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A FORMAÇÃO
SÉCULO XXI


DOS

Philippe
Perrenoud
é
doutor em Sociologia e
Antropologia, tem 59 anos
e leciona nas áreas de
currículo,
práticas
pedagógicas e instituições
de formação nas faculdades
de Psicologia e de Ciências
da
Educação
da
Universidade de Genebra
(Suíça).

PROFESSORES

NO
A
FORMAÇÃO
DOS
PROFESSORES NO SÉCULO
XXI

 No

futuro a escola pode desaparecer e o ensino
pode ser mencionado como uma daquelas
profissões do passado, tão comoventes por terem
caído no desuso. As orientações dadas para a
formação dos professores não diferem
radicalmente daquelas que foram proposta há
cinco anos.
FINALIDADES DA ESCOLA E DA FORMAÇÃO
DOS PROFESSORES




Não é possível formar professores
sem fazer escolhas ideológicas.
Conforme o modelo de sociedade
e de ser humano que defendemos,
não atribuiremos as mesmas
finalidades à escola e, portanto,
não definiremos da mesma
maneira o papel dos professores.
As
finalidades
do
sistema
educacional e as competências dos
professores não podem ser
dissociadas tão facilmente.
EDGAR MORIN PROPÕE SETE SABERES
FUNDAMENTAIS QUE A ESCOLA TERIA A
MISSÃO DE ENSINAR:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.

As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;
Os princípios do conhecimento pertinente;
Ensinar a condição humana;
Ensinar a identidade terrena;
Enfrentar as incertezas;
Ensinar a compreensão;
A ética do gênero humano.
ORIENTAÇÕES
BÁSICAS
SOBRE
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES


A

Defendi a idéia (Perrenoud, 1998d) de que “a qualidade
de uma formação depende sobretudo, de sua
concepção”. De qualquer forma, sempre é preferível que
os professores cheguem na hora certa e que não haja
goteiras na sala de aula, porém uma organização e uma
infra-estrutura irrepreensíveis não compensam fatores
como um plano e dispositivos de formação malconcebidos.
UMA
TRANSPOSIÇÃO
DIDÁTICA
BASEADA NA ANÁLISE DAS PRÁTICAS E
EM SUAS TRANSFORMAÇÕES




Nesse nível de especialização, vemos que a formação dos
professores é, sem dúvida, uma das que menos levam em
conta as observações empíricas metódicas sobre as
práticas, sobre o trabalho real dos professores no dia a
dia, em sua diversidade e ambiente atuais.
As reformas escolares fracassam, os novos programas
não são aplicados, belas idéias como os métodos ativos, o
construtivismo, a avaliação formativa ou a pedagogia
diferenciada são pregadas, porém nunca praticadas.
UM REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS
QUE IDENTIFIQUE OS SABERES E AS
CAPACIDADES NECESSÁRIOS


Atualmente, define-se uma competência como a aptidão
para enfrentar uma família de situações análogas,
mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e
criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes,
capacidades, microcompetências, informações, valores,
atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de
raciocínio.
Alguns exemplos:








Se os professores deparam-se com grande número de classes
agitadas, apazigua-las deve ser uma de suas competências.
Se os alunos resistem, não se esforçam, mobiliza-los e suscita
neles o desejo de aprender deve ser outra competência.
Se os alunos ausentam-se e vivem uma vida dupla (alunos na
escola e adultos fora dela), esse fato deve ser levado em
consideração e essa deve ser mais uma competência dos
professores.
Se sua relação com o saber e com o mundo impede que,
espontaneamente, dêem sentido aos saberes e ao trabalho
escolar, ajuda-los a construir esse sentido também deve ser
competência dos professores.
Se os programas estão a anos-luz dos alunos, adapta-los e
aliviar seu peso também deve ser competência dos
professores.
UM PLANO DE ORGANIZAÇÃO ORGANIZADO
EM
TORNO
DAS
COMPETÊNCIAS



