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SMS Envenenado
Ato 1
1º Cena
(Atores/personagens: Ana Laura Ribeiro nº1/Condessa; Eduarda Pinto nº8/Carlota; Mariana
Monteiro nº21/Melly; Rafael Machado nº22/Conde- D. Duarte; Tiago Soares nº24/Médico. –
Cenário: Sala de estar – um sofá onde o conde está sentado, um uma mesa e um móvel com um
computador.
Melly- (entregado o café) D. Duarte, o café.
Conde- Já são dez horas? (recebe a chávena.)
Melly- Há também um SMS. (Dá-lhe o telemóvel.)
Conde (Bebe o café. Depois começa a ler o SMS.) - A escrita parece ser do Celestino.
Vejamos, vejamos.
“Olá Duarte, ontem á tarde ao sair de tua casa devo ter esquecido na
mesa da tua sala de jantar um certo veneno para ratos. Não é tanto pelo valor da coisa em si
(são poucos euros), mas porque tenho necessidade dele por motivos que não posso explicar por
escrito e que lhe contarei frente a frente. Manda-me esse veneno por meio da Melly. É um
embrulho amarelo que contém uma quantidade de pó branco.
Teu amigo Celestino.”
(O conde ri-se e chama) Melly! Melly! Melly! És surda?
Melly – (aproximando-se) Credo, gente estava a actualizar o meus estado no face. Só
tenho duas pernas e um tablete!
Conde- Cala-te, Cala-te. Vê na sala de jantar, sobre a mesa. Deve estar aí um pacote de
pó amarelo…
Melly- Ah, sim, o açúcar. Já o meti no açucareiro porque já tinha pouco.
Conde- Qual açúcar? Qual açúcar! Aquilo é veneno, desgraçada! Deita tudo fora!
Melly- (espantadíssima) – O que fiz eu! O que fiz eu! Vou já actualizar o meu estado!
Conde (Preocupado.) – Que fizeste tu, por amor de Deus?
Melly – Pus açúcar no café. (olha repentinamente para o tablete) Huuuuu, já tenho dois
gostos.
Conde- O quê? No café que me acabas de servir?
Melly- (Mais morta do que viva.) Em todos os cafés. (Desmaia.)
Conde (Gritando como se não houvesse amanhã.) Quietos, todos! Quietos todos! Não
bebam o café.
2º Cena
(Entra a condessa e a filha a correr)
Condessa (Está a beber o café.) O que é dizes? Estás louco?
Carlota- Pai, não nos metas medo.
Conde (Desesperado.) Estamos envenenados1 Aquele café… Celestino… Os ratos…
Essa ignorante da Amélia…
Condessa- Mas pode-se saber o que aconteceu?
Conde – Vejam só! O veneno dos ratos no café! Maldito Celestino. Maldita Melly.
Condessa e Carlota – (Chorando) Bebemo-lo todo.
Conde – Depressa, um médico… um farmacêutico… um cirurgião… (Agarra o
telemóvel e telefona) 112, SOS! Doutor… Envenenados…Depressa!
Condessa- Já sinto o efeito do veneno. Vou morrer (Desmaia.)
Carlota- (Tonta) Sinto os suores da morte…Soluços horrorosos. (Desmaia)
Conde (Com as mãos na cabeça) Oh, pobre família! Mulher! Filhas1 Uma família
inteira envenenada com o veneno dos ratos! Sinto o calor no estomago. É o fim! Onde estamos!
Adeus minhas criaturas. (Cai para o chão.)
3º Cena
Médico (Entra desesperado e numa entrada dramática) Depressa, uma lavajem gástrica a
todos. (Todos a fazer gaguejos.)
(Ouve-se o barulho de uma mensagem recebida)
Conde – (Voltando-se para o médico) Doutor, por favor leia. Estou sem forças.
Médico (Pega no telemóvel e lê.) Duarte, olá de novo. Era para te avisar para não te
incomodares, já não é preciso me mandares o pacote. Aquele demente do homem da drogaria
acaba de me mandar um mail a dizer que se tinha enganado e em vez de veneno deu-me açúcar.
Podes ficar com ele, é um presente em paga de todos os favores que te devo. Não precisas de
agradecer.
Teu amigo Celestino.
