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1
PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SAPUCAÍ
Resumo Executivo
Belo Horizonte
Julho / 2010
2
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Antonio Anastásia
Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD
José Carlos Carvalho
INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM
Diretora Geral
Cleide Izabel Pedrosa de Melo
Diretora de Gestão de Recursos Hídricos
Luiza de Marilac Moreira Camargos
Diretora de Monitoramento e Fiscalização Ambiental
Marília Carvalho Mello
Gerência de Planejamento de Recursos Hídricos (GPARH)
Célia Maria Brandão Fróes
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS – COPASA
Presidente
Ricardo Augusto Simões Campos
Vice-Presidente
Luiz Otávio Ziza Valadares
Diretoria de Meio Ambiente e de Novos Negócios
Carlos Gonçalves de Oliveira Sobrinho
Superintendência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Célia Regina Alves Rennó
Divisão de Licenciamento Ambiental (Gestora do Contrato)
Paulo Emílio Guimarães Filho
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SAPUCAÍ – CBH SAPUCAÍ
Presidente
Celem Mohallem
3
GRUPO TÉCNICO DE ACOMPANHAMENTO - GTA
Paulo Emílio Guimarães Filho – Coordenação – COPASA
Betânia Vilas Boas Neves – COPASA
Robson Rodrigues dos Santos – IGAM
Carlos Henrique Adami – FIEMG / CBH Sapucaí
Arthur Ottoni – UNIFEI / CBH Sapucaí
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Márcia Viana Lisboa Martins – UNIVERSITAS
Renato Aguiar – Prefeitura de Cambuí
Lilian Márcia Domingues – IGAM
Rodrigo Antonio Di Lorenzo Mundim – IGAM
EMPRESA RESPONSÁVEL
Vida Prestação de Serviços em Engenharia, Meio Ambiente e Reflorestamento Ltda
Rua da Bahia, 362/901 – Centro, Belo Horizonte – MG
(31) 3274.6642
www.vidameioambiente.com.br
RESPONSÁVEIS TÉCNICOS – Vida Meio Ambiente
Márcio Augusto Mendes Ferreira – Engenheiro Civil
Leandro Henrique de Melo Martins – Engenheiro Ambiental
EQUIPE TÉCNICA – Vida Meio Ambiente
Edna Santos – Economista
Edson Esteves Campos – Engenheiro Geólogo
Glória Regina Oliva Perpétuo – Socióloga
Jennifer Gonçalves Ayres Pimenta – Geógrafa
Joacir Luz Filho – Biólogo
Julimara Alves Devens – Eng. Civil, especialista em Recursos Hídricos
Leandro Henrique de Melo Martins – Eng. Ambiental
Márcio Augusto Mendes Ferreira – Eng. Civil
Mariana Barbosa Timo – Eng. Ambiental
Maristela de Cássia T. Dias Lopes – Eng. Ambiental
Thaís Elias Almeida – Bióloga
Eric Oliveira Perreira – Estagiário Geografia
Leonardo Mateus P. de Knegt – Estagiário Geografia
Malena Silva Nunes – Estagiária Geografia
4
APRESENTAÇÃO
A bacia hidrográfica do rio Sapucaí localiza-se na região sul do Estado de Minas Gerais e
possui área de drenagem de 8.824 km². A região, por seus atrativos naturais e nível de
desenvolvimento, é muito procurada para instalação de empreendimentos dos mais diversos
setores usuários dos recursos hídricos: saneamento, agropecuária, energia hidroelétrica,
transporte hidroviário, indústrias e turismo. Entretanto, não possui, até hoje, um plano diretor
para que sua ocupação e desenvolvimento tenham como princípio a sustentabilidade.
O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Sapucaí tem, portanto, o papel
fundamental de subsidiar ao Comitê de Bacia Hidrográfica, já instituído nessa bacia, e ao
poder executivo no nível municipal e estadual a busca de realização de ações de melhoria e
preservação quantitativa e qualitativa desse recurso que, apesar dos problemas já
apontados no diagnóstico realizado nos estudos, ainda é bastante abundante na bacia.
O Plano Diretor agora apresentado e desenvolvido em consonância com a legislação de
recursos hídricos é um instrumento de gestão abrangente que retrata a situação atual da
bacia com profundidade, assim como apresenta um prognóstico das demandas hídricas e
sua compatibilização com a disponibilidade no médio e longo prazo.
Esse trabalho envolveu a dedicação, de diversos especialistas da empresa contratada, a
VIDA Meio Ambiente, e também do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, do
Comitê da Bacia Hidrógráfica – CBH Sapucaí e da Companhia de Saneamento de Minas
Gerais – COPASA, o que contribuiu para a geração de um documento com maior
participação e qualidade. A participação da sociedade civil e dos diversos atores
estratégicos interessados na bacia do rio Sapucaí se deu por meio de quatro rodadas de
consultas públicas realizadas, a cada rodada, em três cidades escolhidas para representar o
Alto, Médio e Baixo Sapucaí.
A disseminação das informações e propostas do Plano representará, com certeza, um
incentivo às iniciativas de preservação da bacia do rio Sapucaí, e sua atualização periódica,
utilizando-se do apoio das várias instituições de ensino de renome instaladas na região,
trará uma maior credibilidade e efetividade ao uso sustentável dos recursos hídricos na
bacia.
5
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 10
2. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO...................................................................................... 15
2.1 Geologia e Recursos Hídricos de Subsuperfície............................................................ 15
2.2 Recursos Minerais ............................................................................................................. 17
2.3 Geomorfologia.................................................................................................................... 17
2.4 Pedologia ............................................................................................................................ 21
2.5 Clima.................................................................................................................................... 24
3. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO............................................................................................ 32
3.1 Diagnóstico da vegetação da bacia do rio sapucaí........................................................ 32
3.1.1 Metodologia ........................................................................................................................ 32
3.1.2 Caracterização da vegetação............................................................................................ 33
3.1.3 Estado de conservação da vegetação da Bacia do rio Sapucaí ................................... 36
3.2 Diagnóstico dos aspectos da Fauna................................................................................ 45
3.2.1 Fauna associada à Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí................................................. 45
3.2.2 Áreas de Conservação de Fauna ..................................................................................... 51
4. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO................................................................................................... 53
4.1 Metodologia ........................................................................................................................ 53
4.2 Resultados.......................................................................................................................... 53
5. DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL............................................................................. 66
5.1 Estudos hidrológicos já realizados na bacia .................................................................. 66
5.2 Metodologia de Quantificação de Disponibilidade Hídrica ........................................... 68
5.3 Considerações Finais e Recomendações ....................................................................... 88
6. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA.................................................................................. 90
6.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí ........ 92
6.2 Resultados.......................................................................................................................... 94
6.3 Considerações Finais...................................................................................................... 102
7. DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL................................................................................... 103
7.1 Caracterização Demográfica........................................................................................... 103
7.2 Diagnóstico dos Aspectos Econômicos ....................................................................... 113
8. SANEAMENTO AMBIENTAL.................................................................................................... 121
8.1 Abastecimento de Água .................................................................................................. 122
8.2 Esgotamento sanitário .................................................................................................... 124
8.3 Resíduos Sólidos ............................................................................................................. 138
9. LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES SOBRE OUTORGA NA BACIA DO RIO SAPUCAÍ
140
9.1 Campanha de Regularização do Uso da Água.............................................................. 141
9.2 Outorgas Significantes de mananciais Superficiais .................................................... 142
9.3 Outorgas Significantes de Mananciais Subterrâneos.................................................. 148
6
9.4 Comparação entre as evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas
150
10. DEMANDA HÍDRICA SUPERFICIAL.................................................................................... 152
10.1 Evolução da demanda hídrica superficial ..................................................................... 153
10.2 Conclusões....................................................................................................................... 158
11. BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL .................................................................................... 160
12. IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INCREMENTO E SELEÇÃO DE
ALTERNATIVAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE DEMANDAS E DISPONIBILIDADES ............. 166
12.1 Alternativas de incremento das disponibilidades hídricas ......................................... 166
13. COMPATIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA ENTRE DEMANDA E DISPONIBILIDADE HÍDRICA
DE FORMA A ALCANÇAR OS CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ESTABELECIDOS, NUM
HORIZONTE DE TEMPO ESTABELECIDO ...................................................................................... 169
14. ESTIMATIVA DA CARGA POLUIDORA E DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS..................... 180
14.1 Resíduos lançados diretamente no corpo d’água........................................................ 180
14.2 Resíduos lançados indiretamente no corpo d’água .................................................... 182
15. ENQUADRAMENTO.............................................................................................................. 184
15.1 Aspectos legais................................................................................................................ 184
15.2 Diretrizes para o enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí........................................ 185
15.3 Diagnóstico dos usos preponderantes ......................................................................... 186
15.4 Qualidade das águas e fontes de poluição ................................................................... 189
15.5 Demanda hídrica superficial ........................................................................................... 189
15.6 Identificação de conflitos potenciais ............................................................................. 190
15.7 Sugestão para o Enquadramento da bacia do Rio Sapucaí........................................ 192
15.8 Considerações Finais...................................................................................................... 195
16. COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS......................................................... 196
16.1 Diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio Sapucaí .................... 199
17. PLANOS DE AÇÃO............................................................................................................... 204
17.1 Metodologia de elaboração dos Planos de Ação ......................................................... 204
17.2 Temas e ações propostas ............................................................................................... 205
17.3 Custos de Implantação do Plano de Ação .................................................................... 210
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 220
19. ANEXOS ................................................................................................................................ 229
19.1 ANEXO A – Mapa Hipsométrico ..................................................................................... 229
19.2 ANEXO B – Mapa Geológico........................................................................................... 231
19.3 ANEXO C – Mapa Hidrogeológico .................................................................................. 233
19.4 ANEXO D – Processos Minerais na Bacia do Rio Sapucaí.......................................... 235
19.5 ANEXO E – Mapa de Uso e Ocupação do Solo............................................................. 237
19.6 ANEXO F – Indicadores de Saneamento Básico .......................................................... 238
19.7 ANEXO G – Cadastro da Campanha de Regularização ............................................... 241
19.8 ANEXO H – Mapa dos Usos das Águas......................................................................... 249
19.9 ANEXO I – Resumo das Demandas Outorgadas .......................................................... 251
7
Lista de Fotos
Foto 1 – Mares de morro de Maria da Fé /MG...................................................................................... 18
Foto 2 – Planície de inundação em Turvolândia................................................................................... 19
Foto 3 – Afloramento rochoso próximo a Turvolândia .......................................................................... 20
Foto 4 – Aspecto das residências alagadas pelas águas do Rio Sapucaí, a margem da BR 290, na
saída de Pouso Alegre para Ouro Fino................................................................................................. 21
Foto 5 – Latossolo vermelho-amarelo exposto, preparado para o cultivo ............................................ 22
Foto 7 – A direita da foto, plantio de café e banana. Ao fundo e a esquerda, mesmo apresentando
elevado grau de inclinação, é possível perceber que o solo já foi ou será cultivado. Em primeiro plano,
solo suscetível à erosão........................................................................................................................ 24
Fotos 7 e 8 – Vegetação Ciliar substituída por pastagens e áreas urbanas ........................................ 38
Fotos 9 e 10 – Vegetação Ciliar substituída por plantios de arroz e espécies exóticas....................... 39
Foto 11 – APP’s de topo de morro substituídas por culturas................................................................ 39
Foto 12 – APPs de topo de morro substituídas por culturas................................................................. 40
Fotos 13 e 14 – Plantações de café em encostas e os sinais evidentes de degradação e exposição do
solo à erosão na foto da direita. ............................................................................................................ 60
Foto 15 – Enchente em Pouso Alegre – fevereiro de 2009 ................................................................ 112
Foto 16 – Situação do Aterro Sanitário de Elói Mendes em 24/02/2010. ........................................... 183
Lista de Figuras
Figura 1 – Municípios da bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí ............................................................... 12
Figura 2 – Encarte Tectônico ................................................................................................................ 16
Figura 3 – Estações pluviométricas na Bacia do Sapucaí.................................................................... 27
Figura 4 – Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na bacia do rio Sapucaí............. 42
Figura 5 – Áreas prioritárias para a conservação da Flora na bacia do rio Sapucaí............................ 43
Figura 6 – Estações fluviométricas adotadas para o estudo hidrológico da bacia do rio Sapucaí....... 70
Figura 7 – Pontos notáveis da Q7,10 para a bacia do Sapucaí.............................................................. 72
Figura 8 – Localização das estações de amostragem de qualidade das águas na bacia do Rio
Sapucaí.................................................................................................................................................. 91
Figura 9 – Distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem de 1997 a 2006..................... 95
Figura 10 – Distribuição das faixas do CT (Contaminação por tóxicos) por estação de amostragem de
1997 a 2007........................................................................................................................................... 97
Figura 11 – Concessionárias de Água na Bacia do Rio SAPUCAÍ..................................................... 123
Figura 12 – Concessionárias de esgoto na Bacia do Rio SAPUCAÍ .................................................. 126
Figura 13 – Pontos notáveis tomados como referência para balanço-hídrico superficial bem como
espacialização das outorgas totais na bacia....................................................................................... 161
Figura 14 – Bacia do Rio Grande. Em vermelho, destaque para a Bacia do Rio Sapucaí. ............... 200
Lista de Quadros
Quadro 1 – Espécies de Avifauna encontradas na Bacia do Rio Sapucaí........................................... 46
Quadro 2 – Lista de espécies da mastofauna....................................................................................... 48
Quadro 3 – Resultado das espécies de ictiofauna levantadas em bibliografia..................................... 50
Quadro 4 – Pedidos de licença ambiental para barragens de energia elétrica na bacia do rio Sapucaí
............................................................................................................................................................... 62
Quadro 5 – Principais Industrias na bacia do Rio Sapucaí................................................................... 64
Quadro 6 – Descrição das Estações de Amostragem de Qualidade de Água ..................................... 90
Quadro 7 – Principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação em 2007 e os
parâmetros que tiveram as maiores violações no período de 1997 a 2007 para cada estação de
amostragem......................................................................................................................................... 100
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Perfil longitudinal do Rio Sapucaí....................................................................................... 14
8
Gráfico 2 – Sazonalidade média das chuvas para três municípios da Bacia do Sapucaí.................... 30
Gráfico 3 – Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários segundo trechos da bacia do rio
Sapucaí – 51 municípios ....................................................................................................................... 55
Gráfico 4 – Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar.................................................... 56
Gráfico 5 – Principais culturas em termos de área plantada: lavouras temporária e permanente....... 58
Gráfico 6 – Principais produtos agrícolas nos municípios com território na Bacia Hidrográfica do Rio
Sapucaí.................................................................................................................................................. 59
Gráfico 7 – Distribuição percentual dos municípios da GD5 por classes de tamanho da população 107
Gráfico 8 – Evolução da densidade demográfica ............................................................................... 110
Gráfico 9 – Campanha Uso Legal – GD5 – Finalidades de Uso......................................................... 142
Gráfico 10 – Outorgas Superficiais na bacia do Rio Sapucaí (numero de outorgas) ......................... 143
Gráfico 11 – Porcentagem de acordo com o numero de outorgas para uso de água subterrânea.... 149
Gráfico 12 - Evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas ..................................... 150
Gráfico 13 – Demandas (vazões em m³/s) outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008)
para os diferentes usos. ...................................................................................................................... 153
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Características Fisiográficas da Bacia do Rio Sapucaí ...................................................... 13
Tabela 2 – Identificação das estações utilizadas.................................................................................. 28
Tabela 3 – Precipitação Acumulada na Bacia do Sapucaí ................................................................... 29
Tabela 4 – Cobertura de vegetação nativa (em hectares) por município da Bacia do rio Sapucaí
segundo Carvalho et al. 2005 ............................................................................................................... 34
Tabela 5 – Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes na Bacia do rio Sapucaí........ 44
Tabela 7 – Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na Bacia do rio Sapucaí......... 44
Tabela 7 – Tabela de quantificação dos Usos do Solo da bacia do rio Sapucaí.................................. 54
Tabela 8 - Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários em 2006 - Percentual (%) ...... 55
Tabela 9 - Principais produtos da lavoura temporária e permanente Minas Gerais – 2007................. 57
Tabela 10 – Dados das estações fluviométricas utilizadas por Maia (2003)........................................ 67
Tabela 11 – Dados das estações fluviométricas utilizadas................................................................... 71
Tabela 12 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 e vazão específica (q). .............. 78
Tabela 13 – Comparação dos valores da Q7,10 para as estações da Tabela 18 com os estimados
pelas equações de ajustes Eqs.01 e 02................................................................................................ 79
Tabela 14 – Disponibilidade hídrica superficial mínima (Q7,10 ) em pontos notáveis na bacia, bem
como as estações fluviométricas usadas como referência................................................................... 81
Tabela 15 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Qmáx,10 e vazão específica (q) ............ 83
Tabela 16 – Comparação dos valores da Qmáx,10 para as estações da Tabela 20 com os estimados
pela equação de ajuste (Eq.05). ........................................................................................................... 84
Tabela 17 – Vazões máximas em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas
usadas como referência. ....................................................................................................................... 85
Tabela 18 – Comparação dos valores da Qmlp para as estações da Tabela 16 com os estimados pela
equação de ajuste (Eq.03). ................................................................................................................... 86
Tabela 19 – Vazões médias de longo período em pontos notáveis na bacia, bem como as estações
fluviométricas usadas como referência................................................................................................. 87
Tabela 20 – Resultados do IQA para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2006............. 96
Tabela 21 – Resultados da CT para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2007 .............. 98
Tabela 22 – Caracterização da população residente por trecho da GD5 - São Paulo e Minas Gerais -
2007..................................................................................................................................................... 103
Tabela 23 – Municípios que compõem os trechos Alto, Médio e Baixo da bacia hidrográfica do rio
Sapucaí (GD5) e forma de inserção (total ou parcial)......................................................................... 104
Tabela 24 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com área parcial e sede administrativa
fora da GD5 – 2007............................................................................................................................. 106
Tabela 25 – Classes de tamanho da população dos 51 municípios da GD5 ..................................... 107
Tabela 26 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com sede administrativa na bacia – 2007
............................................................................................................................................................. 108
Tabela 27 – Evolução da densidade demográfica – 1970 - 2007....................................................... 110
Tabela 28 – Índice de desenvolvimento Humano – 2000. Estados e municípios com maior IDH-M . 111
Tabela 29 – Inserção dos municípios da GD5 nas microrregiões de Saúde...................................... 111
Tabela 30 – Composição Setorial do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade
Econômica das Microrreregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí – MG ............... 114
9
Tabela 31 – Composição do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade Econômica
para Municípios, Microrregiões, Mesorregião e Estado de Minas Gerais - 1998 ............................... 114
Tabela 32 – Valores adicionados em R$ ............................................................................................ 116
Tabela 33 – Clusters do Complexo Eletrônico - 2000......................................................................... 118
Tabela 34 – Distâncias rodoviárias entre alguns municípios da bacia e principais centros nacionais119
Tabela 35 – Proporção de municípios da GD5 cujos dados foram disponibilizados para o Diagnóstico
dos Serviços de Água e Esgoto -2006................................................................................................ 121
Tabela 36 – Indicadores do serviço de abastecimento de água, por trecho da GD5 -2006............... 124
Tabela 37 – Proporção de moradores atendidos por rede geral de esgoto – Trechos da GD5......... 125
Tabela 38 – Gestão de resíduos sólidos............................................................................................. 138
Tabela 39 – Outorgas Superficiais significativas concedidas na bacia do Rio Sapucaí..................... 143
Tabela 40 – Outorgas de mananciais superficiais por ponto notável. ................................................ 144
Tabela 41 – Outorgas para água subterrânea na Bacia do Rio Sapucaí ........................................... 149
Tabela 42 – Demandas outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008) para os diferentes
usos consuntivos................................................................................................................................. 152
Tabela 43 – Taxas de crescimento(em %) para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do
rio Sapucaí considerando um cenário ideal. Período 2004-2020. ...................................................... 155
Tabela 44 - Evolução da demanda outorgada de 2009 até 2020, em m³/s (demandas outorgadas pelo
IGAM e ANA)....................................................................................................................................... 157
Tabela 45 – Comparação da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 em pontos notáveis da bacia
do Sapucaí x Demanda Hídrica outorgada. ........................................................................................ 163
Tabela 46– Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 01 – Lourenço Velho. ..................................................................... 170
Tabela 47 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 02.................................................................................................... 170
Tabela 48 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 03.................................................................................................... 171
Tabela 49 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 04.................................................................................................... 171
Tabela 50 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 05.................................................................................................... 172
Tabela 51 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 06.................................................................................................... 172
Tabela 52 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 07.................................................................................................... 173
Tabela 53 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 08.................................................................................................... 173
Tabela 54 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 09.................................................................................................... 174
Tabela 55 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 10.................................................................................................... 174
Tabela 56 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 11.................................................................................................... 175
Tabela 57 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 12.................................................................................................... 175
Tabela 58 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 13.................................................................................................... 176
Tabela 59 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 14.................................................................................................... 176
Tabela 60 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 15.................................................................................................... 177
Tabela 61 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda
para 5 e 10 anos. Ponto Notável 16.................................................................................................... 178
Tabela 62 – Coliformes totais na Bacia do Rio Sapucaí..................................................................... 181
Tabela 63 – Demanda Bioqúimica de Oxigênio da baciao do rio Sapucaí......................................... 182
Tabela 64 – Simulação de Arrecadação ............................................................................................. 202
Tabela 65 – Recursos necessários para execução das Metas de Gestão......................................... 210
Tabela 66 – Cronograma Físico de implantação das principais ações prospostas neste Plano de
Ações................................................................................................................................................... 214
10
1. INTRODUÇÃO
Segundo informações do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), a Bacia
Hidrográfica do Rio Sapucaí, correspondente à UPGH GD5 do Estado de Minas Gerais,
integra a bacia do rio Grande, localizando-se na Região Sudeste e sendo compartilhada por
dois estados: São Paulo e Minas Gerais. O Rio Sapucaí nasce na Serra da Mantiqueira, na
cidade de Campos do Jordão – SP, a uma altitude de 1620 metros de altitude, desaguando
no Lago de Furnas a 780 metros de atitude, percorrendo, aproximadamente, 248 km. A
bacia do rio Sapucaí é composta por diversas subbacias, a exemplo dos rios Santo Antônio,
Sapucaí-Mirim, Anhumas, Lourenço Velho , Vargem Grande, dentre outros.
O curso principal do rio Sapucaí inicia-se com o nome de ribeirão Capivari, no Estado de
São Paulo. Depois de atravessar a área urbana da cidade de Campos do Jordão e juntar-se
ao afluente córrego das Perdizes, o curso principal recebe a denominação de rio Sapucaí-
Guaçu, passando finalmente a ter o nome de rio Sapucaí a cerca de 5 km antes da divisa
dos Estados São Paulo-Minas Gerais.
A parte mineira da bacia do rio Sapucaí abrange um total de 48 municípios, possui uma
população estimada de 618.276, sendo 478.630 urbana (74,4%) e 154.844 rural (25,6%), e
uma área de drenagem de 8.824 km². Os terrenos da bacia são ocupados
predominantemente com agriculturas, pastagens e remanescentes de matas de galeria e
araucárias. A topografia íngreme dominante não favorece a prática da agricultura, que fica
restrita às várzeas de alguns cursos de água.
A parte paulista da Bacia compreende três municípios: Campos do Jordão, São Bento do
Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal, totalizando uma área de 632 km². Estes formam a Bacia
da Mantiqueira no Estado de São Paulo. A Bacia da Mantiqueira foi dividida pelo Plano de
Bacia, em duas sub-bacias Sapucaí-Mirim e Sapucaí-Guaçu.
Da nascente até a foz, o Rio Sapucaí tem uma extensão de 248 km de comprimento e pode
ser dividido nos trechos alto, médio e baixo Sapucaí, conforme a Figura 1.
O Alto Sapucaí compreende os municípios de Brasópolis, Conceição dos Ouros, Conceição
das Pedras, Consolação, Delfim Moreira, Gonçalves, Itajubá, Maria da Fé, Marmelópolis,
Paraisópolis, Pedralva, Piranguinho Piranguçu, São José do Alegre, Sapucaí – Mirim,
Wenceslau Brás, Virgínia, Passa Quatro, Campos do Jordão (SP), Santo Antônio do Pinhal
(SP), São Bento (SP), e apresenta uma área de 3.924 km².
O Médio Sapucaí compreende os municípios de Borda da Mata, Cachoeira de Minas
Cambuí, Careaçu, Congonhal, Córrego do Bom Jesus, Espírito Santo do Dourado, Estiva,
Heliodora, Lambari, Natércia, Ouro Fino, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São João da
11
Mata, São Sebastião da Bela Vista, Senador José Bento, Silvianópolis, Munhoz, Senador
Amaral, Camanducaia, e apresenta uma área de 3.841 km².
O Baixo Sapucaí apresenta uma área de 1.700 km², e compreende os municípios de
Carvalhópolis, Cordislândia, Eloí Mendes, Machado, Monsenhor Paulo, Paraguaçu, Poço
Fundo, São Gonçalo do Sapucaí e Turvolândia.
12
Figura 1 – Municípios da bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
13
A divisão da bacia proposta em Alto, Médio e baixo Sapucaí foi retirado de estudos
desenvolvidos pelo IGAM e pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí.
Tabela 1 – Características Fisiográficas da Bacia do Rio Sapucaí
Características Gerais da Bacia do Rio Sapucaí Unidade
Área da bacia 9.465,16 km²
Extensão do Curso Principal 248 km
Perímetro Bacia 627,42 km
Cota da Nascente 1.650 m
Cota na Foz 780 m
Fator de Forma – Kf 0,154 -
Declividade Média do Rio Sapucaí 3,508 m/km
Coeficiente de compacidade – Kc 1,806 -
Sinuosidade do Rio Sapucaí 1,759 -
Principais Tributários
Rio Sapucaí-Mirim, Rio Lourenço
Velho, Rio Itaim, Ribeirão do
Mandu, Rio do Cervo, Rio Turvo
e Rio Dourado
-
População* 553.323 -
Perfil Longitudinal do Rio Sapucaí
A declividade do rio é determinada a partir do perfil longitudinal, o qual é estabelecido em
função das distâncias horizontais percorridas entre cada cota marcada no mapa topográfico
(Gráfico 1).
14
248,00
211,13
41,13
0
780
840
900
960
1020
1080
1140
1200
1260
1320
1380
1440
1500
1560
1620
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
CotasAltimétricas(m)
Comprimento do rio (km)
Comprimento do Rio Sapucaí em relação à Altitude
Alto Curso Médio Curso Baixo Curso
Gráfico 1 – Perfil longitudinal do Rio Sapucaí.
De acordo com o Gráfico 1, o Rio Sapucaí possui a maior declividade nos seus primeiros 50
km, onde sua cota vai de 1620 m a 870 m, resultando em uma declividade de 15 m/km, a
maior da bacia, fazendo com que as velocidade de escoamento sejam altas. Em virtude da
velocidade que o rio Sapucaí adquiri nos seus primeiros quilômetros, e as baixas
declividades após os seus 50 km de extensão, essas áreas apresentam as maiores
propensões a enchentes.
As declividades da bacia do Rio Sapucaí variam desde extremos máximos de 25%, juntos
às nascentes, até atingir valores médios de 0,05%, no trecho de 12 km da planície, onde
está localizada a cidade de Itajubá. O transbordamento do rio Sapucaí para a planície de
inundação adjacente provocou sucessivas enchentes na cidade de Itajubá, resultando na
implantação do Sistema de Alerta na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí.
Além de Itajubá, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre também sofrem
ocorrências de enchentes por terem parte da área urbana situada na planície de inundação
do rio Sapucaí. No caso de Pouso Alegre, a confluência do rio Mandu no rio Sapucaí-Mirim
é fator potencializador da ocorrência de inundações na cidade.
15
2. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO
2.1 Geologia e Recursos Hídricos de Subsuperfície
2.1.1 Metodologia
Visando a identificação e representação cartográfica das unidades litoestratigráficas
presentes na área de abrangência da bacia hidrográfica do rio Sapucaí, foram analisados
mapeamentos e estudos geológicos efetuados na região, nas diversas escalas. Pesquisou-
se principalmente aqueles estudos elaborados pela CPRM, UFMG, e da CETEC-IGA. No
entanto, outros trabalhos foram buscados na internet, notadamente no Sitio
www.comitepcj.sp.gov.br/download/Tesemirna_7_Hidro_Crist.pdf, bem como junto às
diversas universidades que tenham desenvolvido trabalhos na região. Também foi
importante o apoio prestado pelo Comitê da Bacia do Rio Sapucaí e pela COPASA.
O levantamento dos recursos minerais da bacia foi efetuado a partir de dados do SIGMINE e
Cadastro Mineral do DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral, do MME. Uma
maior interpretação destes dados sobre os recursos minerais da bacia poderá ser objeto de
nova fase do projeto em questão.
2.1.2 Tectônica e Magmatismo Regional
A evolução geológica dos sistemas orogênicos a sul do Cráton do São Francisco, onde se
localiza a Bacia do Rio Sapucaí, tem sido explicada através de uma história policíclica que
começou no Arqueano e finalizou com a Orogênese Brasiliana durante a aglutinação do
Gondwana Ocidental. A reconstrução da evolução pré-cambriana desta região apresenta
uma série de dificuldades pela deformação e metamorfismo que as rochas sofreram durante
a Orogênese Brasiliana. Vide Figura 2 e Anexo B.
16
Figura 2 – Encarte Tectônico
FONTE: Folha Geológica de Itajubá, UFRJ/CPRM, 2008.
17
2.1.3 Geologia Estrutural Regional
A geologia da região onde se insere a Bacia do Rio Sapucaí é amplamente afetada e
condicionada por processos tectônicos, como foi supracitado, e pelo comportamento
estrutural dos maciços rochosos. As grandes falhas de transcorrências são responsáveis
pela compartimentação dos conjuntos litológicos em diversos blocos estruturais.
A litologia presente na região de estudo, condicionada pela tectônica regional e a
característica das estruturas resultantes nas rochas presentes na região, definem a
potencialidade e a dinâmica das águas de subsuperfície na área da Bacia do Rio Sapucaí.
2.1.4 Litologia da Bacia
A maior parte das rochas que ocorrem na bacia podem ser classificadas como cristalinas e
compõem o que se denominou de Sistema Aqüífero Cristalino. Ocorrem ainda na bacia os
quartzitos do Grupo Carrancas, as rochas metamórficas do Grupo Andrelândia, as rochas
metassedimentares pertencentes à Formação Pouso Alegre e também as coberturas
detríticas e colúvios, além dos sedimentos aluvionares.
2.2 Recursos Minerais
Especificamente no tocante aos recursos minerais da bacia, foram consultadas informações
atualizadas de processos de Concessão de Lavra, Licenciamento, Alvarás de Pesquisa
Mineral de diversas modalidades de extração mineral junto ao DNPM- Departamento
Nacional de Produção Mineral, do MME-Ministério das Minas e Energia, de forma a
identificar: áreas onde provavelmente já ocorreu ou ocorre algum tipo de pesquisa ou
extração mineral; nomes dos requerentes; substâncias minerais pesquisadas ou lavradas;
último evento ocorrido e publicado no Diário Oficial da União; e dimensões das áreas.
Predomina, na área de influência do empreendimento, a ocorrência de bens minerais do tipo
classe II, como areia e argila, utilizados na construção civil. Além destes, registrou-se
também a ocorrência significativa de outros bens minerais como ouro e água mineral.
O Anexo D mostra a distribuição dos bens minerais em situação de pesquisa mineral ou
mesmo de explotação.
2.3 Geomorfologia
A região da Bacia do Sapucaí está no domínio tectônico do Escudo Brasileiro, com
predomínio de rochas do embasamento cristalino. Em termos morfológicos, a região se
inclui no domínio dos Planaltos do Sul de Minas (IBGE,1977), cujas elevações estão
18
distribuídas em planaltos escalonados, a partir da Serra da Mantiqueira, basculados para
NW em função dos pulsos tectônicos de soerguimento da mesma. (SAADI, 1991).
O relevo suavizado da região ocorre condicionado à existência de blocos com dinâmica
tectônica mais estável. Contudo, se torna moderado a fortemente dissecado nos blocos com
soerguimento acelerado no cenozóico, destacando-se a Serra da Mantiqueira, os blocos
tectônicos de Maria da Fé e da Bacia do Rio Turvo. (Magalhães & Ferreira, 1998)
O relevo apresenta, em sua maioria, formas de topo arredondado, com vertentes côncavo-
convexas e planícies aluvionares abertas, que constituem uma superfície cuja altitude
predominante se encontra entre 1.000 e 1.100 metros. São caracterizados, ainda, ora por
escarpas, que muitas vezes envolvem anfiteatros de drenagem, cristas subparalelas,
vertentes retilíneas, vales encaixados e orientados por fraturas, ora por altas colinas, de
topos arredondados, vertentes côncavo-convexas e drenagem dendrítica.
2.3.1 Unidades Geomorfológicas
Dentre as unidades observadas, algumas merecem destaque. São elas :
Colinas e topos alongados e aplainados
Popularmente conhecidas como “mares de morro” ou ainda por “meia laranja”, as colinas de
topos alongados e aplainados (Foto 1) apresentam arredondamento relativamente uniforme,
bem como nivelamento altimétrico.
Foto 1 – Mares de morro de Maria da Fé /MG
19
Planícies Fluviais
Também conhecidas como planícies de inundação, são áreas de topografia
predominantemente plana e de natureza sedimentar (Foto 2), onde prevalece a
sedimentação recente. Estando em cotas altimétricas inferiores às áreas adjacentes, recebe
os sedimentos originados ou oriundos das mesmas.
Foto 2 – Planície de inundação em Turvolândia
Por receberem grande quantidade de sedimento e também pela umidade, além da
proximidade de cursos d’água perenes, essas áreas aplainadas que deveriam ser
preservadas para a manutenção da qualidade do rio são, pelo contrário, intensamente
exploradas.
Afloramentos Rochosos
Apesar das rochas cristalinas serem coerentes, duras, impermeáveis e não plásticas,
possuem planos de descontínuos e são heterogêneas, formadas por cristais de diferentes
resistências aos agentes do intemperismo.
Denominadas Domos (Foto 3), essas rochas cristalinas se distribuem em colinas sob a
forma de escudo, estruturadas por gnaisses e granitos. Em geral, essas unidades são
exploradas com pedreiras para britas e material para pavimentação de vias urbanas, sendo
denominadas “áreas de empréstimo“.
20
Foto 3 – Afloramento rochoso próximo a Turvolândia
2.3.2 Considerações Finais
O relevo da área de estudo, ora movimentado ora relativamente plano, é produto da ação de
fatores endógenos e exógenos como, por exemplo, a ação do clima como agente do
intemperismo da rocha e do próprio solo que, em conjunto com a cobertura vegetal,
comporta um saldo de interferências compreendido apenas por meio de estudos sobre a
forma, gênese e evolução das formas de relevo influenciada pelos diferentes domínios
climáticos.
Essa heterogeneidade de ecossistemas inseridos em determinadas regiões da Bacia do
Sapucaí possibilita a busca por alternativas econômicas diversificadas e, em certa medida,
sustentáveis. Tal característica é bastante importante, sobretudo numa área onde problemas
como as inundações são freqüentes, a ponto de cidades inteiras serem inundadas.
Eventos como os descritos ocorrem porque, como podemos observar em campo, o uso e
ocupação desordenados das planícies fluviais dos rios da bacia em estudo vem sendo
explorados ao longo de anos. Junte-se a isso, além do uso agropecuário das várzeas, o
crescimento das cidade, que aumenta a taxa de impermeabilização do solo e contribui para
diminuir a infiltração das águas pluviais o que, em períodos de chuvas intensas, aumenta o
risco de enchentes. (Foto 4).
21
Foto 4 – Aspecto das residências alagadas pelas águas do Rio Sapucaí, a margem da
BR 290, na saída de Pouso Alegre para Ouro Fino
Nesse sentido, o emprego do conceito de bacia hidrográfica como unidade integradora
desses setores (naturais e sociais) deve ser administrado com a seguinte função: minimizar
ao máximo os impactos ambientais decorrentes da ação humana. O crescimento e
planejamento das cidades deve considerar, portanto, as características fisiográficas da
região, possibilitando que a relação homem-ambiente aconteça de forma menos impactante.
2.4 Pedologia
Várias classes de solos ocorrem na área de estudo, sendo observada uma correspondência
direta de sua ocorrência com a topografia local. Antes de evidenciar essa correspondência
com a topografia, alguns dos tipos mais comuns de solo da bacia serão enumerados e
caracterizados, embora, em campo, nas regiões visitadas os latossolos foram mais
recorrentes.
2.4.1 Latossolos
São solos que apresentam significativa concentração de Fe e Al devido à perda de outros
nutrientes. Nos latossolos (Foto 5), é rara a visualização do horizonte C. São solos
evoluídos, profundos e de alta aptidão agrícola por serem homogêneos, estarem próximos à
rios perenes – alta capacidade de retenção de água - , porosidade alta e drenagem livre.
O relevo onde ocorrem é mais suave, o que facilita a mecanização. Sua falta de fertilidade é
compensada por adubação, que deve ser criteriosa para que a alta porosidade do solo não
22
comprometa o processo. Latossolos estão mais ligados aos processos e ao meio natural no
qual se formaram do que ao material de origem.
Foto 5 – Latossolo vermelho-amarelo exposto, preparado para o cultivo
Nesses solos, as argilas são predominantemente do tipo caulinita, com partículas revestidas
por óxidos de ferro, responsáveis pelas típicas cores avermelhadas. As altas temperaturas
juntamente com chuvas abundantes atuaram de forma a promover intemperização intensa
dos mais variados tipos de rochas. O relevo possui superfícies de relativa estabilidade, cuja
posição dificulta a erosão e permite e intensa ação do clima por longos períodos de tempo.
2.4.2 Podzólicos
Também conhecidos como Espodossolos, possuem húmus ácido e translocação intensa de
compostos de ferro, de alumínio e matéria orgânica que se acumula no horizonte B.
Em solos muito arenosos a pouca argila existente não é capaz de suprir a necessidade de
cargas negativas, e parte do húmus do horizonte A é transportado para B. Solos podzólicos
são caracterizados, portanto, pelo transporte de húmus do horizonte A para o B e pela
formação do horizonte intermediário E álbico.
Possuem distribuição geográfica pequena, pouca capacidade de retenção de água, são
extremamente ácidos e sem aptidão agrícola, além de estarem próximos a afloramentos
rochosos.
23
2.4.3 Cambissolos
São solos em início do processo de formação, ditos “embriônicos”, com o desenvolvimento
de feições muito fraco a moderado, quando comparados a solos bem desenvolvidos cujas
características são mais semelhantes.
Segundo OLIVEIRA (1998), esses solos tendem a ocupar áreas mais acidentadas no relevo,
apresentando perfis com duas seções distintas. O relevo de 8% a 20% indica um relevo
ondulado, o que é associado a presença de Cambissolos e o uso intenso do solo pode
acarretar problemas sérios de degradação do mesmo, com aumento das taxas de erosão e
comprometimento da qualidade ambiental. Os Cambissolos são caracterizados por serem
relativamente profundos, que possuem um horizonte B incipiente imediatamente abaixo do
horizonte A (Embrapa, 2001).
2.4.4 Solos Aluviais
Conhecidos também como Neossolos Flúvicos, são pouco desenvolvidos, originados de
sedimentos recentemente depositados pelos rios durante enchentes. Apresentam horizonte
A diretamente assentado sobre o C, sem indícios de formação de horizonte B, constituindo
camadas estratificadas sem relação pedogenética entre as mesmas.
Apesar de serem heterogêneos e difíceis de serem estudados, têm importância econômica
relevante, já que estão sempre próximos aos recursos hídricos. Ocorre apenas em uma
pequena mancha a SW da Bacia do Sapucaí.
2.4.5 Considerações Finais
Além da litologia, o relevo e o clima são fatores que, quando associados, se tornam
extremamente importantes para a constituição dos diversos tipos de solos. Como a água é
agente fundamental na formação dos solos, todo e qualquer fator que contribua para a
entrada de água no sistema favorece a ação do intemperismo.
Apesar de fundamental no processo de pedogênese, a água também pode contribuir
significativamente para a degradação dos solos. O efeito mecânico das gotas de chuva,
denominado “efeito splash” em alusão ao som da chuva ao tocar o solo, é um poderoso
agente erosivo e tem sua ação potencializada pelo manejo incorreto do solo (Foto 7).
Na Foto 7, verificamos um exemplo de manejo incorreto do solo. Aqui, o responsável pela
lavoura desconsiderou a inclinação das vertentes, superior a 45º graus, e retirou a
vegetação natural de uma área que deveria ser preservada e a substituiu por plantações de
café e banana.
24
Foto 6 – A direita da foto, plantio de café e banana. Ao fundo e a esquerda, mesmo
apresentando elevado grau de inclinação, é possível perceber que o solo já foi ou será
cultivado. Em primeiro plano, solo suscetível à erosão.
2.5 Clima
A junção dos dados pluviométricos com os da temperatura mostra que a bacia do Sapucaí
está sob o regime de clima classificado como Mesotérmico Médio, Super Úmido e com
Subseca, na faixa de altitudes acima da cota 1200 m, junto às cabeceiras, e como
Mesotérmico Brando, Úmido, com 1 a 2 meses secos no ano, no restante da área.
A região das cabeceiras do Sapucaí apresenta características climáticas muito influenciadas
pela orografia da Serra da Mantiqueira. A exemplo do que ocorre em Campos do Jordão,
onde a temperatura média anual é de 13,4°C (Mesotér mico Médio), o total médio anual de
precipitação é superior a 1500 mm (Super Úmido), as chuvas são bem distribuídas em todos
os meses do ano, apenas decrescendo no período de inverno, quando atua a Subseca.
Nas demais áreas da bacia, o clima Mesotérmico Brando é caracterizado pelo predomínio
de temperaturas amenas durante todo o ano, com médias entre 18°C e 19°C. A precipitação
média anual tende a ser ligeiramente inferior a 1500 mm, podendo ocorrer 1 ou 2 meses
sem chuva. A estação climatológica de Itajubá pode ser considerada representante dessa
porção da bacia, onde estão as cidades de Itajubá e Delfim Moreira.
25
Nos meses de setembro a março predominam as temperaturas mais elevadas, atingindo o
máximo em dezembro e janeiro. Já nos meses de maio a agosto as temperaturas são
consideravelmente baixas, atingindo o mínimo em junho e julho.
Quanto ao comportamento sazonal da região, é possível verificar que durante o verão a
região recebe chuvas fortes nos meses de novembro a abril, às vezes tais chuvas ocorrem
diariamente, o pico de precipitação ocorre nos meses de dezembro e janeiro. Nessa época o
céu fica constantemente nublado, com nuvens carregadas.
Segundo o estudo do IGA, existe na região grande incidência de raios em temporais
atraídos pelo alto teor de ferro encontrado no solo. Nesse período, a região fica sob forte
influência das massas Equatorial Continental e Tropical Atlântica, mantendo o dia quente, a
umidade alta e, quando se choca com alguma frente fria trazida pela massa Polar Atlântica
(provenientes do sul do Brasil e da Argentina), ocorrem fortes temporais com possibilidade
de chuvas de granizo. Nos meses de outubro e novembro a chuva se torna mais constante
e, em virtude da altitude e da localização geográfica (situada em uma área totalmente
tropical), os dias são bem quentes no verão. Nas cidades que apresentam altitude acima
1.000 metros do nível do mar, é possível registrar temperaturas de até 40ºC em campo
aberto. No mês de janeiro pode ocorrer o chamado veranico caracterizado por um período
de alguns dias de seca, totalmente sem chuva e com uma baixa umidade relativa do ar.
A época das estiagens ocorre nos meses de maio a setembro, quando raramente chove
nesta região. A falta de chuva influencia o comportamento da vegetação, o que se verifica
quando a vegetação rasteira (gramíneas, arbustos e semi-arbustos) perde a coloração verde
adquirida no verão e assume coloração parda, seca, bastante suscetível a queimadas. Na
vegetação de altas altitudes (que acompanha grande parte da Mantiqueira) o solo
permanece seco apenas em sua camada superficial, o que mantém a vegetação visa são
suas raízes profundas, ligadas a níveis freáticos encontrados a cerca de 2 metros abaixo da
superfície.
A partir do mês de maio é muito comum a formação de geadas que duram até a primeira
metade de agosto. Para que se forme a geada, além de uma temperatura mínima de 0ºC é
necessário que não haja formação de nuvens e nevoeiros: o ar precisa estar seco. Nas
regiões da Serra da Mantiqueira são verificadas, no inverno, temperaturas de até -4ºC nas
terras mais altas, superiores 1.500 metros de altitude.
Toda a região do Alto e Médio Sapucaí está sujeita a geadas brancas ou negras. As geadas
negras compreendem a queda da temperatura até valores próximos ou abaixo de 0°C,
mesmo sem a formação do gelo, com efeitos danosos às culturas e pastagens. As altitudes
elevadas e a morfologia do relevo com seus vales e encostas íngremes favorecem a
26
formação da geada. As temperaturas noturnas, no outono-inverno, sob o domínio de uma
massa polar, caem significativamente, se aproximando de zero ou ultrapassando essa
marca. Ao nível do solo, em fundo de vale, o resfriamento é ainda mais intenso, maior do
que o medido pelo termômetro a 1,5m do solo, no abrigo meteorológico. Mesmo que não se
verifique a formação do gelo, as temperaturas muito baixas são altamente prejudiciais a
várias plantas cultivadas, “queimando-as”.
2.5.1 Comportamento pluviométrico da Bacia do Rio Sapucaí
Na Figura 3, foram espacializadas 18 estações pluviométricas instaladas ao longo da bacia
do Rio Sapucaí. Os dados das estações dos municípios de Machado, Pouso Alegre e
Itajubá, destacadas em roxo no mapa, permitiram análises do comportamento da bacia do
Sapucaí em termos pluviométricos.
Dentre essas 18 estações, foram escolhidas três para compor o corpo do texto e
caracterizar, em termos pluviométricos, cada um dos trechos da bacia do Rio Sapucaí.
Sendo assim, o Baixo Sapucaí é representado pela estação de Machado, em Machado; o
Médio pela estação ponte do Rodrigues, em Pouso Alegre; e o Alto pela estação de São
João do Itajubá, em Itajubá.
27
Figura 3 – Estações pluviométricas na Bacia do Sapucaí.
28
A Tabela 2, relaciona as principais características das três estações escolhidas para
representar as três sub-bacias da Bacia do Sapucaí.
Tabela 2 – Identificação das estações utilizadas
Código da Estação 2145033 2245086 2245083
Nome MACHADO
PONTE DO
RODRIGUES
SÃO JOÃO DE
ITAJUBÁ
Bacia RIO PARANÁ (6) RIO PARANÁ (6) RIO PARANÁ (6)
Sub-bacia RIO GRANDE (61) RIO GRANDE (61) RIO GRANDE (61)
Rio RIO SAPUCAÍ RIO ITAIM
RIO LOURENÇO
VELHO
Estado MINAS GERAIS MINAS GERAIS MINAS GERAIS
Município MACHADO POUSO ALEGRE ITAJUBÁ
Responsável INMET ANA ANA
Operadora INMET IGAM IGAM
Latitude - 21:40:00 - 22: 23:9 -22:22:32
Longitude - 45:55:0 - 45:54:5 -45:26:49
Altitude (m) 873 876 845
Fonte: Consulta aos dados do Hidroweb, ANA, 2009.
Na Tabela 3, por sua vez, são apresentados os valores de precipitação acumulada anual,
registradas nas estações pluviométricas dos municípios de Machado, Pouso Alegre e
Itajubá, para o período de 1968-1998.
29
Tabela 3 – Precipitação Acumulada na Bacia do Sapucaí
Precipitação Acumulada Anual (mm)
Ano
Estação de Machado
Estação de Pouso
Alegre
Itajubá
1968 1257,4 1090,4 1049,6
1969 1172,8 1335 1425
1970 1684,4 1408,4 970,8
1971 - 1075 1416,7
1972 1385,1 1041,7 -
1973 1388 1308,9 1407,5
1974 1073,6 1290,7 1146
1975 1151,4 1230 1546,9
1976 1886,6 1886,6 1886,6
1977 1910,5 1415,1 1182,8
1978 1429,8 1500,7 1420,6
1979 1742,9 1517,1 1455,5
1980 1798,4 1561,5 166,7
1981 1862,5 1566,9 1302,1
1982 - 1577,2 1446,2
1983 1731,5 - -
1984 1210,9 1069,3 1150,4
1985 1714,3 1583 1490,5
1986 1042,6 1701 1644,8
1987 1008 - 1685
1988 1398,7 1576,9 1590,6
1989 1397,6 1576,9 1291,2
1990 1059,7 1303,8 1382,3
1991 1717,9 1518,1 1383,5
1992 2037,8 1227,3 1485,4
1993 1526,3 1382,6 1943,5
1994 1487 1467,8 979,5
1995 1476,6 1599,8 1482,8
1996 1827,2 1740,9 1627,5
1997 1524,2 1591,6 1127,2
1998 1352,4 1348 1037,4
Média 1491,59 1430,77 1349,12
FONTE: ANA – HidroWeb, 2009.
30
Apesar da existência de variação entre os valores da série histórica dos municípios de
Machado, Pouso Alegre e Itajubá, eles se apresentaram dentro da mesma ordem de
grandeza. No entanto, Itajubá e Pouso Alegre sofrem mais com problemas decorrentes de
inundações do que o município de Machado. Sendo assim, considerando a pequena
variação pluviométrica entre os municípios, não é possível atribuir as enchentes ao volume
de chuvas.
Esses constantes alagamentos podem ser associados não aos índices pluviométricos
constantes e altos mas, principalmente, ao avanço desordenado da mancha urbana de
Pouso Alegre e Itajubá sobre a planície de inundação do Rio Sapucaí, que acabou
impermeabilizando o solo e impedindo a infiltração da água, além de causar outros
problemas. É importante lembrar ainda que, dentre os três municípios, Machado é o único
que não está às margens do Sapucaí e, portanto, está fora de sua área de inundação.
Segundo análise do Gráfico 3, para os municípios de Machado, Pouso Alegre e Itajubá, a
estação chuvosa se estende de outubro a março e a estiagem de maio a agosto. Nos meses
chuvosos, a pluviosidade se concentra entre os meses de dezembro e janeiro, quando a
precipitação pode ultrapassar 700 milímetros. Nos meses de estiagem, o período mais seco
se estende de junho a julho e a precipitação não supera 100 milímetros.
Gráfico 2 – Sazonalidade média das chuvas para três municípios da Bacia do Sapucaí.
31
2.5.2 Considerações Finais
Foi possível observar que nos meses secos referentes a estação mais fria, há maior
incidência de insolação na Bacia hidrográfica do Rio Sapucaí. Isso ocorre em detrimento da
baixa taxa de formação de vapor d’água porque nesse período a superfície terrestre não se
aquece o suficiente para deixar o céu encoberto.
Com isso, o céu fica “limpo”, livre de nuvens, permitindo que os raios solares atinjam
diretamente a superfície, ao contrário dos meses chuvosos, quando são altos os índices
pluviométricos, a formação de nuvens e elevadas temperaturas.
A umidade relativa média é elevada em todos os meses, gerando em torno de 77%. A
topografia é um fator climático que exerce grande influência nos registros de umidade
absoluta e relativa do ar. Pela altimetria, a região do Sapucaí apresenta significativo conforto
térmico em detrimento dos altos índices de vapor d'água na região. Isso ocorre porque a
Serra da Mantiqueira funciona como sotavento e barlavento dos ventos úmidos provenientes
de NE e E.
Em relação às características climáticas da região da bacia do Sapucaí, o que se pode
afirmar é a influência evidente do efeito orográfico da Serra da Mantiqueira sobre o clima da
região, uma vez que induz os maiores valores de precipitação média anual em suas
proximidades, da ordem de 1800 mm, enquanto no restante da bacia predominam alturas
pluviométricas médias da ordem de 1400 mm a 1500 mm.
Conforme descrito na caracterização climática da bacia, os meses mais chuvosos são os de
dezembro, janeiro e fevereiro, com o trimestre mais seco ocorrendo no período de junho a
agosto. Os meses de abril e outubro representam a transição, respectivamente para os
períodos seco e chuvoso.
32
3. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO
3.1 Diagnóstico da vegetação da bacia do rio sapucaí
3.1.1 Metodologia
O diagnóstico da vegetação da Bacia do rio Sapucaí foi realizado utilizando-se dados
primários, coletados em visitas a campo, e dados secundários, utilizando-se bibliografias e
mapas.
Foi realizada uma viagem a campo e os seguintes municípios foram percorridos para a
caracterização da vegetação: Borda da Mata, Careaçu, Carvalhópolis, Conceição das
Pedras, Congonhal, Cordislândia, Elói Mendes, Heliodora, Lambari, Machado, Maria da Fé,
Natércia, Paraguaçu, Pedralva, Piranguinho, Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí, São
Sebastião da Bela Vista, Senador José Bento e Turvolândia. Durante essa campanha, foram
anotados os dados sobre a existência ou não de cobertura vegetal nativa e existência ou
não de áreas de preservação permanente e quando presentes, o seu estado de
conservação. Também foram observados os principais impactos existentes sobre a
vegetação. Dados sobre a vegetação coletados em expedições científicas realizadas em
outubro de 2008 nos municípios de Brazópolis, Camanducaia, Delfim Moreira, Gonçalves,
Paraisópolis, Sapucaí Mirim e Venceslau Braz foram triados e também utilizados. Para os
demais municípios, utilizou-se para a avaliação dados obtidos a partir de imagem de satélite.
Nas visitas a campo foram observadas as áreas onde existe cobertura vegetal nativa e
áreas onde há algum tipo de uso diferente do solo, como pastagens, plantações e outros
ambientes de uso antrópico. As coordenadas geográficas desses diferentes locais foram
obtidas e utilizadas posteriormente para delimitação em imagem de satélite dos diferentes
usos do solo e a presença de vegetação nativa.
As principais bibliografias utilizadas para composição do diagnóstico foram: Carvalho et al.
(2005), Drummond et al. (2005), Galindo-Leal & Câmara (2005), IGA (2007), Ribeiro &
Walter (1998) e Veloso et al. (1991). Os mapas utilizados foram obtidos nos sítios do IBGE
(www.ibge.gov.br), IGAM (www.igam.mg.gov.br/geoprocessamento) e Fundação
Biodiversitas (www.biodiversitas.org.br). Todos os mapas foram consultados e/ou
elaborados utilizando-se os softwares ARCMAP e ARCCATALOG 9.2® (ESRI, 2006).
A caracterização da flora foi realizada com base em dados primários, coletados em campo,
envolvendo a observação das fitofisionomias dominantes em cada ambiente. Além disso,
foram consultados artigos científicos publicados e classificações da vegetação existentes.
Foram utilizados dois sistemas de classificação diferentes, visto que não existe consenso
33
entre as classificações vigentes sobre a ocorrência das diferentes fitofisionomias na Bacia
do rio Sapucaí: o sistema de classificação de IBGE (1992), baseado na classificação de
Veloso et al. (1991) e o sistema de classificação de Ribeiro e Walter (1998), de acordo com
a delimitação das fitofisionomias propostas por Carvalho et al. (2005)
As áreas de preservação permanente – APP foram identificadas através das visitas a campo
e com o auxílio de imagem de satélite. As Áreas Prioritárias para Conservação da
biodiversidade e da flora estão de acordo com Drummond et al. (2005). As Unidades de
Conservação foram identificadas através de consulta ao Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), ao Instituto Estadual de Florestas, ao trabalho de Camargos (2001) e
também de acordo com o listado em IGA (2007).
3.1.2 Caracterização da vegetação
De acordo com IBGE (1992), a área da Bacia do rio Sapucaí está inserida no Domínio Mata
Atlântica. De acordo com essa classificação observam-se as seguintes fitofisionomias nessa
área: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional
Semidecidual, incluindo ecótones (áreas de transição) dessas fitofisionomias.
Segundo Carvalho et al. (2005), as fitofisionomias ocorrentes nos municípios que compõem
a Bacia do rio Sapucaí se inserem em dois domínios distintos: o Cerrado e a Mata Atlântica.
De acordo com esses autores, além da Floresta Ombrófila (Densa e Mista) e da Floresta
Estacional Semidecidual, ocorrem ainda as seguintes fitofisionomias do Cerrado nesses
municípios: Campo, Campo Rupestre, Cerrado Ralo e Cerrado Típico. Esses autores ainda
incluem também os reflorestamentos. Em diversos municípios que compõem a Bacia do rio
Sapucaí existem silviculturas, principalmente de eucalipto e pinus. A Tabela 4 lista a
cobertura em hectares da vegetação nativa e dos reflorestamentos, por município (Carvalho
et al., 2005).
34
Tabela 4 – Cobertura de vegetação nativa (em hectares) por município da Bacia do rio Sapucaí segundo Carvalho et al. 2005
Município Campo Campo rupestre Cerrado ralo Cerrado típico Reflorestamento (Eucalipto/pinus) Floresta Ombrófila Floresta Semidecídua
Borda da Mata 63,39 --- --- --- --- --- 2863,06
Brasópolis 87,35 --- --- --- 6,12 2052,42 5713,01
Cachoeira de Minas --- --- --- --- 6,39 --- 4013,4
Camanducaia 2572,54 --- --- --- 5462,18 13843,68 2129,74
Cambuí --- --- --- --- --- --- 1422,32
Careaçu --- --- --- --- 74,7 --- 3022,75
Carvalhópolis 23,11 --- --- --- --- --- 555,52
Conceição das Pedras 75,9 --- --- --- --- --- 3405,07
Conceição dos Ouros 63,18 --- --- --- --- --- 3489,84
Congonhal 59,4 --- --- --- --- --- 2006,74
Consolação --- --- --- --- 19,71 --- 589,18
Cordislândia --- --- --- --- 65,61 --- 2265,98
Córrego do Bom Jesus 130,42 --- --- --- --- --- 1385,89
Delfim Moreira 1074,96 --- --- --- 761,13 1994,72 2225,73
Elói Mendes --- --- --- --- 401,4 --- 4162,75
Espírito Santo do Dourado 45,36 --- --- --- --- --- 2819,94
Estiva --- --- --- --- --- --- 1394,01
Gonçalves 381,09 8,06 --- --- --- 3945,32 1509,84
Heliodora 45,49 --- --- --- 36,71 --- 3123,98
Itajubá 21,96 --- --- --- --- 1989,92 5758,28
Lambari 25,56 --- --- --- --- --- 4537,72
Machado 280,93 --- 18,74 --- 100,33 --- 3606,73
Maria da Fé --- --- --- --- --- 1115,96 5147,2
Marmelópolis 110,32 5,84 --- --- 31,5 3269,8 52,55
Monsenhor Paulo --- --- --- --- 315,11 --- 2530,91
Munhoz --- --- --- --- 62,01 --- 2229,75
Natércia 67,91 --- --- --- --- --- 5347,11
Ouro Fino 758,46 --- --- --- 46,53 --- 5222,66
35
Município Campo Campo rupestre Cerrado ralo Cerrado típico Reflorestamento (Eucalipto/pinus) Floresta Ombrófila Floresta Semidecídua
Paraguaçu 0 --- --- 18,36 1929,06 --- 3420,5
Paraisópolis 91,62 --- --- --- --- --- 5456,23
Passa Quatro 185,02 3,51 --- --- 320,76 7083,7 2282,7
Pedralva --- --- --- --- --- --- 5833,97
Piranguçu 215,0 0,46 --- --- --- 4277,24 2456,75
Piranguinho --- --- --- --- --- --- 1750,32
Poço Fundo 78,21 --- --- --- 198,68 --- 3474,55
Pouso Alegre 28,8 --- --- --- --- --- 3714,44
Santa Rita do Sapucaí --- --- --- --- 35,37 --- 8806,72
São Gonçalo do Sapucaí --- --- --- --- 207,32 --- 8590,63
São João da Mata 24,3 --- --- --- 124,35 --- 637,27
São José do Alegre --- --- --- --- --- --- 1342,75
São Sebastião da Bela Vista --- --- --- --- --- --- 2632,86
Sapucaí-Mirim 2601,63 1,3 --- --- 4507,81 9760,01 ---
Senador Amaral --- --- --- --- 131,24 --- 1754,76
Senador José Bento 25,71 --- --- --- --- --- 1435,14
Silvianópolis --- --- --- --- 13,95 --- 4854,92
Turvolândia --- --- --- --- 1,58 --- 1837,44
Venceslau Brás 5,61 --- --- --- 0 2039,94 1334,52
Virgínia 150,68 --- --- --- 6,21 6162,22 2536,73
36
3.1.2.1 Mata Atlântica
No sentido amplo do termo, a Floresta Atlântica engloba um diversificado mosaico de
ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas,
acompanhando a diversidade dos solos, relevos e características climáticas da vasta região
onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do
oceano (IBGE, 1992). Na Bacia do rio Sapucaí ocorrem as seguintes formações:
Floresta Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Mista
Floresta Estacional Semidecidual
Vegetação ciliar
Afloramentos rochosos e Campos de altitude
3.1.2.2 Cerrado
A vegetação do Bioma do Cerrado não possui uma fisionomia única em toda a sua
extensão; apresenta fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e
campestres (Ribeiro & Walter 1998).
Podemos distinguir dois estratos na vegetação dos Cerrados: o estrato lenhoso, constituído
por árvores e arbustos, e o estrato herbáceo, formado por ervas e subarbustos. Troncos e
ramos tortuosos, súber espesso, macrofilia e esclerofilia são características da vegetação
arbórea e arbustiva. Na Bacia do rio Sapucaí ocorrem as seguintes formações:
Campo
Cerrado Sentido Restrito
3.1.3 Estado de conservação da vegetação da Bacia do rio Sapucaí
Ao longo de sua história, Minas Gerais sofreu um intenso desmatamento de seus
ecossistemas naturais mais representativos. A expansão urbana e de infra-estrutura, além
das principais atividades econômicas realizadas no estado (atividades agropecuárias,
produção de matérias-primas e de insumos vegetais e produção mineral) no passado e
atualmente, geraram e geram intensa pressão sobre as formações vegetais nativas. Esse
modelo de ocupação não foge à regra do modelo de ocupação encontrado em todo o Brasil,
e causa grandes alterações também na dinâmica do uso e ocupação do solo (Drummond et
al. 2005). A grande diversidade biológica observada na região sul do estado de Minas
37
Gerais, incluindo a bacia do rio Sapucaí, está fortemente comprometida devido ao processo
de ocupação ocorrido na região, aliado a políticas pouco racionais de desenvolvimento. São
descritos aqui os impactos ambientais sobre a vegetação observados na Bacia do rio
Sapucaí, as Áreas Prioritárias para a Conservação e as Unidades de Conservação
existentes nessa região, e por fim, são listadas áreas consideradas prioritárias para criação
de Unidades de Conservação e para a preservação de mananciais.
3.1.3.1 Impactos sobre a vegetação na Bacia do rio Sapucaí
Devido ao histórico de colonização e ocupação do solo na Bacia do rio Sapucaí, grande
parte da vegetação nativa foi removida e substituída por áreas de pastagens, culturas –
principalmente culturas de café e milho – e mais recentemente, silviculturas. Outros
impactos observados foram a ocupação e expansão urbana e a existência de estradas.
De todos os impactos observados sobre a vegetação na Bacia do rio Sapucaí, aqueles
relacionados às Áreas de Preservação Permanente (APPs) são os que apresentam maior
influência sobre o ciclo hidrológico e conseqüentemente sobre os recursos hídricos da bacia.
Segundo Gerdinitis et al. (2007), em um estudo realizado em dois municípios do estado de
São Paulo e nos municípios mineiros de Camanducaia, Gonçalves e Sapucaí Mirim,
comparando a realidade do uso e ocupação do solo e o Código Florestal brasileiro, apenas
64,20% das Áreas de Preservação Permanente de córregos e rios apresentavam-se, no ano
de 1993, cobertas com florestas autóctones; 27,12% da área de APPs apresentava uso
agropastoril e 8,55% dessas áreas estavam ocupadas com reflorestamentos, sendo o
restante ocupado por manchas urbanas e corpos d’água. Quando levado em conta as áreas
superiores a 1800m de altitude, 94% apresentavam-se cobertas por vegetação autóctone.
As APPs existentes na Bacia do rio Sapucaí constituem atualmente de formas de vegetação
existentes ao longo dos cursos d’água; ao redor de lagoas, lagos e reservatórios (artificiais
ou naturais); em nascentes ou olhos d’água; em topos de morros, montes, montanhas e
serras; em encostas com declividade superior a 45º e em áreas com altitude superior a
1.800 metros.
Vegetação ciliar e nascentes
Na Bacia do rio Sapucaí, as áreas de preservação permanente associadas a cursos d’água
encontram-se em sua maioria bastante degradadas. Em alguns pontos essa vegetação foi
totalmente substituída por pastagens e em outros ela se encontra bastante degradada
(Fotos 7 a 10).
38
Na região do Alto Sapucaí a Vegetação Ciliar e as nascentes apresentam-se em melhor
estado de conservação do que as demais áreas da Bacia, especialmente nas regiões
montanhosas, mas muitas áreas encontram-se degradadas e até ocupadas com
reflorestamentos, especialmente pinus e eucalipto.
As regiões do Médio e baixo Sapucaí são as que apresentam maior impacto na vegetação.
Nessas regiões observa-se culturas e pastagens ocupando as margens de rios e várzeas
(Foto 7 e 10). Na região do Médio Sapucaí ainda se observam muitos cultivos de arroz e
áreas de pastagens nas várzeas do rio, onde foram construídas pequenas barragens e
contenções, modificando a dinâmica da várzea e a Vegetação Ciliar.
Nas áreas urbanas em geral, em especial nas maiores cidades, as APPs de cursos d’água
foram substituídas por construções como casas, loteamentos, indústrias, etc (Foto 8).
Também nessas áreas observou-se a substituição da Vegetação Ciliar por espécies
exóticas como bambus (Foto 10).
Nas zonas rurais em geral as APPs de curso d’água se apresentam em sua maioria
suprimidas e substituídas por culturas e pastagens, e em muitas áreas não existe ao menos
uma árvore na área onde deveria estar a Vegetação Ciliar (Fotos 7 e 10).
Fotos 7 e 8 – Vegetação Ciliar substituída por pastagens e áreas urbanas
39
Fotos 9 e 10 – Vegetação Ciliar substituída por plantios de arroz e espécies exóticas
Topos de morros, montes, montanhas e serras
No geral os topos de morros, montes, montanhas e serras na Bacia do rio Sapucaí
apresentam-se razoavelmente conservados. Na região do Baixo e Médio Sapucaí existe
uma maior ocupação dos topos de morros por pastagens e culturas (Foto 11). No Alto
Sapucaí essa vegetação encontra-se mais presente, especialmente nas regiões
montanhosas de difícil acesso.
A presença de vegetação nativa nas Áreas de Preservação Permanente – APP (ex: áreas
de encostas com declividade superior a 45º), possibilita uma infiltração mais lenta e maior
das águas pluviais, proporcionando a manutenção dos lençóis freáticos.
Foto 11 – APP’s de topo de morro substituídas por culturas
40
Encostas com declividade superior a 45º
Na maior parte da bacia, no Alto, Médio e Baixo Sapucaí observa-se a utilização dos solos
de encostas com declividade superior a 45º para plantios, principalmente de café (Foto 12) e
batata, além de pastagens. A ocupação dessas encostas com agropecuária provocam
erosões que comprometem a qualidade do solo e a estabilidade dessas, contribuindo
também para o assoreamento dos cursos d’água e a impermeabilidade do solo às águas
pluviais. A preservação da vegetação nativa nessas e em todas as outras Áreas de
Preservação Permanente – APP’s supra-citadas é de fundamental importância para evitar
que haja a diminuição das calhas dos rios e a perda em qualidade e quantidade das águas
dos lençóis freáticos que abastecem toda a Bacia do rio Sapucaí, conservando assim a
disponibilidade dos recursos hídricos.
Foto 12 – APPs de topo de morro substituídas por culturas
Áreas com altitude superior a 1.800 metros
As áreas com altitude superior a 1.800 metros na Bacia do rio Sapucaí encontram-se na
região do Alto Sapucaí, na Serra da Mantiqueira, e em geral encontram-se com a vegetação
nativa preservada. Essa vegetação corresponde a Campos de Altitude, Afloramentos
rochosos e Floresta Ombrófila Densa e Mista. A preservação dessas áreas é de extrema
importância, visto que correspondem às nascentes primárias de córregos que abastecem os
afluentes do rio Sapucaí.
41
3.1.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação
A Bacia do rio Sapucaí abriga dentro de seus limites diversas Áreas Prioritárias para a
Conservação da Biodiversidade e da Flora (Drummond et al. 2005). Ás Áreas Prioritárias
para a Conservação da Biodiversidade, incluindo todos os grupos de fauna e flora, são
duas: a região da Serra da Mantiqueira e a região das Várzeas do rio Sapucaí (Figura 4).
A região da Serra da Mantiqueira é considerada de importância biológica “Especial” e na
Bacia do rio Sapucaí abrange áreas dos municípios de Sapucaí Mirim, Camanducaia,
Munhoz, Gonçalves, Paraisópolis, Córrego do Bom Jesus, Cambuí, Brasópolis, Venceslau
Brás, Delfim Moreira, Piranguinho, Conceição dos Ouros, Maria da Fé, Marmelópolis,
Passa-Quatro, Virgínia, Itajubá e Piranguçu. Essa região é considerada uma Área Prioritária
por abrigar uma alta riqueza de espécies de fauna e flora raras, endêmicas e ameaçadas.
As pressões antrópicas nessa região são os desmatamentos, o uso de agrotóxicos e turismo
desorganizado (Drummond et al. 2005). Nessa área é indicado a criação de Unidades de
Conservação, realização de Plano de Manejo, promoção de educação ambiental e
realização de inventários.
Já a região das Várzeas do Rio Sapucaí é considerada de importância biológica “Alta”.
Abrange áreas dos municípios São Gonçalo do Sapucaí, Machado, Cordislândia, Elói
Mendes, Paraguaçu e Turvolândia. Compreende o rio Sapucaí, sua Vegetação ciliar e
várzeas remanescentes e é Prioritária para a Conservação por abrigar espécies migratórias
de peixes. As pressões antrópicas nessa Área Prioritária para a Conservação são a
agricultura, expansão urbana, desmatamento e barragens (Drummond et al. 2005). Nessa
área é indicado a criação de Unidades de Conservação.
42
Figura 4 – Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na bacia do rio
Sapucaí
43
Já as Áreas Prioritárias para Conservação da Flora são cinco: a Região de Bocaina de
Minas; a Região de Monte Verde/APA Fernão Dias; a Região de Pouso Alegre; a Região de
Santa Rita do Sapucaí e a Serra da Pedra Branca (Figura 5).
Figura 5 – Áreas prioritárias para a conservação da Flora na bacia do rio Sapucaí
44
3.1.3.3 Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação existentes na bacia do rio Sapucaí podem ser divididas em
Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As que se
enquadram na primeira categoria são o Parque Municipal do Brejo Grande, o Parque
Municipal de Pouso Alegre, a Reserva Biológica Municipal de Pouso Alegre, a Reserva
Biológica Municipal Serra dos Toledos e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Cambuí
Velho, e as que se enquadram na segunda categoria são as Áreas de Proteção Ambiental
Mantiqueira e Fernão Dias (Tabela 6). Existem ao todo na Bacia do rio Sapucaí, 1.699,36 ha
de áreas protegidas em Unidades de Conservação de Proteção Integral (Tabela 5) e
455.493 há em Área de Proteção Ambiental (Tabela 6).
Tabela 5 – Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes na Bacia do rio
Sapucaí
Nome Município Criação Área
(ha)
Parque Municipal do Brejo Grande Paraisópolis Lei 907 – 06/08/1980 218
Parque Municipal de Pouso Alegre
Pouso
Alegre
Lei 3411 – 11/03/1998 204
Reserva Biológica Municipal de Pouso
Alegre
Pouso
Alegre
Lei 3412 – 13/03/1998 e
Processo s/n – 29/01/1999
186
Reserva Biológica Municipal Serra dos
Toledos
Itajubá
Lei 1211 – 05/06/1979 e Lei
2088 – 1996
1072
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Estadual Cambuí Velho
Cambuí
Portaria 120 (IEF/MG) –
28/10/2003
9,68
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Estadual Cambuí Velho
Cambuí
Portaria 120 (IEF/MG) –
28/10/2003
9,68
Tabela 6 – Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na Bacia do rio
Sapucaí
Nome Municípios na área da Bacia Criação Área
(ha)
APA Serra da
Mantiqueira
Delfim Moreira, Marmelópolis,
Passa Quatro, Piranguçu,
Venceslau Brás e Virgínia
Lei 907 – 06/08/1980 275.120
APA Fernão Dias
Brasópolis, Camanducaia,
Gonçalves, Paraisópolis e
Sapucaí-Mirim
Lei 3411 – 11/03/1998 180.373
45
3.2 Diagnóstico dos aspectos da Fauna
3.2.1 Fauna associada à Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí.
No estado de Minas Gerais são identificados três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e
Caatinga. A Mata Atlântica e o Cerrado são áreas onde podem ser encontrados relevantes
índices de endemismo e alta diversidade biológica. Portanto, é imprescindível o
estabelecimento de estratégias eficientes de conservação para estas áreas. Para realizar o
diagnóstico dos aspectos de fauna em nível de detalhamento necessário na avaliação
quantitativa e qualitativa das disponibilidades hídricas da bacia, a metodologia aplicada
constitui-se em visitas a Universidades para levantamento bibliográfico e conversas com
professores da academia, em busca de estudos relacionados à Avifauna, Herpetofauna,
Mastofauna e principalmente Ictiofauna, devido a sua importância econômica, social e
ambiental. No segundo momento, foram realizadas entrevistas com moradores locais de
algumas cidades que compõe a bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, localizadas no Baixo,
Médio e Alto Sapucaí, possibilitando acrescentar as informações acadêmicas à sabedoria
popular que de alguma forma utilizam a bacia para sua sobrevivência.
3.2.1.1 Avifauna
Para a elaboração deste relatório, foram considerados entre seus objetivos, o levantamento
de informações bibliográficas sobre a ecologia de aves em ambientes fragmentados do
Cerrado e informações sobre a distribuição de aves e a distribuição de espécies florestais,
alem de discutir a importância de corredores ecológicos na distribuição de avifauna em
ambientes fragmentados. Como principal referência utilizou-se a tese apresentada à
Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Doutorado em
Engenharia Florestal, área de concentração em Manejo Ambiental, para obtenção do título
de Doutor. Corrêa, Bruno Senna. Avifauna em fragmentos florestais e corredores ecológicos
no município de Lavras – Minas Gerais./Bruno Senna Corrêa. – Lavras: UFLA, 2008.
A avifauna do Cerrado engloba diversas espécies residentes e migratórias, que estabelecem
comportamentos específicos ao longo das estações do ano. Tais comportamentos como o
tipo de forrageamento e a procura de espaço para abrigo e nidificação, permitem observar
diferentes grupos de aves ao longo do ano: insetíveros, na primavera e verão; granívoros e
frugívoros com distribuição sazonal; onívoros durante todo o ano (Sick, 2001).
Desta forma, a partir da bibliografia, bem como de entrevistas com moradores da região, as
espécies de avifauna que podem ser encontradas nos ecossistemas encontrados no estado
de Minas Gerais, principalmente na área de estudo deste trabalho encontra-se no Quadro 1.
46
Quadro 1 – Espécies de Avifauna encontradas na Bacia do Rio Sapucaí
Família Nome Científico Nome Popular
Accipitridae Buteo leucorrhous Gavião de rabadilha
Buteo magnirostris Gavião pinhé ou Carijó
Leucopternis lacernulata Gavião Pomba
Spizauteus ornatus Gavião de penacho
Spizastur melanoleucus Gavião pato
Alcedinidae Ceryle torquata Martim-pescador grande
Choroceryle americana Martim-pescador pequeno
Ardeidae Botaurus pinnatus Socó-boi-marrom
Tigrisoma liteatum Socó-boi-ferrugem
Caprimulgidae Baryphthengus ruficapiluss Juruva-verde
Caprimulgus candicans Bacurau-Branco
Caprimulgus longirostris Bacurau rupestre
Caprimulgus sericocaudatus Bacurau-cauda-de-seda
Nyctiphrynus ocellatus Bacurau-ocelado
Cariamidae Cariama cristana Seriema
Cathartidae Coragyps Urubu-preto
Charadriidae Vanellus chilensis Quero-Quero
Columbidae Columba cayennnensis Pomba-legítima ou Pomba
Cotingidae Calyptura cristata Tié-coroa ou Anambé-Mirin
Cracidae Crax fasciolata Mutum-pinima ou Mutum-de-
Cuculidae Neomorphus geoffroyi Jacu-estalo
Cuculidae Piaya cayana Alma-de-gato
Coerebinae Cyanerpes cyaneus Saí-de-beija-flor
Emberiziane Ammodramus humeralis Tico-Tico do campo
Arremon taciturnus Tico-Tico da Mata
Oryzoborus maximiliani Bicudo
Sicalis citrina Canário-rasteiro
Sicalis columbiana Canário-da-Terra
47
Família Nome Científico Nome Popular
Emberiziane Zonotrichia capensis Tico-Tico-verdadeiro
Icterinae Cacicus haemorrrhous Japiim-guaxe
Icterus cayanensis Encontro
Molothrus badius Asa-de-telha
Parulinae Basileuterus hypoleucus Pula-pula-pichito
Parula pitiayumi Mariquita-do-sul
Thraupinae Thraupis ornata Sanhaço-rei
Chlorophanes spiza Saí-verde
Thraupinae Dacnis nigripes Saí-de-perna-preta
Orthogonys chloricterus Sanhaço-de-bando
Tangara desmaresti Saíra-da-serra
Tersina viridis Saí-andorinha
Thraupis cyanoptera Sanhaço-da-terra
Thraupis sayaca Sanhaço-cinza
Estrilidae Estrilda astrild Bico-de-lacre
Falconidae Polyborus plancus Caracará
Fringillidae Carduelis magellanicus Pintassilgo-de-cabeça-preta
3.2.1.2 Mastofauna
Para a construção do relatório de mamíferos foram utilizados estudos bibliográficos de
trabalhos realizados nos municípios que compõem a Bacia do Sapucaí, tendo como
principal referência a Dissertação de Lourdes Dias da Silva, de título Mamíferos de médio e
grande porte em fragmentos florestais na Serra do Carrapato, Lavras/MG, de 2008,
apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, área de concentração: Ecologia e Conservação de
Paisagens Fragmentadas a Agrossistemas, para obtenção do título de Mestre. Este estudo
foi realizado com o objetivo de conduzir um levantamento das espécies de mamíferos de
médio e grande porte e sua abundância em fragmentos e corredores de vegetação na Serra
do Carrapato, Lavras, MG, no intuito de verificar se ocorre alteração na composição das
espécies presentes em cada fragmento e relacioná-las com algumas características dos
fragmentos. E desta forma, pôde-se obter uma lista (Quadro 2) das principais espécies
ocorrentes na região.
48
Desta forma, esse estudo contribui ao entendimento das relações existentes entre o ciclo
hidrológico da Bacia do Sapucaí, avaliando a riqueza e a abundância de espécies de
mamíferos de médio e grande porte nos fragmentos, para se verificar se a riqueza e a
abundância das espécies em cada fragmento têm relação com seu tamanho, determina a
similaridade da fauna de mamíferos em relação à composição de espécies, compara a
diversidade de fauna de mamíferos de médio e pequeno porte nos fragmentos estudados e
principalmente relaciona a abundância total das espécies com as áreas secas e áreas
aluviais.
Quadro 2 – Lista de espécies da mastofauna
Família Nome Científico Nome Popular
Didelphimorphia Didelphis albiventris Gambá-orelha-branca
Didelphis aurita Gambá-orelha-preta
Dasypodidae Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha
Eupharactus sexcintrus Tatu-peba
Cebidae Callithrix penicillata Sagüi
Canidae Canis familiares Cão doméstico
Cerdocyon thous Cachorro-do-mato
Felidae Leopardus pardalis Jaguatirica
Procyonidae Nasua nasua Quati
Erethizontidae Shigurus spp Ouriço-cacheiro
Suidae Sus scrofa Porco-doméstico
Bovidae Bos taurus Boi
3.2.1.3 Ictiofauna
Minas Gerais pela sua posição geográfica possui um sistema hidrográfico que abrange a
maior parte das bacias brasileiras, exceto a Amazônia. No Estado, as principais informações
sobre a fauna de peixes têm sido obtidas através dos inventários realizados na calha
principal, os quais são normalmente solicitados pelos órgãos ambientais durante o
licenciamento para construção de usinas hidrelétricas. As lagoas marginais, as cabeceiras e
os pequenos afluentes têm sido explorados com menor intensidade. Algumas regiões
particulares, como o complexo lacustre do médio rio Doce e os lagos da região cárstica do
planalto de Lagoa Santa, por exemplo, foram parcialmente amostrados. Se, por um lado, os
estudos promovidos para a construção das hidrelétricas permitem ampliar o quadro sobre a
49
distribuição das espécies, por outro, a efetivação das barragens tem sido considerada a
principal causa de impacto para a ictiofauna.
Os dados obtidos permitiram avaliar a composição da ictiofauna para sete bacias, das 15
consideradas na análise e indicação das áreas prioritárias. Em função de revisões
taxonômicas publicadas recentemente e da atualização do banco de dados sobre os peixes
que ocorrem no Estado, o número de espécies foi alterado em relação à versão anterior do
Atlas desenvolvido pela Fundação Biodiversitas.
Minas Gerais abriga uma ictiofauna nativa estimada em 354 espécies, o que representa
quase 12% do total encontrado no Brasil (n = 3.000) (McAllister et al., 1997). Em relação à
região Neotropical – 4.475 espécies de peixes de água doce –, esse percentual seria de
7,9%, conforme informações mais recentes (Reis et al., 2003). A bacia do São Francisco
apresenta o maior número de espécies (173), seguida das bacias do Paranaíba (103),
Grande (88), Doce (64), Paraíba do Sul (55), Mucuri (51) e Jequitinhonha (35).
Um fator extremamente importante é a piracema, período fundamental para a reposição das
espécies que vivem nos rios, barragens e represas do Estado. Os peixes de piracema
também são conhecidos como peixes migradores e chegam a nadar centenas de
quilômetros em poucos dias. A palavra piracema é de origem tupi e significa “subida do
peixe”. Refere-se ao período em que os peixes buscam os locais mais adequados para
desova e alimentação. O fenômeno acontece todos os anos, coincidindo com o início do
período das chuvas, entre os meses de novembro e fevereiro. Ao fim desta época, as lagoas
existentes às margens dos rios perdem contato com o curso d’água e as ovas ficam detidas.
Nesses locais, as chances de sobrevivência dos alevinos (filhotes) são maiores, pois as
águas são ricas em alimentos. Com as novas chuvas, as lagoas voltam a se conectar ao rio.
Assim, a partir da revisão bibliográfica, as espécies da ictiofauna que podem ser
encontradas nos ecossistemas encontrados no estado de Minas Gerais, principalmente na
área de estudo deste trabalho encontra-se no Quadro 3.
50
Quadro 3 – Resultado das espécies de ictiofauna levantadas em bibliografia.
Família Nome Científico Nome Popular
Leporinus copelandii Piau-vermelho
Leporinus conirostris Piau-branco
Leporinus mormyrops Piau-boquinha
Anostomidae
Leporinus sp. Piau
Astyanax bimaculatus Lambari
Astyanax fasciatus Lambari
Astyanax giton Lambari
Astyanax parahybae Lambari
Astyanax scabripinnis Lambari
Astyanax taeniatus Lambari
Astyanax intermedius Lambari
Astyanax sp. Lambari
Brycon opalinus Matrinchã
Bryconamericus sp. Piquira
Hasemanya sp. -
Hyphessobrycon bifasciatus Piaba
Hyphessobrycon callistus Piaba
Metynnis maculatus Pacu-disco
Characidae
Oligosarcus hepsetus Lambari-bocarra
Piabina argêntea Piaba
Characidae
Salminus brasiliensis Dourado
Curimatidae Cyphocharax gilbert Sairú, sardinha
Hoplias lacerdae Trairão
Erythrinidae
Hoplias malabaricus Traíra
Lebiasinidae Nannostomus sp.
Prochilodus vimboides Curimatá
Prochilodus lineatus CurimatáProchilodontidae
Prochilodus sp. Curimatá
Glanidium melanopterum Cumbaca
Trachelyopterus striatulusAuchenipteridae
Trachelyopterus fisheri Cumbaca
Callichthyidae Hoplosternum litoralle Tamboatá
Claridae Clarias gariepinnus Bagre-africano
Pimelodella lateristriga Mandi
Pimelodella sp.Heptapteridae
Rhamdia quelen Bagre
Loricariidae Delturus parahybae Cascudo
51
Hypostomos affinis Cascudo
Hypostomus luetkeni Cascudo
Harttia loricariformes Cascudinho
Microlepdogaster sp. Cascudinho
Rineloricaria sp. Chicote
Loricariichthys castaneus Chicote
Pogonopoma parahybae Cascudo-leitero
Pimelodus fur Mandi
Pimelodus sp. MandiPimelodidae
Steindachneridion parahybae Surubim
Gymnotidae Gynmotos carapo Sarapó
Sternopigidae Eigenmannia virescens Sarapó
Cichla monoculus Tucunaré
Cichlasoma facetum Cará
Crenichicla lacustris Joaninha
Geophagus brasiliensis Cará
Oreochromis niloticus Tilápia
Cichlidae
Tilapia sp. Tilápia
Scianidae Pachyurus adspersus Corvina
Gobiidae Awaous tajasica Peixe-flor
Centropomidae Centropomus undecimalis Robalo
Symbranchidae Symbranchus marmoratus Muçum
Phalloceros sp. Barrigudinho
Poecilia reticulata Barrigudinho
Poecilia vivípara Barrigudinho
Poeciliidae
Poecilia hollandi Barrigudinho
Ctenopharyngodon idella Carpa-capim
Cyprinidae
Cyprinus carpio Carpa-comum
FONTE: BRAGA (2007), DRUMOND (2005)
Alguns peixes presentes na Bacia do Rio Sapucaí, como o surubim encontram-se
criticamente ameaçado de extinção em Minas Gerais, apesar de alguns ribeirinhos ainda
mesmo que raramente encontram a presença deste peixe na bacia. Nas entrevistas
realizadas com os ribeirinhos que utilizam o rio para pescar, apenas dois dos entrevistados
residentes do Município de Paraguaçu, relataram a presença desta espécie no Rio Sapucaí.
3.2.2 Áreas de Conservação de Fauna
As principais ameaças para a ictiofauna de Minas Gerais estão relacionadas a poluição,
assoreamento, desmatamento, mineração, introdução de espécies exóticas e construção e
52
operação de barragens. Devido ao seu elevado potencial hidrelétrico, Minas Gerais tem sido
foco de rápida expansão de usinas hidrelétricas desde a década de 1950 (DRUMMOND et
al, 2005). Segundo os autores, as análises de impactos ambientais em rios a serem
barrados têm sido tradicionalmente focadas em espécies de peixes economicamente
importantes ou migradoras. Esse procedimento tem contribuído para o declínio de peixes
nativos de pequeno porte ou que requerem ambientes lóticos, mas que, não
necessariamente, realizam longas migrações ou apresentam importância econômica. O
resultado dessa visão simplificada tem sido o empobrecimento progressivo da ictiofauna em
diversas bacias do Estado.
Assim, diversas medidas de proteção devem ser tomadas para a conservação da fauna de
peixes de Minas Gerais, e, em sua maioria, dependem da participação de diferentes
segmentos da sociedade. Sendo que o primordial é que os indicativos apresentados sejam
incorporados à estratégia de desenvolvimento estadual em longo prazo, criando as
condições reais de proteção e conservação dos peixes que ocorrem em Minas Gerais
(DRUMMOND et al, 2005).
53
4. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
4.1 Metodologia
Para o diagnóstico do uso e ocupação atual do solo na bacia do rio Sapucaí, foram
utilizados os resultados do mapeamento proposto pela iniciativa do Mapeamento da Flora
Nativa e Reflorestamentos de Minas Gerais, elaborado pela Universidade Federal de Lavras
em parceria com o Instituto Estadual de Florestas - IEF. Este mapeamento teve como
objetivo mapear, em meso escala de detalhamento, os remanescentes da cobertura vegetal
do bioma Mata Atlântica. A escolha deste mapeamento se deve ao fato deste ser o mais
atualizado e cobrir aproximadamente 97% da bacia do rio Sapucaí.
No caso do mapeamento da cobertura vegetal e uso do solo da área de abrangência do
bioma Mata Atlântica foram utilizadas imagens do sensor AVNIR-2 do satélite ALOS com
resolução espacial de 10 metros e do sensor VNIR do satélite ASTER com resolução
espacial de 15 metros.
O diagnóstico da vegetação da Bacia do rio Sapucaí foi realizado utilizando-se dados
primários, coletados em visitas a campo, e dados secundários, utilizando-se bibliografias e
mapas.
As áreas de preservação permanente foram identificadas através das visitas a campo e com
o auxílio de imagem de satélite. As Áreas Prioritárias para Conservação da biodiversidade e
da flora estão de acordo com Drummond et al. (2005). As Unidades de Conservação foram
identificadas através de consulta ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), ao Instituto Estadual de Florestas, ao trabalho de Camargos (2001) e também de
acordo com o listado em IGA (2007).
Com o intuito de complementar os dados relativos ao meio biótico foram utilizados também
dados socioeconômicos que caracterizam a forma antrópica de uso e ocupação do solo.
Trata-se de dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
referentes à Produção Pecuária e Produção Agrícola Municipal (2007) e, também, dados do
Censo Agropecuário 2006 que descrevem o uso do solo nos estabelecimentos
agropecuários.
4.2 Resultados
A caracterização da forma de uso e ocupação do solo tem como objetivo identificar
atividades e processos potencialmente associados à degradação ambiental por
apresentarem risco de comprometimento dos recursos hídricos, sejam elas geradoras de
54
erosão, assoreamento, inundação ou associadas ao lançamento ou deposição de resíduos
de diversos tipos: agropecuários, industriais, urbanos, entre outros.
A Tabela 7 e o Mapa de Uso e Ocupação do Solo (Anexo E) retratam a distribuição das
formas de uso e ocupação do solo na área da bacia como um todo, realizada a partir da
metodologia anteriormente descrita.
Tabela 7 – Tabela de quantificação dos Usos do Solo da bacia do rio Sapucaí.
Tipologia de Uso e Ocupação do solo Área (km²) % da Bacia do
Sapucaí
Áreas Urbanizadas 141,21 1,5
Floresta Estacional Semi-Decidual 986,40 10,4
Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa 243,45 2,6
Pastagem 3.492,11 36,9
Agricultura 4.330,51 45,8
Áreas onde a imagem esta coberta por nuvens 271,28 2,9
FONTE: Vida Meio Ambiente (Mapa de Uso e Ocupação)
A bacia é densamente povoada e possui alto grau de urbanização (77 %), porém as áreas
urbanizadas ocupam apenas 1,5% de seu território. Muitas dessas áreas estão sujeitas a
inundação periódica por ocuparem APP’s: várzeas inundáveis e margens de córregos e rios.
Áreas agrícolas e pastagens ocupam, juntas, 782.263,42 hectares (ha), o que representa
82,6 % da área total. Verifica-se que 45,8% do território da bacia são cultivados
(433.051,45 ha) e quase 37 % dele está coberto por pastos.
A Mata Atlântica, hoje, cobre 13 % do território da bacia: 10,4 % representados pela
fitofisionomia Floresta Estacional Semidecidual e 2,6% por florestas Ombrófilas (na qual
ocorrem araucárias). Apesar de ser um percentual pequeno em relação à cobertura original
esse valor é maior do que a média nacional uma vez que, no Brasil como um todo, a Mata
Atlântica foi reduzida a menos de 7% da área que ocupava originalmente.
Em todos os trechos predominam pastagens, com destaque para o Alto Sapucaí, conforme
pode ser conferido no Gráfico 3. Em segundo lugar, figuram áreas cultivadas, que ocupam
maior percentual da área dos estabelecimentos no trecho baixo da bacia, onde as lavouras
são favorecidas pela topografia menos acidentada.
55
37,9
50,1
8,5
27,0
58,8
23,2 22,3
61,7
13,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0%deutilização
Baixo
Sapucaí
Médio
Sapucaí
Alto Sapucaí
Trecho da BHRS
Utilização das terras dos estabelecimentos
agropecuários na BHRS - 2006
Lavouras
Pastagens
Matas e florestas
Gráfico 3 – Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários segundo
trechos da bacia do rio Sapucaí – 51 municípios
Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006
Por outro lado, as terras cobertas por matas e florestas, que representam 28 % da área dos
estabelecimentos agropecuários no Brasil, alcançam percentuais que variam entre 8,5 % e
23,2 % da área dos mesmos estabelecimentos na bacia do rio Sapucaí (Tabela 8). O menor
percentual pertence ao Baixo Sapucaí e o maior ao trecho médio da bacia. O Alto Sapucaí
possui a maior faixa contínua de matas e florestas, nas terras altas da Serra da Mantiqueira,
mas essa categoria representa 13,8 % da área dos estabelecimentos agropecuários nos
municípios desse trecho.