Em princípio, os programas de formação inicial são
elaborados a partir dos objetivos finais.
Por isso, vários programas de formação inicial limitam-se
a criar um vinculo entre os saberes universitários e os
programas escolares, o que não é inútil, porém ocupa um
grande espaço no currículo, em detrimento de saberes
didáticos, pedagógicos e sociológicos mais próximos das
práticas.
UMA APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS,
UM PROCEDIMENTO CLÍNICO
 As

faculdades de medicina estão passando por
uma
revolução
em
diversos
países.
Tradicionalmente, nessa área, durante anos os
estudantes acumulavam conhecimentos teóricos,
sem qualquer ligação com casos clínicos, e depois
passavam anos como médicos residentes em um
hospital, com poucos aportes teóricos
estruturados.
 Aproveitar

as demandas para propor um curso
anual, exatamente igual ao do ano letivo clássico;
 Evitar uma total fragmentação dos aportes e
obter espaços-tempos propícios à construção
ordenada de saberes que só podem ser
adquiridos com relação a casos particulares.
A

formação dos professores deveria ser orientada
para uma aprendizagem por problemas para que
os estudantes se confrontassem com a
experiência da sala de aula e trabalhassem a partir
de suas observações, surpresas, sucessos e
fracassos, medos e alegrias, bem como de suas
dificuldades para controlar os processos de
aprendizagem e as dinâmicas de grupos ou os
comportamentos de alguns alunos.
UMA
VERDADEIRA
ARTICULAÇÃO
ENTRE TEORIA E A PRÁTICA
O seguinte modelo é bastante simples e, sobretudo,
muito cômodo:
• Os teóricos dão uma formação teórica, isto é, aulas e
seminários clássicos, sem se preocupar muito com a
referência à profissão.
• Os profissionais que acolhem e preparam estagiários
para o trabalho de campo encarregam-se de iniciálos “ossos do ofício”.
• No máximo, a formação teórica permitiria ser
aprovado nos exames e obter o diploma,
enquanto a formação prática daria as bases para a
sobrevivência na profissão.
UMA
ORGANIZAÇÃO
DIFERENCIADA


MODULAR

E

A maioria das formações universitárias e parte
das formações profissionais estão ligadas ao
sistema das unidades capitalizáveis ou “créditos”.
UMA AVALIAÇÃO FORMATIVA BASEADA
NA
ANÁLISE
DO
TRABALHO
A

avaliação das competências deve ser
formativa, passar por uma co-análise do
trabalho dos estudantes e pela regulação de
seus investimentos mais do que pelas notas ou
classificações.
 Algumas
características
particularmente
pertinentes na formação dos professores:
A

avaliação só inclui tarefas contextualizadas.
 A avaliação deve contribuir para que os
estudantes desenvolvam mais suas competências.
 A avaliação exige a utilização funcional de
conhecimentos disciplinares.
 A tarefa e suas exigências devem ser conhecidas
antes da situação de avaliação.
 A auto-avaliação faz parte da avaliação.
Tempos e dispositivos de integração e de
mobilização das aquisições
A

noção de integração pode ser entendida com
um duplo sentido:
 Por um lado, ela designa o relacionamento entre
diversos componentes da formação.
 Por outro, ela evoca o processo de incorporação
dos saberes e o treinamento em sua transferência
e mobilização.
Uma
parceria
profissionais






negociada

com

os

Não é possível pretender uma transposição didática
próxima das práticas, trabalhar a transferência e a
integração, adotar um procedimento clínico, aprender
por meio de problemas e articular teoria e prática sem
construir uma forte parceria entre a instituição de
formação dos professores e as atividades de campo. Esta
deve ser levada em consideração pelo menos em três
níveis:
O sistema educacional que acolhe os estagiários;
Os estabelecimentos escolares;
Os professores, individualmente ou em grupo.
UMA DIVISÃO DOS SABERES FAVORÁVEL À
SUA MOBILIZAÇÃO NO TRABALHO.


Os trabalhos sobre a
transferência
de
conhecimentos demonstram
que a mobilização nunca é
automática, que ela deve ser
trabalhada
como
tal,
transformada em um desafio
de
formação
para
concretizá-la na prática e na
universidade.






