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GÊNEROS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS PROF.ª ROBERTA AMARAL
DEFINIÇÃO DE TIPO E GÊNERO TEXTUAL Os Gêneros são definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa como: formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na  cultura
BaKhtin define os  gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados constituído históricamente e que mantêm uma relação direta com a dimensão social.
Usamos essa expressão como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.
Usamos essa expressão para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). TIPO TEXTUAL
PARALELO TIPOS TEXTUAIS 1 – constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas; 2 – constituem sequências lingüísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos; GÊNEROS TEXTUAIS 1 – realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas; 2 – constituem textos empiricamente cumprindo funções em situações comunicativas;
3 – sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal; 3 – sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designação concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função;
4– designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. 4 – exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance,  bilhete,  reportagem jornalística, aula expositiva, notícia  jornalística reunião de condomínio, cardápio, instruções
horóscopo, receita culinária, bula de remédio,lista de compras, car instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.
Algumas observações sobre os tipos textuais A expressão “tipo de texto” é equivocadamente empregada e não designa um tipo, mas sim  um gênero de texto. A carta pessoal não é um tipo de texto informal e sim um gênero textual, assim como:
BILHETE
RECEITA DE BOLO
BULA DE REMÉDIO
LISTA TELEFONICA
CARTA COMERCIAL
SERMÃO
REVISTA
PIADA
LIVRO
E-MAIL
LISTA
HORÓSCOPO
POEMA
PREFÁCIO
JORNAIS
HISTÓRIA EM QUADRINHO
MANUAL DE INSTRUÇÃO
Em todos estes gêneros  também se está realizando  tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos. Um texto é tipologicamente variado (heterogêneo) A carta pessoal pode conter  uma sequência narrativa, uma argumentação, uma descrição e assim por diante.
Sequências Tipológicas Gênero textual Descritiva Rio, 11/08/1991 _______________________________________________ Injuntiva Amiga A.P ________________________________________________ Descritiva  Para ser mais preciso estou no  meu quarto, escrevendo na  escrivaninha, com um Micro  System ligado na minha frente
(bem alto, por sinal) __________________________________________________ Expositiva   Está ligado na Manchete  FM  –  ou rádio dos funks – eu  adoro  funk, principalmente com  passos marcados. Aqui no Rio é o ritmo  momento... e você, gosta?  Gosto também de house e  dance music, sou fascinado  por discotecas!
Narrativa   Ontem mesmo (Sexta-feira)  eu fui e cheguei quase  quatro horas da madrugada. ____________________________________________ Expositiva   Dançar é muito bom,  principalmente em uma  discoteca legal. Aqui no  condomínio onde moro têm  muitos jovens, somos todos  muito amigos e sempre  vamos todos juntos. É  muito maneiro!
Narrativa   C. foi três vezes à K. I., ______________________________________________IInjuntiva   pergunte só a ele como é! ______________________________________________Expositiva   Está tocando agora o “Melô  da Mina Sensual”, super  demais! Aqui ouço também  a Transamérica e RPC FM. ______________________________________________IInjuntiva   E você, quais rádios curte? _____________________________________________
Expositiva  Demorei um tempão pra  responder, espero sinceramente  que você não esteja chateada  comigo. Eu me amarrei de  verdade em vocês aí, do Recife,  principalmente a galera da ET,  vocês são muito maneiros! Meu  maior sonho é viajar, ficar um  tempo por aí, conhecer legal  vocês todos, saírmos juntos...  Só que não sei ao certo se vou  realmente no início de 1992.  Mas pode ser que dê, quem  sabe! /........../