Tabela 8 - Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários em 2006 -
Percentual (%)
Localização Lavouras Pastagens Matas e florestas
Brasil agricultura familiar 22,0 45,0 28,0
Brasil Não familiar 17,0 49,0 28,0
Baixo Sapucaí 37,9 50,1 8,5
Médio Sapucaí 27,0 58,8 23,2
Alto Sapucaí (total) 22,3 61,7 13,8
Vertente mineira 27,2 58,3 17,2
Vertente paulista 66,5 15,0 14,2
FONTE: IBGE, Censo Agropecuário 2006
56
De acordo com o Censo Agropecuário 2006 foram identificados 28.864 estabelecimentos
agropecuários nos municípios da bacia do rio Sapucaí, sendo que 97,8% deles estão no
território mineiro. Os estabelecimentos agropecuários ocupam mais de um milhão de
hectares (1.164.792 ha) nos 51 municípios da bacia. Estabelecimentos comandados pela
agricultura familiar apesar de representar, em 2006, 83,8 % do número total, ocupavam
41,2% da área. Este resultado mostra uma estrutura agrária ainda concentrada, embora
essa concentração seja menor do que a encontrada no Brasil onde os estabelecimentos
familiares representavam 84,4 % do total dos estabelecimentos, mas ocupavam 24,3% da
área.
O Baixo Sapucaí é o trecho da bacia do rio Sapucaí onde se encontrava a maior
concentração fundiária, como pode ser observado no Gráfico 4. A concentração só era
maior nos três municípios paulistas da bacia nos quais a agricultura familiar ocupava 27 %
da área e representava 70% do total de estabelecimentos.
Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar
84
79
66
80 79
87
27
37 36
82
15
4244
24
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Brasil
M
inas
G
erais
São
Paulo
Sulde
M
inas
Baixo
SapucaíM
édio
Sapucaí
Alto
Sapucaí
%
Percentual em relação ao total de estabelecimentos agropecuários
Área ocupada (%)
Gráfico 4 – Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar
FONTE: IBGE, Censo Agropecuário, 2006
57
Agropecuária
Com o objetivo de caracterizar o uso agrícola do solo foram analisados os dados da
Produção Agrícola Municipal, 2007. O trabalho de análise das estatísticas foi no sentido de
identificar quais são as culturas mais expressivas na região em termos da área espacial que
ocupam, e não da produtividade ou de seu rendimento financeiro. Isso porque os principais
impactos da agricultura sobre os recursos hídricos estão associados ao manejo da terra
(pela exposição a processos erosivos, quando não são utilizadas técnicas de conservação
do solo) e ao uso intensivo de agroquímicos (adubos e agrotóxicos) elementos
potencialmente contaminantes dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
A Tabela 9 e os Gráficos 5 e 6 ilustram as culturas permanentes e temporárias de destaque
na bacia. No Gráfico 5, constam as principais culturas em termos de área plantada
(hectares) e, no Gráfico 6, os três primeiros produtos agrícolas cultivados, também
considerando o tamanho da área plantada. Em ambos os casos são considerados os 48
municípios mineiros com território rural na área da bacia.
Tabela 9 - Principais produtos da lavoura temporária e permanente Minas Gerais – 2007
Municípios onde a cultura é
plantadaPrincipais produtos Área plantada (ha)
No. %
Café 99.405 31 64,6
Milho 43.668 47 97,9
Feijão 9.256 26 54,2
Batata 7.753 20 41,7
Banana 5.095 9 18,8
FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007
58
Principais culturas em termos de área plantada (ha)
48 municípios da Bacia do Sapucaí
99.405
43.668
7.753
9.256
5.095 CAFÉ
MILHO
FEIJÃO
BATATA
BANANA
Gráfico 5 – Principais culturas em termos de área plantada: lavouras temporária e
permanente.
FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007
Apesar de ser uma região de policultivos, a cafeicultura tem grande expressão ocupando
vasta área territorial. O café é o carro chefe na lavoura permanente. Essa cultura está
presente em 64,6% dos municípios e é uma das 3 principais em 22% deles (Gráfico 6). A
cafeicultura, atividade iniciada na região Sul de Minas no século XIX, ocupa 99.405 ha, o
que representa mais de 10% da área territorial da bacia. Minas Gerais é o maior produtor de
café do país, responsável por 58% do total do café brasileiro. O Sul de Minas Gerais, por
sua vez, responde por 53% da produção estadual.
59
PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS
Proporção de municípios em que a cultura é uma
das 3 principais EM ÁREA PLANTADA
14%
22%
33%
18%
3%
6%1%3%
BANANA
BATATA
CAFÉ
MILHO
FEIJÃO
MANDIOCA
ARROZ
CANA
Gráfico 6 – Principais produtos agrícolas nos municípios com território na Bacia
Hidrográfica do Rio Sapucaí
FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007
A cafeicultura, em geral ocupa áreas de declividade acentuada sujeitas a processos de
intemperismo. Houve um avanço significativo na forma de seu manejo produtivo, com a
difusão de novas técnicas como plantio em curvas de nível, utilização de cobertura do solo e
sombreamento1
, tornando menores os riscos ambientais (IGA, 2007). Porém, a exploração
intensiva do solo no modelo convencional de agricultura2
e o manejo inadequado leva, em
alguns casos, à exposição do solo à erosão. O contraste entre áreas com resultados
diferentes em relação à exposição do solo pode ser visto nas Fotos 13 e 14.
1
O sombreamento de cafezais vem sendo utilizado no Brasil, assim como em outros países, com o
objetivo de aumentar a sustentabilidade socioambiental, permitindo aumento da biodiversidade,
melhor conservação do solo e menor dependência de insumos externos ao sistema produtivo.
Cafezais manejados com base em princípios agroflorestais em propriedades da agricultura familiar,
além de prestar bons serviços ambientais, como na conservação dos solos, têm resultado em
melhoria da qualidade dos produtos colhidos. Esta técnica utiliza espécies de maior porte para
promover sombra sobre a plantação.
2
A agricultura convencional baseia-se na monocultura, no uso intensivo de insumos externos (como
adubos e agrotóxicos) e na mecanização.
60
Fotos 13 e 14 – Plantações de café em encostas e os sinais evidentes de degradação
e exposição do solo à erosão na foto da direita.
Entre os produtos da lavoura temporária, destacam-se o milho, uma das principais culturas
em 97,9% dos municípios, e o feijão, cultura tradicional da agricultura familiar, presente
entre as principais lavouras em 54,2% dos municípios. Do ponto de vista ambiental deve-se
estar atento a essas culturas em função da forma convencional de plantio utilizada pela
maioria dos produtores. O revolvimento e exposição do solo (aração profunda e gradagem3
),
em especial na safra de verão, favorece processos erosivos. O uso freqüente de maquinário
pesado nas práticas agrícolas (tratores) ao mesmo tempo em que revolve a camada
superficial do solo promove a compactação das camadas mais profundas, dificultando a
penetração da água e favorecendo o escorrimento superficial.
A batata também aparece com destaque. Em 2007, ocupou 7.753 hectares, sendo um dos
três principais cultivos (em termos de área plantada) em 14% dos municípios, e estando
presente em 47,5% deles. A bataticultura tem características peculiares que exigem atenção
especial. É uma cultura migratória, faz uso de grande quantidade de agrotóxicos e, sendo
uma cultura de inverno exige irrigação, fator agravante em termos do seu potencial de
impacto ambiental. Um dos grandes desafios apresentados por essa cultura deriva do fato
de sua exploração ser predominantemente realizada por arrendatários de terra e não por
proprietários. Não sendo proprietários, poucos bataticultores utilizam práticas de
conservação do solo (terraceamento, plantio em curva de nível), contribuindo assim para o
processo erosivo e para a contaminação dos cursos de água pelos resíduos químicos. Isso
é agravado ainda mais pela dificuldade que os órgãos de orientação técnica têm em realizar
3
Utilização de implemento agrícola (grade) para revolvimento e destorroamento do solo.
61
Reservatórios e/ou Barragens
Pode-se considerar atualmente na bacia do Sapucaí como grandes projetos de Engenharia
Hídrica:
As barragens para contenção de cheias, cujos projetos e licenciamentos devidos
estão em andamento junto ao órgão ambiental municipal. A empresa responsável
pela elaboração dos estudos é a COPASA. Essas barragens são brevemente
comentadas no estudo de Compatibilização de Alternativas das Disponibilidades e
Demandas Hídricas;
Três PCH’s - Pequenas Centrais Hidrelétricas existentes no Alto Sapucaí: PCH Luiz
Dias – Itajubá; PCH São Bernardo – Piranguçu; PCH Ninho da Águia (em
construção) - Delfim Moreira.
Existem ainda na bacia diversos processos de Licenciamento de barragens para geração de
energia elétrica, conforme pode ser observado no Quadro 4.
62
Quadro 4 – Pedidos de licença ambiental para barragens de energia elétrica na bacia do rio Sapucaí
FOB / ano FCE / ano
Data de
emissão
Empreendimento Objeto(s) de Licenciamento
Órgão de
Origem
Município Tipo
69972/2005 31069/2005 13/4/2005
ASSOCIAÇÃO PRÓ
ENERGIAS RENOVÁVEIS
USINA HIDRELÉTRICA IGAM ITAJUBÁ LP
192869/2005 009035/2005 15/7/2005
PCH REPI - REDE
ELÉTRICA PIQUETE -
APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO - PCH R
FEAM
WENCESLAU
BRAZ
LO
201230/2005 R039092/2005 22/7/2005
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGENS DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - H
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LO
204574/2005 R038778/2005 26/7/2005 JOSÉ RIBEIRO BUENO
BARRAGENS DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - H
SUPRAMSM CAMBUÍ LO
153927/2006 F022487/2006 14/9/2006
CEMIG GERAÇÃO E
TRANSMISSÃO S.A - P
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA HIDR
FEAM ITAJUBÁ LO
1870/2007 R094465/2006 3/1/2007
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA HIDR
SUPRAMSM ITAJUBÁ LO
478259/2007 R086991/2007 21/9/2007
CENTRAL DE GERAÇÃO
HIDRELÉTRICA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM CAMBUÍ LI
481174/2007 R089953/2007 24/9/2007
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM ITAJUBÁ LO
556622/2007 R095856/2007 29/10/2007
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LO
375115/2008 R073954/2008 29/7/2008
CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA CACHO
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM
DELFIM
MOREIRA
LP+LI
478336/2008 R090688/2008 29/7/2008
CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA FUNIL
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA, LIN
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LP+LI
478523/2008 R090713/2008 29/7/2008
CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA QUINC
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LP+LI
63
FOB / ano FCE / ano
Data de
emissão
Empreendimento Objeto(s) de Licenciamento
Órgão de
Origem
Município Tipo
513658/2008 R098346/2008 8/8/2008
CENTRAL DE GERAÇÃO
HIDRELÉTRICA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM CAMBUÍ LI
153139/2009 R205829/2009 22/4/2009
CENTRAL GERADORA
HIDRELÉTRICA CACHO
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM
DELFIM
MOREIRA
LP+LI
388924/2009 R252489/2009 31/7/2009
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA, SUB
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LO
409491/2009 R256798/2009 7/8/2009
CENTRAL DE GERAÇÃO
HIDRELÉTRICA DE
SUBESTAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA, BAR
SUPRAMSM CAMBUÍ LO
158557/2008 R030607/2008 31/8/2009 PCH RIO MANSO
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA - HI
SUPRAMSM ITAJUBÁ LP+LI
207380/2010 R034753/2010 30/3/2010
INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO
BRA
BARRAGEM DE GERAÇÃO
DE ENERGIA HIDR
SUPRAMSM
WENCESLAU
BRAZ
LO
64
Industrias
Em relação a presenças de indústrias na bacia do rio Sapucaí, destaca-se os municípios de
Santa Rita do Sapucaí (Vale da eletrônica), Itajubá e Pouso Alegre.
As principais indústrias existentes na bacia podem ser visualizadas no Quadro 5.
Quadro 5 – Principais Industrias na bacia do Rio Sapucaí
Empreendimento Atividade Município Classe
AEES POWER SYSTEM DO BRASIL
SISTEMAS ELÉTRICOS (EX AFL DO
BRASIL LTDA)
Fabricação de componentes
eletro-eletrônicos.
Itajubá 5
AREVA TRANS. & DIST. DE ENERGIA
LTDA(EX-ALSTOM TRANS. & DIST. ENE
Fabricação de componentes
eletro-eletrônicos.
Itajubá 5
HELICOPTEROS DO BRASIL S.A. -
HELIBRAS
Fabricação, montagem e
reparação de aeronaves,
fabricação e reparação de
turbinas e motores de aviação.
Itajubá 5
HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E
COMERCIO LTDA
Fabricação de produtos de
perfumaria e cosméticos.
Itajubá 5
HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E
COMERCIO LTDA
Fabricação de produtos de
perfumaria e cosméticos.
Itajubá 5
HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E
COMERCIO LTDA
Fabricação de produtos de
perfumaria e cosméticos.
Itajubá 5
FRIGORÍFICO VALE DO SAPUCAÍ LTDA
Abate de animais de médio e
grande porte (suínos, ovinos,
caprinos, bovinos, eqüinos,
bubalinos, muares, etc.).
Itajubá 6
INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO
BRASIL - IMBEL
Fabricação de material bélico. Itajubá 6
CIMED INDUSTRIA DE MEDICAMENTOS
LTDA.
Fabricação de medicamentos
exceto aqueles previstos no item
C-05-01
Pouso
Alegre
5
LABORATÓRIO SANOBIOL LTDA
Fabricação de medicamentos
exceto aqueles previstos no item
C-05-01
Pouso
Alegre
5
SILVER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE
ACESSÓRIOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
LTDA
Moldagem de termoplástico
organo-clorado, sem a utilização
de matéria-prima reciclada ou
com a utilização de matéria-prima
reciclada a seco.
Pouso
Alegre
5
UNIAO QUIMICA FARMACEUTICA
NACIONAL S.A.
Fabricação de medicamentos
exceto aqueles previstos no item
C-05-01
Pouso
Alegre
5
AUTOMOTIVA USIMINAS S.A EX
(USIPARTS S.A SISTEMAS
AUTOMOTIVOS)
Fabricação de peças e acessórios
para veículos rodoviários,
ferroviários e aeronaves
Pouso
Alegre
6
65
Empreendimento Atividade Município Classe
UTE YBARE POUSO ALEGRE
Produção de energia
termoelétrica.
Pouso
Alegre
6
LEUCOTRON EQUIPAMENTOS LTDA.
Montagem de máquinas,
aparelhos ou equipamentos
paratelecomunicação e
informática.
Santa Rita
do
Sapucaí
3
METAGAL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Fabricação de peças e acessórios
para veículos rodoviários,
ferroviários e aeronaves
Santa Rita
do
Sapucaí
3
SENSE ELETRÔNICA LTDA
Fabricação de componentes
eletro-eletrônicos.
Santa Rita
do
Sapucaí
3
TJM ESTAMPARIA DE METAIS LTDA
Estamparia, funilaria e latoaria
com ou sem tratamento químico
superficial.
Santa Rita
do
Sapucaí
3
LINEAR EQUIPAMENTOS ELETRONICOS
S/A
Montagem de máquinas,
aparelhos ou equipamentos
paratelecomunicação e
informática.
Santa Rita
do
Sapucaí
4
ELETRONICPELL INDÚSTRIA E
COMÉRCIO DE EMBALAGENS,
CIRCUITOS E GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS INDUSTRIAIS
Outras formas de tratamento ou
de disposição de resíduos não
listadas ou não classificadas.
Santa Rita
do
Sapucaí
5
METAGAL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Fabricação de peças e acessórios
para veículos rodoviários,
ferroviários e aeronaves
Santa Rita
do
Sapucaí
6
M.H MINERACAO (EX - MIN. ITAMINAS
LTDA)
EXTR.DE OUTROS MINERAIS
NAO METALICOS
Delfim
Moreira
II - A
LAVRA DE QUARTZITO
EXTR.DE OUTROS MINERAIS
NAO METALICOS
Delfim
Moreira
II - A
BRITA CAMBUI INDUSTRIA E COMERCIO
LTDA
Extração de rocha para produção
de britas com ou sem tratamento
Cambuí 3
LINHA DE TRANSMISSÃO CAMBUÍ 2 -
PARAISÓPOLIS E ITAJUBÁ 3 -
PARAISÓPOLIS 138 KV
Linhas de transmissão de energia
elétrica
Cambuí 3
LATICÍNIOS HELOÍSA LTDA
Preparação do leite e fabricação
de produtos de laticínios.
Cambuí 3
VALESTAMP INDUSTRIA E COMERCIO
LTDA.
Estamparia, funilaria e latoaria
com ou sem tratamento químico
superficial.
Cambuí 3
PREVENT THIERRY BRASIL LTDA
Fabricação de peças e acessórios
para veículos rodoviários,
ferroviários e aeronaves
Cambuí 5
66
5. DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL
A quantificação hídrica neste estudo além de se basear nos indicadores de variáveis
hidrológicas mínimas tais como: vazão mínima de 7 dias consecutivos e vazão mínima com
95% de permanência no tempo; tratará da vazão média de longo período (média das vazões
médias diárias anuais) e da vazão máxima diária anual. Para um melhor entendimento
espacial dessas variáveis, a bacia é subdividida em Alto, Médio e Baixo Sapucaí. Para tanto
visando um melhor entendimento da disponibilidade hídrica na bacia serão considerados os
rios mais significativos e de maior contribuição hídrica dentro da bacia.
Neste estudo, trabalhou-se com dados de estações isoladas e também se fez uso de
regionalizações de outros estudos existentes na bacia, o que será detalhado adiante. As
equações de ajustes desses estudos servirão como base de comparação bem como
complementação de informações necessárias para quantificar as vazões na bacia do
Sapucaí como um todo.
5.1 Estudos hidrológicos já realizados na bacia
Maia (2003) em seu trabalho entitulado ‘Estabelecimento de Vazões de Outorga na Bacia
Hidrográfica do Alto Sapucaí, com a utilização de Sazonalidade’ quantificou a Q7,10 (vazão
mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de recorrência) de 26 estações
fluviométricas localizadas na região do Alto Sapucaí. As séries de dados foram extraídas da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Várias curvas de distribuição de probabilidade teóricas encontradas na literatura foram
utilizadas por Maia (2003), sendo a de melhor ajuste utilizada para obter os valores da Q7,10.
Maiores detalhes podem ser vistos no trabalho de Maia (2003). Aqui serão utilizadas apenas
informações que servirão de apoio a este trabalho.
Para os locais onde não há registros fluviométricos Maia (2003), considerando as 26 sub-
bacias, propôs a equação de regionalização (Eq.01) para Q7,10 em função da área de
drenagem da bacia (Ab)
Q7,10 = 0,0055 Ab (Eq. 01)
Sendo:
Ab = área de drenagem da bacia, em km².
Q7,10 = vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de recorrência,
em m³/s.
67
A Tabela 10 a seguir contém um resumo das estações utilizadas por Maia (2003)
Tabela 10 – Dados das estações fluviométricas utilizadas por Maia (2003).
C ódigo E s tação L atitude L ongitude C urso de água
61250000 Fazenda da G uarda -22 41 16 -45 28 47 R io S apucaí
61255000 Vila Maria -22 36 00 -45 23 00 R ib.S ão Bernardo
61266000 Fazenda C órrego Alegre -22 32 00 -45 27 00 R ib. do Ataque
61267000 Delfim Moreira -22 30 35 -45 17 12 R ib. do Taboão
61271000 Itajubá -22 26 36 -45 25 35 R io S apucaí
61272000 Itajubá -22 26 00 -45 27 00 R io S apucaí
61280000 Bairro S anta C ruz -22 24 25 -45 12 54 R io Lourenço Velho
61285000 S ão J oão de Itajubá -22 22 31 -45 26 54 R io Lourenço Velho
61295000 Brasópolis -22 28 11 -45 37 19 R ib. Vargem G rande
61305000 S anta R ita do S apucaí -22 15 05 -45 42 32 R io S apucaí
61317000 Posto Fiscal R io Negro -22 46 00 -45 45 00 R io Pequeno
61323000 Usina Paraisópolis -22 36 00 -45 47 00 R ib. Vermelho
61335000 C achoeira Gonçalves -22 34 00 -45 53 00 R io C apivari
61343000 Bairro do Analdino -22 33 54 -45 53 01 R io C apivari
61350000 C onceição dos Ouros -22 24 52 -45 37 31 R io S apucaí Mirim
61360000 C ambuí -22 36 26 -46 00 31 R io Itaim
61370000 Ponte do R odrigues -22 21 14 -45 51 17 R io Itaim
61380000 Pouso Alegre -22 13 00 -45 59 00 R io Mandu
61405000 Usina S ão Miguel -22 00 00 -45 00 00 R ib. S ão Miguel
61429000 Itanhandu -22 17 40 -44 56 12 R io Verde
61431000 Bairro S ão G eraldo -21 23 00 -44 58 00 R io Passo Quatro
61434000 Itanhandu -22 17 00 -45 00 00 R io Passo Quatro
61440000 Itamonte -22 17 00 -44 38 00 R io C apivari
61443000 C onquista -22 15 00 -44 50 00 R ib. da C onquista
61447000 Usina Pouso Alto -22 12 00 -44 58 00 R ib. Pouso Alto
61450000 S ão Lourenço -22 07 00 -45 05 00 R io Verde
Obs.: Algumas dessas estações encontram-se desativadas atualmente.
A Eq.01 é melhor aplicada em trechos de rios situados na região do Alto Sapucaí.
Outro estudo mais detalhado e completo com informações hidrológicas regionalizadas da
sub-bacia do Sapucaí está disponível no ‘Atlas Digital das Águas de Minas’, sendo grande
parte dos resultados disponível para consultas através do site http//www.hidrotec.ufv.br. Na
técnica de regionalização hidrológica feita para a bacia do rio Grande, onde a sub-bacia do
Sapucaí (GD5) está inserida, estimou-se as seguintes variáveis hidrológicas: vazão média
de longo período, curvas de permanência e curvas de regularização.
Os Modelos gerados com as variáveis e funções hidrológicas disponibilizadas, de interesse
nesse estudo, ao longo dos cursos de água são conforme Eqs.02 a 08.
Q7,10 = 0,00686 A 0,9495
Eq.02
Qmlp = 0,0299 A 0,9515
Eq.03
68
Q95 = 0,0089 A 0,9667
Eq.04
Qmax10 = 0,4871 A 0,8425
Eq.05
Qmax20 = 0,5606 A 0,8425
Eq.06
Qmax50 = 0,6556 A 0,8425
Eq.07
Qmax100 = 0,7269 A 0,8425
Eq.08
Sendo:
A = Área de drenagem à montante da seção, km2
;
Qmlp = Vazão média de longo período, m3
/s;
Q7,10 = Vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos, m3
/s;
Q95 = Vazão com intervalo diário e 95% da curva de permanência, m3
/s;
Qmax 10 = Vazão máxima diária anual com Tr = 10 anos, m3
/s;
Qmax 20 = Vazão máxima diária anual com Tr = 20 anos, m3
/s;
Qmax 50 = Vazão máxima diária anual com Tr = 50 anos, m3
/s;
Qmax 100 = Vazão máxima diária anual com Tr = 100 anos, m3
/s;
O Intervalo das áreas de drenagem recomendado para a aplicação dos modelos das
variáveis e funções hidrológicas estudadas (Eqs. 02 a 08) está entre 72,8 km2
a 14.854 km2
.
Vale ainda destacar que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, atualmente, aceita
para estudos de outorga no estado de Minas Gerais as informações de vazão
disponibilizadas no Atlas Digital.
5.2 Metodologia de Quantificação de Disponibilidade Hídrica
Conforme mencionado, a análise de freqüência dos eventos extremos pode ser local,
utilizando-se a série de dados de uma única estação fluviométrica, ou regional, fazendo uso
dos dados de várias estações de uma região. Neste estudo, trabalhou-se com análise de
freqüência de eventos extremos utilizando-se de série de dados de estações isoladas dentro
da bacia e, para os casos onde há falta de dados, fez uso de regionalizações de outros
69
estudos hidrológicos já existentes para a bacia, adotando-se um fator de correção,
objetivando ajustar o modelo para as reais condições da sub-bacia do Sapucaí.
A Figura 6 ilustra as estações fluviométricas que foram utilizadas para estudar a bacia em
questão e que serão tomadas como referência para obtenção das variáveis hidrológicas em
pontos onde não possuem estações. Em seguida, a Tabela 11 contém os códigos e nomes
dessas estações, com as respectivas áreas de drenagem, localização na bacia e o período
da série histórica considerada. Todas as estações citadas estão ativadas até o presente
momento.
70
Figura 6 – Estações fluviométricas adotadas para o estudo hidrológico da bacia do rio
Sapucaí.
71
Tabela 11 – Dados das estações fluviométricas utilizadas.
Código Estação Latitude Longitude Curso de água Ad (km2
) Período
61267000 Delfim Moreira -22 30 30 -45 17 13 Rib. do Taboão 76 1940-2003
61271000 Itajubá -22 26 34 -45 25 38 Rio Sapucaí 869 1973-2002
61280000 Bairro Santa Cruz -22 22 14 -45 12 57 Rio Lourenço Velho 270 1966-2003
61295000 Brasópolis -22 28 11 -45 37 19 Rib. Vargem Grande 158 1937-2002
61305000 Santa Rita do Sapucaí -22 15 05 -45 42 32 Rio Sapucaí 2811 1929-2002
61350000 Conceição dos Ouros -22 24 52 -45 47 31 Rio Sapucaí Mirim 1307 1934-2005
61370000 Ponte do Rodrigues -22 22 14 -45 53 17 Rio Itaim 745 1937-2002
61390000 Vargem do Cervo -22 06 59 -45 55 04 Rio do Cervo 485 1937-1988
61410000 Careaçu -22 03 14 -45 41 58 Rio Sapucaí 7346 1965-2003
61425000 Paraguaçu -21 35 07 -45 40 26 Rio Sapucaí 9424 1960-2007
A análise de cada série histórica foi realizada com o auxílio do software Regionalização
Hidrológica RH4.0, ferramenta esta utilizada na regionalização contida no ‘Atlas Digital de
Minas’ mencionado. O RH4.0 trata-se de um programa computacional eficiente em estudos
de quantificação de recursos hídricos, possibilitando obter as variáveis e funções
hidrológicas de forma simples e rápida, em base científico-tecnológica, consoante com a
agilidade que as decisões, no âmbito da administração dos recursos hídricos requerem.
5.2.1 Pontos Notáveis
Os pontos notáveis selecionados foram em exutórios de sub-bacias dos principais afluentes
da bacia e em pontos ao longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem cronológica partindo do
Alto Sapucaí até a foz da bacia e foram utilizados no estudo de disponibilidade e Balanço
Hídrico.
A Figura 7 representa esses pontos espacialmente e em seguida apresenta-se uma breve
descrição de cada um desses pontos notáveis.
72
Figura 7 – Pontos notáveis da Q7,10 para a bacia do Sapucaí.
73
Ponto 01: ponto localizado no rio Lourenço Velho, na divisa dos municípios de Itajubá
e São José do Alegre. A montante do ponto, seguindo o curso do Lourenço Velho, há
as cidades de Maria da Fé, Delfim Moreira, Marmelópolis, Virgínia e Passa Quatro.
Região com predomínio de atividades agrosilvipastoris. Destaca-se a produção de
batata e azeitona no município de Maria da Fé. Os municípios a montante não
apresentam tratamento de esgoto. Em termos de demanda de água o principal uso a
montante deste ponto notável é o abastecimento público. No rio Lourenço Velho
existe a Usina Hidrelétrica Luiz Dias, operando com 2(dois) geradores, e pertencente
a CEMIG.
Ponto 02: localizado no Rio Sapucaí, após a confluência com o rio Lourenço Velho
nos municípios de Piranguinho e São José do Alegre. A montante deste ponto tem-
se a cidade de Itajubá. A principal característica da bacia a montante deste ponto é a
inexistência de tratamento de esgoto no município de Itajubá e os abatedouros
existentes na região, que apesar de apresentarem sistema de tratamento, ainda
assim lançam um efluente com grande carga de matéria orgânica. O principal uso a
montante deste ponto notável é o abastecimento público e o consumo industrial. De
acordo com os dados do IBGE/SIDRA (2000), no município de Piranguinho 23,24%
das moradias apresentam fossa rudimentar, o que contribui para a degradação
ambiental da região.
Ponto 03: localizado no Ribeirão Vargem Grande, na divisa dos municípios de
Piranguinho e Cachoeira de Minas. A montante do ponto encontra-se a cidade de
Brasópolis, com uma economia voltada para a agropecuária, aonde a banana vem
se destacando. Há também pequenas áreas isoladas com eucalipto. Predominam
nas áreas a montante a pastagem, com ocorrência de remanescentes isolados
ocupando desde várzeas a encostas, e em alguns pontos coalescendo com as
formações ciliares. Grande parte da faixa ribeirinha ao rio Vargem Grande ainda se
encontra coberta por matas ciliares, muitas com aspecto de mata paludosa, ou seja,
apresentam seu solo com elevado nível de saturação hídrica. Além das propriedades
rurais na área existem alguns ranchos construídos por piscicultores, que
desenvolvem criação de peixes em açudes, destinados à comercialização através da
Associação dos Piscicultores de Brasópolis, que promove feira na ocasião da
Semana Santa.
Ponto 04: ponto no Rio Capivari, localizado no município de Conceição dos Ouros. É
um município que tem algumas indústrias (principalmente indústria de polvilho, gesso
e duas do setor automobilístico). O principal uso a montante deste ponto notável é o
74
consumo industrial, com quase 80% da vazão outorgada. Outro município que
integra este ponto é Gonçalves, com uma população de 4.270 habitantes (IBGE,
2007). Gonçalves é umas das poucas cidades da bacia que apresenta tratamento de
esgoto, atendendo uma população de 1.372 habitantes e com eficiência de 80% da
redução de DBO – demanda bioquímica de oxigênio.
Ponto 05: Localizado no rio Itaim, nas divisas dos municípios de Pouso Alegre e
Cachoeira de Minas. A montante do ponto encontra-se o município de Estiva, cuja
estrutura básica econômica está vinculada ao setor primário, apresentando uma
produção significativa, em alguns produtos agrícolas, entre eles o morango. Destaca-
se ainda a produção de hortícolas. Dentre as mais plantadas, podemos citar: alface,
abóbora, pepino, tomate, cenoura, quiabo, jiló, pimentão, maxixe, couve-flor,
mandioquinha, salsa e vagem. No setor industrial algumas pequenas indústrias
instaladas ocupam os segmentos de confecções, laticínios e tintas. O principal uso
da água a montante deste ponto notável é o abastecimento público, com quase 85%
da vazão outorgada.
Ponto 06: Ponto no Rio Sapucaí-Mirim, localizado no município de Cachoeira de
Minas, a montante da confluência com o Rio Itaim. As atividades econômicas mais
importantes no município são a agropecuária e cafeicultura. Por ser uma cidade com
poucos habitantes, Cachoeira de Minas possui pouquíssimas indústrias. Há fábricas
de confecção de roupas e uma indústria de fios e cabos elétricos. A cidade também
produz mandioca que serve como matéria prima do polvilho na cidade vizinha de
Conceição dos Ouros. A montante deste ponto, o abastecimento público é o uso da
água de maior vazão outorgada, com 50,7%, seguido da mineração (22,7%).
Ponto 07: localizado no Rio Sapucaí-Mirim, no município de Pouso Alegre antes da
confluência com o rio Mandu. A montante do ponto prevalece áreas de agricultura.
Entretanto, o principal uso da água a montante deste ponto notável é o
abastecimento público, com 84% da vazão outorgada. O índice de qualidade das
águas neste ponto é considerado médio. Os fatores de pressão neste ponto são
lançamento de esgoto sanitário, atividade minerária, erosão, carga difusa,
assoreamento e agricultura.
Ponto 08: ponto no Rio Mandu, localizado no município de Pouso Alegre. A montante
do ponto, ainda no município de Pouso alegre, prevalece áreas de agricultura da
Zona Rural de Pouso Alegre. Mais a montante encontra-se o município de Borda da
Mata, onde também prevalece a agricultura. A agropecuária, base do
desenvolvimento da cidade, vem lentamente perdendo espaço para a indústria têxtil,
75
manufaturada, alimentícia e artesanal. Malharias, produção de lingerie, de artefatos
de madeira, de doces caseiros, de queijos, de mel são algumas das atividades
específicas da economia local. Borda da Mata é também o pólo da produção de
pijamas do Estado de Minas Gerais. Em relação às outorgas concedidas, o principal
uso a montante é o abastecimento público, 89,9% da vazão outorgada.
Ponto 09: localizado no rio Sapucaí-Mirim, no município de Pouso Alegre após a
confluência do Rio Mandu. O principal problema deste ponto está relacionado ao
lançamento de esgotos provenientes do município de Pouso Alegre no rio Sapucaí-
Mirim, já que o município não possui estação de tratamento de esgoto. O índice de
qualidade das águas (IQA) neste ponto é considerado médio, e os fatores de
pressão são o lançamento de esgoto sanitário, carga difusa e erosão.
Ponto 10: ponto no Rio do Cervo, na divisa dos municípios de Pouso Alegre e
Espírito Santo do Dourado. A montante do ponto está a cidade de Congonhal onde
prevalece área de agricultura. O ponto forte da cidade são as indústrias de
confecção. O uso predominante da água ao longo da bacia do Cervo são o
abastecimento público e a irrigação, com 42,8% e 40,5%, respectivamente, da vazão
outorgada. O índice de qualidade das águas (IQA) na bacia do Cervo foi considerado
médio da nascente a cidade de Congonhal, ruim de Congonhal a Espírito Santo do
Dourado e bom de Espírito Santo do Dourado até a sua foz.
Ponto 11: localizado no Rio Sapucaí, no município de Santa Rita do Sapucaí. Santa
Rita do Sapucaí é conhecida em Minas Gerais por sua vanguarda no ramo da
eletrônica e telecomunicações, pois tem um arranjo produtivo local dessas indústrias.
Depois do seu grande desenvolvimento, ficou conhecida como "Vale do Silício"
brasileiro. A região apresenta uma grande quantidade de indústrias e não possui
estação de tratamento de esgoto. Possui 2(dois) centros empresariais e mais de 110
empreendimentos de base tecnológica nas áreas de eletrônica, informática,
telecomunicações, têxtil e administração. Um dos problemas encontrados a
montante foram as extrações de areia ao longo do rio Sapucaí. A cidade de Santa
Rita do Sapucaí também sofre com a questão das enchentes devido ao fato de ter-se
desenvolvido ás margens do rio Sapucaí e por se encontrar em áreas de baixas
declividades. O principal uso da água a montante deste ponto é o abastecimento
público, com 89,6% da vazão outorgada.
Ponto 12: ponto no Rio Sapucaí, localizado na divisa do município de São Sebastião
da Bela Vista e Silvanópolis. Ambas as cidades não possuem tratamento de Esgoto.
O território de ambas é ocupado por agricultura e pastagens. A montante desse
76
ponto o principal uso da água é o abastecimento público, com 85,7% da vazão
outorgada. Nas campanhas de Monitoramento do IGAM de 1997 a 2006, o IQA neste
ponto foi considerado médio. Os principais fatores de pressão são a agricultura, a
atividade mineraria e o lançamento de esgoto sanitário.
Ponto 13: localizado no rio Turvo, no município de Careaçu. Na área a montante do
ponto prevalece à agricultura, destacando o milho e o café. As reservas minerais
encontradas na região são de monazita, titânio (iemenita) e zircônio. Na pecuária
destaca-se a criação de galináceos e bovinos. Na parte industrial destaque para as
indústrias de confecção. O principal uso a montante é o consumo agroindustrial com
60,2% da vazão outorgada.
Ponto 14: ponto no rio Dourado, antes da confluência com o rio Sapucaí, na divisa
dos municípios de Machado e Paraguaçu. Machado destaca-se na produção de café.
A montante encontra-se o município de Turvolândia, cuja principal atividade está
voltado para a agricultura, destacando a produção de caqui. Os usos d’água
identificados a montante são o abastecimento público e irrigação, com 54,3% e
45,7%, respectivamente, da vazão outorgada.
Ponto 15: localizado no Rio Sapucaí, antes da confluência com o rio Dourado, na
divisa dos municípios de Cordislândia e Machado. Em Cordislândia a atividade
agropecuária é a dominante na economia local, com destaque para as lavouras de
café e gado leiteiro. Mais a montante está a cidade de São Gonçalo do Sapucaí cuja
economia está baseada no agronegócio, com culturas de café e milho e produção de
leite. O principal uso a montante deste ponto é o abastecimento público com 80,8%
da vazão outorgada.
Ponto 16: ponto no Rio Sapucaí na cidade de Paraguaçu próximo ao lago de Furnas.
O município é um dos poucos na bacia que apresenta tratamento de esgoto. O
município de Eloi Mendes está a montante do ponto 16, e destaca-se como produtor
de café e milho na região. Há também a produção de amendoim, arroz em casca,
banana e mandioca. O principal uso a montante deste ponto é o abastecimento
público com 77,2% da vazão outorgada. O IQA neste ponto foi, nos anos de 1997 a
2006, foi considerado médio. Os fatores de pressão neste ponto são a carga difusa,
agropecuária, erosão e assoreamento.
5.2.2 Vazões Características Mínimas
O Estado de Minas Gerais, por meio da Portaria Administrativa IGAM nº 010, de 3 de
dezembro de 1998, em seu artigo 8º, regulamenta como vazão de referência a vazão
77
mínima de sete dias de duração e dez anos de periodo de retorno, Q7,10 . Em alguns estados
utilizam-se as vazões de permanência no tempo, Q95. Portanto, para efeito de outorga de
uso da água, a disponibilidade hídrica é mensurada por meio de valores referenciais
mínimos:
A vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de retorno (Q7,10), é
uma referência do regime de estiagem do curso de água, utilizada como índice do
limite inferior da disponibilidade. Em Minas Gerais, essa é a vazão utilizada para fins
de outorga.
As vazões com intervalo diário e 95% de permanência são freqüentemente utilizadas
em sistemas de captação a fio d’água, como também em estudos de outorga de uso
de água superficial.
5.2.2.1 Obtenção da Q7,10
Para cada estação contida na Tabela 11 foi obitido o valor da Q7,10.
Dos valores de Q7 que serão apresentados, é importante destacar que:
A Q7 para o período de retorno de 10 anos da estação Paraguaçu quando obtida
através do modelo log Gumbel (foi o melhor ajuste possível entre os modelos) é
menor que o da estação a montante, denominada Careaçu. O mesmo ocorre para a
Q7, Tr =2 , Q7, Tr =5 e Q7, Tr =20. Acredita-se que explicação para o fato se deve aos
inúmeros anos sem registros na série histórica de vazões da Estação Paraguaçu.
Esse fato não deveria ocorrer tendo em vista que a estação Paraguaçu está em um
ponto mais a jusante que a estação Careaçu, ambas localizadas no Rio Sapucaí.
O fato de somente desconsiderar os anos sem registros na série de Paraguaçu não refletiu
o comportamento real das distribuições de freqüências dessas vazões levando ao resultado
inicialmente apresentado.
Tendo em vista que a estação Paraguaçu (Ver Figura 7) localiza-se no rio Sapucaí, sugere-
se utilizar a vazão específica da estação a montante (Careaçu) igual a q = 0,0047 m3
/s.km2
ou 4,7 L/s.km2
(Ver Tabela 11) e transportar aos valores de Q7 da estação de jusante
(Paraguaçu). Logo, para uma vazão específica de 0,0047m3
/s.km2
em uma área de 9424
km2
a Q7,10 é aproximadamente 44,75 m3
/s.
A Tabela 12 apresenta uma resumo dos valores de Q7,10 para as estações estudadas bem
como apresenta a disponibilidade hídrica em termos de vazão específica (q). A vazão
específica indica as regiões mais e menos produtoras de água ou que apresentam maior ou
menor rendimento dos mananciais baseados nas áreas de contribuições.
78
Tabela 12 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 e vazão específica (q).
C ódigo E s tação Ad (km
2
) Q7,10 (m
3
/s ) [1] q(L /s.km
2
)
61267000 Delfim Moreira 76 0,36 4,74
61271000 Itajubá 869 7,62 8,77
61280000 Bairro S anta C ruz 270 2,16 8,00
61295000 Brasópolis 158 0,53 3,35
61305000 S anta R ita do S apucaí 2811 16,39 5,83
61350000 C onceição dos Ouros 1307 4,66 3,57
61370000 P onte do R odrigues 745 2,52 3,38
61390000 Vargem do C ervo 485 1,78 3,67
61410000 C areaçu 7346 34,88 4,75
61425000 P araguaçu 9424 44,75 4,75
[1] Valores estimados através de modelos de probabilidade
De acordo com as sub-bacias das estações estudadas a vazão específica varia de
3,38 L/s.km2
até 8,77 L/s.km2
.
Comparação dos resultados da Q7,10 com as equações de ajustes Eqs.01 e 02
A Tabela 13 apresenta os resultados dos cálculos da Q7,10 para as estações da Tabela 11 e
compara com os resultados da Q7,10 obtidos com as equações de ajustes Eqs.01 e 02,
apresentadas no item 5.1 (págs.66 e 67, respectivamente).
79
Tabela 13 – Comparação dos valores da Q7,10 para as estações da Tabela 18 com os estimados pelas equações de ajustes Eqs.01 e 02
Código Estação Ad (km
2
) Q7,10 (m
3
/s) [1] Q7,10 (m
3
/s) [2] Q7,10 (m
3
/s) [3] FC = relação [2]/[1] FC = relação [3]/[1]
61267000 Delfim Moreira 76 0,36 0,42 0,42 0,86 0,86
61271000 Itajubá 869 7,62 4,78 4,24 1,59 1,80
61280000 Bairro Santa Cruz 270 2,16 1,49 1,40 1,45 1,55
61295000 Brasópolis 158 0,53 0,87 0,84 0,61 0,63
61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 16,39 15,46 12,91 1,06 1,27
61350000 Conceição dos Ouros 1307 4,66 7,19 6,24 0,65 0,75
61370000 Ponte do Rodrigues 745 2,52 4,10 3,66 0,62 0,69
61390000 Vargem do Cervo 485 1,78 2,67 2,43 0,67 0,73
61410000 Careaçu 7346 34,88 40,40 32,15 0,86 1,09
61425000 Paraguaçu 9424 44,75 51,83 40,72 0,86 1,10
[1] Valores estimados Prob. Log - Pearson tipo III
[2] Valores estimados pela Eq.01(Maia,2003)
[3] Valores estimados pela Eq.02 (Atlas Digital)
FC = fator de correção
80
As últimas duas colunas da Tabela 13 contém a relação existente entre os valores da Q7,10
obtidos pelas Eqs.01 e 02 com os obtidos através da análise de freqüência para cada
estação isolada.
Essas relações serão consideradas como um fator de correção – FC, que será utilizado
mais adiante na quantificação da vazão com as equações de regionalização apresentadas
em pontos onde não existem estações fluviométricas na bacia. Neste estudo, por questões
opcionais apenas as equações de regionalização propostas pelo ‘Atlas Digital’ com os
respectivos fatores de correção serão utilizados com essa finalidade, ficando a Eq.01 como
uma segunda opção de quantificação da Q7,10 em localidades onde não existe estação
fluviométrica.
Resultados da Q7,10 em pontos notáveis na bacia
A Tabela 14 a seguir apresenta a estimativa de disponibilidade hídrica superficial mínima
(Q7,10 ) no pontos notáveis selecionados na bacia do Sapucaí. Esses pontos notáveis
localizam-se em exutórios de sub-bacias dos principais afluentes da bacia e em pontos ao
longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem cronológica partindo do Alto Sapucaí até a foz
da bacia. A Figura 7, apresentada anteriormente, representa esses pontos espacialmente.
Além disso, a Tabela 11 contém as estações fluviométricas usadas como referência para
estimar a disponibilidade através da Eq.02. Os fatores de correção da Tabela 13 são
aplicados nesse caso.
81
Tabela 14 – Disponibilidade hídrica superficial mínima (Q7,10 ) em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas
usadas como referência
Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km
2
) FC Q7,10 (m
3
/s)
1
q7,10 (L/s.km
2
)
1
1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 1,55 4,3 7,7
2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,80 15,9 8,4
3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,63 1,3 3,2
4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 0,75 1,6 3,8
5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,69 2,3 3,4
6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 0,75 5,0 3,6
7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 0,75 7,8 3,5
8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,73 1,5 3,7
9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 0,75 9,6 3,4
10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,73 1,9 3,7
11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 1,27 16,4 5,8
12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 1,09 32,1 4,8
13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,73 2,0 3,6
14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,73 1,3 3,7
15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 1,09 38,6 4,7
16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 1,10 42,2 4,8
1
Valores considerando FC.
82
5.2.3 Vazões Máximas
No estudo de vazões máximas pode-se utilizar, para a sua estimativa, o ajuste de uma
distribuição estatística com base em dados de série histórica, ou um modelo de
regionalização, ou ainda um modelo de transformação de chuva em vazão. O enfoque
estatístico utiliza a série anual de vazões máximas diárias medidas em uma seção do curso
de água para produzir, apoiando-se em um modelo de probabilidade, a magnitude das
vazões máximas de diferentes recorrências, que se constituem nas vazões críticas ou de
projetos de engenharia.
Os valores das vazões máximas diárias neste estudo são resultantes das aplicações de
modelos de probabilidade simplificados conforme expressão analítica de Chow. Em uma
dada estação, para cada ano da série histórica disponível, tomou-se o maior valor diário
para construir uma série anual de máximas e, após, aplicou-se a análise de freqüência.
Os modelos de probabilidade que melhor se ajustaram aos dados históricos das estações
fluviométricas contidas na Tabela 13 foram o Pearson tipo III e o log-Pearson tipo III.
Importante ressaltar que a técnica utilizada é de estimativa, ou seja, de projeção, o que já
pressupõe incertezas. As máximas obtidas neste estudo correspondem a uma extrapolação
de dados observados utilizando os modelos citados, cuja confiabilidade apóia-se na
visualização gráfica do comportamento dos pares de valores de vazão e freqüência. Em
alguns casos, entretanto, a obtenção das cheias de projeto pode exigir estudos mais
aprofundados, de modo a levar em conta, ainda, a forma de ocupação da bacia, a estimativa
da precipitação máxima provável, além de estudos hidráulicos de propagação de cheias.
Para cada estação contida na Tabela 11 realizou-se a previsão das vazões máximas diárias
para os períodos de retorno de 10 anos.
A Tabela 15 apresenta uma resumo dos valores de Qmáx,10 para as estações estudadas bem
como apresenta a disponibilidade hídrica em termos de vazão específica (q).
83
Tabela 15 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Qmáx,10 e vazão
específica (q)
Código Estação Ad (km
2
) QMAX,10 (m3/s) [1] q(L/s.km2
) [1]
61267000 Delfim Moreira 76 17,26 227,1
61271000 Itajubá 869 207,80 239,1
61280000 Bairro Santa Cruz 270 52,38 194,0
61295000 Brasópolis 158 29,80 188,6
61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 320,89 114,2
61350000 Conceição dos Ouros 1307 393,80 301,3
61370000 Ponte do Rodrigues 745 68,83 92,4
61390000 Vargem do Cervo 485 55,45 114,3
61410000 Careaçu 7346 805,76 109,7
61425000 Paraguaçu 9424 1033,69 109,7
[1] Valores estimados por modelos de probabilidade.
Dos valores de Qmáx apresentados, é importante destacar que:
O valor da Qmáx para o período de retorno de 10 anos da estação Paraguaçu quando
obtida através do modelo Pearson III (foi o melhor ajuste possível entre os modelos)
é menor que o da estação de montante Careaçu. O mesmo ocorre para a Qmáx,Tr =2,
Qmáx,Tr =5, e Qmáx,Tr =20. De forma similar às estimativas de Q7 da estação Paraguaçu,
aqui é sugerido utilizar a vazão específica da estação de montante (Careaçu) e
transportar aos valores de Qmáx da estação de jusante (Paraguaçu-61425000).
Da mesma forma que estimado para vazão mínima Q7,10, em pontos onde não existem
estações na bacia, pode-se utilizar a equação 05 para as máximas com períodos de retorno
de 10 anos, considerando os fatores de correção da Tabela 16. Para os demais períodos de
retorno, pode-se obter as máximas de forma similar utilizando as Eqs.06 a 08, porém
considerando as estações de referência e fatores de correção correspondentes.
84
Tabela 16 – Comparação dos valores da Qmáx,10 para as estações da Tabela 20 com os
estimados pela equação de ajuste (Eq.05).
Código Estação Ad (km
2
) QMAX,10 (m3/s) [1] QMAX,10 (m3/s) [2] FC = relação [2]/[1]
61267000 Delfim Moreira 76 17,26 18,72 0,92
61271000 Itajubá 869 207,80 145,79 1,43
61280000 Bairro Santa Cruz 270 52,38 54,46 0,96
61295000 Brasópolis 158 29,80 34,67 0,86
61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 320,89 392,00 0,82
61350000 Conceição dos Ouros 1307 393,80 205,63 1,92
61370000 Ponte do Rodrigues 745 68,83 128,06 0,54
61390000 Vargem do Cervo 485 55,45 89,20 0,62
61410000 Careaçu 7346 805,76 880,57 0,92
61425000 Paraguaçu 9424 1033,69 1086,20 0,95
[1] Valores estimados por modelos de probabilidade
[2] Valores estimados pela Eq.05 (Atlas Digital)
FC = fator de correção
5.2.3.1 Resultados da Qmax em pontos notáveis na bacia
A Tabela 17 a seguir apresenta a estimativa das vazões máximas para o período de retorno
de 10 anos (Qmax,10) em pontos notáveis na bacia (representado espacialmente na Figura
10), bem como as estações fluviométricas usadas como referência para estimar as vazões
através da Eq.05. Os valores já consideram os fatores de correção da Tabela 16, aplicados
nesse caso.
A disponibilidade hídrica também é dada em termos de vazão específica, em L/s.km2
, na
Tabela 17.
85
Tabela 17 – Vazões máximas em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência.
Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km2
) FC Qmax, 10 (m3
/s) 1
qmax, 10 (L/s.km2
) 1
1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 0,96 96,9 172,5
2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,43 399,9 212,4
3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,86 65,9 162,7
4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 1,92 152,8 360,7
5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,54 63,9 94,2
6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 1,92 419,6 298,7
7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 1,92 620,9 277,5
8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,62 47,2 117,5
9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 1,92 748,9 268,0
10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,62 58,0 113,0
11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 0,82 322,2 114,3
12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 0,92 749,6 111,9
13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,62 62,8 111,4
14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,62 42,7 119,7
15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 0,92 883,5 108,5
16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 0,95 979,3 110,6
1
Valores considerando FC.
5.2.4 Vazões médias de longo período
A variável hidrológica vazão média de longo período (Qmlp) corresponde, aqui, à média
das vazões médias diárias anuais que compõem a série histórica de cada uma das
estações de monitoramento.
Da mesma forma que estimado para vazão mínima Q7,10 e máxima Qmáx,10, em pontos
onde não existem estações na bacia, pode-se utilizar a equação 03 para as vazões
médias de longo período.
A Tabela 18 apresenta, além do resumo das Qmlp das estações de referência, os
fatores de correção que serão utilizados para ajustar as vazões estimadas nos pontos
notáveis por meio da equação 03 e os rendimentos específicos médios de referência.
Tabela 18 – Comparação dos valores da Qmlp para as estações da Tabela 16 com
os estimados pela equação de ajuste (Eq.03).
Código Estação Ad (km
2
) Qmlp (m
3
/s) [1] Qmlp(m
3
/s) [2] FC = relação [2]/[1] q(L/s.km
2
) [1] q(L/s.km
2
) [2]
61267000 Delfim Moreira 76 1,78 1,84 0,97 23,42 24,24
61271000 Itajubá 869 21,33 18,71 1,14 24,55 21,53
61280000 Bairro Santa Cruz 270 7,17 6,15 1,17 26,56 22,79
61295000 Brasópolis 158 3,22 3,70 0,87 20,38 23,39
61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 56,67 57,18 0,99 20,16 20,34
61350000 Conceição dos Ouros 1307 25,92 27,59 0,94 19,83 21,11
61370000 Ponte do Rodrigues 745 13,53 16,16 0,84 18,16 21,70
61390000 Vargem do Cervo 485 9,58 10,74 0,89 19,75 22,15
61410000 Careaçu 7346 162,60 142,63 1,14 22,13 19,42
61425000 Paraguaçu 9424 166,58 180,78 0,92 17,68 19,18
[1] Média das vazões médias diárias anuais
[2] Valores estimados pela Eq.03 (Atlas Digital)
FC = fator de correção
5.2.4.1 Resultados da Qmlp em pontos notáveis na bacia
A Tabela 19, a seguir, apresenta a estimativa das vazões médias de longo período em
pontos notáveis na bacia (representados espacialmente na Figura 7), bem como as
estações fluviométricas usadas como referência para estimar as vazões através da
Eq.03. Os valores das Qmlp apresentados já consideram os fatores de correção da
Tabela 18, aplicados nesse caso.
Tabela 19 – Vazões médias de longo período em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas
como referência.
Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km
2
) FC Qmlp (m
3
/s)
1
qmlp (L/s.km
2
)
1
1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 1,17 14,5 25,7
2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,14 44,5 23,6
3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,87 7,9 19,4
4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 0,94 8,9 21,0
5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,84 12,4 18,3
6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 0,94 27,8 19,8
7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 0,94 43,3 19,3
8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,99 8,9 22,1
9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 0,94 53,5 19,1
10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,89 10,1 19,7
11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 0,99 56,8 20,1
12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 1,14 149,0 22,2
13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,99 12,3 21,8
14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,99 7,9 22,5
15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 1,14 179,3 22,0
16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 1,14 194,3 21,9
1
Valores considerando FC.
5.3 Considerações Finais e Recomendações
A quantificação hídrica feita neste trabalho permitiu os seguintes resultados:
Vazões mínimas Q7 para os períodos de retorno de 2, 5, 10, 20 e 100 anos
para cada estação contida na Tabela 11;
Vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos Q7,10
em pontos notáveis na bacia;
Valores de Q95 (Vazão com intervalo diário e 95% da curva de permanência) e
valores da vazão mediana Q50 (vazão correspondente a 50% de excedência)
para cada estação contida na Tabela 12;
Previsão das vazões máximas diárias para os períodos de retorno de 2, 5, 10,
20 e 100 anos para cada estação contida na Tabela 11;
Estimativa das vazões máximas para o período de retorno de 10 anos (Qmax,10)
em pontos notáveis na bacia;
Vazões médias de longo período Qmlp para cada estação contida na Tabela
11;
Vazões médias de longo período Qmlp em pontos notáveis na bacia.
As vazões acima também foram apresentadas em termos de vazão específica
(q).
Essa quantificação hídrica permitirá em outro capítulo do Plano Diretor a realização do
balanço hídrico em pontos notáveis da bacia do Sapucaí. Neste Plano a vazão a ser
adotada representa uma situação crítica em termos de oferta hídrica, no caso a vazão
mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos, Q7,10. No Estado de
MG, por meio da Portaria Administrativa IGAM nº 010, de 3 de dezembro de 1998, em
seu artigo 8º, regulamenta como vazão de referência a vazão mínima de sete dias de
duração e dez anos de tempo de retorno, Q7,10.
Vale salientar que essa vazão mínima de referência utilizada pelo órgão ambiental de
Minas, para efeito de outorga de uso da água, pode ser questionada, desde que sejam
feitos estudos comprovando a necessidade/interesse de sua modificação. Os
resultados do balanço hídrico da bacia mostram que, tendo disponível os 30% da Q7,10,
a demanda atual da bacia do rio Sapucaí supera esse valor em alguns locais. A
adequação das outorgas à legislação vigente seria uma forma de buscar a
preservação da bacia em termos de disponibilidade hídrica. Há que se reconhecer,
89
entretanto, que a Q7,10 é uma vazão bastante restritiva. Em alguns estados utilizam-se
as vazões de permanência no tempo, Q95. Isso se dá principalmente em regiões onde
se tem pouca disponibilidade hídrica, já que a Q95 é maior que a Q7,10 em uma mesma
série histórica.
Entende-se que a aplicação dos resultados deste trabalho também permitirá a
obtenção de informações úteis ao diagnóstico e planejamento de obras hidráulicas
futuras na região estudada, tais como vertedores de barragens, canais, obras de
proteção contra inundações, sistema de drenagem, bueiros, galerias pluviais, pontes,
projetos de abastecimento de água e irrigação, concessão de uso da água para uma
determinada finalidade, estudos hidrelétricos e outros.
Importante ressaltar a importância da Elaboração de Estudos de Viabilidade Ambiental
em grandes projetos de Engenharia Hídrica a serem executadas ao longo da bacia
tendo em vista o reflexo que venha surgir entre Demanda X Disponibilidade hídrica.
Importante ressaltar também sobre a disponibilidade de dados hidrológicos na bacia.
Neste estudo, trabalhou-se com análise de freqüência de eventos extremos utilizando-
se de série de dados de 10 estações isoladas dentro da bacia e, para os casos onde
houve falta de dados, fez uso de regionalizações de outros estudos hidrológicos já
existentes para a bacia, adotando-se um fator de correção, objetivando ajustar o
modelo para as reais condições da sub-bacia do Sapucaí.
As estações fluviométricas que foram utilizadas para estudar a bacia foram tomadas
como referência para obtenção das variáveis hidrológicas em pontos onde não
possuíam estações. Ou seja, muitas estações fluviométricas existentes ao longo da
bacia do Sapucaí encontravam-se desativadas, sem registrar dados há muito tempo, o
que nos levou aplicação/utilização de apenas estações ativadas neste estudo, por
serem mais representativas dentro das condições atuais.
Dentre essas estações ativas pode-se observar uma estação com pequena
quantidade de registros de vazões, que foi o caso da estação Paraguaçu 61425000.
Os inúmeros anos sem registros na série de Paraguaçu não refletiram o
comportamento real das distribuições de freqüências dessas vazões.
Portanto, ressalta-se a necessidade de otimização da rede hidrométrica local, pelo
aumento do número de estações e recuperação daquelas que sejam deficientes.
90
6. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Para se realizar a caracterização da qualidade das águas superficiais da bacia do Rio
Sapucaí, utilizou-se os dados das redes de monitoramento operadas pelo Instituto
Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, no período de 1997 a 2007, totalizando 07
estações de amostragem.
Adicionalmente, foram considerados os resultados do monitoramento do ano de 2008
(cujo relatório ainda não está disponível para consulta, apenas as fichas de cada
estação) e as fichas da 1°campanha de 2009 (1º Tri mestre de 2009).
Desta forma, o total de estações utilizadas foi de 12 estações de amostragem
(Quadro 6 e Figura 8), onde 5 foram implantadas em 2008.
Quadro 6 – Descrição das Estações de Amostragem de Qualidade de Água
Código Corpo d’água Latitude Longitude Descrição
BG039 Rio Sapucaí 22º30'57” 45º24’08”
Rio Sapucaí a montante da
cidade de Itajubá.
BG041 Rio Sapucaí 22º21'39” 45º33'08”
Rio Sapucaí a jusante da cidade
de Itajubá.
BG043 Rio Sapucaí 22º12’43 45º52’02
Rio Sapucaí a montante da foz
do Rio Sapucaí - Mirim.
BG044
Rio
Sapucaí - Mirim
22º17’2” 45º53’50”
Rio Sapucaí - Mirim a montante
da cidade de Pouso Alegre.
BG045
Rio
Sapucaí - Mirim
22º12’24 45º53’46
Rio Sapucaí - Mirim próximo de
sua foz no rio Sapucaí.
BG047 Rio Sapucaí 22º03’12 45º41´59
Rio Sapucaí a montante da
cidade de Careaçu.
BG049 Rio Sapucaí 21º34´47´´ 45º40'53´´
Rio Sapucaí a montante do
Reservatório de Furnas.
BG042*
Rio
Sapucaí - Mirim
22°13’41,4” 45°54’06”
Rio Sapucaí - Mirim na entrada
da cidade de Pouso Alegre.
BG046* Rio do Cervo 22°09’28,3” 46°65’50,3”
Rio do Cervo a montante da
cidade de Congonhal
BG048* Rio do Cervo 22°06’59” 45°55’01,4”
Rio do Cervo na cidade de
Espírito Santo do Dourado
BG050* Rio Dourado 21°57’48,3” 45°54’42,6”
Rio Dourado a Montante do Rio
Sapucaí
BG052*
Rio
Sapucaí - Mirim
22°16’21,5” 46°05’06,1”
Rio Sapucaí - Mirim a montante
da cidade de Pouso Alegre.
* Estações implantas no 3°trimestre de 2008.
91
Figura 8 – Localização das estações de amostragem de qualidade das águas na
bacia do Rio Sapucaí.
92
6.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí coexistem atividades de mineração, industriais e
agropecuárias. Todas essas atividades proporcionam a poluição dos corpos d’água,
em razão do lançamento, sem tratamento, de águas residuárias do processo, no caso
de formas de poluição pontual, ou por contaminação dispersa, decorrente de fontes
não-pontuais.
6.1.1 Esgoto Sanitário
Dois terços da população está concentrada nas áreas urbanas, que ocupam 1,6% da
área territorial da bacia, mas são responsáveis, em grande parte, pelo
comprometimento da qualidade da água em função do despejo in natura dos
efluentes domésticos e industriais nos cursos d´água.
Na maior parte dos municípios o atendimento é precário, e a situação se agrava nos
distritos. As prefeituras municipais são responsáveis pela prestação dos serviços de
esgotamento sanitário em 42% dos municípios da bacia, e a COPASA com 58%.
Segundo dados parciais referentes ao esgotamento sanitário, obtidos junto à COPASA
e a algumas prefeituras, relativos a 15 municípios com sede na bacia (37,5%), são
lançados diariamente 27.339 m3
de efluentes, diretamente nos cursos d’água. Apenas
Pedralva, Gonçalves e Paraguaçu possuem Estação de Tratamento de Esgoto (ETE),
realizando tratamento preliminar do mesmo.
Pouso Alegre, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, as cidades mais populosas, estão em
fase de construção das ETE’s. Em Pouso Alegre e Borda da Mata a COPASA concluiu
a etapa de implantação de interceptores e redes coletoras e está preparando o
processo de licitação da segunda etapa (construção de elevatórias e da ETE).
6.1.2 Efluentes da mineração
As atividades de mineração de maior importância, em termos ambientais, para a bacia
são:
Explotação de areia e argila na Bacia do Rio Sapucaí, nos municípios de
Careaçu, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, com lançamento de sólidos em
suspensão e aumento da turbidez das águas do corpo hídrico receptor;
Explotação de feldspato e quartzo na Bacia do Rio Sapucaí;
93
Garimpo de ouro no Rio Sapucaí-Mirim, a montante de Pouso Alegre e
Sapucaí, a montante de Furnas, com lançamento de mercúrio nas águas do
corpo hídrico receptor
6.1.3 Efluentes da indústria
A região experimenta, atualmente, grande crescimento de seu parque industrial, em
razão da duplicação da Rodovia Fernão Dias e da captação de parte do parque
industrial do Estado de São Paulo, merecendo referência as seguintes atividades
industriais:
Indústrias metalúrgicas em Itajubá, com lançamento de efluentes que podem
alterar a concentração de cádmio, cianeto, cobre, ferro solúvel, manganês e
zinco e alteração do pH das águas do corpo hídrico receptor.
Indústrias de auto-peças e eletrônica fina na Bacia do Rio Sapucaí.
Indústrias têxteis em Itajubá, com lançamento de efluentes que podem alterar a
concentração de cádmio, fosfato total, fenóis, DBO, DQO, sulfato, surfactantes
e zinco e o pH das águas do corpo hídrico receptor.
6.1.4 Agropecuária
A Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, apresenta atividade agropecuária muito
desenvolvida, destacando-se a Cafeicultura, bataticultura, horticultura e a
bovinocultura leiteira como as de maior importância econômica.
As atividades agrícolas, pecuárias e florestais concentram-se, principalmente, em
Careaçu, Itajubá e Pouso Alegre. Os poluentes associados são: chumbo, cobre,
fosfato total, índice de fenóis, mercúrio, amônio, sólidos em suspensão e turbidez.
A atividade pecuária é muito desenvolvida na bacia e, em razão da alta erodibilidade
dos solos, requer o emprego de práticas edáficas, vegetativas e mecânicas para
controle da erosão. O emprego de técnicas de controle da erosão não tem sido,
entretanto, generalizado, o que predispõe grande parte da bacia ao depauperando dos
solos agrícolas e a ser fornecedora de sedimentos para os cursos d’água. A
contaminação de águas superficiais com dejetos animais e pesticidas (bernicidas,
carrapaticidas, etc) usados de forma inadequada ou com descarte incorreto de
embalagens, ocorre de forma dispersa em toda a Bacia do Rio Sapucaí.
A exploração agrícola na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí tem sido feita, em geral,
de forma intensiva, com grande aporte de máquinas e insumos no processo. O uso
94
inadequado do solo, sem que sejam tomadas medidas para controle da erosão, tem
trazido problemas à qualidade das águas superficiais da bacia. A atividade agrícola
tecnificada tem sido, geralmente, associada às alterações nos seguintes parâmetros
de qualidade e toxicidade das águas superficiais: cádmio, cianeto, cobre, fosfato total,
índice de fenóis, manganês, sólidos e turbidez. Essas alterações são decorrentes da
introdução ou do uso inadequado de corretivos de pH e fertilizantes (muitas vezes
contaminados), pesticidas e da intensiva mobilização do solo.
6.2 Resultados
6.2.1 Avaliação Histórica
Os resultados aqui apresentados referem-se aos monitoramentos realizados no
períodos de 1997 a 2007 pelo projeto Águas de Minas. Iniciado em janeiro de 1997, o
projeto é coordenado e executado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente –
FEAM, vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável – SEMAD, através de convênio com o Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – MMA / Secretaria de Recursos Hídricos –
SRH.
Os indicadores utilizados para a caracterização da qualidade das águas na bacia Rio
Sapucaí foram o Índice de Qualidade de Água (IQA) e a contaminação por tóxicos
(CT).
O IQA é um parâmetro que foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation, USA,
e foi adaptado pela Fundação CETEC. No seu cálculo, são considerados os seguintes
parâmetros:
Oxigênio dissolvido;
Coliformes fecais;
pH;
Demanda Bioquímica de Oxigênio;
Nitratos;
Fosfatos;
Temperatura da água;
Turbidez;
Sólidos totais.
95
A contaminação por tóxicos (CT), por sua vez, pode ser avaliada considerando-se os
seguintes componentes: Amônia, Arsênio, Bário, Cádmio, Chumbo, Cianetos, Cobre,
Crômio exavalente, Índice de fenóis, Mercúrio, Nitritos e Zinco.
Índice de Qualidade de Água – IQA
A distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem, de 1997 a 20064
pode
ser vista na Figura 9.
Observou-se que o IQA Bom foi registrado em apenas duas estações no Rio Sapucaí
(BG039 e BG049) e nenhum valor na faixa Muito Ruim foi registrado.
Em todas as estações predominou o nível Médio para o parâmetro IQA.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
BG039 BG041 BG043 BG047 BG049 BG044 BG045
Ruim Médio Bom
Figura 9 – Distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem de 1997 a
2006.
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
Considerando a Figura 9, pode se afirmar que, historicamente, o IQA da bacia do Rio
Sapucaí pode ser considerado Médio.
A seguir apresentamos a Tabela 20 com os resultados médios do IQA ano a ano,
desde 1997 a 2006.
4 A média anual do Índice de Qualidade das Águas (IQA), em 2007, não pôde ser calculada para os pontos de amostragem do rio Sapucaí, em
virtude da perda de informações referentes ao parâmetro de coliformes termotolerantes na segunda campanha de 2007
.
Tabela 20 – Resultados do IQA para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2006
IQA
Estação Corpo d’água Descrição
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
BG039 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da cidade de Itajubá. Ruim Médio Médio Ruim Médio Médio Médio Médio Bom Bom
BG041 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a jusante da cidade de Itajubá. Ruim Médio Médio Ruim Médio Ruim Ruim Ruim Médio Médio
BG043 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante da foz do Rio Sapucaí
- Mirim.
Ruim Médio Ruim Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio
BG047 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante da cidade de
Careaçu.a montante da cidade de Pouso
Alegre.
Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio
BG049 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante do Reservatório de
Furnas.
Médio Médio Médio Médio Bom Médio Médio Médio Médio Bom
BG044
Rio Sapucaí -
Mirim
Rio Sapucaí - Mirim a montante da cidade de
Pouso Alegre
Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio
BG045
Rio Sapucaí -
Mirim
Rio Sapucaí - Mirim próximo de sua foz no rio
Sapucaí.
Ruim Médio Médio Médio Médio Ruim Médio Médio Médio Médio
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
Contaminação por Tóxicos – CT
Com relação à distribuição das faixas de CT, pode-se observar na Figura 10 abaixo,
que foram registrados contaminação Baixa em todas as estações, sendo que este
valor é o que prevalece na maioria delas, exceto na estação BG043, onde a CT foi
considerada Média.
Os resultados aqui representados referem-se ao período de 1997 a 2007.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
BG039 BG041 BG043 BG047 BG049 BG044 BG045
Baixa Média Alta
CT%
Estações de Amostragem
Figura 10 – Distribuição das faixas do CT (Contaminação por tóxicos) por estação
de amostragem de 1997 a 2007.
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
Vale ressaltar também que todas as estações apresentaram contaminação Alta em
pelo menos 2 anos, como pode ser observado na Tabela 21. Um dos fatores
causadores disso pode ser devido aos teores elevados de níquel, cobre e chumbo
registrados em algumas campanhas de monitoramento. A presença destes metais
pode estar associada aos efluentes líquidos e resíduos sólidos de empresas do ramo
têxtil, de fábricas de montagem de veículos automotores e de materiais plásticos
sintéticos, principalmente localizados em Itajubá.
A seguir apresentamos a Tabela 21 com os resultados médios do CT ano a ano,
desde 1997 a 2007.
Tabela 21 – Resultados da CT para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2007
Contaminação por Tóxicos - CT
Estação Corpo d’água Descrição
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
BG039 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante da cidade de
Itajubá.
Média Alta Alta Alta Médio Baixa Média Alta Média Baixa Baixa
BG041 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a jusante da cidade de
Itajubá.
Média Alta Alta Alta Baixa Média Baixa Alta Média Baixa Baixa
BG043 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante da foz do
Rio Sapucaí - Mirim.
Média Alta Alta Média Baixa Média Baixa Média Baixa Baixa Média
BG047 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante da cidade de
Careaçu.a montante da cidade de
Pouso Alegre.
Baixa Média Alta Alta Baixa Baixa Baixa Média Baixa Baixa Baixa
BG049 Rio Sapucaí
Rio Sapucaí a montante do
Reservatório de Furnas.
Baixa Alta Alta Alta Média Média Baixa Média Baixa Baixa Baixa
BG044
Rio Sapucaí -
Mirim
Rio Sapucaí - Mirim a montante da
cidade de Pouso Alegre
Baixa Alta Alta Alta Méida Alta Média Média Baixa Baixa Baixa
BG045
Rio Sapucaí -
Mirim
Rio Sapucaí - Mirim próximo de sua
foz no rio Sapucaí.
Baixa Alta Alta Alta Baixa Alta Baixa Média Baixa Baixa Baixa
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
Avaliação Ambiental
Foram identificadas as principais violações de parâmetros em relação aos limites
legais nos pontos de amostragem da bacia do Rio Sapucaí. O Quadro 7 a seguir
apresenta os principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação
em 2007 e os parâmetros que tiveram as maiores violações no período de 1997 a
2007 para cada estação de amostragem, caracterizando o estado da qualidade das
águas.
Quadro 7 – Principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação em 2007 e os parâmetros que tiveram as maiores
violações no período de 1997 a 2007 para cada estação de amostragem
PRESSÃO ESTADO
ESTAÇÃO CLASSE
Fatores de Pressão Indicadores de degradação em 2007
Indicadores com o MAIOR nº de
violações no período de 1997 a 2007.
Rio Sapucaí
BG039 2
Lançamento de esgoto
sanitário; Agricultura;
Erosão.
Alumínio dissolvido, cor verdadeira, fósforo
total, ferro dissolvido, manganês total,
coliformes termotolerantes e turbidez.
Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo
total, coliformes termotolerantes, coliformes
totais, manganês total, turbidez e óleos e
graxas.
BG041 2
Lançamento de esgoto
sanitário, Agricultura, Erosão
Assoreamento, Carga difusa.
Alumínio dissolvido, fósforo total, ferro
dissolvido, manganês total, coliformes
termotolerantes.
Alumínio total, alumínio dissolvido,
coliformes totais, fósforo total, coliformes
termotolerantes, manganês total, óleos e
graxas e turbidez.
BG043 2
Lançamento de esgoto
sanitário, Agricultura, Carga
difusa, Atividade mineraria,
Erosão, Assoreamento
Alumínio dissolvido, cobre dissolvido, ferro
dissolvido, manganês total, fósforo total, e
coliformes termotolerantes.
Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo
total, coliformes totais, coliformes
termotolerantes, manganês total, fenóis
totais e ferro dissolvido.
BG047 2
Agricultura, Atividade
mineraria, Lançamento de
esgoto sanitário
Alumínio dissolvido, clorofila-a, fósforo
total, ferro dissolvido, manganês total,
coliformes termotolerantes, óleos e graxas
e turbidez.
Alumínio total, alumínio dissolvido, clorofila-
a, fósforo total, coliformes termotolerantes,
coliformes totais, ferro dissolvido e
manganês total.
101
PRESSÃO ESTADO
ESTAÇÃO CLASSE
Fatores de Pressão Indicadores de degradação em 2007
Indicadores com o MAIOR nº de
violações no período de 1997 a 2007.
BG049 2
Carga difusa, Agropecuária
Erosão, Assoreamento
Alumínio dissolvido, cor verdadeira,
manganês total, fósforo total, ferro
dissolvido e turbidez.
Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo
total, manganês total, coliformes
termotolerantes, óleos e graxas e fenóis
totais.
Rio Sapucaí – Mirim
BG044 2
Lançamento de esgoto
sanitário, Atividade mineraria
Erosão, Carga difusa,
Assoreamento, Agricultura
Alumínio dissolvido, coliformes
termotolerantes, fósforo total e ferro
dissolvido
Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo
total, coliformes termotolerantes, coliformes
totais, ferro dissolvido, fenóis totais e óleos
e graxas.
BG045 2
Lançamento de esgoto
sanitário, Carga difusa,
Erosão
Alumínio dissolvido, coliformes
termotolerantes, fósforo total, óleos e
graxas e ferro dissolvido
Alumínio total, alumínio dissolvido,
coliformes totais, coliformes
termotolerantes, fósforo total, óleos e
graxas e ferro dissolvido.
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
102
6.3 Considerações Finais
Numa análise geral, a qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí deve
ser considerada como média a ruim, já que, analisando as series históricas de
monitoramento, estas são as condições mais freqüentes identificadas.
Os parâmetros que mais freqüentemente não atenderam à classe de enquadramento
na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí foram: alumínio, fosfato total, coliformes fecais,
índice de fenóis, cobre, manganês, coliformes temotolerantes, chumbo e turbidez.
A contaminação por tóxicos foi considerada baixa (1ª campanha de 2009) e alta em
dois pontos no ano de 2008. Os principais responsáveis por esta situação foram os
parâmetros índice de fenóis, chumbo, cobre, zinco, mercúrio e cádmio.
O pH das águas da cabeceira do Rio Sapucaí pode ser considerado baixo, tomando
por base os padrões ambientais, conforme pode-se verificar nos resultados obtidos
após a análise dos resultados de 1997 a 2007. Entretanto, vale considerar que este
curso d’água drena área cujos solos são reconhecidamente ácidos. Sendo assim, os
valores encontrados podem ser considerados normais. Essa suspeita é corroborada
pelas elevadas concentrações de alumínio nas águas analisadas, esperadas apenas
em cursos d’água drenantes de áreas de solos ácidos.
A ocorrência de mercúrio nos Rios Sapucaí-Mirim e Sapucaí pode estar associada ao
garimpo de ouro na região ou ao uso desse metal na agricultura, notadamente no
tratamento do solo para a exploração da bataticultura ou cultivo de outras hortaliças.
Como têm sido observadas altas concentrações em águas que drenam áreas
exclusivamente agrícolas, pode-se suspeitar que os pesticidas sejam a principal fonte
de mercúrio para as águas. A presença do chumbo, da mesma forma, pode estar
associada à presença de chumbo em pesticidas de uso agrícola. Tanto o chumbo
como o mercúrio são elementos extremamente tóxicos ao homem e à vida aquática.
Já a presença de cádmio no Rio Sapucaí-Mirim parece estar mais associada à
ocorrência de despejos industrias, uma vez que as maiores concentrações foram
encontradas a jusante de Pouso Alegre (BG045), cidade de grande parque industrial,
incluindo-se indústrias metalúrgicas.
Para melhorar a análise das qualidades das águas da bacia do Rio Sapucaí é
necessário a instalação de pelo menos mais 04 estações de amostragem, sendo 01 no
Rio Lourenço Velho, após a cidade de Maria da Fé, 01 no Rio Itaim(na cidade de
Estiva), 01 no Ribeirão Vargem Grande e 01 no Rio Turvo (em Natércia), por se
tratarem de cursos d’agua importantes para a bacia.
103
7. DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL
7.1 Caracterização Demográfica
Os 51 municípios que integram a bacia hidrográfica do rio Sapucaí possuem juntos
770. 491 habitantes. Este total corresponde à população residente, estimada pelo
IBGE a partir da contagem populacional 20075
. A população residente é uma projeção
realizada com base na população recenseada em domicílios particulares permanentes
(domicílios entrevistados) de forma a compensar os domicílios fechados. Os dados
populacionais por situação de domicílio (urbana ou rural) consideram a população
recenseada, motivo pelo qual a soma das parcelas urbana e rural é inferior à
somatória da população residente.
O grau de urbanização do conjunto dos municípios mineiros pertencentes à bacia do
Sapucaí é alto (76,1%), semelhante ao do estado de Minas Gerais (76,8%), embora
inferior ao índice apresentado pela macrorregião Sul/Sudoeste (80,2%), conforme
descrito na Tabela 22. A taxa média de urbanização supera 70% em todos os trechos
da bacia, chega 85,2 % na vertente paulista.
Tabela 22 – Caracterização da população residente por trecho da GD5 - São Paulo e
Minas Gerais - 2007
PopulaçãoUnidade da
Federação,
Mesorregião
Geográfica e
trecho da GD5
Nº. de
muni-
cípios Total * Urbana** Rural**
Taxa de
urbani-
zação
Densidade
demográ-
fica
(hab/km
2
)
Minas Gerais 853 12.513.830 9.613.348 2.900.482 76,8 32,9
Sul/Sudoeste de
Minas
134 2.331.237 1.868.873 462.364 80,6 46,9
Trechos da GD5
Alto Sapucaí 21 284.980 211.587 71.520 74,2 71,5
Vertente mineira 18 223.217 158.984 62.972 71,2 65,1
Vertente paulista 3 61.763 52.603 8.548 85,2 89,8
Médio Sapucaí 21 347.147 268.141 76.692 77,2 64,1
Baixo Sapucaí 9 138.364 106.438 31.267 76,9 43,3
Total 51 770.491 586.166 179.479 76,1 58,4
* População residente estimada.
** População recenseada em domicílios particulares permanentes.
FONTE: IBGE, Contagem da população, 2007
5
A Contagem da População realizada pelo IBGE em 2007 incluiu municípios com população
até 170 mil habitantes.
104
Porém, nem toda essa população reside na área de drenagem da bacia. A divisão
político administrativa segue critérios que não coincidem com a delimitação das
vertentes hidrográficas, como é sabido. Do conjunto de 51 municípios integrantes da
bacia hidrográfica do rio Sapucaí, 31 (cerca de 61 %) têm a totalidade de seu território
e, portanto, de sua população residindo na bacia. Os demais municípios (19 deles)
têm apenas parcela de sua área territorial na GD5, sendo que 12 (23,5 %) têm nela
sua sede administrativa urbana e 8 (15,7 %) apenas parte de seu território rural
(Tabela 23).
Tabela 23 – Municípios que compõem os trechos Alto, Médio e Baixo da bacia
hidrográfica do rio Sapucaí (GD5) e forma de inserção (total ou parcial)
Com área PARCIAL na GD5
Número/
Total
Municípios
Com área TOTAL na
bacia Sede
adminstrativa na
GD5
Sede fora da
GD5
21 Alto Sapucaí 17 2 2
Vertente mineira 14 2 2
1 Brasópolis Brasópolis
2 Conceição das Pedras Conceição das Pedras
3 Conceição dos Ouros Conceição dos Ouros
4 Consolação Consolação
5 Delfim Moreira Delfim Moreira
6 Gonçalves Gonçalves
7 Itajubá Itajubá
8 Maria da Fé Maria da Fé
9 Marmelópolis Marmelópolis
10 Paraisópolis Paraisópolis Passa Quatro
11 Passa Quatro
12 Pedralva Pedralva
13 Piranguçu Piranguçu
14 Piranguinho Piranguinho
15 São José do Alegre São José do Alegre
16 Sapucaí - Mirim Sapucaí - Mirim
17 Virgínia Virgínia
18 Wenceslau Brás Wenceslau Brás
Vertente paulista 3 0 0
19 Campos do Jordão Campos do Jordão
20
Santo Antônio do
Pinhal
Santo Antônio do
Pinhal
21 São Bento do Sapucaí São Bento do Sapucaí
105
Com área PARCIAL na GD5
Número/
Total
Municípios
Com área TOTAL na
bacia Sede
adminstrativa na
GD5
Sede fora da
GD5
21 Médio Sapucaí 11 6 4
1 Borda da Mata Borda da Mata
2 Cachoeira de Minas Cachoeira de Minas
3 Camanducaia Camanducaia
4 Cambuí Cambuí
5 Careaçu Careaçu
6 Congonhal Congonhal
7 Córrego do Bom Jesus Córrego do Bom Jesus
8
Espírito Santo do
Dourado
Espírito Santo do
Dourado
9 Estiva Estiva
10 Heliodora Heliodora
11 Lambari Lambari
12 Munhoz Munhoz
13 Natércia Natércia
14 Ouro Fino Ouro Fino
15 Pouso Alegre Pouso Alegre
16 Santa Rita do Sapucaí Santa Rita do Sapucaí
17 São João da Mata São João da Mata
18
São Sebastião da Bela
Vista
São Sebastião da Bela
Vista
19 Senador Amaral Senador Amaral
20 Senador José Bento Senador José Bento
21 Silvianópolis Silvianópolis
9 Baixo Sapucaí 3 4 2
1 Carvalhópolis Carvalhópolis
2 Cordislândia Cordislândia
3 Elói Mendes Elói Mendes
4 Machado Machado
5 Monsenhor Paulo Monsenhor Paulo
6 Paraguaçu Paraguaçu
7 Poço Fundo Poço Fundo
8
São Gonçalo do
Sapucaí
São Gonçalo do
Sapucaí
9 Turvolândia Turvolândia
51 Total de municípios 31 12 8
FONTE: CBH Sapucaí, Vida Meio Ambiente
106
A observação da forma de inserção municipal na bacia é relevante dada à
concentração da população nas áreas urbanas. Além disso, em alguns municípios a
parcela de território rural inserida na área de drenagem do Rio Sapucaí é muito
pequena. É o caso de municípios como Camanducaia (área predominantemente
ocupada por pastagem), Munhoz (lavoura), Passa Quatro (floresta), Ouro Fino
(agricultura), como pode ser observado na Tabela 24.
Tabela 24 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com área parcial e
sede administrativa fora da GD5 – 2007
População
Municípios
Total Urbana Rural
Taxa de
urbanização
Densidade demográfica
Alto Sapucaí
Passa Quatro 15.285 11.632 3.593 76,4 55,3
Virgínia 8.351 3.547 4.759 42,7 25,6
Médio Sapucaí
Camanducaia 19.708 14.086 5.292 72,7 37,4
Lambari 18.547 13.516 4.926 73,3 87,0
Munhoz 6.298 3.489 2.798 55,5 33,0
Ouro Fino 31.154 21.914 8.989 70,9 58,4
Baixo Sapucaí
Machado 37.567 30.276 7.096 81,0 64,4
Poço Fundo 15.350 9.076 6.182 59,5 32,4
*População total estimada
** Uso do solo predominante no trecho do município pertencente à GD5, conforme Mapa de
Uso e ocupação do Solo.
FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Contagem da população 2007
7.1.1 Distribuição espacial da população
Predominam na bacia municípios de pequeno porte, 82,4% deles têm até 20.000
habitantes (Gráfico 7). Municípios de pequeno porte, em geral, tendem a possuir
estruturas institucionais e normativas menos complexas, como atestam dados do
IBGE, relativos, por exemplo, à existência de instrumentos de política e legislação
urbana (que será objeto de análise em outro item).
107
Classes de tamanho da população dos 51
municípios da bacia do Rio Sapucaí - 2007
30%
25%
27%
14%
2% 2%
Até 5 000 habitantes De 5 001 a 10 000
De 10 001 a 20 000 De 20 001 a 50 000
De 50 001 a 100 000 De 100 001 a 500 000
Gráfico 7 – Distribuição percentual dos municípios da GD5 por classes de
tamanho da população
FONTE: IBGE, Contagem da população 2007
Os dois menores municípios localizam-se em Minas Gerais e possuem menos de
2.000 habitantes: Consolação com 1.685 (no Alto Sapucaí) e Senador José Bento com
1.908 (no Médio Sapucaí). Na faixa entre 20 e 50 mil habitantes estão 13,7% do total,
o que corresponde a sete municípios (Tabela 25).
Tabela 25 – Classes de tamanho da população dos 51 municípios da GD5
Classes de tamanho Número de municípios %
Até 5.000 habitantes 15 29,4
De 5.001 a 10.000 13 25,5
De 10.001 a 20.000 14 27,5
De 20.001 a 50.000 7 13,7
De 50.001 a 100.000 1 2,0
De 100.001 a 500.000 1 2,0
Mais de 500.000 0 0,0
Total 51 100,0
FONTE: IBGE, Contagem da população 2007
Existem apenas dois municípios de maior porte, ambos também em Minas,
constituindo importantes pólos regionais: Pouso Alegre (Médio) e Itajubá (Alto). Pouso
108
Alegre é o maior município da bacia, com 119.649 habitantes e Itajubá o segundo com
86.210. A soma da população destes dois municípios representa um terço (33,3 %) da
população total estimada residente na GD5 (618.276 habitantes). Na vertente paulista,
o maior é Campos do Jordão com 44.688 moradores.
No baixo curso do Rio Sapucaí o município mais populoso é Machado, com 37.567
habitantes e apenas território rural na bacia. Neste trecho o maior município com sede
na bacia é Elói Mendes (24.091 habitantes).
A Tabela 26 contém a lista dos municípios com sede administrativa na área de
drenagem da GD5 indicando sua população total, por situação de domicílio (urbana e
rural), a taxa de urbanização e densidade demográfica (IBGE, Contagem da
população, 2007).
Tabela 26 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com sede
administrativa na bacia – 2007
População recenseada
Nº Municípios
Total Urbana Rural
Taxa de
urbanização
Densidade
demográfica
(hab/km
2
)
Minas Gerais 12.513.830 --- --- 76,82 32,9
Sul/Sudoeste de Minas 2.331.237 --- --- 80,17
Alto Sapucaí
1 Brasópolis 14.452 7.637 6.693 53,3 40,0
2 Conceição das Pedras 2.726 1.384 1.326 51,1 26,8
3 Conceição dos Ouros 10.204 7.598 2.536 75 55,9
4 Consolação 1.695 904 781 53,6 19,7
5 Delfim Moreira 7.834 2.664 5.112 34,3 19,2
6 Gonçalves 4.270 1.084 3.183 25,4 22,8
7 Itajubá 86.673 79.003 7.207 91,6 298,4
8 Maria da Fé 14.249 7.827 6.355 55,2 69,9
9 Marmelópolis 3.100 1.628 1.455 52,8 28,7
10 Paraisópolis 18.088 15.084 2.854 84,1 54,6
11 Pedralva 11.184 5.182 5.928 46,6 51,5
12 Piranguçu 5.113 1.676 3.385 33,1 24,8
13 Piranguinho 7.849 4.635 3.186 59,3 60,2
14 São José do Alegre 3.908 2.724 1.173 69,9 43,8
15 Sapucaí-Mirim 5.772 3.541 2.174 62 20,3
16 Wenceslau Brás 2.509 1.234 1.272 49,2 24,6
Médio Sapucaí
1 Borda da Mata 14.892 12.076 2.771 81,3 49,6
2 Cachoeira de Minas 10.820 6.589 4.177 61,2 35,4
3 Cambuí 25.010 19.933 4.946 80,1 103,0
4 Careaçu 6.029 4.497 1.481 75,2 33,3
109
População recenseada
Nº Municípios
Total Urbana Rural
Taxa de
urbanização
Densidade
demográfica
(hab/km
2
)
5 Congonhal 9.692 7.061 2.566 73,3 47,1
6 Córrego do Bom Jesus 3.724 1.381 2.322 37,3 30,2
7 Espírito Santo do Dourado 4.293 1.655 2.635 38,6 16,3
8 Estiva 10.920 4.712 6.191 43,2 44,5
9 Heliodora 6.005 4.388 1.570 73,6 39,0
10 Natércia 4.623 2.828 1.750 61,8 24,3
11 Pouso Alegre 120.467 109.880 9.769 91,8 221,5
12 Santa Rita do Sapucaí 34.246 28.807 5.183 84,8 97,6
13 São João da Mata 2.858 1.713 1.140 60 23,7
14
São Sebastião da Bela
Vista
4.884 2.560 2.308 52,6 29,3
15 Senador Amaral 5.051 2.986 2.063 59,1 33,4
16 Senador José Bento 1.908 684 1.224 35,8 20,2
17 Silvianópolis 6.018 3.386 2.591 56,7 19,3
Baixo Sapucaí
1 Carvalhópolis 3.234 2.296 923 71,3 40,1
2 Cordislândia 3.570 2.809 733 79,3 19,9
3 Elói Mendes 24.161 19.572 4.519 81,2 48,5
4 Monsenhor Paulo 7.391 5.453 1.927 73,9 34,1
5 Paraguaçu 19.603 15.749 3.780 80,6 46,1
6 São Gonçalo do Sapucaí 22.751 18.501 4.125 81,8 43,9
7 Turvolândia 4.737 2.706 1.982 57,7 21,4
--- Dados não disponíveis
FONTE: IBGE, Contagem da população, 2007 e PNAD
7.1.2 Densidade demográfica
A análise da densidade demográfica permite estabelecer uma relação mais clara entre
área e população. O território sul mineiro como um todo possui alta densidade
demográfica e o território da bacia hidrográfica idem. A densidade demográfica da
bacia do Sapucaí, considerando qualquer um de seus trechos, é superior a do Estado
(32,9 km²), variando entre 39 e 52,3 habitantes por km². Ela é também superior à da
macrorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais, no caso dos trechos Alto e Médio
Sapucaí, mais próximos a São Paulo e mais industrializados do que o baixo curso da
bacia. A Tabela 27 traz uma visão comparativa da evolução da densidade demográfica
e o Gráfico 8 permite visualizar sua progressão no tempo, em todos os trechos.
110
Tabela 27 – Evolução da densidade demográfica – 1970 - 2007
Densidade Demográfica (hab/km²)
Municípios
1970 1980 1991 2000 2007
Minas Gerais 19,6 22,8 26,8 30,5 32,9
Sul/Sudoeste 33,4 39,3 45,0 46,9
Alto Sapucaí 40,7 40,9 46,3 51,5 52,3
Médio Sapucaí 32,2 35,0 42,1 49,0 51,6
Baixo Sapucaí 25,7 28,7 32,8 37,2 39,0
FONTE: IBGE, Censo Demográfico, 2000 e Contagem da População, 2007
Densidade demográfica 1970 - 2007
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
1970 1980 1991 2000 2007
Ano
Hab/km2
Minas Gerais
Alto Sapucaí
Médio Sapucaí
Baixo Sapucaí
Gráfico 8 – Evolução da densidade demográfica
FONTE: IBGE, Censos demográficos.
Índice de desenvolvimento humano
Na bacia, três municípios destacam-se pelo padrão de desenvolvimento humano -
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O maior IDH-M pertence a Pouso Alegre
(0,826), valor superior à média dos estados de Minas Gerais (0,773) e, mesmo, ao de
São Paulo (0,82) que possui o terceiro maior IDH entre os Estados brasileiros
(Tabela 28).
111
Tabela 28 – Índice de desenvolvimento Humano – 2000. Estados e municípios com
maior IDH-M
Município Índice de Desenvolvimento Humano
Minas Gerais 0,773
São Paulo 0,82
Pouso Alegre (MG) 0,826
Campos do Jordão (SP) 0,82
Itajubá (MG) 0,815
FONTE: PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003
Os demais municípios da GD5 enquadram-se entre os considerados de médio
desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,5 e 0,8) com valores que variam no limite
mais alto da escala: de 0,703 (Consolação, em Minas Gerais) a 0,798 (Ouro Fino,
também em Minas).
Saúde
Os municípios mineiros da GD5 estão vinculados a três Gerências Regionais de
Saúde (GRS): Alfenas (4 municípios), Pouso Alegre (38 municípios) e Varginha (6
municípios). Pouso Alegre além de pólo macrorregional é sede de uma microrregião
constituída por 34 municípios (Tabela 29), 23 deles pertencentes à GD5 (47,9% dos
pertencentes à vertente mineira). O município é o único dos pólos de referência
estadual sediado na bacia, oferecendo serviços ambulatoriais e hospitalares de média
e alta complexidade que atende a população além da microrregião.