Uma das dificuldades da mobilização das aquisições
refere-se à sua segmentação no currículo, Por isso, é
importante construir unidade de formação que
conjuguem diversas ciências sociais e humanas.
“O problema dos saberes
procedimentais deveria ser
colocado á luz dessas divisões, A formação universitária de
professores permitiu uma ruptura com a normalização das
práticas. Não se forma um profissional reflexivo impondo-lhe
condições ortodoxas de dar aula. (Perrenoud,2001ª).”
Seria paradoxal que as profissões humanistas
desenvolvessem as prescrições e que as profissões
técnicas reconhecessem seus limites.
 Atualmente,

as principais carências encontram-se
no primeiro registro. Os formadores trabalham,
refletem, formam-se, inovam, mas com frequência
cada um continua no seu canto. Deixam o
desenvolvimento de uma visão conjunta nas mãos
dos ministérios e da direção das instituições.

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A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI

  • 1. A FORMAÇÃO SÉCULO XXI  DOS Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia, tem 59 anos e leciona nas áreas de currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra (Suíça). PROFESSORES NO
  • 2. A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI  No futuro a escola pode desaparecer e o ensino pode ser mencionado como uma daquelas profissões do passado, tão comoventes por terem caído no desuso. As orientações dadas para a formação dos professores não diferem radicalmente daquelas que foram proposta há cinco anos.
  • 3. FINALIDADES DA ESCOLA E DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES   Não é possível formar professores sem fazer escolhas ideológicas. Conforme o modelo de sociedade e de ser humano que defendemos, não atribuiremos as mesmas finalidades à escola e, portanto, não definiremos da mesma maneira o papel dos professores. As finalidades do sistema educacional e as competências dos professores não podem ser dissociadas tão facilmente.
  • 4. EDGAR MORIN PROPÕE SETE SABERES FUNDAMENTAIS QUE A ESCOLA TERIA A MISSÃO DE ENSINAR: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a compreensão; A ética do gênero humano.
  • 5. ORIENTAÇÕES BÁSICAS SOBRE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES  A Defendi a idéia (Perrenoud, 1998d) de que “a qualidade de uma formação depende sobretudo, de sua concepção”. De qualquer forma, sempre é preferível que os professores cheguem na hora certa e que não haja goteiras na sala de aula, porém uma organização e uma infra-estrutura irrepreensíveis não compensam fatores como um plano e dispositivos de formação malconcebidos.
  • 6. UMA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA BASEADA NA ANÁLISE DAS PRÁTICAS E EM SUAS TRANSFORMAÇÕES   Nesse nível de especialização, vemos que a formação dos professores é, sem dúvida, uma das que menos levam em conta as observações empíricas metódicas sobre as práticas, sobre o trabalho real dos professores no dia a dia, em sua diversidade e ambiente atuais. As reformas escolares fracassam, os novos programas não são aplicados, belas idéias como os métodos ativos, o construtivismo, a avaliação formativa ou a pedagogia diferenciada são pregadas, porém nunca praticadas.
  • 7. UM REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS QUE IDENTIFIQUE OS SABERES E AS CAPACIDADES NECESSÁRIOS  Atualmente, define-se uma competência como a aptidão para enfrentar uma família de situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio.
  • 8. Alguns exemplos:      Se os professores deparam-se com grande número de classes agitadas, apazigua-las deve ser uma de suas competências. Se os alunos resistem, não se esforçam, mobiliza-los e suscita neles o desejo de aprender deve ser outra competência. Se os alunos ausentam-se e vivem uma vida dupla (alunos na escola e adultos fora dela), esse fato deve ser levado em consideração e essa deve ser mais uma competência dos professores. Se sua relação com o saber e com o mundo impede que, espontaneamente, dêem sentido aos saberes e ao trabalho escolar, ajuda-los a construir esse sentido também deve ser competência dos professores. Se os programas estão a anos-luz dos alunos, adapta-los e aliviar seu peso também deve ser competência dos professores.
  • 9. UM PLANO DE ORGANIZAÇÃO ORGANIZADO EM TORNO DAS COMPETÊNCIAS   Em princípio, os programas de formação inicial são elaborados a partir dos objetivos finais. Por isso, vários programas de formação inicial limitam-se a criar um vinculo entre os saberes universitários e os programas escolares, o que não é inútil, porém ocupa um grande espaço no currículo, em detrimento de saberes didáticos, pedagógicos e sociológicos mais próximos das práticas.