Todos- (Ainda a gaguejar.) Bendito… Maldito Celestino!

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Sms envenenado

  • 1. SMS Envenenado Ato 1 1º Cena (Atores/personagens: Ana Laura Ribeiro nº1/Condessa; Eduarda Pinto nº8/Carlota; Mariana Monteiro nº21/Melly; Rafael Machado nº22/Conde- D. Duarte; Tiago Soares nº24/Médico. – Cenário: Sala de estar – um sofá onde o conde está sentado, um uma mesa e um móvel com um computador. Melly- (entregado o café) D. Duarte, o café. Conde- Já são dez horas? (recebe a chávena.) Melly- Há também um SMS. (Dá-lhe o telemóvel.) Conde (Bebe o café. Depois começa a ler o SMS.) - A escrita parece ser do Celestino. Vejamos, vejamos. “Olá Duarte, ontem á tarde ao sair de tua casa devo ter esquecido na mesa da tua sala de jantar um certo veneno para ratos. Não é tanto pelo valor da coisa em si (são poucos euros), mas porque tenho necessidade dele por motivos que não posso explicar por escrito e que lhe contarei frente a frente. Manda-me esse veneno por meio da Melly. É um embrulho amarelo que contém uma quantidade de pó branco. Teu amigo Celestino.” (O conde ri-se e chama) Melly! Melly! Melly! És surda? Melly – (aproximando-se) Credo, gente estava a actualizar o meus estado no face. Só tenho duas pernas e um tablete! Conde- Cala-te, Cala-te. Vê na sala de jantar, sobre a mesa. Deve estar aí um pacote de pó amarelo… Melly- Ah, sim, o açúcar. Já o meti no açucareiro porque já tinha pouco. Conde- Qual açúcar? Qual açúcar! Aquilo é veneno, desgraçada! Deita tudo fora! Melly- (espantadíssima) – O que fiz eu! O que fiz eu! Vou já actualizar o meu estado! Conde (Preocupado.) – Que fizeste tu, por amor de Deus? Melly – Pus açúcar no café. (olha repentinamente para o tablete) Huuuuu, já tenho dois gostos. Conde- O quê? No café que me acabas de servir? Melly- (Mais morta do que viva.) Em todos os cafés. (Desmaia.)
  • 2. Conde (Gritando como se não houvesse amanhã.) Quietos, todos! Quietos todos! Não bebam o café. 2º Cena (Entra a condessa e a filha a correr) Condessa (Está a beber o café.) O que é dizes? Estás louco? Carlota- Pai, não nos metas medo. Conde (Desesperado.) Estamos envenenados1 Aquele café… Celestino… Os ratos… Essa ignorante da Amélia… Condessa- Mas pode-se saber o que aconteceu? Conde – Vejam só! O veneno dos ratos no café! Maldito Celestino. Maldita Melly. Condessa e Carlota – (Chorando) Bebemo-lo todo. Conde – Depressa, um médico… um farmacêutico… um cirurgião… (Agarra o telemóvel e telefona) 112, SOS! Doutor… Envenenados…Depressa! Condessa- Já sinto o efeito do veneno. Vou morrer (Desmaia.) Carlota- (Tonta) Sinto os suores da morte…Soluços horrorosos. (Desmaia) Conde (Com as mãos na cabeça) Oh, pobre família! Mulher! Filhas1 Uma família inteira envenenada com o veneno dos ratos! Sinto o calor no estomago. É o fim! Onde estamos! Adeus minhas criaturas. (Cai para o chão.) 3º Cena Médico (Entra desesperado e numa entrada dramática) Depressa, uma lavajem gástrica a todos. (Todos a fazer gaguejos.) (Ouve-se o barulho de uma mensagem recebida) Conde – (Voltando-se para o médico) Doutor, por favor leia. Estou sem forças. Médico (Pega no telemóvel e lê.) Duarte, olá de novo. Era para te avisar para não te incomodares, já não é preciso me mandares o pacote. Aquele demente do homem da drogaria acaba de me mandar um mail a dizer que se tinha enganado e em vez de veneno deu-me açúcar. Podes ficar com ele, é um presente em paga de todos os favores que te devo. Não precisas de agradecer. Teu amigo Celestino. Todos- (Ainda a gaguejar.) Bendito… Maldito Celestino!