todos, saírmos juntos... Só  que não sei ao certo se vou  realmente no início de 1992.  Mas pode ser que dê, quem  sabe! /........../ Não sei ao certo se vou ou  não, mas fique certa que  farei de tudo para conhecer  vocês o mais rápido possível.  Posso te dizer uma coisa?  Adoro muito vocês! ______________________________________________
Narrativa   Agora, a minha rotina: às  segundas, quartas e sextas- feiras trabalho de 8:00 às  17:00h, em Botafogo. De lá  vou para o T., minha aula vai de 18:30 às 10:40h.  Chego aqui em casa quinze  para meia-noite. E às terças  e quintas fico 050 em F. só  de 8:00 às 12:30h. Vou para
o T.; às 13:30 começa o meu  curso de Francês (vou me  formar ano que vem) e vai  até 15:30h. 16:00h vou dar  aula e fico até 17:30h.  17:40h às 18:30h faço  natação (no T. também) e  até 22:40h tenho aula.  /........../ Ontem eu e Simone  fizemos três meses de  namoro; ________________________________________________  Injuntiva   você sabia que eu estava  namorando? ______________________________________________
Expositiva   Ela mora aqui mesmo no  (ilegível) (nome do  condomínio). A gente se gosta  muito, às vezes eu acho que o  namoro não vai durar muito,  entende? _______________________________________________ Argumentativa   O problema é que ela é muito  ciumenta, principalmente  porque eu já fui afim da B.,  que mora aqui também. Nem  posso falar com a garota que  S. já fica com raiva. _______________________________________________
Narrativa   É acho que vou  terminando... _____________________________________________________ Injuntiva   Escreva! Faz um favor? Diga pra M.,  A., P. e C. que esperem,  não demoro a escrever. Adoro vocês! Um beijão! _____________________________________________ Narrativa   Do amigo P. P. 15:16h
ORGANIZAÇÃO DE TEXTO NARRATIVOS DESCRITIVOS EXPOSITIVOS ARGUMENTATIVO INJUNTIVO Sequência temporal sequências imperativas sequências de localização sequências analíticas ou analíticas Sequências contrastivas explícitas
Um novo José  Josias de Souza Calma José. A festa não começou,  a luz não acendeu, a noite não esquentou O Malan não amoleceu, mas se voltar a pergunta:  e agora José Diga: ora Drummond,  agora Camdessus.
Continua sem mulher, continua sem discurso,  continua sem carinho, ainda não pode beber, ainda não pode fumar,cuspir ainda não pode, a noite é fria, O dia ainda não veio, o riso ainda não veio, não veio ainda a utopia, o Malan tem miopia, mas nem tudo acabou,  nem tudo fugiu, nem tudo mofou. Se voltar a pergunta: E agora josé?
Diga: ora Drummond, Agora FMI. Se você gritasse, se você gemesse, se você  dormisse, se você cansasse, se você morresse... O Malan nada faria, mas já há quem faça. Ainda só, no escuro,  qual bicho do mato, ainda sem teogonia, ainda sem parede nua, pra se encostar, ainda sem cavalo preto, que fuja a galope, você ainda marcha José!
Se voltar a pergunta: José para onde? Diga: ora Drummond,  Por que tanta dúvida? Elementar,  elementar,  sigo pra Washington e, por favor, poeta,  não me chame de José. Me chame Joseph.
POESIA poesia
Poesia  é um texto em que o  significante  não existe meramente à serviço do  significado . ritmo sonoridade relação com as palavras Aspecto visual Poesia não é só significado. A lógica da poesia vai além da estrutura sintática e do significado
Vejamos: Batatinha quando nasce  Se esparrama pelo chão A menina  quando dorme  Bota a mão no coração Espinafrinho quando brota Deixa sua raizinha debaixo da terra, A menina quando dorme bota a mãozinha no coração
Outras Definições de poesia   A poesia é a arte de comunicar a emoção humana pelo verbo musical. (René Waltz) A poesia é a expressão natural dos mais violentos modos de emoção pessoal. (J. Middleton  Murry) A poesia é o extravasar espontâneo  de poderosos sentimentos. (William Wordsworth)  O texto poético é, pois,aquele em que a função poética  se sobrepõe às demais e delas se destaca, sem eliminálas. (Mário Laranjeira- definição baseada nas funções da linguagem)
Qual é esse universo da poesia tão misterioso e quase intransponível de que se fala tanto? Poesia,  se conhece através dos tempos é, antes de qualquer coisa, a imaginação (reflexão) renovando os sentidos da vida, os prazeres da vida, a emoção, a estética.