Tabela 29 – Inserção dos municípios da GD5 nas microrregiões de Saúde
Municípios Proporção
Microrregiões
Total GD5
Do total dos
municípios da
microrregião
Do total dos
municípios da GD5
Alfenas / Machado 17 4 23,5 8,3
Itajubá 15 15 100 31,3
Pouso Alegre 34 23 67,6 47,9
São Lourenço / Caxambu 24 3 12,5 6,3
Varginha 4 3 75 6,3
FONTE: Plano Diretor de Regionalização de Minas Gerais
Foram investigadas informações relativas às doenças de veiculação hídrica cuja
transmissão é potencializada pelas enchentes que afetam diversos municípios da
região, devido, entre outros fatores, à ocupação urbana nas várzeas inundáveis do rio
Sapucaí. Entre as cidades mais afetadas estão Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e
Pouso Alegre (Foto 15).
112
Foto 15 – Enchente em Pouso Alegre – fevereiro de 2009
A fonte de informação é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SIAN)
alimentado por casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças
de notificação compulsória. Entre tais doenças estão a leptospirose e a hepatite, que
possuem veiculação hídrica. A informação refere-se ao ano de 2007 e foi
disponibilizada pela Gerência Regional de Saúde de Pouso Alegre, sob cuja
responsabilidade estão 38 municípios, 79,2% dos municípios da vertente mineira da
GD5 (Tabela 29).
Turismo e lazer
A atividade turística associada aos recursos hídricos acontece, principalmente, nos
dois extremos da bacia hidrográfica. A beleza cênica e a abundância de água da Serra
da Mantiqueira atraem turistas para os municípios do Alto Sapucaí, enquanto o Lago
de Furnas constitui o atrativo da parte baixa da bacia, nos municípios de Elói Mendes
e Paraguaçu. Em Paraguaçu, na localidade de Pontalete, existe uma praia artificial
criada pela prefeitura. Existem ranchos de lazer às margens do Rio Sapucaí, ao longo
de sua extensão.
Em São Paulo, Campos do Jordão é reconhecida mundialmente como Estância
Hidromineral, sendo sua água um dos principais atrativos para o turismo.
O Circuito Serras Verdes do Sul de Minas abrange 16 municípios, metade deles com
sede administrativa na bacia do Sapucaí: Cachoeira de Minas, Cambuí, Conceição
dos Ouros, Consolação, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Gonçalves e Sapucaí-Mirim.
113
O circuito está organizado como personalidade jurídica através da Associação de
mesmo nome.
O Circuito Caminhos do Sul de Minas é formado por 12 municípios, 11 deles
pertencentes à Bacia: Brasópolis, Conceição das Pedras, Itajubá, Maria da Fé,
Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí, São José do Alegre,
Wenceslau Braz e Delfim Moreira. Em 2001, foi constituída a Agência de
Desenvolvimento (Adectur) do Caminhos do Sul de Minas, com sede em Itajubá,
objetivando estimular o desenvolvimento da atividade na região.
7.2 Diagnóstico dos Aspectos Econômicos
A Macrorregião Sul de Minas está localizada a meio caminho entre São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, um dos motivos responsáveis para que ela seja considerada
como uma das mais desenvolvidas do Estado, apresentando um índice de
desenvolvimento compatível ao estado de São Paulo. Verifica-se a ocorrência de
cidades de porte médio citando como exemplo Pouso Alegre, Itajubá e Santa Rita do
Sapucaí.
7.2.1 Atividades Econômicas
Utilizou-se dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto), organizados pela FJP/CEI
(Fundação João Pinheiro / Centro de Estatística e Informações) para o Estado (2006),
Macrorregião e, Microrregiões e Municípios.
Os dados sobre o PIB referem-se aos três principais setores da economia, enquanto
que os dados sobre emprego formal podem ser obtidos para setores e subsetores.
Quanto ao agrupamento de setores, para o PIB, o setor agropecuário refere-se ao
setor primário, o setor industrial refere-se ao setor secundário e o de serviços ao setor
terciário.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) é caracterizado como um dos principais definidores da
economia de um município, região, estado ou pais. Os dados que serão apresentados
a seguir sobre o PIB referem-se aos três principais setores da economia:
agropecuário, industrial e serviços.
A Tabela 30 apresenta o PIB da microrregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita
do Sapucaí entre os períodos de 1985 e 1998.
114
Tabela 30 – Composição Setorial do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores
de Atividade Econômica das Microrreregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita
do Sapucaí – MG
ITAJUBÁ POUSO ALEGRE SANTA RITA DO
SAPUCAÍ
Especificação 1985 1995 1998 1985 1995 1998 1985 1995 1998
PIB
Agropecuário
15,5 14,0 10,5 16,0 11,5 10,0 43,3 35,5 24,5
PIB Industrial 23,8 34,2 41,8 33,8 52,6 55,9 16,4 20,5 37,2
PIB Serviços 60,7 51,8 47,7 50,2 35,9 34,1 40,3 44,0 38,3
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
FONTE: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI)
De acordo com a Tabela 30, a microrregião de Itajubá apresenta no período analisado
uma significativa queda no setor agropecuário e de serviços e um crescimento do
setor industrial. As microrregiões de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí também
apresentam o mesmo comportamento. Ë visível, portanto, o crescimento da
participação do setor industrial na economia em detrimento dos demais setores.
A microrregião de Pouso Alegre é aquela que, em 1998, apresentava o maior valor de
PIB para o setor industrial, registrando um crescimento durante todo o período
analisado. E é também a região que apresenta a maior queda no setor de serviços.
O setor agropecuário sofre queda nas três microrregiões, durante o período analisado,
mas a microrregião de Santa Rita do Sapucaí tem a maior queda.
Em 1998 a microrregião de Santa Rita do Sapucaí apresentava um relativo equilíbrio
dos três setores econômicos (agropecuário, industrial e serviços) em relação ao PIB
total.
A Tabela 31 apresenta o PIB dos municípios, microrregião mesorregião e Estado de
Minas Gerais.
Tabela 31 – Composição do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de
Atividade Econômica para Municípios, Microrregiões, Mesorregião e Estado de
Minas Gerais - 1998
Município PIB
Agropecuário
PIB Industrial PIB Serviços Total
Microrregião Itajubá
Brasópolis 28,9 15,9 55,2 100,0
Consolação 33,3 6,6 60,1 100,0
Delfim Moreira 34,0 11,7 54,3 100,0
Itajubá 1,0 56,2 42,8 100,0
Maria da Fé 32,9 8,9 58,2 100,0
115
Município PIB
Agropecuário
PIB Industrial PIB Serviços Total
Marmelópolis 35,4 19,4 45,2 100,0
Paraisópolis 11,3 28,9 59,8 100,0
Piranguçu 26,3 7,8 65,9 100,0
Piranguinho 32,8 16,1 51,1 100,0
Wenceslau Braz 21,1 16,7 62,2 100,0
Total Microrregião 10,5 41,8 47,7 100,0
Microrregião Pouso Alegre
Borda da Mata 23,9 18,6 57,5 100,0
Cambuí 4,6 30,8 64,6 100,0
Córrego do Bom
Jesus
31,5 4,6 63,9 100,0
Estiva 15,4 17,6 67,0 100,0
Gonçalves 31,5 5,2 63,3 100,0
Pouso Alegre 1,6 68,8 29,6 100,0
Sapucaí-Mirim 16,1 20,2 63,7 100,0
Senador Amaral 55,7 6,0 38,3 100,0
Total Microrregião 10,0 55,9 34,1 100,0
Microrregião Santa Rita do Sapucaí
Cachoeira de
Minas
43,3 19,2 37,5 100,0
Conceição dos
Ouros
30,3 31,0 38,7 100,0
Pedralva 53,4 5,8 40,8 100,0
Santa Rita do
Sapucaí
6,8 64,5 28,7 100,0
São José do Alegre 16,2 12,0 71,8 100,0
Total Microrregião 24,5 37,2 38,3 100,0
Total Mesorregião 18,0 39,0 43,0 100,0
Total Minas Gerais 9,2 40,3 50,5 100,0
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI)
De acordo com a Tabela 31 percebe-se que no ano de 1998, na microrregião de
Itajubá, com exceção da própria cidade, o setor de serviços tinha a maior participação
no PIB, com participações acima todos os outros municípios o setor de serviços está
na liderança em termos de participação, a maioria com proporções acima de 50% . Já
em Itajubá o setor industrial é que liderava o PIB, o setor de serviços possuía uma
participação inferior a 50% e o setor agropecuário contribui com apenas 1%.
Ainda analisando a microrregião de Itajubá, nota-se que os municípios Brasópolis,
Consolação, Delfim Moreira, Maria da Fé, Marmelópolis, Piranguçu e Piranguinho
possuíam em 1998 uma significativa participação do setor agropecuário no PIB,
116
apresentando índices muito superiores aos da mesorregião e do Estado de Minas
Gerais.
Analisando os dados do PIB da microrregião de Pouso Alegre, observa-se uma forte
expressão do setor industrial no município de Pouso Alegre, chegando a quase 70%
de participação no índice, já o setor agropecuário contribui de forma inexpressiva para
o PIB municipal. Apenas no municípios de Cambuí e Sapucaí - Mirim o setor industrial
possui peso expressivo, mesmo estando abaixo do setor de serviços.
O município Senador Amaral apresentava em 1998 uma grande participação do setor
agropecuário no PIB. Cambuí, Córrego Bom Jesus, Estiva, Gonçalves e Sapucaí -
Mirim destacam-se no setor de serviços.
Analisando a microrregião de Santa Rita de Sapucaí, de acordo com a Tabela 30,
observa-se que os municípios Cachoeira de Minas e Pedralva, em 1998, possuíam
forte participação do setor agropecuário no PIB, Santa Rita do Sapucaí apresentava
grande peso no setor industrial e o setor de serviços era predominante nos municípios
de São José do Alegre e Conceição dos Ouros.
A Tabela 32 demonstra os valores adicionados em reais em três setores da economia,
dos municípios de São Paulo que integram a Bacia dão Rio Sapucaí e estão inseridos
na microrregião de Campos do Jordão. Os valores adicionados são uma forma
alternativa de se mensurar o valor do PIB.
Tabela 32 – Valores adicionados em R$
Município Serviços Agropecuária Indústria
Santo Antônio do Pinhal 1.055.479 17.809 249.484
São Bento do Sapucaí 1.055.183 75.587 1.859.518
Campos do Jordão 22.447.016 11.832 4.801.048
FONTE: SEADE, 2003
Indústria e Comércio
A região do Sul de Minas Gerais vem-se constituindo uma das regiões com mais
acentuado crescimento industrial no Estado. A região é a que mais se beneficiou do
movimento combinado de polarização e da dispersão da Área Metropolitana de São
Paulo.
As várias microrregiões de crescimento, que fazem parte do Sul de Minas (Pouso
Alegre, Itajubá, São Lourenço, Três Corações, Guaxupé, Extrema e Paraisópolis),
117
constitui-se numa rede de cidades próximas e integradas, que apresentam um dos
mais expressivos crescimentos relativos da indústria em Minas Gerais nos últimos
anos.
Segundo o IBGE (2004), o emprego industrial da região do Alto e Médio Sapucaí subiu
de 6.064 em 1970, para 99.004 em 2004. Isto se deve a implantação de pequenas e
médias empresas (eletrônica, bélica, peças e componentes automotivos, metalúrgica,
alimentos, etc.).
A boa infra-estrutura urbana, a sua proximidade à Área Metropolitana de São Paulo e
da sua posição estratégica em relação a Belo Horizonte e Rio de Janeiro, beneficia a
região para o desenvolvimento da atividade Industrial. Uma prova disto são os
investimentos previstos por alguns setores industriais na região do Sul de Minas.
Outro fator que contribui para o crescimento da atividade industrial foi a relocalização
de empresas da Grande São Paulo. Estas encontraram no Sul de Minas uma boa
opção locacional, de fácil acesso à metrópole e com grande disponibilidade de mão-
de-obra, atraindo várias indústrias. Além disso, a Cidade de Pouso Alegre – cidade de
maior crescimento na Região Sul nos últimos vinte anos – conta com um comércio
bem equipado e diversificado, assim como um setor de saúde e educação em
expansão, favorecendo uma crescente concentração industrial.
Vale a pena ressaltar também que a duplicação da Rodovia Fernão Dias sinaliza para
uma onda reforçada de crescimento econômico para a região como um todo.
Do ponto de vista industrial, a Rota Tecnológica tem como referência a BR-459 que vai
de Poços de Caldas a Resende, no Estado do Rio de Janeiro e é conhecida como o
Pólo de Telecomunicações e Microeletrônica. A BR-459 liga centros geradores de
empresas de base tecnológica tendo como principais âncoras a Universidade Federal
de Itajubá – UNIFEI - e o Instituto Nacional de Telecomunicações – INATEL – de
Santa Rita do Sapucaí.
O comércio é importante fonte de arrecadação de impostos para as contas públicas,
participa na geração de renda e de postos de trabalho e define eixos de circulação, de
valorização e desvalorização imobiliária.
Os principais geradores de empregos na região são as atividades comerciais e os
serviços de reparos. De certa forma a região apresenta uma economia, diversificada.
Contudo, um setor de atividade expressiva é o de alojamento e alimentação, dando
suporte à atividade turística, uma das mais importantes do Estado. A presença de
vários restaurantes, hotéis, pensões e similares, vem desempenhando um papel de
118
suma importância social e econômica, não só pela geração de novos empregos, mas
também pelo incremento das receitas municipais.
Setor Industrial de Santa Rita do Sapucaí
O município de Santa Rita do Sapucaí é considerado um pólo de desenvolvimento do
setor eletrônico brasileiro.
A grande concentração de indústrias do ramo eletrônico nessa região é característica
da nova estrutura, formada a partir da reestruturação do complexo eletrônico no país.
Como mostra a Tabela 33, Santa Rita do Sapucaí está entre as 11 cidades com
grande participação nas atividades eletrônicas e a única cidade de Minas Gerais que
se enquadra na concepção de ALP.
Tabela 33 – Clusters do Complexo Eletrônico - 2000
Município Renda Per Capita (R$) População PIB R$ milhões
Barueri (SP) 494 208.281 103
Campinas (SP) 615 969.396 596
Curitiba (PR) 620 1.587.315 9984
Diadema (SP) 292 357.064 104
Garulhos (SP) 244 1.072.717 369
Manaus (AM) 262 1.405.835 364
Porto Alegre (RS) 710 1.360.590 966
Município Renda Per Capita (R$) População PIB R$ milhões
Santa Rita do Sapucaí (MG) 315 31.264 10
São Bernardo do Campo (SP) 505 703.177 355
São José dos Campos (SP) 470 539.313 253
São Paulo (SP) 610 10.434.252 6365
FONTE: Albuquerque e Britto (2000) e PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003
Santa Rita do Sapucaí é caracterizado por empresas de pequeno porte e capital
nacional, com escala de produção pequena. A grande maioria se enquadra como
microempresa, não existindo nenhuma empresa de grande porte.
Os Arranjos Produtivos Locais são geralmente altamente especializados, mas Santa
Rita do Sapucaí diferente dessa realidade, não possui uma área de mercado definida,
possui uma diversidade maior de mercados, sendo, segundo dados do Instituto
Euvaldo Lodi (IEL - FIEMG) o de Telecomunicações o segundo maior mercado e o de
automação o terceiro.
119
Transporte
A localização dos municípios que compõem a bacia favorece economicamente a
região, sob os seguintes aspectos:
Localização privilegiada em relação às regiões metropolitanas de Belo
Horizonte e São Paulo, devido à proximidade da BR-381;
Favorecimento em relação ao desenvolvimento do potencial turístico
envolvendo recursos naturais.
As distâncias da capital do Estado e cidades–pólo próximas a algumas cidades da
bacia podem ser visualizados na Tabela 34.
Tabela 34 – Distâncias rodoviárias entre alguns municípios da bacia e principais
centros nacionais
Distancias (km)
Município
Belo Horizonte São Paulo Rio de Janeiro
Borda da Mata 412 176 368
Brasópolis 392 188 296
Cambuí 438 141 347
Carvalhópolis 337 251 352
Congonhal 390 197 357
Consolação 422 157 332
Delfim Moreira 377 213 256
Estiva 419 161 345
Itajubá 445 205 279
Machado 335 261 367
Maria da Fé 359 223 274
Natércia 370 231 298
Paraguaçu 345 284 355
Pouso Alegre 390 192 342
Santa Rita do Sapucaí 405 204 314
Sapucaí-Mirim 448 150 307
Silvianópolis 419 222 339
Turvolândia 357 242 341
Virgínia 393 245 240
FONTE: DER, 2009.
As principais rodovias que cortam a bacia do Rio Sapucaí são:
BR 381: Belo Horizonte – São Paulo:
BR 459: Poços de Caldas/MG – Lorena/SP
BR 491: Atravessa cidades importantes da região como Alfenas, Paraguaçu,
Eloi Mendes e Varginha;
MG 179: considerada uma rodovia longitudinal. Ela começa em Pouso Alegre e
termina na cidade de Alfenas;
120
MG 295: considerada uma rodovia transversa, liga as cidades de Cambuí e
Itajubá (BR 459);
Sobre as empresas de transporte que atendem a região podemos citar:
Expresso Gardênia Ltda.;
Empresa Gontijo de Transportes Ltda.;
Viação Santa Cruz;
Viação Santa Terezinha;
Viação Cambuí;
Viação Bragança
121
8. SANEAMENTO AMBIENTAL
Para caracterização da situação de saneamento ambiental foram utilizados dados
primários recolhidos junto aos prestadores de serviço nos municípios e secundários
disponibilizados pelos Ministério da Saúde e Ministério das Cidades. O Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2007) em seu Diagnóstico dos
Serviços de Água e Esgoto traz informações referentes à situação do saneamento em
todo país. O último relatório disponível (dezembro 2007) tem como base dados de
2006. As informações são solicitadas aos agentes municipais e regionais prestadores
de serviços abastecimento de água e de esgotamento sanitário e os indicadores
calculados com base nessas informações, após checagem de sua consistência.
No caso de Minas Gerais há 33 municípios da bacia inclusos na pesquisa
(representando 68,8% dos municípios da porção mineira), sendo que destes 5
possuem sede urbana em outras bacias hidrográficas. Considerando que os serviços
de água e esgoto concentram-se nas áreas urbanas, estes cinco serão deixados de
fora da análise uma vez que não utilizam água proveniente da GD5 nem despejam
efluentes urbanos nela. Dessa forma, a análise a seguir abrange 31 municípios (60,8%
dos municípios da GD5), sendo 28 mineiros (Tabela 35) – Anexo F.
Tabela 35 – Proporção de municípios da GD5 cujos dados foram
disponibilizados para o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto -2006
Informação disponível
Trechos / Vertente
Municípios
com sede
urbana bacia
Número de
municípios
Percentual por
segmento da
bacia
Total de
municípios
Alto Sapucaí 19 14 73,7 21
Mineira 16 11 68,8 18
Paulista 3 3 100 3
Médio Sapucaí 18 11
64,7
21
Baixo Sapucaí 8 6
85,7
10
Total de municípios 31 31 51
Fonte: SNIS, Vida Meio Ambiente
Foi utilizado também o Relatório de Análise - água bruta – produzido pela COPASA
regional Itajubá, para o Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) Sapucaí, em 2005 e
informações coletadas junto à COPASA e às prefeituras municipais pela equipe da
Vida Meio Ambiente
122
8.1 Abastecimento de Água
Conforme mostra a Figura 11 (mapa relativo às concessionárias de água), a COPASA
administra os serviços de água da maior parte dos municípios, possuindo concessão
em 29 sedes municipais compreendidas na bacia, 56,8% do total. As prefeituras
municipais através dos SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) atendem a 37,3%
dos municípios. Paraguaçu, no Baixo Sapucaí, é atendido pela Concessionária de
Saneamento Básico Ltda. (COSÁGUA), uma concessionária privada.
A forma de tratamento de água mais aplicada é a convencional (floculação,
decantação, filtração, cloração e fluoretação), utilizada em 70% da bacia. A captação
é superficial na maioria dos casos.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP é a
concessionária de abastecimento público nos três municípios da bacia pertencentes
ao estado de São Paulo: Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do
Sapucaí.
.
123
Figura 11 – Concessionárias de Água na Bacia do Rio SAPUCAÍ
FONTE: COPASA e SAAE’s, 2009
124
O índice de atendimento do serviço de abastecimento de água, na média de toda a
bacia é de 71,1 % para a população total e de 97 % considerando apenas a população
urbana. O consumo médio per capita é de 135 litros por habitante / dia (l / hab. dia). A
média de consumo per capita na região sudeste, considerando os prestadores de
serviço de âmbito regional é 165,7 l / hab. dia. A média para as prestadoras estaduais
COPASA e SAPESP é, respectivamente, 131,3 e 164,9 l / hab. dia. O município da
bacia com maior consumo per capita é Paraisópolis (301,4 l / hab. dia). Paraisópolis
possui também o menor índice de hidrometração: 36,5 %. Na vertente paulista o maior
consumo per capita pertence a Campos do Jordão: 256,8 l / hab. dia, com 100% de
hidrometração – Tabela 36.
Tabela 36 – Indicadores do serviço de abastecimento de água, por trecho da GD5 -
2006
Índice de
atendimento
Total de
água
Índice de
atendimento
Urbano de
água
Consumo
médio per
capita de
água
Participação
de economias
residenciais
no total de
economias
ativas de água
Volume de
água
produzido
Índice de
perdas na
distribuiçã
o
Porção da
GD5
% % l / hab. dia %
1000m3/an
o
%
Alto Sapucaí 68,1 91,8 167,0
88,9
16.738 28,9
Vertente
Mineira
71,7 99,7 142,2 89 10.841 26,1
Vertente
Paulista
54,54 83,9 191,9 88,7 5.897 31,7
Médio
Sapucaí
69,1 100,0 109,3 90,5 14.442 25,2
Baixo
Sapucaí
76,2 99,1 129,4 91,6 5.136 18,7
Média geral 71,1 97,0 135,2 90,3 36.315 24,3
Fonte: SNIS, Vida Meio Ambiente
8.2 Esgotamento sanitário
Em relação à coleta de esgotos e ao tratamento do mesmo a situação na bacia ainda
deixa muito a desejar, apesar dos indicadores estarem melhorando década após
década. A base de dados disponível para a totalidade dos municípios ainda não foi
atualizada com os dados da contagem populacional 2007. O perfil municipal elaborado
pelo Ministério da Saúde (MS/ Datasus) atualizado em fevereiro 2009, utiliza
indicadores de saneamento dos últimos censos (1991 e 2000). Os dados relativos ao
percentual de moradores por tipo de instalação sanitária revelam uma ampliação do
atendimento. Na média geral da bacia o percentual de moradores atendidos por rede
125
geral de esgoto (ou rede pluvial) aumentou de 48%, em 1991 para 60,4%, no anos
2000 (Tabela 37).
Tabela 37 – Proporção de moradores atendidos por rede geral de esgoto – Trechos
da GD5
Percentual de moradores por tipo de instalação
sanitária: rede geral de esgoto ou pluvial
Trecho da GD5
1991 2000
Baixo Sapucaí 53,6 69,7
Médio Sapucaí 49,2 60,4
Alto Sapucaí 41,4 51,2
Percentual médio 48,0 60,4
FONTE: Datasus/ Censos Demográficos
Alguns municípios pequenos, como Gonçalves e Senador José Bento, tinham um grau
baixo de cobertura de rede de esgoto em 2000 , respectivamente 26 % e 28,7 %.
Vários municípios antes de pensar a possibilidade de tratamento de esgoto precisam
investir na estruturação do sistema de coleta. O mesmo ocorre em municípios maiores
e/ou com mais recursos financeiros, como Itajubá, Pouso Alegre e Campos do Jordão
precisam ampliar a rede de coleta.
Dos 49 municípios mineiros da bacia, apenas Cambuí (2 bairros), Gonçalves,
Pedralva e Paraguaçu possuem estação de tratamento de Esgotos. A COPASA está
em fase de projeto ou construção de estações de tratamento de esgoto em 7
municípios: Borda da Mata, Camanducaia, Conceição das Pedras, Congonhal, Itajubá,
Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí.
A Figura 12 apresenta a situação dos municípios em relação à presença de estação
de tratamento de esgoto.
Dos três municípios paulista que compõem a bacia, Campos do Jordão, Santo Antônio
do Pinhal e São Bento do Sapucaí, apenas Santo Antônio do Pinhal apresenta
tratamento de esgoto.
Como a região do Estado de São Paulo que pertence à bacia é utilizada para o
turismo, a população flutuante atrelada ao turismo gera demandas sazonais de água
atipicamente elevadas, resíduos sólidos e esgotos, que somados à expansão
imobiliária (loteamentos, chácaras etc.), acarretam em potencial degradação ambiental
nessa região e interfere na qualidade ambiental da bacia do Rio Sapucaí.
126
Figura 12 – Concessionárias de esgoto na Bacia do Rio SAPUCAÍ
FONTE: COPASA, SABESP e SAAE’s, 2009
138
8.3 Resíduos Sólidos
Na gestão de resíduos sólidos pode ser verificado um avanço nos últimos anos,
derivados da política de gestão ambiental do estado que tem cobrado das prefeituras a
disposição adequada do lixo. O Programa Minas Sem Lixões tem como metas, até
2011, o fim de 80% dos lixões no Estado e a disposição final adequada de 60% dos
resíduos sólidos urbanos gerados em Minas em sistemas tecnicamente adequados,
devidamente licenciados pelo Copam.
Como registra um diagnóstico anterior (COPASA, 2001) identifica a presença de lixões
em vários municípios, como, quais posteriormente substituídos por aterros
controlados, como em Cachoeira de Minas, Estiva, Gonçalves, Maria da Fé e São
José do Alegre, (Tabela 38).
Tabela 38 – Gestão de resíduos sólidos
Destinação de resíduos sólidos urbanos
Municípios
Lixão
Aterro
Controlado
Aterro
Sanitário
Usina de
triagem e
Compostagem
(UTC)
Índice
de
coleta
de lixo
Volume
(ton./dia)
Baixo Sapucaí 4 2 0 1
Carvalhópolis 1
Cordislândia 1
Elói Mendes 1
Monsenhor Paulo 1
Paraguaçu 1
São Gonçalo do
Sapucaí
1
Turvolândia 1
Médio Sapucaí 9 6 0 2
Borda da Mata 1
Cachoeira de
Minas
1 90% 4,5
Cambuí 1 100%
Careaçu 1
Congonhal 1
Córrego do Bom
Jesus
1 100%
Espírito Santo do
Dourado
1
Estiva 1 100%
Heliodora 1
Natércia 1
Pouso Alegre 1 100%
139
Destinação de resíduos sólidos urbanos
Municípios
Lixão
Aterro
Controlado
Aterro
Sanitário
Usina de
triagem e
Compostagem
(UTC)
Índice
de
coleta
de lixo
Volume
(ton./dia)
Santa Rita do
Sapucaí
1 100% 25
São João da Mata 1
São Sebastião da
Bela Vista
1
Senador Amaral 1
Senador José
Bento
1
Silvianópolis 1
Alto Sapucaí 6 11 0 0
Brasópolis 1 5,5
Conceição das
Pedras
1 1,5
Conceição dos
Ouros
1 100% 10
Consolação 1 100%
Delfim Moreira 1 100% 1,3
Gonçalves 1 100%
Itajubá 1 100% 63
Maria da Fé 1 100% 11
Marmelópolis 1 95% 0,5
Paraisópolis 1 100% 10,6
Pedralva 1 100% 4,2
Piranguçu 1 95% 1
Piranguinho 1 100% 3
São José do Alegre 1 100% 1,6
Sapucaí-Mirim 1 100% 7
Wenceslau Braz 1 100% 0,8
Vertente Mineira 6 10
Vertente Paulista
Campos do Jordão*
Santo Antônio do
Pinhal
1
São Bento do
Sapucaí*
Fonte: Minas Sem Lixões, COPASA.
140
9. LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES SOBRE OUTORGA NA BACIA DO
RIO SAPUCAÍ
Para compreender as informações apresentadas neste capítulo, é necessário entender
o significado dos usos da água encontrados na bacia. As informações foram
repassadas por IGAM e ANA.
Abastecimento Público: captação de água utilizada para o abastecimento de
cidades, vilas e distritos. Normalmente solicitadas por empresa de distribuição
de água, como por exemplo a COPASA.
Consumo humano: captação de água destinada ao consumo humano em
pequenas quantidades.
Aquicultura: captação de água para utilização no cultivo de organismos
aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios e plantas aquáticas
para uso do homem.
Consumo agroindustrial: captação de água destinadas a empresa que utilizam
a água na plantação e na indústria de beneficiamento. No procedimento de
concessão de outorgas, a ANA desconsidera o termo Agroindústria e concede
duas outorgas: uma para a utilização de água na lavoura, por exemplo, e outra
para o processo produtivo industrial.
Consumo industrial: captação de água destinada a indústria, utilizada no
processo produtivo.
Consumo industrial e humano: captação de água destinada ao processo
produtivo da indústria e ao consumo dos funcionários.
Dessedentação de animais: captação de água utilizada na criação de animais.
Irrigação: captação de água destinada a irrigação de plantações.
Paisagismo: captação de água utilizada para manutenção do paisagismo em
parques e praças
Geração de energia: captação de água destinada a produção de energia.
Exemplo: Hidrelétricas
Lava jato: captação de água destinada a lavagem de veículos
Aspersão de vias: captação de água destinada a aspersão de vias.
Mineração e Extração Mineral: captação de água destinada a mineração. Os
termos extração mineral e mineração, teoricamente, possuem o mesmo
141
significado. Contudo, para a ANA, o termo extração mineral é mais empregado
para identificar os números pedidos de lavra para extração de areia. Por isso,
adotou-se o costume de utilizar o termo extração mineral para a exploração de
recursos superficiais e de mineração para aqueles de maior profundidade.
Neste levantamento de usos da água na bacia hidrográfica do rio Sapucaí
consideramos as seguintes definições, de acordo com a Gerência de Cobrança pelos
Usos da água do IGAM:
Uso consuntivo: definido como aquele no qual há perda entre o que é derivado
e o que retorna ao curso de água. São eles: Abastecimento Público,
aqüicultura, consumo agroindustrial, consumo industrial, dessedentação de
animais, irrigação, mineração, lavagem de veículos e aspersão de vias.
Uso não-consuntivo: definido como aquele no qual não há perda entre o que é
derivado e o que retorna ao curso de água. São eles: extração mineral,
paisagismo, transposição de corpo de água e geração de energia.
9.1 Campanha de Regularização do Uso da Água
A Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas Gerais –
“ÁGUA: FAÇA O USO LEGAL” teve como objetivo informar e facilitar o acesso aos
meios de regularização do uso da água, além de levantar dados sobre a utilização dos
recursos hídricos no Estado.
A Campanha foi voltada para todas as pessoas que realizam intervenção em recursos
hídricos, sejam águas superficiais ou subterrâneas, como água de poços artesianos,
lagos, rios, córregos e ribeirões.
De acordo com a Assessora da Diretoria de Monitoramento e Fiscalização Ambiental –
DMFA do IGAM, responsável pela compilação dos dados da campanha, e
considerando os cadastros recebidos até Setembro de 2009, foram realizados 20.245
(vinte mil duzentos e quarenta e cinco) cadastros, nos município da bacia do Rio
Sapucaí (Anexo H – Cadastro da Campanha de Regularização).
Dos cadastros realizados, 49,50% referem-se a consumo humano (Gráfico 9). Um
detalhe interessante que pode se observado analisando a Tabela do Anexo G é a
presença do uso piscicultura6
em todos os municípios.
6
ramo da aqüicultura, que se preocupa com o cultivo de peixes, bem como de outros
organismos aquáticos
142
Gráfico 9 – Campanha Uso Legal – GD5 – Finalidades de Uso
FONTE: IGAM – Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas
Gerais/2009.
9.2 Outorgas Significantes de mananciais Superficiais
A partir dos dados fornecidos pelo IGAM em sua página eletrônica na Internet, pela
ANA e pela COPASA, estabeleceu-se a relação de outorgas concedidas de 1993 até
junho de 2009 na bacia do Rio Sapucaí. Os dados da COPASA foram utilizados para
complementar os resultados, uma vez que se identificou que várias outorgas da
COPASA não apareciam nas listagens disponibilizadas pelo IGAM. Buscou-se
também, uma consulta direta ao banco de dados do IGAM, mas até a finalização deste
trabalho nenhuma informação havia sido repassada.
No total, foram concedidas na bacia do rio Sapucaí 166 (cento e sessenta e sei)
outorgas para uso de recursos hídricos superficiais, sendo 154 de uso consuntivo
(onde há perdas entre o que retorna ao curso natural) e 12 outorgas de uso não
consuntivo (não há perdas) – Anexo H (Mapa dos Usos da Água).
A Tabela 39 e Gráfico 10 mostram o número de outorgas e a porcentagem relativa a
cada uso na bacia.
143
Tabela 39 – Outorgas Superficiais significativas concedidas na bacia do Rio
Sapucaí
N°de outorgas Vazão
USO
Número Porcentagem m³/s Porcentagem
Abastecimento Público 52 31,33% 2,5074 77,11%
Aqüicultura 8 4,82% 0,0099 0,30%
Consumo Agroindustrial 6 3,61% 0,1004 3,09%
Consumo Industrial 21 12,65% 0,1519 4,67%
Mineração 30 18,07% 0,1760 5,41%
Dessedentação de animais 2 1,20% 0,0001 0,03%
Irrigação 32 19,28% 0,3011 9,26%
Outros 3 1,81% 0,0051 0,16%
Extração mineral 4 2,41% 0,0000 0
Paisagismo 1 0,60% 0,0000 0
Transposição de corpo de água 6 3,61% 0,0000 0
Geração de energia 1 0,60% 0,0000 0
TOTAL* 166 100% 3,25 100%
FONTE: IGAM 2009, COPASA 2009 e ANA 2008.
Gráfico 10 – Outorgas Superficiais na bacia do Rio Sapucaí (numero de outorgas)
FONTE: IGAM 2009, COPASA 2009 e ANA 2008.
144
É importante lembrar que optou-se por trabalhar com todas outorgas existentes na
bacia: as vencidas e as vigentes. Isso porque a tendência é que as outorgas vencidas
sejam renovadas.
De acordo com a Tabela 39 e Gráfico 10 os principais usos na bacia do Rio Sapucaí,
de acordo com o número de outorgas são Abastecimento Público, Irrigação,
Mineração e Consumo Industrial.
9.2.1 Outorgas Significantes de Mananciais Superficiais por Ponto Notável
Os pontos notáveis selecionados foram em exutórios de sub-bacias dos principais
afluentes da bacia e em pontos ao longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem
cronológica partindo do Alto Sapucaí até a foz da bacia e foram utilizados no estudo
de disponibilidade e Balanço Hídrico.
As outorgas de mananciais superficiais de uso consuntivo foram distribuídas de acordo
com os pontos notáveis, como pode ser visto na Tabela 40. As outorgas levantadas no
sítio do IGAM e ANA serviram de apoio para somar as demandas outorgadas à
montante de cada um desses pontos notáveis considerados.
Tabela 40 – Outorgas de mananciais superficiais por ponto notável.
PONTO 01 - LOURENÇO VELHO
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 1 0,040
Lavagem de Veículos 1 0,001
TOTAL 2 0,041
PONTO 02 - SAPUCAÍ
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 11 0,465
Aqüicultura 1 0,006
Consumo Industrial 3 0,079
Lavagem de Veículos 1 0,001
Mineração 1 0,016
TOTAL 17 0,567
PONTO 03 - VARGEM GRANDE
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 1 0,040
TOTAL 1 0,040
145
PONTO 04 - CAPIVARI
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 0 0,000
Consumo Agroindustrial 1 0,003
Consumo Industrial 7 0,017
Dessedentação de animais 1 0,000
Irrigação 1 0,001
TOTAL 10 0,021
PONTO 05 - ITAIM
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 9 0,216
Consumo Agroindustrial 2 0,037
Consumo Industrial 1 0,002
TOTAL 12 0,255
PONTO 06 - SAPUCAÍ MIRIM
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 3 0,060
Consumo Agroindustrial 0 0,000
Consumo Industrial 8 0,017
Dessedentação de animais 1 0,000
Irrigação 2 0,015
Mineração 3 0,027
TOTAL 17 0,119
PONTO 07 - SAPUCAÍ MIRIM
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 15 0,596
Consumo Agroindustrial 2 0,037
Consumo Industrial 9 0,018
Dessedentação de animais 1 0,000
Irrigação 2 0,015
Mineração 4 0,037
TOTAL 33 0,703
146
PONTO 08 - MANDU
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 2 0,400
Aqüicultura 2 0,001
Consumo Industrial 3 0,030
Dessedentação de animais 1 0,0001
Irrigação 2 0,014
TOTAL 7 0,445
PONTO 09 - SAPUCAÍ MIRIM
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 17 0,996
Aqüicultura 2 0,001
Aspersão de Vias 2 0,004
Consumo Agroindustrial 2 0,037
Consumo Industrial 12 0,049
Dessedentação de animais 2 0,000
Irrigação 4 0,029
Mineração 4 0,037
TOTAL 45 1,153
PONTO 10 - CERVO
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 1 0,019
Consumo Agroindustrial 2 0,003
Consumo Industrial 1 0,004
Irrigação 2 0,018
TOTAL 6 0,044
PONTO 11 - SAPUCAÍ
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 17 1,160
Aqüicultura 1 0,006
Consumo Industrial 4 0,079
Lavagem de Veículos 1 0,001
Mineração 6 0,049
TOTAL 29 1,294
147
PONTO 12 - SAPUCAÍ
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 35 2,175
Aqüicultura 4 0,008
Aspersão de Vias 2 0,004
Consumo Agroindustrial 4 0,040
Consumo Industrial 17 0,132
Dessedentação de animais 2 0,000
Irrigação 9 0,083
Lavagem de Veículos 1 0,001
Mineração 13 0,094
TOTAL 87 2,537
PONTO 13 - TURVO
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 5 0,036
Aqüicultura 1 0,002
Consumo Agroindustrial 1 0,057
Consumo Industrial 1 0,000
Irrigação 2 0,015
TOTAL 10 0,095
PONTO 14 - DOURADO
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 3 0,054
Irrigação 4 0,046
TOTAL 7 0,100
148
PONTO 15 - SAPUCAÍ
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 47 2,386
Aqüicultura 7 0,010
Aspersão de Vias 2 0,004
Consumo Agroindustrial 5 0,097
Consumo Industrial 20 0,146
Dessedentação de animais 2 0,000
Irrigação 18 0,172
Lavagem de Veículos 1 0,001
Mineração 24 0,138
TOTAL 126 2,954
PONTO 16 - SAPUCAÍ
Usos Quantidade Vazão - m³/s
Abastecimento Público 52 2,507
Aqüicultura 8 0,010
Aspersão de Vias 2 0,004
Consumo Agroindustrial 5 0,097
Consumo Industrial 22 0,152
Dessedentação de animais 2 0,0001
Irrigação 32 0,301
Lavagem de Veículos 1 0,001
Mineração 30 0,176
TOTAL 154 3,25
FONTE: IGAM, 2009; COPASA, 2009 e ANA, 2009.
9.3 Outorgas Significantes de Mananciais Subterrâneos
Para o levantamento das outorgas subterrâneas significantes utilizou-se os dados
disponíveis na página eletrônica do IGAM (http://www.igam.mg.gov.br), além das
outorgas da COPASA que não aparecem no cadastro do IGAM. Os dados
disponibilizados pelo IGAM e COPASA são referentes às outorgas até julho de 2009.
De acordo com os dados disponíveis, foram concedidas 114 (cento e quatorze)
outorgas para uso de recursos da bacia do rio Sapucaí.
149
A Tabela 41 apresenta o número de outorgas concedidas e a vazão total relativamente
a cada uso das águas subterrâneas outorgado na bacia, que também podem ser
visualizados no Gráfico 11.
Tabela 41 – Outorgas para água subterrânea na Bacia do Rio Sapucaí
N°de Outorgas Vazão
Uso
Número Porcentagem m³/h Porcentagem
Abastecimento Público 33 28,95% 435,96 53,25%
Aqüicultura 1 0,88% 1,30 0,16%
Consumo Humano 16 14,04% 42,75 5,22%
Consumo Agroindustrial 1 0,88% 3,20 0,39%
Consumo Industrial 22 19,30% 146,96 17,95%
Consumo Industrial e Humano 23 20,18% 127,47 15,57%
Dessedentação animal 2 1,75% 9,80 1,20%
Irrigação 4 3,51% 23,67 2,89%
Lavagem de Veículos 12 10,53% 27,54 3,36%
TOTAL* 114 100% 818,65 100%
FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009
Gráfico 11 – Porcentagem de acordo com o numero de outorgas para uso de água
subterrânea
FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009
150
9.4 Comparação entre as evoluções temporais das outorgas superficiais e
subterrâneas
O Gráfico 12 apresenta a evolução temporal das outorgas superficiais e subterrâneas
na bacia do rio Sapucaí.
9
21 21
5
4
25
12
8
25
18
27
20
14
27
0
5
10
15
20
25
30
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
n° de Outorgas subterrâneas n° de Outorgas superficiais
Gráfico 12 - Evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas
FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009
Analisando o Gráfico 12, percebe-se um equilíbrio no número de outorgas nos anos de
2003 a 2005, o que não ocorre nos anos seguintes.
Os dados obtidos junto ao IGAM mostram que o principal uso das águas subterrâneas,
em termos de vazão, refere-se ao Abastecimento Público.
Em função da qualidade das águas subterrâneas7
, a participação das mesmas tende a
crescer como está ocorrendo em outros países, principalmente nos mais
desenvolvidos (ROCHA, 2009). Outro fator que proporciona tal crescimento refere-se
7
A água captada através de poços tubulares profundos, na maioria das vezes, não precisa ser
tratada, bastando apenas à desinfecção com cloro. Isso ocorre porque, nesse caso, a água não
apresenta qualquer turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao tratamento
das águas superficiais.
151
às facilidades deste tipo de captação, pois em geral representam menor distância de
adução e menor recalque até os outros componentes do sistema de abastecimento
quando comparada as captações de manancial superficial.
Vale ressaltar que as águas de superfície são as de mais fácil captação e por isso há
uma tendência de que sejam mais utilizadas no consumo humano. No entanto sabe-se
que menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontram-se disponíveis
superficialmente, ficando o restante armazenado em reservas subterrâneas.
Logicamente que nem toda água armazenada no subsolo pode ser retirada em
condições economicamente viáveis, principalmente as localizadas em profundidades
excessivas e confinadas entre formações rochosas.
152
10. DEMANDA HÍDRICA SUPERFICIAL
Para a avaliação da demanda hídrica atual da bacia do Sapucaí foram utilizados os
dados de outorgas significantes de usos consuntivos concedidas a nível estadual e
federal, disponíveis no sítio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM até junho
de 2009 e no sítio da Agência Nacional das Águas - ANA até dezembro de 2008.
Portanto a demanda atual estimada neste estudo considera as outorgas concedidas
até esse período mencionado e que estavam disponíveis para análise.
Os resultados consolidados para a bacia de estudo, divididos em Alto, Médio e Baixo
Sapucaí, estão contidos na Tabela 42, considerando os principais usos consuntivos
tais como: abastecimento urbano, abastecimento industrial, abastecimento rural,
dessedentação animal, irrigação e outros. Observa-se na Tabela 42 que a maior
demanda encontra-se no Médio Sapucaí, totalizando 1,98 m³/s de vazão outorgada.
Observe que apesar de o Baixo Sapucaí ter um maior número de outorgas (44) em
relação ao Alto Sapucaí (36), a vazão outorgada do Alto Sapucaí (0,75 m³/s) é maior
que a do Baixo (0,52 m³/s).
Tabela 42 – Demandas outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008)
para os diferentes usos consuntivos.
Número Porcentagem m³/s Porcentagem
Consumo industrial 11 30,56% 0,096 12,72%
Consumo Agroindustrial 1 2,78% 0,003 0,40%
Abastecimento Público 16 44,44% 0,592 78,66%
Aquicultura 1 2,78% 0,006 0,80%
Irrigação 1 2,78% 0,001 0,13%
Dessedentação de animais 1 2,78% 0,000 0,00%
Mineração 4 11,11% 0,054 7,20%
Outros 1 2,78% 0,001 0,09%
Total - Alto Sapucaí 36 100% 0,75 100%
Número Porcentagem m³/s Porcentagem
Abastecimento público 27 36,49% 1,651 83,41%
Aqüicultura 4 5,41% 0,003 0,17%
Consumo agroindustrial 5 6,76% 0,097 4,92%
Consumo industrial 6 8,11% 0,036 1,82%
Dessedentação de animais 1 1,35% 0,000 0,00%
Irrigação 12 16,22% 0,121 6,14%
Mineração 17 22,97% 0,066 3,31%
Outros 2 2,70% 0,004 0,22%
Total - Médio Sapucaí 74 100% 1,98 100%
Número Porcentagem m³/s Porcentagem
Abastecimento público 9 20,45% 0,265 50,90%
Aqüicultura 3 6,82% 0,001 0,10%
Consumo agroindustrial 0 0,00% 0,000 0,00%
Consumo industrial 4 9,09% 0,020 3,85%
Irrigação 19 43,18% 0,179 34,39%
Mineração 9 20,45% 0,056 10,76%
Total - Baixo Sapucaí 44 100% 0,52 100%
TOTAL DE OUTORGAS 154 Total VAZÃO 3,25
BAIXO SAPUCAÍ
N°de Outorgas Vazão
ALTO SAPUCAÍ
N°de Outorgas Vazão
MÉDIO SAPUCAÍ
N°de Outorgas Vazão
153
O Gráfico 13 possibilita a visualização da distribuição dessas vazões outorgadas,
contidas na Tabela 42, para a bacia do Sapucaí como um todo, considerando as
demandas outorgadas a nível estadual com as de nível federal para os diferentes usos
consuntivos.
2,51
0,0099
0,1004
0,1519
0,0001
0,3011
0,0051
Abastecimento Público
Aquicultura
Consumo Agroindustrial
Consumo Industrial
Dessedentação de animais
Irrigação
Outros: aspersão de vias e
lavajato
Gráfico 13 – Demandas (vazões em m³/s) outorgadas a nível estadual (junho/09) e
federal (dez/2008) para os diferentes usos.
O resumo das demandas outorgadas, contendo inclusive o rio/localidade de uso da
água, encontra-se no Anexo I – Resumo das Demandas outorgadas.
10.1 Evolução da demanda hídrica superficial
10.1.1 Cenário Tendencial para 10 anos
Para o estabelecimento de um cenário tendencial de uso da água na bacia do rio
Sapucaí para 10 anos foi tomado como base o estudo realizado pelo ONS – Operador
Nacional do Sistema Elétrico, que, com a participação da Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, ANA , do Ministério de Minas e Energia – MME e dos Agentes de
Geração, responsáveis pelo aproveitamento dessas bacias, desenvolveu em 2003 e
2004, o projeto de revisão das séries históricas de vazões naturais nas principais
bacias do Sistema Interligado Nacional – SIN.
Esse projeto trata dos estudos de consistência e reconstituição das séries históricas
de vazões naturais e de estimativas de vazões para as atividades de usos consuntivos
da água, para as bacias dos rios Paranaíba, Grande, Tietê, Paranapanema, Iguaçu,
Paraná, São Francisco e Tocantins.
154
O estudo adotou como referência preferencial os dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE e os dados, informações e documentos técnicos da
ANA. Além dessas instituições, foram obtidas, quando necessárias, informações do
Ministério da Integração Nacional – MI, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – MAPA, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão –
MPOG, do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, das Secretarias Estaduais de Planejamento e de
Recursos Hídricos, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo –
SABESP, além de outras instituições nos estados abrangidos nos estudos.
O estudo aponta três (3) cenários de desenvolvimento para as bacias anteriormente
citadas: cenário tendencial, normativo e ideal. Neste plano diretor será considerado
apenas o cenário mais crítico do ponto de vista do consumo, que é o cenário ideal.
"Cenário Ideal - Considerar-se-á que as condições de contorno permitem
ultrapassar as expectativas do cenário otimista. Vale destacar, neste caso, o
acirramento dos conflitos pelo uso da água em alguns locais, basicamente
em função do crescimento da atividade econômica. Neste aspecto o
desempenho do setor agrícola terá papel preponderante."
O fato de a sub-bacia do Sapucaí pertencer à bacia do Grande, esta contemplada no
estudo da ONS, possibilitou a uniformidade de critérios para a estimativa das
demandas futuras de água definidas neste trabalho, da mesma forma que já foi
adotada para a elaboração de planos diretores de recursos hídricos de outras bacias
pertencentes ao Sistema Elétrico Nacional.
A Tabela 43 apresenta essas taxas para os diversos usos de 2004 até 2007, que foi o
estabelecido no estudo da ONS. A partir daí, fez-se uma extrapolação considerando-
se a taxa de crescimento constante e igual a do ano de 2007 até o ano de 2020.
Neste estudo será considerado, portanto, o cenário de evolução da demanda dos
próximos 10 anos.
155
Tabela 43 – Taxas de crescimento(em %) para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do rio Sapucaí considerando um
cenário ideal. Período 2004-2020.
2,43 2,43
5,95 5,95 5,95 5,95 5,95
0,03 0,03
1,02 1,02 1,02 1,02 1,02
2019 2020
4,5 4,5 4,5 4,5 4,5
Abastecimento
Industrial
2016 2017 2018
0,03 0,03 0,03
2,43 2,43 2,43
3,25
0,01
0,72
Abastecimento
Urbano
Abastecimento
Rural
Dessedentação
Animal
5,95
1,02
3,53 5,95 5,955,95 5,95
2,431,50 2,10
Irrigação 5,95 5,95 5,95
2,43 2,43 2,43 2,432,43 2,43
1,021,02 1,02 1,02 1,02 1,02 1,02
0,030,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03
4,5
2013 2014 2015
4,5 4,54,0 4,3 4,5 4,5
Tipo de Uso
Ano
2005 2006 2007 2008 2009 20102004 2011 2012
5,955,28
4,5 4,5 4,5 4,5
0,96 1,02
4,62
0,030,030,020,02
0,90 1,02
2,432,43
156
Em seguida, a Tabela 44 apresenta a evolução da demanda futura de água na bacia
aplicando-se as taxas de crescimento do consumo da Tabela 43, considerando as
demandas outorgadas estaduais e federais em um horizonte de interesse nesse
estudo de 2009 a 2020.
157
Tabela 44 - Evolução da demanda outorgada de 2009 até 2020, em m³/s (demandas outorgadas pelo IGAM e ANA).
Total 3,25 3,39 3,54 3,69 3,85 4,01 4,19 4,37 4,56 4,76 4,97 5,18
Tipo de Uso
Ano
2014 20152009 2010 2011 2012 2013
Abastecimento
Urbano1
Abastecimento
Rural
2 0,1103
2,512 2,625 2,744 2,867
0,1103 0,1104 0,1104
0,000104
1
C onsiderar o consumo Lavajato e aspersão de vias
3,2722,996 3,131
0,1104 0,1105 0,1105
0,0001060,000105
0,370
0,000100 0,000101 0,000102
0,336 0,344
Irrigação
Dessedentação
Animal
0,352 0,3610,328
0,000103
Abastecimento
Industrial3
0,301 0,319 0,338 0,358 0,379 0,402
0,379
0,426
2
C onsiderar o consumo na Aquicultura e setor Agroindustrial
3
C onsiderar o consumo Industrial e Mineração
2020
3,419 3,573 3,734 3,902 4,077
2016 2017 2018 2019
0,1107
0,000107 0,000108 0,000110 0,000111 0,000112
0,1105 0,1106 0,1106 0,1106
0,427
0,451 0,478 0,507 0,537 0,569
0,388 0,397 0,407 0,417
158
De forma geral, pode-se observar da evolução das demandas totais outorgadas por
uso na bacia do Sapucaí (Tabela 44) que:
A demanda por Abastecimento Urbano passa de 2,51m3
/s em 2009 para
3,27m3
/s em 2015 e, para 4,08m3
/s em 2020.
A demanda por Abastecimento Rural passa de 0,1103m3
/s (110,3L/s) em 2009
para 0,1105m3
/s (110,5L/s) em 2015 e, para 0,1107 m3
/s (110,7L/s) em 2020.
Percebe-se que não há uma tendência considerável de crescimento de
demanda.
A demanda para Dessedentação Animal passa de 0,00010m3
/s (0,10 L/s) em
2009 para 0,000106 m3
/s (0,106L/s) em 2015 e, para 0,000112 m3
/s (0,112L/s)
em 2020.
A demanda por Abastecimento Industrial passa de 0,328 m3
/s em 2009 para
0,379 m3
/s em 2015 e, para 0,427 m3
/s em 2020.
A demanda por irrigação passa de 0,301 m3
/s em 2009 para 0,426 m3
/s em
2010 e, para 0,569 m3
/s em 2020.
A demanda total passa de 3,25 m³/s em 2009 para 5,18 m³/s em 2020, o que
representa um acréscimo de quase 2 m³/s ou 2000 L/s neste período de 10 (dez)
anos. Daí a importância dessa previsão para um planejamento futuro de controle do
uso da água nessa bacia.
10.2 Conclusões
O estudo de demanda bem como o de tendência de consumo hídrico em uma
determinada bacia é importante do ponto de vista do controle e racionamento do uso
pelo órgão gestor. Há também a necessidade desses órgãos de considerar essa
evolução de demanda com a disponibilidade hídrica dessa mesma bacia para que o
consumo não ultrapasse os limites estabelecidos pela legislação e,
conseqüentemente, não ocasione problemas de conflito pelo uso da água. A
abordagem sobre o assunto será feita no capítulo que tratará de balanço hídrico..
Importante destacar que muito provavelmente o uso na bacia hoje é bem diferente do
que se tem outorgado. Um exemplo disso foi o resultado da Campanha de
Regularização realizada pelo IGAM que, apesar dos dados não terem sido tratados,
mostra que existem usos não outorgados em grande quantidade (aproximadamente
21.000 cadastros). Somente seria possível fazer uma comparação dos resultados dos
cadastros realizados na campanha com os usos já outorgados caso esses cadastros
159
já tivessem sido tratados pelos órgãos gestores de modo a confirmar os valores de
vazões verdadeiramente consumidas. Os dados brutos, até mesmo com respostas dos
entrevistados, muitas vezes inadequadas, só permitem ter uma visão geral da situação
e a certeza da necessidade de se atualizar o banco de dados de outorgas emitidas e
das demandas não outorgadas. O fato é que, se compararmos o número de outorgas
significantes superficiais regularizadas, 166 outorgas, com o número de cadastros não
regularizados, aproximadamente 21.000, veremos que a situação na bacia é
preocupante em termos de demanda de água. È claro que, muitos dos cadastros da
campanha realizada pelo IGAM são de usos insignificantes, mas que quando
somados, podem tornar-se significantes. Isso fortalece a informação de que o uso na
bacia hoje posse se diferente quando da regularização desses pontos cadastrados
pela campanha do IGAM.
Uma atualização do estudo da ONS utilizando-se dados e metodologias mais recentes
serviria, por exemplo, como ponto de partida para se propor a evolução de demanda
até mesmo para um período de tempo superior ao estabelecido neste trabalho.
Por último, espera-se que haja um maior esforço por parte dos órgãos ambientais em
geral e, em especial, dos órgãos gestores de recursos hídricos para transformar o seu
banco de dados numa ferramenta de uso mais confiável e atualizado. Vale ressaltar
que a efetiva participação dos usuários buscando regularizar o seu uso é necessária
para a construção desse banco de dados desejável.
160
11. BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL
O estudo de balanço hídrico superficial de uma bacia hidrográfica compara a
disponibilidade hídrica com a demanda superficial (consumo). Para tanto se adota uma
vazão que representa uma situação crítica em termos de oferta hídrica. Os valores de
demandas outorgáveis são frações dessas vazões de referência, que, no estado de
Minas Gerais (IGAM) é a vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno
de 10 anos, Q7,10, e a nível federal (ANA) é a Q90%.
Conforme já mencionado neste Plano Diretor, a máxima vazão outorgável para
captação definida pelos órgãos outorgantes estadual e federal é de 30% da Q7,10.
Aqui o balanço hídrico será feito entre as vazões mínimas de sete dias de duração e
período de retorno de 10 anos (Q7,10) e as demandas hídricas outorgadas em pontos
notáveis ao longo da bacia do Sapucaí. Esses valores serão apresentados mais
adiante.
A Figura 13 permite a visualização desses pontos, outrora mostrados, porém, aqui
também é possível visualizar as outorgas, detalhadas no capítulo de demanda hídrica,
espacializadas ao longo da bacia do Sapucaí.
161
Figura 13 – Pontos notáveis tomados como referência para balanço-hídrico
superficial bem como espacialização das outorgas totais na bacia.
162
Os resultados consolidados do balanço hídrico para os pontos notáveis da bacia estão
contidos na Tabela 45. Complementarmente, a penúltima e última colunas apresentam
as relações existentes entre a demanda outorgada e a vazão disponível (Q7,10) e entre
vazão máxima outorgável naquele ponto segundo a legislação vigente (30% da Q7,10),
respectivamente.
Os resultados dessas últimas colunas possibilitam comparar as demandas outorgadas
(com registro disponível até o momento) com a vazão disponível, por sub-bacia (a
área de drenagem de cada uma dessas sub-bacias estão contidas na mesma tabela).
163
Tabela 45 – Comparação da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 em pontos notáveis da bacia do Sapucaí x Demanda Hídrica
outorgada.
1 Lourenço Velho 562,0 4,3 1,30 0,041 1,26 0,9% 3,1%
2 Sapucaí 1882,5 15,9 4,77 0,567 4,20 3,6% 11,9%
3 Vargem Grande 404,9 1,3 0,39 0,04 0,35 3,1% 10,3%
4 Capivari 423,5 1,6 0,48 0,021 0,46 1,3% 4,4%
5 Itaim 678,1 2,3 0,69 0,255 0,44 11,0% 36,8%
6 Sapucaí-Mirim 1404,9 5,0 1,50 0,119 1,38 2,4% 7,9%
7 Sapucaí-Mirim 2237,3 7,8 2,34 0,703 1,64 9,0% 30,1%
8 Mandu 401,5 1,5 0,45 0,445 0,00 30,0% 100%
9 Sapucaí-Mirim 2794,6 9,6 2,89 1,153 1,74 12,0% 39,9%
10 Cervo 513,5 1,9 0,56 0,044 0,52 2,3% 7,8%
11 Sapucaí 2818,8 16,4 4,93 1,294 3,64 7,9% 26,2%
12 Sapucaí 6699,6 32,1 9,63 2,537 7,09 7,9% 26,3%
13 Turvo 563,6 2,0 0,61 0,095 0,52 4,6% 15,4%
14 Dourado 356,4 1,3 0,40 0,100 0,30 7,5% 25,1%
15 Sapucaí 8141,8 38,6 11,59 2,954 8,64 7,6% 25,5%
16 Sapucaí 8856,3 42,2 12,7 3,25 9,41 7,7% 25,7%
Relação
[3]/[2]
Relação
[3]/[1]
Sub-bacia/RioPontos
Disponibilidade
Q7,10 (m
3
/s)
[1]
Demanda
Outorgada
(m3
/s)
[3]
30% Q7,10
(m
3
/s)
[2]
Ad (km
2
)
Balanço
Hídrico
(m3
/s)
[2]-[3]
165
Dentre os resultados apresentados na Tabela 45 destaca-se que, ao se analisar o
valor mostrado na penúltima coluna, para a sub-bacia do rio Mandu (Ponto Notável 8),
esta já utiliza a demanda máxima outorgável de 30% da Q7,10 disponível para toda a
sub-bacia. Para este mesmo ponto quando se avalia o indicador balanço hídrico, o
valor zero sinaliza que esta sub-bacia requer uma ação urgente visando, sobretudo,
evitar possíveis conflitos de uso desse manancial. A última coluna, que relaciona a
demanda atual outorgada com a máxima outorgável, confirma essa análise, tendo em
vista que a relação neste ponto foi de 100%. A interpretação dos demais pontos pode
ser feita de forma análoga.
O ponto notável 16 localiza-se próximo à seção exutória da bacia, representando o
local onde se acumulam todas as demandas outorgadas da bacia do Sapucaí.
Percebe-se que cerca de ¼ do limite da vazão outorgável (30% da Q7,10) nesse ponto
já vem sendo utilizado pelos usos outorgados. Se considerarmos a hipótese de que
grande parte dos usos ainda não foram outorgados, esse quadro pode tornar-se
preocupante. Com certeza o volume de água utilizado é bem maior que o efetivamente
outorgado. O cadastro realizado pelo IGAM dá indícios de que isso ocorre.
Destaca-se novamente a importância dos órgãos gestores de recursos hídricos de
estarem cada vez mais adquirindo Sistemas de Informações Georreferenciados, e
outros Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos sofisticados que possibilitem um
maior controle desses usos em uma bacia hidrográfica.
O estudo apresentado neste capítulo ressalta a importância de se ter um banco de
dados confiáveis de demandas outorgadas e que possa estar disponível e de fácil
acesso para pesquisadores e profissionais que buscam contribuir para a solução de
problemas enfrentados na bacia.
Por último, entende-se que a emissão da declaração de outorga efetuada pelo órgão
competente deve ser uma ação efetiva e constante dentro da bacia, devendo esses
órgãos, inclusive, aumentar a busca de parcerias junto a gestores locais que atuam
nessa área e que são responsáveis por licenciamento de atividades que também
requerem essas declarações para colaborarem nesta ação.
É importante lembrar que as informações relativas às águas subterrâneas não foram
consideradas neste balanço. Isso porque, a modelagem do comportamento das águas
subterrâneas para se definir a sua origem e assim, ser contabilizada a sua retirada do
sistema, é extremamente complexa, necessitando de um estudo específico para isto.
166
12. IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INCREMENTO E SELEÇÃO DE
ALTERNATIVAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE DEMANDAS E
DISPONIBILIDADES
A partir da evolução da demanda hídrica superficial, surge a necessidade de se
analisar alternativas de aumento de disponibilidade hídrica dentro de uma bacia ou
sub-bacia sejam através de ações antrópicas no regime hídrico dos mananciais
superficiais da bacia do Sapucaí, sejam através de estudos de fontes alternativas
como aproveitamento de águas subterrâneas, reuso de água ou por meio da redução
do consumo de água.
Os resultados do balanço hídrico mostraram situações de estresse hídrico na sub-
bacia do rio Mandu, exemplo de situação que pode vir a provocar conflitos caso não
haja uma gestão hídrica adequada e imediata. Este estudo apresentará, não só para
essa sub-bacia, mas para a bacia do Sapucaí como um todo, alternativas de
incremento das disponibilidades hídricas considerando uma priorização de medidas.
12.1 Alternativas de incremento das disponibilidades hídricas
12.1.1 Gestão dos Recursos Hídricos
O desenvolvimento e a gestão dos recursos hídricos devem ser baseados em
participação dos usuários, dos planejadores e dos decisores políticos, em todos os
níveis.
A contribuição da política de recursos hídricos ao desenvolvimento regional tem como
objetivos:
assegurar à atual e as futuras gerações a necessária disponibilidade de água
em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural
ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais (secas e enchentes).
Alguns instrumentos são utilizados como auxílio à gestão das águas, são eles:
Planos de Recursos Hídricos;
Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da bacia;
Outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos;
Cobrança pelo uso da água;
167
12.1.2 Gestão da disponibilidade Hídrica
Algumas medidas podem ser utilizadas como alternativas de novas fontes de água:
exploração da água subterrânea e Reuso da água.
12.1.2.1 Exploração da água subterrânea
A exploração sustentável de aqüíferos subterrâneos é uma alternativa que pode ser
melhor aproveitada na região.
Vale ressaltar que o uso indiscriminado da água subterrânea pode provocar o
rebaixamento do lençol freático, encarecendo o custo da extração da água o que
pode, além de tornar a exploração inviável economicamente, até causar a redução da
disponibilidade hídrica no decorrer do tempo. Dessa forma, é importante que os
órgãos ambientais cobrem e avaliem estudos sobre a Disponibilidade Potencial dos
Aqüíferos da bacia do Sapucaí, bem como estudos que contemplam a taxa de recarga
natural dos mananciais subterrâneos, pois é necessário que a exploração dos
aqüíferos seja limitada à sua taxa de recarga.
12.1.2.2 Reuso da Água.
O reaproveitamento ou reuso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não,
é reutilizada para o mesmo ou outro fim. O reuso pode ser denominado de direto e
indireto.
O Reúso Indireto ocorre quando a água já usada, uma ou mais vezes para uso
doméstico ou industrial, é descarregada intencionalmente ou não, nas águas
superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente a jusante, de forma diluída. Já o
Reúso direto é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas
finalidades
12.1.2.3 Mudanças nas técnicas de Irrigação
O sistema de irrigação por gotejamento se desenvolveu em função da escassez de
água. Este sistema aplica água em apenas parte de uma área, reduzindo assim a
superfície do solo que fica molhada, exposta às perdas por evaporação. Com isto, a
eficiência de aplicação é bem maior e o consumo de água menor. Os emissores
utilizados podem ser gotejadores ou microaspersores.
12.1.2.4 Recuperação da cobertura vegetal
A recuperação da cobertura vegetal proporciona aumento das vazões mínimas, visto
que proporciona a ‘regularização’ natural das mesmas.
168
Cita-se aqui um artigo publicado na Enciclopédia Biosfera intitulado ‘Proposta de um
Plano de Recuperação da Mata Ciliar do Rio Sapucaí’ (Figueiredo et all , 2006) cujo
objetivo foi propor um projeto de recuperação do rio Sapucaí junto à mata ciliar,
recuperação de pequenas nascentes, redução do assoreamento, conscientização da
população ribeirinha e produtores rurais que margeiam o rio através de práticas de
educação ambiental.
12.1.2.5 Rede de Monitoramento Hidrológico Apropriada
Com relação aos equipamentos necessários para um estudo mais criterioso e
confiável em relação ao clima da bacia, são necessárias séries históricas de
pluviosidade completas de, no mínimo, 30 anos, além de outros fatores. Apesar da
bacia do Rio Sapucaí estar bem coberta por estações pluviométricas, essas
apresentavam séries incompletas e inúmeras delas estavam desativadas,
comprometendo a qualidade dos trabalhos que possam ser desenvolvidos na
dependência desses dados. Deve-se lembrar ainda que, apesar de fornecer
importantes informações, dados pluviométricos não são, em si, suficientes para
estudos de caracterização do clima local.
Nesse sentido, é grande a demanda na bacia do Sapucaí por estações climatológicas
completas, que forneçam aparelhos capazes de mensurar outros itens de grande
importância para a análise climatológica.
12.1.2.6 Gestão da demanda Hídrica
A gestão das demandas hídricas também é uma forma de aumentar a disponibilidade
hídrica, pois o uso racional da água favorece o aumento de sua eficiência, reduzindo
as perdas de água e possibilita a utilização desta água racionada para outros usos
produtivos.
Estudos que visam melhoria da eficiência da atividade produtiva, principalmente das
atividades de maior demanda na bacia como irrigação, abastecimento público, etc são
exemplos de gestão.
Através da outorga pelo uso da água bem como a cobrança pelo uso, podem-se
compatibilizar as disponibilidades e demandas da região do Sapucaí, bem como criar
fundos financeiros dentro da bacia para investir em projetos, tais como, de
recuperação de áreas degradadas e de mata ciliar, recuperação de nascentes e
outros, além de e estudos semelhantes ao citado no parágrafo anterior.
169
13. COMPATIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA ENTRE DEMANDA E
DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE FORMA A ALCANÇAR OS CENÁRIOS DE
DESENVOLVIMENTO ESTABELECIDOS, NUM HORIZONTE DE TEMPO
ESTABELECIDO
Para avaliar o quanto da disponibilidade está sendo utilizado em cada cenário, será
utilizado um índice que resulta da razão entre a demanda hídrica outorgada e a
disponibilidade hídrica superficial. Conforme já citado no estudo de balanço hídrico,
essa disponibilidade é igual a 30% da vazão de referência Q7,10, portanto este índice
será definido como IDD = demanda hídrica outorgada / 30% Q7,10.
As Tabelas 46 a 61 apresentam esses valores para cada um dos 16 pontos notáveis
ao longo da bacia do Sapucaí. Resumidamente essas Taxas de crescimento (em %)
para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do rio Sapucaí considerando
um cenário ideal a partir de 2010 foram iguais a: para o Abastecimento Urbano: 3,25;
para o Abastecimento Rural 0,03; para a Dessedentação Animal: 1,02; para o
Abastecimento Industrial: 2,43; para a Irrigação: 5,95. Cada uma dessas taxas foi
aplicada para cada caso.
Importante ressaltar que se repetiu a mesma consideração feita no estudo de
demanda, ou seja, os consumos de lavagem de veículos e de aspersão de vias foram
considerados como sendo uso no Abastecimento Urbano; os consumos na aqüicultura
e no setor agroindustrial foram considerados como uso no Abastecimento Rural; por
último, o consumo na mineração foi considerado como uso no Abastecimento
Industrial.
170
Tabela 46– Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 01 – Lourenço
Velho.
Tabela 47 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 02.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
Abastecimento P úblico 1 0,040 0,042 0,052 0,065 - - - - -
TOTAL 2 0,041 0,043 0,053 0,066 4,34 1,30 3,3% 4,1% 5,1%
PONTO 01 - L OUR E NÇ O VE L HO
Demanda Outorgada (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s )
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
Abastecimento Público 11 0,465 0,486 0,606 0,755 - - - - -
C onsumo Industrial 3 0,079 0,081 0,091 0,096 - - - - -
Aquicultura 1 0,006 0,006 0,006 0,008 - - - - -
Mineração 1 0,016 0,016 0,019 0,023 - - - - -
TOTAL 17 0,567 0,590 0,723 0,883 15,88 4,76 12,4% 15,2% 18,5%
PONTO 02 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m
3
/s) Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
171
Tabela 48 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 03.
Tabela 49 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 04.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
C onsumo Industrial 7 0,017 0,017 0,019 0,022 - - - - -
Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 1 0,003 0,003 0,003 0,003 - - - - -
Irrigação 1 0,001 0,001 0,001 0,002 - - - - -
TOTAL 10 0,021 0,021 0,024 0,027 1,60 0,48 4,4% 4,9% 5,5%
Disponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 04 - C APIVARI Demanda Outorgada (m
3
/s)
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 1 0,040 0,042 0,052 0,065 - - - - -
TOTAL 1 0,040 0,042 0,052 0,065 1,29 0,39 10,8% 13,5% 16,8%
PONTO 03 - VARGE M GR ANDE Demanda Outorgada (m
3
/s) Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
172
Tabela 50 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 05.
Tabela 51 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 06.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 9 0,216 0,226 0,281 0,351 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - -
C onsumo Industrial 1 0,002 0,002 0,002 0,002 - - - - -
TOTAL 12 0,255 0,264 0,320 0,39 2,30 0,69 38,3% 46,4% 56,5%
PONTO 05 - ITAIM Demanda Outorgada (m3
/s ) Dis ponibilidade Hídrica (m3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Mineração 3 0,027 0,028 0,031 0,035 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 0 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 8 0,017 0,017 0,019 0,022 - - - - -
Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - -
Abastecimento Público 3 0,060 0,063 0,078 0,098 - - - - -
TOTAL 17 0,119 0,123 0,150 0,18 5,0 1,50 8,2% 10,0% 12,2%
Demanda Outorgada (m
3
/s) Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 06 - S APUC AÍ MIRIM
173
Tabela 52 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 07.
Tabela 53 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 08.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Mineração 4 0,037 0,038 0,042 0,048 - - - - -
Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 9 0,018 0,019 0,021 0,024 - - - - -
Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - -
Abastecimento Público 15 0,596 0,623 0,777 0,968 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - -
TOTAL 33 0,703 0,732 0,898 1,10 7,8 2,34 31,3% 38,4% 47,2%
PONTO 07 - S APUC AÍ MIR IM Demanda Outorgada (m3
/s ) Disponibilidade Hídrica (m3
/s) IDD = Demanda/30% Q7,10
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 2 0,400 0,418 0,521 0,649 - - - - -
Aquicultura 2 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
Irrigação 2 0,014 0,015 0,020 0,026 - - - - -
Dessedentação de animais 1 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 3 0,030 0,031 0,035 0,040 - - - - -
TOTAL 7 0,445 0,465 0,576 0,72 1,5 0,45 104,3% 129,4% 160,7%
PONTO 08 - MANDU Demanda Outorgada (m3
/s ) Dis ponibilidade Hídrica (m3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
174
Tabela 54 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 09.
Tabela 55 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 10.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 17 0,996 1,041 1,297 1,617 - - - - -
Aquicultura 2 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
Irrigação 4 0,029 0,031 0,041 0,055 - - - - -
Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 12 0,049 0,050 0,056 0,063 - - - - -
Mineração 4 0,037 0,038 0,042 0,048 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - -
Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - -
TOTAL 45 1,153 1,201 1,480 1,83 9,6 2,89 41,6% 51,2% 63,3%
Disponibilidade Hídrica (m3
/s) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 09 - S APUC AÍ MIR IM Demanda Outorgada (m3
/s )
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
C onsumo Agroindustrial 2 0,003 0,003 0,003 0,003 - - - - -
Abastecimento Público 1 0,019 0,020 0,025 0,031 - - - - -
C onsumo Industrial 1 0,004 0,004 0,005 0,005 - - - - -
Irrigação 2 0,018 0,019 0,025 0,034 - - - - -
TOTAL 6 0,044 0,046 0,058 0,073 1,9 0,56 8,2% 10,3% 13,1%
PONTO 10 - C E R VO Demanda Outorgada (m
3
/s ) Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
175
Tabela 56 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 11.
Tabela 57 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 12.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 35 2,175 2,273 2,832 3,529 - - - - -
Aquicultura 4 0,008 0,008 0,008 0,008 - - - - -
Irrigação 9 0,083 0,088 0,118 0,158 - - - - -
Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
Consumo Industrial 17 0,132 0,135 0,152 0,172 - - - - -
Mineração 13 0,094 0,096 0,108 0,122 - - - - -
Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - -
Consumo Agroindustrial 4 0,040 0,040 0,040 0,041 - - - - -
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
TOTAL 87 2,537 2,646 3,266 4,037 32,1 9,63 27,5% 33,9% 41,9%
PONTO 12 - SAPUCAÍ Demanda Outorgada (m
3
/s) Disponibilidade Hídrica (m
3
/s) IDD = Demanda/30% Q7,10
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
Abastecimento Público 17 1,160 1,212 1,510 1,882 - - - - -
Consumo Industrial 4 0,079 0,081 0,091 0,103 - - - - -
Aquicultura 1 0,006 0,006 0,006 0,006 - - - - -
Mineração 6 0,049 0,050 0,056 0,063 - - - - -
TOTAL 29 1,294 1,349 1,665 2,055 16,4 4,92 27,4% 33,8% 41,8%
Disponibilidade Hídrica (m
3
/s) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 11 - SAPUCAÍ Demanda Outorgada (m
3
/s)
176
Tabela 58 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 13.
Tabela 59 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 14.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento P úblico 3 0,054 0,056 0,070 0,088 - - - - -
Irrigação 4 0,046 0,048 0,064 0,086 - - - - -
TOTAL 7 0,100 0,105 0,135 0,174 1,3 0,40 26,3% 33,9% 43,6%
Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 14 - DOUR ADO Demanda Outorgada (m
3
/s )
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 5 0,036 0,038 0,047 0,058 - - - - -
Aquicultura 1 0,002 0,002 0,002 0,002 - - - - -
Consumo Agroindustrial 1 0,057 0,057 0,057 0,057 - - - - -
Consumo Industrial 1 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - -
Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - -
TOTAL 10 0,110 0,112 0,127 0,146 2,0 0,61 18,3% 20,6% 23,7%
PONTO 13 - TURVO Demanda Outorgada (m
3
/s) Disponibilidade Hídrica (m
3
/s) IDD = Demanda/30% Q7,10
177
Tabela 60 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 15.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 47 2,386 2,494 3,108 3,873 - - - - -
Aquicultura 7 0,010 0,010 0,010 0,010 - - - - -
Irrigação 18 0,172 0,182 0,243 0,324 - - - - -
Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 20 0,146 0,150 0,169 0,190 - - - - -
Mineração 24 0,138 0,141 0,159 0,179 - - - - -
Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - -
C onsumo Agroindustrial 5 0,097 0,097 0,098 0,098 - - - - -
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
TOTAL 126 2,954 3,079 3,792 4,682 38,6 11,59 26,6% 32,7% 40,4%
PONTO 15 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m
3
/s ) Dis ponibilidade Hídrica (m
3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
178
Tabela 61 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 16.
Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020
Abastecimento Público 52 2,507 2,620 3,265 4,069 - - - - -
Aquicultura 8 0,010 0,010 0,010 0,010 - - - - -
Irrigação 32 0,301 0,319 0,426 0,569 - - - - -
Dessedentação de animais 2 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - -
C onsumo Industrial 22 0,152 0,156 0,175 0,198 - - - - -
Mineração 30 0,176 0,180 0,203 0,229 - - - - -
Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - -
C onsumo Agronidustrial 5 0,097 0,097 0,098 0,098 - - - - -
Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - -
TOTAL 154 3,25 3,4 4,2 5,2 42,2 12,66 26,8% 33,0% 40,9%
Dis ponibilidade Hídrica (m3
/s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
PONTO 16 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m3
/s )
179
Os resultados obtidos para os índices IDD indicam que a curto (2010) e longo prazo (2015 e
2020), mantidas as taxas de crescimento tendenciais, a sub-bacia do Mandu (ponto notável
8) não terá condições de atender as demandas outorgáveis para a vazão de referência
atual, sendo já em 2010 alcançado um índice de 104,3%, ou seja, superou o limite máximo
de 30% da Q7,10.
Considerando o horizonte de projeto de 10 anos, ou seja, em 2020, para os pontos notáveis
01 (Lourenço Velho), 02 (Alto Sapucaí), 03 (Vargem Grande); 04 (Capivari), 06 (Sapucaí-
Mirim), 10 (Cervo), 13 (Turvo) os resultados do IDD mostram-se inferiores a 25%. No caso
dos Pontos Notáveis 07 (Sapucaí-Mirim), 11 (Sapucaí), 12 (Sapucaí); 14 (Dourado); 15
(Sapucaí) e 16 (Sapucaí) os valores do índice IDD se aproximam de 50%. Já os índices
para os pontos 05 (Itaim) e 09 (Sapucaí-Mirim) ultrapassam 50%.
Para as demais sub-bacias, exceto nos pontos notáveis 05 e 09, observa-se que o IDD não
chega a atingir 50% até 2020. Entretanto é necessário novamente esclarecer sobre a
confiabilidade na base de dados utilizados aqui, tendo em vista que esses valores para a
bacia como um todo muito provavelmente não condiz com a realidade atual. Ainda assim,
com os dados considerados já se observam situações que exigem ações imediatas dos
gestores de recursos hídricos a fim de evitar possíveis conflitos de uso e racionamento do
uso da água.
180
14. ESTIMATIVA DA CARGA POLUIDORA E DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS
14.1 Resíduos lançados diretamente no corpo d’água
No caso da Bacia do rio Sapucaí a poluição difusa é a mais preocupante, proveniente
principalmente da agricultura, um dos usos preponderantes na bacia.
As atividades de pecuária também podem ser consideradas de alto potencial de geração de
cargas poluidoras difusas.
Na bacia do Sapucaí o problema mais agravante é a inexistência de Estações de
Tratamento de Esgoto na maioria dos Municípios. Atualmente apenas Pedralva, Gonçalves,
Paraguaçu e Cambuí (2 bairros) possuem tratamento de esgoto.
Na Tabela 62 é possível visualizar os resultados do Padrão Coliforme Total nos pontos de
monitoramento da qualidade das águas na bacia do Rio Sapucaí nos anos de 2000, 2002,
2004 e 2006. Coliformes totais são aquelas bactérias que não causam doenças, visto que
habitam o intestino de animais mamíferos inclusive o homem. Desta forma, são indicativos
de poluição por esgotos domésticos.
181
Tabela 62 – Coliformes totais na Bacia do Rio Sapucaí.8
Coliformes totais - NMP/100mL
BG039 BG041 BG043 BG044 BG045 BG047 BG049
mar/2000 >160.000 160.000 30.000 50.000 90.000 24.000 24.000
jun/2000 24.000 160.000 50.000 24.000 >160.000 5.000 1.300
set/2000 24.000 1.100 13.000 17.000 3.000 50.000 220
nov/2000 24.000 30.000 8.000 13.000 90.000 24.000 5.000
mar/2002 13.000 50.000 11.000 3.300 22.000 17.000 1.400
jun/2002 8.000 90.000 110.000 11.000 160.000 2.300 1.300
set/2002 5.000 50.000 5.000 11.000 160.000 13.000 1.700
nov/2002 90.000 30.000 30.000 24.000 90.000 11.000 1.300
mar/2004 5.000 50.000 8.000 13.000 24.000 5.000 1.100
jun/2004 8.000 13.000 11.000 5.000 30.000 30.000 5.000
set/2004 800 50.000 5.000 5.000 24.000 350 220
nov/2004 90.000 90.000 8.000 90.000 - 7.000 140
mar/2006 2.300 50.000 8.000 170 30.000 2.300 1.700
jun/2006 170 13.000 140 3.000 17.000 170 40
set/2006 1.100 50.000 400 200 17.000 2.300 2
nov/2006 2.300 30.000 24.000 1.300 22.000 24.000 1.100
FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
Uma análise interessante pode ser feita observando os dados das estações BG 041 e BG
045, situados após os municípios de Itajubá e Pouso Alegre, respectivamente. Em ambas as
estações os valores de Coliformes totais estiveram acima do padrão estabelecido (5.000
NMP/100 mL) em praticamente todas as campanhas de monitoramento. Isso porque, Itajubá
e Pouso Alegre são as cidades mais populosas da Bacia e ainda não possuem tratamento
de esgoto. Vale lembrar que os municípios de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e
Itajubá já estão em fase de projeto, construção e/ou implantação de suas estações de
tratamento de esgoto.
Em termos de Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, a Tabela 63 mostra que nos anos
de 2000, 2002, 2004 e 2006 os valores estiverem abaixo do padrão estabelecido em
praticamente todas as campanhas.
8
Valores em vermelho indicam estar acima do padrão estabelecido.
182
Tabela 63 – Demanda Bioqúimica de Oxigênio da baciao do rio Sapucaí
Demanda Bioquímica de Oxigênio mg/L
BG039 BG041 BG043 BG044 BG045 BG047 BG049
mar/2000 10 4 <2 3 3 2 2
jun/2000 2 <2 <2 <2 3 <2 <2
set/2000 2 4 3 2 3 3 5
nov/2000 3 3 3 2 3 3 2
mar/2002 2 2 2 2 2 2 2
jun/2002 2 2 2 2 2 2 2
set/2002 2 3 2 2 2 2 2
nov/2002 4 4 3 3 3 2 2
mar/2004 2 2 2 2 2 2 2
jun/2004 2 2 2 2 2 3 2
set/2004 3 4 2 2 2 2 2
nov/2004 2 4 3 2 3 2 2
mar/2006 2 2 2 2 2 2 2
jun/2006 2 2 2 2 2 2 4
set/2006 2 9 2 2 2 2 2
nov/2006 2 2 2 2 2 2 2
14.2 Resíduos lançados indiretamente no corpo d’água
O principal resíduo lançado indiretamente, ou até mesmo diretamente no corpo d’água é o
lixo. Tem sido muito comum o lançamento de lixo diretamente nos cursos d'água, ou nas
suas margens, o que acarreta degradação dos rios e o comprometimento da qualidade de
vida e de saúde da população local. O lixo acumulado nos corpos hídricos serve de alimento
para determinadas espécies de animais que passam a habitar aquela região. Muitos desses
animais podem transmitir doenças extremamente graves e fatais como, por exemplo, a
leptospirose.
Diagnóstico realizado em 2001 (COPASA) identifica a presença de lixões em vários
municípios da bacia, como, quais posteriormente substituídos por aterros controlados, como
em Cachoeira de Minas, Estiva, Gonçalves, Maria da Fé e São José do Alegre, (Tabela 38
da página 138).
183
O município de Elói Mendes em consórcio com o município de Monsenhor Paulo está
finalizando a implantação do Aterro Sanitário, localizado em Elói Mendes, e que irá atender
ambos os municípios. O aterro encontra-se em fase final de implantação, e tem previsão
para inicio de funcionamento para o mês de Junho de 2010 (Foto 16).
Foto 16 – Situação do Aterro Sanitário de Elói Mendes em 24/02/2010.
Utilizando os dados de projeção de população da Fundação João Pinheiro, e considerando
a produção de percapita de lixo de 0,7 kg/hab.dia, é possível estimar a produção de
resíduos na bacia do rio Sapucaí para os próximos 10 anos.
184
15. ENQUADRAMENTO
Tendo em vista toda essa dinâmica a respeito da utilização da água, apresentamos neste
relatório algumas diretrizes a fim de subsidiar o enquadramento das águas da Bacia do Rio
Sapucaí.
Trata-se de um processo decisório onde estão em jogo a qualidade da água (que condiciona
os usos da água), as cargas poluidoras e os custos para redução da poluição. Quanto
melhor a qualidade da água desejada, menores devem ser as cargas poluidoras e maiores
serão os custos para tratamento dos efluentes. O enquadramento é influenciado por
aspectos técnicos, econômicos, sociais e políticos. O processo de enquadramento deve
considerar todos estes aspectos para que sejam estabelecidas metas de qualidade das
águas factíveis de serem alcançadas no horizonte de planejamento estabelecido. Se forem
estabelecidas metas muito ambiciosas os custos podem ser excessivamente altos e de
difícil realização. Por outro lado, se as metas forem muito modestas, algumas situações de
degradação da qualidade das águas podem se tornar irreversíveis, impedindo os usos
múltiplos das águas.
15.1 Aspectos legais
Para a elaboração das diretrizes de enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí, foram
considerados os seguintes dispositivos legais:
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG Nº 1, de 5 de maio de 2008 –
dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes.
Resolução CONAMA n٥ 357 de 17/03/05, a qual dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Este torna-se um
instrumento de planejamento permitindo estabelecer a qualidade que cada curso de
água deverá manter, de forma a atender seus usos específicos.
Segundo a Deliberação supra citada (DN COPAM/CERH-MG 01/2008), a
classificação dos corpos de água segue da seguinte forma, de acordo com seus
usos possíveis:
o Classe Especial: abastecimento para consumo humano com filtração e
desinfecção, preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas,
185
preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de
proteção integral.
o Classe 1: abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado,
proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário (como
natação, esqui aquático e mergulho), irrigação de hortaliças que são
consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e ingeridas
cruas sem remoção de película, proteção das comunidades aquáticas em
terras indígenas.
o Classe 2: abastecimento para consumo humano após tratamento
convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato
primário, irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa ter contato direto,
aqüicultura e pesca.
o Classe 3: abastecimento para consumo humano após tratamento
convencional ou avançado, irrigação de culturas arbóreas , cerealíferas e
forrageiras, pesca amadora, recreação de contato secundário,
dessedentação de animais.
o Classe 4: navegação, harmonia paisagística e usos menos exigentes.
Resolução nº 91, de 5 de novembro de 2008 – estabelece os procedimentos para o
enquadramento de corpos de água.
Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000 – institui o SNUC (Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza) e estabelece critérios e normas para criação
e implantação e gestão das unidades de conservação.
15.2 Diretrizes para o enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí
Tendo em vista os instrumentos legais que norteiam o presente estudo, foram considerados
os seguintes relatórios técnicos para as diretrizes aqui apresentadas:
Diagnóstico do Meio Físico-Biótico;
Diagnóstico da Dinâmica Social;
Diagnóstico/Prognóstico das Demandas Hídricas.
Para a elaboração das diretrizes de enquadramento das águas, foram contemplados os
seguintes itens: levantamento das legislações e propostas de enquadramento existentes,
186
diagnóstico dos usos preponderantes atuais a partir de outorgas concedidas, identificação
dos corpos de água em unidades de conservação, diagnóstico da condição atual da
qualidade hídrica de acordo com os dados do IGAM, identificação das fontes de poluição, os
pontos de monitoramento da qualidade das águas e as peculiaridades significativas de
determinadas regiões e/ou municípios da bacia hidrográfica do rio Sapucaí.
15.3 Diagnóstico dos usos preponderantes
O diagnóstico dos usos preponderantes foi baseado na avaliação da demanda hídrica atual
da bacia do Sapucaí, onde foram utilizados os dados de outorgas significantes de usos
consuntivos concedidas a nível estadual e federal, disponíveis no IGAM e ANA e COPASA,
até dezembro de 2009.
No total, foram concedidas na bacia do rio Sapucaí 166 (cento e sessenta e seis) outorgas
para uso de recursos hídricos superficiais, sendo 154 de uso consuntivo (e 12 outorgas de
uso não consuntivo
A seguir, são dispostos os usos preponderantes da água, bem como sua localidade, e
alguns comentários relativos a esses usos. Em primeiro lugar são analisados os usos
consuntivos e, a seguir, os não consuntivos.
15.3.1 Abastecimento público
O abastecimento público representa a forma mais significativa de uso consuntivo da água,
são 53 outorgas que correspondem a 79% da vazão total outorgada. Se analisarmos por
trecho da bacia, o abastecimento público é responsável por aproximadamente 77% da
vazão outorgada no Alto Sapucaí, 86% no Médio e 51% no Baixo.
A média de consumo de água por habitante alcança 135,2 litros / dia, multiplicado pela
população total da bacia (618.276 habitantes) significa um consumo diário de 83.590.915,2
litros.
15.3.2 Irrigação
Na campanha de regularização do uso da água (Faça Uso Legal da Água, 2009), promovida
pelo governo de Minas Gerais, foram realizados 921 registros de uso da água para irrigação.
Acredita-se que este seja um número subestimado, porque há certo temor, por parte do
produtor rural, de realizar o registro. O maior número de registros pertence ao município de
Pouso Alegre (354). Esse fato tanto pode derivar do fato deste ser o município mais
populoso da bacia, quanto do empenho do escritório local da EMATER em estimular os
agricultores a registrar.
187
Produtores de batata, morango e olerícolas são aqueles que mais utilizam irrigação, no
Médio e Alto Sapucaí. De acordo com informações fornecidas por técnicos da EMATER e da
EPAMIG, a irrigação é realizada por gravidade e não demanda grande volume de água. O
maior problema é aquele relativo à qualidade da água, freqüentemente contaminada,
segundo eles, principalmente por coliformes fecais. No Baixo trecho da bacia são utilizados
sistemas de irrigação por aspersão em culturas temporárias, como milho e feijão. A maior
parte das outorgas de água para irrigação concentram-se neste trecho da bacia (19), sendo
essa forma de uso a segunda maior em volume de água superficial outorgada (34 % da
vazão outorgada).
15.3.3 Dessedentação animal
O registro de utilização da água para dessedentação animal é o segundo maior em termos
absolutos, foram 7.570 registros realizados em 39 dos 48 municípios mineiros da bacia,
resultado da campanha de regularização do uso da água. A pecuária é uma atividade
expressiva na região. O rebanho bovino é numeroso e, em geral, as pastagens ocupam as
áreas baixas e de várzea, com o rebanho tendo acesso direto às margens dos cursos
d’água. Não obstante, existe, em toda bacia, apenas duas outorgas de água superficial para
essa finalidade, uma no Alto e uma no Médio Sapucaí.
15.3.4 Exploração mineral
Os casos de outorga para mineração são 30 em toda bacia. As principais atividades
minerárias registradas no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) referem-se
à extração de areia e cascalho, realizada no leito dos cursos de água. Também ocorrem
registros de exploração de água mineral em Minas e em São Paulo. A Minalba Alimentos e
Bebidas Ltda., por exemplo, explora mananciais de água mineral em Campos do Jordão.
15.3.5 Consumo industrial e agroindustrial
Entre as agroindústrias regionais destacam-se as de beneficiamento de café e as de
processamento de mandioca para a produção de polvilho, além dos laticínios. As indústrias
do setor de transformação, eletroeletrônica, mecânica, autopeças, não consomem água em
seu processo produtivo, o seu consumo é variável estando relacionado ao número de
funcionários.
Existem 21 outorgas de água superficial para consumo industrial na bacia, 8 no Alto
Sapucaí, 6 no Médio e 4 no Baixo. Para agroindústrias existem seis outorgas, 5 delas no
curso médio da bacia.
188
Na campanha de regularização os dados de consumo industrial e agroindustrial foram
computados conjuntamente, foram 79 registros em 23 diferentes municípios. Os trechos Alto
e Médio Sapucaí empatam com 30 registros cada um.
15.3.6 Outros usos
Além destes, existem 511 registros de usos diversos não especificados, na campanha de
regularização e 20 casos de uso para lavagem de automóveis. No caso do registro de
outorgas existem três casos registrados como outros que se referem a lava-jatos e aspersão
de ruas.
15.3.7 Diluição de despejos
A diluição de despejos, em especial do esgoto sanitário, constitui um dos principais fatores
de comprometimento da qualidade da água. Sabe-se que a quase totalidade dos efluentes
são lançados diretamente, sem nenhum tipo de tratamento. No entanto, a diluição não é
recomendada em substituição ao tratamento dos despejos, devendo somente ser utilizada
para a carga residual das estações de tratamento, ao contrário do que realmente ocorre na
bacia.
15.3.8 Piscicultura
De acordo com a EPAMIG a piscicultura (ou aqüicultura) tem-se destacado como atividade
das mais promissoras para Minas Gerais. Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí a atividade
vem crescendo, incentivada pela EMATER. No município de Piranguinho, localizado na
bacia do Ribeirão do Açudinho, a empresa implantou, em 2008, um sistema de compras
comunitárias de alevinos. A principal espécie implantada é exótica, a tilápia tailandesa, mas
também são criados pacu, o tambacu, o piau, a carpa, a matrinxã, o bagre. Outros
municípios próximos também participam desse sistema: Itajubá, Brasópolis e São José do
Alegre.
