos contem- porâneos. Isso comprova a intensa troca e, principalmente, o quão vi- sionário pode ser o olhar de alguns designers. Alexei Brodovitch é um desses visionários. Ele foi muito mais do que o diretor de arte da revista Harper’s Bazaar, trabalho que o tor- nou internacionalmente conhecido. Na verdade, Brodovitch influenciou a es- tética do design editorial norteamer- icano, especialmente das revistas de moda, introduzindo o estilo funciona- lista do moderno design gráfico euro- peu. Muito mais que definir o conceito estético de uma das mais importantes revistas de moda da época, Brodo- vitch literalmente ensinou a uma ger- ação de profissionais a primazia de um design, até então desconhecido nos Estados Unidos, que prezava pelo equilíbrio, pelos espaços em branco e pela simplicidade. Alexei Brodovitch nasceu na Rússia em 1898 e fez parte da geração burguesa russa que deix- ou o país no período pós-revolução, entre 1905 e 1920. Tinha o desejo de estudar na Academia de Belas Artes da Rússia, porém acabou ingressan- do na Academia Militar e, mais tar- de, lutou na Primeira Guerra Mundial. Assim como Brodovitch, importantes designers, fotógrafos e artistas rus- sos – como Vladimir Bobritzky, Sa- sha Stone e Peter Adolfovitch Ozup – levaram seus conhecimentos para outros países, em especial para os Estados Unidos. Todos estes profissionais tinham em comum as referências da importante es- cola russa que, sem dúvida, teve fundamental importância na tra- jetória do moderno design europeu. Junto com sua família e sua futu- ra esposa, Alexei Brodovitch foi para Paris em 1920, onde em pouco tempo obteve reconhecimento por seu tra- balho gráfico. Já em 1924 um de seus posters ganhou o primeiro lugar em um concurso. 6
  • 11. Um ano mais tarde ele foi premiado novamente pela concepção de um display para a Feira Internacional de Artes Decorativas. Em 1930, Brodo- vitch foi convidado a dar aulas na Es- cola do Museu da Filadélfia, no Depar- tamento de Design Publicitário. Sua proposta era ensinar aos estudantes os conceitos fundamentais do design europeu. Paralelamente, ele começou a atuar como free lance, na condição de ilustrador, para diversas edito- ras de Nova Iorque. Em 1934, Carmel Snow, editor da Harper’s Bazaar, con- vidou Brodovitch para ser o diretor de arte da revista. A contratação revolu- cionou o design editorial, em especial nas revistas de moda, fazendo com que a Harper’s Bazaar adquirisse mais êxito que sua principal concor- rente, a Vogue. Além de sua magnífi Ca contribuição na concepção de um design inovador, Brodovitch revelou ao mundo o trabalho de fotógrafos como Richard Avedon, Irving Penn, Martin Munkacsi, Hoyningem-Huene, Lisette Model e Robert Frank. Além disso, ele levou para as páginas da Harper’s Bazaar o trabalho de im- portantes artistas, designers e fo- tógrafos europeus como Man Ray, Salvador Dali, Cassandre, Bill Brandt, Brassai e Henry Cartier Bresson. Ao ingressar na revista, Brodovitch uniu sua genialidade ao trabalho de Snow e Munkacsi. 7