O MUNDO PARTICULAR DA POESIA Bibliotecas, nos depósitos de livros das escolas , em algum canto da casa. Encontra-se sempre alguém produzindo poesia, quem faz poesia, recria o mundo. A poesia dos Beatles, a poesia de Shakespeare, a poesia de Cora Coralina, a poesia da vizinha Maria, a poesia da música pop, a poesia da literatura clássica, de Augusto dos Anjos, de Clarice Lispector e outros.
A Forma da Poesia Infantil Não é aconselhável apresentar ás crianças textos “poéticos” que nada têm de poesia, que apenas representam uma caricatura grosseira de fórmúlas de linguagem materno-infantil. A criança acomoda-se às limitações  de seu vocabulário e cresce desconhecendo o potencial de recursos que o seu idioma coloca à sua disposição.
“ À tarde,  o cavalinho branco Está muito cansado: Mas há um pedacinho de campo  onde é sempre feriado, O cavalo sacode a crina  Loura e comprida,  E nas verdes ervas atira Sua branca vida  Seu relincho estremece as raízes E ensina aos ventos  A alegria de sentir livres seus movimentos. Trabalhou todo o dia tanto Desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco  de crina dourada.” 1- Qual é a cor do cavalinho? 2- Onde ele está? 3- Como é a sua crina? 4- Ele está dormindo ou acordado? 5- O que ele come? Poema “O cavalinho Branco” de Cecília Meireles
Este tipo de questionamento em atividades de trabalho com a poesia  comete dois desastres didático-literários:  - O poético foi inviabilizado - A criança é condicionada a manter-se nas informações secundárias, superficiais, impedida de se emocionar ou recriar poema, numa co-autoria.
“  Oh! Aquele menininho me dizia “ Fessora, eu posso ir lá fora”? Mas apenas fica um momento Bebendo o vento azul... Agora não preciso pedir licença a ninguém. Mesmo porque não existe paisagem lá fora:  Somente cimento. O vento não mais me fareja a face com um cão amigo... Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.’  Mário Quintana

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Sexto --generos-textuais

  • 1. GÊNEROS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS PROF.ª ROBERTA AMARAL
  • 2. DEFINIÇÃO DE TIPO E GÊNERO TEXTUAL Os Gêneros são definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa como: formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura
  • 3. BaKhtin define os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados constituído históricamente e que mantêm uma relação direta com a dimensão social.
  • 4. Usamos essa expressão como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.
  • 5. Usamos essa expressão para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). TIPO TEXTUAL
  • 6. PARALELO TIPOS TEXTUAIS 1 – constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas; 2 – constituem sequências lingüísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos; GÊNEROS TEXTUAIS 1 – realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas; 2 – constituem textos empiricamente cumprindo funções em situações comunicativas;
  • 7. 3 – sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal; 3 – sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designação concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função;
  • 8. 4– designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. 4 – exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, notícia jornalística reunião de condomínio, cardápio, instruções
  • 9. horóscopo, receita culinária, bula de remédio,lista de compras, car instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.
  • 10. Algumas observações sobre os tipos textuais A expressão “tipo de texto” é equivocadamente empregada e não designa um tipo, mas sim um gênero de texto. A carta pessoal não é um tipo de texto informal e sim um gênero textual, assim como:
  • 18. PIADA
  • 19. LIVRO
  • 21. LISTA
  • 23. POEMA
  • 28. Em todos estes gêneros também se está realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos. Um texto é tipologicamente variado (heterogêneo) A carta pessoal pode conter uma sequência narrativa, uma argumentação, uma descrição e assim por diante.
  • 29. Sequências Tipológicas Gênero textual Descritiva Rio, 11/08/1991 _______________________________________________ Injuntiva Amiga A.P ________________________________________________ Descritiva Para ser mais preciso estou no meu quarto, escrevendo na escrivaninha, com um Micro System ligado na minha frente
  • 30. (bem alto, por sinal) __________________________________________________ Expositiva Está ligado na Manchete FM – ou rádio dos funks – eu adoro funk, principalmente com passos marcados. Aqui no Rio é o ritmo momento... e você, gosta? Gosto também de house e dance music, sou fascinado por discotecas!