Foram registrados, nos municípios mineiros da BHRS, na campanha estadual Faça Uso
Legal da Água, 1.007 casos de utilização da água para piscicultura. Existem oito outorgas
para aqüicultura em toda bacia: quatro no Médio Sapucaí, três no Baixo e uma no Alto.
Em Campos do Jordão destaca-se a truticultura. As trutas foram introduzidas nos rios locais
na década de 60 e se reproduziram bem. A pesca é esportiva. Existem pesqueiros que
exploram a atividade comercialmente, associada ao turismo.
189
15.3.9 Turismo e lazer
A atividade turística associada aos recursos hídricos acontece, principalmente, nos dois
extremos da bacia hidrográfica. A beleza cênica e a abundância de água da Serra da
Mantiqueira atraem turistas para os municípios do Alto Sapucaí, enquanto o Lago de Furnas
constitui o atrativo da parte baixa da bacia, nos municípios de Elói Mendes e Paraguaçu. Em
Paraguaçu, na localidade de Pontalete, existe uma praia artificial criada pela prefeitura.
Existem ranchos de lazer às margens do Rio Sapucaí, ao longo de sua extensão.
15.4 Qualidade das águas e fontes de poluição
O diagnóstico da qualidade das águas e a identificação das fontes de poluição são
ferramentas essenciais para a elaboração das diretrizes de enquadramento, pois definem a
real situação dos corpos de água da bacia. A partir destes dados, é possível projetar metas
e ações para melhoria da qualidade das águas de acordo com a classificação desejável de
determinado corpo de água.
Para se realizar a caracterização da qualidade das águas superficiais da bacia do Rio
Sapucaí, utilizou-se os dados das redes de monitoramento operadas pelo Instituto Mineiro
de Gestão das Águas – IGAM, no período de 1997 a 2007, totalizando 07 estações de
amostragem.
15.4.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí coexistem atividades de mineração, industriais e
agropecuárias. Todas essas atividades proporcionam a poluição dos corpos d’água, em
razão do lançamento, sem tratamento, de águas residuárias do processo, no caso de formas
de poluição pontual, ou por contaminação dispersa, decorrente de fontes não-pontuais.
Esgoto Sanitário
Efluentes da mineração
Efluentes da indústria
Agropecuária
15.5 Demanda hídrica superficial
Para a avaliação da demanda hídrica atual da bacia do Sapucaí foram utilizados os dados
de outorgas concedidas a nível estadual, disponíveis no sítio do Instituto Mineiro de Gestão
das Águas - IGAM até junho de 2009, e as outorgas de cunho federal disponíveis no sítio da
Agência Nacional das Águas - ANA até dezembro de 2008. Portanto a demanda atual
190
estimada neste estudo considera as outorgas concedidas até esse período mencionado e
que estavam disponíveis para análise.
Os resultados consolidados para a bacia de estudo, divididos em Alto, Médio e Baixo
Sapucaí, estão contidos na Tabela 43, considerando os principais usos consuntivos tais
como: abastecimento urbano, abastecimento industrial, abastecimento rural, dessedentação
animal, irrigação e outros. Observa-se na Tabela 56 que a maior demanda encontra-se no
Médio Sapucaí, totalizando 1,98 m³/s de vazão outorgada. Observe que apesar de o Baixo
Sapucaí ter um maior número de outorgas (44) em relação ao Alto Sapucaí (36), a vazão
outorgada do Alto Sapucaí é maior e igual a 0,75 m³/s, enquanto a o Baixo é de 0,52 m³/s.
15.6 Identificação de conflitos potenciais
Para uma adequada proposta de enquadramento, é necessário avaliar os conflitos gerados
pelos diversos interesses e usos da água. Alguns conflitos potenciais podem ser
identificados na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. O primeiro refere-se ao antagonismo
entre os interesses econômicos, de diferentes segmentos, e a política de preservação
ambiental e proteção conservação dos recursos hídricos.
Um dos interesses econômicos que se interpõe à gestão dos recursos hídricos é o da
expansão imobiliária nas áreas urbanas em áreas marginais dos sistemas fluviais
caracterizadas como várzeas e matas ciliares. Apesar do risco de enchentes, a expansão
urbana continua a se dar nessas áreas. Exemplo disso ocorre em Santa Rita do Sapucaí, e
foi relatado na oficina de diagnóstico participativo. Também em Pouso Alegre e Itajubá
houve referências a conflitos de interesses em torno da política e instrumentos de
ordenamento territorial. Os interesses econômicos pressionam os gestores políticos que,
inúmeras vezes, cedem frente a eles.
Outro interesse ou atividade econômica com impacto sobre os recursos hídricos é a
mineração de areia realizada através da dragagem dos leitos dos rios, muitas vezes de
forma ilegal.
As atividades agropecuárias desenvolvidas em áreas de preservação ambiental – margens
de cursos de água, nascentes e terrenos com declividade superior a 45º - são
comprometedoras dos recursos hídricos e constituem um obstáculo a ser superado para o
estabelecimento de uma política sustentável e integrada de proteção e recuperação desses
recursos. Esta é uma questão complexa considerando um conjunto de fatores. De forma
ilustrativa, sem pretender uma análise exaustiva, pode-se listar alguns destes fatores.
Primeiro, a forma histórica de uso e ocupação do solo tanto urbano como rural: ocupação de
várzeas, topos de morro e margens dos cursos d’água. Segundo, as características
191
geográficas: relevo acidentado, principalmente no Alto Sapucaí, e a forma ramificada e
fartura de cursos d’água que significa a presença de grandes extensões de APP que por lei
deveriam ser protegidas. Terceiro, a estrutura fundiária na bacia onde predominam
pequenas e médias propriedades parte das quais pode ser inviabilizada por ocuparem
predominantemente áreas de APP. Quarto, a necessidade de mudanças culturais na forma
de manejo agrícola convencional, mudança que é lenta e depende de um processo
educativo de longo prazo.
Um outro conflito latente está vinculado ao projeto, gerido pela COPASA, de construção de
barragens secas para contenção de enchentes. Dois tipos de resistência existem: a de
ambientalistas e técnicos, e a dos proprietários que tem terras na área de inundação do
lago. Ambientalistas e técnicos, entre eles alguns membros do Comitê de Bacia Hidrográfica
do Rio Sapucaí, argumentam que tal intervenção estrutural, além de cara, não oferece
garantias de efetividade e poderia gerar outros danos ambientais à bacia.
Na região da bacia existem duas PCH’s pertencentes à CEMIG com licença de operação
(LO) em andamento. Uma é a PCH Luiz Dias, localizada em Itajubá e a outra é a PCH São
Bernardo, localizada em Piranguçu. Além dessas existe a PCH Ninho de Águia, localizada
em Delfim Moreira. A mesma encontra-se em fase de construção, com licença de instalação
(LI) concedida e pertence à SPE Ninho da Águia Energia S/A. O conflito gerado por este tipo
de empreendimento é relacionado ao uso do reservatório de água. Por vezes, este
reservatório pode apresentar usos múltiplos, como pesca por exemplo. Em outras situações,
dependendo do seu porte e da quantidade de energia a ser gerada a partir da PCH, o
reservatório fica à disposição apenas da própria usina, perdendo assim a utilização para
outros fins.
Nos programas de ação do Plano Diretor da Bacia do Rio Sapucaí é necessário prever
espaços de debate dos diversos interesses, tanto conflitantes quanto convergentes,
existentes na região, de modo a enfrentar questões que não são apenas regionais, como a
relação entre a legislação ambiental, os interesses econômicos e a forma histórica de uso e
ocupação do território.
192
15.7 Sugestão para o Enquadramento da bacia do Rio Sapucaí
Tendo como subsídio as informações acima apresentadas sobre a Bacia do Rio Sapucaí,
principalmente no que se refere aos usos preponderantes e qualidade das águas, são
expostas sugestões de enquadramento dos corpos de água da bacia.
O estudo foi realizado por corpo de água, considerando quando necessário trechos dos
mesmos, localizados nas regiões Baixo, Médio e Alto Sapucaí.
RIO SAPUCAÍ
TRECHO 1 - Alto Sapucaí, município de Campos do Jordão ( 22,7600S / 45,6210W ) até
o limite da APA Serra da Mantiqueira no ponto de monitoramento BG039 ( 22,5170S /
45,4030W ) – Classe 2
Esse trecho do Rio Sapucaí tem sua nascente no município de Campos do Jordão, região
internacionalmente conhecida como estância hidromineral. Possui grande extensão inserida
na APA Serra da Mantiqueira. Segundo informações do Plano Diretor da Bacia da Serra da
Mantiqueira, o município de Campos do Jordão não conta com estação de tratamento de
esgoto sanitário, o que influencia na diminuição da qualidade da água.
Mesmo se tratando de um trecho onde existem nascente e APA, devido ao fato de não
existir tratamento de esgotos a montante, se torna inviável o enquadramento na Classe 1.
Se esse efluente recebesse o tratamento convencional, a qualidade da água dificilmente
alcançaria os parâmetros necessários para essa classe. Outra dificuldade identificada é que
os municípios geradores desse esgoto não tratado se localizam na região paulista da bacia.
No entanto, verificamos a necessidade de ações no sentido de preservar áreas de
nascentes, frente ao avançado processo de urbanização e degradação. Essas ações são
necessárias também por existir uma extensão considerável desse trecho inserido em uma
unidade de conservação, a APA Serra da Mantiqueira. Segundo o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000, Área
de Proteção Ambiental é uma área com um certo grau de ocupação humana, dotada de
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a
qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
193
A classe 2 atende aos seguintes usos: abastecimento humano após tratamento
convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário,
irrigação, aqüicultura e pesca.
TRECHO 2 - Alto Sapucaí, do ponto de monitoramento BG039 ( 22,5170S / 45,4030W )
até o Baixo Sapucaí ( 21,5000S / 45,6740W ) – Classe 2
Os usos preponderantes deste trecho são: abastecimento público após tratamento
convencional, mineração, irrigação e consumo industrial. Existe uma grande influência da
área urbana, o que contribui para a diminuição da qualidade da água. Localizam-se neste
trecho os municípios de Itajubá, que é o segundo mais populoso da bacia e Santa Rita do
Sapucaí, reconhecido pela forte presença de indústrias do setor eletrônico.
Um ponto positivo para a manutenção dos parâmetros necessários a essa classe, é a
existência de uma ETE no município de Pedralva (Alto Sapucaí) e outra no município de
Paraguaçu (Baixo Sapucaí), localizados em afluentes desse trecho.
RIO SAPUCAÍ-MIRIM
TRECHO 1: Alto da bacia, da nascente ( 22,8560S / 45,8930W ) até o limite com o
município de São Bento do Sapucaí, localizado na porção paulista da bacia ( 22,7220S
/ 45,7280W ) – Classe 2
Este trecho está localizado na APA Fernão Dias e tem como uso preponderante o
abastecimento público, o que seria compatível com a classe 1, por tratar-se de nascente e
área de proteção ambiental. Porém, verificamos dificuldade no monitoramento da qualidade
desta água.
Portanto, ressaltamos a importância da instalação de um ponto de monitoramento como
plano de ação, pois de acordo com o resultado dos parâmetros analisados na segunda
campanha de 2009 do IGAM, a qualidade da água monitorada pela estação BG044 está
classificada como 2, o que pode configurar um dado não confiável, visto que está localizada
a uma distância significativa do trecho aqui mencionado.
TRECHO 2: do limite com o município de São Bento do Sapucaí ( 22,7220S / 45,7280W
) até a confluência com o Rio Sapucaí ( 22,2100S / 45,8760W ) – Classe 2
Os usos preponderantes deste trecho são: consumo industrial, mineração, abastecimento
público e irrigação. Desta forma, a classe 2 é a que melhor se enquadra, tendo em vista a
atual qualidade das águas e os seguintes usos: abastecimento para consumo humano após
194
tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato
primário, irrigação, aquicultura e pesca.
Um ponto positivo para a manutenção dos parâmetros necessários a essa classe, é a
existência de uma ETE no município de Gonçalves, localizado em um afluente desse trecho.
RIO LOURENÇO VELHO
TRECHO 1 – da nascente ( 22,4200S / 45,0360W ) até o limite do município de Delfim
Moreira com Itajubá ( 22,3760S / 45,2620W ) - Classe 2
Esse trecho está inserido na APA Serra da Mantiqueira, justificando ações no sentido de
preservação dessa área. Como o esgoto não tratado do município de Marmelópolis é
lançado em um afluente desse trecho, contribuindo para a piora da qualidade da água,
propomos a instalação de uma estação de monitoramento da qualidade da água no final do
mesmo, obtendo assim dados mais específicos e precisos.
TRECHO 2 – final do TRECHO 1 ( 22,3760S / 45,2620W ) até a confluência com o Rio
Sapucaí ( 22,3730S / 45,5120W ) – Classe 2
Seus usos preponderantes são mineração e lavagem de veículo. Há relatos de despejo de
óleo de fritura na rede de esgoto do município de Maria da Fé, conforme verificado em
trabalho de campo. Isto ocorre em um afluente deste trecho.
A classe 2 é a que melhor se enquadra, visto que a estação de tratamento BG041,
localizada a jusante deste trecho, também apontou esta classe quanto à qualidade das
águas. Desta forma, os usos podem ser: abastecimento para consumo humano após
tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato
primário, irrigação, aqüicultura e pesca.
RIO ITAIM
Todo o trecho deste corpo de água, localizado no Médio Sapucaí, enquadra-se na classe 2,
visto que possui outorgas para consumo agroindustrial e abastecimento público. Possui uma
estação de monitoramento da qualidade da água a jusante, confirmando esta classificação,
de acordo com os resultados da segunda campanha de 2009 do IGAM.
RIBEIRÃO DO MANDU
Todo o trecho, localizado no Médio Sapucaí, está enquadrado na classe 2, visto a atual
qualidade de sua água conforme segunda campanha de monitoramento do ano de 2009 do
195
IGAM, bem como seus usos, sendo: irrigação, aqüicultura, abastecimento para consumo
humano após tratamento convencional e dessedentação de animais.
RIO DO CERVO, RIO TURVO E RIO DOURADO
Toda a extensão destes corpos de água, localizados no Médio e Baixo Sapucaí, enquadra-
se na classe 2, atendendo assim seus usos preponderantes, ou seja, irrigação,
abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, consumo
agroindustrial, consumo industrial, aspersão de vias e aqüicultura. Esta classe ainda atende
outros possíveis usos como: proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato
primário e pesca.
15.8 Considerações Finais
Ressaltamos que, para a realização de uma adequada proposta de enquadramento, são
necessárias informações, estudos e subsídios técnicos que ainda não são disponíveis.
Desta forma, segue algumas diretrizes para que seja elaborada a proposta de
enquadramento:
Melhor distribuição das estações de monitoramento da qualidade das águas em
alguns corpos de água ou trechos dos mesmos, uma vez que existem corpos d’água
na bacia que não são monitorados (Ex: rio Lourenço Velho);
Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas, sob rigoroso controle,
buscando aperfeiçoar e facilitar o cadastramento de usuários, principalmente os de
uso insignificante;
Priorizar a realização de um cadastro de usuário, identificando com maior clareza os
usos preponderantes. Este estudo é necessário porque a relação dos usos
preponderantes da bacia, tendo em vista que o número de outorgas concedidas é
bem menor do que os usos levantados na última Campanha de Regularização do
Uso da Água.
Estabelecer uma rede de vazão contemplando as sub-bacias, tanto a montante
quanto na foz dos cursos de água para identificar as vazões recorrentes na bacia;
Estudos para definição da vazão de referencia mais adequada a bacia do Rio
Sapucaí;
Ampliação e otimização da rede de monitoramento da quantidade e qualidade da
água.
196
16. COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
A implantação dos instrumentos previstos na política de recursos hídricos representa
enorme avanço para a modernização do setor. Mesmo assim, ainda permanecem muitas
dúvidas, sobretudo no que diz respeito à cobrança pelo uso de recursos hídricos. Por isso, é
necessário esclarecer alguns importantes conceitos norteadores dessa política para que sua
compreensão aconteça sem maiores conflitos.
Fundamentais para embasar os critérios de cobrança, são os conceitos de outorga e
enquadramento dos corpos hídricos que, juntamente com outras variáveis, embasam e
justificam o cálculo da cobrança.
O que é Bacia Hidrográfica?
A bacia hidrográfica de um rio ou curso d’água pode ser definida como o conjunto de terras
drenadas por um rio principal, seus afluentes e sub-afluentes. A idéia de bacia hidrográfica
está associada à noção da existência de nascentes, divisores de águas e demais
características dos cursos de água principais e os secundários, denominados afluentes e
sub-afluentes.
O que é um Comitê de Bacia?
Os comitês de bacia são órgãos colegiados, consultivos normativos e deliberativos, que
constituem a base do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e também do Sistema
Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de Minas Gerais. São compostos por
representantes do Estado, municípios, organizações civis e usuários de água.
Dente as atribuições dos comitês, destacamos: promover o debate sobre questões
relacionadas aos recursos hídricos; arbitrar conflitos relacionados aos recursos hídricos;
aprovar o Plano Diretor de Recursos Hídricos na Bacia e acompanhar sua execução;
estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores
a serem cobrados.
Qualquer pessoa pode integrar um comitê?
Segundo o artigo 36 da Lei Estadual 13.199 de 29 de Janeiro de 1999, os comitês de bacia
hidrográfica são compostos por: I - representantes do poder público, de forma paritária entre
o Estado e os municípios que integram a bacia hidrográfica; II - representantes de usuários
e de entidades da sociedade civil ligadas aos recursos hídricos, com sede ou representação
na bacia hidrográfica, de forma paritária com o poder público.
197
O que é uma Agência de Bacia?
As agências de bacia hidrográfica, segundo a Deliberação Normativa CERH n.º 19, de 28 de
junho de 2006, são entidades de personalidade jurídica própria, autonomia financeira e
administrativa, que atuarão como unidades executivas descentralizadas de apoio a um ou
mais comitês de bacia hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e
financeiro. Parte da arrecadação feita por meio da cobrança, mais precisamente 7,5%,
suportará as despesas de implantação, custeio para manutenção técnica e administrativa
das agências, a médio e longo prazo.
O que é Outorga?
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos seis instrumentos da Política
Nacional de Recursos Hídricos, estabelecidos no inciso III, do art. 5º da Lei Federal nº
9.433, de 08 de janeiro de 1997 e também da Política Estadual de Recursos Hídricos,
estabelecida pela Lei Estadual 13.199 de 29 de janeiro de 1999. Esse instrumento tem como
objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício
dos direitos de acesso à água. É, portanto, o ato administrativo mediante o qual o poder
público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado (requerente) o
direito de uso do recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições
expressas no respectivo ato administrativo.
O que é enquadramento dos corpos d’água segundo usos preponderantes?
Enquadramento é o estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou
mantido em um dado segmento do corpo d’água ao longo do tempo para garantir aos
usuários a qualidade necessária ao atendimento de seus usos. É um instrumento
fundamental da Política Estadual de Recursos Hídricos, instituído pela Lei nº 3.870, de 25 de
setembro de 1997 e constitui muito mais do que uma simples classificação, pois se tornou
instrumento fundamental para o gerenciamento dos recursos hídricos e para o
planejamento ambiental.
Assim como o instrumento de outorga, o enquadramento dos corpos d’água também está
diretamente relacionado com a cobrança pelo uso de recursos hídricos. É o enquadramento
que classifica a qualidade dos corpos d’água segundo seus possíveis usos e determina se
ela deve ser mantida ou alterada, de acordo com as atividades desenvolvidas ao seu redor
ou mesmo segundo sua localização.
198
Qual a diferença entre consumidor e usuário de água?
A cobrança pelo uso da água é instituída para aqueles que fazem uso direto da água bruta
localizada nos corpos de água (rios, lagos, aqüíferos) seja captando água, lançando
efluentes, desviando ou barrando cursos de água, dentre outros usos. Todos nós somos
consumidores de água porque recebemos em nossas casas a água tratada dos usuários de
água que são as concessionárias, citando como exemplo em Minas Gerais a COPASA.
Portanto, consumidor e usuário desempenham papéis diferenciados.
Qual a diferença entre usuário-pagador e poluidor-pagador?
Os conceitos de usuário-pagador e do poluidor-pagador foram adotados, dentro dos critérios
de cobrança, com o objetivo de combater o desperdício e a poluição das águas, levando
quem desperdiça e polui a pagar mais.
Segundo o princípio do usuário-pagador, quem utiliza o recurso ambiental deve arcar com
os custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas. Sendo assim, quem
arca com esses custos são aqueles que deles se beneficiaram, e não o Poder Público. Já o
princípio do poluidor-pagador pode ser entendido como sendo um instrumento econômico e
também ambiental que exige do poluidor, assim que identificado, assumir os custos das
medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis para a eliminação ou amenização dos
possíveis danos ambientais.
O que é usuário insignificante? Como ele é definido?
A legislação vigente isenta usuários insignificantes, cujo consumo varia de acordo a bacia
hidrográfica e é definido por fóruns colegiados, com ampla participação dos diversos
segmentos sociais que integram os comitês dessas bacias hidrográficas. Portanto, são os
comitês que estabelecem o valor a ser cobrado em suas respectivas bacias, bem como o
consumo insignificante que não será tarifado.
O uso insignificante é definido tomando como critério a vazão de captação; todos aqueles
que captarem vazão maior do que a que vier a ser definida como insignificante, se sujeitará
automaticamente à cobrança obrigatória no que se refere à captação, consumo e
lançamento de DBO – Demanda Bioquímica de oxigênio.
Por que outra conta de água se já pagamos por ela?
Na verdade, o valor da conta que pagamos, hoje, se refere à captação, tratamento e
distribuição da água e não a água propriamente dita. Agora será cobrado o valor
determinado pelos Comitês de cada bacia hidrográfica pelo uso da água em si. Portanto,
199
pagaremos por duas coisas distintas: às concessionárias pelo tratamento, captação e
distribuição da água e, para os Comitês de Bacia, pelo uso da água em si.
Será cobrado imposto pelo uso de recursos hídricos?
A Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos não é definida como taxa ou imposto, mas sim
como um preço público. Para o IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas, a cobrança
pelo uso de recursos hídricos é uma compensação a ser paga pelos usuários de água
visando garantir os padrões de quantidade, qualidade e regime estabelecidos para as águas
da Bacia, sendo proporcional à interferência de seus usos no estado antecedente desses
atributos.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos não configura imposto ou taxa porque não se
fundamenta num sistema de arrecadação e, segundo o artigo 4º do cap II do decreto
44.046/05, tem como objetivos: (i) reconhecer a água como um bem natural de valor
ecológico, social e econômico cuja utilização deve ser orientada pelos princípios do
desenvolvimento sustentável, bem como dar ao usuário uma indicação de seu real valor, (ii)
incentivar a racionalização do uso da água e (iii)obter recursos financeiros para o
financiamento de programas e intervenções incluídos nos planos de recursos hídricos.
Onde serão empregados os recursos arrecadados com a cobrança?
O Artigo 13 do Decreto Estadual (MG) 44.945 de 13 de Novembro de 2008 prevê que os
valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados na bacia
hidrográfica que deu origem à arrecadação, mediante expressa aprovação do respectivo
Comitê de bacia, garantida a conformidade da aplicação com os planos de recursos
hídricos.
16.1 Diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio Sapucaí
A Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG), que tem como uma de suas sub-bacias a
Bacia do Rio Sapucaí, está localizada no Sudeste do Brasil, na Região Hidrográfica do
Paraná e, juntamente com as Regiões Hidrográficas Paraguai e Uruguai, compõe a Bacia do
Prata. Sua área de drenagem tem cerca de 143.437,79 km², dos quais 57.092,36 km² estão
em território paulista e 86.345,43 km² em Minas Gerais.
A Bacia Hidrográfica do Rio Grande está subdividida em 14 unidades de gestão, sendo 6
localizadas São Paulo, denominadas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(UGRHIs), e 8 em Minas Gerais, chamadas Unidades de Planejamento e Gestão de
Recursos Hídricos (UPGRH) sob a sigla específica GD.
200
Nosso objeto de estudo, a Bacia do Rio Sapucaí (GD5), se localiza na vertente mineira da
bacia, conforme pode ser observado na Figura 14.
Figura 14 – Bacia do Rio Grande. Em vermelho, destaque para a Bacia do Rio Sapucaí.
Fonte: Extraído de “II Oficina de integração dos comitês da Bacia do Rio Grande”. Rib. Preto, 2008.
A Bacia do Rio Sapucaí é constituída por 51 municípios, sendo 48 na parte mineira e 3 no
trecho paulista. Com relação à distribuição da população na área da Bacia, o município mais
populoso é Pouso Alegre, com 119.649 habitantes, seguido por Itajubá, com 86.210
habitantes. Contudo, predominam na bacia municípios de pequeno porte, sendo que 83%
possuem até 20.000 habitantes.
O grau de urbanização do conjunto de municípios mineiros da Bacia do Sapucaí – 75%, é
inferior ao índice apresentado pela macrorregião Sul/Sudoeste (80,7%) e pelo estado
(76,82%). No entanto, projeções realizadas pelo IBGE indicam um incremento de
aproximadamente 65.055 habitantes até 2020. Considerando que tanto o sul mineiro possui
alta densidade demográfica como o território da bacia hidrográfica em questão, o
crescimento da população, previsto para um cenário de 20 anos, certamente contribuirá
para o adensamento populacional cada vez maior nas cidades da região.
Com relação ao uso e ocupação do solo, a maior parte das terras são ocupadas por culturas
– sobretudo café, banana e milho, e pastagem. Há ainda muitas áreas preservadas, porém,
de pequena extensão. No alto trecho da bacia, o turismo é atividade bastante desenvolvida
devido à beleza cênica da paisagem. Apesar de bastante urbanizada, a vocação agrícola é
forte na Bacia e remonta ao período da colonização brasileira, com destaque para os
201
cafezais centenários. Todavia, indústrias de ponta também ganham destaque, como é o
caso do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí.
Apesar da grande concentração populacional nos centros urbanos, 2/3 dessa população não
tem acesso ao tratamento de esgoto, contribuindo sobremaneira para a deterioração das
águas do Rio Sapucaí. Alguns município, no entanto, já desenvolvem projetos de
implantação de estações e alguns estão em andamento.
Visando, portanto, exercer a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos em
sua área de atuação, foi instituído o Decreto nº 39.911, de 20 de junho de 1994, o Comitê da
Bacia do Rio Sapucaí – CBH-Sapucaí. Esse decreto promoveu, no âmbito da gestão de
recursos hídricos, a viabilização técnica e econômico-financeira de programas de
investimento e consolidação de políticas de estruturação urbana e regional, visando ao
desenvolvimento sustentado na Bacia e no Estado de Minas Gerais.
O CBH-Sapucaí tem o dever de trabalhar, conjuntamente com o IGAM e a ANA, órgãos
estaduais e federais, para a implementação de medidas de preservação e controle não
apenas dos corpos d’água, mas também de toda a vida presente e ligada aos recursos
hídricos em questão.
16.1.1 Simulação de cobrança para a Bacia do Sapucaí
A elaboração da metodologia de cobrança pelo uso da água tem início com a análise dos
dados das etapas anteriores do plano como, por exemplo, o diagnóstico físico-biótico e
sócio-econômico da bacia, outorgas de direito de uso da água, enquadramento dos corpos
d’água em classes segundo usos preponderantes, dentre outros. O cálculo para a cobrança
considera as principais características da bacia e está diretamente ligado ao tipo de
atividade nela desenvolvida.
Visando mensurar o possível impacto causado pela cobrança pelo uso da água na Bacia do
Sapucaí, a Gerencia de Cobrança Pelo Uso da Água do IGAM elaborou uma simulação de
cobrança para as bacias hidrográficas mineiras utilizando a metodologia CEIVAP. A
Tabela 64 foi extraída do resultado dessa simulação.
202
Tabela 64 – Simulação de Arrecadação
SÃO FRANCISCO
UPGRH SANEAMENTO IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA TOTAL
SF1 640.374 135.561 319.192 1.095.128
SF2 2.401.837 29.921 2.059.816 4.491.573
SF3 12.696.742 85.077 774.902 13.556.721
SF4 488.783 40.756 109.025 638.564
SF5 7.906.610 85.181 2.921.494 10.913.285
SF6 890.722 186.121 318.825 1.395.668
SF7 494.439 707.691 617.873 1.820.004
SF8 54.045 109.286 77.947 241.277
SF9 201.268 13.844 41.222 256.335
SF10 1.569.340 52.257 238.621 1.860.218
TOTAL 27.344.160 1.445.696 7.478.916 36.268.773
GRANDE
UPGRH SANEAMENTO IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA TOTAL
GD1 171.321 9.478 13.108 193.907
GD2 671.525 10.060 196.009 877.593
GD3 1.364.270 21.701 121.706 1.507.678
GD4 1.483.330 7.013 116.939 1.607.283
GD5 727.753 5.908 102.681 836.342
GD6 808.200 3.628 151.560 963.387
GD7 934.286 7.307 123.245 1.064.839
GD8 1.380.440 58.133 417.750 1.856.323
TOTAL 7.541.127 123.228 1.242.998 8.907.352
Fonte: IGAM. Depto de cobrança
Analisando a Tabela 64, é possível verificar que os valores arrecadados em cada bacia são
baixos se comparado aos custos de manutenção de futuras agências e também para a
implementação de medidas mitigadoras de impactos ambientais.
Para o Rio Sapucaí, segundo a simulação, seriam arrecadados, anualmente, apenas R$
836.342,00 segundo menor resultado entre as sub-bacias do Rio Grande. O que num
primeiro momento pode parecer bastante dinheiro, depois de enumerados os gastos e
investimentos necessários para a bacia, esse recurso se torna bastante limitado. Se
compararmos, por exemplo, os valores totais arrecadados pelas bacias do Grande e São
Francisco, veremos que depois de listados todos os problemas e necessidades de
investimento, ainda seriam, necessários maiores recursos.
Essa discussão se complexifica ao lembrarmos que tanto a Bacia do Grande quanto a do
Sapucaí são federais, o que sugere a necessidade da criação de uma agência de Bacia
para unificar e centralizar os recursos. A visão total da bacia hidrográfica revela que a
gestão ainda ocorre de forma compartimentada, sem interlocução ou objetivos comuns entre
comitês.
A proposta de formação de um Comitê de Integração da bacia Hidrográfica do Rio Grande
faz referência à criação de um comitê de bacia hidrográfica de um rio de domínio da União e
203
se trata de um ampla junção dos comitês das sub-bacias do Rio Grande, voltadas para três
objetivos em comum:
A construção de um colegiado articulador e integrador, otimizando recursos
disponíveis e respeitando as peculiaridades dos comitês de origem;
Elaboração de um plano integrado para a bacia como um todo, com metas e
compromissos para todos os integrantes do comitê;
Integração e harmonização dos instrumentos de gestão.
Algumas das etapas necessárias para a criação de um Comitê de Integração já foram
cumpridas pela bacia do Rio Grande, o que demonstra o andamento do processo, apesar de
restarem muitas etapas pela frente. São elas:
Instituir todos os comitês de rios afluentes;
Eleger Grupo de Coordenação para promover a criação do comitê de integração;
Subscrição dos Secretários de Estado responsáveis pelo gerenciamento de recursos
hídricos;
Elaboração da justificativa da necessidade e oportunidade de criação do Comitê;
Elaboração do diagnóstico de situação dos recursos hídricos da bacia9
.
Sendo assim, para estabelecer diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do
Sapucaí, é preciso, antes de tudo, que outros importantes instrumentos de gestão já tenham
sido implementados de forma eficiente, porque são importantes norteadores da cobrança,
que depende de todos esses – criação do comitê de bacia, plano diretor, outorga,
enquadramento, para ter seu processo iniciado.
Por fim, observando a experiência de outros países e nas bacias hidrográficas brasileira que
já adotam a cobrança como instrumento de gestão dos recursos hídricos, é possível
perceber que, mais do que instrumento para gerar receita, a cobrança é indutora de
mudanças para economia da água, a redução de perdas e para a gestão com justiça
ambiental. Isso porque é cobrado de quem usa e polui.
9
Extraído de: GRANDE, o rio que nos une. Cartilha do Comitê de Integração do Rio Grande: Uma nova etapa na
gestão das águas. Cartilha elaborada pelo CBH Rio Grande.( sem data).
204
17. PLANOS DE AÇÃO
Na elaboração do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, foram identificadas
deficiências ligadas aos recursos hídricos na Bacia do Rio Sapucaí, tanto na área de
planejamento quanto no gerenciamento dos recursos hídricos da bacia. Estas deficiências
também foram levantadas segundo informações concedidas pelos membros do CBH
Sapucaí e de representantes da sociedade da bacia que participaram das reuniões públicas
realizadas no mês de fevereiro de 2010.
Com base nesse levantamento serão traçados, neste documento, planos de ações que, se
incorporados a bacia do Rio Sapucaí, poderão contribuir na redução e/ou solução dos
problemas encontrados na bacia. Esses planos de ação tem também o intuito de reforçar
ações positivas já existentes na bacia. O comitê da bacia do Sapucaí deve exercer o papel
de induzir que tais ações sejam realizadas com o auxílio principalmente, dos usuários de
água e órgãos públicos.
As ações propostas neste trabalho serão apresentadas de forma geral, devendo
posteriormente terem suas atividades detalhadas na forma de projetos, para promover a
compatibilização entre disponibilidade e demanda e para viabilizar a implementação das
diversas atividades na Bacia do Rio Sapucaí – GD5.
17.1 Metodologia de elaboração dos Planos de Ação
Com base no diagnóstico da bacia do rio Sapucaí e nas deficiências identificadas, buscou-
se definir temas tendo como foco a recuperação ambiental da bacia.
Foram definidos 7 temas:
Tema 1 – Gestão dos Recursos Hídricos;
Tema 2 – Saneamento Ambiental;
Tema 3 – Recuperação Ambiental;
Tema 4 – Ações para Agropecuária e Irrigação;
Tema 5 – Ações para o Setor Industrial;
Tema 6 – Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura;
205
Tema 7 – Ações Educativas.
A divisão em temas buscou facilitar as elaboração das atividades a serem implementadas
na bacia. Os temas identificados anteriormente, podem ser agrupados em dois temas
principais:
Gestão dos Recursos Hídricos – Ações Preventivas: ações que buscam dar início ou
continuidade ao desenvolvimento, instituição e implantação do Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos de forma integrada na bacia;
Intervenção nos Recursos Hídricos – Ações corretivas: ações que buscam atingir
metas progressivas de melhoria da qualidade e quantidade ofertada das águas,
associadas a programas de investimento com obras e serviços em recursos hídricos,
meio ambiente e saneamento básico;
Há contudo uma grande dificuldade para implantar as ações propostas neste plano: a
carência de recursos financeiros, principalmente os advindos da cobrança pelo uso dos
recursos hídricos de domínio do Estado de Minas Gerais, uma vez que não existe ainda a
cobrança pelo uso da água na bacia e a expectativa é que o seu potencial de arrecadação
não será suficiente para executar todas as ações propostas.
17.2 Temas e ações propostas
Para cada tema proposto no item anterior serão enumeradas, abaixo, as ações que os
compõem. Estas ações deverão ser implementadas gradualmente e de forma integrada com
os objetivos dos outros Planos Diretores da Bacia Hidrográfica do Rio Grande.
Tema 1 – Gestão dos Recursos Hídricos
Fortalecimento do CBH Sapucaí, com ampliação da participação de representantes
do poder público do alto, médio e baixo Sapucaí;
Maior integração do CBH com os órgãos do SISEMA;
Estudo de viabilidade para implantação de um instrumento de Cobrança pelo Uso de
Recursos Hídricos;
Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas, sob rigoroso controle,
buscando aperfeiçoar e facilitar o cadastramento de usuários, principalmente os de
uso insignificante;
206
Estudos de viabilidade da criação da Agencia da bacia do Rio Sapucaí e/ou
integração com a futura Agência da bacia do Rio Grande;
Implementação de ações de manejo hídrico com vistas a minimizar processos de
inundação e maximizar os de perenidade hídrica;
Programa de identificação e preservação das regiões da bacia hidrográfica GD5
produtoras de água;
Elaboração da proposta e implantação do enquadramento dos cursos d’água da
bacia do Rio Sapucaí;
Elaboração e execução de projeto de manejo da Bacia dos Rios Santo Antonio
(Delfim Moreira) e Bicas (Wenceslau Braz) visando a redução do escoamento
superficial e recarga do lençol subterrâneo, servindo ainda como modelo para
aplicação em toda a bacia e como medida complementar ao projeto da barragem de
contenção de cheia;
Programa de redução de perdas no Sistema de Abastecimento de Água;
Buscar a redução dos custos e simplificação dos processos de outorga e
licenciamento;
Programa de divulgação, sensibilização e articulação com os atores estratégicos da
bacia;
Estudos para definição da vazão de referencia mais adequada a bacia do Rio
Sapucaí;
Estímulo à elaboração de projetos pelas universidades pertencentes a bacia para
serem contemplados pelo Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento
Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais – FHIDRO;
Atualização constantes dos estudos da macrodrenagem da bacia do Rio Sapucaí;
Ampliação e monitoramento do sistema de alerta de enchentes;
Ampliação e otimização da rede de monitoramento da quantidade e qualidade da
água;
Monitoramento dos efluentes e resíduos sólidos produzidos pelas industrias da bacia;
Estudo e análise de contaminação dos rios da bacia por metais pesados
provenientes dos efluentes industriais e agrotóxicos pela agricultura;
207
Aproveitamento dos Planos Diretores Municipais existentes;
Tema 2 – Saneamento Ambiental
Universalização do abastecimento de água na bacia;
Solução de conflitos de uso da água;
Ampliação da rede coletora de esgoto na bacia;
Implantação de Estações de Tratamento que atendam à demanda de todo o esgoto
coletado;
Levantamento de todas as fontes de captação de água para abastecimento com o
objetivo de verificar se há problemas de contaminação do manancial ou diminuição
do volume de água, ou necessidade de ampliação, etc;
Maior eficiência do serviço de coleta de resíduos sólidos;
Implantação da coleta seletiva nos municípios da bacia e de unidades de reciclagem;
Construção de aterros sanitários com capacidade para receber os resíduos sólidos
por tempo hábil, a ser previamente determinado;
Adoção de consórcios intermunicipais para a coleta e disposição final conjunta dos
resíduos sólidos;
Instalação de fossas sépticas de baixo custo em unidades isoladas e sistemas de
esgotamento sanitário em núcleos populacionais rurais, em substituição as fossas
negras;
Ampliação dos Postos de reciclagem de embalagens de agrotóxico;
Estudo da capacidade de autodepuração dos mananciais;
Incentivo a projetos sustentáveis e tecnologias limpas para o tratamentos dos
esgotos em zonas rurais;
Tema 3 – Recuperação Ambiental
Controle da erosão de encostas e desassoreamento da calha de rios;
208
Recuperação de vegetação de mata ciliar, de topos de morro, surgenciais (APP10
) e
demais áreas degradadas
Aplicação de técnicas de manejo agrícola adequadas ao solo e à topografia do
relevo;
Programa de Manejo das estradas, para promover a manutenção de estradas
asfaltadas e vicinais, considerando as melhorias necessárias do sistema de
drenagem;
Projeto de levantamento sobre a criação comercial de peixes, principalmente das
espécies não oriundas da bacia (denominadas espécias invasoras);
Seleção de cultivos adequados ao clima e ao relevo da região, com garantia de
produtividade;
Elaboração de projeto de manejo da extração de madeira;
Estudos para indicação de criação de Unidades de Conservação (UC’s) nas áreas de
Bocaina de Minas, Várzeas do Rio Sapucaí e Serra da Pedra Branca;
Execução do Plano de Manejo da região de Monte Verde/APA Fernão Dias;
Realização de inventários para ampliação do conhecimento da flora da região e de
seu estado de conservação.
Criação de mecanismos legais para inibir a ocupaç~]ao das planícies de inundação
dos cursos d’água e restringir a impermeabilização do solo nas áreas propensas a
alagamento;
Tema 4 – Ações para Agropecuária e Irrigação
Programa de Manejo do uso da terra;
Incentivo a reciclagem de dejetos da bovinocultura e suinocultura na agricultura;
Programa de incentivo a produção agroecológica;
10
De acordo com a Resolução CONAMA 303/2002, Constitui Área de Preservação Permanente – APP a área
situada em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal; ao redor de nascente ou
olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada
caso, a bacia hidrográfica contribuinte; ao redor de lagos e lagoas naturais; em vereda e em faixa marginal; no
topo de morros e montanhas; nas linhas de cumeada; em encosta ou parte desta, com declividade superior a
cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive; nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e
chapadas; nas restingas; em manguezal, em toda a sua extensão; em duna; nos locais de refúgio ou reprodução
de aves migratórias; nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de extinção; nas
praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.
209
Implantação de um programa de Redução do uso de agrotóxicos na agricultura;
Controle da comercialização e dos usos de agrotóxicos;
Programa para desenvolvimento de tecnologia para reuso de esgoto tratado com
fertilizante;
Programa de incentivo ao uso da água controlado na irrigação;
Programa de incentivo para a existência de um acompanhamento técnico dos
projetos de irrigação, com emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica –
ART;
Criação de Unidades Demonstrativas da cultura sustentável e de geração de
energia;
Tema 5 – Ações para o Setor Industrial
Implementação de estudos específicos para a reutilização da água pelas indústrias;
Controle dos efluentes e estudos para destinação adequada;
Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental nas Indústrias, baseado na
ISO 14.001;
Levantamento do potencial energético dos cursos d’água da bacia e seu
aproveitamento SM comprometer a fauna e a flora da região;
Tema 6 – Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura
Implementação de programa de fomento ao Turismo Sustentável, Lazer e Cultura;
Incentivo a realização de cursos profissionalizantes em turismo rural, ecoturismo,
hotelaria e áreas afins, para capacitação da mão de obra local em consonância com
a vocação turística da região.
Tema 7 – Ações Educativas
Promoção de campanhas publicitárias, veiculadas em mídia impressa, rádio, TV e
outros, que abordem temas de educação ambiental como, por exemplo, o incentivo
a coleta seletiva do lixo; consumo consciente; preservação de rios e nascentes;
dimunuição do uso de plástico;
Programa de Treinamento, com palestras e cursos digiridos aos agricultores locais,
que abordem temas como a utilização segura de agrotóxicos e descarte de
210
vasilhames; técnicas de cultivo apropriadas ao relevo local; irrigação adequada;
definição de áreas de proteção permanente e averbação de reserva legal;
Divulgação das ações ambientais realizadas pelos municípios da GD5;
Elaboração de programas de educação ambiental para as escolas do ensino
fundamental e médio, em parceria com as Superintendências Estaduais de Ensino;
Participação/ajuda na promoção de eventos relativos às datas comemorativas
ambientais (dia mundial do Meio Ambiente, dia da água, dia da árvore, destinação de
resíduos etc.) junto com órgãos municipais de Meio Ambiente;
Programa de incentivo à criação de cursos para formação de pessoal especializado e
de capacitação de professores;
Reuniões de discussão: simpósios, fóruns, eventos para discutir a Gestão de
Recursos Hídricos na Bacia do Rio Sapucaí.
17.3 Custos de Implantação do Plano de Ação
Os investimentos estimados para as ações deste Plano Diretor de Recursos Hídricos são
apresentados resumidamente na Tabela 65. Os valores apresentados foram basedos em
outros Planos Diretores de Recursos Hídricos, Editais de Licitação e Planilhas de Custos de
Obras Civis.
Tabela 65 – Recursos necessários para execução das Metas de Gestão
Tema Ação
Investimento
(R$)
% Total
Investimento
Total Programa
(R$)
%
Programa
Fortalecimento do
CBH Sapucaí
350.000,00 0,9%
Cadastramento dos
usuários da água
550.000,00 1,5%
Estudo de viabilidade
para implantação de
um instrumento de
cobrança pelo uso da
água
200.000,00 0,5%
Implantação da
Agência de Bacia do
Rio Grande
800.000,00 2,1%
Gestão dos
Recursos
Hídricos
Ampliação e
monitoramento do
sistema de alerta de
enchentes
600.000,00 1,6%
5.150.000,00 13,6%
211
Tema Ação
Investimento
(R$)
% Total
Investimento
Total Programa
(R$)
%
Programa
Ampliação da rede de
monitoramento da
qualidade da água
600.000,00 1,6%
Implementação de
ações de manejo
hídrico
800.000,00 2,1%
Programa de
identificação e
preservação das
regiões da bacia
hidrográfica GD5
produtoras de água
700.000,00 1,9%
Programa de
Divulgação,
sensibilização e
articulação com os
atores estratégicos da
bacia
200.000,00 0,5%
Gestão dos
Recursos
Hídricos
Regularização dos
usos por meio da
concessão de
outorgas
350.000,00 0,9%
5.150.000,00 13,6%
Universalização do
abastecimento de
água na bacia
2.000.000,00 5,3%
Ampliação da rede
coletora de esgoto na
bacia
3.000.000,00 7,9%
Implantação de
Estações de
Tratamento de esgoto
10.000.000,00 26,5%
Melhorar a eficiência
do serviço de coleta
de resíduos sólidos
2.000.000,00 5,3%
Construção de aterros
sanitários
3.000.000,00 7,9%
Implantação da coleta
seletiva
400.000,00 1,1%
Instalação de fossas
sépticas de baixo
custo em unidades
isoladas e sistemas
de esgotamento
sanitário em núcleos
populacionais rurais
400.000,00 1,1%
Saneamento
Ambiental
Ampliação dos Postos
de reciclagem de
embalagens de
agrotóxico
150.000,00 0,4%
21.150.000,00 56,0%
212
Tema Ação
Investimento
(R$)
% Total
Investimento
Total Programa
(R$)
%
Programa
Saneamento
Ambiental
Levantamento de
todas as fontes de
captação de água
para abastecimento
200.000,00 0,5% 21.150.000,00 56,0%
Controle da erosão 2.000.000,00 5,3%
Recuperação de
vegetação de mata
ciliar
2.000.000,00 5,3%
Aplicação de técnicas
de manejo agrícola
200.000,00 0,5%
Escolha de cultivos
adequados
200.000,00 0,5%
Estudos para
indicação de criação
de Unidades de
Conservação
400.000,00 1,1%
Elaboração de projeto
de manejo da
extração de madeira
350.000,00 0,9%
Recuperação
Ambiental
Progama de Manejo
das estradas
300.000,00 0,8%
5.450.000,00 14,43%
Incentivo a reciclagem
de dejetos da
bovinocultura e
suinocultura na
agricultura
500.000,00 1,3%
Programa de Manejo
do uso da terra
800.000,00 2,1%
Programa de
incentivo a produção
agroecológica
150.000,00 0,4%
Ações para
Agropecuária
e Irrigação
Programa de
Redução do uso de
agrotóxicos na
agricultura
200.000,00 0,5%
1.650.000,00 4%
Implementação de
estudos específicos
para o reuso da água
para a indústria
450.000,00 1,2%
Controle dos
efluentes e estudos
para destinação
adequada
750.000,00 2,0%
Ações para o
Setor
Industrial
Implantação de
Sistemas de Gestão
Ambiental nas
Indústrias
1.000.000,00 2,6%
2.200.000,00 6%
213
Tema Ação
Investimento
(R$)
% Total
Investimento
Total Programa
(R$)
%
Programa
Implementação de um
programa de fomento
ao turismo
200.000,00 0,5%
Implantação de um
programa de
empreendimentos
turísticos sustentáveis
450.000,00 1,2%
Ações para o
Setor de
Turismo,
Lazer e
Cultura Criação de cursos
profissionalizantes em
turismo rural,
ecoturismo, hotelaria
e áreas afins
150.000,00 0,4%
800.000,00 2%
Promoção de
campanhas
publicitárias
150.000,00 0,4%
Divulgação das ações
ambientais realizadas
pelos municípios da
GD5
150.000,00 0,4%
Elaboração de
programas de
educação ambiental
para as escolas do
ensino fundamental e
médio
350.000,00 0,9%
Programa de
incentivo a criação de
cursos para formação
de pessoal
especializado e de
capacitação de
professores
450.000,00 1,2%
Reuniões de
discussão: simpósios,
fóruns, eventos para
discutir a Gestão de
Recursos Hídricos na
Bacia do Rio Sapucaí
200.000,00 0,5%
Ações
Educativas
Palestras e cursos
digiridos aos
agricultores locais
80.000,00 0,2%
1.380.000,00 4%
TOTAL 37.780.000,00 100% 37.780.000,00 100%
A seguir, apresentamos o Cronograma Físico de implementação das principais ações
propostas neste Plano (Tabela 66).
214
Tabela 66 – Cronograma Físico de implantação das principais ações prospostas neste Plano de Ações
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Fortalecimento do
CBH Sapucaí
Cadastramento
dos usuários da
água
Estudo de
viabilidade para
implantação de
um instrumento
de cobrança pelo
uso da água
Implantação da
Agência de Bacia
do Rio Grande
Ampliação e
monitoramento do
sistema de alerta
de enchentes
Ampliação da
rede de
monitoramento da
qualidade da água
Implementação de
ações de manejo
hídrico
Gestão dos
Recursos
Hídricos
Programa de
identificação e
preservação das
regiões da bacia
hidrográfica GD5
produtoras de
água
215
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Programa de
Divulgação,
sensibilização e
articulação com
os atores
estratégicos da
bacia
Gestão dos
Recursos
Hídricos
Regularização
dos usos por meio
da concessão de
outorgas
Universalização
do abastecimento
de água na bacia
Ampliação da
rede coletora de
esgoto na bacia
Implantação de
Estações de
Tratamento de
esgoto
Melhorar a
eficiência do
serviço de coleta
de resíduos
sólidos
Construção de
aterros sanitários
Saneamento
Ambiental
Implantação da
coleta seletiva
216
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Instalação de
fossas sépticas de
baixo custo em
unidades isoladas
e sistemas de
esgotamento
sanitário em
núcleos
populacionais
rurais
Ampliação dos
Postos de
reciclagem de
embalagens de
agrotóxico
Saneamento
Ambiental
Levantamento de
todas as fontes de
captação de água
para
abastecimento
Controle da
erosão
Recuperação de
vegetação de
mata ciliar
Aplicação de
técnicas de
manejo agrícola
Recuperação
Ambiental
Escolha de
cultivos
adequados
217
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Estudos para
indicação de
criação de
Unidades de
Conservação
Elaboração de
projeto de manejo
da extração de
madeira
Recuperação
Ambiental
Progama de
Manejo das
estradas
Incentivo a
reciclagem de
dejetos da
bovinocultura e
suinocultura na
agricultura
Programa de
Manejo do uso da
terra
Programa de
incentivo a
produção
agroecológica
Ações para
Agropecuária
e Irrigação
Programa de
Redução do uso
de agrotóxicos na
agricultura
218
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Implementação de
estudos
específicos para o
reuso da água
para a indústria
Controle dos
efluentes e
estudos para
destinação
adequada
Ações para o
Setor
Industrial
Implantação de
Sistemas de
Gestão Ambiental
nas Indústrias
Implementação de
um programa de
fomento ao
turismo
Implantação de
um programa de
empreendimentos
turísticos
sustentáveis
Ações para o
Setor de
Turismo,
Lazer e
Cultura Criação de cursos
profissionalizantes
em turismo rural,
ecoturismo,
hotelaria e áreas
afins
219
Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020
Promoção de
campanhas
publicitárias
Divulgação das
ações ambientais
realizadas pelos
municípios da
GD5
Elaboração de
programas de
educação
ambiental para as
escolas do ensino
fundamental e
médio
Programa de
incentivo a
criação de cursos
para formação de
pessoal
especializado e
de capacitação de
professores
Reuniões de
discussão:
simpósios, fóruns,
eventos para
discutir a Gestão
de Recursos
Hídricos na Bacia
do Rio Sapucaí
Ações
Educativas
Palestras e cursos
digiridos aos
agricultores locais
220
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TUCCI, C.E.M, org. Hidrologia, Ciência e Aplicação. Ed.da Universidade – UFRGS/Ed.da
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VELOSO, H.P.; RANGEL, A.L.R. & LIMA, J.C.A. CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO
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ZAÚ, A.S. Fragmentação da Mata Atlântica: aspectos teóricos. Floresta e Ambiente, vol. 5, n.
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229
19. ANEXOS
19.1 ANEXO A – Mapa Hipsométrico
230
231
19.2 ANEXO B – Mapa Geológico
Fonte: Mapa do Estado de Minas Gerais, de 2003, editado pela CPRM e CODEMIG
232
233
19.3 ANEXO C – Mapa Hidrogeológico
234
235
19.4 ANEXO D – Processos Minerais na Bacia do Rio Sapucaí
236
237
19.5 ANEXO E – Mapa de Uso e Ocupação do Solo
238
19.6 ANEXO F – Indicadores de Saneamento Básico
239
Município
Sigla do
prestador
Percentual
de pessoas
que vivem
em
domicílios
com água
encanada,
2000
Índice
de
atend.
Total
de
água
Percentual
de pessoas
que vivem
em
domicílios
urbanos
com
serviço de
coleta de
lixo, 2000
Índice de
atendimento
urbano de
esgoto
Índice
de
coleta
de
esgoto
ALTO SAPUCAÍ (19)
Brasópolis/MG COPASA 96,5 74,9 98,3 ... ...
Conceição das Pedras MUNICIPAL 91,6 si 98,2 ... ...
Conceição dos Ouros/MG COPASA 97,8 57,3 98,8 100* ...
Consolação MUNICIPAL 91,7 si 96,1 100 ...
Delfim Moreira (MG) COPASA 93,2 si 98,1 95 ...
Gonçalves/MG COPASA 95,5 70,2 100,0 100 ...
Itajubá/MG COPASA 98,7 77,4 98,9 97,3 74,28
Maria da Fé/MG COPASA 94,8 81,5 96,9 95 ...
Marmelópolis MUNICIPAL 95,3 si 97,6 70 ...
Paraisópolis/MG SAAE 96,4 84,6 98,2 93,4 85,00
Pedralva/MG COPASA 95,1 73,0 97,0 99,6 75,26
Piranguçu/MG COPASA 94,7 82,6 98,7 95 ...
Piranguinho/MG COPASA 95,5 100,0 97,1 95 ...
São José do Alegre/MG COPASA 95,8 42,4 97,8 100 ...
Sapucaí-Mirim/MG COPASA 94,3 45,4 99,9 100,0 72,02
Wenceslau Brás COPASA 98,0 si 97,7 100
Campos do Jordão/SP SABESP 98,2 63,1 97,9 44,5 53,69
Santo Antônio do Pinhal/SP SABESP 94,9 42,1 98,2 47,1 46,88
São Bento do Sapucaí/SP SABESP 96,1 58,4 99,4 82,3 51,41
MÉDIO SAPUCAI (17)
Borda da Mata/MG COPASA 97,5 ... 98,5 93,8 77,02
Cachoeira de Minas/MG COPASA 96,1 ... 99,5 95 ...
Cambuí SAAE 97,0 ... 99,3 90 ...
Careaçu/MG COPASA 97,5 ... 98,9 ... ...
Congonhal/MG COPASA 97,8 ... 98,7 100,0 78,08
Córrego do Bom Jesus MUNICIPAL 93,6 ... 99,0 100 ...
Espírito Santo do Dourado/MG MUNICIPAL 95,5 ... 98,8 ... ...
Estiva/MG COPASA 88,0 ... 99,2 95 ...
Heliodora/MG COPASA 97,5 ... 98,8 ... ...
Natércia/MG COPASA 95,3 ... 98,9 ... ...
Pouso Alegre/MG COPASA 98,5 ... 99,2 100,00 78,67
Santa Rita do Sapucaí/MG COPASA 98,5 ... 96,8 100,00 75,98
São João da Mata MUNICIPAL 98,5 ... 98,4 ... ...
São Sebastião da Bela Vista MUNICIPAL 88,6 ... 98,6 ... ...
Senador Amaral/MG COPASA 89,2 ... 97,8 ... ...
Senador José Bento MUNICIPAL 98,1 ... 96,1 ... ...
Silvianópolis MUNICIPAL 95,8 ... 97,8 ... ...
240
Município
Sigla do
prestador
Percentual
de pessoas
que vivem
em
domicílios
com água
encanada,
2000
Índice
de
atend.
Total
de
água
Percentual
de pessoas
que vivem
em
domicílios
urbanos
com
serviço de
coleta de
lixo, 2000
Índice de
atendimento
urbano de
esgoto
Índice
de
coleta
de
esgoto
BAIXO SAPUCAÍ (7)
Carvalhópolis/MG COPASA 99,2 ... 99,2 ... ...
Cordislândia/MG COPASA 98,4 ... 97,6 ... ...
Elói Mendes/MG SAAE 98,4 ... 98,2 100,00 80,00
Monsenhor Paulo/MG COPASA 98,2 ... 98,9 ... ...
Paraguaçu/MG COSÁGUA 98,8 ... 98,5 ... 80,01
São Gonçalo do Sapucaí/MG COPASA 97,2 ... 93,8 ... ...
Turvolândia MUNICIPAL 95,4 ... 96,9 ... ...
FONTE: SNIS, Datasus, COPASA, Vida Meio Ambiente
241
19.7 ANEXO G – Cadastro da Campanha de Regularização
FONTE: IGAM – Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas
Gerais/2009.
242
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Abastecimento Público 2 270,00 1,00 0,00
Consumo Humano 576 366.028,70 479,44 242,19
Consumo Industrial/Agroindustrial 2 2,00 0,00 0,00
Dessedentação de Animais 744 555.479,12 789,28 187,73
Irrigação 28 6.402,10 20,23 67,59
Lançamento de Efluentes 1 300,00 0,00 0,00
Lavagem de Veículos 1 0,00 0,50 0,00
Outro 19 394,00 10,51 3,78
Pisicultura 52 24.586,40 111,24 34,50
Borda da Mata
TOTAL 1.425 953.462,32 1.412,20 535,79
Consumo Humano 517 381.971,46 775,94 3.388,34
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0,00 0,01 0,00
Dessedentação de Animais 393 405.722,21 518,88 3.108,47
Irrigação 21 0,16 82,07 93,00
Lançamento de Efluentes 3 13.220,00 0,00 0,00
Lavagem de Veículos 3 0,00 0,01 0,00
Outro 31 23.973,80 1,27 1,20
Pisicultura 68 34.680,06 412,09 6,50
Brasópolis
TOTAL 1.037 859.567,69 1.790,27 6.597,51
Consumo Humano 86 74.833,50 3,18 6,17
Consumo Industrial/Agroindustrial 4 2.000,00 9,00 0,00
Dessedentação de Animais 93 104.381,50 2,25 5,16
Irrigação 6 7.419,00 0,22 0,00
Outro 9 4,80 1,08 3,00
Pisicultura 11 3.999,60 0,20 0,00
Cachoeira de Minas
TOTAL 209 192.638,40 15,93 14,33
Consumo Humano 266 149.940,41 13,20 1.011,37
Dessedentação de Animais 155 148.562,11 8,11 1.013,73
Irrigação 39 2.472,00 91,77 7,02
Lançamento de Efluentes 1 0,00 2,01 0,00
Outro 7 558,60 0,01 1,47
Pisicultura 24 5.227,15 2,75 46,56
Cambuí
TOTAL 492 306.760,27 117,85 2.080,15
Abastecimento Público 1 3.870,00 0,00 0,00
Consumo Humano 192 143.073,13 199,11 4.267,57
Consumo Industrial/Agroindustrial 3 3.168,00 0,00 43,60
Dessedentação de Animais 204 199.317,47 17,38 14.204,82
Irrigação 9 730,00 26,41 0,00
Lançamento de Efluentes 129 81.964,75 192,18 73,26
Outro 4 842,00 1,00 0,00
Pisicultura 6 11.877,00 0,00 3.000,00
Careaçu
TOTAL 548 444.842,35 436,08 21.589,25
243
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Consumo Humano 73 61.883,09 0,00 1,00
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 5.000,00 0,00 0,00
Dessedentação de Animais 66 71.728,69 100,00 1,00
Irrigação 3 3.370,00 0,00 0,00
Outro 4 1.042,00 0,00 0,00
Pisicultura 17 14.790,00 0,00 0,00
Carvalhópolis
TOTAL 164 157.813,78 100,00 2,00
Consumo Humano 182 197.031,69 1,51 17,94
Consumo Industrial/Agroindustrial 5 4.866,00 0,00 0,00
Dessedentação de Animais 171 211.825,63 0,12 17,94
Irrigação 1 0,00 0,01 0,00
Outro 2 91,00 0,00 0,00
Pisicultura 21 21.619,79 0,00 0,00
Conceição das
Pedras
TOTAL 382 435.434,11 1,64 35,88
Consumo Humano 112 125.040,85 1,19 20,00
Consumo Industrial/Agroindustrial 2 4.106,00 0,00 0,00
Dessedentação de Animais 95 113.726,47 0,74 18,00
Irrigação 1 0,00 1,00 0,00
Outro 5 1.221,00 0,00 1,00
Pisicultura 20 24.537,00 1,92 5,50
Conceição dos
Ouros
TOTAL 235 268.631,32 4,85 44,50
Consumo Humano 47 25.610,01 0,01 4,00
Dessedentação de Animais 51 38.300,00 0,00 3,61
Irrigação 2 0,00 1,12 0,00
Outro 2 200,00 500,00 0,00
Pisicultura 7 8.100,00 0,01 0,04
Congonhal
TOTAL 109 72.210,01 501,14 7,65
Consumo Humano 144 40.559,25 24,00 10,50
Dessedentação de Animais 124 48.774,39 49,50 25,32
Irrigação 2 0,00 0,18 50,00
Outro 6 2.331,25 0,00 2,00
Pisicultura 10 6.052,00 0,02 17,12
Consolação
TOTAL 286 97.716,89 73,70 104,94
Consumo Humano 65 76.565,93 5,47 4.683,99
Dessedentação de Animais 89 127.281,03 5,47 4.757,95
Lançamento de Efluentes 5 7.503,00 0,00 3,34
Outro 26 32.654,40 0,01 0,00
Pisicultura 6 3.721,00 0,02 0,00
Cordislândia
TOTAL 191 247.725,36 10,97 9.445,28
Consumo Humano 38 56.257,68 12,09 75,61
Dessedentação de Animais 34 33.155,86 2.019,00 74,18
Irrigação 4 674,00 12,09 13,21
Pisicultura 400,00 12,09 1,00
Córrego do Bom
Jesus
TOTAL 76 90.487,54 2.055,27 164,00
244
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Consumo Humano 51 22.785,56 2,77 31,30
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 50,00 0,00 0,00
Dessedentação de Animais 20 14.022,46 0,01 33,30
Irrigação 2 90,00 0,05 0,00
Pisicultura 4 2.251,00 0,00 347,64
Delfim Moreira
TOTAL 78 39.199,02 2,83 412,24
Consumo Humano 34 30.781,54 50,04 75,50
Dessedentação de Animais 27 19.350,00 0,00 111,50
Outro 2 900,00 0,00 0,00
Pisicultura 1 180,00 0,00 0,00
Eloí Mendes
TOTAL 64 51.211,54 50,04 187,00
Consumo Humano 444 327.274,85 63,94 11.863,33
Dessedentação de Animais 363 301.673,12 44,94 11.753,18
Irrigação 70 13.720,35 135,65 143,70
Lançamento de Efluentes 56 46.676,20 3,05 2,51
Lavagem de Veículos 1 1.715,00 0,00 0,00
Outro 8 1.583,00 4,00 5,00
Pisicultura 83 81.074,30 10,10 8.732,40
Espírito Santo do
Dourado
TOTAL 1.025 773.716,82 261,68 32.500,12
Consumo Humano 226 140.791,14 523,45 10,07
Dessedentação de Animais 135 141.310,10 21,06 36,07
Irrigação 141 21.305,12 75,68 149,51
Lavagem de Veículos 1 0,00 0,00 6,67
Outro 11 1.510,01 0,00 0,00
Pisicultura 21 8.347,00 13,33 0,00
Estiva
TOTAL 535 313.263,37 633,52 202,32
Consumo Humano 698 322.650,71 3,05 19,2
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 6.000 0 0
Dessedentação de Animais 79 88.652,44 7,31 6,2
Irrigação 11 602 415,36 5
Outro 14 931,45 0 0
Pisicultura 48 18.781 5.007,31 3,5
Gonçalves
TOTAL 851 437.617,60 5.433,03 33,90
Consumo Humano 198 26.271,26 70,38 431,73
Consumo Industrial/Agroindustrial 5 0 0,32 14
Dessedentação de Animais 187 37.450,72 99,77 1.728,13
Irrigação 7 902 1,1 5.432,36
Lançamento de Efluentes 15 3.100 16,36 0
Outro 31 10.660 30,27 19,69
Pisicultura 83 17.285 91,36 969,02
Heliodora
TOTAL 526 95.668,98 309,56 8.594,93
245
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Consumo Humano 174 117.910,87 18,08 6.463,81
Consumo Industrial/Agroindustrial 3 800,00 0,00 5.000,00
Dessedentação de Animais 73 107.487,57 14,79 56,24
Irrigação 19 23.663,16 4.961,41 0,00
Lançamento de Efluentes 3 4.720,00 0,00 0,00
Lavagem de Veículos 2 1.450,00 0,00 0,00
Outro 5 4.121,00 0,01 0,00
Pisicultura 14 4.959,23 1,00 115,86
Itajubá
TOTAL 293 265.111,83 4.995,29 11.635,91
Abastecimento Público 1 2.016,00 0,00 0,00
Consumo Humano 486 399.065,93 263,72 177,02
Consumo Industrial/Agroindustrial 5 7.001,00 0,00 29,00
Dessedentação de Animais 246 277.132,42 3.040,78 1.076,11
Irrigação 67 20.269,87 69,34 22,63
Lançamento de Efluentes 23 31.690,51 0,00 0,00
Lavagem de Veículos 4 1.800,00 10,00 68,84
Outro 20 3.475,00 12,30 33,20
Pisicultura 12 15.480,11 1,00 20,20
Maria da Fé
TOTAL 864 757.930,84 3.397,14 1.427,00
Consumo Humano 2 760
Marmelópolis
TOTAL 2 760,00 0,00 0,00
Consumo Humano 11 3.024 0 0
Dessedentação de Animais 5 324 0 0
Outro 13 0 0 7,01
Pisicultura 2 20 0,01 0
Monsenhor Paulo
TOTAL 31 3.368,00 0,01 7,01
Consumo Humano 257 200.735,88 0,1 6.010,92
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 370 0 0
Dessedentação de Animais 279 242.479,08 0,1 6.007,02
Outro 9 2.007 0 0
Pisicultura 32 29.137,28 0 27,63
Natércia
TOTAL 578 474.729,24 0,20 12.045,57
Consumo Humano 174 101.114,01 137,21 82,23
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 0 0,3
Dessedentação de Animais 144 168.341,71 0,6 204,98
Irrigação 4 2,03 1,02
Outro 22 9 10,27 187,23
Pisicultura 8 8.577,60 0,4 1.504,90
Paraguaçu
TOTAL 353 278.044,35 149,50 1.979,64
246
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Abastecimento Público 1 0 0 5
Consumo Humano 581 398.756,71 6,15 317,58
Consumo Industrial/Agroindustrial 6 3.000 0 27,7
Dessedentação de Animais 521 438.220,37 0,03 3.728,08
Irrigação 8 1.533 11,03 7
Lançamento de Efluentes 11 3.673,67 6 18,5
Outro 15 8.555 2,1 4
Pisicultura 65 36.330,53 4,1 1.270,12
Paraisópolis
TOTAL 1.208 890.069,28 29,41 5.377,98
Consumo Humano 226 47.166,87 7,61 15.025
Consumo Industrial/Agroindustrial 2 200 0 18
Dessedentação de Animais 121 28.185,04 5,66 2.258
Irrigação 4 3.503,60 0,6 0
Lançamento de Efluentes 4 1.977 0 20
Lavagem de Veículos 1 0 5 0
Outro 9 678,03 5,2 0,3
Pisicultura 27 12.462,90 5 0
Pedralva
TOTAL 394 94.173,44 29,07 17.321,30
Consumo Humano 60 49.987,74 5,71 3.364
Consumo Industrial/Agroindustrial 2 1.000 5 0
Dessedentação de Animais 18 23.922,34 3,51 26
Irrigação 18 2.883,03 123,61 0
Outro 4 1.203,60 0,01 0
Pisicultura 9 9.371,03 2,51 0
Piranguçu
TOTAL 111 88.367,74 140,35 3.390,00
Consumo Humano 262 105.292,65 6,99 4.516,02
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 0 1
Dessedentação de Animais 109 59.501,78 5,54 2.240,16
Irrigação 3 2.230 0,05 0
Lançamento de Efluentes 2 360 0 0
Outro 7 1.168,50 1 0
Pisicultura 34 4.307,87 1.002,21 14,1
Piranguinho
TOTAL 418 172.860,80 1.015,79 6.771,28
Consumo Humano 1.639 925.420,54 820,08 5.173,21
Consumo Industrial/Agroindustrial 4 1.200 0,8 0,5
Dessedentação de Animais 1.072 767.994,47 1.398,80 5.018,68
Irrigação 354 87.822,94 1.089,84 153,78
Lançamento de Efluentes 8 7.275 8,3 10
Lavagem de Veículos 4 1.000 0 150
Outro 121 36.995,30 10,01 55,85
Pisicultura 114 29.346,62 637,88 132,43
Pouso Alegre
TOTAL 3.316
1.857.054,8
7 3.965,71 10.694,45
247
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Abastecimento Público 1 4.800,00
Consumo Humano 372 362.724,61 683,67 162,44
Consumo Industrial/Agroindustrial 8 12.589 0 40
Dessedentação de Animais 326 472.193,20 0,61 45,44
Irrigação 15 440 209,21 0
Lançamento de Efluentes 2 0 0 23
Lavagem de Veículos 1 200 0 0
Outro 24 26.495,90 6.000,21 10
Pisicultura 13 4.727,49 2,04 30
Santa Rita do
Sapucaí
TOTAL 762 884.170,20 6.895,74 310,88
Consumo Humano 155 97.459,78 9,86 250,82
Consumo Industrial/Agroindustrial 17 0 7,61 51,39
Dessedentação de Animais 178 136.626,05 11,33 389,53
Irrigação 2 80 0,01 0
Lançamento de Efluentes 79 33.226,33 5,05 250,82
Outro 10 4.100 0,11 0
Pisicultura 1 0 0 0
São Gonçalo do
Sapucaí
TOTAL 442 271.492,16 33,97 942,56
Consumo Humano 1 0 0,01 0
Dessedentação de Animais 1 0 0,01 0
Pisicultura 1 0 0,01 0
São João da Mata
TOTAL 3 0,00 0,03 0,00
Consumo Humano 105 65.410,28 0 1.643
Dessedentação de Animais 93 63.238,27 0 103,2
Irrigação 2 1,01 2 0
Lavagem de Veículos 1 1200 0 0
Outro 3 1 0 1
Pisicultura 9 2.131 0 43,32
São José do Alegre
TOTAL 213 131.981,56 2,00 1.790,52
Consumo Humano 138 116.842,44 15,75 3.250,30
Dessedentação de Animais 140 205.425,35 39,21 3.267,70
Irrigação 7 600 35,85 5
Outro 16 10.967 1,22 5,5
Pisicultura 7 10.901 3 49
São Sebastião da
Bela Vista
TOTAL 308 344.735,79 95,03 6.577,50
Consumo Humano 444 280.095,17 1,1 2,25
Dessedentação de Animais 318 233.070,46 0 1
Irrigação 14 9.000 13,92 0,01
Lavagem de Veículos 1 1.650 0 0
Outro 7 505,71 0 0
Pisicultura 41 33.925,08 0 0
Sapucaí-Mirim
TOTAL 825 558.246,42 15,02 3,26
248
Cidade Descrição - Finalidade
Quantidade
de registros
Vazão
(L/dia)
Vazão
(L/s)
Vazão
(m³/dia)
Consumo Humano 10 5.000 1,47 2,2
Dessedentação de Animais 9 5.830 0 83,4
Irrigação 15 2.849 23,02 275
Outro 1 180 0 0
Pisicultura 1 2.580 0 0
Senador Amaral
TOTAL 36 16.439,00 24,49 360,60
Consumo Humano 403 324.350,98 8,27 12,01
Consumo Industrial/Agroindustrial 3 3.900 0 6,7
Dessedentação de Animais 595 536.546,56 20,97 263,55
Irrigação 29 31.912,60 16,22 320,33
Lançamento de Efluentes 2 940 0 0
Outro 32 25.691,60 0 49,8
Pisicultura 129 246.825 14,22 419,22
Senador José
Bento
TOTAL 1.193
1.170.166,7
4 59,68 1.071,61
Consumo Humano 78 69.053,62 1,66 66,51
Dessedentação de Animais 111 89.623,70 7,01 149,13
Irrigação 4 9.900 1,01
Lançamento de Efluentes 3 1.840 0,38
Outro 7 10.743,23
Pisicultura 1 1
Silvianópolis
TOTAL 204 181.160,55 9,68 217,02
Consumo Humano 245 179.845,27 56,92 3.044,65
Dessedentação de Animais 178 190.498,57 0,89 3.064,53
Irrigação 9 3.789,40 51,01 0
Lançamento de Efluentes 6 8.678 0 2,35
Outro 4 4,0 0 0
Pisicultura 5 3.302 0 0
Turvolândia
TOTAL 447 386.117,24 108,82 6.111,53
Consumo Humano 4 870 1,1 15
Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 15
Dessedentação de Animais 3 1.590 1 0
Irrigação 1 1 0
Lançamento de Efluentes 1 1 0
Outro 1 1 0
Wenceslau Brás
TOTAL 11 2.460,00 5,10 30,00
249
19.8 ANEXO H – Mapa dos Usos das Águas
250
251
19.9 ANEXO I – Resumo das Demandas Outorgadas
252
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 Piranguçu Córrego do Gamelão
Córrego do
Gamelão
0,011 Abastecimento público
2 Poço Fundo Córrego da Cachoeira
Córrego da
Cachoeira
0,032 Abastecimento público
3 Natércia Córrego da Laje Córrego da Laje 0,001 Abastecimento público
4 Cachoeira de Minas Córrego do Barreiro
Córrego do
Barreiro
0,01 Abastecimento público
5 Pedralva Córrego do Coelho
Córrego do
Coelho
0,008 Abastecimento público
6 Wenceslau Brás Córrego do Quilombo
Córrego do
Quilombo
0,015 Abastecimento público
7 Itajubá Córrego dos Toledos
Córrego dos
Toledos
0,05 Abastecimento público
8 Camanducaia
Córrego Jardim das
Montanhas
Córrego Jardim
das Montanhas
0,004 Abastecimento público
9 Munhoz Córrego Pedra Vermelha
Córrego Pedra
Vermelha
0,012 Abastecimento público
10 Camanducaia Córrego Recanto Selado
Córrego Recanto
Selado
0,005 Abastecimento público
11 Heliodora Córrego Sem Nome
Córrego Sem
Nome
0,003 Abastecimento público
12 PARAGUAÇU
AFLUENTE DO
CÓRREGO TAQUARI MD
CÓRREGO
TAQUARI
0,032 Abastecimento público
13 Monsenhor Paulo Córrego Vargem Grande
Córrego Vargem
Grande
0,035 Abastecimento público
14 Camanducaia Ribeirão Cadete Ribeirão Cadete 0,024 Abastecimento público
15 Piranguinho Ribeirão do Açudinho
Ribeirão do
Açudinho
0,0124 Abastecimento público
16 Senador Amaral Ribeirão do Caxambú
Ribeirão do
Caxambú
0,006 Abastecimento público
17 São Gonçalo do Sapucaí Ribeirão dos Barretos
Ribeirão dos
Barretos
0,068 Abastecimento público
18 Cachoeira de Minas Ribeirão dos Brochados
Ribeirão dos
Brochados
0,0094 Abastecimento público
19 Sapucaí-Mirim Ribeirão dos Pires
Ribeirão dos
Pires
0,0202 Abastecimento público
20 PIRANGUINHO RIBEIRÃO DOS PORCOS
RIBEIRÃO DOS
PORCOS
0,015 Abastecimento público
21 Piranguinho Ribeirão dos Porcos
Ribeirão dos
Porcos
0,015 Abastecimento público
22 Estiva Ribeirão dos Três Irmãos
Ribeirão dos
Três Irmãos
0,05 Abastecimento público
23 PIRANGUÇU Ribeirão Piranguçu
Ribeirão
Piranguçu
0,011 Abastecimento público
24 SILVIANÓPOLIS Ribeirão Santa Barbara
Ribeirão Santa
Barbara
0,001 Abastecimento público
25 Natércia Ribeirão São Bernardo
Ribeirão São
Bernardo
0,015 Abastecimento público
26 TURVOLÂNDIA
AFLUENTE DO
CÓRREGO DO
CURTUME ME
RIBEIRÃO
TURVO
0,0035 Abastecimento público
27 Brasópolis Ribeirão Vargem Grande
Ribeirão Vargem
Grande
0,04 Abastecimento público
28 Piranguinho Ribeirão Vermelho
Ribeirão
Vermelho
0,0058 Abastecimento público
29 Camanducaia Rio Camanducaia
Rio
Camanducaia
0,05 Abastecimento público
30
ESPÍRITO SANTO DO
DOURADO
RIO DOURADO RIO DOURADO 0,006 Abastecimento público
253
31 Carvalhópolis Rio Dourado Rio Dourado 0,016 Abastecimento público
32 ESTIVA
AFLUENTE DO RIBEIRÃO
DOS TRÊS IRMÃOS ME
RIO ITAIM 0,0001 Abastecimento público
33 MARIA DA FÉ CÓRREGO DO CAMBUÍ
RIO LOURENÇO
VELHO
0,04 Abastecimento público
34 BORDA DA MATA RIO MANDU RIO MANDU 0,05 Abastecimento público
35 POUSO ALEGRE RIO MANDU RIO MANDU 0,35 Abastecimento público
36
SÃO GONÇALO DO
SAPUCAÍ
RIBEIRÃO DOS
BARRETOS
RIO SAPUCAÍ 0,068 Abastecimento público
37 CONGONHAL RIBEIRÃO SÃO JOSÉ RIO SAPUCAÍ 0,019 Abastecimento público
38 HELIODORA CÓRREGO BOA VISTA RIO SAPUCAÍ 0,005 Abastecimento público
39 Careaçu Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,025 Abastecimento público
40 Cordislândia Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,01 Abastecimento público
41 Itajubá Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,28 Abastecimento público
42 Piranguinho Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,01 Abastecimento público
43 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,304 Abastecimento público
44 PEDRALVA Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,0288 Abastecimento público
45 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,30417 Abastecimento público
46 Pouso Alegre Rio Sapucaí Mirim
Rio Sapucaí
Mirim
0,13 Abastecimento público
47 Conceição dos Ouros Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,03 Abastecimento público
48 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,06 Abastecimento público
49 CAMBUÍ Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,065 Abastecimento público
50 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,13 Abastecimento público
51 HELIODORA RIBEIRÃO SANTA ISABEL RIO TURVO 0,012 Abastecimento público
52 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DA PRATA RIO TURVO 0 Abastecimento público
VAZÃO TOTAL 2,5074 Abastecimento público
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 HELIODORA
CÓRREGO
SERTÃOZINHO
CÓRREGO
SERTÃOZINHO
0,0016 Aqüicultura
2 TURVOLÂNDIA
RIBEIRÃO SÃO
DOMINGOS
RIBEIRÃO SÃO
DOMINGOS
0,0002 Aqüicultura
3 DELFIM MOREIRA RIO DE BICAS RIO DE BICAS 0,006 Aqüicultura
4 Monsenhor Paulo
AFLUENTE DO RIO
DOURADO
RIO DOURADO 0,0002 Aqüicultura
5 POUSO ALEGRE
AFLUENTE DO RIBEIRÃO
DO PÂNTANO MD
RIO MANDU 0,0003 Aqüicultura
6
SÃO SEBASTIÃO DA
BELA VISTA
CÓRREGO DAS
INHUMAS
RIO MANDU 0,0002 Aqüicultura
7 São Gonçalo do Sapucaí
AFLUENTE DO RIO
OUVIDOR DE BAIXO
RIO OUVIDOR
DE BAIXO
0,0001 Aqüicultura
8 POUSO ALEGRE CÓRREGO SEM NOME Rio sapucaí 0,0013 Aqüicultura
VAZÃO TOTAL 0,0099 Aqüicultura
254
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
Aqüicultura
1
CONCEIÇÃO DOS
OUROS
RIBEIRÃO DA CHAPADA
RIBEIRÃO DA
CHAPADA
0,003 Consumo agroindustrial
2 CONGONHAL
RIBEIRÃO SANTO
ANTÔNIO
RIO DO CERVO 0,001 Consumo agroindustrial
3
ESPÍRITO SANTO DO
DOURADO
CÓRREGO CHICA
COSTA
RIO DO CERVO 0,0024 Consumo agroindustrial
4 CAMBUÍ
CÓRREGO CAMBUÍ
VELHO
RIO ITAIM 0,007 Consumo agroindustrial
5 ESTIVA RIBEIRÃO TRÊS IRMÃOS RIO ITAIM 0,03 Consumo agroindustrial
6 HELIODORA Rio Turvo Rio Sapucai 0,057 Consumo agroindustrial
VAZÃO TOTAL 0,1004 Consumo agroindustrial
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 São Gonçalo Do Sapucaí Córrego Do Aterrado
Bacia do rio
Sapucaí
0,0024 Consumo industrial
2 Paraguaçu
Afluente Do Córrego Do
Rosário Md
CÓRREGO DO
ROSÁRIO
0,0014 Consumo industrial
3 Paraguaçu
Afluente Do Córrego Do
Rosário
CÓRREGO DO
ROSÁRIO
0,0042 Consumo industrial
4 Pouso Alegre Ribeirão Dos Lopes
RIBEIRÃO DA
LIMEIRA
0,026 Consumo industrial
5 Pouso Alegre Ribeirão Das Flores
RIBEIRÃO DAS
FLORES
0,0004 Consumo industrial
6 Pouso Alegre
Ribeirão Das Mortes Ou
Dos Barreiros
RIBEIRÃO DAS
MORTES OU
DOS
BARREIROS
0,004 Consumo industrial
7 Conceição Dos Ouros
Afluente Do Ribeirão Ouro
Velho
RIBEIRÃO
OURO VELHO
0,0015 Consumo industrial
8 Conceição Dos Ouros Ribeirão Santo Antônio
RIBEIRÃO
SANTO
ANTÔNIO
0,0025 Consumo industrial
9 Conceição Dos Ouros
Afluente Do Córrego Da
Água Rasa Md
RIO CAPIVARI 0,0002 Consumo industrial
10 Conceição Dos Ouros
Afluente Do Córrego Da
Água Rasa Md
RIO CAPIVARI 0,0015 Consumo industrial
11 Conceição Dos Ouros Ribeirão Do Pinto RIO CAPIVARI 0,004 Consumo industrial
12 Conceição Dos Ouros Córrego Água Rasa RIO CAPIVARI 0,003 Consumo industrial
13 Congonhal Ribeirão São José RIO DO CERVO 0,004 Consumo industrial
14 São Gonçalo Do Sapucaí Ribeirão Do Feijão RIO DO FEIJÃO 0,012 Consumo industrial
15 Cambuí Córrego Lava Pés RIO ITAIM 0,0016 Consumo industrial
16 Delfim Moreira Ribeirão Tabuão
RIO SANTO
ANTÔNIO
0,042 Consumo industrial
17 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,01806 Consumo industrial
18 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,019 Consumo industrial
19 Conceição Dos Ouros Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,004 Consumo industrial
20 Natércia
Afluente Do Córrego Do
Machado Md
RIO TURVO 0,0001 Consumo industrial
21 Piranguinho Córrego Da Onça rio Verde 0,0000 Consumo industrial
VAZÃO TOTAL 0,1519 Consumo industrial
255
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 MACHADO
AFLUENTE DO RIO
SAPUCAÍ ME
AFLUENTE DO
RIO SAPUCAÍ
ME
0,001 Irrigação
2 POUSO ALEGRE CÓRREGO DA FAZENDA
CÓRREGO DA
FAZENDA
0 Irrigação
3 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DO ANGOLA
CÓRREGO DO
ANGOLA
0,0035 Irrigação
4 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DA ROSETA
CÓRREGO DO
ANGOLA
0,003 Irrigação
5
SÃO SEBASTIÃO DA
BELA VISTA
CÓRREGO DO JIRAU
CÓRREGO DO
JIRAU
0,016 Irrigação
6
SÃO SEBASTIÃO DA
BELA VISTA
RIBEIRÃO DA PALMA
RIBEIRÃO DA
PALMA
0,015 Irrigação
7
SÃO GONÇALO DO
SAPUCAÍ
CÓRREGO VERMELHO
RIBEIRÃO DO
FEIJÃO
0,008 Irrigação
8 GONÇALVES
AFLUENTE DO RIBEIRÃO
DO LAMBARI ME
RIBEIRÃO DO
LAMBARI
0,001 Irrigação
9
SÃO GONÇALO DO
SAPUCAÍ
RIBEIRÃO MOINHO
VELHO
RIBEIRÃO
MOINHO VELHO
0,004 Irrigação
10 MONSENHOR PAULO
AFLUENTE DO
CÓRREGO SERRANO ME
RIBEIRÃO SÃO
DOMINGOS
0,007 Irrigação
11 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DO CAPINZAL
RIBEIRÃO
TURVO
0,025 Irrigação
12 POUSO ALEGRE CÓRREGO DA ROSETA RIO DO CERVO 0,004 Irrigação
13 POUSO ALEGRE
RIBEIRÃO DOS
AFONSOS
RIO DO CERVO 0,014 Irrigação
14 CARVALHÓPOLIS RIO DOURADO RIO DOURADO 0,0389 Irrigação
15 MACHADO
AFLUENTE DO RIO
DOURADO MD
RIO DOURADO 0,002 Irrigação
16 MACHADO
AFLUENTE DO RIO
DOURADO MD
RIO DOURADO 0,0018 Irrigação
17 MACHADO
Afluente MD do Rio
Dourado
RIO DOURADO 0,0028 Irrigação
18 POUSO ALEGRE RIBIERÃO DO PÂNTANO RIO MANDU 0,014 Irrigação
19 PARAGUAÇU
AFLUENTE DO RIO
OUVIDOR DE BAIXO ME
RIO OUVIDOR
DE BAIXO
0,0075 Irrigação
20 PARAGUAÇU
AFLUENTE DO RIO
OUVIDOR DE BAIXO ME
RIO OUVIDOR
DE BAIXO
0,01 Irrigação
21 PARAGUAÇU
AFLUENTE DO RIO
OUVIDOR DE BAIXO ME
RIO OUVIDOR
DE BAIXO
0,01 Irrigação
22 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0246 Irrigação
23 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0029 Irrigação
24 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0081 Irrigação
25 MACHADO
CÓRREGO AFLUENTE
DO RIO SAPUCAI
Rio Sapucai 0 Irrigação
26 TURVOLÂNDIA RIBEIRÃO DO TURVO Rio Sapucai 0,0186 Irrigação
27 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,01288 Irrigação
28 Silvianópolis Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,01111 Irrigação
29 Pouso Alegre Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,00556 Irrigação
30 Cachoeira de Minas Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,01389 Irrigação
31 HELIODORA RIO TURVO RIO TURVO 0,003 Irrigação
32 HELIODORA RIBERÃO AREADO RIO TURVO 0,012 Irrigação
VAZÃO TOTAL 0,3011 Irrigação
256
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0004 Mineração
2 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,002222 Mineração
3 São Gonçalo do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0025 Mineração
4 Elói Mendes Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0025 Mineração
5 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,002778 Mineração
6 Elói Mendes Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,004167 Mineração
7 Cordislândia Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,00533 Mineração
8 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração
9 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração
10 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração
11 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005557 Mineração
12 Turvolândia Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0099 Mineração
13 Piranguinho Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0135 Mineração
14 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,015722 Mineração
15 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,023611 Mineração
16 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002222 Mineração
17 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002222 Mineração
18 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002222 Mineração
19 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002778 Mineração
20 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002778 Mineração
21
São Sebastião da Bela
Vista
Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002778 Mineração
22
São Sebastião da Bela
Vista
Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002778 Mineração
23
São Sebastião da Bela
Vista
Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,002778 Mineração
24 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,003889 Mineração
25 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,005 Mineração
26 Careaçu Rio Sapucaí Grande
Rio Sapucaí
Grande
0,005 Mineração
27 Cachoeira de Minas Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,001944 Mineração
28 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,009722 Mineração
29 Paraisópolis Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,0125 Mineração
30 Paraisópolis Rio Sapucaí-Mirim
Rio Sapucaí-
Mirim
0,0125 Mineração
VAZÃO TOTAL 0,1760 Mineração
257
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 CONSOLAÇÃO
AFLUENTE DA MARGEM
DIREITA DO CÓRREGO
DA CACHOEIRA
Córrego da
Cachoeira
0,0000 Dessedentação de animais
2 POUSO ALEGRE
AFLUENTE DO RIBEIRÃO
PANTANOZINHO ME
RIO MANDU 0,0001 Dessedentação de animais
VAZÃO TOTAL 0,0001
Dessedentação de
animais
MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA
VAZÃO
m³/s
FINALIDADE
1 POUSO ALEGRE CÓRREGO SÃO JACINTO RIO SAPUCAÍ 0,0022 Outros
2 POUSO ALEGRE CÓRREGO SEM NOME RIO SAPUCAÍ 0,0022 Outros
3 MARIA DA FÉ
AFLUENTE DO RIBEIRÃO
SABARÁ ME
RIBEIRÃO
SABARÁ
0,0007 Outros
VAZÃO TOTAL 0,0051 Outros

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Sapucai

  • 1. 1 PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SAPUCAÍ Resumo Executivo Belo Horizonte Julho / 2010
  • 2. 2 GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antonio Anastásia Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD José Carlos Carvalho INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM Diretora Geral Cleide Izabel Pedrosa de Melo Diretora de Gestão de Recursos Hídricos Luiza de Marilac Moreira Camargos Diretora de Monitoramento e Fiscalização Ambiental Marília Carvalho Mello Gerência de Planejamento de Recursos Hídricos (GPARH) Célia Maria Brandão Fróes COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS – COPASA Presidente Ricardo Augusto Simões Campos Vice-Presidente Luiz Otávio Ziza Valadares Diretoria de Meio Ambiente e de Novos Negócios Carlos Gonçalves de Oliveira Sobrinho Superintendência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Célia Regina Alves Rennó Divisão de Licenciamento Ambiental (Gestora do Contrato) Paulo Emílio Guimarães Filho COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SAPUCAÍ – CBH SAPUCAÍ Presidente Celem Mohallem
  • 3. 3 GRUPO TÉCNICO DE ACOMPANHAMENTO - GTA Paulo Emílio Guimarães Filho – Coordenação – COPASA Betânia Vilas Boas Neves – COPASA Robson Rodrigues dos Santos – IGAM Carlos Henrique Adami – FIEMG / CBH Sapucaí Arthur Ottoni – UNIFEI / CBH Sapucaí COLABORAÇÃO TÉCNICA Márcia Viana Lisboa Martins – UNIVERSITAS Renato Aguiar – Prefeitura de Cambuí Lilian Márcia Domingues – IGAM Rodrigo Antonio Di Lorenzo Mundim – IGAM EMPRESA RESPONSÁVEL Vida Prestação de Serviços em Engenharia, Meio Ambiente e Reflorestamento Ltda Rua da Bahia, 362/901 – Centro, Belo Horizonte – MG (31) 3274.6642 www.vidameioambiente.com.br RESPONSÁVEIS TÉCNICOS – Vida Meio Ambiente Márcio Augusto Mendes Ferreira – Engenheiro Civil Leandro Henrique de Melo Martins – Engenheiro Ambiental EQUIPE TÉCNICA – Vida Meio Ambiente Edna Santos – Economista Edson Esteves Campos – Engenheiro Geólogo Glória Regina Oliva Perpétuo – Socióloga Jennifer Gonçalves Ayres Pimenta – Geógrafa Joacir Luz Filho – Biólogo Julimara Alves Devens – Eng. Civil, especialista em Recursos Hídricos Leandro Henrique de Melo Martins – Eng. Ambiental Márcio Augusto Mendes Ferreira – Eng. Civil Mariana Barbosa Timo – Eng. Ambiental Maristela de Cássia T. Dias Lopes – Eng. Ambiental Thaís Elias Almeida – Bióloga Eric Oliveira Perreira – Estagiário Geografia Leonardo Mateus P. de Knegt – Estagiário Geografia Malena Silva Nunes – Estagiária Geografia
  • 4. 4 APRESENTAÇÃO A bacia hidrográfica do rio Sapucaí localiza-se na região sul do Estado de Minas Gerais e possui área de drenagem de 8.824 km². A região, por seus atrativos naturais e nível de desenvolvimento, é muito procurada para instalação de empreendimentos dos mais diversos setores usuários dos recursos hídricos: saneamento, agropecuária, energia hidroelétrica, transporte hidroviário, indústrias e turismo. Entretanto, não possui, até hoje, um plano diretor para que sua ocupação e desenvolvimento tenham como princípio a sustentabilidade. O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Sapucaí tem, portanto, o papel fundamental de subsidiar ao Comitê de Bacia Hidrográfica, já instituído nessa bacia, e ao poder executivo no nível municipal e estadual a busca de realização de ações de melhoria e preservação quantitativa e qualitativa desse recurso que, apesar dos problemas já apontados no diagnóstico realizado nos estudos, ainda é bastante abundante na bacia. O Plano Diretor agora apresentado e desenvolvido em consonância com a legislação de recursos hídricos é um instrumento de gestão abrangente que retrata a situação atual da bacia com profundidade, assim como apresenta um prognóstico das demandas hídricas e sua compatibilização com a disponibilidade no médio e longo prazo. Esse trabalho envolveu a dedicação, de diversos especialistas da empresa contratada, a VIDA Meio Ambiente, e também do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, do Comitê da Bacia Hidrógráfica – CBH Sapucaí e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, o que contribuiu para a geração de um documento com maior participação e qualidade. A participação da sociedade civil e dos diversos atores estratégicos interessados na bacia do rio Sapucaí se deu por meio de quatro rodadas de consultas públicas realizadas, a cada rodada, em três cidades escolhidas para representar o Alto, Médio e Baixo Sapucaí. A disseminação das informações e propostas do Plano representará, com certeza, um incentivo às iniciativas de preservação da bacia do rio Sapucaí, e sua atualização periódica, utilizando-se do apoio das várias instituições de ensino de renome instaladas na região, trará uma maior credibilidade e efetividade ao uso sustentável dos recursos hídricos na bacia.