  • 10. UMA APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS, UM PROCEDIMENTO CLÍNICO  As faculdades de medicina estão passando por uma revolução em diversos países. Tradicionalmente, nessa área, durante anos os estudantes acumulavam conhecimentos teóricos, sem qualquer ligação com casos clínicos, e depois passavam anos como médicos residentes em um hospital, com poucos aportes teóricos estruturados.
  • 11.  Aproveitar as demandas para propor um curso anual, exatamente igual ao do ano letivo clássico;  Evitar uma total fragmentação dos aportes e obter espaços-tempos propícios à construção ordenada de saberes que só podem ser adquiridos com relação a casos particulares.
  • 12. A formação dos professores deveria ser orientada para uma aprendizagem por problemas para que os estudantes se confrontassem com a experiência da sala de aula e trabalhassem a partir de suas observações, surpresas, sucessos e fracassos, medos e alegrias, bem como de suas dificuldades para controlar os processos de aprendizagem e as dinâmicas de grupos ou os comportamentos de alguns alunos.
  • 13. UMA VERDADEIRA ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E A PRÁTICA O seguinte modelo é bastante simples e, sobretudo, muito cômodo: • Os teóricos dão uma formação teórica, isto é, aulas e seminários clássicos, sem se preocupar muito com a referência à profissão. • Os profissionais que acolhem e preparam estagiários para o trabalho de campo encarregam-se de iniciálos “ossos do ofício”. • No máximo, a formação teórica permitiria ser aprovado nos exames e obter o diploma, enquanto a formação prática daria as bases para a sobrevivência na profissão.
  • 14. UMA ORGANIZAÇÃO DIFERENCIADA  MODULAR E A maioria das formações universitárias e parte das formações profissionais estão ligadas ao sistema das unidades capitalizáveis ou “créditos”.
  • 15. UMA AVALIAÇÃO FORMATIVA BASEADA NA ANÁLISE DO TRABALHO A avaliação das competências deve ser formativa, passar por uma co-análise do trabalho dos estudantes e pela regulação de seus investimentos mais do que pelas notas ou classificações.  Algumas características particularmente pertinentes na formação dos professores:
  • 16. A avaliação só inclui tarefas contextualizadas.  A avaliação deve contribuir para que os estudantes desenvolvam mais suas competências.  A avaliação exige a utilização funcional de conhecimentos disciplinares.  A tarefa e suas exigências devem ser conhecidas antes da situação de avaliação.  A auto-avaliação faz parte da avaliação.
  • 17. Tempos e dispositivos de integração e de mobilização das aquisições A noção de integração pode ser entendida com um duplo sentido:  Por um lado, ela designa o relacionamento entre diversos componentes da formação.  Por outro, ela evoca o processo de incorporação dos saberes e o treinamento em sua transferência e mobilização.
  • 18. Uma parceria profissionais     negociada com os Não é possível pretender uma transposição didática próxima das práticas, trabalhar a transferência e a integração, adotar um procedimento clínico, aprender por meio de problemas e articular teoria e prática sem construir uma forte parceria entre a instituição de formação dos professores e as atividades de campo. Esta deve ser levada em consideração pelo menos em três níveis: O sistema educacional que acolhe os estagiários; Os estabelecimentos escolares; Os professores, individualmente ou em grupo.
  • 19. UMA DIVISÃO DOS SABERES FAVORÁVEL À SUA MOBILIZAÇÃO NO TRABALHO.  Os trabalhos sobre a transferência de conhecimentos demonstram que a mobilização nunca é automática, que ela deve ser trabalhada como tal, transformada em um desafio de formação para concretizá-la na prática e na universidade.
  • 20.    Uma das dificuldades da mobilização das aquisições refere-se à sua segmentação no currículo, Por isso, é importante construir unidade de formação que conjuguem diversas ciências sociais e humanas. “O problema dos saberes procedimentais deveria ser colocado á luz dessas divisões, A formação universitária de professores permitiu uma ruptura com a normalização das práticas. Não se forma um profissional reflexivo impondo-lhe condições ortodoxas de dar aula. (Perrenoud,2001ª).” Seria paradoxal que as profissões humanistas desenvolvessem as prescrições e que as profissões técnicas reconhecessem seus limites.
  • 21.  Atualmente, as principais carências encontram-se no primeiro registro. Os formadores trabalham, refletem, formam-se, inovam, mas com frequência cada um continua no seu canto. Deixam o desenvolvimento de uma visão conjunta nas mãos dos ministérios e da direção das instituições.