  • 31. Narrativa Ontem mesmo (Sexta-feira) eu fui e cheguei quase quatro horas da madrugada. ____________________________________________ Expositiva Dançar é muito bom, principalmente em uma discoteca legal. Aqui no condomínio onde moro têm muitos jovens, somos todos muito amigos e sempre vamos todos juntos. É muito maneiro!
  • 32. Narrativa C. foi três vezes à K. I., ______________________________________________IInjuntiva pergunte só a ele como é! ______________________________________________Expositiva Está tocando agora o “Melô da Mina Sensual”, super demais! Aqui ouço também a Transamérica e RPC FM. ______________________________________________IInjuntiva E você, quais rádios curte? _____________________________________________
  • 33. Expositiva Demorei um tempão pra responder, espero sinceramente que você não esteja chateada comigo. Eu me amarrei de verdade em vocês aí, do Recife, principalmente a galera da ET, vocês são muito maneiros! Meu maior sonho é viajar, ficar um tempo por aí, conhecer legal vocês todos, saírmos juntos... Só que não sei ao certo se vou realmente no início de 1992. Mas pode ser que dê, quem sabe! /........../
  • 34. todos, saírmos juntos... Só que não sei ao certo se vou realmente no início de 1992. Mas pode ser que dê, quem sabe! /........../ Não sei ao certo se vou ou não, mas fique certa que farei de tudo para conhecer vocês o mais rápido possível. Posso te dizer uma coisa? Adoro muito vocês! ______________________________________________
  • 35. Narrativa Agora, a minha rotina: às segundas, quartas e sextas- feiras trabalho de 8:00 às 17:00h, em Botafogo. De lá vou para o T., minha aula vai de 18:30 às 10:40h. Chego aqui em casa quinze para meia-noite. E às terças e quintas fico 050 em F. só de 8:00 às 12:30h. Vou para
  • 36. o T.; às 13:30 começa o meu curso de Francês (vou me formar ano que vem) e vai até 15:30h. 16:00h vou dar aula e fico até 17:30h. 17:40h às 18:30h faço natação (no T. também) e até 22:40h tenho aula. /........../ Ontem eu e Simone fizemos três meses de namoro; ________________________________________________ Injuntiva você sabia que eu estava namorando? ______________________________________________
  • 37. Expositiva Ela mora aqui mesmo no (ilegível) (nome do condomínio). A gente se gosta muito, às vezes eu acho que o namoro não vai durar muito, entende? _______________________________________________ Argumentativa O problema é que ela é muito ciumenta, principalmente porque eu já fui afim da B., que mora aqui também. Nem posso falar com a garota que S. já fica com raiva. _______________________________________________
  • 38. Narrativa É acho que vou terminando... _____________________________________________________ Injuntiva Escreva! Faz um favor? Diga pra M., A., P. e C. que esperem, não demoro a escrever. Adoro vocês! Um beijão! _____________________________________________ Narrativa Do amigo P. P. 15:16h
  • 39. ORGANIZAÇÃO DE TEXTO NARRATIVOS DESCRITIVOS EXPOSITIVOS ARGUMENTATIVO INJUNTIVO Sequência temporal sequências imperativas sequências de localização sequências analíticas ou analíticas Sequências contrastivas explícitas
  • 40. Um novo José Josias de Souza Calma José. A festa não começou, a luz não acendeu, a noite não esquentou O Malan não amoleceu, mas se voltar a pergunta: e agora José Diga: ora Drummond, agora Camdessus.
  • 41. Continua sem mulher, continua sem discurso, continua sem carinho, ainda não pode beber, ainda não pode fumar,cuspir ainda não pode, a noite é fria, O dia ainda não veio, o riso ainda não veio, não veio ainda a utopia, o Malan tem miopia, mas nem tudo acabou, nem tudo fugiu, nem tudo mofou. Se voltar a pergunta: E agora josé?