  • 5. 5 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 10 2. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO...................................................................................... 15 2.1 Geologia e Recursos Hídricos de Subsuperfície............................................................ 15 2.2 Recursos Minerais ............................................................................................................. 17 2.3 Geomorfologia.................................................................................................................... 17 2.4 Pedologia ............................................................................................................................ 21 2.5 Clima.................................................................................................................................... 24 3. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO............................................................................................ 32 3.1 Diagnóstico da vegetação da bacia do rio sapucaí........................................................ 32 3.1.1 Metodologia ........................................................................................................................ 32 3.1.2 Caracterização da vegetação............................................................................................ 33 3.1.3 Estado de conservação da vegetação da Bacia do rio Sapucaí ................................... 36 3.2 Diagnóstico dos aspectos da Fauna................................................................................ 45 3.2.1 Fauna associada à Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí................................................. 45 3.2.2 Áreas de Conservação de Fauna ..................................................................................... 51 4. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO................................................................................................... 53 4.1 Metodologia ........................................................................................................................ 53 4.2 Resultados.......................................................................................................................... 53 5. DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL............................................................................. 66 5.1 Estudos hidrológicos já realizados na bacia .................................................................. 66 5.2 Metodologia de Quantificação de Disponibilidade Hídrica ........................................... 68 5.3 Considerações Finais e Recomendações ....................................................................... 88 6. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA.................................................................................. 90 6.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí ........ 92 6.2 Resultados.......................................................................................................................... 94 6.3 Considerações Finais...................................................................................................... 102 7. DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL................................................................................... 103 7.1 Caracterização Demográfica........................................................................................... 103 7.2 Diagnóstico dos Aspectos Econômicos ....................................................................... 113 8. SANEAMENTO AMBIENTAL.................................................................................................... 121 8.1 Abastecimento de Água .................................................................................................. 122 8.2 Esgotamento sanitário .................................................................................................... 124 8.3 Resíduos Sólidos ............................................................................................................. 138 9. LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES SOBRE OUTORGA NA BACIA DO RIO SAPUCAÍ 140 9.1 Campanha de Regularização do Uso da Água.............................................................. 141 9.2 Outorgas Significantes de mananciais Superficiais .................................................... 142 9.3 Outorgas Significantes de Mananciais Subterrâneos.................................................. 148
  • 6. 6 9.4 Comparação entre as evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas 150 10. DEMANDA HÍDRICA SUPERFICIAL.................................................................................... 152 10.1 Evolução da demanda hídrica superficial ..................................................................... 153 10.2 Conclusões....................................................................................................................... 158 11. BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL .................................................................................... 160 12. IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INCREMENTO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE DEMANDAS E DISPONIBILIDADES ............. 166 12.1 Alternativas de incremento das disponibilidades hídricas ......................................... 166 13. COMPATIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA ENTRE DEMANDA E DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE FORMA A ALCANÇAR OS CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ESTABELECIDOS, NUM HORIZONTE DE TEMPO ESTABELECIDO ...................................................................................... 169 14. ESTIMATIVA DA CARGA POLUIDORA E DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS..................... 180 14.1 Resíduos lançados diretamente no corpo d’água........................................................ 180 14.2 Resíduos lançados indiretamente no corpo d’água .................................................... 182 15. ENQUADRAMENTO.............................................................................................................. 184 15.1 Aspectos legais................................................................................................................ 184 15.2 Diretrizes para o enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí........................................ 185 15.3 Diagnóstico dos usos preponderantes ......................................................................... 186 15.4 Qualidade das águas e fontes de poluição ................................................................... 189 15.5 Demanda hídrica superficial ........................................................................................... 189 15.6 Identificação de conflitos potenciais ............................................................................. 190 15.7 Sugestão para o Enquadramento da bacia do Rio Sapucaí........................................ 192 15.8 Considerações Finais...................................................................................................... 195 16. COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS......................................................... 196 16.1 Diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio Sapucaí .................... 199 17. PLANOS DE AÇÃO............................................................................................................... 204 17.1 Metodologia de elaboração dos Planos de Ação ......................................................... 204 17.2 Temas e ações propostas ............................................................................................... 205 17.3 Custos de Implantação do Plano de Ação .................................................................... 210 18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 220 19. ANEXOS ................................................................................................................................ 229 19.1 ANEXO A – Mapa Hipsométrico ..................................................................................... 229 19.2 ANEXO B – Mapa Geológico........................................................................................... 231 19.3 ANEXO C – Mapa Hidrogeológico .................................................................................. 233 19.4 ANEXO D – Processos Minerais na Bacia do Rio Sapucaí.......................................... 235 19.5 ANEXO E – Mapa de Uso e Ocupação do Solo............................................................. 237 19.6 ANEXO F – Indicadores de Saneamento Básico .......................................................... 238 19.7 ANEXO G – Cadastro da Campanha de Regularização ............................................... 241 19.8 ANEXO H – Mapa dos Usos das Águas......................................................................... 249 19.9 ANEXO I – Resumo das Demandas Outorgadas .......................................................... 251
  • 7. 7 Lista de Fotos Foto 1 – Mares de morro de Maria da Fé /MG...................................................................................... 18 Foto 2 – Planície de inundação em Turvolândia................................................................................... 19 Foto 3 – Afloramento rochoso próximo a Turvolândia .......................................................................... 20 Foto 4 – Aspecto das residências alagadas pelas águas do Rio Sapucaí, a margem da BR 290, na saída de Pouso Alegre para Ouro Fino................................................................................................. 21 Foto 5 – Latossolo vermelho-amarelo exposto, preparado para o cultivo ............................................ 22 Foto 7 – A direita da foto, plantio de café e banana. Ao fundo e a esquerda, mesmo apresentando elevado grau de inclinação, é possível perceber que o solo já foi ou será cultivado. Em primeiro plano, solo suscetível à erosão........................................................................................................................ 24 Fotos 7 e 8 – Vegetação Ciliar substituída por pastagens e áreas urbanas ........................................ 38 Fotos 9 e 10 – Vegetação Ciliar substituída por plantios de arroz e espécies exóticas....................... 39 Foto 11 – APP’s de topo de morro substituídas por culturas................................................................ 39 Foto 12 – APPs de topo de morro substituídas por culturas................................................................. 40 Fotos 13 e 14 – Plantações de café em encostas e os sinais evidentes de degradação e exposição do solo à erosão na foto da direita. ............................................................................................................ 60 Foto 15 – Enchente em Pouso Alegre – fevereiro de 2009 ................................................................ 112 Foto 16 – Situação do Aterro Sanitário de Elói Mendes em 24/02/2010. ........................................... 183 Lista de Figuras Figura 1 – Municípios da bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí ............................................................... 12 Figura 2 – Encarte Tectônico ................................................................................................................ 16 Figura 3 – Estações pluviométricas na Bacia do Sapucaí.................................................................... 27 Figura 4 – Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na bacia do rio Sapucaí............. 42 Figura 5 – Áreas prioritárias para a conservação da Flora na bacia do rio Sapucaí............................ 43 Figura 6 – Estações fluviométricas adotadas para o estudo hidrológico da bacia do rio Sapucaí....... 70 Figura 7 – Pontos notáveis da Q7,10 para a bacia do Sapucaí.............................................................. 72 Figura 8 – Localização das estações de amostragem de qualidade das águas na bacia do Rio Sapucaí.................................................................................................................................................. 91 Figura 9 – Distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem de 1997 a 2006..................... 95 Figura 10 – Distribuição das faixas do CT (Contaminação por tóxicos) por estação de amostragem de 1997 a 2007........................................................................................................................................... 97 Figura 11 – Concessionárias de Água na Bacia do Rio SAPUCAÍ..................................................... 123 Figura 12 – Concessionárias de esgoto na Bacia do Rio SAPUCAÍ .................................................. 126 Figura 13 – Pontos notáveis tomados como referência para balanço-hídrico superficial bem como espacialização das outorgas totais na bacia....................................................................................... 161 Figura 14 – Bacia do Rio Grande. Em vermelho, destaque para a Bacia do Rio Sapucaí. ............... 200 Lista de Quadros Quadro 1 – Espécies de Avifauna encontradas na Bacia do Rio Sapucaí........................................... 46 Quadro 2 – Lista de espécies da mastofauna....................................................................................... 48 Quadro 3 – Resultado das espécies de ictiofauna levantadas em bibliografia..................................... 50 Quadro 4 – Pedidos de licença ambiental para barragens de energia elétrica na bacia do rio Sapucaí ............................................................................................................................................................... 62 Quadro 5 – Principais Industrias na bacia do Rio Sapucaí................................................................... 64 Quadro 6 – Descrição das Estações de Amostragem de Qualidade de Água ..................................... 90 Quadro 7 – Principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação em 2007 e os parâmetros que tiveram as maiores violações no período de 1997 a 2007 para cada estação de amostragem......................................................................................................................................... 100 Lista de Gráficos Gráfico 1 – Perfil longitudinal do Rio Sapucaí....................................................................................... 14
  • 8. 8 Gráfico 2 – Sazonalidade média das chuvas para três municípios da Bacia do Sapucaí.................... 30 Gráfico 3 – Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários segundo trechos da bacia do rio Sapucaí – 51 municípios ....................................................................................................................... 55 Gráfico 4 – Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar.................................................... 56 Gráfico 5 – Principais culturas em termos de área plantada: lavouras temporária e permanente....... 58 Gráfico 6 – Principais produtos agrícolas nos municípios com território na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí.................................................................................................................................................. 59 Gráfico 7 – Distribuição percentual dos municípios da GD5 por classes de tamanho da população 107 Gráfico 8 – Evolução da densidade demográfica ............................................................................... 110 Gráfico 9 – Campanha Uso Legal – GD5 – Finalidades de Uso......................................................... 142 Gráfico 10 – Outorgas Superficiais na bacia do Rio Sapucaí (numero de outorgas) ......................... 143 Gráfico 11 – Porcentagem de acordo com o numero de outorgas para uso de água subterrânea.... 149 Gráfico 12 - Evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas ..................................... 150 Gráfico 13 – Demandas (vazões em m³/s) outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008) para os diferentes usos. ...................................................................................................................... 153 Lista de Tabelas Tabela 1 – Características Fisiográficas da Bacia do Rio Sapucaí ...................................................... 13 Tabela 2 – Identificação das estações utilizadas.................................................................................. 28 Tabela 3 – Precipitação Acumulada na Bacia do Sapucaí ................................................................... 29 Tabela 4 – Cobertura de vegetação nativa (em hectares) por município da Bacia do rio Sapucaí segundo Carvalho et al. 2005 ............................................................................................................... 34 Tabela 5 – Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes na Bacia do rio Sapucaí........ 44 Tabela 7 – Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na Bacia do rio Sapucaí......... 44 Tabela 7 – Tabela de quantificação dos Usos do Solo da bacia do rio Sapucaí.................................. 54 Tabela 8 - Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários em 2006 - Percentual (%) ...... 55 Tabela 9 - Principais produtos da lavoura temporária e permanente Minas Gerais – 2007................. 57 Tabela 10 – Dados das estações fluviométricas utilizadas por Maia (2003)........................................ 67 Tabela 11 – Dados das estações fluviométricas utilizadas................................................................... 71 Tabela 12 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 e vazão específica (q). .............. 78 Tabela 13 – Comparação dos valores da Q7,10 para as estações da Tabela 18 com os estimados pelas equações de ajustes Eqs.01 e 02................................................................................................ 79 Tabela 14 – Disponibilidade hídrica superficial mínima (Q7,10 ) em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência................................................................... 81 Tabela 15 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Qmáx,10 e vazão específica (q) ............ 83 Tabela 16 – Comparação dos valores da Qmáx,10 para as estações da Tabela 20 com os estimados pela equação de ajuste (Eq.05). ........................................................................................................... 84 Tabela 17 – Vazões máximas em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência. ....................................................................................................................... 85 Tabela 18 – Comparação dos valores da Qmlp para as estações da Tabela 16 com os estimados pela equação de ajuste (Eq.03). ................................................................................................................... 86 Tabela 19 – Vazões médias de longo período em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência................................................................................................. 87 Tabela 20 – Resultados do IQA para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2006............. 96 Tabela 21 – Resultados da CT para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2007 .............. 98 Tabela 22 – Caracterização da população residente por trecho da GD5 - São Paulo e Minas Gerais - 2007..................................................................................................................................................... 103 Tabela 23 – Municípios que compõem os trechos Alto, Médio e Baixo da bacia hidrográfica do rio Sapucaí (GD5) e forma de inserção (total ou parcial)......................................................................... 104 Tabela 24 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com área parcial e sede administrativa fora da GD5 – 2007............................................................................................................................. 106 Tabela 25 – Classes de tamanho da população dos 51 municípios da GD5 ..................................... 107 Tabela 26 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com sede administrativa na bacia – 2007 ............................................................................................................................................................. 108 Tabela 27 – Evolução da densidade demográfica – 1970 - 2007....................................................... 110 Tabela 28 – Índice de desenvolvimento Humano – 2000. Estados e municípios com maior IDH-M . 111 Tabela 29 – Inserção dos municípios da GD5 nas microrregiões de Saúde...................................... 111 Tabela 30 – Composição Setorial do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade Econômica das Microrreregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí – MG ............... 114
  • 9. 9 Tabela 31 – Composição do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade Econômica para Municípios, Microrregiões, Mesorregião e Estado de Minas Gerais - 1998 ............................... 114 Tabela 32 – Valores adicionados em R$ ............................................................................................ 116 Tabela 33 – Clusters do Complexo Eletrônico - 2000......................................................................... 118 Tabela 34 – Distâncias rodoviárias entre alguns municípios da bacia e principais centros nacionais119 Tabela 35 – Proporção de municípios da GD5 cujos dados foram disponibilizados para o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto -2006................................................................................................ 121 Tabela 36 – Indicadores do serviço de abastecimento de água, por trecho da GD5 -2006............... 124 Tabela 37 – Proporção de moradores atendidos por rede geral de esgoto – Trechos da GD5......... 125 Tabela 38 – Gestão de resíduos sólidos............................................................................................. 138 Tabela 39 – Outorgas Superficiais significativas concedidas na bacia do Rio Sapucaí..................... 143 Tabela 40 – Outorgas de mananciais superficiais por ponto notável. ................................................ 144 Tabela 41 – Outorgas para água subterrânea na Bacia do Rio Sapucaí ........................................... 149 Tabela 42 – Demandas outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008) para os diferentes usos consuntivos................................................................................................................................. 152 Tabela 43 – Taxas de crescimento(em %) para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do rio Sapucaí considerando um cenário ideal. Período 2004-2020. ...................................................... 155 Tabela 44 - Evolução da demanda outorgada de 2009 até 2020, em m³/s (demandas outorgadas pelo IGAM e ANA)....................................................................................................................................... 157 Tabela 45 – Comparação da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 em pontos notáveis da bacia do Sapucaí x Demanda Hídrica outorgada. ........................................................................................ 163 Tabela 46– Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 01 – Lourenço Velho. ..................................................................... 170 Tabela 47 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 02.................................................................................................... 170 Tabela 48 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 03.................................................................................................... 171 Tabela 49 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 04.................................................................................................... 171 Tabela 50 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 05.................................................................................................... 172 Tabela 51 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 06.................................................................................................... 172 Tabela 52 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 07.................................................................................................... 173 Tabela 53 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 08.................................................................................................... 173 Tabela 54 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 09.................................................................................................... 174 Tabela 55 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 10.................................................................................................... 174 Tabela 56 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 11.................................................................................................... 175 Tabela 57 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 12.................................................................................................... 175 Tabela 58 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 13.................................................................................................... 176 Tabela 59 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 14.................................................................................................... 176 Tabela 60 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 15.................................................................................................... 177 Tabela 61 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 16.................................................................................................... 178 Tabela 62 – Coliformes totais na Bacia do Rio Sapucaí..................................................................... 181 Tabela 63 – Demanda Bioqúimica de Oxigênio da baciao do rio Sapucaí......................................... 182 Tabela 64 – Simulação de Arrecadação ............................................................................................. 202 Tabela 65 – Recursos necessários para execução das Metas de Gestão......................................... 210 Tabela 66 – Cronograma Físico de implantação das principais ações prospostas neste Plano de Ações................................................................................................................................................... 214
  • 10. 10 1. INTRODUÇÃO Segundo informações do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), a Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, correspondente à UPGH GD5 do Estado de Minas Gerais, integra a bacia do rio Grande, localizando-se na Região Sudeste e sendo compartilhada por dois estados: São Paulo e Minas Gerais. O Rio Sapucaí nasce na Serra da Mantiqueira, na cidade de Campos do Jordão – SP, a uma altitude de 1620 metros de altitude, desaguando no Lago de Furnas a 780 metros de atitude, percorrendo, aproximadamente, 248 km. A bacia do rio Sapucaí é composta por diversas subbacias, a exemplo dos rios Santo Antônio, Sapucaí-Mirim, Anhumas, Lourenço Velho , Vargem Grande, dentre outros. O curso principal do rio Sapucaí inicia-se com o nome de ribeirão Capivari, no Estado de São Paulo. Depois de atravessar a área urbana da cidade de Campos do Jordão e juntar-se ao afluente córrego das Perdizes, o curso principal recebe a denominação de rio Sapucaí- Guaçu, passando finalmente a ter o nome de rio Sapucaí a cerca de 5 km antes da divisa dos Estados São Paulo-Minas Gerais. A parte mineira da bacia do rio Sapucaí abrange um total de 48 municípios, possui uma população estimada de 618.276, sendo 478.630 urbana (74,4%) e 154.844 rural (25,6%), e uma área de drenagem de 8.824 km². Os terrenos da bacia são ocupados predominantemente com agriculturas, pastagens e remanescentes de matas de galeria e araucárias. A topografia íngreme dominante não favorece a prática da agricultura, que fica restrita às várzeas de alguns cursos de água. A parte paulista da Bacia compreende três municípios: Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal, totalizando uma área de 632 km². Estes formam a Bacia da Mantiqueira no Estado de São Paulo. A Bacia da Mantiqueira foi dividida pelo Plano de Bacia, em duas sub-bacias Sapucaí-Mirim e Sapucaí-Guaçu. Da nascente até a foz, o Rio Sapucaí tem uma extensão de 248 km de comprimento e pode ser dividido nos trechos alto, médio e baixo Sapucaí, conforme a Figura 1. O Alto Sapucaí compreende os municípios de Brasópolis, Conceição dos Ouros, Conceição das Pedras, Consolação, Delfim Moreira, Gonçalves, Itajubá, Maria da Fé, Marmelópolis, Paraisópolis, Pedralva, Piranguinho Piranguçu, São José do Alegre, Sapucaí – Mirim, Wenceslau Brás, Virgínia, Passa Quatro, Campos do Jordão (SP), Santo Antônio do Pinhal (SP), São Bento (SP), e apresenta uma área de 3.924 km². O Médio Sapucaí compreende os municípios de Borda da Mata, Cachoeira de Minas Cambuí, Careaçu, Congonhal, Córrego do Bom Jesus, Espírito Santo do Dourado, Estiva, Heliodora, Lambari, Natércia, Ouro Fino, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São João da
  • 11. 11 Mata, São Sebastião da Bela Vista, Senador José Bento, Silvianópolis, Munhoz, Senador Amaral, Camanducaia, e apresenta uma área de 3.841 km². O Baixo Sapucaí apresenta uma área de 1.700 km², e compreende os municípios de Carvalhópolis, Cordislândia, Eloí Mendes, Machado, Monsenhor Paulo, Paraguaçu, Poço Fundo, São Gonçalo do Sapucaí e Turvolândia.
  • 12. 12 Figura 1 – Municípios da bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
  • 13. 13 A divisão da bacia proposta em Alto, Médio e baixo Sapucaí foi retirado de estudos desenvolvidos pelo IGAM e pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. Tabela 1 – Características Fisiográficas da Bacia do Rio Sapucaí Características Gerais da Bacia do Rio Sapucaí Unidade Área da bacia 9.465,16 km² Extensão do Curso Principal 248 km Perímetro Bacia 627,42 km Cota da Nascente 1.650 m Cota na Foz 780 m Fator de Forma – Kf 0,154 - Declividade Média do Rio Sapucaí 3,508 m/km Coeficiente de compacidade – Kc 1,806 - Sinuosidade do Rio Sapucaí 1,759 - Principais Tributários Rio Sapucaí-Mirim, Rio Lourenço Velho, Rio Itaim, Ribeirão do Mandu, Rio do Cervo, Rio Turvo e Rio Dourado - População* 553.323 - Perfil Longitudinal do Rio Sapucaí A declividade do rio é determinada a partir do perfil longitudinal, o qual é estabelecido em função das distâncias horizontais percorridas entre cada cota marcada no mapa topográfico (Gráfico 1).
  • 14. 14 248,00 211,13 41,13 0 780 840 900 960 1020 1080 1140 1200 1260 1320 1380 1440 1500 1560 1620 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 CotasAltimétricas(m) Comprimento do rio (km) Comprimento do Rio Sapucaí em relação à Altitude Alto Curso Médio Curso Baixo Curso Gráfico 1 – Perfil longitudinal do Rio Sapucaí. De acordo com o Gráfico 1, o Rio Sapucaí possui a maior declividade nos seus primeiros 50 km, onde sua cota vai de 1620 m a 870 m, resultando em uma declividade de 15 m/km, a maior da bacia, fazendo com que as velocidade de escoamento sejam altas. Em virtude da velocidade que o rio Sapucaí adquiri nos seus primeiros quilômetros, e as baixas declividades após os seus 50 km de extensão, essas áreas apresentam as maiores propensões a enchentes. As declividades da bacia do Rio Sapucaí variam desde extremos máximos de 25%, juntos às nascentes, até atingir valores médios de 0,05%, no trecho de 12 km da planície, onde está localizada a cidade de Itajubá. O transbordamento do rio Sapucaí para a planície de inundação adjacente provocou sucessivas enchentes na cidade de Itajubá, resultando na implantação do Sistema de Alerta na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. Além de Itajubá, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre também sofrem ocorrências de enchentes por terem parte da área urbana situada na planície de inundação do rio Sapucaí. No caso de Pouso Alegre, a confluência do rio Mandu no rio Sapucaí-Mirim é fator potencializador da ocorrência de inundações na cidade.
  • 15. 15 2. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO 2.1 Geologia e Recursos Hídricos de Subsuperfície 2.1.1 Metodologia Visando a identificação e representação cartográfica das unidades litoestratigráficas presentes na área de abrangência da bacia hidrográfica do rio Sapucaí, foram analisados mapeamentos e estudos geológicos efetuados na região, nas diversas escalas. Pesquisou- se principalmente aqueles estudos elaborados pela CPRM, UFMG, e da CETEC-IGA. No entanto, outros trabalhos foram buscados na internet, notadamente no Sitio www.comitepcj.sp.gov.br/download/Tesemirna_7_Hidro_Crist.pdf, bem como junto às diversas universidades que tenham desenvolvido trabalhos na região. Também foi importante o apoio prestado pelo Comitê da Bacia do Rio Sapucaí e pela COPASA. O levantamento dos recursos minerais da bacia foi efetuado a partir de dados do SIGMINE e Cadastro Mineral do DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral, do MME. Uma maior interpretação destes dados sobre os recursos minerais da bacia poderá ser objeto de nova fase do projeto em questão. 2.1.2 Tectônica e Magmatismo Regional A evolução geológica dos sistemas orogênicos a sul do Cráton do São Francisco, onde se localiza a Bacia do Rio Sapucaí, tem sido explicada através de uma história policíclica que começou no Arqueano e finalizou com a Orogênese Brasiliana durante a aglutinação do Gondwana Ocidental. A reconstrução da evolução pré-cambriana desta região apresenta uma série de dificuldades pela deformação e metamorfismo que as rochas sofreram durante a Orogênese Brasiliana. Vide Figura 2 e Anexo B.
  • 16. 16 Figura 2 – Encarte Tectônico FONTE: Folha Geológica de Itajubá, UFRJ/CPRM, 2008.
  • 17. 17 2.1.3 Geologia Estrutural Regional A geologia da região onde se insere a Bacia do Rio Sapucaí é amplamente afetada e condicionada por processos tectônicos, como foi supracitado, e pelo comportamento estrutural dos maciços rochosos. As grandes falhas de transcorrências são responsáveis pela compartimentação dos conjuntos litológicos em diversos blocos estruturais. A litologia presente na região de estudo, condicionada pela tectônica regional e a característica das estruturas resultantes nas rochas presentes na região, definem a potencialidade e a dinâmica das águas de subsuperfície na área da Bacia do Rio Sapucaí. 2.1.4 Litologia da Bacia A maior parte das rochas que ocorrem na bacia podem ser classificadas como cristalinas e compõem o que se denominou de Sistema Aqüífero Cristalino. Ocorrem ainda na bacia os quartzitos do Grupo Carrancas, as rochas metamórficas do Grupo Andrelândia, as rochas metassedimentares pertencentes à Formação Pouso Alegre e também as coberturas detríticas e colúvios, além dos sedimentos aluvionares. 2.2 Recursos Minerais Especificamente no tocante aos recursos minerais da bacia, foram consultadas informações atualizadas de processos de Concessão de Lavra, Licenciamento, Alvarás de Pesquisa Mineral de diversas modalidades de extração mineral junto ao DNPM- Departamento Nacional de Produção Mineral, do MME-Ministério das Minas e Energia, de forma a identificar: áreas onde provavelmente já ocorreu ou ocorre algum tipo de pesquisa ou extração mineral; nomes dos requerentes; substâncias minerais pesquisadas ou lavradas; último evento ocorrido e publicado no Diário Oficial da União; e dimensões das áreas. Predomina, na área de influência do empreendimento, a ocorrência de bens minerais do tipo classe II, como areia e argila, utilizados na construção civil. Além destes, registrou-se também a ocorrência significativa de outros bens minerais como ouro e água mineral. O Anexo D mostra a distribuição dos bens minerais em situação de pesquisa mineral ou mesmo de explotação. 2.3 Geomorfologia A região da Bacia do Sapucaí está no domínio tectônico do Escudo Brasileiro, com predomínio de rochas do embasamento cristalino. Em termos morfológicos, a região se inclui no domínio dos Planaltos do Sul de Minas (IBGE,1977), cujas elevações estão
  • 18. 18 distribuídas em planaltos escalonados, a partir da Serra da Mantiqueira, basculados para NW em função dos pulsos tectônicos de soerguimento da mesma. (SAADI, 1991). O relevo suavizado da região ocorre condicionado à existência de blocos com dinâmica tectônica mais estável. Contudo, se torna moderado a fortemente dissecado nos blocos com soerguimento acelerado no cenozóico, destacando-se a Serra da Mantiqueira, os blocos tectônicos de Maria da Fé e da Bacia do Rio Turvo. (Magalhães & Ferreira, 1998) O relevo apresenta, em sua maioria, formas de topo arredondado, com vertentes côncavo- convexas e planícies aluvionares abertas, que constituem uma superfície cuja altitude predominante se encontra entre 1.000 e 1.100 metros. São caracterizados, ainda, ora por escarpas, que muitas vezes envolvem anfiteatros de drenagem, cristas subparalelas, vertentes retilíneas, vales encaixados e orientados por fraturas, ora por altas colinas, de topos arredondados, vertentes côncavo-convexas e drenagem dendrítica. 2.3.1 Unidades Geomorfológicas Dentre as unidades observadas, algumas merecem destaque. São elas : Colinas e topos alongados e aplainados Popularmente conhecidas como “mares de morro” ou ainda por “meia laranja”, as colinas de topos alongados e aplainados (Foto 1) apresentam arredondamento relativamente uniforme, bem como nivelamento altimétrico. Foto 1 – Mares de morro de Maria da Fé /MG
  • 19. 19 Planícies Fluviais Também conhecidas como planícies de inundação, são áreas de topografia predominantemente plana e de natureza sedimentar (Foto 2), onde prevalece a sedimentação recente. Estando em cotas altimétricas inferiores às áreas adjacentes, recebe os sedimentos originados ou oriundos das mesmas. Foto 2 – Planície de inundação em Turvolândia Por receberem grande quantidade de sedimento e também pela umidade, além da proximidade de cursos d’água perenes, essas áreas aplainadas que deveriam ser preservadas para a manutenção da qualidade do rio são, pelo contrário, intensamente exploradas. Afloramentos Rochosos Apesar das rochas cristalinas serem coerentes, duras, impermeáveis e não plásticas, possuem planos de descontínuos e são heterogêneas, formadas por cristais de diferentes resistências aos agentes do intemperismo. Denominadas Domos (Foto 3), essas rochas cristalinas se distribuem em colinas sob a forma de escudo, estruturadas por gnaisses e granitos. Em geral, essas unidades são exploradas com pedreiras para britas e material para pavimentação de vias urbanas, sendo denominadas “áreas de empréstimo“.
  • 20. 20 Foto 3 – Afloramento rochoso próximo a Turvolândia 2.3.2 Considerações Finais O relevo da área de estudo, ora movimentado ora relativamente plano, é produto da ação de fatores endógenos e exógenos como, por exemplo, a ação do clima como agente do intemperismo da rocha e do próprio solo que, em conjunto com a cobertura vegetal, comporta um saldo de interferências compreendido apenas por meio de estudos sobre a forma, gênese e evolução das formas de relevo influenciada pelos diferentes domínios climáticos. Essa heterogeneidade de ecossistemas inseridos em determinadas regiões da Bacia do Sapucaí possibilita a busca por alternativas econômicas diversificadas e, em certa medida, sustentáveis. Tal característica é bastante importante, sobretudo numa área onde problemas como as inundações são freqüentes, a ponto de cidades inteiras serem inundadas. Eventos como os descritos ocorrem porque, como podemos observar em campo, o uso e ocupação desordenados das planícies fluviais dos rios da bacia em estudo vem sendo explorados ao longo de anos. Junte-se a isso, além do uso agropecuário das várzeas, o crescimento das cidade, que aumenta a taxa de impermeabilização do solo e contribui para diminuir a infiltração das águas pluviais o que, em períodos de chuvas intensas, aumenta o risco de enchentes. (Foto 4).
  • 21. 21 Foto 4 – Aspecto das residências alagadas pelas águas do Rio Sapucaí, a margem da BR 290, na saída de Pouso Alegre para Ouro Fino Nesse sentido, o emprego do conceito de bacia hidrográfica como unidade integradora desses setores (naturais e sociais) deve ser administrado com a seguinte função: minimizar ao máximo os impactos ambientais decorrentes da ação humana. O crescimento e planejamento das cidades deve considerar, portanto, as características fisiográficas da região, possibilitando que a relação homem-ambiente aconteça de forma menos impactante. 2.4 Pedologia Várias classes de solos ocorrem na área de estudo, sendo observada uma correspondência direta de sua ocorrência com a topografia local. Antes de evidenciar essa correspondência com a topografia, alguns dos tipos mais comuns de solo da bacia serão enumerados e caracterizados, embora, em campo, nas regiões visitadas os latossolos foram mais recorrentes. 2.4.1 Latossolos São solos que apresentam significativa concentração de Fe e Al devido à perda de outros nutrientes. Nos latossolos (Foto 5), é rara a visualização do horizonte C. São solos evoluídos, profundos e de alta aptidão agrícola por serem homogêneos, estarem próximos à rios perenes – alta capacidade de retenção de água - , porosidade alta e drenagem livre. O relevo onde ocorrem é mais suave, o que facilita a mecanização. Sua falta de fertilidade é compensada por adubação, que deve ser criteriosa para que a alta porosidade do solo não
  • 22. 22 comprometa o processo. Latossolos estão mais ligados aos processos e ao meio natural no qual se formaram do que ao material de origem. Foto 5 – Latossolo vermelho-amarelo exposto, preparado para o cultivo Nesses solos, as argilas são predominantemente do tipo caulinita, com partículas revestidas por óxidos de ferro, responsáveis pelas típicas cores avermelhadas. As altas temperaturas juntamente com chuvas abundantes atuaram de forma a promover intemperização intensa dos mais variados tipos de rochas. O relevo possui superfícies de relativa estabilidade, cuja posição dificulta a erosão e permite e intensa ação do clima por longos períodos de tempo. 2.4.2 Podzólicos Também conhecidos como Espodossolos, possuem húmus ácido e translocação intensa de compostos de ferro, de alumínio e matéria orgânica que se acumula no horizonte B. Em solos muito arenosos a pouca argila existente não é capaz de suprir a necessidade de cargas negativas, e parte do húmus do horizonte A é transportado para B. Solos podzólicos são caracterizados, portanto, pelo transporte de húmus do horizonte A para o B e pela formação do horizonte intermediário E álbico. Possuem distribuição geográfica pequena, pouca capacidade de retenção de água, são extremamente ácidos e sem aptidão agrícola, além de estarem próximos a afloramentos rochosos.
  • 23. 23 2.4.3 Cambissolos São solos em início do processo de formação, ditos “embriônicos”, com o desenvolvimento de feições muito fraco a moderado, quando comparados a solos bem desenvolvidos cujas características são mais semelhantes. Segundo OLIVEIRA (1998), esses solos tendem a ocupar áreas mais acidentadas no relevo, apresentando perfis com duas seções distintas. O relevo de 8% a 20% indica um relevo ondulado, o que é associado a presença de Cambissolos e o uso intenso do solo pode acarretar problemas sérios de degradação do mesmo, com aumento das taxas de erosão e comprometimento da qualidade ambiental. Os Cambissolos são caracterizados por serem relativamente profundos, que possuem um horizonte B incipiente imediatamente abaixo do horizonte A (Embrapa, 2001). 2.4.4 Solos Aluviais Conhecidos também como Neossolos Flúvicos, são pouco desenvolvidos, originados de sedimentos recentemente depositados pelos rios durante enchentes. Apresentam horizonte A diretamente assentado sobre o C, sem indícios de formação de horizonte B, constituindo camadas estratificadas sem relação pedogenética entre as mesmas. Apesar de serem heterogêneos e difíceis de serem estudados, têm importância econômica relevante, já que estão sempre próximos aos recursos hídricos. Ocorre apenas em uma pequena mancha a SW da Bacia do Sapucaí. 2.4.5 Considerações Finais Além da litologia, o relevo e o clima são fatores que, quando associados, se tornam extremamente importantes para a constituição dos diversos tipos de solos. Como a água é agente fundamental na formação dos solos, todo e qualquer fator que contribua para a entrada de água no sistema favorece a ação do intemperismo. Apesar de fundamental no processo de pedogênese, a água também pode contribuir significativamente para a degradação dos solos. O efeito mecânico das gotas de chuva, denominado “efeito splash” em alusão ao som da chuva ao tocar o solo, é um poderoso agente erosivo e tem sua ação potencializada pelo manejo incorreto do solo (Foto 7). Na Foto 7, verificamos um exemplo de manejo incorreto do solo. Aqui, o responsável pela lavoura desconsiderou a inclinação das vertentes, superior a 45º graus, e retirou a vegetação natural de uma área que deveria ser preservada e a substituiu por plantações de café e banana.
  • 24. 24 Foto 6 – A direita da foto, plantio de café e banana. Ao fundo e a esquerda, mesmo apresentando elevado grau de inclinação, é possível perceber que o solo já foi ou será cultivado. Em primeiro plano, solo suscetível à erosão. 2.5 Clima A junção dos dados pluviométricos com os da temperatura mostra que a bacia do Sapucaí está sob o regime de clima classificado como Mesotérmico Médio, Super Úmido e com Subseca, na faixa de altitudes acima da cota 1200 m, junto às cabeceiras, e como Mesotérmico Brando, Úmido, com 1 a 2 meses secos no ano, no restante da área. A região das cabeceiras do Sapucaí apresenta características climáticas muito influenciadas pela orografia da Serra da Mantiqueira. A exemplo do que ocorre em Campos do Jordão, onde a temperatura média anual é de 13,4°C (Mesotér mico Médio), o total médio anual de precipitação é superior a 1500 mm (Super Úmido), as chuvas são bem distribuídas em todos os meses do ano, apenas decrescendo no período de inverno, quando atua a Subseca. Nas demais áreas da bacia, o clima Mesotérmico Brando é caracterizado pelo predomínio de temperaturas amenas durante todo o ano, com médias entre 18°C e 19°C. A precipitação média anual tende a ser ligeiramente inferior a 1500 mm, podendo ocorrer 1 ou 2 meses sem chuva. A estação climatológica de Itajubá pode ser considerada representante dessa porção da bacia, onde estão as cidades de Itajubá e Delfim Moreira.
  • 25. 25 Nos meses de setembro a março predominam as temperaturas mais elevadas, atingindo o máximo em dezembro e janeiro. Já nos meses de maio a agosto as temperaturas são consideravelmente baixas, atingindo o mínimo em junho e julho. Quanto ao comportamento sazonal da região, é possível verificar que durante o verão a região recebe chuvas fortes nos meses de novembro a abril, às vezes tais chuvas ocorrem diariamente, o pico de precipitação ocorre nos meses de dezembro e janeiro. Nessa época o céu fica constantemente nublado, com nuvens carregadas. Segundo o estudo do IGA, existe na região grande incidência de raios em temporais atraídos pelo alto teor de ferro encontrado no solo. Nesse período, a região fica sob forte influência das massas Equatorial Continental e Tropical Atlântica, mantendo o dia quente, a umidade alta e, quando se choca com alguma frente fria trazida pela massa Polar Atlântica (provenientes do sul do Brasil e da Argentina), ocorrem fortes temporais com possibilidade de chuvas de granizo. Nos meses de outubro e novembro a chuva se torna mais constante e, em virtude da altitude e da localização geográfica (situada em uma área totalmente tropical), os dias são bem quentes no verão. Nas cidades que apresentam altitude acima 1.000 metros do nível do mar, é possível registrar temperaturas de até 40ºC em campo aberto. No mês de janeiro pode ocorrer o chamado veranico caracterizado por um período de alguns dias de seca, totalmente sem chuva e com uma baixa umidade relativa do ar. A época das estiagens ocorre nos meses de maio a setembro, quando raramente chove nesta região. A falta de chuva influencia o comportamento da vegetação, o que se verifica quando a vegetação rasteira (gramíneas, arbustos e semi-arbustos) perde a coloração verde adquirida no verão e assume coloração parda, seca, bastante suscetível a queimadas. Na vegetação de altas altitudes (que acompanha grande parte da Mantiqueira) o solo permanece seco apenas em sua camada superficial, o que mantém a vegetação visa são suas raízes profundas, ligadas a níveis freáticos encontrados a cerca de 2 metros abaixo da superfície. A partir do mês de maio é muito comum a formação de geadas que duram até a primeira metade de agosto. Para que se forme a geada, além de uma temperatura mínima de 0ºC é necessário que não haja formação de nuvens e nevoeiros: o ar precisa estar seco. Nas regiões da Serra da Mantiqueira são verificadas, no inverno, temperaturas de até -4ºC nas terras mais altas, superiores 1.500 metros de altitude. Toda a região do Alto e Médio Sapucaí está sujeita a geadas brancas ou negras. As geadas negras compreendem a queda da temperatura até valores próximos ou abaixo de 0°C, mesmo sem a formação do gelo, com efeitos danosos às culturas e pastagens. As altitudes elevadas e a morfologia do relevo com seus vales e encostas íngremes favorecem a
  • 26. 26 formação da geada. As temperaturas noturnas, no outono-inverno, sob o domínio de uma massa polar, caem significativamente, se aproximando de zero ou ultrapassando essa marca. Ao nível do solo, em fundo de vale, o resfriamento é ainda mais intenso, maior do que o medido pelo termômetro a 1,5m do solo, no abrigo meteorológico. Mesmo que não se verifique a formação do gelo, as temperaturas muito baixas são altamente prejudiciais a várias plantas cultivadas, “queimando-as”. 2.5.1 Comportamento pluviométrico da Bacia do Rio Sapucaí Na Figura 3, foram espacializadas 18 estações pluviométricas instaladas ao longo da bacia do Rio Sapucaí. Os dados das estações dos municípios de Machado, Pouso Alegre e Itajubá, destacadas em roxo no mapa, permitiram análises do comportamento da bacia do Sapucaí em termos pluviométricos. Dentre essas 18 estações, foram escolhidas três para compor o corpo do texto e caracterizar, em termos pluviométricos, cada um dos trechos da bacia do Rio Sapucaí. Sendo assim, o Baixo Sapucaí é representado pela estação de Machado, em Machado; o Médio pela estação ponte do Rodrigues, em Pouso Alegre; e o Alto pela estação de São João do Itajubá, em Itajubá.
  • 27. 27 Figura 3 – Estações pluviométricas na Bacia do Sapucaí.
  • 28. 28 A Tabela 2, relaciona as principais características das três estações escolhidas para representar as três sub-bacias da Bacia do Sapucaí. Tabela 2 – Identificação das estações utilizadas Código da Estação 2145033 2245086 2245083 Nome MACHADO PONTE DO RODRIGUES SÃO JOÃO DE ITAJUBÁ Bacia RIO PARANÁ (6) RIO PARANÁ (6) RIO PARANÁ (6) Sub-bacia RIO GRANDE (61) RIO GRANDE (61) RIO GRANDE (61) Rio RIO SAPUCAÍ RIO ITAIM RIO LOURENÇO VELHO Estado MINAS GERAIS MINAS GERAIS MINAS GERAIS Município MACHADO POUSO ALEGRE ITAJUBÁ Responsável INMET ANA ANA Operadora INMET IGAM IGAM Latitude - 21:40:00 - 22: 23:9 -22:22:32 Longitude - 45:55:0 - 45:54:5 -45:26:49 Altitude (m) 873 876 845 Fonte: Consulta aos dados do Hidroweb, ANA, 2009. Na Tabela 3, por sua vez, são apresentados os valores de precipitação acumulada anual, registradas nas estações pluviométricas dos municípios de Machado, Pouso Alegre e Itajubá, para o período de 1968-1998.
  • 29. 29 Tabela 3 – Precipitação Acumulada na Bacia do Sapucaí Precipitação Acumulada Anual (mm) Ano Estação de Machado Estação de Pouso Alegre Itajubá 1968 1257,4 1090,4 1049,6 1969 1172,8 1335 1425 1970 1684,4 1408,4 970,8 1971 - 1075 1416,7 1972 1385,1 1041,7 - 1973 1388 1308,9 1407,5 1974 1073,6 1290,7 1146 1975 1151,4 1230 1546,9 1976 1886,6 1886,6 1886,6 1977 1910,5 1415,1 1182,8 1978 1429,8 1500,7 1420,6 1979 1742,9 1517,1 1455,5 1980 1798,4 1561,5 166,7 1981 1862,5 1566,9 1302,1 1982 - 1577,2 1446,2 1983 1731,5 - - 1984 1210,9 1069,3 1150,4 1985 1714,3 1583 1490,5 1986 1042,6 1701 1644,8 1987 1008 - 1685 1988 1398,7 1576,9 1590,6 1989 1397,6 1576,9 1291,2 1990 1059,7 1303,8 1382,3 1991 1717,9 1518,1 1383,5 1992 2037,8 1227,3 1485,4 1993 1526,3 1382,6 1943,5 1994 1487 1467,8 979,5 1995 1476,6 1599,8 1482,8 1996 1827,2 1740,9 1627,5 1997 1524,2 1591,6 1127,2 1998 1352,4 1348 1037,4 Média 1491,59 1430,77 1349,12 FONTE: ANA – HidroWeb, 2009.
  • 30. 30 Apesar da existência de variação entre os valores da série histórica dos municípios de Machado, Pouso Alegre e Itajubá, eles se apresentaram dentro da mesma ordem de grandeza. No entanto, Itajubá e Pouso Alegre sofrem mais com problemas decorrentes de inundações do que o município de Machado. Sendo assim, considerando a pequena variação pluviométrica entre os municípios, não é possível atribuir as enchentes ao volume de chuvas. Esses constantes alagamentos podem ser associados não aos índices pluviométricos constantes e altos mas, principalmente, ao avanço desordenado da mancha urbana de Pouso Alegre e Itajubá sobre a planície de inundação do Rio Sapucaí, que acabou impermeabilizando o solo e impedindo a infiltração da água, além de causar outros problemas. É importante lembrar ainda que, dentre os três municípios, Machado é o único que não está às margens do Sapucaí e, portanto, está fora de sua área de inundação. Segundo análise do Gráfico 3, para os municípios de Machado, Pouso Alegre e Itajubá, a estação chuvosa se estende de outubro a março e a estiagem de maio a agosto. Nos meses chuvosos, a pluviosidade se concentra entre os meses de dezembro e janeiro, quando a precipitação pode ultrapassar 700 milímetros. Nos meses de estiagem, o período mais seco se estende de junho a julho e a precipitação não supera 100 milímetros. Gráfico 2 – Sazonalidade média das chuvas para três municípios da Bacia do Sapucaí.
  • 31. 31 2.5.2 Considerações Finais Foi possível observar que nos meses secos referentes a estação mais fria, há maior incidência de insolação na Bacia hidrográfica do Rio Sapucaí. Isso ocorre em detrimento da baixa taxa de formação de vapor d’água porque nesse período a superfície terrestre não se aquece o suficiente para deixar o céu encoberto. Com isso, o céu fica “limpo”, livre de nuvens, permitindo que os raios solares atinjam diretamente a superfície, ao contrário dos meses chuvosos, quando são altos os índices pluviométricos, a formação de nuvens e elevadas temperaturas. A umidade relativa média é elevada em todos os meses, gerando em torno de 77%. A topografia é um fator climático que exerce grande influência nos registros de umidade absoluta e relativa do ar. Pela altimetria, a região do Sapucaí apresenta significativo conforto térmico em detrimento dos altos índices de vapor d'água na região. Isso ocorre porque a Serra da Mantiqueira funciona como sotavento e barlavento dos ventos úmidos provenientes de NE e E. Em relação às características climáticas da região da bacia do Sapucaí, o que se pode afirmar é a influência evidente do efeito orográfico da Serra da Mantiqueira sobre o clima da região, uma vez que induz os maiores valores de precipitação média anual em suas proximidades, da ordem de 1800 mm, enquanto no restante da bacia predominam alturas pluviométricas médias da ordem de 1400 mm a 1500 mm. Conforme descrito na caracterização climática da bacia, os meses mais chuvosos são os de dezembro, janeiro e fevereiro, com o trimestre mais seco ocorrendo no período de junho a agosto. Os meses de abril e outubro representam a transição, respectivamente para os períodos seco e chuvoso.
  • 32. 32 3. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO 3.1 Diagnóstico da vegetação da bacia do rio sapucaí 3.1.1 Metodologia O diagnóstico da vegetação da Bacia do rio Sapucaí foi realizado utilizando-se dados primários, coletados em visitas a campo, e dados secundários, utilizando-se bibliografias e mapas. Foi realizada uma viagem a campo e os seguintes municípios foram percorridos para a caracterização da vegetação: Borda da Mata, Careaçu, Carvalhópolis, Conceição das Pedras, Congonhal, Cordislândia, Elói Mendes, Heliodora, Lambari, Machado, Maria da Fé, Natércia, Paraguaçu, Pedralva, Piranguinho, Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí, São Sebastião da Bela Vista, Senador José Bento e Turvolândia. Durante essa campanha, foram anotados os dados sobre a existência ou não de cobertura vegetal nativa e existência ou não de áreas de preservação permanente e quando presentes, o seu estado de conservação. Também foram observados os principais impactos existentes sobre a vegetação. Dados sobre a vegetação coletados em expedições científicas realizadas em outubro de 2008 nos municípios de Brazópolis, Camanducaia, Delfim Moreira, Gonçalves, Paraisópolis, Sapucaí Mirim e Venceslau Braz foram triados e também utilizados. Para os demais municípios, utilizou-se para a avaliação dados obtidos a partir de imagem de satélite. Nas visitas a campo foram observadas as áreas onde existe cobertura vegetal nativa e áreas onde há algum tipo de uso diferente do solo, como pastagens, plantações e outros ambientes de uso antrópico. As coordenadas geográficas desses diferentes locais foram obtidas e utilizadas posteriormente para delimitação em imagem de satélite dos diferentes usos do solo e a presença de vegetação nativa. As principais bibliografias utilizadas para composição do diagnóstico foram: Carvalho et al. (2005), Drummond et al. (2005), Galindo-Leal & Câmara (2005), IGA (2007), Ribeiro & Walter (1998) e Veloso et al. (1991). Os mapas utilizados foram obtidos nos sítios do IBGE (www.ibge.gov.br), IGAM (www.igam.mg.gov.br/geoprocessamento) e Fundação Biodiversitas (www.biodiversitas.org.br). Todos os mapas foram consultados e/ou elaborados utilizando-se os softwares ARCMAP e ARCCATALOG 9.2® (ESRI, 2006). A caracterização da flora foi realizada com base em dados primários, coletados em campo, envolvendo a observação das fitofisionomias dominantes em cada ambiente. Além disso, foram consultados artigos científicos publicados e classificações da vegetação existentes. Foram utilizados dois sistemas de classificação diferentes, visto que não existe consenso
  • 33. 33 entre as classificações vigentes sobre a ocorrência das diferentes fitofisionomias na Bacia do rio Sapucaí: o sistema de classificação de IBGE (1992), baseado na classificação de Veloso et al. (1991) e o sistema de classificação de Ribeiro e Walter (1998), de acordo com a delimitação das fitofisionomias propostas por Carvalho et al. (2005) As áreas de preservação permanente – APP foram identificadas através das visitas a campo e com o auxílio de imagem de satélite. As Áreas Prioritárias para Conservação da biodiversidade e da flora estão de acordo com Drummond et al. (2005). As Unidades de Conservação foram identificadas através de consulta ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), ao Instituto Estadual de Florestas, ao trabalho de Camargos (2001) e também de acordo com o listado em IGA (2007). 3.1.2 Caracterização da vegetação De acordo com IBGE (1992), a área da Bacia do rio Sapucaí está inserida no Domínio Mata Atlântica. De acordo com essa classificação observam-se as seguintes fitofisionomias nessa área: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual, incluindo ecótones (áreas de transição) dessas fitofisionomias. Segundo Carvalho et al. (2005), as fitofisionomias ocorrentes nos municípios que compõem a Bacia do rio Sapucaí se inserem em dois domínios distintos: o Cerrado e a Mata Atlântica. De acordo com esses autores, além da Floresta Ombrófila (Densa e Mista) e da Floresta Estacional Semidecidual, ocorrem ainda as seguintes fitofisionomias do Cerrado nesses municípios: Campo, Campo Rupestre, Cerrado Ralo e Cerrado Típico. Esses autores ainda incluem também os reflorestamentos. Em diversos municípios que compõem a Bacia do rio Sapucaí existem silviculturas, principalmente de eucalipto e pinus. A Tabela 4 lista a cobertura em hectares da vegetação nativa e dos reflorestamentos, por município (Carvalho et al., 2005).
  • 34. 34 Tabela 4 – Cobertura de vegetação nativa (em hectares) por município da Bacia do rio Sapucaí segundo Carvalho et al. 2005 Município Campo Campo rupestre Cerrado ralo Cerrado típico Reflorestamento (Eucalipto/pinus) Floresta Ombrófila Floresta Semidecídua Borda da Mata 63,39 --- --- --- --- --- 2863,06 Brasópolis 87,35 --- --- --- 6,12 2052,42 5713,01 Cachoeira de Minas --- --- --- --- 6,39 --- 4013,4 Camanducaia 2572,54 --- --- --- 5462,18 13843,68 2129,74 Cambuí --- --- --- --- --- --- 1422,32 Careaçu --- --- --- --- 74,7 --- 3022,75 Carvalhópolis 23,11 --- --- --- --- --- 555,52 Conceição das Pedras 75,9 --- --- --- --- --- 3405,07 Conceição dos Ouros 63,18 --- --- --- --- --- 3489,84 Congonhal 59,4 --- --- --- --- --- 2006,74 Consolação --- --- --- --- 19,71 --- 589,18 Cordislândia --- --- --- --- 65,61 --- 2265,98 Córrego do Bom Jesus 130,42 --- --- --- --- --- 1385,89 Delfim Moreira 1074,96 --- --- --- 761,13 1994,72 2225,73 Elói Mendes --- --- --- --- 401,4 --- 4162,75 Espírito Santo do Dourado 45,36 --- --- --- --- --- 2819,94 Estiva --- --- --- --- --- --- 1394,01 Gonçalves 381,09 8,06 --- --- --- 3945,32 1509,84 Heliodora 45,49 --- --- --- 36,71 --- 3123,98 Itajubá 21,96 --- --- --- --- 1989,92 5758,28 Lambari 25,56 --- --- --- --- --- 4537,72 Machado 280,93 --- 18,74 --- 100,33 --- 3606,73 Maria da Fé --- --- --- --- --- 1115,96 5147,2 Marmelópolis 110,32 5,84 --- --- 31,5 3269,8 52,55 Monsenhor Paulo --- --- --- --- 315,11 --- 2530,91 Munhoz --- --- --- --- 62,01 --- 2229,75 Natércia 67,91 --- --- --- --- --- 5347,11 Ouro Fino 758,46 --- --- --- 46,53 --- 5222,66
  • 35. 35 Município Campo Campo rupestre Cerrado ralo Cerrado típico Reflorestamento (Eucalipto/pinus) Floresta Ombrófila Floresta Semidecídua Paraguaçu 0 --- --- 18,36 1929,06 --- 3420,5 Paraisópolis 91,62 --- --- --- --- --- 5456,23 Passa Quatro 185,02 3,51 --- --- 320,76 7083,7 2282,7 Pedralva --- --- --- --- --- --- 5833,97 Piranguçu 215,0 0,46 --- --- --- 4277,24 2456,75 Piranguinho --- --- --- --- --- --- 1750,32 Poço Fundo 78,21 --- --- --- 198,68 --- 3474,55 Pouso Alegre 28,8 --- --- --- --- --- 3714,44 Santa Rita do Sapucaí --- --- --- --- 35,37 --- 8806,72 São Gonçalo do Sapucaí --- --- --- --- 207,32 --- 8590,63 São João da Mata 24,3 --- --- --- 124,35 --- 637,27 São José do Alegre --- --- --- --- --- --- 1342,75 São Sebastião da Bela Vista --- --- --- --- --- --- 2632,86 Sapucaí-Mirim 2601,63 1,3 --- --- 4507,81 9760,01 --- Senador Amaral --- --- --- --- 131,24 --- 1754,76 Senador José Bento 25,71 --- --- --- --- --- 1435,14 Silvianópolis --- --- --- --- 13,95 --- 4854,92 Turvolândia --- --- --- --- 1,58 --- 1837,44 Venceslau Brás 5,61 --- --- --- 0 2039,94 1334,52 Virgínia 150,68 --- --- --- 6,21 6162,22 2536,73
  • 36. 36 3.1.2.1 Mata Atlântica No sentido amplo do termo, a Floresta Atlântica engloba um diversificado mosaico de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando a diversidade dos solos, relevos e características climáticas da vasta região onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano (IBGE, 1992). Na Bacia do rio Sapucaí ocorrem as seguintes formações: Floresta Ombrófila Densa Floresta Ombrófila Mista Floresta Estacional Semidecidual Vegetação ciliar Afloramentos rochosos e Campos de altitude 3.1.2.2 Cerrado A vegetação do Bioma do Cerrado não possui uma fisionomia única em toda a sua extensão; apresenta fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e campestres (Ribeiro & Walter 1998). Podemos distinguir dois estratos na vegetação dos Cerrados: o estrato lenhoso, constituído por árvores e arbustos, e o estrato herbáceo, formado por ervas e subarbustos. Troncos e ramos tortuosos, súber espesso, macrofilia e esclerofilia são características da vegetação arbórea e arbustiva. Na Bacia do rio Sapucaí ocorrem as seguintes formações: Campo Cerrado Sentido Restrito 3.1.3 Estado de conservação da vegetação da Bacia do rio Sapucaí Ao longo de sua história, Minas Gerais sofreu um intenso desmatamento de seus ecossistemas naturais mais representativos. A expansão urbana e de infra-estrutura, além das principais atividades econômicas realizadas no estado (atividades agropecuárias, produção de matérias-primas e de insumos vegetais e produção mineral) no passado e atualmente, geraram e geram intensa pressão sobre as formações vegetais nativas. Esse modelo de ocupação não foge à regra do modelo de ocupação encontrado em todo o Brasil, e causa grandes alterações também na dinâmica do uso e ocupação do solo (Drummond et al. 2005). A grande diversidade biológica observada na região sul do estado de Minas
  • 37. 37 Gerais, incluindo a bacia do rio Sapucaí, está fortemente comprometida devido ao processo de ocupação ocorrido na região, aliado a políticas pouco racionais de desenvolvimento. São descritos aqui os impactos ambientais sobre a vegetação observados na Bacia do rio Sapucaí, as Áreas Prioritárias para a Conservação e as Unidades de Conservação existentes nessa região, e por fim, são listadas áreas consideradas prioritárias para criação de Unidades de Conservação e para a preservação de mananciais. 3.1.3.1 Impactos sobre a vegetação na Bacia do rio Sapucaí Devido ao histórico de colonização e ocupação do solo na Bacia do rio Sapucaí, grande parte da vegetação nativa foi removida e substituída por áreas de pastagens, culturas – principalmente culturas de café e milho – e mais recentemente, silviculturas. Outros impactos observados foram a ocupação e expansão urbana e a existência de estradas. De todos os impactos observados sobre a vegetação na Bacia do rio Sapucaí, aqueles relacionados às Áreas de Preservação Permanente (APPs) são os que apresentam maior influência sobre o ciclo hidrológico e conseqüentemente sobre os recursos hídricos da bacia. Segundo Gerdinitis et al. (2007), em um estudo realizado em dois municípios do estado de São Paulo e nos municípios mineiros de Camanducaia, Gonçalves e Sapucaí Mirim, comparando a realidade do uso e ocupação do solo e o Código Florestal brasileiro, apenas 64,20% das Áreas de Preservação Permanente de córregos e rios apresentavam-se, no ano de 1993, cobertas com florestas autóctones; 27,12% da área de APPs apresentava uso agropastoril e 8,55% dessas áreas estavam ocupadas com reflorestamentos, sendo o restante ocupado por manchas urbanas e corpos d’água. Quando levado em conta as áreas superiores a 1800m de altitude, 94% apresentavam-se cobertas por vegetação autóctone. As APPs existentes na Bacia do rio Sapucaí constituem atualmente de formas de vegetação existentes ao longo dos cursos d’água; ao redor de lagoas, lagos e reservatórios (artificiais ou naturais); em nascentes ou olhos d’água; em topos de morros, montes, montanhas e serras; em encostas com declividade superior a 45º e em áreas com altitude superior a 1.800 metros. Vegetação ciliar e nascentes Na Bacia do rio Sapucaí, as áreas de preservação permanente associadas a cursos d’água encontram-se em sua maioria bastante degradadas. Em alguns pontos essa vegetação foi totalmente substituída por pastagens e em outros ela se encontra bastante degradada (Fotos 7 a 10).
  • 38. 38 Na região do Alto Sapucaí a Vegetação Ciliar e as nascentes apresentam-se em melhor estado de conservação do que as demais áreas da Bacia, especialmente nas regiões montanhosas, mas muitas áreas encontram-se degradadas e até ocupadas com reflorestamentos, especialmente pinus e eucalipto. As regiões do Médio e baixo Sapucaí são as que apresentam maior impacto na vegetação. Nessas regiões observa-se culturas e pastagens ocupando as margens de rios e várzeas (Foto 7 e 10). Na região do Médio Sapucaí ainda se observam muitos cultivos de arroz e áreas de pastagens nas várzeas do rio, onde foram construídas pequenas barragens e contenções, modificando a dinâmica da várzea e a Vegetação Ciliar. Nas áreas urbanas em geral, em especial nas maiores cidades, as APPs de cursos d’água foram substituídas por construções como casas, loteamentos, indústrias, etc (Foto 8). Também nessas áreas observou-se a substituição da Vegetação Ciliar por espécies exóticas como bambus (Foto 10). Nas zonas rurais em geral as APPs de curso d’água se apresentam em sua maioria suprimidas e substituídas por culturas e pastagens, e em muitas áreas não existe ao menos uma árvore na área onde deveria estar a Vegetação Ciliar (Fotos 7 e 10). Fotos 7 e 8 – Vegetação Ciliar substituída por pastagens e áreas urbanas
  • 39. 39 Fotos 9 e 10 – Vegetação Ciliar substituída por plantios de arroz e espécies exóticas Topos de morros, montes, montanhas e serras No geral os topos de morros, montes, montanhas e serras na Bacia do rio Sapucaí apresentam-se razoavelmente conservados. Na região do Baixo e Médio Sapucaí existe uma maior ocupação dos topos de morros por pastagens e culturas (Foto 11). No Alto Sapucaí essa vegetação encontra-se mais presente, especialmente nas regiões montanhosas de difícil acesso. A presença de vegetação nativa nas Áreas de Preservação Permanente – APP (ex: áreas de encostas com declividade superior a 45º), possibilita uma infiltração mais lenta e maior das águas pluviais, proporcionando a manutenção dos lençóis freáticos. Foto 11 – APP’s de topo de morro substituídas por culturas
  • 40. 40 Encostas com declividade superior a 45º Na maior parte da bacia, no Alto, Médio e Baixo Sapucaí observa-se a utilização dos solos de encostas com declividade superior a 45º para plantios, principalmente de café (Foto 12) e batata, além de pastagens. A ocupação dessas encostas com agropecuária provocam erosões que comprometem a qualidade do solo e a estabilidade dessas, contribuindo também para o assoreamento dos cursos d’água e a impermeabilidade do solo às águas pluviais. A preservação da vegetação nativa nessas e em todas as outras Áreas de Preservação Permanente – APP’s supra-citadas é de fundamental importância para evitar que haja a diminuição das calhas dos rios e a perda em qualidade e quantidade das águas dos lençóis freáticos que abastecem toda a Bacia do rio Sapucaí, conservando assim a disponibilidade dos recursos hídricos. Foto 12 – APPs de topo de morro substituídas por culturas Áreas com altitude superior a 1.800 metros As áreas com altitude superior a 1.800 metros na Bacia do rio Sapucaí encontram-se na região do Alto Sapucaí, na Serra da Mantiqueira, e em geral encontram-se com a vegetação nativa preservada. Essa vegetação corresponde a Campos de Altitude, Afloramentos rochosos e Floresta Ombrófila Densa e Mista. A preservação dessas áreas é de extrema importância, visto que correspondem às nascentes primárias de córregos que abastecem os afluentes do rio Sapucaí.
  • 41. 41 3.1.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação A Bacia do rio Sapucaí abriga dentro de seus limites diversas Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade e da Flora (Drummond et al. 2005). Ás Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade, incluindo todos os grupos de fauna e flora, são duas: a região da Serra da Mantiqueira e a região das Várzeas do rio Sapucaí (Figura 4). A região da Serra da Mantiqueira é considerada de importância biológica “Especial” e na Bacia do rio Sapucaí abrange áreas dos municípios de Sapucaí Mirim, Camanducaia, Munhoz, Gonçalves, Paraisópolis, Córrego do Bom Jesus, Cambuí, Brasópolis, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Piranguinho, Conceição dos Ouros, Maria da Fé, Marmelópolis, Passa-Quatro, Virgínia, Itajubá e Piranguçu. Essa região é considerada uma Área Prioritária por abrigar uma alta riqueza de espécies de fauna e flora raras, endêmicas e ameaçadas. As pressões antrópicas nessa região são os desmatamentos, o uso de agrotóxicos e turismo desorganizado (Drummond et al. 2005). Nessa área é indicado a criação de Unidades de Conservação, realização de Plano de Manejo, promoção de educação ambiental e realização de inventários. Já a região das Várzeas do Rio Sapucaí é considerada de importância biológica “Alta”. Abrange áreas dos municípios São Gonçalo do Sapucaí, Machado, Cordislândia, Elói Mendes, Paraguaçu e Turvolândia. Compreende o rio Sapucaí, sua Vegetação ciliar e várzeas remanescentes e é Prioritária para a Conservação por abrigar espécies migratórias de peixes. As pressões antrópicas nessa Área Prioritária para a Conservação são a agricultura, expansão urbana, desmatamento e barragens (Drummond et al. 2005). Nessa área é indicado a criação de Unidades de Conservação.
  • 42. 42 Figura 4 – Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na bacia do rio Sapucaí
  • 43. 43 Já as Áreas Prioritárias para Conservação da Flora são cinco: a Região de Bocaina de Minas; a Região de Monte Verde/APA Fernão Dias; a Região de Pouso Alegre; a Região de Santa Rita do Sapucaí e a Serra da Pedra Branca (Figura 5). Figura 5 – Áreas prioritárias para a conservação da Flora na bacia do rio Sapucaí
  • 44. 44 3.1.3.3 Unidades de Conservação As Unidades de Conservação existentes na bacia do rio Sapucaí podem ser divididas em Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As que se enquadram na primeira categoria são o Parque Municipal do Brejo Grande, o Parque Municipal de Pouso Alegre, a Reserva Biológica Municipal de Pouso Alegre, a Reserva Biológica Municipal Serra dos Toledos e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Cambuí Velho, e as que se enquadram na segunda categoria são as Áreas de Proteção Ambiental Mantiqueira e Fernão Dias (Tabela 6). Existem ao todo na Bacia do rio Sapucaí, 1.699,36 ha de áreas protegidas em Unidades de Conservação de Proteção Integral (Tabela 5) e 455.493 há em Área de Proteção Ambiental (Tabela 6). Tabela 5 – Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes na Bacia do rio Sapucaí Nome Município Criação Área (ha) Parque Municipal do Brejo Grande Paraisópolis Lei 907 – 06/08/1980 218 Parque Municipal de Pouso Alegre Pouso Alegre Lei 3411 – 11/03/1998 204 Reserva Biológica Municipal de Pouso Alegre Pouso Alegre Lei 3412 – 13/03/1998 e Processo s/n – 29/01/1999 186 Reserva Biológica Municipal Serra dos Toledos Itajubá Lei 1211 – 05/06/1979 e Lei 2088 – 1996 1072 Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual Cambuí Velho Cambuí Portaria 120 (IEF/MG) – 28/10/2003 9,68 Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual Cambuí Velho Cambuí Portaria 120 (IEF/MG) – 28/10/2003 9,68 Tabela 6 – Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na Bacia do rio Sapucaí Nome Municípios na área da Bacia Criação Área (ha) APA Serra da Mantiqueira Delfim Moreira, Marmelópolis, Passa Quatro, Piranguçu, Venceslau Brás e Virgínia Lei 907 – 06/08/1980 275.120 APA Fernão Dias Brasópolis, Camanducaia, Gonçalves, Paraisópolis e Sapucaí-Mirim Lei 3411 – 11/03/1998 180.373
  • 45. 45 3.2 Diagnóstico dos aspectos da Fauna 3.2.1 Fauna associada à Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. No estado de Minas Gerais são identificados três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. A Mata Atlântica e o Cerrado são áreas onde podem ser encontrados relevantes índices de endemismo e alta diversidade biológica. Portanto, é imprescindível o estabelecimento de estratégias eficientes de conservação para estas áreas. Para realizar o diagnóstico dos aspectos de fauna em nível de detalhamento necessário na avaliação quantitativa e qualitativa das disponibilidades hídricas da bacia, a metodologia aplicada constitui-se em visitas a Universidades para levantamento bibliográfico e conversas com professores da academia, em busca de estudos relacionados à Avifauna, Herpetofauna, Mastofauna e principalmente Ictiofauna, devido a sua importância econômica, social e ambiental. No segundo momento, foram realizadas entrevistas com moradores locais de algumas cidades que compõe a bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, localizadas no Baixo, Médio e Alto Sapucaí, possibilitando acrescentar as informações acadêmicas à sabedoria popular que de alguma forma utilizam a bacia para sua sobrevivência. 3.2.1.1 Avifauna Para a elaboração deste relatório, foram considerados entre seus objetivos, o levantamento de informações bibliográficas sobre a ecologia de aves em ambientes fragmentados do Cerrado e informações sobre a distribuição de aves e a distribuição de espécies florestais, alem de discutir a importância de corredores ecológicos na distribuição de avifauna em ambientes fragmentados. Como principal referência utilizou-se a tese apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Doutorado em Engenharia Florestal, área de concentração em Manejo Ambiental, para obtenção do título de Doutor. Corrêa, Bruno Senna. Avifauna em fragmentos florestais e corredores ecológicos no município de Lavras – Minas Gerais./Bruno Senna Corrêa. – Lavras: UFLA, 2008. A avifauna do Cerrado engloba diversas espécies residentes e migratórias, que estabelecem comportamentos específicos ao longo das estações do ano. Tais comportamentos como o tipo de forrageamento e a procura de espaço para abrigo e nidificação, permitem observar diferentes grupos de aves ao longo do ano: insetíveros, na primavera e verão; granívoros e frugívoros com distribuição sazonal; onívoros durante todo o ano (Sick, 2001). Desta forma, a partir da bibliografia, bem como de entrevistas com moradores da região, as espécies de avifauna que podem ser encontradas nos ecossistemas encontrados no estado de Minas Gerais, principalmente na área de estudo deste trabalho encontra-se no Quadro 1.
  • 46. 46 Quadro 1 – Espécies de Avifauna encontradas na Bacia do Rio Sapucaí Família Nome Científico Nome Popular Accipitridae Buteo leucorrhous Gavião de rabadilha Buteo magnirostris Gavião pinhé ou Carijó Leucopternis lacernulata Gavião Pomba Spizauteus ornatus Gavião de penacho Spizastur melanoleucus Gavião pato Alcedinidae Ceryle torquata Martim-pescador grande Choroceryle americana Martim-pescador pequeno Ardeidae Botaurus pinnatus Socó-boi-marrom Tigrisoma liteatum Socó-boi-ferrugem Caprimulgidae Baryphthengus ruficapiluss Juruva-verde Caprimulgus candicans Bacurau-Branco Caprimulgus longirostris Bacurau rupestre Caprimulgus sericocaudatus Bacurau-cauda-de-seda Nyctiphrynus ocellatus Bacurau-ocelado Cariamidae Cariama cristana Seriema Cathartidae Coragyps Urubu-preto Charadriidae Vanellus chilensis Quero-Quero Columbidae Columba cayennnensis Pomba-legítima ou Pomba Cotingidae Calyptura cristata Tié-coroa ou Anambé-Mirin Cracidae Crax fasciolata Mutum-pinima ou Mutum-de- Cuculidae Neomorphus geoffroyi Jacu-estalo Cuculidae Piaya cayana Alma-de-gato Coerebinae Cyanerpes cyaneus Saí-de-beija-flor Emberiziane Ammodramus humeralis Tico-Tico do campo Arremon taciturnus Tico-Tico da Mata Oryzoborus maximiliani Bicudo Sicalis citrina Canário-rasteiro Sicalis columbiana Canário-da-Terra
  • 47. 47 Família Nome Científico Nome Popular Emberiziane Zonotrichia capensis Tico-Tico-verdadeiro Icterinae Cacicus haemorrrhous Japiim-guaxe Icterus cayanensis Encontro Molothrus badius Asa-de-telha Parulinae Basileuterus hypoleucus Pula-pula-pichito Parula pitiayumi Mariquita-do-sul Thraupinae Thraupis ornata Sanhaço-rei Chlorophanes spiza Saí-verde Thraupinae Dacnis nigripes Saí-de-perna-preta Orthogonys chloricterus Sanhaço-de-bando Tangara desmaresti Saíra-da-serra Tersina viridis Saí-andorinha Thraupis cyanoptera Sanhaço-da-terra Thraupis sayaca Sanhaço-cinza Estrilidae Estrilda astrild Bico-de-lacre Falconidae Polyborus plancus Caracará Fringillidae Carduelis magellanicus Pintassilgo-de-cabeça-preta 3.2.1.2 Mastofauna Para a construção do relatório de mamíferos foram utilizados estudos bibliográficos de trabalhos realizados nos municípios que compõem a Bacia do Sapucaí, tendo como principal referência a Dissertação de Lourdes Dias da Silva, de título Mamíferos de médio e grande porte em fragmentos florestais na Serra do Carrapato, Lavras/MG, de 2008, apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, área de concentração: Ecologia e Conservação de Paisagens Fragmentadas a Agrossistemas, para obtenção do título de Mestre. Este estudo foi realizado com o objetivo de conduzir um levantamento das espécies de mamíferos de médio e grande porte e sua abundância em fragmentos e corredores de vegetação na Serra do Carrapato, Lavras, MG, no intuito de verificar se ocorre alteração na composição das espécies presentes em cada fragmento e relacioná-las com algumas características dos fragmentos. E desta forma, pôde-se obter uma lista (Quadro 2) das principais espécies ocorrentes na região.
  • 48. 48 Desta forma, esse estudo contribui ao entendimento das relações existentes entre o ciclo hidrológico da Bacia do Sapucaí, avaliando a riqueza e a abundância de espécies de mamíferos de médio e grande porte nos fragmentos, para se verificar se a riqueza e a abundância das espécies em cada fragmento têm relação com seu tamanho, determina a similaridade da fauna de mamíferos em relação à composição de espécies, compara a diversidade de fauna de mamíferos de médio e pequeno porte nos fragmentos estudados e principalmente relaciona a abundância total das espécies com as áreas secas e áreas aluviais. Quadro 2 – Lista de espécies da mastofauna Família Nome Científico Nome Popular Didelphimorphia Didelphis albiventris Gambá-orelha-branca Didelphis aurita Gambá-orelha-preta Dasypodidae Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Eupharactus sexcintrus Tatu-peba Cebidae Callithrix penicillata Sagüi Canidae Canis familiares Cão doméstico Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Felidae Leopardus pardalis Jaguatirica Procyonidae Nasua nasua Quati Erethizontidae Shigurus spp Ouriço-cacheiro Suidae Sus scrofa Porco-doméstico Bovidae Bos taurus Boi 3.2.1.3 Ictiofauna Minas Gerais pela sua posição geográfica possui um sistema hidrográfico que abrange a maior parte das bacias brasileiras, exceto a Amazônia. No Estado, as principais informações sobre a fauna de peixes têm sido obtidas através dos inventários realizados na calha principal, os quais são normalmente solicitados pelos órgãos ambientais durante o licenciamento para construção de usinas hidrelétricas. As lagoas marginais, as cabeceiras e os pequenos afluentes têm sido explorados com menor intensidade. Algumas regiões particulares, como o complexo lacustre do médio rio Doce e os lagos da região cárstica do planalto de Lagoa Santa, por exemplo, foram parcialmente amostrados. Se, por um lado, os estudos promovidos para a construção das hidrelétricas permitem ampliar o quadro sobre a
  • 49. 49 distribuição das espécies, por outro, a efetivação das barragens tem sido considerada a principal causa de impacto para a ictiofauna. Os dados obtidos permitiram avaliar a composição da ictiofauna para sete bacias, das 15 consideradas na análise e indicação das áreas prioritárias. Em função de revisões taxonômicas publicadas recentemente e da atualização do banco de dados sobre os peixes que ocorrem no Estado, o número de espécies foi alterado em relação à versão anterior do Atlas desenvolvido pela Fundação Biodiversitas. Minas Gerais abriga uma ictiofauna nativa estimada em 354 espécies, o que representa quase 12% do total encontrado no Brasil (n = 3.000) (McAllister et al., 1997). Em relação à região Neotropical – 4.475 espécies de peixes de água doce –, esse percentual seria de 7,9%, conforme informações mais recentes (Reis et al., 2003). A bacia do São Francisco apresenta o maior número de espécies (173), seguida das bacias do Paranaíba (103), Grande (88), Doce (64), Paraíba do Sul (55), Mucuri (51) e Jequitinhonha (35). Um fator extremamente importante é a piracema, período fundamental para a reposição das espécies que vivem nos rios, barragens e represas do Estado. Os peixes de piracema também são conhecidos como peixes migradores e chegam a nadar centenas de quilômetros em poucos dias. A palavra piracema é de origem tupi e significa “subida do peixe”. Refere-se ao período em que os peixes buscam os locais mais adequados para desova e alimentação. O fenômeno acontece todos os anos, coincidindo com o início do período das chuvas, entre os meses de novembro e fevereiro. Ao fim desta época, as lagoas existentes às margens dos rios perdem contato com o curso d’água e as ovas ficam detidas. Nesses locais, as chances de sobrevivência dos alevinos (filhotes) são maiores, pois as águas são ricas em alimentos. Com as novas chuvas, as lagoas voltam a se conectar ao rio. Assim, a partir da revisão bibliográfica, as espécies da ictiofauna que podem ser encontradas nos ecossistemas encontrados no estado de Minas Gerais, principalmente na área de estudo deste trabalho encontra-se no Quadro 3.
  • 50. 50 Quadro 3 – Resultado das espécies de ictiofauna levantadas em bibliografia. Família Nome Científico Nome Popular Leporinus copelandii Piau-vermelho Leporinus conirostris Piau-branco Leporinus mormyrops Piau-boquinha Anostomidae Leporinus sp. Piau Astyanax bimaculatus Lambari Astyanax fasciatus Lambari Astyanax giton Lambari Astyanax parahybae Lambari Astyanax scabripinnis Lambari Astyanax taeniatus Lambari Astyanax intermedius Lambari Astyanax sp. Lambari Brycon opalinus Matrinchã Bryconamericus sp. Piquira Hasemanya sp. - Hyphessobrycon bifasciatus Piaba Hyphessobrycon callistus Piaba Metynnis maculatus Pacu-disco Characidae Oligosarcus hepsetus Lambari-bocarra Piabina argêntea Piaba Characidae Salminus brasiliensis Dourado Curimatidae Cyphocharax gilbert Sairú, sardinha Hoplias lacerdae Trairão Erythrinidae Hoplias malabaricus Traíra Lebiasinidae Nannostomus sp. Prochilodus vimboides Curimatá Prochilodus lineatus CurimatáProchilodontidae Prochilodus sp. Curimatá Glanidium melanopterum Cumbaca Trachelyopterus striatulusAuchenipteridae Trachelyopterus fisheri Cumbaca Callichthyidae Hoplosternum litoralle Tamboatá Claridae Clarias gariepinnus Bagre-africano Pimelodella lateristriga Mandi Pimelodella sp.Heptapteridae Rhamdia quelen Bagre Loricariidae Delturus parahybae Cascudo
  • 51. 51 Hypostomos affinis Cascudo Hypostomus luetkeni Cascudo Harttia loricariformes Cascudinho Microlepdogaster sp. Cascudinho Rineloricaria sp. Chicote Loricariichthys castaneus Chicote Pogonopoma parahybae Cascudo-leitero Pimelodus fur Mandi Pimelodus sp. MandiPimelodidae Steindachneridion parahybae Surubim Gymnotidae Gynmotos carapo Sarapó Sternopigidae Eigenmannia virescens Sarapó Cichla monoculus Tucunaré Cichlasoma facetum Cará Crenichicla lacustris Joaninha Geophagus brasiliensis Cará Oreochromis niloticus Tilápia Cichlidae Tilapia sp. Tilápia Scianidae Pachyurus adspersus Corvina Gobiidae Awaous tajasica Peixe-flor Centropomidae Centropomus undecimalis Robalo Symbranchidae Symbranchus marmoratus Muçum Phalloceros sp. Barrigudinho Poecilia reticulata Barrigudinho Poecilia vivípara Barrigudinho Poeciliidae Poecilia hollandi Barrigudinho Ctenopharyngodon idella Carpa-capim Cyprinidae Cyprinus carpio Carpa-comum FONTE: BRAGA (2007), DRUMOND (2005) Alguns peixes presentes na Bacia do Rio Sapucaí, como o surubim encontram-se criticamente ameaçado de extinção em Minas Gerais, apesar de alguns ribeirinhos ainda mesmo que raramente encontram a presença deste peixe na bacia. Nas entrevistas realizadas com os ribeirinhos que utilizam o rio para pescar, apenas dois dos entrevistados residentes do Município de Paraguaçu, relataram a presença desta espécie no Rio Sapucaí. 3.2.2 Áreas de Conservação de Fauna As principais ameaças para a ictiofauna de Minas Gerais estão relacionadas a poluição, assoreamento, desmatamento, mineração, introdução de espécies exóticas e construção e
  • 52. 52 operação de barragens. Devido ao seu elevado potencial hidrelétrico, Minas Gerais tem sido foco de rápida expansão de usinas hidrelétricas desde a década de 1950 (DRUMMOND et al, 2005). Segundo os autores, as análises de impactos ambientais em rios a serem barrados têm sido tradicionalmente focadas em espécies de peixes economicamente importantes ou migradoras. Esse procedimento tem contribuído para o declínio de peixes nativos de pequeno porte ou que requerem ambientes lóticos, mas que, não necessariamente, realizam longas migrações ou apresentam importância econômica. O resultado dessa visão simplificada tem sido o empobrecimento progressivo da ictiofauna em diversas bacias do Estado. Assim, diversas medidas de proteção devem ser tomadas para a conservação da fauna de peixes de Minas Gerais, e, em sua maioria, dependem da participação de diferentes segmentos da sociedade. Sendo que o primordial é que os indicativos apresentados sejam incorporados à estratégia de desenvolvimento estadual em longo prazo, criando as condições reais de proteção e conservação dos peixes que ocorrem em Minas Gerais (DRUMMOND et al, 2005).
  • 53. 53 4. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 4.1 Metodologia Para o diagnóstico do uso e ocupação atual do solo na bacia do rio Sapucaí, foram utilizados os resultados do mapeamento proposto pela iniciativa do Mapeamento da Flora Nativa e Reflorestamentos de Minas Gerais, elaborado pela Universidade Federal de Lavras em parceria com o Instituto Estadual de Florestas - IEF. Este mapeamento teve como objetivo mapear, em meso escala de detalhamento, os remanescentes da cobertura vegetal do bioma Mata Atlântica. A escolha deste mapeamento se deve ao fato deste ser o mais atualizado e cobrir aproximadamente 97% da bacia do rio Sapucaí. No caso do mapeamento da cobertura vegetal e uso do solo da área de abrangência do bioma Mata Atlântica foram utilizadas imagens do sensor AVNIR-2 do satélite ALOS com resolução espacial de 10 metros e do sensor VNIR do satélite ASTER com resolução espacial de 15 metros. O diagnóstico da vegetação da Bacia do rio Sapucaí foi realizado utilizando-se dados primários, coletados em visitas a campo, e dados secundários, utilizando-se bibliografias e mapas. As áreas de preservação permanente foram identificadas através das visitas a campo e com o auxílio de imagem de satélite. As Áreas Prioritárias para Conservação da biodiversidade e da flora estão de acordo com Drummond et al. (2005). As Unidades de Conservação foram identificadas através de consulta ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), ao Instituto Estadual de Florestas, ao trabalho de Camargos (2001) e também de acordo com o listado em IGA (2007). Com o intuito de complementar os dados relativos ao meio biótico foram utilizados também dados socioeconômicos que caracterizam a forma antrópica de uso e ocupação do solo. Trata-se de dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes à Produção Pecuária e Produção Agrícola Municipal (2007) e, também, dados do Censo Agropecuário 2006 que descrevem o uso do solo nos estabelecimentos agropecuários. 4.2 Resultados A caracterização da forma de uso e ocupação do solo tem como objetivo identificar atividades e processos potencialmente associados à degradação ambiental por apresentarem risco de comprometimento dos recursos hídricos, sejam elas geradoras de
  • 54. 54 erosão, assoreamento, inundação ou associadas ao lançamento ou deposição de resíduos de diversos tipos: agropecuários, industriais, urbanos, entre outros. A Tabela 7 e o Mapa de Uso e Ocupação do Solo (Anexo E) retratam a distribuição das formas de uso e ocupação do solo na área da bacia como um todo, realizada a partir da metodologia anteriormente descrita. Tabela 7 – Tabela de quantificação dos Usos do Solo da bacia do rio Sapucaí. Tipologia de Uso e Ocupação do solo Área (km²) % da Bacia do Sapucaí Áreas Urbanizadas 141,21 1,5 Floresta Estacional Semi-Decidual 986,40 10,4 Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa 243,45 2,6 Pastagem 3.492,11 36,9 Agricultura 4.330,51 45,8 Áreas onde a imagem esta coberta por nuvens 271,28 2,9 FONTE: Vida Meio Ambiente (Mapa de Uso e Ocupação) A bacia é densamente povoada e possui alto grau de urbanização (77 %), porém as áreas urbanizadas ocupam apenas 1,5% de seu território. Muitas dessas áreas estão sujeitas a inundação periódica por ocuparem APP’s: várzeas inundáveis e margens de córregos e rios. Áreas agrícolas e pastagens ocupam, juntas, 782.263,42 hectares (ha), o que representa 82,6 % da área total. Verifica-se que 45,8% do território da bacia são cultivados (433.051,45 ha) e quase 37 % dele está coberto por pastos. A Mata Atlântica, hoje, cobre 13 % do território da bacia: 10,4 % representados pela fitofisionomia Floresta Estacional Semidecidual e 2,6% por florestas Ombrófilas (na qual ocorrem araucárias). Apesar de ser um percentual pequeno em relação à cobertura original esse valor é maior do que a média nacional uma vez que, no Brasil como um todo, a Mata Atlântica foi reduzida a menos de 7% da área que ocupava originalmente. Em todos os trechos predominam pastagens, com destaque para o Alto Sapucaí, conforme pode ser conferido no Gráfico 3. Em segundo lugar, figuram áreas cultivadas, que ocupam maior percentual da área dos estabelecimentos no trecho baixo da bacia, onde as lavouras são favorecidas pela topografia menos acidentada.
  • 55. 55 37,9 50,1 8,5 27,0 58,8 23,2 22,3 61,7 13,8 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0%deutilização Baixo Sapucaí Médio Sapucaí Alto Sapucaí Trecho da BHRS Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários na BHRS - 2006 Lavouras Pastagens Matas e florestas Gráfico 3 – Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários segundo trechos da bacia do rio Sapucaí – 51 municípios Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006 Por outro lado, as terras cobertas por matas e florestas, que representam 28 % da área dos estabelecimentos agropecuários no Brasil, alcançam percentuais que variam entre 8,5 % e 23,2 % da área dos mesmos estabelecimentos na bacia do rio Sapucaí (Tabela 8). O menor percentual pertence ao Baixo Sapucaí e o maior ao trecho médio da bacia. O Alto Sapucaí possui a maior faixa contínua de matas e florestas, nas terras altas da Serra da Mantiqueira, mas essa categoria representa 13,8 % da área dos estabelecimentos agropecuários nos municípios desse trecho. Tabela 8 - Utilização das terras dos estabelecimentos agropecuários em 2006 - Percentual (%) Localização Lavouras Pastagens Matas e florestas Brasil agricultura familiar 22,0 45,0 28,0 Brasil Não familiar 17,0 49,0 28,0 Baixo Sapucaí 37,9 50,1 8,5 Médio Sapucaí 27,0 58,8 23,2 Alto Sapucaí (total) 22,3 61,7 13,8 Vertente mineira 27,2 58,3 17,2 Vertente paulista 66,5 15,0 14,2 FONTE: IBGE, Censo Agropecuário 2006
  • 56. 56 De acordo com o Censo Agropecuário 2006 foram identificados 28.864 estabelecimentos agropecuários nos municípios da bacia do rio Sapucaí, sendo que 97,8% deles estão no território mineiro. Os estabelecimentos agropecuários ocupam mais de um milhão de hectares (1.164.792 ha) nos 51 municípios da bacia. Estabelecimentos comandados pela agricultura familiar apesar de representar, em 2006, 83,8 % do número total, ocupavam 41,2% da área. Este resultado mostra uma estrutura agrária ainda concentrada, embora essa concentração seja menor do que a encontrada no Brasil onde os estabelecimentos familiares representavam 84,4 % do total dos estabelecimentos, mas ocupavam 24,3% da área. O Baixo Sapucaí é o trecho da bacia do rio Sapucaí onde se encontrava a maior concentração fundiária, como pode ser observado no Gráfico 4. A concentração só era maior nos três municípios paulistas da bacia nos quais a agricultura familiar ocupava 27 % da área e representava 70% do total de estabelecimentos. Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar 84 79 66 80 79 87 27 37 36 82 15 4244 24 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Brasil M inas G erais São Paulo Sulde M inas Baixo SapucaíM édio Sapucaí Alto Sapucaí % Percentual em relação ao total de estabelecimentos agropecuários Área ocupada (%) Gráfico 4 – Estabelecimentos agropecuários da agricultura familiar FONTE: IBGE, Censo Agropecuário, 2006
  • 57. 57 Agropecuária Com o objetivo de caracterizar o uso agrícola do solo foram analisados os dados da Produção Agrícola Municipal, 2007. O trabalho de análise das estatísticas foi no sentido de identificar quais são as culturas mais expressivas na região em termos da área espacial que ocupam, e não da produtividade ou de seu rendimento financeiro. Isso porque os principais impactos da agricultura sobre os recursos hídricos estão associados ao manejo da terra (pela exposição a processos erosivos, quando não são utilizadas técnicas de conservação do solo) e ao uso intensivo de agroquímicos (adubos e agrotóxicos) elementos potencialmente contaminantes dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. A Tabela 9 e os Gráficos 5 e 6 ilustram as culturas permanentes e temporárias de destaque na bacia. No Gráfico 5, constam as principais culturas em termos de área plantada (hectares) e, no Gráfico 6, os três primeiros produtos agrícolas cultivados, também considerando o tamanho da área plantada. Em ambos os casos são considerados os 48 municípios mineiros com território rural na área da bacia. Tabela 9 - Principais produtos da lavoura temporária e permanente Minas Gerais – 2007 Municípios onde a cultura é plantadaPrincipais produtos Área plantada (ha) No. % Café 99.405 31 64,6 Milho 43.668 47 97,9 Feijão 9.256 26 54,2 Batata 7.753 20 41,7 Banana 5.095 9 18,8 FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007
  • 58. 58 Principais culturas em termos de área plantada (ha) 48 municípios da Bacia do Sapucaí 99.405 43.668 7.753 9.256 5.095 CAFÉ MILHO FEIJÃO BATATA BANANA Gráfico 5 – Principais culturas em termos de área plantada: lavouras temporária e permanente. FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007 Apesar de ser uma região de policultivos, a cafeicultura tem grande expressão ocupando vasta área territorial. O café é o carro chefe na lavoura permanente. Essa cultura está presente em 64,6% dos municípios e é uma das 3 principais em 22% deles (Gráfico 6). A cafeicultura, atividade iniciada na região Sul de Minas no século XIX, ocupa 99.405 ha, o que representa mais de 10% da área territorial da bacia. Minas Gerais é o maior produtor de café do país, responsável por 58% do total do café brasileiro. O Sul de Minas Gerais, por sua vez, responde por 53% da produção estadual.
  • 59. 59 PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS Proporção de municípios em que a cultura é uma das 3 principais EM ÁREA PLANTADA 14% 22% 33% 18% 3% 6%1%3% BANANA BATATA CAFÉ MILHO FEIJÃO MANDIOCA ARROZ CANA Gráfico 6 – Principais produtos agrícolas nos municípios com território na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí FONTE: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2007 A cafeicultura, em geral ocupa áreas de declividade acentuada sujeitas a processos de intemperismo. Houve um avanço significativo na forma de seu manejo produtivo, com a difusão de novas técnicas como plantio em curvas de nível, utilização de cobertura do solo e sombreamento1 , tornando menores os riscos ambientais (IGA, 2007). Porém, a exploração intensiva do solo no modelo convencional de agricultura2 e o manejo inadequado leva, em alguns casos, à exposição do solo à erosão. O contraste entre áreas com resultados diferentes em relação à exposição do solo pode ser visto nas Fotos 13 e 14. 1 O sombreamento de cafezais vem sendo utilizado no Brasil, assim como em outros países, com o objetivo de aumentar a sustentabilidade socioambiental, permitindo aumento da biodiversidade, melhor conservação do solo e menor dependência de insumos externos ao sistema produtivo. Cafezais manejados com base em princípios agroflorestais em propriedades da agricultura familiar, além de prestar bons serviços ambientais, como na conservação dos solos, têm resultado em melhoria da qualidade dos produtos colhidos. Esta técnica utiliza espécies de maior porte para promover sombra sobre a plantação. 2 A agricultura convencional baseia-se na monocultura, no uso intensivo de insumos externos (como adubos e agrotóxicos) e na mecanização.
  • 60. 60 Fotos 13 e 14 – Plantações de café em encostas e os sinais evidentes de degradação e exposição do solo à erosão na foto da direita. Entre os produtos da lavoura temporária, destacam-se o milho, uma das principais culturas em 97,9% dos municípios, e o feijão, cultura tradicional da agricultura familiar, presente entre as principais lavouras em 54,2% dos municípios. Do ponto de vista ambiental deve-se estar atento a essas culturas em função da forma convencional de plantio utilizada pela maioria dos produtores. O revolvimento e exposição do solo (aração profunda e gradagem3 ), em especial na safra de verão, favorece processos erosivos. O uso freqüente de maquinário pesado nas práticas agrícolas (tratores) ao mesmo tempo em que revolve a camada superficial do solo promove a compactação das camadas mais profundas, dificultando a penetração da água e favorecendo o escorrimento superficial. A batata também aparece com destaque. Em 2007, ocupou 7.753 hectares, sendo um dos três principais cultivos (em termos de área plantada) em 14% dos municípios, e estando presente em 47,5% deles. A bataticultura tem características peculiares que exigem atenção especial. É uma cultura migratória, faz uso de grande quantidade de agrotóxicos e, sendo uma cultura de inverno exige irrigação, fator agravante em termos do seu potencial de impacto ambiental. Um dos grandes desafios apresentados por essa cultura deriva do fato de sua exploração ser predominantemente realizada por arrendatários de terra e não por proprietários. Não sendo proprietários, poucos bataticultores utilizam práticas de conservação do solo (terraceamento, plantio em curva de nível), contribuindo assim para o processo erosivo e para a contaminação dos cursos de água pelos resíduos químicos. Isso é agravado ainda mais pela dificuldade que os órgãos de orientação técnica têm em realizar 3 Utilização de implemento agrícola (grade) para revolvimento e destorroamento do solo.
  • 61. 61 Reservatórios e/ou Barragens Pode-se considerar atualmente na bacia do Sapucaí como grandes projetos de Engenharia Hídrica: As barragens para contenção de cheias, cujos projetos e licenciamentos devidos estão em andamento junto ao órgão ambiental municipal. A empresa responsável pela elaboração dos estudos é a COPASA. Essas barragens são brevemente comentadas no estudo de Compatibilização de Alternativas das Disponibilidades e Demandas Hídricas; Três PCH’s - Pequenas Centrais Hidrelétricas existentes no Alto Sapucaí: PCH Luiz Dias – Itajubá; PCH São Bernardo – Piranguçu; PCH Ninho da Águia (em construção) - Delfim Moreira. Existem ainda na bacia diversos processos de Licenciamento de barragens para geração de energia elétrica, conforme pode ser observado no Quadro 4.
  • 62. 62 Quadro 4 – Pedidos de licença ambiental para barragens de energia elétrica na bacia do rio Sapucaí FOB / ano FCE / ano Data de emissão Empreendimento Objeto(s) de Licenciamento Órgão de Origem Município Tipo 69972/2005 31069/2005 13/4/2005 ASSOCIAÇÃO PRÓ ENERGIAS RENOVÁVEIS USINA HIDRELÉTRICA IGAM ITAJUBÁ LP 192869/2005 009035/2005 15/7/2005 PCH REPI - REDE ELÉTRICA PIQUETE - APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO - PCH R FEAM WENCESLAU BRAZ LO 201230/2005 R039092/2005 22/7/2005 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGENS DE GERAÇÃO DE ENERGIA - H SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LO 204574/2005 R038778/2005 26/7/2005 JOSÉ RIBEIRO BUENO BARRAGENS DE GERAÇÃO DE ENERGIA - H SUPRAMSM CAMBUÍ LO 153927/2006 F022487/2006 14/9/2006 CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A - P BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDR FEAM ITAJUBÁ LO 1870/2007 R094465/2006 3/1/2007 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDR SUPRAMSM ITAJUBÁ LO 478259/2007 R086991/2007 21/9/2007 CENTRAL DE GERAÇÃO HIDRELÉTRICA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM CAMBUÍ LI 481174/2007 R089953/2007 24/9/2007 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM ITAJUBÁ LO 556622/2007 R095856/2007 29/10/2007 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LO 375115/2008 R073954/2008 29/7/2008 CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA CACHO BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM DELFIM MOREIRA LP+LI 478336/2008 R090688/2008 29/7/2008 CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA FUNIL BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA, LIN SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LP+LI 478523/2008 R090713/2008 29/7/2008 CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA QUINC BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LP+LI
  • 63. 63 FOB / ano FCE / ano Data de emissão Empreendimento Objeto(s) de Licenciamento Órgão de Origem Município Tipo 513658/2008 R098346/2008 8/8/2008 CENTRAL DE GERAÇÃO HIDRELÉTRICA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM CAMBUÍ LI 153139/2009 R205829/2009 22/4/2009 CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA CACHO BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM DELFIM MOREIRA LP+LI 388924/2009 R252489/2009 31/7/2009 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA, SUB SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LO 409491/2009 R256798/2009 7/8/2009 CENTRAL DE GERAÇÃO HIDRELÉTRICA DE SUBESTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, BAR SUPRAMSM CAMBUÍ LO 158557/2008 R030607/2008 31/8/2009 PCH RIO MANSO BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA - HI SUPRAMSM ITAJUBÁ LP+LI 207380/2010 R034753/2010 30/3/2010 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRA BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDR SUPRAMSM WENCESLAU BRAZ LO
  • 64. 64 Industrias Em relação a presenças de indústrias na bacia do rio Sapucaí, destaca-se os municípios de Santa Rita do Sapucaí (Vale da eletrônica), Itajubá e Pouso Alegre. As principais indústrias existentes na bacia podem ser visualizadas no Quadro 5. Quadro 5 – Principais Industrias na bacia do Rio Sapucaí Empreendimento Atividade Município Classe AEES POWER SYSTEM DO BRASIL SISTEMAS ELÉTRICOS (EX AFL DO BRASIL LTDA) Fabricação de componentes eletro-eletrônicos. Itajubá 5 AREVA TRANS. & DIST. DE ENERGIA LTDA(EX-ALSTOM TRANS. & DIST. ENE Fabricação de componentes eletro-eletrônicos. Itajubá 5 HELICOPTEROS DO BRASIL S.A. - HELIBRAS Fabricação, montagem e reparação de aeronaves, fabricação e reparação de turbinas e motores de aviação. Itajubá 5 HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos. Itajubá 5 HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos. Itajubá 5 HIGIDENT DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos. Itajubá 5 FRIGORÍFICO VALE DO SAPUCAÍ LTDA Abate de animais de médio e grande porte (suínos, ovinos, caprinos, bovinos, eqüinos, bubalinos, muares, etc.). Itajubá 6 INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL - IMBEL Fabricação de material bélico. Itajubá 6 CIMED INDUSTRIA DE MEDICAMENTOS LTDA. Fabricação de medicamentos exceto aqueles previstos no item C-05-01 Pouso Alegre 5 LABORATÓRIO SANOBIOL LTDA Fabricação de medicamentos exceto aqueles previstos no item C-05-01 Pouso Alegre 5 SILVER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ACESSÓRIOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA Moldagem de termoplástico organo-clorado, sem a utilização de matéria-prima reciclada ou com a utilização de matéria-prima reciclada a seco. Pouso Alegre 5 UNIAO QUIMICA FARMACEUTICA NACIONAL S.A. Fabricação de medicamentos exceto aqueles previstos no item C-05-01 Pouso Alegre 5 AUTOMOTIVA USIMINAS S.A EX (USIPARTS S.A SISTEMAS AUTOMOTIVOS) Fabricação de peças e acessórios para veículos rodoviários, ferroviários e aeronaves Pouso Alegre 6
  • 65. 65 Empreendimento Atividade Município Classe UTE YBARE POUSO ALEGRE Produção de energia termoelétrica. Pouso Alegre 6 LEUCOTRON EQUIPAMENTOS LTDA. Montagem de máquinas, aparelhos ou equipamentos paratelecomunicação e informática. Santa Rita do Sapucaí 3 METAGAL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Fabricação de peças e acessórios para veículos rodoviários, ferroviários e aeronaves Santa Rita do Sapucaí 3 SENSE ELETRÔNICA LTDA Fabricação de componentes eletro-eletrônicos. Santa Rita do Sapucaí 3 TJM ESTAMPARIA DE METAIS LTDA Estamparia, funilaria e latoaria com ou sem tratamento químico superficial. Santa Rita do Sapucaí 3 LINEAR EQUIPAMENTOS ELETRONICOS S/A Montagem de máquinas, aparelhos ou equipamentos paratelecomunicação e informática. Santa Rita do Sapucaí 4 ELETRONICPELL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EMBALAGENS, CIRCUITOS E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos não listadas ou não classificadas. Santa Rita do Sapucaí 5 METAGAL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Fabricação de peças e acessórios para veículos rodoviários, ferroviários e aeronaves Santa Rita do Sapucaí 6 M.H MINERACAO (EX - MIN. ITAMINAS LTDA) EXTR.DE OUTROS MINERAIS NAO METALICOS Delfim Moreira II - A LAVRA DE QUARTZITO EXTR.DE OUTROS MINERAIS NAO METALICOS Delfim Moreira II - A BRITA CAMBUI INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Extração de rocha para produção de britas com ou sem tratamento Cambuí 3 LINHA DE TRANSMISSÃO CAMBUÍ 2 - PARAISÓPOLIS E ITAJUBÁ 3 - PARAISÓPOLIS 138 KV Linhas de transmissão de energia elétrica Cambuí 3 LATICÍNIOS HELOÍSA LTDA Preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios. Cambuí 3 VALESTAMP INDUSTRIA E COMERCIO LTDA. Estamparia, funilaria e latoaria com ou sem tratamento químico superficial. Cambuí 3 PREVENT THIERRY BRASIL LTDA Fabricação de peças e acessórios para veículos rodoviários, ferroviários e aeronaves Cambuí 5
  • 66. 66 5. DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL A quantificação hídrica neste estudo além de se basear nos indicadores de variáveis hidrológicas mínimas tais como: vazão mínima de 7 dias consecutivos e vazão mínima com 95% de permanência no tempo; tratará da vazão média de longo período (média das vazões médias diárias anuais) e da vazão máxima diária anual. Para um melhor entendimento espacial dessas variáveis, a bacia é subdividida em Alto, Médio e Baixo Sapucaí. Para tanto visando um melhor entendimento da disponibilidade hídrica na bacia serão considerados os rios mais significativos e de maior contribuição hídrica dentro da bacia. Neste estudo, trabalhou-se com dados de estações isoladas e também se fez uso de regionalizações de outros estudos existentes na bacia, o que será detalhado adiante. As equações de ajustes desses estudos servirão como base de comparação bem como complementação de informações necessárias para quantificar as vazões na bacia do Sapucaí como um todo. 5.1 Estudos hidrológicos já realizados na bacia Maia (2003) em seu trabalho entitulado ‘Estabelecimento de Vazões de Outorga na Bacia Hidrográfica do Alto Sapucaí, com a utilização de Sazonalidade’ quantificou a Q7,10 (vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de recorrência) de 26 estações fluviométricas localizadas na região do Alto Sapucaí. As séries de dados foram extraídas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Várias curvas de distribuição de probabilidade teóricas encontradas na literatura foram utilizadas por Maia (2003), sendo a de melhor ajuste utilizada para obter os valores da Q7,10. Maiores detalhes podem ser vistos no trabalho de Maia (2003). Aqui serão utilizadas apenas informações que servirão de apoio a este trabalho. Para os locais onde não há registros fluviométricos Maia (2003), considerando as 26 sub- bacias, propôs a equação de regionalização (Eq.01) para Q7,10 em função da área de drenagem da bacia (Ab) Q7,10 = 0,0055 Ab (Eq. 01) Sendo: Ab = área de drenagem da bacia, em km². Q7,10 = vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de recorrência, em m³/s.
  • 67. 67 A Tabela 10 a seguir contém um resumo das estações utilizadas por Maia (2003) Tabela 10 – Dados das estações fluviométricas utilizadas por Maia (2003). C ódigo E s tação L atitude L ongitude C urso de água 61250000 Fazenda da G uarda -22 41 16 -45 28 47 R io S apucaí 61255000 Vila Maria -22 36 00 -45 23 00 R ib.S ão Bernardo 61266000 Fazenda C órrego Alegre -22 32 00 -45 27 00 R ib. do Ataque 61267000 Delfim Moreira -22 30 35 -45 17 12 R ib. do Taboão 61271000 Itajubá -22 26 36 -45 25 35 R io S apucaí 61272000 Itajubá -22 26 00 -45 27 00 R io S apucaí 61280000 Bairro S anta C ruz -22 24 25 -45 12 54 R io Lourenço Velho 61285000 S ão J oão de Itajubá -22 22 31 -45 26 54 R io Lourenço Velho 61295000 Brasópolis -22 28 11 -45 37 19 R ib. Vargem G rande 61305000 S anta R ita do S apucaí -22 15 05 -45 42 32 R io S apucaí 61317000 Posto Fiscal R io Negro -22 46 00 -45 45 00 R io Pequeno 61323000 Usina Paraisópolis -22 36 00 -45 47 00 R ib. Vermelho 61335000 C achoeira Gonçalves -22 34 00 -45 53 00 R io C apivari 61343000 Bairro do Analdino -22 33 54 -45 53 01 R io C apivari 61350000 C onceição dos Ouros -22 24 52 -45 37 31 R io S apucaí Mirim 61360000 C ambuí -22 36 26 -46 00 31 R io Itaim 61370000 Ponte do R odrigues -22 21 14 -45 51 17 R io Itaim 61380000 Pouso Alegre -22 13 00 -45 59 00 R io Mandu 61405000 Usina S ão Miguel -22 00 00 -45 00 00 R ib. S ão Miguel 61429000 Itanhandu -22 17 40 -44 56 12 R io Verde 61431000 Bairro S ão G eraldo -21 23 00 -44 58 00 R io Passo Quatro 61434000 Itanhandu -22 17 00 -45 00 00 R io Passo Quatro 61440000 Itamonte -22 17 00 -44 38 00 R io C apivari 61443000 C onquista -22 15 00 -44 50 00 R ib. da C onquista 61447000 Usina Pouso Alto -22 12 00 -44 58 00 R ib. Pouso Alto 61450000 S ão Lourenço -22 07 00 -45 05 00 R io Verde Obs.: Algumas dessas estações encontram-se desativadas atualmente. A Eq.01 é melhor aplicada em trechos de rios situados na região do Alto Sapucaí. Outro estudo mais detalhado e completo com informações hidrológicas regionalizadas da sub-bacia do Sapucaí está disponível no ‘Atlas Digital das Águas de Minas’, sendo grande parte dos resultados disponível para consultas através do site http//www.hidrotec.ufv.br. Na técnica de regionalização hidrológica feita para a bacia do rio Grande, onde a sub-bacia do Sapucaí (GD5) está inserida, estimou-se as seguintes variáveis hidrológicas: vazão média de longo período, curvas de permanência e curvas de regularização. Os Modelos gerados com as variáveis e funções hidrológicas disponibilizadas, de interesse nesse estudo, ao longo dos cursos de água são conforme Eqs.02 a 08. Q7,10 = 0,00686 A 0,9495 Eq.02 Qmlp = 0,0299 A 0,9515 Eq.03
  • 68. 68 Q95 = 0,0089 A 0,9667 Eq.04 Qmax10 = 0,4871 A 0,8425 Eq.05 Qmax20 = 0,5606 A 0,8425 Eq.06 Qmax50 = 0,6556 A 0,8425 Eq.07 Qmax100 = 0,7269 A 0,8425 Eq.08 Sendo: A = Área de drenagem à montante da seção, km2 ; Qmlp = Vazão média de longo período, m3 /s; Q7,10 = Vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos, m3 /s; Q95 = Vazão com intervalo diário e 95% da curva de permanência, m3 /s; Qmax 10 = Vazão máxima diária anual com Tr = 10 anos, m3 /s; Qmax 20 = Vazão máxima diária anual com Tr = 20 anos, m3 /s; Qmax 50 = Vazão máxima diária anual com Tr = 50 anos, m3 /s; Qmax 100 = Vazão máxima diária anual com Tr = 100 anos, m3 /s; O Intervalo das áreas de drenagem recomendado para a aplicação dos modelos das variáveis e funções hidrológicas estudadas (Eqs. 02 a 08) está entre 72,8 km2 a 14.854 km2 . Vale ainda destacar que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, atualmente, aceita para estudos de outorga no estado de Minas Gerais as informações de vazão disponibilizadas no Atlas Digital. 5.2 Metodologia de Quantificação de Disponibilidade Hídrica Conforme mencionado, a análise de freqüência dos eventos extremos pode ser local, utilizando-se a série de dados de uma única estação fluviométrica, ou regional, fazendo uso dos dados de várias estações de uma região. Neste estudo, trabalhou-se com análise de freqüência de eventos extremos utilizando-se de série de dados de estações isoladas dentro da bacia e, para os casos onde há falta de dados, fez uso de regionalizações de outros
  • 69. 69 estudos hidrológicos já existentes para a bacia, adotando-se um fator de correção, objetivando ajustar o modelo para as reais condições da sub-bacia do Sapucaí. A Figura 6 ilustra as estações fluviométricas que foram utilizadas para estudar a bacia em questão e que serão tomadas como referência para obtenção das variáveis hidrológicas em pontos onde não possuem estações. Em seguida, a Tabela 11 contém os códigos e nomes dessas estações, com as respectivas áreas de drenagem, localização na bacia e o período da série histórica considerada. Todas as estações citadas estão ativadas até o presente momento.
  • 70. 70 Figura 6 – Estações fluviométricas adotadas para o estudo hidrológico da bacia do rio Sapucaí.
  • 71. 71 Tabela 11 – Dados das estações fluviométricas utilizadas. Código Estação Latitude Longitude Curso de água Ad (km2 ) Período 61267000 Delfim Moreira -22 30 30 -45 17 13 Rib. do Taboão 76 1940-2003 61271000 Itajubá -22 26 34 -45 25 38 Rio Sapucaí 869 1973-2002 61280000 Bairro Santa Cruz -22 22 14 -45 12 57 Rio Lourenço Velho 270 1966-2003 61295000 Brasópolis -22 28 11 -45 37 19 Rib. Vargem Grande 158 1937-2002 61305000 Santa Rita do Sapucaí -22 15 05 -45 42 32 Rio Sapucaí 2811 1929-2002 61350000 Conceição dos Ouros -22 24 52 -45 47 31 Rio Sapucaí Mirim 1307 1934-2005 61370000 Ponte do Rodrigues -22 22 14 -45 53 17 Rio Itaim 745 1937-2002 61390000 Vargem do Cervo -22 06 59 -45 55 04 Rio do Cervo 485 1937-1988 61410000 Careaçu -22 03 14 -45 41 58 Rio Sapucaí 7346 1965-2003 61425000 Paraguaçu -21 35 07 -45 40 26 Rio Sapucaí 9424 1960-2007 A análise de cada série histórica foi realizada com o auxílio do software Regionalização Hidrológica RH4.0, ferramenta esta utilizada na regionalização contida no ‘Atlas Digital de Minas’ mencionado. O RH4.0 trata-se de um programa computacional eficiente em estudos de quantificação de recursos hídricos, possibilitando obter as variáveis e funções hidrológicas de forma simples e rápida, em base científico-tecnológica, consoante com a agilidade que as decisões, no âmbito da administração dos recursos hídricos requerem. 5.2.1 Pontos Notáveis Os pontos notáveis selecionados foram em exutórios de sub-bacias dos principais afluentes da bacia e em pontos ao longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem cronológica partindo do Alto Sapucaí até a foz da bacia e foram utilizados no estudo de disponibilidade e Balanço Hídrico. A Figura 7 representa esses pontos espacialmente e em seguida apresenta-se uma breve descrição de cada um desses pontos notáveis.
  • 72. 72 Figura 7 – Pontos notáveis da Q7,10 para a bacia do Sapucaí.
  • 73. 73 Ponto 01: ponto localizado no rio Lourenço Velho, na divisa dos municípios de Itajubá e São José do Alegre. A montante do ponto, seguindo o curso do Lourenço Velho, há as cidades de Maria da Fé, Delfim Moreira, Marmelópolis, Virgínia e Passa Quatro. Região com predomínio de atividades agrosilvipastoris. Destaca-se a produção de batata e azeitona no município de Maria da Fé. Os municípios a montante não apresentam tratamento de esgoto. Em termos de demanda de água o principal uso a montante deste ponto notável é o abastecimento público. No rio Lourenço Velho existe a Usina Hidrelétrica Luiz Dias, operando com 2(dois) geradores, e pertencente a CEMIG. Ponto 02: localizado no Rio Sapucaí, após a confluência com o rio Lourenço Velho nos municípios de Piranguinho e São José do Alegre. A montante deste ponto tem- se a cidade de Itajubá. A principal característica da bacia a montante deste ponto é a inexistência de tratamento de esgoto no município de Itajubá e os abatedouros existentes na região, que apesar de apresentarem sistema de tratamento, ainda assim lançam um efluente com grande carga de matéria orgânica. O principal uso a montante deste ponto notável é o abastecimento público e o consumo industrial. De acordo com os dados do IBGE/SIDRA (2000), no município de Piranguinho 23,24% das moradias apresentam fossa rudimentar, o que contribui para a degradação ambiental da região. Ponto 03: localizado no Ribeirão Vargem Grande, na divisa dos municípios de Piranguinho e Cachoeira de Minas. A montante do ponto encontra-se a cidade de Brasópolis, com uma economia voltada para a agropecuária, aonde a banana vem se destacando. Há também pequenas áreas isoladas com eucalipto. Predominam nas áreas a montante a pastagem, com ocorrência de remanescentes isolados ocupando desde várzeas a encostas, e em alguns pontos coalescendo com as formações ciliares. Grande parte da faixa ribeirinha ao rio Vargem Grande ainda se encontra coberta por matas ciliares, muitas com aspecto de mata paludosa, ou seja, apresentam seu solo com elevado nível de saturação hídrica. Além das propriedades rurais na área existem alguns ranchos construídos por piscicultores, que desenvolvem criação de peixes em açudes, destinados à comercialização através da Associação dos Piscicultores de Brasópolis, que promove feira na ocasião da Semana Santa. Ponto 04: ponto no Rio Capivari, localizado no município de Conceição dos Ouros. É um município que tem algumas indústrias (principalmente indústria de polvilho, gesso e duas do setor automobilístico). O principal uso a montante deste ponto notável é o
  • 74. 74 consumo industrial, com quase 80% da vazão outorgada. Outro município que integra este ponto é Gonçalves, com uma população de 4.270 habitantes (IBGE, 2007). Gonçalves é umas das poucas cidades da bacia que apresenta tratamento de esgoto, atendendo uma população de 1.372 habitantes e com eficiência de 80% da redução de DBO – demanda bioquímica de oxigênio. Ponto 05: Localizado no rio Itaim, nas divisas dos municípios de Pouso Alegre e Cachoeira de Minas. A montante do ponto encontra-se o município de Estiva, cuja estrutura básica econômica está vinculada ao setor primário, apresentando uma produção significativa, em alguns produtos agrícolas, entre eles o morango. Destaca- se ainda a produção de hortícolas. Dentre as mais plantadas, podemos citar: alface, abóbora, pepino, tomate, cenoura, quiabo, jiló, pimentão, maxixe, couve-flor, mandioquinha, salsa e vagem. No setor industrial algumas pequenas indústrias instaladas ocupam os segmentos de confecções, laticínios e tintas. O principal uso da água a montante deste ponto notável é o abastecimento público, com quase 85% da vazão outorgada. Ponto 06: Ponto no Rio Sapucaí-Mirim, localizado no município de Cachoeira de Minas, a montante da confluência com o Rio Itaim. As atividades econômicas mais importantes no município são a agropecuária e cafeicultura. Por ser uma cidade com poucos habitantes, Cachoeira de Minas possui pouquíssimas indústrias. Há fábricas de confecção de roupas e uma indústria de fios e cabos elétricos. A cidade também produz mandioca que serve como matéria prima do polvilho na cidade vizinha de Conceição dos Ouros. A montante deste ponto, o abastecimento público é o uso da água de maior vazão outorgada, com 50,7%, seguido da mineração (22,7%). Ponto 07: localizado no Rio Sapucaí-Mirim, no município de Pouso Alegre antes da confluência com o rio Mandu. A montante do ponto prevalece áreas de agricultura. Entretanto, o principal uso da água a montante deste ponto notável é o abastecimento público, com 84% da vazão outorgada. O índice de qualidade das águas neste ponto é considerado médio. Os fatores de pressão neste ponto são lançamento de esgoto sanitário, atividade minerária, erosão, carga difusa, assoreamento e agricultura. Ponto 08: ponto no Rio Mandu, localizado no município de Pouso Alegre. A montante do ponto, ainda no município de Pouso alegre, prevalece áreas de agricultura da Zona Rural de Pouso Alegre. Mais a montante encontra-se o município de Borda da Mata, onde também prevalece a agricultura. A agropecuária, base do desenvolvimento da cidade, vem lentamente perdendo espaço para a indústria têxtil,
  • 75. 75 manufaturada, alimentícia e artesanal. Malharias, produção de lingerie, de artefatos de madeira, de doces caseiros, de queijos, de mel são algumas das atividades específicas da economia local. Borda da Mata é também o pólo da produção de pijamas do Estado de Minas Gerais. Em relação às outorgas concedidas, o principal uso a montante é o abastecimento público, 89,9% da vazão outorgada. Ponto 09: localizado no rio Sapucaí-Mirim, no município de Pouso Alegre após a confluência do Rio Mandu. O principal problema deste ponto está relacionado ao lançamento de esgotos provenientes do município de Pouso Alegre no rio Sapucaí- Mirim, já que o município não possui estação de tratamento de esgoto. O índice de qualidade das águas (IQA) neste ponto é considerado médio, e os fatores de pressão são o lançamento de esgoto sanitário, carga difusa e erosão. Ponto 10: ponto no Rio do Cervo, na divisa dos municípios de Pouso Alegre e Espírito Santo do Dourado. A montante do ponto está a cidade de Congonhal onde prevalece área de agricultura. O ponto forte da cidade são as indústrias de confecção. O uso predominante da água ao longo da bacia do Cervo são o abastecimento público e a irrigação, com 42,8% e 40,5%, respectivamente, da vazão outorgada. O índice de qualidade das águas (IQA) na bacia do Cervo foi considerado médio da nascente a cidade de Congonhal, ruim de Congonhal a Espírito Santo do Dourado e bom de Espírito Santo do Dourado até a sua foz. Ponto 11: localizado no Rio Sapucaí, no município de Santa Rita do Sapucaí. Santa Rita do Sapucaí é conhecida em Minas Gerais por sua vanguarda no ramo da eletrônica e telecomunicações, pois tem um arranjo produtivo local dessas indústrias. Depois do seu grande desenvolvimento, ficou conhecida como "Vale do Silício" brasileiro. A região apresenta uma grande quantidade de indústrias e não possui estação de tratamento de esgoto. Possui 2(dois) centros empresariais e mais de 110 empreendimentos de base tecnológica nas áreas de eletrônica, informática, telecomunicações, têxtil e administração. Um dos problemas encontrados a montante foram as extrações de areia ao longo do rio Sapucaí. A cidade de Santa Rita do Sapucaí também sofre com a questão das enchentes devido ao fato de ter-se desenvolvido ás margens do rio Sapucaí e por se encontrar em áreas de baixas declividades. O principal uso da água a montante deste ponto é o abastecimento público, com 89,6% da vazão outorgada. Ponto 12: ponto no Rio Sapucaí, localizado na divisa do município de São Sebastião da Bela Vista e Silvanópolis. Ambas as cidades não possuem tratamento de Esgoto. O território de ambas é ocupado por agricultura e pastagens. A montante desse
  • 76. 76 ponto o principal uso da água é o abastecimento público, com 85,7% da vazão outorgada. Nas campanhas de Monitoramento do IGAM de 1997 a 2006, o IQA neste ponto foi considerado médio. Os principais fatores de pressão são a agricultura, a atividade mineraria e o lançamento de esgoto sanitário. Ponto 13: localizado no rio Turvo, no município de Careaçu. Na área a montante do ponto prevalece à agricultura, destacando o milho e o café. As reservas minerais encontradas na região são de monazita, titânio (iemenita) e zircônio. Na pecuária destaca-se a criação de galináceos e bovinos. Na parte industrial destaque para as indústrias de confecção. O principal uso a montante é o consumo agroindustrial com 60,2% da vazão outorgada. Ponto 14: ponto no rio Dourado, antes da confluência com o rio Sapucaí, na divisa dos municípios de Machado e Paraguaçu. Machado destaca-se na produção de café. A montante encontra-se o município de Turvolândia, cuja principal atividade está voltado para a agricultura, destacando a produção de caqui. Os usos d’água identificados a montante são o abastecimento público e irrigação, com 54,3% e 45,7%, respectivamente, da vazão outorgada. Ponto 15: localizado no Rio Sapucaí, antes da confluência com o rio Dourado, na divisa dos municípios de Cordislândia e Machado. Em Cordislândia a atividade agropecuária é a dominante na economia local, com destaque para as lavouras de café e gado leiteiro. Mais a montante está a cidade de São Gonçalo do Sapucaí cuja economia está baseada no agronegócio, com culturas de café e milho e produção de leite. O principal uso a montante deste ponto é o abastecimento público com 80,8% da vazão outorgada. Ponto 16: ponto no Rio Sapucaí na cidade de Paraguaçu próximo ao lago de Furnas. O município é um dos poucos na bacia que apresenta tratamento de esgoto. O município de Eloi Mendes está a montante do ponto 16, e destaca-se como produtor de café e milho na região. Há também a produção de amendoim, arroz em casca, banana e mandioca. O principal uso a montante deste ponto é o abastecimento público com 77,2% da vazão outorgada. O IQA neste ponto foi, nos anos de 1997 a 2006, foi considerado médio. Os fatores de pressão neste ponto são a carga difusa, agropecuária, erosão e assoreamento. 5.2.2 Vazões Características Mínimas O Estado de Minas Gerais, por meio da Portaria Administrativa IGAM nº 010, de 3 de dezembro de 1998, em seu artigo 8º, regulamenta como vazão de referência a vazão
  • 77. 77 mínima de sete dias de duração e dez anos de periodo de retorno, Q7,10 . Em alguns estados utilizam-se as vazões de permanência no tempo, Q95. Portanto, para efeito de outorga de uso da água, a disponibilidade hídrica é mensurada por meio de valores referenciais mínimos: A vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de retorno (Q7,10), é uma referência do regime de estiagem do curso de água, utilizada como índice do limite inferior da disponibilidade. Em Minas Gerais, essa é a vazão utilizada para fins de outorga. As vazões com intervalo diário e 95% de permanência são freqüentemente utilizadas em sistemas de captação a fio d’água, como também em estudos de outorga de uso de água superficial. 5.2.2.1 Obtenção da Q7,10 Para cada estação contida na Tabela 11 foi obitido o valor da Q7,10. Dos valores de Q7 que serão apresentados, é importante destacar que: A Q7 para o período de retorno de 10 anos da estação Paraguaçu quando obtida através do modelo log Gumbel (foi o melhor ajuste possível entre os modelos) é menor que o da estação a montante, denominada Careaçu. O mesmo ocorre para a Q7, Tr =2 , Q7, Tr =5 e Q7, Tr =20. Acredita-se que explicação para o fato se deve aos inúmeros anos sem registros na série histórica de vazões da Estação Paraguaçu. Esse fato não deveria ocorrer tendo em vista que a estação Paraguaçu está em um ponto mais a jusante que a estação Careaçu, ambas localizadas no Rio Sapucaí. O fato de somente desconsiderar os anos sem registros na série de Paraguaçu não refletiu o comportamento real das distribuições de freqüências dessas vazões levando ao resultado inicialmente apresentado. Tendo em vista que a estação Paraguaçu (Ver Figura 7) localiza-se no rio Sapucaí, sugere- se utilizar a vazão específica da estação a montante (Careaçu) igual a q = 0,0047 m3 /s.km2 ou 4,7 L/s.km2 (Ver Tabela 11) e transportar aos valores de Q7 da estação de jusante (Paraguaçu). Logo, para uma vazão específica de 0,0047m3 /s.km2 em uma área de 9424 km2 a Q7,10 é aproximadamente 44,75 m3 /s. A Tabela 12 apresenta uma resumo dos valores de Q7,10 para as estações estudadas bem como apresenta a disponibilidade hídrica em termos de vazão específica (q). A vazão específica indica as regiões mais e menos produtoras de água ou que apresentam maior ou menor rendimento dos mananciais baseados nas áreas de contribuições.
  • 78. 78 Tabela 12 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 e vazão específica (q). C ódigo E s tação Ad (km 2 ) Q7,10 (m 3 /s ) [1] q(L /s.km 2 ) 61267000 Delfim Moreira 76 0,36 4,74 61271000 Itajubá 869 7,62 8,77 61280000 Bairro S anta C ruz 270 2,16 8,00 61295000 Brasópolis 158 0,53 3,35 61305000 S anta R ita do S apucaí 2811 16,39 5,83 61350000 C onceição dos Ouros 1307 4,66 3,57 61370000 P onte do R odrigues 745 2,52 3,38 61390000 Vargem do C ervo 485 1,78 3,67 61410000 C areaçu 7346 34,88 4,75 61425000 P araguaçu 9424 44,75 4,75 [1] Valores estimados através de modelos de probabilidade De acordo com as sub-bacias das estações estudadas a vazão específica varia de 3,38 L/s.km2 até 8,77 L/s.km2 . Comparação dos resultados da Q7,10 com as equações de ajustes Eqs.01 e 02 A Tabela 13 apresenta os resultados dos cálculos da Q7,10 para as estações da Tabela 11 e compara com os resultados da Q7,10 obtidos com as equações de ajustes Eqs.01 e 02, apresentadas no item 5.1 (págs.66 e 67, respectivamente).
  • 79. 79 Tabela 13 – Comparação dos valores da Q7,10 para as estações da Tabela 18 com os estimados pelas equações de ajustes Eqs.01 e 02 Código Estação Ad (km 2 ) Q7,10 (m 3 /s) [1] Q7,10 (m 3 /s) [2] Q7,10 (m 3 /s) [3] FC = relação [2]/[1] FC = relação [3]/[1] 61267000 Delfim Moreira 76 0,36 0,42 0,42 0,86 0,86 61271000 Itajubá 869 7,62 4,78 4,24 1,59 1,80 61280000 Bairro Santa Cruz 270 2,16 1,49 1,40 1,45 1,55 61295000 Brasópolis 158 0,53 0,87 0,84 0,61 0,63 61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 16,39 15,46 12,91 1,06 1,27 61350000 Conceição dos Ouros 1307 4,66 7,19 6,24 0,65 0,75 61370000 Ponte do Rodrigues 745 2,52 4,10 3,66 0,62 0,69 61390000 Vargem do Cervo 485 1,78 2,67 2,43 0,67 0,73 61410000 Careaçu 7346 34,88 40,40 32,15 0,86 1,09 61425000 Paraguaçu 9424 44,75 51,83 40,72 0,86 1,10 [1] Valores estimados Prob. Log - Pearson tipo III [2] Valores estimados pela Eq.01(Maia,2003) [3] Valores estimados pela Eq.02 (Atlas Digital) FC = fator de correção
  • 80. 80 As últimas duas colunas da Tabela 13 contém a relação existente entre os valores da Q7,10 obtidos pelas Eqs.01 e 02 com os obtidos através da análise de freqüência para cada estação isolada. Essas relações serão consideradas como um fator de correção – FC, que será utilizado mais adiante na quantificação da vazão com as equações de regionalização apresentadas em pontos onde não existem estações fluviométricas na bacia. Neste estudo, por questões opcionais apenas as equações de regionalização propostas pelo ‘Atlas Digital’ com os respectivos fatores de correção serão utilizados com essa finalidade, ficando a Eq.01 como uma segunda opção de quantificação da Q7,10 em localidades onde não existe estação fluviométrica. Resultados da Q7,10 em pontos notáveis na bacia A Tabela 14 a seguir apresenta a estimativa de disponibilidade hídrica superficial mínima (Q7,10 ) no pontos notáveis selecionados na bacia do Sapucaí. Esses pontos notáveis localizam-se em exutórios de sub-bacias dos principais afluentes da bacia e em pontos ao longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem cronológica partindo do Alto Sapucaí até a foz da bacia. A Figura 7, apresentada anteriormente, representa esses pontos espacialmente. Além disso, a Tabela 11 contém as estações fluviométricas usadas como referência para estimar a disponibilidade através da Eq.02. Os fatores de correção da Tabela 13 são aplicados nesse caso.
  • 81. 81 Tabela 14 – Disponibilidade hídrica superficial mínima (Q7,10 ) em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km 2 ) FC Q7,10 (m 3 /s) 1 q7,10 (L/s.km 2 ) 1 1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 1,55 4,3 7,7 2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,80 15,9 8,4 3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,63 1,3 3,2 4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 0,75 1,6 3,8 5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,69 2,3 3,4 6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 0,75 5,0 3,6 7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 0,75 7,8 3,5 8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,73 1,5 3,7 9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 0,75 9,6 3,4 10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,73 1,9 3,7 11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 1,27 16,4 5,8 12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 1,09 32,1 4,8 13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,73 2,0 3,6 14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,73 1,3 3,7 15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 1,09 38,6 4,7 16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 1,10 42,2 4,8 1 Valores considerando FC.
  • 82. 82 5.2.3 Vazões Máximas No estudo de vazões máximas pode-se utilizar, para a sua estimativa, o ajuste de uma distribuição estatística com base em dados de série histórica, ou um modelo de regionalização, ou ainda um modelo de transformação de chuva em vazão. O enfoque estatístico utiliza a série anual de vazões máximas diárias medidas em uma seção do curso de água para produzir, apoiando-se em um modelo de probabilidade, a magnitude das vazões máximas de diferentes recorrências, que se constituem nas vazões críticas ou de projetos de engenharia. Os valores das vazões máximas diárias neste estudo são resultantes das aplicações de modelos de probabilidade simplificados conforme expressão analítica de Chow. Em uma dada estação, para cada ano da série histórica disponível, tomou-se o maior valor diário para construir uma série anual de máximas e, após, aplicou-se a análise de freqüência. Os modelos de probabilidade que melhor se ajustaram aos dados históricos das estações fluviométricas contidas na Tabela 13 foram o Pearson tipo III e o log-Pearson tipo III. Importante ressaltar que a técnica utilizada é de estimativa, ou seja, de projeção, o que já pressupõe incertezas. As máximas obtidas neste estudo correspondem a uma extrapolação de dados observados utilizando os modelos citados, cuja confiabilidade apóia-se na visualização gráfica do comportamento dos pares de valores de vazão e freqüência. Em alguns casos, entretanto, a obtenção das cheias de projeto pode exigir estudos mais aprofundados, de modo a levar em conta, ainda, a forma de ocupação da bacia, a estimativa da precipitação máxima provável, além de estudos hidráulicos de propagação de cheias. Para cada estação contida na Tabela 11 realizou-se a previsão das vazões máximas diárias para os períodos de retorno de 10 anos. A Tabela 15 apresenta uma resumo dos valores de Qmáx,10 para as estações estudadas bem como apresenta a disponibilidade hídrica em termos de vazão específica (q).
  • 83. 83 Tabela 15 – Resumo da disponibilidade hídrica em termos de Qmáx,10 e vazão específica (q) Código Estação Ad (km 2 ) QMAX,10 (m3/s) [1] q(L/s.km2 ) [1] 61267000 Delfim Moreira 76 17,26 227,1 61271000 Itajubá 869 207,80 239,1 61280000 Bairro Santa Cruz 270 52,38 194,0 61295000 Brasópolis 158 29,80 188,6 61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 320,89 114,2 61350000 Conceição dos Ouros 1307 393,80 301,3 61370000 Ponte do Rodrigues 745 68,83 92,4 61390000 Vargem do Cervo 485 55,45 114,3 61410000 Careaçu 7346 805,76 109,7 61425000 Paraguaçu 9424 1033,69 109,7 [1] Valores estimados por modelos de probabilidade. Dos valores de Qmáx apresentados, é importante destacar que: O valor da Qmáx para o período de retorno de 10 anos da estação Paraguaçu quando obtida através do modelo Pearson III (foi o melhor ajuste possível entre os modelos) é menor que o da estação de montante Careaçu. O mesmo ocorre para a Qmáx,Tr =2, Qmáx,Tr =5, e Qmáx,Tr =20. De forma similar às estimativas de Q7 da estação Paraguaçu, aqui é sugerido utilizar a vazão específica da estação de montante (Careaçu) e transportar aos valores de Qmáx da estação de jusante (Paraguaçu-61425000). Da mesma forma que estimado para vazão mínima Q7,10, em pontos onde não existem estações na bacia, pode-se utilizar a equação 05 para as máximas com períodos de retorno de 10 anos, considerando os fatores de correção da Tabela 16. Para os demais períodos de retorno, pode-se obter as máximas de forma similar utilizando as Eqs.06 a 08, porém considerando as estações de referência e fatores de correção correspondentes.
  • 84. 84 Tabela 16 – Comparação dos valores da Qmáx,10 para as estações da Tabela 20 com os estimados pela equação de ajuste (Eq.05). Código Estação Ad (km 2 ) QMAX,10 (m3/s) [1] QMAX,10 (m3/s) [2] FC = relação [2]/[1] 61267000 Delfim Moreira 76 17,26 18,72 0,92 61271000 Itajubá 869 207,80 145,79 1,43 61280000 Bairro Santa Cruz 270 52,38 54,46 0,96 61295000 Brasópolis 158 29,80 34,67 0,86 61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 320,89 392,00 0,82 61350000 Conceição dos Ouros 1307 393,80 205,63 1,92 61370000 Ponte do Rodrigues 745 68,83 128,06 0,54 61390000 Vargem do Cervo 485 55,45 89,20 0,62 61410000 Careaçu 7346 805,76 880,57 0,92 61425000 Paraguaçu 9424 1033,69 1086,20 0,95 [1] Valores estimados por modelos de probabilidade [2] Valores estimados pela Eq.05 (Atlas Digital) FC = fator de correção 5.2.3.1 Resultados da Qmax em pontos notáveis na bacia A Tabela 17 a seguir apresenta a estimativa das vazões máximas para o período de retorno de 10 anos (Qmax,10) em pontos notáveis na bacia (representado espacialmente na Figura 10), bem como as estações fluviométricas usadas como referência para estimar as vazões através da Eq.05. Os valores já consideram os fatores de correção da Tabela 16, aplicados nesse caso. A disponibilidade hídrica também é dada em termos de vazão específica, em L/s.km2 , na Tabela 17.
  • 85. 85 Tabela 17 – Vazões máximas em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência. Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km2 ) FC Qmax, 10 (m3 /s) 1 qmax, 10 (L/s.km2 ) 1 1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 0,96 96,9 172,5 2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,43 399,9 212,4 3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,86 65,9 162,7 4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 1,92 152,8 360,7 5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,54 63,9 94,2 6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 1,92 419,6 298,7 7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 1,92 620,9 277,5 8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,62 47,2 117,5 9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 1,92 748,9 268,0 10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,62 58,0 113,0 11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 0,82 322,2 114,3 12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 0,92 749,6 111,9 13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,62 62,8 111,4 14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,62 42,7 119,7 15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 0,92 883,5 108,5 16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 0,95 979,3 110,6 1 Valores considerando FC.
  • 86. 5.2.4 Vazões médias de longo período A variável hidrológica vazão média de longo período (Qmlp) corresponde, aqui, à média das vazões médias diárias anuais que compõem a série histórica de cada uma das estações de monitoramento. Da mesma forma que estimado para vazão mínima Q7,10 e máxima Qmáx,10, em pontos onde não existem estações na bacia, pode-se utilizar a equação 03 para as vazões médias de longo período. A Tabela 18 apresenta, além do resumo das Qmlp das estações de referência, os fatores de correção que serão utilizados para ajustar as vazões estimadas nos pontos notáveis por meio da equação 03 e os rendimentos específicos médios de referência. Tabela 18 – Comparação dos valores da Qmlp para as estações da Tabela 16 com os estimados pela equação de ajuste (Eq.03). Código Estação Ad (km 2 ) Qmlp (m 3 /s) [1] Qmlp(m 3 /s) [2] FC = relação [2]/[1] q(L/s.km 2 ) [1] q(L/s.km 2 ) [2] 61267000 Delfim Moreira 76 1,78 1,84 0,97 23,42 24,24 61271000 Itajubá 869 21,33 18,71 1,14 24,55 21,53 61280000 Bairro Santa Cruz 270 7,17 6,15 1,17 26,56 22,79 61295000 Brasópolis 158 3,22 3,70 0,87 20,38 23,39 61305000 Santa Rita do Sapucaí 2811 56,67 57,18 0,99 20,16 20,34 61350000 Conceição dos Ouros 1307 25,92 27,59 0,94 19,83 21,11 61370000 Ponte do Rodrigues 745 13,53 16,16 0,84 18,16 21,70 61390000 Vargem do Cervo 485 9,58 10,74 0,89 19,75 22,15 61410000 Careaçu 7346 162,60 142,63 1,14 22,13 19,42 61425000 Paraguaçu 9424 166,58 180,78 0,92 17,68 19,18 [1] Média das vazões médias diárias anuais [2] Valores estimados pela Eq.03 (Atlas Digital) FC = fator de correção 5.2.4.1 Resultados da Qmlp em pontos notáveis na bacia A Tabela 19, a seguir, apresenta a estimativa das vazões médias de longo período em pontos notáveis na bacia (representados espacialmente na Figura 7), bem como as estações fluviométricas usadas como referência para estimar as vazões através da Eq.03. Os valores das Qmlp apresentados já consideram os fatores de correção da Tabela 18, aplicados nesse caso.
  • 87. Tabela 19 – Vazões médias de longo período em pontos notáveis na bacia, bem como as estações fluviométricas usadas como referência. Pontos Sub-bacia/Rio Estação de referência Latitude Longitude Ad (km 2 ) FC Qmlp (m 3 /s) 1 qmlp (L/s.km 2 ) 1 1 Lourenço Velho 61280000 - Bairro Santa Cruz -22,374 -45,442 562,0 1,17 14,5 25,7 2 Sapucaí 61271000 - Itajubá -22,345 -45,562 1882,5 1,14 44,5 23,6 3 Vargem Grande 61295000 - Brasópolis -22,331 -45,673 404,9 0,87 7,9 19,4 4 Capivarí 61350000 - Conceição dos Ouros -22,445 -45,781 423,5 0,94 8,9 21,0 5 Itaim 61370000 - Ponte do Rodrigues -22,365 -45,878 678,1 0,84 12,4 18,3 6 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,343 -45,808 1404,9 0,94 27,8 19,8 7 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,269 -45,907 2237,3 0,94 43,3 19,3 8 Mandu 61390000 - Vargem do Cervo -22,256 -45,979 401,5 0,99 8,9 22,1 9 Sapucaí-Mirim 61350000 - Conceição dos Ouros -22,212 -45,895 2794,6 0,94 53,5 19,1 10 Cervo 61390000 - Vargem do Cervo -22,117 -45,875 513,5 0,89 10,1 19,7 11 Sapucaí 61305000 - S.Rita do Sapucaí -22,246 -45,712 2818,8 0,99 56,8 20,1 12 Sapucaí 61410000 - Careaçu -22,083 -45,731 6699,6 1,14 149,0 22,2 13 Turvo 61390000 - Vargem do Cervo -22,062 -45,669 563,6 0,99 12,3 21,8 14 Dourado 61390000 - Vargem do Cervo -21,726 -45,790 356,4 0,99 7,9 22,5 15 Sapucaí 61410000 - Careaçu -21,761 -45,710 8141,8 1,14 179,3 22,0 16 Sapucaí 61425000 - Paraguaçu -21,650 -45,679 8856,3 1,14 194,3 21,9 1 Valores considerando FC.
  • 88. 5.3 Considerações Finais e Recomendações A quantificação hídrica feita neste trabalho permitiu os seguintes resultados: Vazões mínimas Q7 para os períodos de retorno de 2, 5, 10, 20 e 100 anos para cada estação contida na Tabela 11; Vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos Q7,10 em pontos notáveis na bacia; Valores de Q95 (Vazão com intervalo diário e 95% da curva de permanência) e valores da vazão mediana Q50 (vazão correspondente a 50% de excedência) para cada estação contida na Tabela 12; Previsão das vazões máximas diárias para os períodos de retorno de 2, 5, 10, 20 e 100 anos para cada estação contida na Tabela 11; Estimativa das vazões máximas para o período de retorno de 10 anos (Qmax,10) em pontos notáveis na bacia; Vazões médias de longo período Qmlp para cada estação contida na Tabela 11; Vazões médias de longo período Qmlp em pontos notáveis na bacia. As vazões acima também foram apresentadas em termos de vazão específica (q). Essa quantificação hídrica permitirá em outro capítulo do Plano Diretor a realização do balanço hídrico em pontos notáveis da bacia do Sapucaí. Neste Plano a vazão a ser adotada representa uma situação crítica em termos de oferta hídrica, no caso a vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos, Q7,10. No Estado de MG, por meio da Portaria Administrativa IGAM nº 010, de 3 de dezembro de 1998, em seu artigo 8º, regulamenta como vazão de referência a vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de tempo de retorno, Q7,10. Vale salientar que essa vazão mínima de referência utilizada pelo órgão ambiental de Minas, para efeito de outorga de uso da água, pode ser questionada, desde que sejam feitos estudos comprovando a necessidade/interesse de sua modificação. Os resultados do balanço hídrico da bacia mostram que, tendo disponível os 30% da Q7,10, a demanda atual da bacia do rio Sapucaí supera esse valor em alguns locais. A adequação das outorgas à legislação vigente seria uma forma de buscar a preservação da bacia em termos de disponibilidade hídrica. Há que se reconhecer,
  • 89. 89 entretanto, que a Q7,10 é uma vazão bastante restritiva. Em alguns estados utilizam-se as vazões de permanência no tempo, Q95. Isso se dá principalmente em regiões onde se tem pouca disponibilidade hídrica, já que a Q95 é maior que a Q7,10 em uma mesma série histórica. Entende-se que a aplicação dos resultados deste trabalho também permitirá a obtenção de informações úteis ao diagnóstico e planejamento de obras hidráulicas futuras na região estudada, tais como vertedores de barragens, canais, obras de proteção contra inundações, sistema de drenagem, bueiros, galerias pluviais, pontes, projetos de abastecimento de água e irrigação, concessão de uso da água para uma determinada finalidade, estudos hidrelétricos e outros. Importante ressaltar a importância da Elaboração de Estudos de Viabilidade Ambiental em grandes projetos de Engenharia Hídrica a serem executadas ao longo da bacia tendo em vista o reflexo que venha surgir entre Demanda X Disponibilidade hídrica. Importante ressaltar também sobre a disponibilidade de dados hidrológicos na bacia. Neste estudo, trabalhou-se com análise de freqüência de eventos extremos utilizando- se de série de dados de 10 estações isoladas dentro da bacia e, para os casos onde houve falta de dados, fez uso de regionalizações de outros estudos hidrológicos já existentes para a bacia, adotando-se um fator de correção, objetivando ajustar o modelo para as reais condições da sub-bacia do Sapucaí. As estações fluviométricas que foram utilizadas para estudar a bacia foram tomadas como referência para obtenção das variáveis hidrológicas em pontos onde não possuíam estações. Ou seja, muitas estações fluviométricas existentes ao longo da bacia do Sapucaí encontravam-se desativadas, sem registrar dados há muito tempo, o que nos levou aplicação/utilização de apenas estações ativadas neste estudo, por serem mais representativas dentro das condições atuais. Dentre essas estações ativas pode-se observar uma estação com pequena quantidade de registros de vazões, que foi o caso da estação Paraguaçu 61425000. Os inúmeros anos sem registros na série de Paraguaçu não refletiram o comportamento real das distribuições de freqüências dessas vazões. Portanto, ressalta-se a necessidade de otimização da rede hidrométrica local, pelo aumento do número de estações e recuperação daquelas que sejam deficientes.
  • 90. 90 6. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA Para se realizar a caracterização da qualidade das águas superficiais da bacia do Rio Sapucaí, utilizou-se os dados das redes de monitoramento operadas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, no período de 1997 a 2007, totalizando 07 estações de amostragem. Adicionalmente, foram considerados os resultados do monitoramento do ano de 2008 (cujo relatório ainda não está disponível para consulta, apenas as fichas de cada estação) e as fichas da 1°campanha de 2009 (1º Tri mestre de 2009). Desta forma, o total de estações utilizadas foi de 12 estações de amostragem (Quadro 6 e Figura 8), onde 5 foram implantadas em 2008. Quadro 6 – Descrição das Estações de Amostragem de Qualidade de Água Código Corpo d’água Latitude Longitude Descrição BG039 Rio Sapucaí 22º30'57” 45º24’08” Rio Sapucaí a montante da cidade de Itajubá. BG041 Rio Sapucaí 22º21'39” 45º33'08” Rio Sapucaí a jusante da cidade de Itajubá. BG043 Rio Sapucaí 22º12’43 45º52’02 Rio Sapucaí a montante da foz do Rio Sapucaí - Mirim. BG044 Rio Sapucaí - Mirim 22º17’2” 45º53’50” Rio Sapucaí - Mirim a montante da cidade de Pouso Alegre. BG045 Rio Sapucaí - Mirim 22º12’24 45º53’46 Rio Sapucaí - Mirim próximo de sua foz no rio Sapucaí. BG047 Rio Sapucaí 22º03’12 45º41´59 Rio Sapucaí a montante da cidade de Careaçu. BG049 Rio Sapucaí 21º34´47´´ 45º40'53´´ Rio Sapucaí a montante do Reservatório de Furnas. BG042* Rio Sapucaí - Mirim 22°13’41,4” 45°54’06” Rio Sapucaí - Mirim na entrada da cidade de Pouso Alegre. BG046* Rio do Cervo 22°09’28,3” 46°65’50,3” Rio do Cervo a montante da cidade de Congonhal BG048* Rio do Cervo 22°06’59” 45°55’01,4” Rio do Cervo na cidade de Espírito Santo do Dourado BG050* Rio Dourado 21°57’48,3” 45°54’42,6” Rio Dourado a Montante do Rio Sapucaí BG052* Rio Sapucaí - Mirim 22°16’21,5” 46°05’06,1” Rio Sapucaí - Mirim a montante da cidade de Pouso Alegre. * Estações implantas no 3°trimestre de 2008.
  • 91. 91 Figura 8 – Localização das estações de amostragem de qualidade das águas na bacia do Rio Sapucaí.
  • 92. 92 6.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí coexistem atividades de mineração, industriais e agropecuárias. Todas essas atividades proporcionam a poluição dos corpos d’água, em razão do lançamento, sem tratamento, de águas residuárias do processo, no caso de formas de poluição pontual, ou por contaminação dispersa, decorrente de fontes não-pontuais. 6.1.1 Esgoto Sanitário Dois terços da população está concentrada nas áreas urbanas, que ocupam 1,6% da área territorial da bacia, mas são responsáveis, em grande parte, pelo comprometimento da qualidade da água em função do despejo in natura dos efluentes domésticos e industriais nos cursos d´água. Na maior parte dos municípios o atendimento é precário, e a situação se agrava nos distritos. As prefeituras municipais são responsáveis pela prestação dos serviços de esgotamento sanitário em 42% dos municípios da bacia, e a COPASA com 58%. Segundo dados parciais referentes ao esgotamento sanitário, obtidos junto à COPASA e a algumas prefeituras, relativos a 15 municípios com sede na bacia (37,5%), são lançados diariamente 27.339 m3 de efluentes, diretamente nos cursos d’água. Apenas Pedralva, Gonçalves e Paraguaçu possuem Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), realizando tratamento preliminar do mesmo. Pouso Alegre, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, as cidades mais populosas, estão em fase de construção das ETE’s. Em Pouso Alegre e Borda da Mata a COPASA concluiu a etapa de implantação de interceptores e redes coletoras e está preparando o processo de licitação da segunda etapa (construção de elevatórias e da ETE). 6.1.2 Efluentes da mineração As atividades de mineração de maior importância, em termos ambientais, para a bacia são: Explotação de areia e argila na Bacia do Rio Sapucaí, nos municípios de Careaçu, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, com lançamento de sólidos em suspensão e aumento da turbidez das águas do corpo hídrico receptor; Explotação de feldspato e quartzo na Bacia do Rio Sapucaí;
  • 93. 93 Garimpo de ouro no Rio Sapucaí-Mirim, a montante de Pouso Alegre e Sapucaí, a montante de Furnas, com lançamento de mercúrio nas águas do corpo hídrico receptor 6.1.3 Efluentes da indústria A região experimenta, atualmente, grande crescimento de seu parque industrial, em razão da duplicação da Rodovia Fernão Dias e da captação de parte do parque industrial do Estado de São Paulo, merecendo referência as seguintes atividades industriais: Indústrias metalúrgicas em Itajubá, com lançamento de efluentes que podem alterar a concentração de cádmio, cianeto, cobre, ferro solúvel, manganês e zinco e alteração do pH das águas do corpo hídrico receptor. Indústrias de auto-peças e eletrônica fina na Bacia do Rio Sapucaí. Indústrias têxteis em Itajubá, com lançamento de efluentes que podem alterar a concentração de cádmio, fosfato total, fenóis, DBO, DQO, sulfato, surfactantes e zinco e o pH das águas do corpo hídrico receptor. 6.1.4 Agropecuária A Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, apresenta atividade agropecuária muito desenvolvida, destacando-se a Cafeicultura, bataticultura, horticultura e a bovinocultura leiteira como as de maior importância econômica. As atividades agrícolas, pecuárias e florestais concentram-se, principalmente, em Careaçu, Itajubá e Pouso Alegre. Os poluentes associados são: chumbo, cobre, fosfato total, índice de fenóis, mercúrio, amônio, sólidos em suspensão e turbidez. A atividade pecuária é muito desenvolvida na bacia e, em razão da alta erodibilidade dos solos, requer o emprego de práticas edáficas, vegetativas e mecânicas para controle da erosão. O emprego de técnicas de controle da erosão não tem sido, entretanto, generalizado, o que predispõe grande parte da bacia ao depauperando dos solos agrícolas e a ser fornecedora de sedimentos para os cursos d’água. A contaminação de águas superficiais com dejetos animais e pesticidas (bernicidas, carrapaticidas, etc) usados de forma inadequada ou com descarte incorreto de embalagens, ocorre de forma dispersa em toda a Bacia do Rio Sapucaí. A exploração agrícola na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí tem sido feita, em geral, de forma intensiva, com grande aporte de máquinas e insumos no processo. O uso
  • 94. 94 inadequado do solo, sem que sejam tomadas medidas para controle da erosão, tem trazido problemas à qualidade das águas superficiais da bacia. A atividade agrícola tecnificada tem sido, geralmente, associada às alterações nos seguintes parâmetros de qualidade e toxicidade das águas superficiais: cádmio, cianeto, cobre, fosfato total, índice de fenóis, manganês, sólidos e turbidez. Essas alterações são decorrentes da introdução ou do uso inadequado de corretivos de pH e fertilizantes (muitas vezes contaminados), pesticidas e da intensiva mobilização do solo. 6.2 Resultados 6.2.1 Avaliação Histórica Os resultados aqui apresentados referem-se aos monitoramentos realizados no períodos de 1997 a 2007 pelo projeto Águas de Minas. Iniciado em janeiro de 1997, o projeto é coordenado e executado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, através de convênio com o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – MMA / Secretaria de Recursos Hídricos – SRH. Os indicadores utilizados para a caracterização da qualidade das águas na bacia Rio Sapucaí foram o Índice de Qualidade de Água (IQA) e a contaminação por tóxicos (CT). O IQA é um parâmetro que foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation, USA, e foi adaptado pela Fundação CETEC. No seu cálculo, são considerados os seguintes parâmetros: Oxigênio dissolvido; Coliformes fecais; pH; Demanda Bioquímica de Oxigênio; Nitratos; Fosfatos; Temperatura da água; Turbidez; Sólidos totais.
  • 95. 95 A contaminação por tóxicos (CT), por sua vez, pode ser avaliada considerando-se os seguintes componentes: Amônia, Arsênio, Bário, Cádmio, Chumbo, Cianetos, Cobre, Crômio exavalente, Índice de fenóis, Mercúrio, Nitritos e Zinco. Índice de Qualidade de Água – IQA A distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem, de 1997 a 20064 pode ser vista na Figura 9. Observou-se que o IQA Bom foi registrado em apenas duas estações no Rio Sapucaí (BG039 e BG049) e nenhum valor na faixa Muito Ruim foi registrado. Em todas as estações predominou o nível Médio para o parâmetro IQA. 0% 20% 40% 60% 80% 100% BG039 BG041 BG043 BG047 BG049 BG044 BG045 Ruim Médio Bom Figura 9 – Distribuição das faixas do IQA por estação de amostragem de 1997 a 2006. FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas Considerando a Figura 9, pode se afirmar que, historicamente, o IQA da bacia do Rio Sapucaí pode ser considerado Médio. A seguir apresentamos a Tabela 20 com os resultados médios do IQA ano a ano, desde 1997 a 2006. 4 A média anual do Índice de Qualidade das Águas (IQA), em 2007, não pôde ser calculada para os pontos de amostragem do rio Sapucaí, em virtude da perda de informações referentes ao parâmetro de coliformes termotolerantes na segunda campanha de 2007 .
  • 96. Tabela 20 – Resultados do IQA para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2006 IQA Estação Corpo d’água Descrição 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 BG039 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da cidade de Itajubá. Ruim Médio Médio Ruim Médio Médio Médio Médio Bom Bom BG041 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a jusante da cidade de Itajubá. Ruim Médio Médio Ruim Médio Ruim Ruim Ruim Médio Médio BG043 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da foz do Rio Sapucaí - Mirim. Ruim Médio Ruim Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio BG047 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da cidade de Careaçu.a montante da cidade de Pouso Alegre. Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio BG049 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante do Reservatório de Furnas. Médio Médio Médio Médio Bom Médio Médio Médio Médio Bom BG044 Rio Sapucaí - Mirim Rio Sapucaí - Mirim a montante da cidade de Pouso Alegre Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio BG045 Rio Sapucaí - Mirim Rio Sapucaí - Mirim próximo de sua foz no rio Sapucaí. Ruim Médio Médio Médio Médio Ruim Médio Médio Médio Médio FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
  • 97. Contaminação por Tóxicos – CT Com relação à distribuição das faixas de CT, pode-se observar na Figura 10 abaixo, que foram registrados contaminação Baixa em todas as estações, sendo que este valor é o que prevalece na maioria delas, exceto na estação BG043, onde a CT foi considerada Média. Os resultados aqui representados referem-se ao período de 1997 a 2007. 0% 20% 40% 60% 80% 100% BG039 BG041 BG043 BG047 BG049 BG044 BG045 Baixa Média Alta CT% Estações de Amostragem Figura 10 – Distribuição das faixas do CT (Contaminação por tóxicos) por estação de amostragem de 1997 a 2007. FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas Vale ressaltar também que todas as estações apresentaram contaminação Alta em pelo menos 2 anos, como pode ser observado na Tabela 21. Um dos fatores causadores disso pode ser devido aos teores elevados de níquel, cobre e chumbo registrados em algumas campanhas de monitoramento. A presença destes metais pode estar associada aos efluentes líquidos e resíduos sólidos de empresas do ramo têxtil, de fábricas de montagem de veículos automotores e de materiais plásticos sintéticos, principalmente localizados em Itajubá. A seguir apresentamos a Tabela 21 com os resultados médios do CT ano a ano, desde 1997 a 2007.
  • 98. Tabela 21 – Resultados da CT para as estações na bacia do Rio Sapucaí de 1997 a 2007 Contaminação por Tóxicos - CT Estação Corpo d’água Descrição 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 BG039 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da cidade de Itajubá. Média Alta Alta Alta Médio Baixa Média Alta Média Baixa Baixa BG041 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a jusante da cidade de Itajubá. Média Alta Alta Alta Baixa Média Baixa Alta Média Baixa Baixa BG043 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da foz do Rio Sapucaí - Mirim. Média Alta Alta Média Baixa Média Baixa Média Baixa Baixa Média BG047 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante da cidade de Careaçu.a montante da cidade de Pouso Alegre. Baixa Média Alta Alta Baixa Baixa Baixa Média Baixa Baixa Baixa BG049 Rio Sapucaí Rio Sapucaí a montante do Reservatório de Furnas. Baixa Alta Alta Alta Média Média Baixa Média Baixa Baixa Baixa BG044 Rio Sapucaí - Mirim Rio Sapucaí - Mirim a montante da cidade de Pouso Alegre Baixa Alta Alta Alta Méida Alta Média Média Baixa Baixa Baixa BG045 Rio Sapucaí - Mirim Rio Sapucaí - Mirim próximo de sua foz no rio Sapucaí. Baixa Alta Alta Alta Baixa Alta Baixa Média Baixa Baixa Baixa FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
  • 99. Avaliação Ambiental Foram identificadas as principais violações de parâmetros em relação aos limites legais nos pontos de amostragem da bacia do Rio Sapucaí. O Quadro 7 a seguir apresenta os principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação em 2007 e os parâmetros que tiveram as maiores violações no período de 1997 a 2007 para cada estação de amostragem, caracterizando o estado da qualidade das águas.
  • 100. Quadro 7 – Principais fatores de pressão associados aos indicadores de degradação em 2007 e os parâmetros que tiveram as maiores violações no período de 1997 a 2007 para cada estação de amostragem PRESSÃO ESTADO ESTAÇÃO CLASSE Fatores de Pressão Indicadores de degradação em 2007 Indicadores com o MAIOR nº de violações no período de 1997 a 2007. Rio Sapucaí BG039 2 Lançamento de esgoto sanitário; Agricultura; Erosão. Alumínio dissolvido, cor verdadeira, fósforo total, ferro dissolvido, manganês total, coliformes termotolerantes e turbidez. Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo total, coliformes termotolerantes, coliformes totais, manganês total, turbidez e óleos e graxas. BG041 2 Lançamento de esgoto sanitário, Agricultura, Erosão Assoreamento, Carga difusa. Alumínio dissolvido, fósforo total, ferro dissolvido, manganês total, coliformes termotolerantes. Alumínio total, alumínio dissolvido, coliformes totais, fósforo total, coliformes termotolerantes, manganês total, óleos e graxas e turbidez. BG043 2 Lançamento de esgoto sanitário, Agricultura, Carga difusa, Atividade mineraria, Erosão, Assoreamento Alumínio dissolvido, cobre dissolvido, ferro dissolvido, manganês total, fósforo total, e coliformes termotolerantes. Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo total, coliformes totais, coliformes termotolerantes, manganês total, fenóis totais e ferro dissolvido. BG047 2 Agricultura, Atividade mineraria, Lançamento de esgoto sanitário Alumínio dissolvido, clorofila-a, fósforo total, ferro dissolvido, manganês total, coliformes termotolerantes, óleos e graxas e turbidez. Alumínio total, alumínio dissolvido, clorofila- a, fósforo total, coliformes termotolerantes, coliformes totais, ferro dissolvido e manganês total.
  • 101. 101 PRESSÃO ESTADO ESTAÇÃO CLASSE Fatores de Pressão Indicadores de degradação em 2007 Indicadores com o MAIOR nº de violações no período de 1997 a 2007. BG049 2 Carga difusa, Agropecuária Erosão, Assoreamento Alumínio dissolvido, cor verdadeira, manganês total, fósforo total, ferro dissolvido e turbidez. Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo total, manganês total, coliformes termotolerantes, óleos e graxas e fenóis totais. Rio Sapucaí – Mirim BG044 2 Lançamento de esgoto sanitário, Atividade mineraria Erosão, Carga difusa, Assoreamento, Agricultura Alumínio dissolvido, coliformes termotolerantes, fósforo total e ferro dissolvido Alumínio total, alumínio dissolvido, fósforo total, coliformes termotolerantes, coliformes totais, ferro dissolvido, fenóis totais e óleos e graxas. BG045 2 Lançamento de esgoto sanitário, Carga difusa, Erosão Alumínio dissolvido, coliformes termotolerantes, fósforo total, óleos e graxas e ferro dissolvido Alumínio total, alumínio dissolvido, coliformes totais, coliformes termotolerantes, fósforo total, óleos e graxas e ferro dissolvido. FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas
  • 102. 102 6.3 Considerações Finais Numa análise geral, a qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí deve ser considerada como média a ruim, já que, analisando as series históricas de monitoramento, estas são as condições mais freqüentes identificadas. Os parâmetros que mais freqüentemente não atenderam à classe de enquadramento na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí foram: alumínio, fosfato total, coliformes fecais, índice de fenóis, cobre, manganês, coliformes temotolerantes, chumbo e turbidez. A contaminação por tóxicos foi considerada baixa (1ª campanha de 2009) e alta em dois pontos no ano de 2008. Os principais responsáveis por esta situação foram os parâmetros índice de fenóis, chumbo, cobre, zinco, mercúrio e cádmio. O pH das águas da cabeceira do Rio Sapucaí pode ser considerado baixo, tomando por base os padrões ambientais, conforme pode-se verificar nos resultados obtidos após a análise dos resultados de 1997 a 2007. Entretanto, vale considerar que este curso d’água drena área cujos solos são reconhecidamente ácidos. Sendo assim, os valores encontrados podem ser considerados normais. Essa suspeita é corroborada pelas elevadas concentrações de alumínio nas águas analisadas, esperadas apenas em cursos d’água drenantes de áreas de solos ácidos. A ocorrência de mercúrio nos Rios Sapucaí-Mirim e Sapucaí pode estar associada ao garimpo de ouro na região ou ao uso desse metal na agricultura, notadamente no tratamento do solo para a exploração da bataticultura ou cultivo de outras hortaliças. Como têm sido observadas altas concentrações em águas que drenam áreas exclusivamente agrícolas, pode-se suspeitar que os pesticidas sejam a principal fonte de mercúrio para as águas. A presença do chumbo, da mesma forma, pode estar associada à presença de chumbo em pesticidas de uso agrícola. Tanto o chumbo como o mercúrio são elementos extremamente tóxicos ao homem e à vida aquática. Já a presença de cádmio no Rio Sapucaí-Mirim parece estar mais associada à ocorrência de despejos industrias, uma vez que as maiores concentrações foram encontradas a jusante de Pouso Alegre (BG045), cidade de grande parque industrial, incluindo-se indústrias metalúrgicas. Para melhorar a análise das qualidades das águas da bacia do Rio Sapucaí é necessário a instalação de pelo menos mais 04 estações de amostragem, sendo 01 no Rio Lourenço Velho, após a cidade de Maria da Fé, 01 no Rio Itaim(na cidade de Estiva), 01 no Ribeirão Vargem Grande e 01 no Rio Turvo (em Natércia), por se tratarem de cursos d’agua importantes para a bacia.
  • 103. 103 7. DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL 7.1 Caracterização Demográfica Os 51 municípios que integram a bacia hidrográfica do rio Sapucaí possuem juntos 770. 491 habitantes. Este total corresponde à população residente, estimada pelo IBGE a partir da contagem populacional 20075 . A população residente é uma projeção realizada com base na população recenseada em domicílios particulares permanentes (domicílios entrevistados) de forma a compensar os domicílios fechados. Os dados populacionais por situação de domicílio (urbana ou rural) consideram a população recenseada, motivo pelo qual a soma das parcelas urbana e rural é inferior à somatória da população residente. O grau de urbanização do conjunto dos municípios mineiros pertencentes à bacia do Sapucaí é alto (76,1%), semelhante ao do estado de Minas Gerais (76,8%), embora inferior ao índice apresentado pela macrorregião Sul/Sudoeste (80,2%), conforme descrito na Tabela 22. A taxa média de urbanização supera 70% em todos os trechos da bacia, chega 85,2 % na vertente paulista. Tabela 22 – Caracterização da população residente por trecho da GD5 - São Paulo e Minas Gerais - 2007 PopulaçãoUnidade da Federação, Mesorregião Geográfica e trecho da GD5 Nº. de muni- cípios Total * Urbana** Rural** Taxa de urbani- zação Densidade demográ- fica (hab/km 2 ) Minas Gerais 853 12.513.830 9.613.348 2.900.482 76,8 32,9 Sul/Sudoeste de Minas 134 2.331.237 1.868.873 462.364 80,6 46,9 Trechos da GD5 Alto Sapucaí 21 284.980 211.587 71.520 74,2 71,5 Vertente mineira 18 223.217 158.984 62.972 71,2 65,1 Vertente paulista 3 61.763 52.603 8.548 85,2 89,8 Médio Sapucaí 21 347.147 268.141 76.692 77,2 64,1 Baixo Sapucaí 9 138.364 106.438 31.267 76,9 43,3 Total 51 770.491 586.166 179.479 76,1 58,4 * População residente estimada. ** População recenseada em domicílios particulares permanentes. FONTE: IBGE, Contagem da população, 2007 5 A Contagem da População realizada pelo IBGE em 2007 incluiu municípios com população até 170 mil habitantes.
  • 104. 104 Porém, nem toda essa população reside na área de drenagem da bacia. A divisão político administrativa segue critérios que não coincidem com a delimitação das vertentes hidrográficas, como é sabido. Do conjunto de 51 municípios integrantes da bacia hidrográfica do rio Sapucaí, 31 (cerca de 61 %) têm a totalidade de seu território e, portanto, de sua população residindo na bacia. Os demais municípios (19 deles) têm apenas parcela de sua área territorial na GD5, sendo que 12 (23,5 %) têm nela sua sede administrativa urbana e 8 (15,7 %) apenas parte de seu território rural (Tabela 23). Tabela 23 – Municípios que compõem os trechos Alto, Médio e Baixo da bacia hidrográfica do rio Sapucaí (GD5) e forma de inserção (total ou parcial) Com área PARCIAL na GD5 Número/ Total Municípios Com área TOTAL na bacia Sede adminstrativa na GD5 Sede fora da GD5 21 Alto Sapucaí 17 2 2 Vertente mineira 14 2 2 1 Brasópolis Brasópolis 2 Conceição das Pedras Conceição das Pedras 3 Conceição dos Ouros Conceição dos Ouros 4 Consolação Consolação 5 Delfim Moreira Delfim Moreira 6 Gonçalves Gonçalves 7 Itajubá Itajubá 8 Maria da Fé Maria da Fé 9 Marmelópolis Marmelópolis 10 Paraisópolis Paraisópolis Passa Quatro 11 Passa Quatro 12 Pedralva Pedralva 13 Piranguçu Piranguçu 14 Piranguinho Piranguinho 15 São José do Alegre São José do Alegre 16 Sapucaí - Mirim Sapucaí - Mirim 17 Virgínia Virgínia 18 Wenceslau Brás Wenceslau Brás Vertente paulista 3 0 0 19 Campos do Jordão Campos do Jordão 20 Santo Antônio do Pinhal Santo Antônio do Pinhal 21 São Bento do Sapucaí São Bento do Sapucaí
  • 105. 105 Com área PARCIAL na GD5 Número/ Total Municípios Com área TOTAL na bacia Sede adminstrativa na GD5 Sede fora da GD5 21 Médio Sapucaí 11 6 4 1 Borda da Mata Borda da Mata 2 Cachoeira de Minas Cachoeira de Minas 3 Camanducaia Camanducaia 4 Cambuí Cambuí 5 Careaçu Careaçu 6 Congonhal Congonhal 7 Córrego do Bom Jesus Córrego do Bom Jesus 8 Espírito Santo do Dourado Espírito Santo do Dourado 9 Estiva Estiva 10 Heliodora Heliodora 11 Lambari Lambari 12 Munhoz Munhoz 13 Natércia Natércia 14 Ouro Fino Ouro Fino 15 Pouso Alegre Pouso Alegre 16 Santa Rita do Sapucaí Santa Rita do Sapucaí 17 São João da Mata São João da Mata 18 São Sebastião da Bela Vista São Sebastião da Bela Vista 19 Senador Amaral Senador Amaral 20 Senador José Bento Senador José Bento 21 Silvianópolis Silvianópolis 9 Baixo Sapucaí 3 4 2 1 Carvalhópolis Carvalhópolis 2 Cordislândia Cordislândia 3 Elói Mendes Elói Mendes 4 Machado Machado 5 Monsenhor Paulo Monsenhor Paulo 6 Paraguaçu Paraguaçu 7 Poço Fundo Poço Fundo 8 São Gonçalo do Sapucaí São Gonçalo do Sapucaí 9 Turvolândia Turvolândia 51 Total de municípios 31 12 8 FONTE: CBH Sapucaí, Vida Meio Ambiente
  • 106. 106 A observação da forma de inserção municipal na bacia é relevante dada à concentração da população nas áreas urbanas. Além disso, em alguns municípios a parcela de território rural inserida na área de drenagem do Rio Sapucaí é muito pequena. É o caso de municípios como Camanducaia (área predominantemente ocupada por pastagem), Munhoz (lavoura), Passa Quatro (floresta), Ouro Fino (agricultura), como pode ser observado na Tabela 24. Tabela 24 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com área parcial e sede administrativa fora da GD5 – 2007 População Municípios Total Urbana Rural Taxa de urbanização Densidade demográfica Alto Sapucaí Passa Quatro 15.285 11.632 3.593 76,4 55,3 Virgínia 8.351 3.547 4.759 42,7 25,6 Médio Sapucaí Camanducaia 19.708 14.086 5.292 72,7 37,4 Lambari 18.547 13.516 4.926 73,3 87,0 Munhoz 6.298 3.489 2.798 55,5 33,0 Ouro Fino 31.154 21.914 8.989 70,9 58,4 Baixo Sapucaí Machado 37.567 30.276 7.096 81,0 64,4 Poço Fundo 15.350 9.076 6.182 59,5 32,4 *População total estimada ** Uso do solo predominante no trecho do município pertencente à GD5, conforme Mapa de Uso e ocupação do Solo. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Contagem da população 2007 7.1.1 Distribuição espacial da população Predominam na bacia municípios de pequeno porte, 82,4% deles têm até 20.000 habitantes (Gráfico 7). Municípios de pequeno porte, em geral, tendem a possuir estruturas institucionais e normativas menos complexas, como atestam dados do IBGE, relativos, por exemplo, à existência de instrumentos de política e legislação urbana (que será objeto de análise em outro item).
  • 107. 107 Classes de tamanho da população dos 51 municípios da bacia do Rio Sapucaí - 2007 30% 25% 27% 14% 2% 2% Até 5 000 habitantes De 5 001 a 10 000 De 10 001 a 20 000 De 20 001 a 50 000 De 50 001 a 100 000 De 100 001 a 500 000 Gráfico 7 – Distribuição percentual dos municípios da GD5 por classes de tamanho da população FONTE: IBGE, Contagem da população 2007 Os dois menores municípios localizam-se em Minas Gerais e possuem menos de 2.000 habitantes: Consolação com 1.685 (no Alto Sapucaí) e Senador José Bento com 1.908 (no Médio Sapucaí). Na faixa entre 20 e 50 mil habitantes estão 13,7% do total, o que corresponde a sete municípios (Tabela 25). Tabela 25 – Classes de tamanho da população dos 51 municípios da GD5 Classes de tamanho Número de municípios % Até 5.000 habitantes 15 29,4 De 5.001 a 10.000 13 25,5 De 10.001 a 20.000 14 27,5 De 20.001 a 50.000 7 13,7 De 50.001 a 100.000 1 2,0 De 100.001 a 500.000 1 2,0 Mais de 500.000 0 0,0 Total 51 100,0 FONTE: IBGE, Contagem da população 2007 Existem apenas dois municípios de maior porte, ambos também em Minas, constituindo importantes pólos regionais: Pouso Alegre (Médio) e Itajubá (Alto). Pouso
  • 108. 108 Alegre é o maior município da bacia, com 119.649 habitantes e Itajubá o segundo com 86.210. A soma da população destes dois municípios representa um terço (33,3 %) da população total estimada residente na GD5 (618.276 habitantes). Na vertente paulista, o maior é Campos do Jordão com 44.688 moradores. No baixo curso do Rio Sapucaí o município mais populoso é Machado, com 37.567 habitantes e apenas território rural na bacia. Neste trecho o maior município com sede na bacia é Elói Mendes (24.091 habitantes). A Tabela 26 contém a lista dos municípios com sede administrativa na área de drenagem da GD5 indicando sua população total, por situação de domicílio (urbana e rural), a taxa de urbanização e densidade demográfica (IBGE, Contagem da população, 2007). Tabela 26 – Indicadores demográficos - municípios mineiros com sede administrativa na bacia – 2007 População recenseada Nº Municípios Total Urbana Rural Taxa de urbanização Densidade demográfica (hab/km 2 ) Minas Gerais 12.513.830 --- --- 76,82 32,9 Sul/Sudoeste de Minas 2.331.237 --- --- 80,17 Alto Sapucaí 1 Brasópolis 14.452 7.637 6.693 53,3 40,0 2 Conceição das Pedras 2.726 1.384 1.326 51,1 26,8 3 Conceição dos Ouros 10.204 7.598 2.536 75 55,9 4 Consolação 1.695 904 781 53,6 19,7 5 Delfim Moreira 7.834 2.664 5.112 34,3 19,2 6 Gonçalves 4.270 1.084 3.183 25,4 22,8 7 Itajubá 86.673 79.003 7.207 91,6 298,4 8 Maria da Fé 14.249 7.827 6.355 55,2 69,9 9 Marmelópolis 3.100 1.628 1.455 52,8 28,7 10 Paraisópolis 18.088 15.084 2.854 84,1 54,6 11 Pedralva 11.184 5.182 5.928 46,6 51,5 12 Piranguçu 5.113 1.676 3.385 33,1 24,8 13 Piranguinho 7.849 4.635 3.186 59,3 60,2 14 São José do Alegre 3.908 2.724 1.173 69,9 43,8 15 Sapucaí-Mirim 5.772 3.541 2.174 62 20,3 16 Wenceslau Brás 2.509 1.234 1.272 49,2 24,6 Médio Sapucaí 1 Borda da Mata 14.892 12.076 2.771 81,3 49,6 2 Cachoeira de Minas 10.820 6.589 4.177 61,2 35,4 3 Cambuí 25.010 19.933 4.946 80,1 103,0 4 Careaçu 6.029 4.497 1.481 75,2 33,3
  • 109. 109 População recenseada Nº Municípios Total Urbana Rural Taxa de urbanização Densidade demográfica (hab/km 2 ) 5 Congonhal 9.692 7.061 2.566 73,3 47,1 6 Córrego do Bom Jesus 3.724 1.381 2.322 37,3 30,2 7 Espírito Santo do Dourado 4.293 1.655 2.635 38,6 16,3 8 Estiva 10.920 4.712 6.191 43,2 44,5 9 Heliodora 6.005 4.388 1.570 73,6 39,0 10 Natércia 4.623 2.828 1.750 61,8 24,3 11 Pouso Alegre 120.467 109.880 9.769 91,8 221,5 12 Santa Rita do Sapucaí 34.246 28.807 5.183 84,8 97,6 13 São João da Mata 2.858 1.713 1.140 60 23,7 14 São Sebastião da Bela Vista 4.884 2.560 2.308 52,6 29,3 15 Senador Amaral 5.051 2.986 2.063 59,1 33,4 16 Senador José Bento 1.908 684 1.224 35,8 20,2 17 Silvianópolis 6.018 3.386 2.591 56,7 19,3 Baixo Sapucaí 1 Carvalhópolis 3.234 2.296 923 71,3 40,1 2 Cordislândia 3.570 2.809 733 79,3 19,9 3 Elói Mendes 24.161 19.572 4.519 81,2 48,5 4 Monsenhor Paulo 7.391 5.453 1.927 73,9 34,1 5 Paraguaçu 19.603 15.749 3.780 80,6 46,1 6 São Gonçalo do Sapucaí 22.751 18.501 4.125 81,8 43,9 7 Turvolândia 4.737 2.706 1.982 57,7 21,4 --- Dados não disponíveis FONTE: IBGE, Contagem da população, 2007 e PNAD 7.1.2 Densidade demográfica A análise da densidade demográfica permite estabelecer uma relação mais clara entre área e população. O território sul mineiro como um todo possui alta densidade demográfica e o território da bacia hidrográfica idem. A densidade demográfica da bacia do Sapucaí, considerando qualquer um de seus trechos, é superior a do Estado (32,9 km²), variando entre 39 e 52,3 habitantes por km². Ela é também superior à da macrorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais, no caso dos trechos Alto e Médio Sapucaí, mais próximos a São Paulo e mais industrializados do que o baixo curso da bacia. A Tabela 27 traz uma visão comparativa da evolução da densidade demográfica e o Gráfico 8 permite visualizar sua progressão no tempo, em todos os trechos.
  • 110. 110 Tabela 27 – Evolução da densidade demográfica – 1970 - 2007 Densidade Demográfica (hab/km²) Municípios 1970 1980 1991 2000 2007 Minas Gerais 19,6 22,8 26,8 30,5 32,9 Sul/Sudoeste 33,4 39,3 45,0 46,9 Alto Sapucaí 40,7 40,9 46,3 51,5 52,3 Médio Sapucaí 32,2 35,0 42,1 49,0 51,6 Baixo Sapucaí 25,7 28,7 32,8 37,2 39,0 FONTE: IBGE, Censo Demográfico, 2000 e Contagem da População, 2007 Densidade demográfica 1970 - 2007 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 1970 1980 1991 2000 2007 Ano Hab/km2 Minas Gerais Alto Sapucaí Médio Sapucaí Baixo Sapucaí Gráfico 8 – Evolução da densidade demográfica FONTE: IBGE, Censos demográficos. Índice de desenvolvimento humano Na bacia, três municípios destacam-se pelo padrão de desenvolvimento humano - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O maior IDH-M pertence a Pouso Alegre (0,826), valor superior à média dos estados de Minas Gerais (0,773) e, mesmo, ao de São Paulo (0,82) que possui o terceiro maior IDH entre os Estados brasileiros (Tabela 28).
  • 111. 111 Tabela 28 – Índice de desenvolvimento Humano – 2000. Estados e municípios com maior IDH-M Município Índice de Desenvolvimento Humano Minas Gerais 0,773 São Paulo 0,82 Pouso Alegre (MG) 0,826 Campos do Jordão (SP) 0,82 Itajubá (MG) 0,815 FONTE: PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003 Os demais municípios da GD5 enquadram-se entre os considerados de médio desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,5 e 0,8) com valores que variam no limite mais alto da escala: de 0,703 (Consolação, em Minas Gerais) a 0,798 (Ouro Fino, também em Minas). Saúde Os municípios mineiros da GD5 estão vinculados a três Gerências Regionais de Saúde (GRS): Alfenas (4 municípios), Pouso Alegre (38 municípios) e Varginha (6 municípios). Pouso Alegre além de pólo macrorregional é sede de uma microrregião constituída por 34 municípios (Tabela 29), 23 deles pertencentes à GD5 (47,9% dos pertencentes à vertente mineira). O município é o único dos pólos de referência estadual sediado na bacia, oferecendo serviços ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade que atende a população além da microrregião. Tabela 29 – Inserção dos municípios da GD5 nas microrregiões de Saúde Municípios Proporção Microrregiões Total GD5 Do total dos municípios da microrregião Do total dos municípios da GD5 Alfenas / Machado 17 4 23,5 8,3 Itajubá 15 15 100 31,3 Pouso Alegre 34 23 67,6 47,9 São Lourenço / Caxambu 24 3 12,5 6,3 Varginha 4 3 75 6,3 FONTE: Plano Diretor de Regionalização de Minas Gerais Foram investigadas informações relativas às doenças de veiculação hídrica cuja transmissão é potencializada pelas enchentes que afetam diversos municípios da região, devido, entre outros fatores, à ocupação urbana nas várzeas inundáveis do rio Sapucaí. Entre as cidades mais afetadas estão Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre (Foto 15).
  • 112. 112 Foto 15 – Enchente em Pouso Alegre – fevereiro de 2009 A fonte de informação é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SIAN) alimentado por casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. Entre tais doenças estão a leptospirose e a hepatite, que possuem veiculação hídrica. A informação refere-se ao ano de 2007 e foi disponibilizada pela Gerência Regional de Saúde de Pouso Alegre, sob cuja responsabilidade estão 38 municípios, 79,2% dos municípios da vertente mineira da GD5 (Tabela 29). Turismo e lazer A atividade turística associada aos recursos hídricos acontece, principalmente, nos dois extremos da bacia hidrográfica. A beleza cênica e a abundância de água da Serra da Mantiqueira atraem turistas para os municípios do Alto Sapucaí, enquanto o Lago de Furnas constitui o atrativo da parte baixa da bacia, nos municípios de Elói Mendes e Paraguaçu. Em Paraguaçu, na localidade de Pontalete, existe uma praia artificial criada pela prefeitura. Existem ranchos de lazer às margens do Rio Sapucaí, ao longo de sua extensão. Em São Paulo, Campos do Jordão é reconhecida mundialmente como Estância Hidromineral, sendo sua água um dos principais atrativos para o turismo. O Circuito Serras Verdes do Sul de Minas abrange 16 municípios, metade deles com sede administrativa na bacia do Sapucaí: Cachoeira de Minas, Cambuí, Conceição dos Ouros, Consolação, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Gonçalves e Sapucaí-Mirim.
  • 113. 113 O circuito está organizado como personalidade jurídica através da Associação de mesmo nome. O Circuito Caminhos do Sul de Minas é formado por 12 municípios, 11 deles pertencentes à Bacia: Brasópolis, Conceição das Pedras, Itajubá, Maria da Fé, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí, São José do Alegre, Wenceslau Braz e Delfim Moreira. Em 2001, foi constituída a Agência de Desenvolvimento (Adectur) do Caminhos do Sul de Minas, com sede em Itajubá, objetivando estimular o desenvolvimento da atividade na região. 7.2 Diagnóstico dos Aspectos Econômicos A Macrorregião Sul de Minas está localizada a meio caminho entre São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, um dos motivos responsáveis para que ela seja considerada como uma das mais desenvolvidas do Estado, apresentando um índice de desenvolvimento compatível ao estado de São Paulo. Verifica-se a ocorrência de cidades de porte médio citando como exemplo Pouso Alegre, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí. 7.2.1 Atividades Econômicas Utilizou-se dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto), organizados pela FJP/CEI (Fundação João Pinheiro / Centro de Estatística e Informações) para o Estado (2006), Macrorregião e, Microrregiões e Municípios. Os dados sobre o PIB referem-se aos três principais setores da economia, enquanto que os dados sobre emprego formal podem ser obtidos para setores e subsetores. Quanto ao agrupamento de setores, para o PIB, o setor agropecuário refere-se ao setor primário, o setor industrial refere-se ao setor secundário e o de serviços ao setor terciário. PIB O Produto Interno Bruto (PIB) é caracterizado como um dos principais definidores da economia de um município, região, estado ou pais. Os dados que serão apresentados a seguir sobre o PIB referem-se aos três principais setores da economia: agropecuário, industrial e serviços. A Tabela 30 apresenta o PIB da microrregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí entre os períodos de 1985 e 1998.