  • 42. Diga: ora Drummond, Agora FMI. Se você gritasse, se você gemesse, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... O Malan nada faria, mas já há quem faça. Ainda só, no escuro, qual bicho do mato, ainda sem teogonia, ainda sem parede nua, pra se encostar, ainda sem cavalo preto, que fuja a galope, você ainda marcha José!
  • 43. Se voltar a pergunta: José para onde? Diga: ora Drummond, Por que tanta dúvida? Elementar, elementar, sigo pra Washington e, por favor, poeta, não me chame de José. Me chame Joseph.
  • 45. Poesia é um texto em que o significante não existe meramente à serviço do significado . ritmo sonoridade relação com as palavras Aspecto visual Poesia não é só significado. A lógica da poesia vai além da estrutura sintática e do significado
  • 46. Vejamos: Batatinha quando nasce Se esparrama pelo chão A menina quando dorme Bota a mão no coração Espinafrinho quando brota Deixa sua raizinha debaixo da terra, A menina quando dorme bota a mãozinha no coração
  • 47. Outras Definições de poesia A poesia é a arte de comunicar a emoção humana pelo verbo musical. (René Waltz) A poesia é a expressão natural dos mais violentos modos de emoção pessoal. (J. Middleton Murry) A poesia é o extravasar espontâneo de poderosos sentimentos. (William Wordsworth) O texto poético é, pois,aquele em que a função poética se sobrepõe às demais e delas se destaca, sem eliminálas. (Mário Laranjeira- definição baseada nas funções da linguagem)
  • 48. Qual é esse universo da poesia tão misterioso e quase intransponível de que se fala tanto? Poesia, se conhece através dos tempos é, antes de qualquer coisa, a imaginação (reflexão) renovando os sentidos da vida, os prazeres da vida, a emoção, a estética.
  • 49. O MUNDO PARTICULAR DA POESIA Bibliotecas, nos depósitos de livros das escolas , em algum canto da casa. Encontra-se sempre alguém produzindo poesia, quem faz poesia, recria o mundo. A poesia dos Beatles, a poesia de Shakespeare, a poesia de Cora Coralina, a poesia da vizinha Maria, a poesia da música pop, a poesia da literatura clássica, de Augusto dos Anjos, de Clarice Lispector e outros.
  • 50. A Forma da Poesia Infantil Não é aconselhável apresentar ás crianças textos “poéticos” que nada têm de poesia, que apenas representam uma caricatura grosseira de fórmúlas de linguagem materno-infantil. A criança acomoda-se às limitações de seu vocabulário e cresce desconhecendo o potencial de recursos que o seu idioma coloca à sua disposição.
  • 51. “ À tarde, o cavalinho branco Está muito cansado: Mas há um pedacinho de campo onde é sempre feriado, O cavalo sacode a crina Loura e comprida, E nas verdes ervas atira Sua branca vida Seu relincho estremece as raízes E ensina aos ventos A alegria de sentir livres seus movimentos. Trabalhou todo o dia tanto Desde a madrugada!
  • 52. Descansa entre as flores, cavalinho branco de crina dourada.” 1- Qual é a cor do cavalinho? 2- Onde ele está? 3- Como é a sua crina? 4- Ele está dormindo ou acordado? 5- O que ele come? Poema “O cavalinho Branco” de Cecília Meireles
  • 53. Este tipo de questionamento em atividades de trabalho com a poesia comete dois desastres didático-literários: - O poético foi inviabilizado - A criança é condicionada a manter-se nas informações secundárias, superficiais, impedida de se emocionar ou recriar poema, numa co-autoria.
  • 54. “ Oh! Aquele menininho me dizia “ Fessora, eu posso ir lá fora”? Mas apenas fica um momento Bebendo o vento azul... Agora não preciso pedir licença a ninguém. Mesmo porque não existe paisagem lá fora: Somente cimento. O vento não mais me fareja a face com um cão amigo... Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.’ Mário Quintana