  • 114. 114 Tabela 30 – Composição Setorial do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade Econômica das Microrreregiões de Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí – MG ITAJUBÁ POUSO ALEGRE SANTA RITA DO SAPUCAÍ Especificação 1985 1995 1998 1985 1995 1998 1985 1995 1998 PIB Agropecuário 15,5 14,0 10,5 16,0 11,5 10,0 43,3 35,5 24,5 PIB Industrial 23,8 34,2 41,8 33,8 52,6 55,9 16,4 20,5 37,2 PIB Serviços 60,7 51,8 47,7 50,2 35,9 34,1 40,3 44,0 38,3 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 FONTE: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI) De acordo com a Tabela 30, a microrregião de Itajubá apresenta no período analisado uma significativa queda no setor agropecuário e de serviços e um crescimento do setor industrial. As microrregiões de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí também apresentam o mesmo comportamento. Ë visível, portanto, o crescimento da participação do setor industrial na economia em detrimento dos demais setores. A microrregião de Pouso Alegre é aquela que, em 1998, apresentava o maior valor de PIB para o setor industrial, registrando um crescimento durante todo o período analisado. E é também a região que apresenta a maior queda no setor de serviços. O setor agropecuário sofre queda nas três microrregiões, durante o período analisado, mas a microrregião de Santa Rita do Sapucaí tem a maior queda. Em 1998 a microrregião de Santa Rita do Sapucaí apresentava um relativo equilíbrio dos três setores econômicos (agropecuário, industrial e serviços) em relação ao PIB total. A Tabela 31 apresenta o PIB dos municípios, microrregião mesorregião e Estado de Minas Gerais. Tabela 31 – Composição do Produto Interno Bruto Total Segundo Setores de Atividade Econômica para Municípios, Microrregiões, Mesorregião e Estado de Minas Gerais - 1998 Município PIB Agropecuário PIB Industrial PIB Serviços Total Microrregião Itajubá Brasópolis 28,9 15,9 55,2 100,0 Consolação 33,3 6,6 60,1 100,0 Delfim Moreira 34,0 11,7 54,3 100,0 Itajubá 1,0 56,2 42,8 100,0 Maria da Fé 32,9 8,9 58,2 100,0
  • 115. 115 Município PIB Agropecuário PIB Industrial PIB Serviços Total Marmelópolis 35,4 19,4 45,2 100,0 Paraisópolis 11,3 28,9 59,8 100,0 Piranguçu 26,3 7,8 65,9 100,0 Piranguinho 32,8 16,1 51,1 100,0 Wenceslau Braz 21,1 16,7 62,2 100,0 Total Microrregião 10,5 41,8 47,7 100,0 Microrregião Pouso Alegre Borda da Mata 23,9 18,6 57,5 100,0 Cambuí 4,6 30,8 64,6 100,0 Córrego do Bom Jesus 31,5 4,6 63,9 100,0 Estiva 15,4 17,6 67,0 100,0 Gonçalves 31,5 5,2 63,3 100,0 Pouso Alegre 1,6 68,8 29,6 100,0 Sapucaí-Mirim 16,1 20,2 63,7 100,0 Senador Amaral 55,7 6,0 38,3 100,0 Total Microrregião 10,0 55,9 34,1 100,0 Microrregião Santa Rita do Sapucaí Cachoeira de Minas 43,3 19,2 37,5 100,0 Conceição dos Ouros 30,3 31,0 38,7 100,0 Pedralva 53,4 5,8 40,8 100,0 Santa Rita do Sapucaí 6,8 64,5 28,7 100,0 São José do Alegre 16,2 12,0 71,8 100,0 Total Microrregião 24,5 37,2 38,3 100,0 Total Mesorregião 18,0 39,0 43,0 100,0 Total Minas Gerais 9,2 40,3 50,5 100,0 Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI) De acordo com a Tabela 31 percebe-se que no ano de 1998, na microrregião de Itajubá, com exceção da própria cidade, o setor de serviços tinha a maior participação no PIB, com participações acima todos os outros municípios o setor de serviços está na liderança em termos de participação, a maioria com proporções acima de 50% . Já em Itajubá o setor industrial é que liderava o PIB, o setor de serviços possuía uma participação inferior a 50% e o setor agropecuário contribui com apenas 1%. Ainda analisando a microrregião de Itajubá, nota-se que os municípios Brasópolis, Consolação, Delfim Moreira, Maria da Fé, Marmelópolis, Piranguçu e Piranguinho possuíam em 1998 uma significativa participação do setor agropecuário no PIB,
  • 116. 116 apresentando índices muito superiores aos da mesorregião e do Estado de Minas Gerais. Analisando os dados do PIB da microrregião de Pouso Alegre, observa-se uma forte expressão do setor industrial no município de Pouso Alegre, chegando a quase 70% de participação no índice, já o setor agropecuário contribui de forma inexpressiva para o PIB municipal. Apenas no municípios de Cambuí e Sapucaí - Mirim o setor industrial possui peso expressivo, mesmo estando abaixo do setor de serviços. O município Senador Amaral apresentava em 1998 uma grande participação do setor agropecuário no PIB. Cambuí, Córrego Bom Jesus, Estiva, Gonçalves e Sapucaí - Mirim destacam-se no setor de serviços. Analisando a microrregião de Santa Rita de Sapucaí, de acordo com a Tabela 30, observa-se que os municípios Cachoeira de Minas e Pedralva, em 1998, possuíam forte participação do setor agropecuário no PIB, Santa Rita do Sapucaí apresentava grande peso no setor industrial e o setor de serviços era predominante nos municípios de São José do Alegre e Conceição dos Ouros. A Tabela 32 demonstra os valores adicionados em reais em três setores da economia, dos municípios de São Paulo que integram a Bacia dão Rio Sapucaí e estão inseridos na microrregião de Campos do Jordão. Os valores adicionados são uma forma alternativa de se mensurar o valor do PIB. Tabela 32 – Valores adicionados em R$ Município Serviços Agropecuária Indústria Santo Antônio do Pinhal 1.055.479 17.809 249.484 São Bento do Sapucaí 1.055.183 75.587 1.859.518 Campos do Jordão 22.447.016 11.832 4.801.048 FONTE: SEADE, 2003 Indústria e Comércio A região do Sul de Minas Gerais vem-se constituindo uma das regiões com mais acentuado crescimento industrial no Estado. A região é a que mais se beneficiou do movimento combinado de polarização e da dispersão da Área Metropolitana de São Paulo. As várias microrregiões de crescimento, que fazem parte do Sul de Minas (Pouso Alegre, Itajubá, São Lourenço, Três Corações, Guaxupé, Extrema e Paraisópolis),
  • 117. 117 constitui-se numa rede de cidades próximas e integradas, que apresentam um dos mais expressivos crescimentos relativos da indústria em Minas Gerais nos últimos anos. Segundo o IBGE (2004), o emprego industrial da região do Alto e Médio Sapucaí subiu de 6.064 em 1970, para 99.004 em 2004. Isto se deve a implantação de pequenas e médias empresas (eletrônica, bélica, peças e componentes automotivos, metalúrgica, alimentos, etc.). A boa infra-estrutura urbana, a sua proximidade à Área Metropolitana de São Paulo e da sua posição estratégica em relação a Belo Horizonte e Rio de Janeiro, beneficia a região para o desenvolvimento da atividade Industrial. Uma prova disto são os investimentos previstos por alguns setores industriais na região do Sul de Minas. Outro fator que contribui para o crescimento da atividade industrial foi a relocalização de empresas da Grande São Paulo. Estas encontraram no Sul de Minas uma boa opção locacional, de fácil acesso à metrópole e com grande disponibilidade de mão- de-obra, atraindo várias indústrias. Além disso, a Cidade de Pouso Alegre – cidade de maior crescimento na Região Sul nos últimos vinte anos – conta com um comércio bem equipado e diversificado, assim como um setor de saúde e educação em expansão, favorecendo uma crescente concentração industrial. Vale a pena ressaltar também que a duplicação da Rodovia Fernão Dias sinaliza para uma onda reforçada de crescimento econômico para a região como um todo. Do ponto de vista industrial, a Rota Tecnológica tem como referência a BR-459 que vai de Poços de Caldas a Resende, no Estado do Rio de Janeiro e é conhecida como o Pólo de Telecomunicações e Microeletrônica. A BR-459 liga centros geradores de empresas de base tecnológica tendo como principais âncoras a Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI - e o Instituto Nacional de Telecomunicações – INATEL – de Santa Rita do Sapucaí. O comércio é importante fonte de arrecadação de impostos para as contas públicas, participa na geração de renda e de postos de trabalho e define eixos de circulação, de valorização e desvalorização imobiliária. Os principais geradores de empregos na região são as atividades comerciais e os serviços de reparos. De certa forma a região apresenta uma economia, diversificada. Contudo, um setor de atividade expressiva é o de alojamento e alimentação, dando suporte à atividade turística, uma das mais importantes do Estado. A presença de vários restaurantes, hotéis, pensões e similares, vem desempenhando um papel de
  • 118. 118 suma importância social e econômica, não só pela geração de novos empregos, mas também pelo incremento das receitas municipais. Setor Industrial de Santa Rita do Sapucaí O município de Santa Rita do Sapucaí é considerado um pólo de desenvolvimento do setor eletrônico brasileiro. A grande concentração de indústrias do ramo eletrônico nessa região é característica da nova estrutura, formada a partir da reestruturação do complexo eletrônico no país. Como mostra a Tabela 33, Santa Rita do Sapucaí está entre as 11 cidades com grande participação nas atividades eletrônicas e a única cidade de Minas Gerais que se enquadra na concepção de ALP. Tabela 33 – Clusters do Complexo Eletrônico - 2000 Município Renda Per Capita (R$) População PIB R$ milhões Barueri (SP) 494 208.281 103 Campinas (SP) 615 969.396 596 Curitiba (PR) 620 1.587.315 9984 Diadema (SP) 292 357.064 104 Garulhos (SP) 244 1.072.717 369 Manaus (AM) 262 1.405.835 364 Porto Alegre (RS) 710 1.360.590 966 Município Renda Per Capita (R$) População PIB R$ milhões Santa Rita do Sapucaí (MG) 315 31.264 10 São Bernardo do Campo (SP) 505 703.177 355 São José dos Campos (SP) 470 539.313 253 São Paulo (SP) 610 10.434.252 6365 FONTE: Albuquerque e Britto (2000) e PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003 Santa Rita do Sapucaí é caracterizado por empresas de pequeno porte e capital nacional, com escala de produção pequena. A grande maioria se enquadra como microempresa, não existindo nenhuma empresa de grande porte. Os Arranjos Produtivos Locais são geralmente altamente especializados, mas Santa Rita do Sapucaí diferente dessa realidade, não possui uma área de mercado definida, possui uma diversidade maior de mercados, sendo, segundo dados do Instituto Euvaldo Lodi (IEL - FIEMG) o de Telecomunicações o segundo maior mercado e o de automação o terceiro.
  • 119. 119 Transporte A localização dos municípios que compõem a bacia favorece economicamente a região, sob os seguintes aspectos: Localização privilegiada em relação às regiões metropolitanas de Belo Horizonte e São Paulo, devido à proximidade da BR-381; Favorecimento em relação ao desenvolvimento do potencial turístico envolvendo recursos naturais. As distâncias da capital do Estado e cidades–pólo próximas a algumas cidades da bacia podem ser visualizados na Tabela 34. Tabela 34 – Distâncias rodoviárias entre alguns municípios da bacia e principais centros nacionais Distancias (km) Município Belo Horizonte São Paulo Rio de Janeiro Borda da Mata 412 176 368 Brasópolis 392 188 296 Cambuí 438 141 347 Carvalhópolis 337 251 352 Congonhal 390 197 357 Consolação 422 157 332 Delfim Moreira 377 213 256 Estiva 419 161 345 Itajubá 445 205 279 Machado 335 261 367 Maria da Fé 359 223 274 Natércia 370 231 298 Paraguaçu 345 284 355 Pouso Alegre 390 192 342 Santa Rita do Sapucaí 405 204 314 Sapucaí-Mirim 448 150 307 Silvianópolis 419 222 339 Turvolândia 357 242 341 Virgínia 393 245 240 FONTE: DER, 2009. As principais rodovias que cortam a bacia do Rio Sapucaí são: BR 381: Belo Horizonte – São Paulo: BR 459: Poços de Caldas/MG – Lorena/SP BR 491: Atravessa cidades importantes da região como Alfenas, Paraguaçu, Eloi Mendes e Varginha; MG 179: considerada uma rodovia longitudinal. Ela começa em Pouso Alegre e termina na cidade de Alfenas;
  • 120. 120 MG 295: considerada uma rodovia transversa, liga as cidades de Cambuí e Itajubá (BR 459); Sobre as empresas de transporte que atendem a região podemos citar: Expresso Gardênia Ltda.; Empresa Gontijo de Transportes Ltda.; Viação Santa Cruz; Viação Santa Terezinha; Viação Cambuí; Viação Bragança
  • 121. 121 8. SANEAMENTO AMBIENTAL Para caracterização da situação de saneamento ambiental foram utilizados dados primários recolhidos junto aos prestadores de serviço nos municípios e secundários disponibilizados pelos Ministério da Saúde e Ministério das Cidades. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2007) em seu Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto traz informações referentes à situação do saneamento em todo país. O último relatório disponível (dezembro 2007) tem como base dados de 2006. As informações são solicitadas aos agentes municipais e regionais prestadores de serviços abastecimento de água e de esgotamento sanitário e os indicadores calculados com base nessas informações, após checagem de sua consistência. No caso de Minas Gerais há 33 municípios da bacia inclusos na pesquisa (representando 68,8% dos municípios da porção mineira), sendo que destes 5 possuem sede urbana em outras bacias hidrográficas. Considerando que os serviços de água e esgoto concentram-se nas áreas urbanas, estes cinco serão deixados de fora da análise uma vez que não utilizam água proveniente da GD5 nem despejam efluentes urbanos nela. Dessa forma, a análise a seguir abrange 31 municípios (60,8% dos municípios da GD5), sendo 28 mineiros (Tabela 35) – Anexo F. Tabela 35 – Proporção de municípios da GD5 cujos dados foram disponibilizados para o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto -2006 Informação disponível Trechos / Vertente Municípios com sede urbana bacia Número de municípios Percentual por segmento da bacia Total de municípios Alto Sapucaí 19 14 73,7 21 Mineira 16 11 68,8 18 Paulista 3 3 100 3 Médio Sapucaí 18 11 64,7 21 Baixo Sapucaí 8 6 85,7 10 Total de municípios 31 31 51 Fonte: SNIS, Vida Meio Ambiente Foi utilizado também o Relatório de Análise - água bruta – produzido pela COPASA regional Itajubá, para o Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) Sapucaí, em 2005 e informações coletadas junto à COPASA e às prefeituras municipais pela equipe da Vida Meio Ambiente
  • 122. 122 8.1 Abastecimento de Água Conforme mostra a Figura 11 (mapa relativo às concessionárias de água), a COPASA administra os serviços de água da maior parte dos municípios, possuindo concessão em 29 sedes municipais compreendidas na bacia, 56,8% do total. As prefeituras municipais através dos SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) atendem a 37,3% dos municípios. Paraguaçu, no Baixo Sapucaí, é atendido pela Concessionária de Saneamento Básico Ltda. (COSÁGUA), uma concessionária privada. A forma de tratamento de água mais aplicada é a convencional (floculação, decantação, filtração, cloração e fluoretação), utilizada em 70% da bacia. A captação é superficial na maioria dos casos. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP é a concessionária de abastecimento público nos três municípios da bacia pertencentes ao estado de São Paulo: Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí. .
  • 123. 123 Figura 11 – Concessionárias de Água na Bacia do Rio SAPUCAÍ FONTE: COPASA e SAAE’s, 2009
  • 124. 124 O índice de atendimento do serviço de abastecimento de água, na média de toda a bacia é de 71,1 % para a população total e de 97 % considerando apenas a população urbana. O consumo médio per capita é de 135 litros por habitante / dia (l / hab. dia). A média de consumo per capita na região sudeste, considerando os prestadores de serviço de âmbito regional é 165,7 l / hab. dia. A média para as prestadoras estaduais COPASA e SAPESP é, respectivamente, 131,3 e 164,9 l / hab. dia. O município da bacia com maior consumo per capita é Paraisópolis (301,4 l / hab. dia). Paraisópolis possui também o menor índice de hidrometração: 36,5 %. Na vertente paulista o maior consumo per capita pertence a Campos do Jordão: 256,8 l / hab. dia, com 100% de hidrometração – Tabela 36. Tabela 36 – Indicadores do serviço de abastecimento de água, por trecho da GD5 - 2006 Índice de atendimento Total de água Índice de atendimento Urbano de água Consumo médio per capita de água Participação de economias residenciais no total de economias ativas de água Volume de água produzido Índice de perdas na distribuiçã o Porção da GD5 % % l / hab. dia % 1000m3/an o % Alto Sapucaí 68,1 91,8 167,0 88,9 16.738 28,9 Vertente Mineira 71,7 99,7 142,2 89 10.841 26,1 Vertente Paulista 54,54 83,9 191,9 88,7 5.897 31,7 Médio Sapucaí 69,1 100,0 109,3 90,5 14.442 25,2 Baixo Sapucaí 76,2 99,1 129,4 91,6 5.136 18,7 Média geral 71,1 97,0 135,2 90,3 36.315 24,3 Fonte: SNIS, Vida Meio Ambiente 8.2 Esgotamento sanitário Em relação à coleta de esgotos e ao tratamento do mesmo a situação na bacia ainda deixa muito a desejar, apesar dos indicadores estarem melhorando década após década. A base de dados disponível para a totalidade dos municípios ainda não foi atualizada com os dados da contagem populacional 2007. O perfil municipal elaborado pelo Ministério da Saúde (MS/ Datasus) atualizado em fevereiro 2009, utiliza indicadores de saneamento dos últimos censos (1991 e 2000). Os dados relativos ao percentual de moradores por tipo de instalação sanitária revelam uma ampliação do atendimento. Na média geral da bacia o percentual de moradores atendidos por rede
  • 125. 125 geral de esgoto (ou rede pluvial) aumentou de 48%, em 1991 para 60,4%, no anos 2000 (Tabela 37). Tabela 37 – Proporção de moradores atendidos por rede geral de esgoto – Trechos da GD5 Percentual de moradores por tipo de instalação sanitária: rede geral de esgoto ou pluvial Trecho da GD5 1991 2000 Baixo Sapucaí 53,6 69,7 Médio Sapucaí 49,2 60,4 Alto Sapucaí 41,4 51,2 Percentual médio 48,0 60,4 FONTE: Datasus/ Censos Demográficos Alguns municípios pequenos, como Gonçalves e Senador José Bento, tinham um grau baixo de cobertura de rede de esgoto em 2000 , respectivamente 26 % e 28,7 %. Vários municípios antes de pensar a possibilidade de tratamento de esgoto precisam investir na estruturação do sistema de coleta. O mesmo ocorre em municípios maiores e/ou com mais recursos financeiros, como Itajubá, Pouso Alegre e Campos do Jordão precisam ampliar a rede de coleta. Dos 49 municípios mineiros da bacia, apenas Cambuí (2 bairros), Gonçalves, Pedralva e Paraguaçu possuem estação de tratamento de Esgotos. A COPASA está em fase de projeto ou construção de estações de tratamento de esgoto em 7 municípios: Borda da Mata, Camanducaia, Conceição das Pedras, Congonhal, Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí. A Figura 12 apresenta a situação dos municípios em relação à presença de estação de tratamento de esgoto. Dos três municípios paulista que compõem a bacia, Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí, apenas Santo Antônio do Pinhal apresenta tratamento de esgoto. Como a região do Estado de São Paulo que pertence à bacia é utilizada para o turismo, a população flutuante atrelada ao turismo gera demandas sazonais de água atipicamente elevadas, resíduos sólidos e esgotos, que somados à expansão imobiliária (loteamentos, chácaras etc.), acarretam em potencial degradação ambiental nessa região e interfere na qualidade ambiental da bacia do Rio Sapucaí.
  • 126. 126 Figura 12 – Concessionárias de esgoto na Bacia do Rio SAPUCAÍ FONTE: COPASA, SABESP e SAAE’s, 2009
  • 127. 138 8.3 Resíduos Sólidos Na gestão de resíduos sólidos pode ser verificado um avanço nos últimos anos, derivados da política de gestão ambiental do estado que tem cobrado das prefeituras a disposição adequada do lixo. O Programa Minas Sem Lixões tem como metas, até 2011, o fim de 80% dos lixões no Estado e a disposição final adequada de 60% dos resíduos sólidos urbanos gerados em Minas em sistemas tecnicamente adequados, devidamente licenciados pelo Copam. Como registra um diagnóstico anterior (COPASA, 2001) identifica a presença de lixões em vários municípios, como, quais posteriormente substituídos por aterros controlados, como em Cachoeira de Minas, Estiva, Gonçalves, Maria da Fé e São José do Alegre, (Tabela 38). Tabela 38 – Gestão de resíduos sólidos Destinação de resíduos sólidos urbanos Municípios Lixão Aterro Controlado Aterro Sanitário Usina de triagem e Compostagem (UTC) Índice de coleta de lixo Volume (ton./dia) Baixo Sapucaí 4 2 0 1 Carvalhópolis 1 Cordislândia 1 Elói Mendes 1 Monsenhor Paulo 1 Paraguaçu 1 São Gonçalo do Sapucaí 1 Turvolândia 1 Médio Sapucaí 9 6 0 2 Borda da Mata 1 Cachoeira de Minas 1 90% 4,5 Cambuí 1 100% Careaçu 1 Congonhal 1 Córrego do Bom Jesus 1 100% Espírito Santo do Dourado 1 Estiva 1 100% Heliodora 1 Natércia 1 Pouso Alegre 1 100%
  • 128. 139 Destinação de resíduos sólidos urbanos Municípios Lixão Aterro Controlado Aterro Sanitário Usina de triagem e Compostagem (UTC) Índice de coleta de lixo Volume (ton./dia) Santa Rita do Sapucaí 1 100% 25 São João da Mata 1 São Sebastião da Bela Vista 1 Senador Amaral 1 Senador José Bento 1 Silvianópolis 1 Alto Sapucaí 6 11 0 0 Brasópolis 1 5,5 Conceição das Pedras 1 1,5 Conceição dos Ouros 1 100% 10 Consolação 1 100% Delfim Moreira 1 100% 1,3 Gonçalves 1 100% Itajubá 1 100% 63 Maria da Fé 1 100% 11 Marmelópolis 1 95% 0,5 Paraisópolis 1 100% 10,6 Pedralva 1 100% 4,2 Piranguçu 1 95% 1 Piranguinho 1 100% 3 São José do Alegre 1 100% 1,6 Sapucaí-Mirim 1 100% 7 Wenceslau Braz 1 100% 0,8 Vertente Mineira 6 10 Vertente Paulista Campos do Jordão* Santo Antônio do Pinhal 1 São Bento do Sapucaí* Fonte: Minas Sem Lixões, COPASA.
  • 129. 140 9. LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES SOBRE OUTORGA NA BACIA DO RIO SAPUCAÍ Para compreender as informações apresentadas neste capítulo, é necessário entender o significado dos usos da água encontrados na bacia. As informações foram repassadas por IGAM e ANA. Abastecimento Público: captação de água utilizada para o abastecimento de cidades, vilas e distritos. Normalmente solicitadas por empresa de distribuição de água, como por exemplo a COPASA. Consumo humano: captação de água destinada ao consumo humano em pequenas quantidades. Aquicultura: captação de água para utilização no cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios e plantas aquáticas para uso do homem. Consumo agroindustrial: captação de água destinadas a empresa que utilizam a água na plantação e na indústria de beneficiamento. No procedimento de concessão de outorgas, a ANA desconsidera o termo Agroindústria e concede duas outorgas: uma para a utilização de água na lavoura, por exemplo, e outra para o processo produtivo industrial. Consumo industrial: captação de água destinada a indústria, utilizada no processo produtivo. Consumo industrial e humano: captação de água destinada ao processo produtivo da indústria e ao consumo dos funcionários. Dessedentação de animais: captação de água utilizada na criação de animais. Irrigação: captação de água destinada a irrigação de plantações. Paisagismo: captação de água utilizada para manutenção do paisagismo em parques e praças Geração de energia: captação de água destinada a produção de energia. Exemplo: Hidrelétricas Lava jato: captação de água destinada a lavagem de veículos Aspersão de vias: captação de água destinada a aspersão de vias. Mineração e Extração Mineral: captação de água destinada a mineração. Os termos extração mineral e mineração, teoricamente, possuem o mesmo
  • 130. 141 significado. Contudo, para a ANA, o termo extração mineral é mais empregado para identificar os números pedidos de lavra para extração de areia. Por isso, adotou-se o costume de utilizar o termo extração mineral para a exploração de recursos superficiais e de mineração para aqueles de maior profundidade. Neste levantamento de usos da água na bacia hidrográfica do rio Sapucaí consideramos as seguintes definições, de acordo com a Gerência de Cobrança pelos Usos da água do IGAM: Uso consuntivo: definido como aquele no qual há perda entre o que é derivado e o que retorna ao curso de água. São eles: Abastecimento Público, aqüicultura, consumo agroindustrial, consumo industrial, dessedentação de animais, irrigação, mineração, lavagem de veículos e aspersão de vias. Uso não-consuntivo: definido como aquele no qual não há perda entre o que é derivado e o que retorna ao curso de água. São eles: extração mineral, paisagismo, transposição de corpo de água e geração de energia. 9.1 Campanha de Regularização do Uso da Água A Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas Gerais – “ÁGUA: FAÇA O USO LEGAL” teve como objetivo informar e facilitar o acesso aos meios de regularização do uso da água, além de levantar dados sobre a utilização dos recursos hídricos no Estado. A Campanha foi voltada para todas as pessoas que realizam intervenção em recursos hídricos, sejam águas superficiais ou subterrâneas, como água de poços artesianos, lagos, rios, córregos e ribeirões. De acordo com a Assessora da Diretoria de Monitoramento e Fiscalização Ambiental – DMFA do IGAM, responsável pela compilação dos dados da campanha, e considerando os cadastros recebidos até Setembro de 2009, foram realizados 20.245 (vinte mil duzentos e quarenta e cinco) cadastros, nos município da bacia do Rio Sapucaí (Anexo H – Cadastro da Campanha de Regularização). Dos cadastros realizados, 49,50% referem-se a consumo humano (Gráfico 9). Um detalhe interessante que pode se observado analisando a Tabela do Anexo G é a presença do uso piscicultura6 em todos os municípios. 6 ramo da aqüicultura, que se preocupa com o cultivo de peixes, bem como de outros organismos aquáticos
  • 131. 142 Gráfico 9 – Campanha Uso Legal – GD5 – Finalidades de Uso FONTE: IGAM – Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas Gerais/2009. 9.2 Outorgas Significantes de mananciais Superficiais A partir dos dados fornecidos pelo IGAM em sua página eletrônica na Internet, pela ANA e pela COPASA, estabeleceu-se a relação de outorgas concedidas de 1993 até junho de 2009 na bacia do Rio Sapucaí. Os dados da COPASA foram utilizados para complementar os resultados, uma vez que se identificou que várias outorgas da COPASA não apareciam nas listagens disponibilizadas pelo IGAM. Buscou-se também, uma consulta direta ao banco de dados do IGAM, mas até a finalização deste trabalho nenhuma informação havia sido repassada. No total, foram concedidas na bacia do rio Sapucaí 166 (cento e sessenta e sei) outorgas para uso de recursos hídricos superficiais, sendo 154 de uso consuntivo (onde há perdas entre o que retorna ao curso natural) e 12 outorgas de uso não consuntivo (não há perdas) – Anexo H (Mapa dos Usos da Água). A Tabela 39 e Gráfico 10 mostram o número de outorgas e a porcentagem relativa a cada uso na bacia.
  • 132. 143 Tabela 39 – Outorgas Superficiais significativas concedidas na bacia do Rio Sapucaí N°de outorgas Vazão USO Número Porcentagem m³/s Porcentagem Abastecimento Público 52 31,33% 2,5074 77,11% Aqüicultura 8 4,82% 0,0099 0,30% Consumo Agroindustrial 6 3,61% 0,1004 3,09% Consumo Industrial 21 12,65% 0,1519 4,67% Mineração 30 18,07% 0,1760 5,41% Dessedentação de animais 2 1,20% 0,0001 0,03% Irrigação 32 19,28% 0,3011 9,26% Outros 3 1,81% 0,0051 0,16% Extração mineral 4 2,41% 0,0000 0 Paisagismo 1 0,60% 0,0000 0 Transposição de corpo de água 6 3,61% 0,0000 0 Geração de energia 1 0,60% 0,0000 0 TOTAL* 166 100% 3,25 100% FONTE: IGAM 2009, COPASA 2009 e ANA 2008. Gráfico 10 – Outorgas Superficiais na bacia do Rio Sapucaí (numero de outorgas) FONTE: IGAM 2009, COPASA 2009 e ANA 2008.
  • 133. 144 É importante lembrar que optou-se por trabalhar com todas outorgas existentes na bacia: as vencidas e as vigentes. Isso porque a tendência é que as outorgas vencidas sejam renovadas. De acordo com a Tabela 39 e Gráfico 10 os principais usos na bacia do Rio Sapucaí, de acordo com o número de outorgas são Abastecimento Público, Irrigação, Mineração e Consumo Industrial. 9.2.1 Outorgas Significantes de Mananciais Superficiais por Ponto Notável Os pontos notáveis selecionados foram em exutórios de sub-bacias dos principais afluentes da bacia e em pontos ao longo do rio Sapucaí, seguindo uma ordem cronológica partindo do Alto Sapucaí até a foz da bacia e foram utilizados no estudo de disponibilidade e Balanço Hídrico. As outorgas de mananciais superficiais de uso consuntivo foram distribuídas de acordo com os pontos notáveis, como pode ser visto na Tabela 40. As outorgas levantadas no sítio do IGAM e ANA serviram de apoio para somar as demandas outorgadas à montante de cada um desses pontos notáveis considerados. Tabela 40 – Outorgas de mananciais superficiais por ponto notável. PONTO 01 - LOURENÇO VELHO Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 1 0,040 Lavagem de Veículos 1 0,001 TOTAL 2 0,041 PONTO 02 - SAPUCAÍ Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 11 0,465 Aqüicultura 1 0,006 Consumo Industrial 3 0,079 Lavagem de Veículos 1 0,001 Mineração 1 0,016 TOTAL 17 0,567 PONTO 03 - VARGEM GRANDE Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 1 0,040 TOTAL 1 0,040
  • 134. 145 PONTO 04 - CAPIVARI Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 0 0,000 Consumo Agroindustrial 1 0,003 Consumo Industrial 7 0,017 Dessedentação de animais 1 0,000 Irrigação 1 0,001 TOTAL 10 0,021 PONTO 05 - ITAIM Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 9 0,216 Consumo Agroindustrial 2 0,037 Consumo Industrial 1 0,002 TOTAL 12 0,255 PONTO 06 - SAPUCAÍ MIRIM Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 3 0,060 Consumo Agroindustrial 0 0,000 Consumo Industrial 8 0,017 Dessedentação de animais 1 0,000 Irrigação 2 0,015 Mineração 3 0,027 TOTAL 17 0,119 PONTO 07 - SAPUCAÍ MIRIM Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 15 0,596 Consumo Agroindustrial 2 0,037 Consumo Industrial 9 0,018 Dessedentação de animais 1 0,000 Irrigação 2 0,015 Mineração 4 0,037 TOTAL 33 0,703
  • 135. 146 PONTO 08 - MANDU Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 2 0,400 Aqüicultura 2 0,001 Consumo Industrial 3 0,030 Dessedentação de animais 1 0,0001 Irrigação 2 0,014 TOTAL 7 0,445 PONTO 09 - SAPUCAÍ MIRIM Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 17 0,996 Aqüicultura 2 0,001 Aspersão de Vias 2 0,004 Consumo Agroindustrial 2 0,037 Consumo Industrial 12 0,049 Dessedentação de animais 2 0,000 Irrigação 4 0,029 Mineração 4 0,037 TOTAL 45 1,153 PONTO 10 - CERVO Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 1 0,019 Consumo Agroindustrial 2 0,003 Consumo Industrial 1 0,004 Irrigação 2 0,018 TOTAL 6 0,044 PONTO 11 - SAPUCAÍ Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 17 1,160 Aqüicultura 1 0,006 Consumo Industrial 4 0,079 Lavagem de Veículos 1 0,001 Mineração 6 0,049 TOTAL 29 1,294
  • 136. 147 PONTO 12 - SAPUCAÍ Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 35 2,175 Aqüicultura 4 0,008 Aspersão de Vias 2 0,004 Consumo Agroindustrial 4 0,040 Consumo Industrial 17 0,132 Dessedentação de animais 2 0,000 Irrigação 9 0,083 Lavagem de Veículos 1 0,001 Mineração 13 0,094 TOTAL 87 2,537 PONTO 13 - TURVO Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 5 0,036 Aqüicultura 1 0,002 Consumo Agroindustrial 1 0,057 Consumo Industrial 1 0,000 Irrigação 2 0,015 TOTAL 10 0,095 PONTO 14 - DOURADO Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 3 0,054 Irrigação 4 0,046 TOTAL 7 0,100
  • 137. 148 PONTO 15 - SAPUCAÍ Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 47 2,386 Aqüicultura 7 0,010 Aspersão de Vias 2 0,004 Consumo Agroindustrial 5 0,097 Consumo Industrial 20 0,146 Dessedentação de animais 2 0,000 Irrigação 18 0,172 Lavagem de Veículos 1 0,001 Mineração 24 0,138 TOTAL 126 2,954 PONTO 16 - SAPUCAÍ Usos Quantidade Vazão - m³/s Abastecimento Público 52 2,507 Aqüicultura 8 0,010 Aspersão de Vias 2 0,004 Consumo Agroindustrial 5 0,097 Consumo Industrial 22 0,152 Dessedentação de animais 2 0,0001 Irrigação 32 0,301 Lavagem de Veículos 1 0,001 Mineração 30 0,176 TOTAL 154 3,25 FONTE: IGAM, 2009; COPASA, 2009 e ANA, 2009. 9.3 Outorgas Significantes de Mananciais Subterrâneos Para o levantamento das outorgas subterrâneas significantes utilizou-se os dados disponíveis na página eletrônica do IGAM (http://www.igam.mg.gov.br), além das outorgas da COPASA que não aparecem no cadastro do IGAM. Os dados disponibilizados pelo IGAM e COPASA são referentes às outorgas até julho de 2009. De acordo com os dados disponíveis, foram concedidas 114 (cento e quatorze) outorgas para uso de recursos da bacia do rio Sapucaí.
  • 138. 149 A Tabela 41 apresenta o número de outorgas concedidas e a vazão total relativamente a cada uso das águas subterrâneas outorgado na bacia, que também podem ser visualizados no Gráfico 11. Tabela 41 – Outorgas para água subterrânea na Bacia do Rio Sapucaí N°de Outorgas Vazão Uso Número Porcentagem m³/h Porcentagem Abastecimento Público 33 28,95% 435,96 53,25% Aqüicultura 1 0,88% 1,30 0,16% Consumo Humano 16 14,04% 42,75 5,22% Consumo Agroindustrial 1 0,88% 3,20 0,39% Consumo Industrial 22 19,30% 146,96 17,95% Consumo Industrial e Humano 23 20,18% 127,47 15,57% Dessedentação animal 2 1,75% 9,80 1,20% Irrigação 4 3,51% 23,67 2,89% Lavagem de Veículos 12 10,53% 27,54 3,36% TOTAL* 114 100% 818,65 100% FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009 Gráfico 11 – Porcentagem de acordo com o numero de outorgas para uso de água subterrânea FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009
  • 139. 150 9.4 Comparação entre as evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas O Gráfico 12 apresenta a evolução temporal das outorgas superficiais e subterrâneas na bacia do rio Sapucaí. 9 21 21 5 4 25 12 8 25 18 27 20 14 27 0 5 10 15 20 25 30 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 n° de Outorgas subterrâneas n° de Outorgas superficiais Gráfico 12 - Evoluções temporais das outorgas superficiais e subterrâneas FONTE: IGAM, 2009 e COPASA, 2009 Analisando o Gráfico 12, percebe-se um equilíbrio no número de outorgas nos anos de 2003 a 2005, o que não ocorre nos anos seguintes. Os dados obtidos junto ao IGAM mostram que o principal uso das águas subterrâneas, em termos de vazão, refere-se ao Abastecimento Público. Em função da qualidade das águas subterrâneas7 , a participação das mesmas tende a crescer como está ocorrendo em outros países, principalmente nos mais desenvolvidos (ROCHA, 2009). Outro fator que proporciona tal crescimento refere-se 7 A água captada através de poços tubulares profundos, na maioria das vezes, não precisa ser tratada, bastando apenas à desinfecção com cloro. Isso ocorre porque, nesse caso, a água não apresenta qualquer turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao tratamento das águas superficiais.
  • 140. 151 às facilidades deste tipo de captação, pois em geral representam menor distância de adução e menor recalque até os outros componentes do sistema de abastecimento quando comparada as captações de manancial superficial. Vale ressaltar que as águas de superfície são as de mais fácil captação e por isso há uma tendência de que sejam mais utilizadas no consumo humano. No entanto sabe-se que menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontram-se disponíveis superficialmente, ficando o restante armazenado em reservas subterrâneas. Logicamente que nem toda água armazenada no subsolo pode ser retirada em condições economicamente viáveis, principalmente as localizadas em profundidades excessivas e confinadas entre formações rochosas.
  • 141. 152 10. DEMANDA HÍDRICA SUPERFICIAL Para a avaliação da demanda hídrica atual da bacia do Sapucaí foram utilizados os dados de outorgas significantes de usos consuntivos concedidas a nível estadual e federal, disponíveis no sítio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM até junho de 2009 e no sítio da Agência Nacional das Águas - ANA até dezembro de 2008. Portanto a demanda atual estimada neste estudo considera as outorgas concedidas até esse período mencionado e que estavam disponíveis para análise. Os resultados consolidados para a bacia de estudo, divididos em Alto, Médio e Baixo Sapucaí, estão contidos na Tabela 42, considerando os principais usos consuntivos tais como: abastecimento urbano, abastecimento industrial, abastecimento rural, dessedentação animal, irrigação e outros. Observa-se na Tabela 42 que a maior demanda encontra-se no Médio Sapucaí, totalizando 1,98 m³/s de vazão outorgada. Observe que apesar de o Baixo Sapucaí ter um maior número de outorgas (44) em relação ao Alto Sapucaí (36), a vazão outorgada do Alto Sapucaí (0,75 m³/s) é maior que a do Baixo (0,52 m³/s). Tabela 42 – Demandas outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008) para os diferentes usos consuntivos. Número Porcentagem m³/s Porcentagem Consumo industrial 11 30,56% 0,096 12,72% Consumo Agroindustrial 1 2,78% 0,003 0,40% Abastecimento Público 16 44,44% 0,592 78,66% Aquicultura 1 2,78% 0,006 0,80% Irrigação 1 2,78% 0,001 0,13% Dessedentação de animais 1 2,78% 0,000 0,00% Mineração 4 11,11% 0,054 7,20% Outros 1 2,78% 0,001 0,09% Total - Alto Sapucaí 36 100% 0,75 100% Número Porcentagem m³/s Porcentagem Abastecimento público 27 36,49% 1,651 83,41% Aqüicultura 4 5,41% 0,003 0,17% Consumo agroindustrial 5 6,76% 0,097 4,92% Consumo industrial 6 8,11% 0,036 1,82% Dessedentação de animais 1 1,35% 0,000 0,00% Irrigação 12 16,22% 0,121 6,14% Mineração 17 22,97% 0,066 3,31% Outros 2 2,70% 0,004 0,22% Total - Médio Sapucaí 74 100% 1,98 100% Número Porcentagem m³/s Porcentagem Abastecimento público 9 20,45% 0,265 50,90% Aqüicultura 3 6,82% 0,001 0,10% Consumo agroindustrial 0 0,00% 0,000 0,00% Consumo industrial 4 9,09% 0,020 3,85% Irrigação 19 43,18% 0,179 34,39% Mineração 9 20,45% 0,056 10,76% Total - Baixo Sapucaí 44 100% 0,52 100% TOTAL DE OUTORGAS 154 Total VAZÃO 3,25 BAIXO SAPUCAÍ N°de Outorgas Vazão ALTO SAPUCAÍ N°de Outorgas Vazão MÉDIO SAPUCAÍ N°de Outorgas Vazão
  • 142. 153 O Gráfico 13 possibilita a visualização da distribuição dessas vazões outorgadas, contidas na Tabela 42, para a bacia do Sapucaí como um todo, considerando as demandas outorgadas a nível estadual com as de nível federal para os diferentes usos consuntivos. 2,51 0,0099 0,1004 0,1519 0,0001 0,3011 0,0051 Abastecimento Público Aquicultura Consumo Agroindustrial Consumo Industrial Dessedentação de animais Irrigação Outros: aspersão de vias e lavajato Gráfico 13 – Demandas (vazões em m³/s) outorgadas a nível estadual (junho/09) e federal (dez/2008) para os diferentes usos. O resumo das demandas outorgadas, contendo inclusive o rio/localidade de uso da água, encontra-se no Anexo I – Resumo das Demandas outorgadas. 10.1 Evolução da demanda hídrica superficial 10.1.1 Cenário Tendencial para 10 anos Para o estabelecimento de um cenário tendencial de uso da água na bacia do rio Sapucaí para 10 anos foi tomado como base o estudo realizado pelo ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico, que, com a participação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, ANA , do Ministério de Minas e Energia – MME e dos Agentes de Geração, responsáveis pelo aproveitamento dessas bacias, desenvolveu em 2003 e 2004, o projeto de revisão das séries históricas de vazões naturais nas principais bacias do Sistema Interligado Nacional – SIN. Esse projeto trata dos estudos de consistência e reconstituição das séries históricas de vazões naturais e de estimativas de vazões para as atividades de usos consuntivos da água, para as bacias dos rios Paranaíba, Grande, Tietê, Paranapanema, Iguaçu, Paraná, São Francisco e Tocantins.
  • 143. 154 O estudo adotou como referência preferencial os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e os dados, informações e documentos técnicos da ANA. Além dessas instituições, foram obtidas, quando necessárias, informações do Ministério da Integração Nacional – MI, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, das Secretarias Estaduais de Planejamento e de Recursos Hídricos, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, além de outras instituições nos estados abrangidos nos estudos. O estudo aponta três (3) cenários de desenvolvimento para as bacias anteriormente citadas: cenário tendencial, normativo e ideal. Neste plano diretor será considerado apenas o cenário mais crítico do ponto de vista do consumo, que é o cenário ideal. "Cenário Ideal - Considerar-se-á que as condições de contorno permitem ultrapassar as expectativas do cenário otimista. Vale destacar, neste caso, o acirramento dos conflitos pelo uso da água em alguns locais, basicamente em função do crescimento da atividade econômica. Neste aspecto o desempenho do setor agrícola terá papel preponderante." O fato de a sub-bacia do Sapucaí pertencer à bacia do Grande, esta contemplada no estudo da ONS, possibilitou a uniformidade de critérios para a estimativa das demandas futuras de água definidas neste trabalho, da mesma forma que já foi adotada para a elaboração de planos diretores de recursos hídricos de outras bacias pertencentes ao Sistema Elétrico Nacional. A Tabela 43 apresenta essas taxas para os diversos usos de 2004 até 2007, que foi o estabelecido no estudo da ONS. A partir daí, fez-se uma extrapolação considerando- se a taxa de crescimento constante e igual a do ano de 2007 até o ano de 2020. Neste estudo será considerado, portanto, o cenário de evolução da demanda dos próximos 10 anos.
  • 144. 155 Tabela 43 – Taxas de crescimento(em %) para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do rio Sapucaí considerando um cenário ideal. Período 2004-2020. 2,43 2,43 5,95 5,95 5,95 5,95 5,95 0,03 0,03 1,02 1,02 1,02 1,02 1,02 2019 2020 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 Abastecimento Industrial 2016 2017 2018 0,03 0,03 0,03 2,43 2,43 2,43 3,25 0,01 0,72 Abastecimento Urbano Abastecimento Rural Dessedentação Animal 5,95 1,02 3,53 5,95 5,955,95 5,95 2,431,50 2,10 Irrigação 5,95 5,95 5,95 2,43 2,43 2,43 2,432,43 2,43 1,021,02 1,02 1,02 1,02 1,02 1,02 0,030,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 4,5 2013 2014 2015 4,5 4,54,0 4,3 4,5 4,5 Tipo de Uso Ano 2005 2006 2007 2008 2009 20102004 2011 2012 5,955,28 4,5 4,5 4,5 4,5 0,96 1,02 4,62 0,030,030,020,02 0,90 1,02 2,432,43
  • 145. 156 Em seguida, a Tabela 44 apresenta a evolução da demanda futura de água na bacia aplicando-se as taxas de crescimento do consumo da Tabela 43, considerando as demandas outorgadas estaduais e federais em um horizonte de interesse nesse estudo de 2009 a 2020.
  • 146. 157 Tabela 44 - Evolução da demanda outorgada de 2009 até 2020, em m³/s (demandas outorgadas pelo IGAM e ANA). Total 3,25 3,39 3,54 3,69 3,85 4,01 4,19 4,37 4,56 4,76 4,97 5,18 Tipo de Uso Ano 2014 20152009 2010 2011 2012 2013 Abastecimento Urbano1 Abastecimento Rural 2 0,1103 2,512 2,625 2,744 2,867 0,1103 0,1104 0,1104 0,000104 1 C onsiderar o consumo Lavajato e aspersão de vias 3,2722,996 3,131 0,1104 0,1105 0,1105 0,0001060,000105 0,370 0,000100 0,000101 0,000102 0,336 0,344 Irrigação Dessedentação Animal 0,352 0,3610,328 0,000103 Abastecimento Industrial3 0,301 0,319 0,338 0,358 0,379 0,402 0,379 0,426 2 C onsiderar o consumo na Aquicultura e setor Agroindustrial 3 C onsiderar o consumo Industrial e Mineração 2020 3,419 3,573 3,734 3,902 4,077 2016 2017 2018 2019 0,1107 0,000107 0,000108 0,000110 0,000111 0,000112 0,1105 0,1106 0,1106 0,1106 0,427 0,451 0,478 0,507 0,537 0,569 0,388 0,397 0,407 0,417
  • 147. 158 De forma geral, pode-se observar da evolução das demandas totais outorgadas por uso na bacia do Sapucaí (Tabela 44) que: A demanda por Abastecimento Urbano passa de 2,51m3 /s em 2009 para 3,27m3 /s em 2015 e, para 4,08m3 /s em 2020. A demanda por Abastecimento Rural passa de 0,1103m3 /s (110,3L/s) em 2009 para 0,1105m3 /s (110,5L/s) em 2015 e, para 0,1107 m3 /s (110,7L/s) em 2020. Percebe-se que não há uma tendência considerável de crescimento de demanda. A demanda para Dessedentação Animal passa de 0,00010m3 /s (0,10 L/s) em 2009 para 0,000106 m3 /s (0,106L/s) em 2015 e, para 0,000112 m3 /s (0,112L/s) em 2020. A demanda por Abastecimento Industrial passa de 0,328 m3 /s em 2009 para 0,379 m3 /s em 2015 e, para 0,427 m3 /s em 2020. A demanda por irrigação passa de 0,301 m3 /s em 2009 para 0,426 m3 /s em 2010 e, para 0,569 m3 /s em 2020. A demanda total passa de 3,25 m³/s em 2009 para 5,18 m³/s em 2020, o que representa um acréscimo de quase 2 m³/s ou 2000 L/s neste período de 10 (dez) anos. Daí a importância dessa previsão para um planejamento futuro de controle do uso da água nessa bacia. 10.2 Conclusões O estudo de demanda bem como o de tendência de consumo hídrico em uma determinada bacia é importante do ponto de vista do controle e racionamento do uso pelo órgão gestor. Há também a necessidade desses órgãos de considerar essa evolução de demanda com a disponibilidade hídrica dessa mesma bacia para que o consumo não ultrapasse os limites estabelecidos pela legislação e, conseqüentemente, não ocasione problemas de conflito pelo uso da água. A abordagem sobre o assunto será feita no capítulo que tratará de balanço hídrico.. Importante destacar que muito provavelmente o uso na bacia hoje é bem diferente do que se tem outorgado. Um exemplo disso foi o resultado da Campanha de Regularização realizada pelo IGAM que, apesar dos dados não terem sido tratados, mostra que existem usos não outorgados em grande quantidade (aproximadamente 21.000 cadastros). Somente seria possível fazer uma comparação dos resultados dos cadastros realizados na campanha com os usos já outorgados caso esses cadastros
  • 148. 159 já tivessem sido tratados pelos órgãos gestores de modo a confirmar os valores de vazões verdadeiramente consumidas. Os dados brutos, até mesmo com respostas dos entrevistados, muitas vezes inadequadas, só permitem ter uma visão geral da situação e a certeza da necessidade de se atualizar o banco de dados de outorgas emitidas e das demandas não outorgadas. O fato é que, se compararmos o número de outorgas significantes superficiais regularizadas, 166 outorgas, com o número de cadastros não regularizados, aproximadamente 21.000, veremos que a situação na bacia é preocupante em termos de demanda de água. È claro que, muitos dos cadastros da campanha realizada pelo IGAM são de usos insignificantes, mas que quando somados, podem tornar-se significantes. Isso fortalece a informação de que o uso na bacia hoje posse se diferente quando da regularização desses pontos cadastrados pela campanha do IGAM. Uma atualização do estudo da ONS utilizando-se dados e metodologias mais recentes serviria, por exemplo, como ponto de partida para se propor a evolução de demanda até mesmo para um período de tempo superior ao estabelecido neste trabalho. Por último, espera-se que haja um maior esforço por parte dos órgãos ambientais em geral e, em especial, dos órgãos gestores de recursos hídricos para transformar o seu banco de dados numa ferramenta de uso mais confiável e atualizado. Vale ressaltar que a efetiva participação dos usuários buscando regularizar o seu uso é necessária para a construção desse banco de dados desejável.
  • 149. 160 11. BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL O estudo de balanço hídrico superficial de uma bacia hidrográfica compara a disponibilidade hídrica com a demanda superficial (consumo). Para tanto se adota uma vazão que representa uma situação crítica em termos de oferta hídrica. Os valores de demandas outorgáveis são frações dessas vazões de referência, que, no estado de Minas Gerais (IGAM) é a vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos, Q7,10, e a nível federal (ANA) é a Q90%. Conforme já mencionado neste Plano Diretor, a máxima vazão outorgável para captação definida pelos órgãos outorgantes estadual e federal é de 30% da Q7,10. Aqui o balanço hídrico será feito entre as vazões mínimas de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos (Q7,10) e as demandas hídricas outorgadas em pontos notáveis ao longo da bacia do Sapucaí. Esses valores serão apresentados mais adiante. A Figura 13 permite a visualização desses pontos, outrora mostrados, porém, aqui também é possível visualizar as outorgas, detalhadas no capítulo de demanda hídrica, espacializadas ao longo da bacia do Sapucaí.
  • 150. 161 Figura 13 – Pontos notáveis tomados como referência para balanço-hídrico superficial bem como espacialização das outorgas totais na bacia.
  • 151. 162 Os resultados consolidados do balanço hídrico para os pontos notáveis da bacia estão contidos na Tabela 45. Complementarmente, a penúltima e última colunas apresentam as relações existentes entre a demanda outorgada e a vazão disponível (Q7,10) e entre vazão máxima outorgável naquele ponto segundo a legislação vigente (30% da Q7,10), respectivamente. Os resultados dessas últimas colunas possibilitam comparar as demandas outorgadas (com registro disponível até o momento) com a vazão disponível, por sub-bacia (a área de drenagem de cada uma dessas sub-bacias estão contidas na mesma tabela).
  • 152. 163 Tabela 45 – Comparação da disponibilidade hídrica em termos de Q7,10 em pontos notáveis da bacia do Sapucaí x Demanda Hídrica outorgada. 1 Lourenço Velho 562,0 4,3 1,30 0,041 1,26 0,9% 3,1% 2 Sapucaí 1882,5 15,9 4,77 0,567 4,20 3,6% 11,9% 3 Vargem Grande 404,9 1,3 0,39 0,04 0,35 3,1% 10,3% 4 Capivari 423,5 1,6 0,48 0,021 0,46 1,3% 4,4% 5 Itaim 678,1 2,3 0,69 0,255 0,44 11,0% 36,8% 6 Sapucaí-Mirim 1404,9 5,0 1,50 0,119 1,38 2,4% 7,9% 7 Sapucaí-Mirim 2237,3 7,8 2,34 0,703 1,64 9,0% 30,1% 8 Mandu 401,5 1,5 0,45 0,445 0,00 30,0% 100% 9 Sapucaí-Mirim 2794,6 9,6 2,89 1,153 1,74 12,0% 39,9% 10 Cervo 513,5 1,9 0,56 0,044 0,52 2,3% 7,8% 11 Sapucaí 2818,8 16,4 4,93 1,294 3,64 7,9% 26,2% 12 Sapucaí 6699,6 32,1 9,63 2,537 7,09 7,9% 26,3% 13 Turvo 563,6 2,0 0,61 0,095 0,52 4,6% 15,4% 14 Dourado 356,4 1,3 0,40 0,100 0,30 7,5% 25,1% 15 Sapucaí 8141,8 38,6 11,59 2,954 8,64 7,6% 25,5% 16 Sapucaí 8856,3 42,2 12,7 3,25 9,41 7,7% 25,7% Relação [3]/[2] Relação [3]/[1] Sub-bacia/RioPontos Disponibilidade Q7,10 (m 3 /s) [1] Demanda Outorgada (m3 /s) [3] 30% Q7,10 (m 3 /s) [2] Ad (km 2 ) Balanço Hídrico (m3 /s) [2]-[3]
  • 153. 165 Dentre os resultados apresentados na Tabela 45 destaca-se que, ao se analisar o valor mostrado na penúltima coluna, para a sub-bacia do rio Mandu (Ponto Notável 8), esta já utiliza a demanda máxima outorgável de 30% da Q7,10 disponível para toda a sub-bacia. Para este mesmo ponto quando se avalia o indicador balanço hídrico, o valor zero sinaliza que esta sub-bacia requer uma ação urgente visando, sobretudo, evitar possíveis conflitos de uso desse manancial. A última coluna, que relaciona a demanda atual outorgada com a máxima outorgável, confirma essa análise, tendo em vista que a relação neste ponto foi de 100%. A interpretação dos demais pontos pode ser feita de forma análoga. O ponto notável 16 localiza-se próximo à seção exutória da bacia, representando o local onde se acumulam todas as demandas outorgadas da bacia do Sapucaí. Percebe-se que cerca de ¼ do limite da vazão outorgável (30% da Q7,10) nesse ponto já vem sendo utilizado pelos usos outorgados. Se considerarmos a hipótese de que grande parte dos usos ainda não foram outorgados, esse quadro pode tornar-se preocupante. Com certeza o volume de água utilizado é bem maior que o efetivamente outorgado. O cadastro realizado pelo IGAM dá indícios de que isso ocorre. Destaca-se novamente a importância dos órgãos gestores de recursos hídricos de estarem cada vez mais adquirindo Sistemas de Informações Georreferenciados, e outros Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos sofisticados que possibilitem um maior controle desses usos em uma bacia hidrográfica. O estudo apresentado neste capítulo ressalta a importância de se ter um banco de dados confiáveis de demandas outorgadas e que possa estar disponível e de fácil acesso para pesquisadores e profissionais que buscam contribuir para a solução de problemas enfrentados na bacia. Por último, entende-se que a emissão da declaração de outorga efetuada pelo órgão competente deve ser uma ação efetiva e constante dentro da bacia, devendo esses órgãos, inclusive, aumentar a busca de parcerias junto a gestores locais que atuam nessa área e que são responsáveis por licenciamento de atividades que também requerem essas declarações para colaborarem nesta ação. É importante lembrar que as informações relativas às águas subterrâneas não foram consideradas neste balanço. Isso porque, a modelagem do comportamento das águas subterrâneas para se definir a sua origem e assim, ser contabilizada a sua retirada do sistema, é extremamente complexa, necessitando de um estudo específico para isto.
  • 154. 166 12. IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INCREMENTO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE DEMANDAS E DISPONIBILIDADES A partir da evolução da demanda hídrica superficial, surge a necessidade de se analisar alternativas de aumento de disponibilidade hídrica dentro de uma bacia ou sub-bacia sejam através de ações antrópicas no regime hídrico dos mananciais superficiais da bacia do Sapucaí, sejam através de estudos de fontes alternativas como aproveitamento de águas subterrâneas, reuso de água ou por meio da redução do consumo de água. Os resultados do balanço hídrico mostraram situações de estresse hídrico na sub- bacia do rio Mandu, exemplo de situação que pode vir a provocar conflitos caso não haja uma gestão hídrica adequada e imediata. Este estudo apresentará, não só para essa sub-bacia, mas para a bacia do Sapucaí como um todo, alternativas de incremento das disponibilidades hídricas considerando uma priorização de medidas. 12.1 Alternativas de incremento das disponibilidades hídricas 12.1.1 Gestão dos Recursos Hídricos O desenvolvimento e a gestão dos recursos hídricos devem ser baseados em participação dos usuários, dos planejadores e dos decisores políticos, em todos os níveis. A contribuição da política de recursos hídricos ao desenvolvimento regional tem como objetivos: assegurar à atual e as futuras gerações a necessária disponibilidade de água em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais (secas e enchentes). Alguns instrumentos são utilizados como auxílio à gestão das águas, são eles: Planos de Recursos Hídricos; Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da bacia; Outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos; Cobrança pelo uso da água;
  • 155. 167 12.1.2 Gestão da disponibilidade Hídrica Algumas medidas podem ser utilizadas como alternativas de novas fontes de água: exploração da água subterrânea e Reuso da água. 12.1.2.1 Exploração da água subterrânea A exploração sustentável de aqüíferos subterrâneos é uma alternativa que pode ser melhor aproveitada na região. Vale ressaltar que o uso indiscriminado da água subterrânea pode provocar o rebaixamento do lençol freático, encarecendo o custo da extração da água o que pode, além de tornar a exploração inviável economicamente, até causar a redução da disponibilidade hídrica no decorrer do tempo. Dessa forma, é importante que os órgãos ambientais cobrem e avaliem estudos sobre a Disponibilidade Potencial dos Aqüíferos da bacia do Sapucaí, bem como estudos que contemplam a taxa de recarga natural dos mananciais subterrâneos, pois é necessário que a exploração dos aqüíferos seja limitada à sua taxa de recarga. 12.1.2.2 Reuso da Água. O reaproveitamento ou reuso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada para o mesmo ou outro fim. O reuso pode ser denominado de direto e indireto. O Reúso Indireto ocorre quando a água já usada, uma ou mais vezes para uso doméstico ou industrial, é descarregada intencionalmente ou não, nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente a jusante, de forma diluída. Já o Reúso direto é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas finalidades 12.1.2.3 Mudanças nas técnicas de Irrigação O sistema de irrigação por gotejamento se desenvolveu em função da escassez de água. Este sistema aplica água em apenas parte de uma área, reduzindo assim a superfície do solo que fica molhada, exposta às perdas por evaporação. Com isto, a eficiência de aplicação é bem maior e o consumo de água menor. Os emissores utilizados podem ser gotejadores ou microaspersores. 12.1.2.4 Recuperação da cobertura vegetal A recuperação da cobertura vegetal proporciona aumento das vazões mínimas, visto que proporciona a ‘regularização’ natural das mesmas.
  • 156. 168 Cita-se aqui um artigo publicado na Enciclopédia Biosfera intitulado ‘Proposta de um Plano de Recuperação da Mata Ciliar do Rio Sapucaí’ (Figueiredo et all , 2006) cujo objetivo foi propor um projeto de recuperação do rio Sapucaí junto à mata ciliar, recuperação de pequenas nascentes, redução do assoreamento, conscientização da população ribeirinha e produtores rurais que margeiam o rio através de práticas de educação ambiental. 12.1.2.5 Rede de Monitoramento Hidrológico Apropriada Com relação aos equipamentos necessários para um estudo mais criterioso e confiável em relação ao clima da bacia, são necessárias séries históricas de pluviosidade completas de, no mínimo, 30 anos, além de outros fatores. Apesar da bacia do Rio Sapucaí estar bem coberta por estações pluviométricas, essas apresentavam séries incompletas e inúmeras delas estavam desativadas, comprometendo a qualidade dos trabalhos que possam ser desenvolvidos na dependência desses dados. Deve-se lembrar ainda que, apesar de fornecer importantes informações, dados pluviométricos não são, em si, suficientes para estudos de caracterização do clima local. Nesse sentido, é grande a demanda na bacia do Sapucaí por estações climatológicas completas, que forneçam aparelhos capazes de mensurar outros itens de grande importância para a análise climatológica. 12.1.2.6 Gestão da demanda Hídrica A gestão das demandas hídricas também é uma forma de aumentar a disponibilidade hídrica, pois o uso racional da água favorece o aumento de sua eficiência, reduzindo as perdas de água e possibilita a utilização desta água racionada para outros usos produtivos. Estudos que visam melhoria da eficiência da atividade produtiva, principalmente das atividades de maior demanda na bacia como irrigação, abastecimento público, etc são exemplos de gestão. Através da outorga pelo uso da água bem como a cobrança pelo uso, podem-se compatibilizar as disponibilidades e demandas da região do Sapucaí, bem como criar fundos financeiros dentro da bacia para investir em projetos, tais como, de recuperação de áreas degradadas e de mata ciliar, recuperação de nascentes e outros, além de e estudos semelhantes ao citado no parágrafo anterior.
  • 157. 169 13. COMPATIBILIZAÇÃO QUANTITATIVA ENTRE DEMANDA E DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE FORMA A ALCANÇAR OS CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ESTABELECIDOS, NUM HORIZONTE DE TEMPO ESTABELECIDO Para avaliar o quanto da disponibilidade está sendo utilizado em cada cenário, será utilizado um índice que resulta da razão entre a demanda hídrica outorgada e a disponibilidade hídrica superficial. Conforme já citado no estudo de balanço hídrico, essa disponibilidade é igual a 30% da vazão de referência Q7,10, portanto este índice será definido como IDD = demanda hídrica outorgada / 30% Q7,10. As Tabelas 46 a 61 apresentam esses valores para cada um dos 16 pontos notáveis ao longo da bacia do Sapucaí. Resumidamente essas Taxas de crescimento (em %) para os usos consuntivos de água outorgados na bacia do rio Sapucaí considerando um cenário ideal a partir de 2010 foram iguais a: para o Abastecimento Urbano: 3,25; para o Abastecimento Rural 0,03; para a Dessedentação Animal: 1,02; para o Abastecimento Industrial: 2,43; para a Irrigação: 5,95. Cada uma dessas taxas foi aplicada para cada caso. Importante ressaltar que se repetiu a mesma consideração feita no estudo de demanda, ou seja, os consumos de lavagem de veículos e de aspersão de vias foram considerados como sendo uso no Abastecimento Urbano; os consumos na aqüicultura e no setor agroindustrial foram considerados como uso no Abastecimento Rural; por último, o consumo na mineração foi considerado como uso no Abastecimento Industrial.
  • 158. 170 Tabela 46– Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 01 – Lourenço Velho. Tabela 47 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 02. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - Abastecimento P úblico 1 0,040 0,042 0,052 0,065 - - - - - TOTAL 2 0,041 0,043 0,053 0,066 4,34 1,30 3,3% 4,1% 5,1% PONTO 01 - L OUR E NÇ O VE L HO Demanda Outorgada (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - Abastecimento Público 11 0,465 0,486 0,606 0,755 - - - - - C onsumo Industrial 3 0,079 0,081 0,091 0,096 - - - - - Aquicultura 1 0,006 0,006 0,006 0,008 - - - - - Mineração 1 0,016 0,016 0,019 0,023 - - - - - TOTAL 17 0,567 0,590 0,723 0,883 15,88 4,76 12,4% 15,2% 18,5% PONTO 02 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m 3 /s) Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 159. 171 Tabela 48 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 03. Tabela 49 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 04. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 C onsumo Industrial 7 0,017 0,017 0,019 0,022 - - - - - Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Agroindustrial 1 0,003 0,003 0,003 0,003 - - - - - Irrigação 1 0,001 0,001 0,001 0,002 - - - - - TOTAL 10 0,021 0,021 0,024 0,027 1,60 0,48 4,4% 4,9% 5,5% Disponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 04 - C APIVARI Demanda Outorgada (m 3 /s) Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 1 0,040 0,042 0,052 0,065 - - - - - TOTAL 1 0,040 0,042 0,052 0,065 1,29 0,39 10,8% 13,5% 16,8% PONTO 03 - VARGE M GR ANDE Demanda Outorgada (m 3 /s) Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 160. 172 Tabela 50 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 05. Tabela 51 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 06. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 9 0,216 0,226 0,281 0,351 - - - - - C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - - C onsumo Industrial 1 0,002 0,002 0,002 0,002 - - - - - TOTAL 12 0,255 0,264 0,320 0,39 2,30 0,69 38,3% 46,4% 56,5% PONTO 05 - ITAIM Demanda Outorgada (m3 /s ) Dis ponibilidade Hídrica (m3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10 Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Mineração 3 0,027 0,028 0,031 0,035 - - - - - C onsumo Agroindustrial 0 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 8 0,017 0,017 0,019 0,022 - - - - - Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - - Abastecimento Público 3 0,060 0,063 0,078 0,098 - - - - - TOTAL 17 0,119 0,123 0,150 0,18 5,0 1,50 8,2% 10,0% 12,2% Demanda Outorgada (m 3 /s) Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 06 - S APUC AÍ MIRIM
  • 161. 173 Tabela 52 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 07. Tabela 53 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 08. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Mineração 4 0,037 0,038 0,042 0,048 - - - - - Dessedentação de animais 1 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 9 0,018 0,019 0,021 0,024 - - - - - Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - - Abastecimento Público 15 0,596 0,623 0,777 0,968 - - - - - C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - - TOTAL 33 0,703 0,732 0,898 1,10 7,8 2,34 31,3% 38,4% 47,2% PONTO 07 - S APUC AÍ MIR IM Demanda Outorgada (m3 /s ) Disponibilidade Hídrica (m3 /s) IDD = Demanda/30% Q7,10 Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 2 0,400 0,418 0,521 0,649 - - - - - Aquicultura 2 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - Irrigação 2 0,014 0,015 0,020 0,026 - - - - - Dessedentação de animais 1 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 3 0,030 0,031 0,035 0,040 - - - - - TOTAL 7 0,445 0,465 0,576 0,72 1,5 0,45 104,3% 129,4% 160,7% PONTO 08 - MANDU Demanda Outorgada (m3 /s ) Dis ponibilidade Hídrica (m3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 162. 174 Tabela 54 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 09. Tabela 55 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 10. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 17 0,996 1,041 1,297 1,617 - - - - - Aquicultura 2 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - Irrigação 4 0,029 0,031 0,041 0,055 - - - - - Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 12 0,049 0,050 0,056 0,063 - - - - - Mineração 4 0,037 0,038 0,042 0,048 - - - - - C onsumo Agroindustrial 2 0,037 0,037 0,037 0,037 - - - - - Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - - TOTAL 45 1,153 1,201 1,480 1,83 9,6 2,89 41,6% 51,2% 63,3% Disponibilidade Hídrica (m3 /s) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 09 - S APUC AÍ MIR IM Demanda Outorgada (m3 /s ) Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 C onsumo Agroindustrial 2 0,003 0,003 0,003 0,003 - - - - - Abastecimento Público 1 0,019 0,020 0,025 0,031 - - - - - C onsumo Industrial 1 0,004 0,004 0,005 0,005 - - - - - Irrigação 2 0,018 0,019 0,025 0,034 - - - - - TOTAL 6 0,044 0,046 0,058 0,073 1,9 0,56 8,2% 10,3% 13,1% PONTO 10 - C E R VO Demanda Outorgada (m 3 /s ) Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 163. 175 Tabela 56 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 11. Tabela 57 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 12. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 35 2,175 2,273 2,832 3,529 - - - - - Aquicultura 4 0,008 0,008 0,008 0,008 - - - - - Irrigação 9 0,083 0,088 0,118 0,158 - - - - - Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - Consumo Industrial 17 0,132 0,135 0,152 0,172 - - - - - Mineração 13 0,094 0,096 0,108 0,122 - - - - - Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - - Consumo Agroindustrial 4 0,040 0,040 0,040 0,041 - - - - - Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - TOTAL 87 2,537 2,646 3,266 4,037 32,1 9,63 27,5% 33,9% 41,9% PONTO 12 - SAPUCAÍ Demanda Outorgada (m 3 /s) Disponibilidade Hídrica (m 3 /s) IDD = Demanda/30% Q7,10 Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - Abastecimento Público 17 1,160 1,212 1,510 1,882 - - - - - Consumo Industrial 4 0,079 0,081 0,091 0,103 - - - - - Aquicultura 1 0,006 0,006 0,006 0,006 - - - - - Mineração 6 0,049 0,050 0,056 0,063 - - - - - TOTAL 29 1,294 1,349 1,665 2,055 16,4 4,92 27,4% 33,8% 41,8% Disponibilidade Hídrica (m 3 /s) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 11 - SAPUCAÍ Demanda Outorgada (m 3 /s)
  • 164. 176 Tabela 58 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 13. Tabela 59 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 14. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento P úblico 3 0,054 0,056 0,070 0,088 - - - - - Irrigação 4 0,046 0,048 0,064 0,086 - - - - - TOTAL 7 0,100 0,105 0,135 0,174 1,3 0,40 26,3% 33,9% 43,6% Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 14 - DOUR ADO Demanda Outorgada (m 3 /s ) Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 5 0,036 0,038 0,047 0,058 - - - - - Aquicultura 1 0,002 0,002 0,002 0,002 - - - - - Consumo Agroindustrial 1 0,057 0,057 0,057 0,057 - - - - - Consumo Industrial 1 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - - Irrigação 2 0,015 0,016 0,021 0,028 - - - - - TOTAL 10 0,110 0,112 0,127 0,146 2,0 0,61 18,3% 20,6% 23,7% PONTO 13 - TURVO Demanda Outorgada (m 3 /s) Disponibilidade Hídrica (m 3 /s) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 165. 177 Tabela 60 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 15. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 47 2,386 2,494 3,108 3,873 - - - - - Aquicultura 7 0,010 0,010 0,010 0,010 - - - - - Irrigação 18 0,172 0,182 0,243 0,324 - - - - - Dessedentação de animais 2 0,000 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 20 0,146 0,150 0,169 0,190 - - - - - Mineração 24 0,138 0,141 0,159 0,179 - - - - - Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - - C onsumo Agroindustrial 5 0,097 0,097 0,098 0,098 - - - - - Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - TOTAL 126 2,954 3,079 3,792 4,682 38,6 11,59 26,6% 32,7% 40,4% PONTO 15 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m 3 /s ) Dis ponibilidade Hídrica (m 3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10
  • 166. 178 Tabela 61 – Demanda de Água/ Disponibilidade – cenário tendencial de crescimento de demanda para 5 e 10 anos. Ponto Notável 16. Usos Quantidade 2009 2010 2015 2020 Q7,10 30% Q7,10 2010 2015 2020 Abastecimento Público 52 2,507 2,620 3,265 4,069 - - - - - Aquicultura 8 0,010 0,010 0,010 0,010 - - - - - Irrigação 32 0,301 0,319 0,426 0,569 - - - - - Dessedentação de animais 2 0,0001 0,000 0,000 0,000 - - - - - C onsumo Industrial 22 0,152 0,156 0,175 0,198 - - - - - Mineração 30 0,176 0,180 0,203 0,229 - - - - - Aspersão de Vias 2 0,004 0,005 0,006 0,007 - - - - - C onsumo Agronidustrial 5 0,097 0,097 0,098 0,098 - - - - - Lavagem de Veículos 1 0,001 0,001 0,001 0,001 - - - - - TOTAL 154 3,25 3,4 4,2 5,2 42,2 12,66 26,8% 33,0% 40,9% Dis ponibilidade Hídrica (m3 /s ) IDD = Demanda/30% Q7,10 PONTO 16 - S APUC AÍ Demanda Outorgada (m3 /s )
  • 167. 179 Os resultados obtidos para os índices IDD indicam que a curto (2010) e longo prazo (2015 e 2020), mantidas as taxas de crescimento tendenciais, a sub-bacia do Mandu (ponto notável 8) não terá condições de atender as demandas outorgáveis para a vazão de referência atual, sendo já em 2010 alcançado um índice de 104,3%, ou seja, superou o limite máximo de 30% da Q7,10. Considerando o horizonte de projeto de 10 anos, ou seja, em 2020, para os pontos notáveis 01 (Lourenço Velho), 02 (Alto Sapucaí), 03 (Vargem Grande); 04 (Capivari), 06 (Sapucaí- Mirim), 10 (Cervo), 13 (Turvo) os resultados do IDD mostram-se inferiores a 25%. No caso dos Pontos Notáveis 07 (Sapucaí-Mirim), 11 (Sapucaí), 12 (Sapucaí); 14 (Dourado); 15 (Sapucaí) e 16 (Sapucaí) os valores do índice IDD se aproximam de 50%. Já os índices para os pontos 05 (Itaim) e 09 (Sapucaí-Mirim) ultrapassam 50%. Para as demais sub-bacias, exceto nos pontos notáveis 05 e 09, observa-se que o IDD não chega a atingir 50% até 2020. Entretanto é necessário novamente esclarecer sobre a confiabilidade na base de dados utilizados aqui, tendo em vista que esses valores para a bacia como um todo muito provavelmente não condiz com a realidade atual. Ainda assim, com os dados considerados já se observam situações que exigem ações imediatas dos gestores de recursos hídricos a fim de evitar possíveis conflitos de uso e racionamento do uso da água.
  • 168. 180 14. ESTIMATIVA DA CARGA POLUIDORA E DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS 14.1 Resíduos lançados diretamente no corpo d’água No caso da Bacia do rio Sapucaí a poluição difusa é a mais preocupante, proveniente principalmente da agricultura, um dos usos preponderantes na bacia. As atividades de pecuária também podem ser consideradas de alto potencial de geração de cargas poluidoras difusas. Na bacia do Sapucaí o problema mais agravante é a inexistência de Estações de Tratamento de Esgoto na maioria dos Municípios. Atualmente apenas Pedralva, Gonçalves, Paraguaçu e Cambuí (2 bairros) possuem tratamento de esgoto. Na Tabela 62 é possível visualizar os resultados do Padrão Coliforme Total nos pontos de monitoramento da qualidade das águas na bacia do Rio Sapucaí nos anos de 2000, 2002, 2004 e 2006. Coliformes totais são aquelas bactérias que não causam doenças, visto que habitam o intestino de animais mamíferos inclusive o homem. Desta forma, são indicativos de poluição por esgotos domésticos.
  • 169. 181 Tabela 62 – Coliformes totais na Bacia do Rio Sapucaí.8 Coliformes totais - NMP/100mL BG039 BG041 BG043 BG044 BG045 BG047 BG049 mar/2000 >160.000 160.000 30.000 50.000 90.000 24.000 24.000 jun/2000 24.000 160.000 50.000 24.000 >160.000 5.000 1.300 set/2000 24.000 1.100 13.000 17.000 3.000 50.000 220 nov/2000 24.000 30.000 8.000 13.000 90.000 24.000 5.000 mar/2002 13.000 50.000 11.000 3.300 22.000 17.000 1.400 jun/2002 8.000 90.000 110.000 11.000 160.000 2.300 1.300 set/2002 5.000 50.000 5.000 11.000 160.000 13.000 1.700 nov/2002 90.000 30.000 30.000 24.000 90.000 11.000 1.300 mar/2004 5.000 50.000 8.000 13.000 24.000 5.000 1.100 jun/2004 8.000 13.000 11.000 5.000 30.000 30.000 5.000 set/2004 800 50.000 5.000 5.000 24.000 350 220 nov/2004 90.000 90.000 8.000 90.000 - 7.000 140 mar/2006 2.300 50.000 8.000 170 30.000 2.300 1.700 jun/2006 170 13.000 140 3.000 17.000 170 40 set/2006 1.100 50.000 400 200 17.000 2.300 2 nov/2006 2.300 30.000 24.000 1.300 22.000 24.000 1.100 FONTE: IGAM – Projeto Águas de Minas Uma análise interessante pode ser feita observando os dados das estações BG 041 e BG 045, situados após os municípios de Itajubá e Pouso Alegre, respectivamente. Em ambas as estações os valores de Coliformes totais estiveram acima do padrão estabelecido (5.000 NMP/100 mL) em praticamente todas as campanhas de monitoramento. Isso porque, Itajubá e Pouso Alegre são as cidades mais populosas da Bacia e ainda não possuem tratamento de esgoto. Vale lembrar que os municípios de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Itajubá já estão em fase de projeto, construção e/ou implantação de suas estações de tratamento de esgoto. Em termos de Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, a Tabela 63 mostra que nos anos de 2000, 2002, 2004 e 2006 os valores estiverem abaixo do padrão estabelecido em praticamente todas as campanhas. 8 Valores em vermelho indicam estar acima do padrão estabelecido.
  • 170. 182 Tabela 63 – Demanda Bioqúimica de Oxigênio da baciao do rio Sapucaí Demanda Bioquímica de Oxigênio mg/L BG039 BG041 BG043 BG044 BG045 BG047 BG049 mar/2000 10 4 <2 3 3 2 2 jun/2000 2 <2 <2 <2 3 <2 <2 set/2000 2 4 3 2 3 3 5 nov/2000 3 3 3 2 3 3 2 mar/2002 2 2 2 2 2 2 2 jun/2002 2 2 2 2 2 2 2 set/2002 2 3 2 2 2 2 2 nov/2002 4 4 3 3 3 2 2 mar/2004 2 2 2 2 2 2 2 jun/2004 2 2 2 2 2 3 2 set/2004 3 4 2 2 2 2 2 nov/2004 2 4 3 2 3 2 2 mar/2006 2 2 2 2 2 2 2 jun/2006 2 2 2 2 2 2 4 set/2006 2 9 2 2 2 2 2 nov/2006 2 2 2 2 2 2 2 14.2 Resíduos lançados indiretamente no corpo d’água O principal resíduo lançado indiretamente, ou até mesmo diretamente no corpo d’água é o lixo. Tem sido muito comum o lançamento de lixo diretamente nos cursos d'água, ou nas suas margens, o que acarreta degradação dos rios e o comprometimento da qualidade de vida e de saúde da população local. O lixo acumulado nos corpos hídricos serve de alimento para determinadas espécies de animais que passam a habitar aquela região. Muitos desses animais podem transmitir doenças extremamente graves e fatais como, por exemplo, a leptospirose. Diagnóstico realizado em 2001 (COPASA) identifica a presença de lixões em vários municípios da bacia, como, quais posteriormente substituídos por aterros controlados, como em Cachoeira de Minas, Estiva, Gonçalves, Maria da Fé e São José do Alegre, (Tabela 38 da página 138).
  • 171. 183 O município de Elói Mendes em consórcio com o município de Monsenhor Paulo está finalizando a implantação do Aterro Sanitário, localizado em Elói Mendes, e que irá atender ambos os municípios. O aterro encontra-se em fase final de implantação, e tem previsão para inicio de funcionamento para o mês de Junho de 2010 (Foto 16). Foto 16 – Situação do Aterro Sanitário de Elói Mendes em 24/02/2010. Utilizando os dados de projeção de população da Fundação João Pinheiro, e considerando a produção de percapita de lixo de 0,7 kg/hab.dia, é possível estimar a produção de resíduos na bacia do rio Sapucaí para os próximos 10 anos.
  • 172. 184 15. ENQUADRAMENTO Tendo em vista toda essa dinâmica a respeito da utilização da água, apresentamos neste relatório algumas diretrizes a fim de subsidiar o enquadramento das águas da Bacia do Rio Sapucaí. Trata-se de um processo decisório onde estão em jogo a qualidade da água (que condiciona os usos da água), as cargas poluidoras e os custos para redução da poluição. Quanto melhor a qualidade da água desejada, menores devem ser as cargas poluidoras e maiores serão os custos para tratamento dos efluentes. O enquadramento é influenciado por aspectos técnicos, econômicos, sociais e políticos. O processo de enquadramento deve considerar todos estes aspectos para que sejam estabelecidas metas de qualidade das águas factíveis de serem alcançadas no horizonte de planejamento estabelecido. Se forem estabelecidas metas muito ambiciosas os custos podem ser excessivamente altos e de difícil realização. Por outro lado, se as metas forem muito modestas, algumas situações de degradação da qualidade das águas podem se tornar irreversíveis, impedindo os usos múltiplos das águas. 15.1 Aspectos legais Para a elaboração das diretrizes de enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí, foram considerados os seguintes dispositivos legais: Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG Nº 1, de 5 de maio de 2008 – dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Resolução CONAMA n٥ 357 de 17/03/05, a qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Este torna-se um instrumento de planejamento permitindo estabelecer a qualidade que cada curso de água deverá manter, de forma a atender seus usos específicos. Segundo a Deliberação supra citada (DN COPAM/CERH-MG 01/2008), a classificação dos corpos de água segue da seguinte forma, de acordo com seus usos possíveis: o Classe Especial: abastecimento para consumo humano com filtração e desinfecção, preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas,
  • 173. 185 preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. o Classe 1: abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário (como natação, esqui aquático e mergulho), irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e ingeridas cruas sem remoção de película, proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas. o Classe 2: abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa ter contato direto, aqüicultura e pesca. o Classe 3: abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou avançado, irrigação de culturas arbóreas , cerealíferas e forrageiras, pesca amadora, recreação de contato secundário, dessedentação de animais. o Classe 4: navegação, harmonia paisagística e usos menos exigentes. Resolução nº 91, de 5 de novembro de 2008 – estabelece os procedimentos para o enquadramento de corpos de água. Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000 – institui o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) e estabelece critérios e normas para criação e implantação e gestão das unidades de conservação. 15.2 Diretrizes para o enquadramento da Bacia do Rio Sapucaí Tendo em vista os instrumentos legais que norteiam o presente estudo, foram considerados os seguintes relatórios técnicos para as diretrizes aqui apresentadas: Diagnóstico do Meio Físico-Biótico; Diagnóstico da Dinâmica Social; Diagnóstico/Prognóstico das Demandas Hídricas. Para a elaboração das diretrizes de enquadramento das águas, foram contemplados os seguintes itens: levantamento das legislações e propostas de enquadramento existentes,
  • 174. 186 diagnóstico dos usos preponderantes atuais a partir de outorgas concedidas, identificação dos corpos de água em unidades de conservação, diagnóstico da condição atual da qualidade hídrica de acordo com os dados do IGAM, identificação das fontes de poluição, os pontos de monitoramento da qualidade das águas e as peculiaridades significativas de determinadas regiões e/ou municípios da bacia hidrográfica do rio Sapucaí. 15.3 Diagnóstico dos usos preponderantes O diagnóstico dos usos preponderantes foi baseado na avaliação da demanda hídrica atual da bacia do Sapucaí, onde foram utilizados os dados de outorgas significantes de usos consuntivos concedidas a nível estadual e federal, disponíveis no IGAM e ANA e COPASA, até dezembro de 2009. No total, foram concedidas na bacia do rio Sapucaí 166 (cento e sessenta e seis) outorgas para uso de recursos hídricos superficiais, sendo 154 de uso consuntivo (e 12 outorgas de uso não consuntivo A seguir, são dispostos os usos preponderantes da água, bem como sua localidade, e alguns comentários relativos a esses usos. Em primeiro lugar são analisados os usos consuntivos e, a seguir, os não consuntivos. 15.3.1 Abastecimento público O abastecimento público representa a forma mais significativa de uso consuntivo da água, são 53 outorgas que correspondem a 79% da vazão total outorgada. Se analisarmos por trecho da bacia, o abastecimento público é responsável por aproximadamente 77% da vazão outorgada no Alto Sapucaí, 86% no Médio e 51% no Baixo. A média de consumo de água por habitante alcança 135,2 litros / dia, multiplicado pela população total da bacia (618.276 habitantes) significa um consumo diário de 83.590.915,2 litros. 15.3.2 Irrigação Na campanha de regularização do uso da água (Faça Uso Legal da Água, 2009), promovida pelo governo de Minas Gerais, foram realizados 921 registros de uso da água para irrigação. Acredita-se que este seja um número subestimado, porque há certo temor, por parte do produtor rural, de realizar o registro. O maior número de registros pertence ao município de Pouso Alegre (354). Esse fato tanto pode derivar do fato deste ser o município mais populoso da bacia, quanto do empenho do escritório local da EMATER em estimular os agricultores a registrar.
  • 175. 187 Produtores de batata, morango e olerícolas são aqueles que mais utilizam irrigação, no Médio e Alto Sapucaí. De acordo com informações fornecidas por técnicos da EMATER e da EPAMIG, a irrigação é realizada por gravidade e não demanda grande volume de água. O maior problema é aquele relativo à qualidade da água, freqüentemente contaminada, segundo eles, principalmente por coliformes fecais. No Baixo trecho da bacia são utilizados sistemas de irrigação por aspersão em culturas temporárias, como milho e feijão. A maior parte das outorgas de água para irrigação concentram-se neste trecho da bacia (19), sendo essa forma de uso a segunda maior em volume de água superficial outorgada (34 % da vazão outorgada). 15.3.3 Dessedentação animal O registro de utilização da água para dessedentação animal é o segundo maior em termos absolutos, foram 7.570 registros realizados em 39 dos 48 municípios mineiros da bacia, resultado da campanha de regularização do uso da água. A pecuária é uma atividade expressiva na região. O rebanho bovino é numeroso e, em geral, as pastagens ocupam as áreas baixas e de várzea, com o rebanho tendo acesso direto às margens dos cursos d’água. Não obstante, existe, em toda bacia, apenas duas outorgas de água superficial para essa finalidade, uma no Alto e uma no Médio Sapucaí. 15.3.4 Exploração mineral Os casos de outorga para mineração são 30 em toda bacia. As principais atividades minerárias registradas no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) referem-se à extração de areia e cascalho, realizada no leito dos cursos de água. Também ocorrem registros de exploração de água mineral em Minas e em São Paulo. A Minalba Alimentos e Bebidas Ltda., por exemplo, explora mananciais de água mineral em Campos do Jordão. 15.3.5 Consumo industrial e agroindustrial Entre as agroindústrias regionais destacam-se as de beneficiamento de café e as de processamento de mandioca para a produção de polvilho, além dos laticínios. As indústrias do setor de transformação, eletroeletrônica, mecânica, autopeças, não consomem água em seu processo produtivo, o seu consumo é variável estando relacionado ao número de funcionários. Existem 21 outorgas de água superficial para consumo industrial na bacia, 8 no Alto Sapucaí, 6 no Médio e 4 no Baixo. Para agroindústrias existem seis outorgas, 5 delas no curso médio da bacia.
  • 176. 188 Na campanha de regularização os dados de consumo industrial e agroindustrial foram computados conjuntamente, foram 79 registros em 23 diferentes municípios. Os trechos Alto e Médio Sapucaí empatam com 30 registros cada um. 15.3.6 Outros usos Além destes, existem 511 registros de usos diversos não especificados, na campanha de regularização e 20 casos de uso para lavagem de automóveis. No caso do registro de outorgas existem três casos registrados como outros que se referem a lava-jatos e aspersão de ruas. 15.3.7 Diluição de despejos A diluição de despejos, em especial do esgoto sanitário, constitui um dos principais fatores de comprometimento da qualidade da água. Sabe-se que a quase totalidade dos efluentes são lançados diretamente, sem nenhum tipo de tratamento. No entanto, a diluição não é recomendada em substituição ao tratamento dos despejos, devendo somente ser utilizada para a carga residual das estações de tratamento, ao contrário do que realmente ocorre na bacia. 15.3.8 Piscicultura De acordo com a EPAMIG a piscicultura (ou aqüicultura) tem-se destacado como atividade das mais promissoras para Minas Gerais. Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí a atividade vem crescendo, incentivada pela EMATER. No município de Piranguinho, localizado na bacia do Ribeirão do Açudinho, a empresa implantou, em 2008, um sistema de compras comunitárias de alevinos. A principal espécie implantada é exótica, a tilápia tailandesa, mas também são criados pacu, o tambacu, o piau, a carpa, a matrinxã, o bagre. Outros municípios próximos também participam desse sistema: Itajubá, Brasópolis e São José do Alegre. Foram registrados, nos municípios mineiros da BHRS, na campanha estadual Faça Uso Legal da Água, 1.007 casos de utilização da água para piscicultura. Existem oito outorgas para aqüicultura em toda bacia: quatro no Médio Sapucaí, três no Baixo e uma no Alto. Em Campos do Jordão destaca-se a truticultura. As trutas foram introduzidas nos rios locais na década de 60 e se reproduziram bem. A pesca é esportiva. Existem pesqueiros que exploram a atividade comercialmente, associada ao turismo.
  • 177. 189 15.3.9 Turismo e lazer A atividade turística associada aos recursos hídricos acontece, principalmente, nos dois extremos da bacia hidrográfica. A beleza cênica e a abundância de água da Serra da Mantiqueira atraem turistas para os municípios do Alto Sapucaí, enquanto o Lago de Furnas constitui o atrativo da parte baixa da bacia, nos municípios de Elói Mendes e Paraguaçu. Em Paraguaçu, na localidade de Pontalete, existe uma praia artificial criada pela prefeitura. Existem ranchos de lazer às margens do Rio Sapucaí, ao longo de sua extensão. 15.4 Qualidade das águas e fontes de poluição O diagnóstico da qualidade das águas e a identificação das fontes de poluição são ferramentas essenciais para a elaboração das diretrizes de enquadramento, pois definem a real situação dos corpos de água da bacia. A partir destes dados, é possível projetar metas e ações para melhoria da qualidade das águas de acordo com a classificação desejável de determinado corpo de água. Para se realizar a caracterização da qualidade das águas superficiais da bacia do Rio Sapucaí, utilizou-se os dados das redes de monitoramento operadas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, no período de 1997 a 2007, totalizando 07 estações de amostragem. 15.4.1 Fontes e formas de poluição das águas na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí Na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí coexistem atividades de mineração, industriais e agropecuárias. Todas essas atividades proporcionam a poluição dos corpos d’água, em razão do lançamento, sem tratamento, de águas residuárias do processo, no caso de formas de poluição pontual, ou por contaminação dispersa, decorrente de fontes não-pontuais. Esgoto Sanitário Efluentes da mineração Efluentes da indústria Agropecuária 15.5 Demanda hídrica superficial Para a avaliação da demanda hídrica atual da bacia do Sapucaí foram utilizados os dados de outorgas concedidas a nível estadual, disponíveis no sítio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM até junho de 2009, e as outorgas de cunho federal disponíveis no sítio da Agência Nacional das Águas - ANA até dezembro de 2008. Portanto a demanda atual
  • 178. 190 estimada neste estudo considera as outorgas concedidas até esse período mencionado e que estavam disponíveis para análise. Os resultados consolidados para a bacia de estudo, divididos em Alto, Médio e Baixo Sapucaí, estão contidos na Tabela 43, considerando os principais usos consuntivos tais como: abastecimento urbano, abastecimento industrial, abastecimento rural, dessedentação animal, irrigação e outros. Observa-se na Tabela 56 que a maior demanda encontra-se no Médio Sapucaí, totalizando 1,98 m³/s de vazão outorgada. Observe que apesar de o Baixo Sapucaí ter um maior número de outorgas (44) em relação ao Alto Sapucaí (36), a vazão outorgada do Alto Sapucaí é maior e igual a 0,75 m³/s, enquanto a o Baixo é de 0,52 m³/s. 15.6 Identificação de conflitos potenciais Para uma adequada proposta de enquadramento, é necessário avaliar os conflitos gerados pelos diversos interesses e usos da água. Alguns conflitos potenciais podem ser identificados na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. O primeiro refere-se ao antagonismo entre os interesses econômicos, de diferentes segmentos, e a política de preservação ambiental e proteção conservação dos recursos hídricos. Um dos interesses econômicos que se interpõe à gestão dos recursos hídricos é o da expansão imobiliária nas áreas urbanas em áreas marginais dos sistemas fluviais caracterizadas como várzeas e matas ciliares. Apesar do risco de enchentes, a expansão urbana continua a se dar nessas áreas. Exemplo disso ocorre em Santa Rita do Sapucaí, e foi relatado na oficina de diagnóstico participativo. Também em Pouso Alegre e Itajubá houve referências a conflitos de interesses em torno da política e instrumentos de ordenamento territorial. Os interesses econômicos pressionam os gestores políticos que, inúmeras vezes, cedem frente a eles. Outro interesse ou atividade econômica com impacto sobre os recursos hídricos é a mineração de areia realizada através da dragagem dos leitos dos rios, muitas vezes de forma ilegal. As atividades agropecuárias desenvolvidas em áreas de preservação ambiental – margens de cursos de água, nascentes e terrenos com declividade superior a 45º - são comprometedoras dos recursos hídricos e constituem um obstáculo a ser superado para o estabelecimento de uma política sustentável e integrada de proteção e recuperação desses recursos. Esta é uma questão complexa considerando um conjunto de fatores. De forma ilustrativa, sem pretender uma análise exaustiva, pode-se listar alguns destes fatores. Primeiro, a forma histórica de uso e ocupação do solo tanto urbano como rural: ocupação de várzeas, topos de morro e margens dos cursos d’água. Segundo, as características
  • 179. 191 geográficas: relevo acidentado, principalmente no Alto Sapucaí, e a forma ramificada e fartura de cursos d’água que significa a presença de grandes extensões de APP que por lei deveriam ser protegidas. Terceiro, a estrutura fundiária na bacia onde predominam pequenas e médias propriedades parte das quais pode ser inviabilizada por ocuparem predominantemente áreas de APP. Quarto, a necessidade de mudanças culturais na forma de manejo agrícola convencional, mudança que é lenta e depende de um processo educativo de longo prazo. Um outro conflito latente está vinculado ao projeto, gerido pela COPASA, de construção de barragens secas para contenção de enchentes. Dois tipos de resistência existem: a de ambientalistas e técnicos, e a dos proprietários que tem terras na área de inundação do lago. Ambientalistas e técnicos, entre eles alguns membros do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, argumentam que tal intervenção estrutural, além de cara, não oferece garantias de efetividade e poderia gerar outros danos ambientais à bacia. Na região da bacia existem duas PCH’s pertencentes à CEMIG com licença de operação (LO) em andamento. Uma é a PCH Luiz Dias, localizada em Itajubá e a outra é a PCH São Bernardo, localizada em Piranguçu. Além dessas existe a PCH Ninho de Águia, localizada em Delfim Moreira. A mesma encontra-se em fase de construção, com licença de instalação (LI) concedida e pertence à SPE Ninho da Águia Energia S/A. O conflito gerado por este tipo de empreendimento é relacionado ao uso do reservatório de água. Por vezes, este reservatório pode apresentar usos múltiplos, como pesca por exemplo. Em outras situações, dependendo do seu porte e da quantidade de energia a ser gerada a partir da PCH, o reservatório fica à disposição apenas da própria usina, perdendo assim a utilização para outros fins. Nos programas de ação do Plano Diretor da Bacia do Rio Sapucaí é necessário prever espaços de debate dos diversos interesses, tanto conflitantes quanto convergentes, existentes na região, de modo a enfrentar questões que não são apenas regionais, como a relação entre a legislação ambiental, os interesses econômicos e a forma histórica de uso e ocupação do território.
  • 180. 192 15.7 Sugestão para o Enquadramento da bacia do Rio Sapucaí Tendo como subsídio as informações acima apresentadas sobre a Bacia do Rio Sapucaí, principalmente no que se refere aos usos preponderantes e qualidade das águas, são expostas sugestões de enquadramento dos corpos de água da bacia. O estudo foi realizado por corpo de água, considerando quando necessário trechos dos mesmos, localizados nas regiões Baixo, Médio e Alto Sapucaí. RIO SAPUCAÍ TRECHO 1 - Alto Sapucaí, município de Campos do Jordão ( 22,7600S / 45,6210W ) até o limite da APA Serra da Mantiqueira no ponto de monitoramento BG039 ( 22,5170S / 45,4030W ) – Classe 2 Esse trecho do Rio Sapucaí tem sua nascente no município de Campos do Jordão, região internacionalmente conhecida como estância hidromineral. Possui grande extensão inserida na APA Serra da Mantiqueira. Segundo informações do Plano Diretor da Bacia da Serra da Mantiqueira, o município de Campos do Jordão não conta com estação de tratamento de esgoto sanitário, o que influencia na diminuição da qualidade da água. Mesmo se tratando de um trecho onde existem nascente e APA, devido ao fato de não existir tratamento de esgotos a montante, se torna inviável o enquadramento na Classe 1. Se esse efluente recebesse o tratamento convencional, a qualidade da água dificilmente alcançaria os parâmetros necessários para essa classe. Outra dificuldade identificada é que os municípios geradores desse esgoto não tratado se localizam na região paulista da bacia. No entanto, verificamos a necessidade de ações no sentido de preservar áreas de nascentes, frente ao avançado processo de urbanização e degradação. Essas ações são necessárias também por existir uma extensão considerável desse trecho inserido em uma unidade de conservação, a APA Serra da Mantiqueira. Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000, Área de Proteção Ambiental é uma área com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
  • 181. 193 A classe 2 atende aos seguintes usos: abastecimento humano após tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação, aqüicultura e pesca. TRECHO 2 - Alto Sapucaí, do ponto de monitoramento BG039 ( 22,5170S / 45,4030W ) até o Baixo Sapucaí ( 21,5000S / 45,6740W ) – Classe 2 Os usos preponderantes deste trecho são: abastecimento público após tratamento convencional, mineração, irrigação e consumo industrial. Existe uma grande influência da área urbana, o que contribui para a diminuição da qualidade da água. Localizam-se neste trecho os municípios de Itajubá, que é o segundo mais populoso da bacia e Santa Rita do Sapucaí, reconhecido pela forte presença de indústrias do setor eletrônico. Um ponto positivo para a manutenção dos parâmetros necessários a essa classe, é a existência de uma ETE no município de Pedralva (Alto Sapucaí) e outra no município de Paraguaçu (Baixo Sapucaí), localizados em afluentes desse trecho. RIO SAPUCAÍ-MIRIM TRECHO 1: Alto da bacia, da nascente ( 22,8560S / 45,8930W ) até o limite com o município de São Bento do Sapucaí, localizado na porção paulista da bacia ( 22,7220S / 45,7280W ) – Classe 2 Este trecho está localizado na APA Fernão Dias e tem como uso preponderante o abastecimento público, o que seria compatível com a classe 1, por tratar-se de nascente e área de proteção ambiental. Porém, verificamos dificuldade no monitoramento da qualidade desta água. Portanto, ressaltamos a importância da instalação de um ponto de monitoramento como plano de ação, pois de acordo com o resultado dos parâmetros analisados na segunda campanha de 2009 do IGAM, a qualidade da água monitorada pela estação BG044 está classificada como 2, o que pode configurar um dado não confiável, visto que está localizada a uma distância significativa do trecho aqui mencionado. TRECHO 2: do limite com o município de São Bento do Sapucaí ( 22,7220S / 45,7280W ) até a confluência com o Rio Sapucaí ( 22,2100S / 45,8760W ) – Classe 2 Os usos preponderantes deste trecho são: consumo industrial, mineração, abastecimento público e irrigação. Desta forma, a classe 2 é a que melhor se enquadra, tendo em vista a atual qualidade das águas e os seguintes usos: abastecimento para consumo humano após
  • 182. 194 tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação, aquicultura e pesca. Um ponto positivo para a manutenção dos parâmetros necessários a essa classe, é a existência de uma ETE no município de Gonçalves, localizado em um afluente desse trecho. RIO LOURENÇO VELHO TRECHO 1 – da nascente ( 22,4200S / 45,0360W ) até o limite do município de Delfim Moreira com Itajubá ( 22,3760S / 45,2620W ) - Classe 2 Esse trecho está inserido na APA Serra da Mantiqueira, justificando ações no sentido de preservação dessa área. Como o esgoto não tratado do município de Marmelópolis é lançado em um afluente desse trecho, contribuindo para a piora da qualidade da água, propomos a instalação de uma estação de monitoramento da qualidade da água no final do mesmo, obtendo assim dados mais específicos e precisos. TRECHO 2 – final do TRECHO 1 ( 22,3760S / 45,2620W ) até a confluência com o Rio Sapucaí ( 22,3730S / 45,5120W ) – Classe 2 Seus usos preponderantes são mineração e lavagem de veículo. Há relatos de despejo de óleo de fritura na rede de esgoto do município de Maria da Fé, conforme verificado em trabalho de campo. Isto ocorre em um afluente deste trecho. A classe 2 é a que melhor se enquadra, visto que a estação de tratamento BG041, localizada a jusante deste trecho, também apontou esta classe quanto à qualidade das águas. Desta forma, os usos podem ser: abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação, aqüicultura e pesca. RIO ITAIM Todo o trecho deste corpo de água, localizado no Médio Sapucaí, enquadra-se na classe 2, visto que possui outorgas para consumo agroindustrial e abastecimento público. Possui uma estação de monitoramento da qualidade da água a jusante, confirmando esta classificação, de acordo com os resultados da segunda campanha de 2009 do IGAM. RIBEIRÃO DO MANDU Todo o trecho, localizado no Médio Sapucaí, está enquadrado na classe 2, visto a atual qualidade de sua água conforme segunda campanha de monitoramento do ano de 2009 do
  • 183. 195 IGAM, bem como seus usos, sendo: irrigação, aqüicultura, abastecimento para consumo humano após tratamento convencional e dessedentação de animais. RIO DO CERVO, RIO TURVO E RIO DOURADO Toda a extensão destes corpos de água, localizados no Médio e Baixo Sapucaí, enquadra- se na classe 2, atendendo assim seus usos preponderantes, ou seja, irrigação, abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, consumo agroindustrial, consumo industrial, aspersão de vias e aqüicultura. Esta classe ainda atende outros possíveis usos como: proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário e pesca. 15.8 Considerações Finais Ressaltamos que, para a realização de uma adequada proposta de enquadramento, são necessárias informações, estudos e subsídios técnicos que ainda não são disponíveis. Desta forma, segue algumas diretrizes para que seja elaborada a proposta de enquadramento: Melhor distribuição das estações de monitoramento da qualidade das águas em alguns corpos de água ou trechos dos mesmos, uma vez que existem corpos d’água na bacia que não são monitorados (Ex: rio Lourenço Velho); Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas, sob rigoroso controle, buscando aperfeiçoar e facilitar o cadastramento de usuários, principalmente os de uso insignificante; Priorizar a realização de um cadastro de usuário, identificando com maior clareza os usos preponderantes. Este estudo é necessário porque a relação dos usos preponderantes da bacia, tendo em vista que o número de outorgas concedidas é bem menor do que os usos levantados na última Campanha de Regularização do Uso da Água. Estabelecer uma rede de vazão contemplando as sub-bacias, tanto a montante quanto na foz dos cursos de água para identificar as vazões recorrentes na bacia; Estudos para definição da vazão de referencia mais adequada a bacia do Rio Sapucaí; Ampliação e otimização da rede de monitoramento da quantidade e qualidade da água.
  • 184. 196 16. COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS A implantação dos instrumentos previstos na política de recursos hídricos representa enorme avanço para a modernização do setor. Mesmo assim, ainda permanecem muitas dúvidas, sobretudo no que diz respeito à cobrança pelo uso de recursos hídricos. Por isso, é necessário esclarecer alguns importantes conceitos norteadores dessa política para que sua compreensão aconteça sem maiores conflitos. Fundamentais para embasar os critérios de cobrança, são os conceitos de outorga e enquadramento dos corpos hídricos que, juntamente com outras variáveis, embasam e justificam o cálculo da cobrança. O que é Bacia Hidrográfica? A bacia hidrográfica de um rio ou curso d’água pode ser definida como o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e sub-afluentes. A idéia de bacia hidrográfica está associada à noção da existência de nascentes, divisores de águas e demais características dos cursos de água principais e os secundários, denominados afluentes e sub-afluentes. O que é um Comitê de Bacia? Os comitês de bacia são órgãos colegiados, consultivos normativos e deliberativos, que constituem a base do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e também do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de Minas Gerais. São compostos por representantes do Estado, municípios, organizações civis e usuários de água. Dente as atribuições dos comitês, destacamos: promover o debate sobre questões relacionadas aos recursos hídricos; arbitrar conflitos relacionados aos recursos hídricos; aprovar o Plano Diretor de Recursos Hídricos na Bacia e acompanhar sua execução; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados. Qualquer pessoa pode integrar um comitê? Segundo o artigo 36 da Lei Estadual 13.199 de 29 de Janeiro de 1999, os comitês de bacia hidrográfica são compostos por: I - representantes do poder público, de forma paritária entre o Estado e os municípios que integram a bacia hidrográfica; II - representantes de usuários e de entidades da sociedade civil ligadas aos recursos hídricos, com sede ou representação na bacia hidrográfica, de forma paritária com o poder público.
  • 185. 197 O que é uma Agência de Bacia? As agências de bacia hidrográfica, segundo a Deliberação Normativa CERH n.º 19, de 28 de junho de 2006, são entidades de personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa, que atuarão como unidades executivas descentralizadas de apoio a um ou mais comitês de bacia hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e financeiro. Parte da arrecadação feita por meio da cobrança, mais precisamente 7,5%, suportará as despesas de implantação, custeio para manutenção técnica e administrativa das agências, a médio e longo prazo. O que é Outorga? A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos seis instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecidos no inciso III, do art. 5º da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 e também da Política Estadual de Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei Estadual 13.199 de 29 de janeiro de 1999. Esse instrumento tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. É, portanto, o ato administrativo mediante o qual o poder público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado (requerente) o direito de uso do recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato administrativo. O que é enquadramento dos corpos d’água segundo usos preponderantes? Enquadramento é o estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um dado segmento do corpo d’água ao longo do tempo para garantir aos usuários a qualidade necessária ao atendimento de seus usos. É um instrumento fundamental da Política Estadual de Recursos Hídricos, instituído pela Lei nº 3.870, de 25 de setembro de 1997 e constitui muito mais do que uma simples classificação, pois se tornou instrumento fundamental para o gerenciamento dos recursos hídricos e para o planejamento ambiental. Assim como o instrumento de outorga, o enquadramento dos corpos d’água também está diretamente relacionado com a cobrança pelo uso de recursos hídricos. É o enquadramento que classifica a qualidade dos corpos d’água segundo seus possíveis usos e determina se ela deve ser mantida ou alterada, de acordo com as atividades desenvolvidas ao seu redor ou mesmo segundo sua localização.
  • 186. 198 Qual a diferença entre consumidor e usuário de água? A cobrança pelo uso da água é instituída para aqueles que fazem uso direto da água bruta localizada nos corpos de água (rios, lagos, aqüíferos) seja captando água, lançando efluentes, desviando ou barrando cursos de água, dentre outros usos. Todos nós somos consumidores de água porque recebemos em nossas casas a água tratada dos usuários de água que são as concessionárias, citando como exemplo em Minas Gerais a COPASA. Portanto, consumidor e usuário desempenham papéis diferenciados. Qual a diferença entre usuário-pagador e poluidor-pagador? Os conceitos de usuário-pagador e do poluidor-pagador foram adotados, dentro dos critérios de cobrança, com o objetivo de combater o desperdício e a poluição das águas, levando quem desperdiça e polui a pagar mais. Segundo o princípio do usuário-pagador, quem utiliza o recurso ambiental deve arcar com os custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas. Sendo assim, quem arca com esses custos são aqueles que deles se beneficiaram, e não o Poder Público. Já o princípio do poluidor-pagador pode ser entendido como sendo um instrumento econômico e também ambiental que exige do poluidor, assim que identificado, assumir os custos das medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis para a eliminação ou amenização dos possíveis danos ambientais. O que é usuário insignificante? Como ele é definido? A legislação vigente isenta usuários insignificantes, cujo consumo varia de acordo a bacia hidrográfica e é definido por fóruns colegiados, com ampla participação dos diversos segmentos sociais que integram os comitês dessas bacias hidrográficas. Portanto, são os comitês que estabelecem o valor a ser cobrado em suas respectivas bacias, bem como o consumo insignificante que não será tarifado. O uso insignificante é definido tomando como critério a vazão de captação; todos aqueles que captarem vazão maior do que a que vier a ser definida como insignificante, se sujeitará automaticamente à cobrança obrigatória no que se refere à captação, consumo e lançamento de DBO – Demanda Bioquímica de oxigênio. Por que outra conta de água se já pagamos por ela? Na verdade, o valor da conta que pagamos, hoje, se refere à captação, tratamento e distribuição da água e não a água propriamente dita. Agora será cobrado o valor determinado pelos Comitês de cada bacia hidrográfica pelo uso da água em si. Portanto,
  • 187. 199 pagaremos por duas coisas distintas: às concessionárias pelo tratamento, captação e distribuição da água e, para os Comitês de Bacia, pelo uso da água em si. Será cobrado imposto pelo uso de recursos hídricos? A Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos não é definida como taxa ou imposto, mas sim como um preço público. Para o IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas, a cobrança pelo uso de recursos hídricos é uma compensação a ser paga pelos usuários de água visando garantir os padrões de quantidade, qualidade e regime estabelecidos para as águas da Bacia, sendo proporcional à interferência de seus usos no estado antecedente desses atributos. A cobrança pelo uso de recursos hídricos não configura imposto ou taxa porque não se fundamenta num sistema de arrecadação e, segundo o artigo 4º do cap II do decreto 44.046/05, tem como objetivos: (i) reconhecer a água como um bem natural de valor ecológico, social e econômico cuja utilização deve ser orientada pelos princípios do desenvolvimento sustentável, bem como dar ao usuário uma indicação de seu real valor, (ii) incentivar a racionalização do uso da água e (iii)obter recursos financeiros para o financiamento de programas e intervenções incluídos nos planos de recursos hídricos. Onde serão empregados os recursos arrecadados com a cobrança? O Artigo 13 do Decreto Estadual (MG) 44.945 de 13 de Novembro de 2008 prevê que os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados na bacia hidrográfica que deu origem à arrecadação, mediante expressa aprovação do respectivo Comitê de bacia, garantida a conformidade da aplicação com os planos de recursos hídricos. 16.1 Diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio Sapucaí A Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG), que tem como uma de suas sub-bacias a Bacia do Rio Sapucaí, está localizada no Sudeste do Brasil, na Região Hidrográfica do Paraná e, juntamente com as Regiões Hidrográficas Paraguai e Uruguai, compõe a Bacia do Prata. Sua área de drenagem tem cerca de 143.437,79 km², dos quais 57.092,36 km² estão em território paulista e 86.345,43 km² em Minas Gerais. A Bacia Hidrográfica do Rio Grande está subdividida em 14 unidades de gestão, sendo 6 localizadas São Paulo, denominadas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), e 8 em Minas Gerais, chamadas Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) sob a sigla específica GD.
  • 188. 200 Nosso objeto de estudo, a Bacia do Rio Sapucaí (GD5), se localiza na vertente mineira da bacia, conforme pode ser observado na Figura 14. Figura 14 – Bacia do Rio Grande. Em vermelho, destaque para a Bacia do Rio Sapucaí. Fonte: Extraído de “II Oficina de integração dos comitês da Bacia do Rio Grande”. Rib. Preto, 2008. A Bacia do Rio Sapucaí é constituída por 51 municípios, sendo 48 na parte mineira e 3 no trecho paulista. Com relação à distribuição da população na área da Bacia, o município mais populoso é Pouso Alegre, com 119.649 habitantes, seguido por Itajubá, com 86.210 habitantes. Contudo, predominam na bacia municípios de pequeno porte, sendo que 83% possuem até 20.000 habitantes. O grau de urbanização do conjunto de municípios mineiros da Bacia do Sapucaí – 75%, é inferior ao índice apresentado pela macrorregião Sul/Sudoeste (80,7%) e pelo estado (76,82%). No entanto, projeções realizadas pelo IBGE indicam um incremento de aproximadamente 65.055 habitantes até 2020. Considerando que tanto o sul mineiro possui alta densidade demográfica como o território da bacia hidrográfica em questão, o crescimento da população, previsto para um cenário de 20 anos, certamente contribuirá para o adensamento populacional cada vez maior nas cidades da região. Com relação ao uso e ocupação do solo, a maior parte das terras são ocupadas por culturas – sobretudo café, banana e milho, e pastagem. Há ainda muitas áreas preservadas, porém, de pequena extensão. No alto trecho da bacia, o turismo é atividade bastante desenvolvida devido à beleza cênica da paisagem. Apesar de bastante urbanizada, a vocação agrícola é forte na Bacia e remonta ao período da colonização brasileira, com destaque para os
  • 189. 201 cafezais centenários. Todavia, indústrias de ponta também ganham destaque, como é o caso do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí. Apesar da grande concentração populacional nos centros urbanos, 2/3 dessa população não tem acesso ao tratamento de esgoto, contribuindo sobremaneira para a deterioração das águas do Rio Sapucaí. Alguns município, no entanto, já desenvolvem projetos de implantação de estações e alguns estão em andamento. Visando, portanto, exercer a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos em sua área de atuação, foi instituído o Decreto nº 39.911, de 20 de junho de 1994, o Comitê da Bacia do Rio Sapucaí – CBH-Sapucaí. Esse decreto promoveu, no âmbito da gestão de recursos hídricos, a viabilização técnica e econômico-financeira de programas de investimento e consolidação de políticas de estruturação urbana e regional, visando ao desenvolvimento sustentado na Bacia e no Estado de Minas Gerais. O CBH-Sapucaí tem o dever de trabalhar, conjuntamente com o IGAM e a ANA, órgãos estaduais e federais, para a implementação de medidas de preservação e controle não apenas dos corpos d’água, mas também de toda a vida presente e ligada aos recursos hídricos em questão. 16.1.1 Simulação de cobrança para a Bacia do Sapucaí A elaboração da metodologia de cobrança pelo uso da água tem início com a análise dos dados das etapas anteriores do plano como, por exemplo, o diagnóstico físico-biótico e sócio-econômico da bacia, outorgas de direito de uso da água, enquadramento dos corpos d’água em classes segundo usos preponderantes, dentre outros. O cálculo para a cobrança considera as principais características da bacia e está diretamente ligado ao tipo de atividade nela desenvolvida. Visando mensurar o possível impacto causado pela cobrança pelo uso da água na Bacia do Sapucaí, a Gerencia de Cobrança Pelo Uso da Água do IGAM elaborou uma simulação de cobrança para as bacias hidrográficas mineiras utilizando a metodologia CEIVAP. A Tabela 64 foi extraída do resultado dessa simulação.
  • 190. 202 Tabela 64 – Simulação de Arrecadação SÃO FRANCISCO UPGRH SANEAMENTO IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA TOTAL SF1 640.374 135.561 319.192 1.095.128 SF2 2.401.837 29.921 2.059.816 4.491.573 SF3 12.696.742 85.077 774.902 13.556.721 SF4 488.783 40.756 109.025 638.564 SF5 7.906.610 85.181 2.921.494 10.913.285 SF6 890.722 186.121 318.825 1.395.668 SF7 494.439 707.691 617.873 1.820.004 SF8 54.045 109.286 77.947 241.277 SF9 201.268 13.844 41.222 256.335 SF10 1.569.340 52.257 238.621 1.860.218 TOTAL 27.344.160 1.445.696 7.478.916 36.268.773 GRANDE UPGRH SANEAMENTO IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA TOTAL GD1 171.321 9.478 13.108 193.907 GD2 671.525 10.060 196.009 877.593 GD3 1.364.270 21.701 121.706 1.507.678 GD4 1.483.330 7.013 116.939 1.607.283 GD5 727.753 5.908 102.681 836.342 GD6 808.200 3.628 151.560 963.387 GD7 934.286 7.307 123.245 1.064.839 GD8 1.380.440 58.133 417.750 1.856.323 TOTAL 7.541.127 123.228 1.242.998 8.907.352 Fonte: IGAM. Depto de cobrança Analisando a Tabela 64, é possível verificar que os valores arrecadados em cada bacia são baixos se comparado aos custos de manutenção de futuras agências e também para a implementação de medidas mitigadoras de impactos ambientais. Para o Rio Sapucaí, segundo a simulação, seriam arrecadados, anualmente, apenas R$ 836.342,00 segundo menor resultado entre as sub-bacias do Rio Grande. O que num primeiro momento pode parecer bastante dinheiro, depois de enumerados os gastos e investimentos necessários para a bacia, esse recurso se torna bastante limitado. Se compararmos, por exemplo, os valores totais arrecadados pelas bacias do Grande e São Francisco, veremos que depois de listados todos os problemas e necessidades de investimento, ainda seriam, necessários maiores recursos. Essa discussão se complexifica ao lembrarmos que tanto a Bacia do Grande quanto a do Sapucaí são federais, o que sugere a necessidade da criação de uma agência de Bacia para unificar e centralizar os recursos. A visão total da bacia hidrográfica revela que a gestão ainda ocorre de forma compartimentada, sem interlocução ou objetivos comuns entre comitês. A proposta de formação de um Comitê de Integração da bacia Hidrográfica do Rio Grande faz referência à criação de um comitê de bacia hidrográfica de um rio de domínio da União e
  • 191. 203 se trata de um ampla junção dos comitês das sub-bacias do Rio Grande, voltadas para três objetivos em comum: A construção de um colegiado articulador e integrador, otimizando recursos disponíveis e respeitando as peculiaridades dos comitês de origem; Elaboração de um plano integrado para a bacia como um todo, com metas e compromissos para todos os integrantes do comitê; Integração e harmonização dos instrumentos de gestão. Algumas das etapas necessárias para a criação de um Comitê de Integração já foram cumpridas pela bacia do Rio Grande, o que demonstra o andamento do processo, apesar de restarem muitas etapas pela frente. São elas: Instituir todos os comitês de rios afluentes; Eleger Grupo de Coordenação para promover a criação do comitê de integração; Subscrição dos Secretários de Estado responsáveis pelo gerenciamento de recursos hídricos; Elaboração da justificativa da necessidade e oportunidade de criação do Comitê; Elaboração do diagnóstico de situação dos recursos hídricos da bacia9 . Sendo assim, para estabelecer diretrizes para a cobrança pelo uso da água na Bacia do Sapucaí, é preciso, antes de tudo, que outros importantes instrumentos de gestão já tenham sido implementados de forma eficiente, porque são importantes norteadores da cobrança, que depende de todos esses – criação do comitê de bacia, plano diretor, outorga, enquadramento, para ter seu processo iniciado. Por fim, observando a experiência de outros países e nas bacias hidrográficas brasileira que já adotam a cobrança como instrumento de gestão dos recursos hídricos, é possível perceber que, mais do que instrumento para gerar receita, a cobrança é indutora de mudanças para economia da água, a redução de perdas e para a gestão com justiça ambiental. Isso porque é cobrado de quem usa e polui. 9 Extraído de: GRANDE, o rio que nos une. Cartilha do Comitê de Integração do Rio Grande: Uma nova etapa na gestão das águas. Cartilha elaborada pelo CBH Rio Grande.( sem data).
  • 192. 204 17. PLANOS DE AÇÃO Na elaboração do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, foram identificadas deficiências ligadas aos recursos hídricos na Bacia do Rio Sapucaí, tanto na área de planejamento quanto no gerenciamento dos recursos hídricos da bacia. Estas deficiências também foram levantadas segundo informações concedidas pelos membros do CBH Sapucaí e de representantes da sociedade da bacia que participaram das reuniões públicas realizadas no mês de fevereiro de 2010. Com base nesse levantamento serão traçados, neste documento, planos de ações que, se incorporados a bacia do Rio Sapucaí, poderão contribuir na redução e/ou solução dos problemas encontrados na bacia. Esses planos de ação tem também o intuito de reforçar ações positivas já existentes na bacia. O comitê da bacia do Sapucaí deve exercer o papel de induzir que tais ações sejam realizadas com o auxílio principalmente, dos usuários de água e órgãos públicos. As ações propostas neste trabalho serão apresentadas de forma geral, devendo posteriormente terem suas atividades detalhadas na forma de projetos, para promover a compatibilização entre disponibilidade e demanda e para viabilizar a implementação das diversas atividades na Bacia do Rio Sapucaí – GD5. 17.1 Metodologia de elaboração dos Planos de Ação Com base no diagnóstico da bacia do rio Sapucaí e nas deficiências identificadas, buscou- se definir temas tendo como foco a recuperação ambiental da bacia. Foram definidos 7 temas: Tema 1 – Gestão dos Recursos Hídricos; Tema 2 – Saneamento Ambiental; Tema 3 – Recuperação Ambiental; Tema 4 – Ações para Agropecuária e Irrigação; Tema 5 – Ações para o Setor Industrial; Tema 6 – Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura;
  • 193. 205 Tema 7 – Ações Educativas. A divisão em temas buscou facilitar as elaboração das atividades a serem implementadas na bacia. Os temas identificados anteriormente, podem ser agrupados em dois temas principais: Gestão dos Recursos Hídricos – Ações Preventivas: ações que buscam dar início ou continuidade ao desenvolvimento, instituição e implantação do Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos de forma integrada na bacia; Intervenção nos Recursos Hídricos – Ações corretivas: ações que buscam atingir metas progressivas de melhoria da qualidade e quantidade ofertada das águas, associadas a programas de investimento com obras e serviços em recursos hídricos, meio ambiente e saneamento básico; Há contudo uma grande dificuldade para implantar as ações propostas neste plano: a carência de recursos financeiros, principalmente os advindos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos de domínio do Estado de Minas Gerais, uma vez que não existe ainda a cobrança pelo uso da água na bacia e a expectativa é que o seu potencial de arrecadação não será suficiente para executar todas as ações propostas. 17.2 Temas e ações propostas Para cada tema proposto no item anterior serão enumeradas, abaixo, as ações que os compõem. Estas ações deverão ser implementadas gradualmente e de forma integrada com os objetivos dos outros Planos Diretores da Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Tema 1 – Gestão dos Recursos Hídricos Fortalecimento do CBH Sapucaí, com ampliação da participação de representantes do poder público do alto, médio e baixo Sapucaí; Maior integração do CBH com os órgãos do SISEMA; Estudo de viabilidade para implantação de um instrumento de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos; Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas, sob rigoroso controle, buscando aperfeiçoar e facilitar o cadastramento de usuários, principalmente os de uso insignificante;
  • 194. 206 Estudos de viabilidade da criação da Agencia da bacia do Rio Sapucaí e/ou integração com a futura Agência da bacia do Rio Grande; Implementação de ações de manejo hídrico com vistas a minimizar processos de inundação e maximizar os de perenidade hídrica; Programa de identificação e preservação das regiões da bacia hidrográfica GD5 produtoras de água; Elaboração da proposta e implantação do enquadramento dos cursos d’água da bacia do Rio Sapucaí; Elaboração e execução de projeto de manejo da Bacia dos Rios Santo Antonio (Delfim Moreira) e Bicas (Wenceslau Braz) visando a redução do escoamento superficial e recarga do lençol subterrâneo, servindo ainda como modelo para aplicação em toda a bacia e como medida complementar ao projeto da barragem de contenção de cheia; Programa de redução de perdas no Sistema de Abastecimento de Água; Buscar a redução dos custos e simplificação dos processos de outorga e licenciamento; Programa de divulgação, sensibilização e articulação com os atores estratégicos da bacia; Estudos para definição da vazão de referencia mais adequada a bacia do Rio Sapucaí; Estímulo à elaboração de projetos pelas universidades pertencentes a bacia para serem contemplados pelo Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais – FHIDRO; Atualização constantes dos estudos da macrodrenagem da bacia do Rio Sapucaí; Ampliação e monitoramento do sistema de alerta de enchentes; Ampliação e otimização da rede de monitoramento da quantidade e qualidade da água; Monitoramento dos efluentes e resíduos sólidos produzidos pelas industrias da bacia; Estudo e análise de contaminação dos rios da bacia por metais pesados provenientes dos efluentes industriais e agrotóxicos pela agricultura;
  • 195. 207 Aproveitamento dos Planos Diretores Municipais existentes; Tema 2 – Saneamento Ambiental Universalização do abastecimento de água na bacia; Solução de conflitos de uso da água; Ampliação da rede coletora de esgoto na bacia; Implantação de Estações de Tratamento que atendam à demanda de todo o esgoto coletado; Levantamento de todas as fontes de captação de água para abastecimento com o objetivo de verificar se há problemas de contaminação do manancial ou diminuição do volume de água, ou necessidade de ampliação, etc; Maior eficiência do serviço de coleta de resíduos sólidos; Implantação da coleta seletiva nos municípios da bacia e de unidades de reciclagem; Construção de aterros sanitários com capacidade para receber os resíduos sólidos por tempo hábil, a ser previamente determinado; Adoção de consórcios intermunicipais para a coleta e disposição final conjunta dos resíduos sólidos; Instalação de fossas sépticas de baixo custo em unidades isoladas e sistemas de esgotamento sanitário em núcleos populacionais rurais, em substituição as fossas negras; Ampliação dos Postos de reciclagem de embalagens de agrotóxico; Estudo da capacidade de autodepuração dos mananciais; Incentivo a projetos sustentáveis e tecnologias limpas para o tratamentos dos esgotos em zonas rurais; Tema 3 – Recuperação Ambiental Controle da erosão de encostas e desassoreamento da calha de rios;
  • 196. 208 Recuperação de vegetação de mata ciliar, de topos de morro, surgenciais (APP10 ) e demais áreas degradadas Aplicação de técnicas de manejo agrícola adequadas ao solo e à topografia do relevo; Programa de Manejo das estradas, para promover a manutenção de estradas asfaltadas e vicinais, considerando as melhorias necessárias do sistema de drenagem; Projeto de levantamento sobre a criação comercial de peixes, principalmente das espécies não oriundas da bacia (denominadas espécias invasoras); Seleção de cultivos adequados ao clima e ao relevo da região, com garantia de produtividade; Elaboração de projeto de manejo da extração de madeira; Estudos para indicação de criação de Unidades de Conservação (UC’s) nas áreas de Bocaina de Minas, Várzeas do Rio Sapucaí e Serra da Pedra Branca; Execução do Plano de Manejo da região de Monte Verde/APA Fernão Dias; Realização de inventários para ampliação do conhecimento da flora da região e de seu estado de conservação. Criação de mecanismos legais para inibir a ocupaç~]ao das planícies de inundação dos cursos d’água e restringir a impermeabilização do solo nas áreas propensas a alagamento; Tema 4 – Ações para Agropecuária e Irrigação Programa de Manejo do uso da terra; Incentivo a reciclagem de dejetos da bovinocultura e suinocultura na agricultura; Programa de incentivo a produção agroecológica; 10 De acordo com a Resolução CONAMA 303/2002, Constitui Área de Preservação Permanente – APP a área situada em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal; ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; ao redor de lagos e lagoas naturais; em vereda e em faixa marginal; no topo de morros e montanhas; nas linhas de cumeada; em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive; nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas; nas restingas; em manguezal, em toda a sua extensão; em duna; nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias; nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de extinção; nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.
  • 197. 209 Implantação de um programa de Redução do uso de agrotóxicos na agricultura; Controle da comercialização e dos usos de agrotóxicos; Programa para desenvolvimento de tecnologia para reuso de esgoto tratado com fertilizante; Programa de incentivo ao uso da água controlado na irrigação; Programa de incentivo para a existência de um acompanhamento técnico dos projetos de irrigação, com emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART; Criação de Unidades Demonstrativas da cultura sustentável e de geração de energia; Tema 5 – Ações para o Setor Industrial Implementação de estudos específicos para a reutilização da água pelas indústrias; Controle dos efluentes e estudos para destinação adequada; Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental nas Indústrias, baseado na ISO 14.001; Levantamento do potencial energético dos cursos d’água da bacia e seu aproveitamento SM comprometer a fauna e a flora da região; Tema 6 – Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura Implementação de programa de fomento ao Turismo Sustentável, Lazer e Cultura; Incentivo a realização de cursos profissionalizantes em turismo rural, ecoturismo, hotelaria e áreas afins, para capacitação da mão de obra local em consonância com a vocação turística da região. Tema 7 – Ações Educativas Promoção de campanhas publicitárias, veiculadas em mídia impressa, rádio, TV e outros, que abordem temas de educação ambiental como, por exemplo, o incentivo a coleta seletiva do lixo; consumo consciente; preservação de rios e nascentes; dimunuição do uso de plástico; Programa de Treinamento, com palestras e cursos digiridos aos agricultores locais, que abordem temas como a utilização segura de agrotóxicos e descarte de
  • 198. 210 vasilhames; técnicas de cultivo apropriadas ao relevo local; irrigação adequada; definição de áreas de proteção permanente e averbação de reserva legal; Divulgação das ações ambientais realizadas pelos municípios da GD5; Elaboração de programas de educação ambiental para as escolas do ensino fundamental e médio, em parceria com as Superintendências Estaduais de Ensino; Participação/ajuda na promoção de eventos relativos às datas comemorativas ambientais (dia mundial do Meio Ambiente, dia da água, dia da árvore, destinação de resíduos etc.) junto com órgãos municipais de Meio Ambiente; Programa de incentivo à criação de cursos para formação de pessoal especializado e de capacitação de professores; Reuniões de discussão: simpósios, fóruns, eventos para discutir a Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Sapucaí. 17.3 Custos de Implantação do Plano de Ação Os investimentos estimados para as ações deste Plano Diretor de Recursos Hídricos são apresentados resumidamente na Tabela 65. Os valores apresentados foram basedos em outros Planos Diretores de Recursos Hídricos, Editais de Licitação e Planilhas de Custos de Obras Civis. Tabela 65 – Recursos necessários para execução das Metas de Gestão Tema Ação Investimento (R$) % Total Investimento Total Programa (R$) % Programa Fortalecimento do CBH Sapucaí 350.000,00 0,9% Cadastramento dos usuários da água 550.000,00 1,5% Estudo de viabilidade para implantação de um instrumento de cobrança pelo uso da água 200.000,00 0,5% Implantação da Agência de Bacia do Rio Grande 800.000,00 2,1% Gestão dos Recursos Hídricos Ampliação e monitoramento do sistema de alerta de enchentes 600.000,00 1,6% 5.150.000,00 13,6%
  • 199. 211 Tema Ação Investimento (R$) % Total Investimento Total Programa (R$) % Programa Ampliação da rede de monitoramento da qualidade da água 600.000,00 1,6% Implementação de ações de manejo hídrico 800.000,00 2,1% Programa de identificação e preservação das regiões da bacia hidrográfica GD5 produtoras de água 700.000,00 1,9% Programa de Divulgação, sensibilização e articulação com os atores estratégicos da bacia 200.000,00 0,5% Gestão dos Recursos Hídricos Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas 350.000,00 0,9% 5.150.000,00 13,6% Universalização do abastecimento de água na bacia 2.000.000,00 5,3% Ampliação da rede coletora de esgoto na bacia 3.000.000,00 7,9% Implantação de Estações de Tratamento de esgoto 10.000.000,00 26,5% Melhorar a eficiência do serviço de coleta de resíduos sólidos 2.000.000,00 5,3% Construção de aterros sanitários 3.000.000,00 7,9% Implantação da coleta seletiva 400.000,00 1,1% Instalação de fossas sépticas de baixo custo em unidades isoladas e sistemas de esgotamento sanitário em núcleos populacionais rurais 400.000,00 1,1% Saneamento Ambiental Ampliação dos Postos de reciclagem de embalagens de agrotóxico 150.000,00 0,4% 21.150.000,00 56,0%
  • 200. 212 Tema Ação Investimento (R$) % Total Investimento Total Programa (R$) % Programa Saneamento Ambiental Levantamento de todas as fontes de captação de água para abastecimento 200.000,00 0,5% 21.150.000,00 56,0% Controle da erosão 2.000.000,00 5,3% Recuperação de vegetação de mata ciliar 2.000.000,00 5,3% Aplicação de técnicas de manejo agrícola 200.000,00 0,5% Escolha de cultivos adequados 200.000,00 0,5% Estudos para indicação de criação de Unidades de Conservação 400.000,00 1,1% Elaboração de projeto de manejo da extração de madeira 350.000,00 0,9% Recuperação Ambiental Progama de Manejo das estradas 300.000,00 0,8% 5.450.000,00 14,43% Incentivo a reciclagem de dejetos da bovinocultura e suinocultura na agricultura 500.000,00 1,3% Programa de Manejo do uso da terra 800.000,00 2,1% Programa de incentivo a produção agroecológica 150.000,00 0,4% Ações para Agropecuária e Irrigação Programa de Redução do uso de agrotóxicos na agricultura 200.000,00 0,5% 1.650.000,00 4% Implementação de estudos específicos para o reuso da água para a indústria 450.000,00 1,2% Controle dos efluentes e estudos para destinação adequada 750.000,00 2,0% Ações para o Setor Industrial Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental nas Indústrias 1.000.000,00 2,6% 2.200.000,00 6%
  • 201. 213 Tema Ação Investimento (R$) % Total Investimento Total Programa (R$) % Programa Implementação de um programa de fomento ao turismo 200.000,00 0,5% Implantação de um programa de empreendimentos turísticos sustentáveis 450.000,00 1,2% Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura Criação de cursos profissionalizantes em turismo rural, ecoturismo, hotelaria e áreas afins 150.000,00 0,4% 800.000,00 2% Promoção de campanhas publicitárias 150.000,00 0,4% Divulgação das ações ambientais realizadas pelos municípios da GD5 150.000,00 0,4% Elaboração de programas de educação ambiental para as escolas do ensino fundamental e médio 350.000,00 0,9% Programa de incentivo a criação de cursos para formação de pessoal especializado e de capacitação de professores 450.000,00 1,2% Reuniões de discussão: simpósios, fóruns, eventos para discutir a Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Sapucaí 200.000,00 0,5% Ações Educativas Palestras e cursos digiridos aos agricultores locais 80.000,00 0,2% 1.380.000,00 4% TOTAL 37.780.000,00 100% 37.780.000,00 100% A seguir, apresentamos o Cronograma Físico de implementação das principais ações propostas neste Plano (Tabela 66).
  • 202. 214 Tabela 66 – Cronograma Físico de implantação das principais ações prospostas neste Plano de Ações Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Fortalecimento do CBH Sapucaí Cadastramento dos usuários da água Estudo de viabilidade para implantação de um instrumento de cobrança pelo uso da água Implantação da Agência de Bacia do Rio Grande Ampliação e monitoramento do sistema de alerta de enchentes Ampliação da rede de monitoramento da qualidade da água Implementação de ações de manejo hídrico Gestão dos Recursos Hídricos Programa de identificação e preservação das regiões da bacia hidrográfica GD5 produtoras de água
  • 203. 215 Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Programa de Divulgação, sensibilização e articulação com os atores estratégicos da bacia Gestão dos Recursos Hídricos Regularização dos usos por meio da concessão de outorgas Universalização do abastecimento de água na bacia Ampliação da rede coletora de esgoto na bacia Implantação de Estações de Tratamento de esgoto Melhorar a eficiência do serviço de coleta de resíduos sólidos Construção de aterros sanitários Saneamento Ambiental Implantação da coleta seletiva
  • 204. 216 Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Instalação de fossas sépticas de baixo custo em unidades isoladas e sistemas de esgotamento sanitário em núcleos populacionais rurais Ampliação dos Postos de reciclagem de embalagens de agrotóxico Saneamento Ambiental Levantamento de todas as fontes de captação de água para abastecimento Controle da erosão Recuperação de vegetação de mata ciliar Aplicação de técnicas de manejo agrícola Recuperação Ambiental Escolha de cultivos adequados
  • 205. 217 Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Estudos para indicação de criação de Unidades de Conservação Elaboração de projeto de manejo da extração de madeira Recuperação Ambiental Progama de Manejo das estradas Incentivo a reciclagem de dejetos da bovinocultura e suinocultura na agricultura Programa de Manejo do uso da terra Programa de incentivo a produção agroecológica Ações para Agropecuária e Irrigação Programa de Redução do uso de agrotóxicos na agricultura
  • 206. 218 Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Implementação de estudos específicos para o reuso da água para a indústria Controle dos efluentes e estudos para destinação adequada Ações para o Setor Industrial Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental nas Indústrias Implementação de um programa de fomento ao turismo Implantação de um programa de empreendimentos turísticos sustentáveis Ações para o Setor de Turismo, Lazer e Cultura Criação de cursos profissionalizantes em turismo rural, ecoturismo, hotelaria e áreas afins
  • 207. 219 Tema Ação Jun/2010 Jun/2011 Jun/2012 Jun/2013 Jun/2014 Jun/2015 Jun/2016 Jun/2017 Jun/2018 Jun/2019 Jun/2020 Promoção de campanhas publicitárias Divulgação das ações ambientais realizadas pelos municípios da GD5 Elaboração de programas de educação ambiental para as escolas do ensino fundamental e médio Programa de incentivo a criação de cursos para formação de pessoal especializado e de capacitação de professores Reuniões de discussão: simpósios, fóruns, eventos para discutir a Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Sapucaí Ações Educativas Palestras e cursos digiridos aos agricultores locais
  • 208. 220 18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M. L. Climatologia de Estação Chuvosa de Minas Gerais: De Nimer (1977) à Zona de Convergência do Atlântico Sul. Revista Geonomos, n°1, volume VI. Belo Horizonte, MG. 1998 Atlas de saneamento. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/atlas_saneamento/index.html. Acesso em: 28 mai. 2009. Atlas Digital das Águas de Minas: Uma ferramenta para o planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos.- Fundação Rural Mineira - Ruralminas/UFV/ IGAM - Belo Horizonte/MG. <Disponível em http//www.hidrotec.ufv.br e também em CD-ROM>. AUGUSTO, Hélder dos Anjos e BRITO, Fausto. O papel da mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais na migração interestadual. ABEP, XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, 2008. 20p. Disponível em <www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/.../ABEP2008_1271.pdf.> Acesso em 14 Mai. 2009. BARBOSA Junior. Notas de Aula. Departamento de Engenharia Civil. UFOP , ouro Preto, 2000. BARBOSA, L.P.C. Análise de Conflitos Decorrentes do Uso dos Recursos Hídricos na Bacia do Alto Sapucaí - M.G. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Engenharia da Energia, Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI. MG. 2005. 77p. BERALDO, Ana Maria et. al. Sapucaí, o Caminho das Águas. Pouso Alegre, 1996 BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. BRASIL, Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS. Estimativa das vazões para atividades de uso consuntivo da água nas principais bacias do Sistema Interligado Nacional – SIN. Brasília: 2003. CAMARGOS, R.M.F. Unidades de Conservação em Minas Gerais: levantamento e discussão. Publicações avulsas da Fundação Biodiversitas, n.2. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas, 2001. CARVALHO, L.M.T. de; Scolforo, j.r.s.; oliveira, a.d. de; mello, j.m. de; oliveira, l.t. de; cavalcanti, h.c. de & vargas-filho, r. de. Atlas digital da flora nativa e reflorestamentos de Minas Gerais. Lavras, Editora UFLA, 2005. CD-ROM. 1 atlas. CETEC – FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. 1983. Diagnóstico ambiental do estado de Minas Gerais. CETEC, Belo Horizonte. CLEARY, Robert W. Águas subterrâneas. Associação Brasileira de Recursos Hídricos. 1989.
  • 209. 221 CNRH - Resolução nº 91, de 05/11/08 CONAMA – Resolução nº 357, de 17/03/2005 CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resoluções CONAMA 1986-991. Brasília: IBAMA, 1992. CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CNRH. Estabelece os procedimentos, prazos e formas para promover a articulação entre o Conselho Nacional de Recursos Hídricos-CNRH e os Comitês de Bacia Hidrográfica, visando definir as prioridades de aplicação dos recursos provenientes da cobrança pelo uso da água, referidos no inciso II do § 1º do art. 17 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação dada pelo art. 28 da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000. Disponível em: http://www.cnrh- srh.gov.br/delibera/resolucoes/R70--.pdf. Acesso em 22 dez. 2009. CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS –CNRH. Resolução nº 98, de 26 de março de 2009. Estprincípios, fundamentos e diretrizes para a educação, o desenvolvimento de capacidades, a mobilizaçaõ social e a informação para Gestão Integrada de Recursos Hídricos no Sistema Nacional de recursos Hídricos. Disponível em: http://www.cnrh- srh.gov.br/delibera/resolucoes/main.htm. Data de acesso: 22 dez. 2009. COPAM/CNRH – Deliberação Normativa Conjunta nº 1 de 05/05/2008 COPASA. Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Atualização dos estudos e elaboração do projeto básico das obras de defesa contra inundações na Bacia do Rio Sapucaí, Relatório N.º 5 - Estudos Ambientais Preliminares,Belo Horizonte, Mimeo. Dez. 2001. CPTI. COOPERATIVA DE SERVIÇOS E PESQUISAS TECNOLÓGICAS E INDUSTRIAIS. Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira – UGRHI 1: Relatório técnico final. São Paulo, 2003. DRUMMOND, G.; Martins, C.S.; Machado, A.B.M.; Sebaio, F.A. & Antonini, Y. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas, 2005. Editais de Licitação. Disponíveis no site http://www.sicaf.com.br. Acessado em 20/04/2010. EPAMIG. Empresa de Pesquisa agropecuária de Minas Gerais. http://www.epamig.br/index. ESRI. ArcGIS® 9.2. New York, Environmental Systems Research Institute Inc, 2006 ESSE, Engenharia e Consultoria. Relatório e plano de controle ambiental – Sistema de contenção de enchentes. Belo Horizonte, MG, maio/2008.
  • 210. 222 ESTADO DE MINAS. Acordo militar entre Brasil e França beneficia a Helibrás. Jornal Estado de Minas, 09 de setembro 2009. Disponível em http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_4/2009/09/09/em_noticia_interna,id_sessao=4&id_not icia=126526/em_noticia_interna.shtml>. Acesso em Set. 2009. FAHMA/DREER. “Relatório Final – Estimativa das Vazões para Atividades de Uso Consuntivo da Água nas Principais Bacias do Sistema Interligado Nacional – SIN”. Relatório Técnico, Consórcio FAHMA/DREER – FAHMA Planejamento e Engenharia Agrícola e DREER Engenheiros Associados, Brasília. 2003. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS Perfil econômico de Minas Gerais, 2009. Disponível em <www.fiemg.org.br> . Acesso em 02 Jul. 2009 FIGUEIREDO et all. Proposta de um Plano de Recuperação da Mata Ciliar do Rio Sapucaí. Enciclopédia Biosfera. Nº.02, ISSN 1809-0583, 2006. FUNCAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Centro de Estatísticas e Informações. Disponível em <http://www.fjp.mg.gov.br>. Acesso em: 28 mai. 2009. GALINDO-LEAL, C. & Câmara, I.G. 2005. Status do hotspot Mata Atlântica: uma síntese. Pp 3-11. In: Mata Atlântica: Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas. Belo Horizonte, Fundação SOS Mata Atlântica/Conservation International. GERDENITS, A.; AFFONSO, A. & STECH, J.L. Cenários de ocupação do solo fundamentados no Código Florestal Brasileiro em um fragmento continuo de Mata Atlântica localizado na divisa estadual de Minas Gerais e São Paulo mediante aplicação de técnicas de geoprocessamento. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, p. 2673- 2680, 2007. GOVERNO DE MINAS GERAIS – PLANO Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Verde – GD-4. Reletório Final. IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Série manuais técnicos em Geociências. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1992. IBGE: Altas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. ICMBio-MMA. 2009. Parque Nacional Altos da Mantiqueira: proposta de criação. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/ChicoMendes/consultaPublica/downloads/Proposta_PARNA_Altos _da_Mantiqueira_01.pdf>. Acesso em: 07 Dez 2009. IGA - Instituto de Geociências Aplicadas. Levantamento geoambiental das Regiões do Médio e Alto Rio Sapucaí e Alto Rio Pardo. IGA/FAPEMIG, Belo Horizonte, 2007.
  • 211. 223 IGAM – Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas Gerais/2009 IGAM – INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Projeto Águas de Minas Relatório Anual 2000, 2002, 2004 e 2006. IGAM, Belo Horizonte. IGAM – INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Projeto Águas de Minas Relatório Anual 2007. IGAM, Belo Horizonte, 2007. IGAM – INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Projeto Águas de Minas. Relatório Anual 2008. IGAM, Belo Horizonte, 2008. IGAM – INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Projeto Águas de Minas: Relatório 1ª campanha de Monitoramento 2009. IGAM, Belo Horizonte, 2009. INMET/MAPA. Instituto Nacional de Meteorologia. Normais climatológicas (1961-90). Brasília, 1992. 84p. INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS. Produção de frutas por estado. Disponível em: <http://www.ibraf.org.br/estatisticas/producaobrasileiradefrutasporestado2007.pdf> Acesso em:18 Jun. 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 28 mai. 2009. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE MINAS GERAIS (INDI), Perfis Municipais. Disponível em: <https://indi.redirectme.net/sistema_integrado/cake_1.1.15.5144/index.php/mon/mon_perfis/vi ew/225>. Acesso em 16 Jun. 2009. INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS APLICADAS. Levantamento Geoambiental das Regiões do Médio e Alto Rio Sapucaí e do Alto Rio Pardo. IGA, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. 2007. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Relatório de Encerramento das Atividades do Fhidro em 2007. Disponível em: http://www.igam.mg.gov.br/fhidro/documentos. Acesso em 02 Jul. 2009. LINS, Priscilla M. G. e VILELA Pierre S. (coord.). Diagnóstico da pecuária leiteira do Estado de Minas Gerais em 2005: relatório de pesquisa. Belo Horizonte: FAEMG, 2006. 156 p.: il.
  • 212. 224 LISBOA MARTINS, M.V.; MALDONADO ASTORGA, O.A.; SILVEIRA, J.L. Otimização do uso da água utilizando a tecnologia do Pinch Hidráulico. In: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.Saneamento Ambiental Brasileiro: Utopia ou realidade? Rio de Janeiro, ABES, 2005. P. 1-4. LOUSADA, Enéas Oliveira et al. Integração de dados geológicos, geofísicos e de sensoriamento remoto para a locação de poços tubulares em aqüíferos fraturados. UNESP, Geociências. V. 24. n 2, p. 173-180, 2005. MAGALHÃES A. P. Jr; DINIZ, A. A: Padrões e direções de drenagem na bacia do Rio Sapucaí - Sul de Minas Gerais. Simpósio de Geografia Física Aplicada, 7, Curitiba, 1997, Anais... Curitiba: UFPR (CD- ROM) MAGMA ENGENHARIA. Estudos ambientais preliminares da bacia do Sapucaí. Belo Horizonte, MG, 2001. MAIA, J.L ; MAUAD, F. F. ; Barbosa, A. A. Estabelecimento de vazões de outorga na Bacia Hidrográfica do Alto Sapucaí, com a Utilização de Sazonalidade. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Itajubá. 2003. MARSON, Michel Deliberali e BELANGA, Tatiana Pedro Colla. Indústria Mineira e Paulista Na Década De 1930: Concentração com Integração. CEDEPLAR, UFMG, 2006 Disponível em <https://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2006/d06a071.pdf>. Acesso em 02 Jul. 2009. MINAS GERAIS. Decreto nº 44.046 de 13 de junho de 2005. Regulamenta e cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio do Estado. Disponível em: http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/Decreto-44046-05-MG.pdf. Data de acesso: 21 dez. 2009. MINAS GERAIS. Decreto nº 44.495 de 13 de novembro de 2008. Altera o Decreto nº 44.046, de 13 de junho de 2005, que regulamenta a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio do Estado, e o Decreto nº 41.578, de 08 de março de 2001, que regulamenta a Política Estadual de Recursos Hídricos. Disponível em: http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8970. Data de acesso: 21 dez. 2009. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Datasus. Cadernos de Informações de Saúde Minas Gerais Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/mg.htm> Acesso em 02 Jul. 2009. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. 2007. Disponível em www.snis. gov.br. Acesso em 02 Jul. 2009.
  • 213. 225 MITTERMEIER, R.A.; MYERS, N. & MITTERMEIER, C.G. (Eds.). Hotspots: earth s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. México, CEMEX/Conservation International, 2000. MMA/SBF. 2002. Biodiversidade Brasileira: avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. Brasília, Ministério do Meio Ambiente/SBF. MONI, A. P.; AUGUSTO BARBOSA, S. A. Validação da função mancha de inundação do SPRING. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21- 26 abril 2007, INPE, p. 5499-5505. MORSELLO, C. Áreas protegidas públicas e privadas: seleção e manejo. São Paulo: Ed. Annablume: FAPESP. 344p, 2001. MYERS, N.; MITTERMEIER, R.A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G.A.B. & KENT, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853- 858 NIMER, E. Climatologia do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundação IBGE, 1989. 421p. Outorgas emitidas pela ANA < disponível em www.ana.gov.br>. Outorgas emitidas pela ANA < disponível em www.ana.gov.br>. Outorgas emitidas pelo IGAM < disponível em http://www.igam.mg.gov.br>. PASCOAL, Isaías. Economia e trabalho no sul de Minas no século XIX. Economia e Sociedade, Campinas, v. 16, n. 2 (30), p. 259-287, ago. 2007. PELEGRINI, Djalma F., SIMÕES, Juliana C., PAIVA, Bolívar M. Diagnóstico da fruticultura do estado de Minas Gerais. Série Documentos, No . 44. Belo Horizonte: EPAMIG, 2009. Pesquisa de Informações Básicas Municipais: Perfil dos municípios brasileiros 2008. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2008/munic2008.pdf. Acesso em: 28 mai. 2009. PHILIPPI JR., A. Saneamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Coleção Ambiental. Editora Manole. Barueri, SP. 2005. PINHEIRO, M.V. Avaliação Técnica e Histórica das Enchentes em Itajubá – MG. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Engenharia da Energia, Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI. MG. 2005.
  • 214. 226 PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS VELHAS: resumo executivo. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Belo Horizonte. 2004. PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARACATU: Enquadramento dos Corpos de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu. Belo Horizonte. 2006 PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE. Relatório de Danos Relacionados à Enchente na área de Saúde. Secretaria Municipal de Saúde. Mimeo. Março, 2009. PROGRAMA DAS NACÓES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003. Disponível em: <http://www.pnud.org.br>. Data de acesso: 10 Mar. 2009. RATTER, J.A.; Ribeiro, J.F. & Bridgewater, S. 1997. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany v. 80, n.3: 223-230. RELATÓRIO DE ANÁLISE - ÁGUA BRUTA. CBH Sapucaí, Itajubá, fev. 2005, mimeo. RIBEIRO, J.F. & Walter, B.M.T. 1998. Fitofisionomia do bioma Cerrado. Pp. 89-166. In: Sano, S.M. & Almeida, S.P. (Eds.). Cerrado ambiente e flora. Planaltina, EMBRAPA. RIZZINI, C.T. 1979. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos. São Paulo, Hucitec/Edusp. ROCHA, Luiz Antonio Batista. Água subterrânea – Abastecimento dos Municípios. 2009 SABÓIA, João. Desconcentração industrial no Brasil nos anos 90: um enfoque regional. Pesquisa, Planejamento e Economia, v. 30, n. 1, abr. 2000. SANTOS, Marilene de Oliveira Ramos Múrias dos. O impacto da Caobrança pelo Uso da àgua no Comportamento do Usuário. Universidade Federal do Rio de Janeiro.COPPE. 2002. Tese. SANTOS, R. M. & Vieira, F. A. Análise estrutural do componente arbóreo de três áreas de Cerrado em diferentes estágios de conservação no município de Três Marias, MG, Brasil. Cerne, v.11, n.4, p.399-408, 2005. SCOLFORO, J.R.S.; CARVALHO, L.M.T. & OLIVEIRA, A.D. (eds.). Zoneamento ecológico- econômico do Estado de Minas Gerais: componentes geofísico e biótico. Lavras: Editora UFLA, 2008.
  • 215. 227 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. Plano Diretor de Regionalização. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/politicas_de_saude/plano- diretor-de-regionalizacao-pdr. Acesso em 02 Jul. 2009. SIDRA. Produção Agrícola Municipal. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 28 mai. 2009. SILVA, A.P.M. Elaboração de Manchas de Inundação para o município de Itajubá, utilizando SIG. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Engenharia da Energia, Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI. MG. 2006. SILVA, A.P.M; BARBOSA, A.A. Validação da função mancha de inundação SPRING. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 5499-5505. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO. Disponível em www.datasus. gov.br. Acesso em 02 Jul. 2009. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto. Disponível em: http://www.snis.gov.br/. Acesso em 03 Nov. 2009. SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) - Lei nº 9985, de 18/07/00 TABELA DA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM MINAS GERAIS. Disponível em: < http://www.feam.br/images/stories/arquivos/minassemlixoes/situacao_dez- 2008%5B1%5D.pdf>. Acesso em Acesso em 03 Nov. 2009. TSUTYA, M.T. Abastecimento de Água. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 3 Edição. 2006. 643p. TUCCI, C.E.M, org. Hidrologia, Ciência e Aplicação. Ed.da Universidade – UFRGS/Ed.da Universidade de São Paulo – EDUSP/ ABRH. 1993. VELOSO, H.P.; RANGEL, A.L.R. & LIMA, J.C.A. CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO BRASILEIRA, ADAPTADA A UM SISTEMA UNIVERSAL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, RIO DE JANEIRO, 1991. VON SPERLING, Marcos. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. Vol 1, 3 ed. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - DESA; Universidade Federal de Minas Gerais. – UFMG. Belo Horizonte. 2005. WETZEL, R. G. Reservoir ecosystems: conclusions ans speculations. In: THORTHON, K. W.;
  • 216. 228 KIMMEL, B. L; PAYNE (Ed). Reservoir limnology: ecological perspective. New York: J. Wiley, 1990. YOUNG, M. C.F.; YOUNG, C. E. F. Aspectos jurídicos do uso de instrumentos econômicos na gestão ambiental:a nova política de recursos hídricos no Brasil. Disponível em: <http;//www. ace.ie.efrj. br>. Acesso em: fev. 2010. ZAÚ, A.S. Fragmentação da Mata Atlântica: aspectos teóricos. Floresta e Ambiente, vol. 5, n. 1, 160-170, 1998.
  • 217. 229 19. ANEXOS 19.1 ANEXO A – Mapa Hipsométrico
  • 218. 230
  • 219. 231 19.2 ANEXO B – Mapa Geológico Fonte: Mapa do Estado de Minas Gerais, de 2003, editado pela CPRM e CODEMIG
  • 220. 232
  • 221. 233 19.3 ANEXO C – Mapa Hidrogeológico
  • 222. 234
  • 223. 235 19.4 ANEXO D – Processos Minerais na Bacia do Rio Sapucaí
  • 224. 236
  • 225. 237 19.5 ANEXO E – Mapa de Uso e Ocupação do Solo
  • 226. 238 19.6 ANEXO F – Indicadores de Saneamento Básico
  • 227. 239 Município Sigla do prestador Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada, 2000 Índice de atend. Total de água Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com serviço de coleta de lixo, 2000 Índice de atendimento urbano de esgoto Índice de coleta de esgoto ALTO SAPUCAÍ (19) Brasópolis/MG COPASA 96,5 74,9 98,3 ... ... Conceição das Pedras MUNICIPAL 91,6 si 98,2 ... ... Conceição dos Ouros/MG COPASA 97,8 57,3 98,8 100* ... Consolação MUNICIPAL 91,7 si 96,1 100 ... Delfim Moreira (MG) COPASA 93,2 si 98,1 95 ... Gonçalves/MG COPASA 95,5 70,2 100,0 100 ... Itajubá/MG COPASA 98,7 77,4 98,9 97,3 74,28 Maria da Fé/MG COPASA 94,8 81,5 96,9 95 ... Marmelópolis MUNICIPAL 95,3 si 97,6 70 ... Paraisópolis/MG SAAE 96,4 84,6 98,2 93,4 85,00 Pedralva/MG COPASA 95,1 73,0 97,0 99,6 75,26 Piranguçu/MG COPASA 94,7 82,6 98,7 95 ... Piranguinho/MG COPASA 95,5 100,0 97,1 95 ... São José do Alegre/MG COPASA 95,8 42,4 97,8 100 ... Sapucaí-Mirim/MG COPASA 94,3 45,4 99,9 100,0 72,02 Wenceslau Brás COPASA 98,0 si 97,7 100 Campos do Jordão/SP SABESP 98,2 63,1 97,9 44,5 53,69 Santo Antônio do Pinhal/SP SABESP 94,9 42,1 98,2 47,1 46,88 São Bento do Sapucaí/SP SABESP 96,1 58,4 99,4 82,3 51,41 MÉDIO SAPUCAI (17) Borda da Mata/MG COPASA 97,5 ... 98,5 93,8 77,02 Cachoeira de Minas/MG COPASA 96,1 ... 99,5 95 ... Cambuí SAAE 97,0 ... 99,3 90 ... Careaçu/MG COPASA 97,5 ... 98,9 ... ... Congonhal/MG COPASA 97,8 ... 98,7 100,0 78,08 Córrego do Bom Jesus MUNICIPAL 93,6 ... 99,0 100 ... Espírito Santo do Dourado/MG MUNICIPAL 95,5 ... 98,8 ... ... Estiva/MG COPASA 88,0 ... 99,2 95 ... Heliodora/MG COPASA 97,5 ... 98,8 ... ... Natércia/MG COPASA 95,3 ... 98,9 ... ... Pouso Alegre/MG COPASA 98,5 ... 99,2 100,00 78,67 Santa Rita do Sapucaí/MG COPASA 98,5 ... 96,8 100,00 75,98 São João da Mata MUNICIPAL 98,5 ... 98,4 ... ... São Sebastião da Bela Vista MUNICIPAL 88,6 ... 98,6 ... ... Senador Amaral/MG COPASA 89,2 ... 97,8 ... ... Senador José Bento MUNICIPAL 98,1 ... 96,1 ... ... Silvianópolis MUNICIPAL 95,8 ... 97,8 ... ...
  • 228. 240 Município Sigla do prestador Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada, 2000 Índice de atend. Total de água Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com serviço de coleta de lixo, 2000 Índice de atendimento urbano de esgoto Índice de coleta de esgoto BAIXO SAPUCAÍ (7) Carvalhópolis/MG COPASA 99,2 ... 99,2 ... ... Cordislândia/MG COPASA 98,4 ... 97,6 ... ... Elói Mendes/MG SAAE 98,4 ... 98,2 100,00 80,00 Monsenhor Paulo/MG COPASA 98,2 ... 98,9 ... ... Paraguaçu/MG COSÁGUA 98,8 ... 98,5 ... 80,01 São Gonçalo do Sapucaí/MG COPASA 97,2 ... 93,8 ... ... Turvolândia MUNICIPAL 95,4 ... 96,9 ... ... FONTE: SNIS, Datasus, COPASA, Vida Meio Ambiente
  • 229. 241 19.7 ANEXO G – Cadastro da Campanha de Regularização FONTE: IGAM – Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas Gerais/2009.
  • 230. 242 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Abastecimento Público 2 270,00 1,00 0,00 Consumo Humano 576 366.028,70 479,44 242,19 Consumo Industrial/Agroindustrial 2 2,00 0,00 0,00 Dessedentação de Animais 744 555.479,12 789,28 187,73 Irrigação 28 6.402,10 20,23 67,59 Lançamento de Efluentes 1 300,00 0,00 0,00 Lavagem de Veículos 1 0,00 0,50 0,00 Outro 19 394,00 10,51 3,78 Pisicultura 52 24.586,40 111,24 34,50 Borda da Mata TOTAL 1.425 953.462,32 1.412,20 535,79 Consumo Humano 517 381.971,46 775,94 3.388,34 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0,00 0,01 0,00 Dessedentação de Animais 393 405.722,21 518,88 3.108,47 Irrigação 21 0,16 82,07 93,00 Lançamento de Efluentes 3 13.220,00 0,00 0,00 Lavagem de Veículos 3 0,00 0,01 0,00 Outro 31 23.973,80 1,27 1,20 Pisicultura 68 34.680,06 412,09 6,50 Brasópolis TOTAL 1.037 859.567,69 1.790,27 6.597,51 Consumo Humano 86 74.833,50 3,18 6,17 Consumo Industrial/Agroindustrial 4 2.000,00 9,00 0,00 Dessedentação de Animais 93 104.381,50 2,25 5,16 Irrigação 6 7.419,00 0,22 0,00 Outro 9 4,80 1,08 3,00 Pisicultura 11 3.999,60 0,20 0,00 Cachoeira de Minas TOTAL 209 192.638,40 15,93 14,33 Consumo Humano 266 149.940,41 13,20 1.011,37 Dessedentação de Animais 155 148.562,11 8,11 1.013,73 Irrigação 39 2.472,00 91,77 7,02 Lançamento de Efluentes 1 0,00 2,01 0,00 Outro 7 558,60 0,01 1,47 Pisicultura 24 5.227,15 2,75 46,56 Cambuí TOTAL 492 306.760,27 117,85 2.080,15 Abastecimento Público 1 3.870,00 0,00 0,00 Consumo Humano 192 143.073,13 199,11 4.267,57 Consumo Industrial/Agroindustrial 3 3.168,00 0,00 43,60 Dessedentação de Animais 204 199.317,47 17,38 14.204,82 Irrigação 9 730,00 26,41 0,00 Lançamento de Efluentes 129 81.964,75 192,18 73,26 Outro 4 842,00 1,00 0,00 Pisicultura 6 11.877,00 0,00 3.000,00 Careaçu TOTAL 548 444.842,35 436,08 21.589,25
  • 231. 243 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Consumo Humano 73 61.883,09 0,00 1,00 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 5.000,00 0,00 0,00 Dessedentação de Animais 66 71.728,69 100,00 1,00 Irrigação 3 3.370,00 0,00 0,00 Outro 4 1.042,00 0,00 0,00 Pisicultura 17 14.790,00 0,00 0,00 Carvalhópolis TOTAL 164 157.813,78 100,00 2,00 Consumo Humano 182 197.031,69 1,51 17,94 Consumo Industrial/Agroindustrial 5 4.866,00 0,00 0,00 Dessedentação de Animais 171 211.825,63 0,12 17,94 Irrigação 1 0,00 0,01 0,00 Outro 2 91,00 0,00 0,00 Pisicultura 21 21.619,79 0,00 0,00 Conceição das Pedras TOTAL 382 435.434,11 1,64 35,88 Consumo Humano 112 125.040,85 1,19 20,00 Consumo Industrial/Agroindustrial 2 4.106,00 0,00 0,00 Dessedentação de Animais 95 113.726,47 0,74 18,00 Irrigação 1 0,00 1,00 0,00 Outro 5 1.221,00 0,00 1,00 Pisicultura 20 24.537,00 1,92 5,50 Conceição dos Ouros TOTAL 235 268.631,32 4,85 44,50 Consumo Humano 47 25.610,01 0,01 4,00 Dessedentação de Animais 51 38.300,00 0,00 3,61 Irrigação 2 0,00 1,12 0,00 Outro 2 200,00 500,00 0,00 Pisicultura 7 8.100,00 0,01 0,04 Congonhal TOTAL 109 72.210,01 501,14 7,65 Consumo Humano 144 40.559,25 24,00 10,50 Dessedentação de Animais 124 48.774,39 49,50 25,32 Irrigação 2 0,00 0,18 50,00 Outro 6 2.331,25 0,00 2,00 Pisicultura 10 6.052,00 0,02 17,12 Consolação TOTAL 286 97.716,89 73,70 104,94 Consumo Humano 65 76.565,93 5,47 4.683,99 Dessedentação de Animais 89 127.281,03 5,47 4.757,95 Lançamento de Efluentes 5 7.503,00 0,00 3,34 Outro 26 32.654,40 0,01 0,00 Pisicultura 6 3.721,00 0,02 0,00 Cordislândia TOTAL 191 247.725,36 10,97 9.445,28 Consumo Humano 38 56.257,68 12,09 75,61 Dessedentação de Animais 34 33.155,86 2.019,00 74,18 Irrigação 4 674,00 12,09 13,21 Pisicultura 400,00 12,09 1,00 Córrego do Bom Jesus TOTAL 76 90.487,54 2.055,27 164,00
  • 232. 244 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Consumo Humano 51 22.785,56 2,77 31,30 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 50,00 0,00 0,00 Dessedentação de Animais 20 14.022,46 0,01 33,30 Irrigação 2 90,00 0,05 0,00 Pisicultura 4 2.251,00 0,00 347,64 Delfim Moreira TOTAL 78 39.199,02 2,83 412,24 Consumo Humano 34 30.781,54 50,04 75,50 Dessedentação de Animais 27 19.350,00 0,00 111,50 Outro 2 900,00 0,00 0,00 Pisicultura 1 180,00 0,00 0,00 Eloí Mendes TOTAL 64 51.211,54 50,04 187,00 Consumo Humano 444 327.274,85 63,94 11.863,33 Dessedentação de Animais 363 301.673,12 44,94 11.753,18 Irrigação 70 13.720,35 135,65 143,70 Lançamento de Efluentes 56 46.676,20 3,05 2,51 Lavagem de Veículos 1 1.715,00 0,00 0,00 Outro 8 1.583,00 4,00 5,00 Pisicultura 83 81.074,30 10,10 8.732,40 Espírito Santo do Dourado TOTAL 1.025 773.716,82 261,68 32.500,12 Consumo Humano 226 140.791,14 523,45 10,07 Dessedentação de Animais 135 141.310,10 21,06 36,07 Irrigação 141 21.305,12 75,68 149,51 Lavagem de Veículos 1 0,00 0,00 6,67 Outro 11 1.510,01 0,00 0,00 Pisicultura 21 8.347,00 13,33 0,00 Estiva TOTAL 535 313.263,37 633,52 202,32 Consumo Humano 698 322.650,71 3,05 19,2 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 6.000 0 0 Dessedentação de Animais 79 88.652,44 7,31 6,2 Irrigação 11 602 415,36 5 Outro 14 931,45 0 0 Pisicultura 48 18.781 5.007,31 3,5 Gonçalves TOTAL 851 437.617,60 5.433,03 33,90 Consumo Humano 198 26.271,26 70,38 431,73 Consumo Industrial/Agroindustrial 5 0 0,32 14 Dessedentação de Animais 187 37.450,72 99,77 1.728,13 Irrigação 7 902 1,1 5.432,36 Lançamento de Efluentes 15 3.100 16,36 0 Outro 31 10.660 30,27 19,69 Pisicultura 83 17.285 91,36 969,02 Heliodora TOTAL 526 95.668,98 309,56 8.594,93
  • 233. 245 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Consumo Humano 174 117.910,87 18,08 6.463,81 Consumo Industrial/Agroindustrial 3 800,00 0,00 5.000,00 Dessedentação de Animais 73 107.487,57 14,79 56,24 Irrigação 19 23.663,16 4.961,41 0,00 Lançamento de Efluentes 3 4.720,00 0,00 0,00 Lavagem de Veículos 2 1.450,00 0,00 0,00 Outro 5 4.121,00 0,01 0,00 Pisicultura 14 4.959,23 1,00 115,86 Itajubá TOTAL 293 265.111,83 4.995,29 11.635,91 Abastecimento Público 1 2.016,00 0,00 0,00 Consumo Humano 486 399.065,93 263,72 177,02 Consumo Industrial/Agroindustrial 5 7.001,00 0,00 29,00 Dessedentação de Animais 246 277.132,42 3.040,78 1.076,11 Irrigação 67 20.269,87 69,34 22,63 Lançamento de Efluentes 23 31.690,51 0,00 0,00 Lavagem de Veículos 4 1.800,00 10,00 68,84 Outro 20 3.475,00 12,30 33,20 Pisicultura 12 15.480,11 1,00 20,20 Maria da Fé TOTAL 864 757.930,84 3.397,14 1.427,00 Consumo Humano 2 760 Marmelópolis TOTAL 2 760,00 0,00 0,00 Consumo Humano 11 3.024 0 0 Dessedentação de Animais 5 324 0 0 Outro 13 0 0 7,01 Pisicultura 2 20 0,01 0 Monsenhor Paulo TOTAL 31 3.368,00 0,01 7,01 Consumo Humano 257 200.735,88 0,1 6.010,92 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 370 0 0 Dessedentação de Animais 279 242.479,08 0,1 6.007,02 Outro 9 2.007 0 0 Pisicultura 32 29.137,28 0 27,63 Natércia TOTAL 578 474.729,24 0,20 12.045,57 Consumo Humano 174 101.114,01 137,21 82,23 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 0 0,3 Dessedentação de Animais 144 168.341,71 0,6 204,98 Irrigação 4 2,03 1,02 Outro 22 9 10,27 187,23 Pisicultura 8 8.577,60 0,4 1.504,90 Paraguaçu TOTAL 353 278.044,35 149,50 1.979,64
  • 234. 246 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Abastecimento Público 1 0 0 5 Consumo Humano 581 398.756,71 6,15 317,58 Consumo Industrial/Agroindustrial 6 3.000 0 27,7 Dessedentação de Animais 521 438.220,37 0,03 3.728,08 Irrigação 8 1.533 11,03 7 Lançamento de Efluentes 11 3.673,67 6 18,5 Outro 15 8.555 2,1 4 Pisicultura 65 36.330,53 4,1 1.270,12 Paraisópolis TOTAL 1.208 890.069,28 29,41 5.377,98 Consumo Humano 226 47.166,87 7,61 15.025 Consumo Industrial/Agroindustrial 2 200 0 18 Dessedentação de Animais 121 28.185,04 5,66 2.258 Irrigação 4 3.503,60 0,6 0 Lançamento de Efluentes 4 1.977 0 20 Lavagem de Veículos 1 0 5 0 Outro 9 678,03 5,2 0,3 Pisicultura 27 12.462,90 5 0 Pedralva TOTAL 394 94.173,44 29,07 17.321,30 Consumo Humano 60 49.987,74 5,71 3.364 Consumo Industrial/Agroindustrial 2 1.000 5 0 Dessedentação de Animais 18 23.922,34 3,51 26 Irrigação 18 2.883,03 123,61 0 Outro 4 1.203,60 0,01 0 Pisicultura 9 9.371,03 2,51 0 Piranguçu TOTAL 111 88.367,74 140,35 3.390,00 Consumo Humano 262 105.292,65 6,99 4.516,02 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 0 1 Dessedentação de Animais 109 59.501,78 5,54 2.240,16 Irrigação 3 2.230 0,05 0 Lançamento de Efluentes 2 360 0 0 Outro 7 1.168,50 1 0 Pisicultura 34 4.307,87 1.002,21 14,1 Piranguinho TOTAL 418 172.860,80 1.015,79 6.771,28 Consumo Humano 1.639 925.420,54 820,08 5.173,21 Consumo Industrial/Agroindustrial 4 1.200 0,8 0,5 Dessedentação de Animais 1.072 767.994,47 1.398,80 5.018,68 Irrigação 354 87.822,94 1.089,84 153,78 Lançamento de Efluentes 8 7.275 8,3 10 Lavagem de Veículos 4 1.000 0 150 Outro 121 36.995,30 10,01 55,85 Pisicultura 114 29.346,62 637,88 132,43 Pouso Alegre TOTAL 3.316 1.857.054,8 7 3.965,71 10.694,45
  • 235. 247 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Abastecimento Público 1 4.800,00 Consumo Humano 372 362.724,61 683,67 162,44 Consumo Industrial/Agroindustrial 8 12.589 0 40 Dessedentação de Animais 326 472.193,20 0,61 45,44 Irrigação 15 440 209,21 0 Lançamento de Efluentes 2 0 0 23 Lavagem de Veículos 1 200 0 0 Outro 24 26.495,90 6.000,21 10 Pisicultura 13 4.727,49 2,04 30 Santa Rita do Sapucaí TOTAL 762 884.170,20 6.895,74 310,88 Consumo Humano 155 97.459,78 9,86 250,82 Consumo Industrial/Agroindustrial 17 0 7,61 51,39 Dessedentação de Animais 178 136.626,05 11,33 389,53 Irrigação 2 80 0,01 0 Lançamento de Efluentes 79 33.226,33 5,05 250,82 Outro 10 4.100 0,11 0 Pisicultura 1 0 0 0 São Gonçalo do Sapucaí TOTAL 442 271.492,16 33,97 942,56 Consumo Humano 1 0 0,01 0 Dessedentação de Animais 1 0 0,01 0 Pisicultura 1 0 0,01 0 São João da Mata TOTAL 3 0,00 0,03 0,00 Consumo Humano 105 65.410,28 0 1.643 Dessedentação de Animais 93 63.238,27 0 103,2 Irrigação 2 1,01 2 0 Lavagem de Veículos 1 1200 0 0 Outro 3 1 0 1 Pisicultura 9 2.131 0 43,32 São José do Alegre TOTAL 213 131.981,56 2,00 1.790,52 Consumo Humano 138 116.842,44 15,75 3.250,30 Dessedentação de Animais 140 205.425,35 39,21 3.267,70 Irrigação 7 600 35,85 5 Outro 16 10.967 1,22 5,5 Pisicultura 7 10.901 3 49 São Sebastião da Bela Vista TOTAL 308 344.735,79 95,03 6.577,50 Consumo Humano 444 280.095,17 1,1 2,25 Dessedentação de Animais 318 233.070,46 0 1 Irrigação 14 9.000 13,92 0,01 Lavagem de Veículos 1 1.650 0 0 Outro 7 505,71 0 0 Pisicultura 41 33.925,08 0 0 Sapucaí-Mirim TOTAL 825 558.246,42 15,02 3,26
  • 236. 248 Cidade Descrição - Finalidade Quantidade de registros Vazão (L/dia) Vazão (L/s) Vazão (m³/dia) Consumo Humano 10 5.000 1,47 2,2 Dessedentação de Animais 9 5.830 0 83,4 Irrigação 15 2.849 23,02 275 Outro 1 180 0 0 Pisicultura 1 2.580 0 0 Senador Amaral TOTAL 36 16.439,00 24,49 360,60 Consumo Humano 403 324.350,98 8,27 12,01 Consumo Industrial/Agroindustrial 3 3.900 0 6,7 Dessedentação de Animais 595 536.546,56 20,97 263,55 Irrigação 29 31.912,60 16,22 320,33 Lançamento de Efluentes 2 940 0 0 Outro 32 25.691,60 0 49,8 Pisicultura 129 246.825 14,22 419,22 Senador José Bento TOTAL 1.193 1.170.166,7 4 59,68 1.071,61 Consumo Humano 78 69.053,62 1,66 66,51 Dessedentação de Animais 111 89.623,70 7,01 149,13 Irrigação 4 9.900 1,01 Lançamento de Efluentes 3 1.840 0,38 Outro 7 10.743,23 Pisicultura 1 1 Silvianópolis TOTAL 204 181.160,55 9,68 217,02 Consumo Humano 245 179.845,27 56,92 3.044,65 Dessedentação de Animais 178 190.498,57 0,89 3.064,53 Irrigação 9 3.789,40 51,01 0 Lançamento de Efluentes 6 8.678 0 2,35 Outro 4 4,0 0 0 Pisicultura 5 3.302 0 0 Turvolândia TOTAL 447 386.117,24 108,82 6.111,53 Consumo Humano 4 870 1,1 15 Consumo Industrial/Agroindustrial 1 0 15 Dessedentação de Animais 3 1.590 1 0 Irrigação 1 1 0 Lançamento de Efluentes 1 1 0 Outro 1 1 0 Wenceslau Brás TOTAL 11 2.460,00 5,10 30,00
  • 237. 249 19.8 ANEXO H – Mapa dos Usos das Águas
  • 238. 250
  • 239. 251 19.9 ANEXO I – Resumo das Demandas Outorgadas
  • 240. 252 MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 Piranguçu Córrego do Gamelão Córrego do Gamelão 0,011 Abastecimento público 2 Poço Fundo Córrego da Cachoeira Córrego da Cachoeira 0,032 Abastecimento público 3 Natércia Córrego da Laje Córrego da Laje 0,001 Abastecimento público 4 Cachoeira de Minas Córrego do Barreiro Córrego do Barreiro 0,01 Abastecimento público 5 Pedralva Córrego do Coelho Córrego do Coelho 0,008 Abastecimento público 6 Wenceslau Brás Córrego do Quilombo Córrego do Quilombo 0,015 Abastecimento público 7 Itajubá Córrego dos Toledos Córrego dos Toledos 0,05 Abastecimento público 8 Camanducaia Córrego Jardim das Montanhas Córrego Jardim das Montanhas 0,004 Abastecimento público 9 Munhoz Córrego Pedra Vermelha Córrego Pedra Vermelha 0,012 Abastecimento público 10 Camanducaia Córrego Recanto Selado Córrego Recanto Selado 0,005 Abastecimento público 11 Heliodora Córrego Sem Nome Córrego Sem Nome 0,003 Abastecimento público 12 PARAGUAÇU AFLUENTE DO CÓRREGO TAQUARI MD CÓRREGO TAQUARI 0,032 Abastecimento público 13 Monsenhor Paulo Córrego Vargem Grande Córrego Vargem Grande 0,035 Abastecimento público 14 Camanducaia Ribeirão Cadete Ribeirão Cadete 0,024 Abastecimento público 15 Piranguinho Ribeirão do Açudinho Ribeirão do Açudinho 0,0124 Abastecimento público 16 Senador Amaral Ribeirão do Caxambú Ribeirão do Caxambú 0,006 Abastecimento público 17 São Gonçalo do Sapucaí Ribeirão dos Barretos Ribeirão dos Barretos 0,068 Abastecimento público 18 Cachoeira de Minas Ribeirão dos Brochados Ribeirão dos Brochados 0,0094 Abastecimento público 19 Sapucaí-Mirim Ribeirão dos Pires Ribeirão dos Pires 0,0202 Abastecimento público 20 PIRANGUINHO RIBEIRÃO DOS PORCOS RIBEIRÃO DOS PORCOS 0,015 Abastecimento público 21 Piranguinho Ribeirão dos Porcos Ribeirão dos Porcos 0,015 Abastecimento público 22 Estiva Ribeirão dos Três Irmãos Ribeirão dos Três Irmãos 0,05 Abastecimento público 23 PIRANGUÇU Ribeirão Piranguçu Ribeirão Piranguçu 0,011 Abastecimento público 24 SILVIANÓPOLIS Ribeirão Santa Barbara Ribeirão Santa Barbara 0,001 Abastecimento público 25 Natércia Ribeirão São Bernardo Ribeirão São Bernardo 0,015 Abastecimento público 26 TURVOLÂNDIA AFLUENTE DO CÓRREGO DO CURTUME ME RIBEIRÃO TURVO 0,0035 Abastecimento público 27 Brasópolis Ribeirão Vargem Grande Ribeirão Vargem Grande 0,04 Abastecimento público 28 Piranguinho Ribeirão Vermelho Ribeirão Vermelho 0,0058 Abastecimento público 29 Camanducaia Rio Camanducaia Rio Camanducaia 0,05 Abastecimento público 30 ESPÍRITO SANTO DO DOURADO RIO DOURADO RIO DOURADO 0,006 Abastecimento público
  • 241. 253 31 Carvalhópolis Rio Dourado Rio Dourado 0,016 Abastecimento público 32 ESTIVA AFLUENTE DO RIBEIRÃO DOS TRÊS IRMÃOS ME RIO ITAIM 0,0001 Abastecimento público 33 MARIA DA FÉ CÓRREGO DO CAMBUÍ RIO LOURENÇO VELHO 0,04 Abastecimento público 34 BORDA DA MATA RIO MANDU RIO MANDU 0,05 Abastecimento público 35 POUSO ALEGRE RIO MANDU RIO MANDU 0,35 Abastecimento público 36 SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ RIBEIRÃO DOS BARRETOS RIO SAPUCAÍ 0,068 Abastecimento público 37 CONGONHAL RIBEIRÃO SÃO JOSÉ RIO SAPUCAÍ 0,019 Abastecimento público 38 HELIODORA CÓRREGO BOA VISTA RIO SAPUCAÍ 0,005 Abastecimento público 39 Careaçu Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,025 Abastecimento público 40 Cordislândia Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,01 Abastecimento público 41 Itajubá Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,28 Abastecimento público 42 Piranguinho Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,01 Abastecimento público 43 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,304 Abastecimento público 44 PEDRALVA Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,0288 Abastecimento público 45 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí RIO SAPUCAÍ 0,30417 Abastecimento público 46 Pouso Alegre Rio Sapucaí Mirim Rio Sapucaí Mirim 0,13 Abastecimento público 47 Conceição dos Ouros Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,03 Abastecimento público 48 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,06 Abastecimento público 49 CAMBUÍ Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,065 Abastecimento público 50 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,13 Abastecimento público 51 HELIODORA RIBEIRÃO SANTA ISABEL RIO TURVO 0,012 Abastecimento público 52 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DA PRATA RIO TURVO 0 Abastecimento público VAZÃO TOTAL 2,5074 Abastecimento público MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 HELIODORA CÓRREGO SERTÃOZINHO CÓRREGO SERTÃOZINHO 0,0016 Aqüicultura 2 TURVOLÂNDIA RIBEIRÃO SÃO DOMINGOS RIBEIRÃO SÃO DOMINGOS 0,0002 Aqüicultura 3 DELFIM MOREIRA RIO DE BICAS RIO DE BICAS 0,006 Aqüicultura 4 Monsenhor Paulo AFLUENTE DO RIO DOURADO RIO DOURADO 0,0002 Aqüicultura 5 POUSO ALEGRE AFLUENTE DO RIBEIRÃO DO PÂNTANO MD RIO MANDU 0,0003 Aqüicultura 6 SÃO SEBASTIÃO DA BELA VISTA CÓRREGO DAS INHUMAS RIO MANDU 0,0002 Aqüicultura 7 São Gonçalo do Sapucaí AFLUENTE DO RIO OUVIDOR DE BAIXO RIO OUVIDOR DE BAIXO 0,0001 Aqüicultura 8 POUSO ALEGRE CÓRREGO SEM NOME Rio sapucaí 0,0013 Aqüicultura VAZÃO TOTAL 0,0099 Aqüicultura
  • 242. 254 MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s Aqüicultura 1 CONCEIÇÃO DOS OUROS RIBEIRÃO DA CHAPADA RIBEIRÃO DA CHAPADA 0,003 Consumo agroindustrial 2 CONGONHAL RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO RIO DO CERVO 0,001 Consumo agroindustrial 3 ESPÍRITO SANTO DO DOURADO CÓRREGO CHICA COSTA RIO DO CERVO 0,0024 Consumo agroindustrial 4 CAMBUÍ CÓRREGO CAMBUÍ VELHO RIO ITAIM 0,007 Consumo agroindustrial 5 ESTIVA RIBEIRÃO TRÊS IRMÃOS RIO ITAIM 0,03 Consumo agroindustrial 6 HELIODORA Rio Turvo Rio Sapucai 0,057 Consumo agroindustrial VAZÃO TOTAL 0,1004 Consumo agroindustrial MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 São Gonçalo Do Sapucaí Córrego Do Aterrado Bacia do rio Sapucaí 0,0024 Consumo industrial 2 Paraguaçu Afluente Do Córrego Do Rosário Md CÓRREGO DO ROSÁRIO 0,0014 Consumo industrial 3 Paraguaçu Afluente Do Córrego Do Rosário CÓRREGO DO ROSÁRIO 0,0042 Consumo industrial 4 Pouso Alegre Ribeirão Dos Lopes RIBEIRÃO DA LIMEIRA 0,026 Consumo industrial 5 Pouso Alegre Ribeirão Das Flores RIBEIRÃO DAS FLORES 0,0004 Consumo industrial 6 Pouso Alegre Ribeirão Das Mortes Ou Dos Barreiros RIBEIRÃO DAS MORTES OU DOS BARREIROS 0,004 Consumo industrial 7 Conceição Dos Ouros Afluente Do Ribeirão Ouro Velho RIBEIRÃO OURO VELHO 0,0015 Consumo industrial 8 Conceição Dos Ouros Ribeirão Santo Antônio RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO 0,0025 Consumo industrial 9 Conceição Dos Ouros Afluente Do Córrego Da Água Rasa Md RIO CAPIVARI 0,0002 Consumo industrial 10 Conceição Dos Ouros Afluente Do Córrego Da Água Rasa Md RIO CAPIVARI 0,0015 Consumo industrial 11 Conceição Dos Ouros Ribeirão Do Pinto RIO CAPIVARI 0,004 Consumo industrial 12 Conceição Dos Ouros Córrego Água Rasa RIO CAPIVARI 0,003 Consumo industrial 13 Congonhal Ribeirão São José RIO DO CERVO 0,004 Consumo industrial 14 São Gonçalo Do Sapucaí Ribeirão Do Feijão RIO DO FEIJÃO 0,012 Consumo industrial 15 Cambuí Córrego Lava Pés RIO ITAIM 0,0016 Consumo industrial 16 Delfim Moreira Ribeirão Tabuão RIO SANTO ANTÔNIO 0,042 Consumo industrial 17 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,01806 Consumo industrial 18 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,019 Consumo industrial 19 Conceição Dos Ouros Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,004 Consumo industrial 20 Natércia Afluente Do Córrego Do Machado Md RIO TURVO 0,0001 Consumo industrial 21 Piranguinho Córrego Da Onça rio Verde 0,0000 Consumo industrial VAZÃO TOTAL 0,1519 Consumo industrial
  • 243. 255 MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 MACHADO AFLUENTE DO RIO SAPUCAÍ ME AFLUENTE DO RIO SAPUCAÍ ME 0,001 Irrigação 2 POUSO ALEGRE CÓRREGO DA FAZENDA CÓRREGO DA FAZENDA 0 Irrigação 3 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DO ANGOLA CÓRREGO DO ANGOLA 0,0035 Irrigação 4 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DA ROSETA CÓRREGO DO ANGOLA 0,003 Irrigação 5 SÃO SEBASTIÃO DA BELA VISTA CÓRREGO DO JIRAU CÓRREGO DO JIRAU 0,016 Irrigação 6 SÃO SEBASTIÃO DA BELA VISTA RIBEIRÃO DA PALMA RIBEIRÃO DA PALMA 0,015 Irrigação 7 SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ CÓRREGO VERMELHO RIBEIRÃO DO FEIJÃO 0,008 Irrigação 8 GONÇALVES AFLUENTE DO RIBEIRÃO DO LAMBARI ME RIBEIRÃO DO LAMBARI 0,001 Irrigação 9 SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ RIBEIRÃO MOINHO VELHO RIBEIRÃO MOINHO VELHO 0,004 Irrigação 10 MONSENHOR PAULO AFLUENTE DO CÓRREGO SERRANO ME RIBEIRÃO SÃO DOMINGOS 0,007 Irrigação 11 TURVOLÂNDIA CÓRREGO DO CAPINZAL RIBEIRÃO TURVO 0,025 Irrigação 12 POUSO ALEGRE CÓRREGO DA ROSETA RIO DO CERVO 0,004 Irrigação 13 POUSO ALEGRE RIBEIRÃO DOS AFONSOS RIO DO CERVO 0,014 Irrigação 14 CARVALHÓPOLIS RIO DOURADO RIO DOURADO 0,0389 Irrigação 15 MACHADO AFLUENTE DO RIO DOURADO MD RIO DOURADO 0,002 Irrigação 16 MACHADO AFLUENTE DO RIO DOURADO MD RIO DOURADO 0,0018 Irrigação 17 MACHADO Afluente MD do Rio Dourado RIO DOURADO 0,0028 Irrigação 18 POUSO ALEGRE RIBIERÃO DO PÂNTANO RIO MANDU 0,014 Irrigação 19 PARAGUAÇU AFLUENTE DO RIO OUVIDOR DE BAIXO ME RIO OUVIDOR DE BAIXO 0,0075 Irrigação 20 PARAGUAÇU AFLUENTE DO RIO OUVIDOR DE BAIXO ME RIO OUVIDOR DE BAIXO 0,01 Irrigação 21 PARAGUAÇU AFLUENTE DO RIO OUVIDOR DE BAIXO ME RIO OUVIDOR DE BAIXO 0,01 Irrigação 22 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0246 Irrigação 23 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0029 Irrigação 24 PARAGUAÇU Córrego Sem Nome Rio Sapucai 0,0081 Irrigação 25 MACHADO CÓRREGO AFLUENTE DO RIO SAPUCAI Rio Sapucai 0 Irrigação 26 TURVOLÂNDIA RIBEIRÃO DO TURVO Rio Sapucai 0,0186 Irrigação 27 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,01288 Irrigação 28 Silvianópolis Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,01111 Irrigação 29 Pouso Alegre Rio Sapucaí Rio Sapucai 0,00556 Irrigação 30 Cachoeira de Minas Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,01389 Irrigação 31 HELIODORA RIO TURVO RIO TURVO 0,003 Irrigação 32 HELIODORA RIBERÃO AREADO RIO TURVO 0,012 Irrigação VAZÃO TOTAL 0,3011 Irrigação
  • 244. 256 MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0004 Mineração 2 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,002222 Mineração 3 São Gonçalo do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0025 Mineração 4 Elói Mendes Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0025 Mineração 5 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,002778 Mineração 6 Elói Mendes Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,004167 Mineração 7 Cordislândia Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,00533 Mineração 8 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração 9 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração 10 Santa Rita do Sapucaí Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005556 Mineração 11 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,005557 Mineração 12 Turvolândia Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0099 Mineração 13 Piranguinho Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,0135 Mineração 14 Itajubá Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,015722 Mineração 15 Paraguaçu Rio Sapucaí Rio Sapucaí 0,023611 Mineração 16 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002222 Mineração 17 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002222 Mineração 18 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002222 Mineração 19 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002778 Mineração 20 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002778 Mineração 21 São Sebastião da Bela Vista Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002778 Mineração 22 São Sebastião da Bela Vista Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002778 Mineração 23 São Sebastião da Bela Vista Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,002778 Mineração 24 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,003889 Mineração 25 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,005 Mineração 26 Careaçu Rio Sapucaí Grande Rio Sapucaí Grande 0,005 Mineração 27 Cachoeira de Minas Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,001944 Mineração 28 Pouso Alegre Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,009722 Mineração 29 Paraisópolis Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,0125 Mineração 30 Paraisópolis Rio Sapucaí-Mirim Rio Sapucaí- Mirim 0,0125 Mineração VAZÃO TOTAL 0,1760 Mineração
  • 245. 257 MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 CONSOLAÇÃO AFLUENTE DA MARGEM DIREITA DO CÓRREGO DA CACHOEIRA Córrego da Cachoeira 0,0000 Dessedentação de animais 2 POUSO ALEGRE AFLUENTE DO RIBEIRÃO PANTANOZINHO ME RIO MANDU 0,0001 Dessedentação de animais VAZÃO TOTAL 0,0001 Dessedentação de animais MUNICÍPIO RECURSO HÍDRICO BACIA VAZÃO m³/s FINALIDADE 1 POUSO ALEGRE CÓRREGO SÃO JACINTO RIO SAPUCAÍ 0,0022 Outros 2 POUSO ALEGRE CÓRREGO SEM NOME RIO SAPUCAÍ 0,0022 Outros 3 MARIA DA FÉ AFLUENTE DO RIBEIRÃO SABARÁ ME RIBEIRÃO SABARÁ 0,0007 Outros VAZÃO TOTAL 0,0051 Outros