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Aos Pais e Professores:




                                                                                                        Pais e Professores
                     Como foi já amplamente no ciado pela imprensa, está entrando em vigor o
                Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado pelos países que têm o
                português como língua oficial. Não se trata, como se pode imaginar, de uma gran-
                de reforma ortográfica. Justamente por isso, abrangerá apenas algumas palavras
                (cerca de 0,45% do vocabulário no Brasil e 1,6% em Portugal), que passarão a ter
                a mesma grafia tanto em nosso país como em outros que já assinaram o Novo
                Acordo. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se apenas à
                língua escrita, não comprometendo nenhum aspecto da língua falada.

                     Com essa unificação de grafias, espera-se que o português — hoje falado por
                aproximadamente 230 milhões de pessoas em todo o mundo e língua oficial de
                trabalho em mais de uma dúzia de organizações mundiais — ganhe ainda mais
                importância nos fóruns internacionais e tenha o seu uso facilitado por editoras e
                ins tuições de vários con nentes.

                     O Novo Acordo, além de mudar algumas regras para o hífen, que serão mais
                claras, e abolir o trema, volta a incorporar, ao alfabeto português, as letras k, w e
                y, até então consideradas estrangeiras. O curioso é que certas palavras proparoxí-
                tonas terão como válida uma dupla grafia, a exemplo de econômico e económico,
                conforme queira se pronunciar da forma brasileira ou da lusitana. Também caem
                alguns acentos, como o das palavras vôo (agora voo) e estréia (estreia).

                     Diante de tais novidades, é natural que se leve um período para incorporá-
                -las à ro na. Daí que esteja previsto um tempo, provavelmente alguns anos, de
                convivência entre as formas novas e as anteriores. Também convém imaginar que
                ainda são escassas as publicações (gramá cas e dicionários) de referência com-
                pletamente atualizadas com as novas regras além do próprio texto do Novo Acor-
                do, do qual extraímos os procedimentos e as regras para compor este livro.

                     Dessa forma, a Editora Construir, visando
                sempre oferecer o melhor a mestres e alu-
                nos, sente-se orgulhosa por ter aceitado o
                desafio de já ir u lizando as novas regras
                em suas novas obras, facilitando, assim, a
                adaptação de seus leitores às alterações
                ortográficas que chegaram para simplificar
                a vida de todos.




                                                                                                                    1




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Sumário         O Alfabeto................................................................................................... 3

                    Letras Maiúsculas e Minúsculas ................................................................. 4

                    Sequências Consonantais ........................................................................... 7

                    Acentuação Gráfica .................................................................................... 9

                    Acento Diferencial de Palavras Homógrafas ............................................ 13

                    O Trema .................................................................................................... 14

                    O Hífen ..................................................................................................... 15

                    Divisão Silábica na Translineação ............................................................ 20

                    O Apóstrofo .............................................................................................. 21

                    Consulta Rápida ....................................................................................... 22

                    Bibliografia Consultada ............................................................................ 25

                    Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ..................................... 26




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O Alfabeto




                                                                                                     Alfabeto
                     As letras k, w e y, acrescentadas ao alfabeto da língua portuguesa, aparecem
                apenas em casos especiais, como em abreviaturas, siglas, símbolos, nomes pró-
                prios, palavras estrangeiras e seus derivados:


                     a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados (nomes
                próprios, sobrenomes ou apelidos e suas derivações): Franklin, frankliniano; Kant,
                kan smo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor,
                taylorista.

                     b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados (nome ge-
                ográfico próprio de região, cidade, vila, povoação, lugar, rio, logradouro público,
                etc.): Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano.

                     c) Em siglas, símbolos, unidades de medidas de abrangência internacional:
                TWA, KLM, K – potássio (de kalium), W – oeste (de west), kg – quilograma, km –
                quilômetro, kW – quilowa , yd – jarda (de yard), wa .

                    Recomenda-se subs tuir, sempre que possível, os topônimos estrangeiros
                pelas formas vernáculas (linguagem sem estrangeirismos na pronúncia) corres-
                pondentes.




                         De                      Por
                         • Anvers                • Antuérpia
                         • Milano                • Milão
                         • Zürich                • Zurique
                         • München               • Munique
                         • Géneve                • Genebra
                         • Torino                • Turim
                         • London                • Londres
                         • Shangai               • Xangai




                                                                                                            3




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Letras Maiúsculas e Minúsculas
    Maiúsculas e Minúsculas
                                   Empregam-se, faculta vamente, letras minúsculas nos vocábulos que com-
                              põem uma citação bibliográfica, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles
                              obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas.

                                     Como era antes                        Como é agora
                                     • Casa-grande e Senzala              • Casa-grande e Senzala ou Ca-
                                                                        sa-grande e senzala
                                     • O Primo Basílio                    • O Primo Basílio ou O primo
                                                                        Basílio
                                     • Uma Boa Cantoria                   • Uma Boa Cantoria ou Uma
                                                                        boa cantoria
                                     • Arthur Arruma uma Confusão         • Arthur Arruma uma Confusão
                                                                        ou Arthur arruma uma confusão
                                     • As Travessuras de um Guia Mi-      • As Travessuras de um Guia Mi-
                                   rim                                  rim ou As travessuras de um guia
                                                                        mirim
                                     • A Loja da Dona Raposa               • A Loja da Dona Raposa ou A
                                                                        loja da dona Raposa

                                   Empregam-se, faculta vamente, letras minúsculas nas formas de tratamento
                              e reverência (os chamados axônimos), bem como em nomes sagrados e que de-
                              signam crenças religiosas (hagiônimos).


                                     Como era antes                       Como é agora
                                     • Santa Terezinha                    • Santa Terezinha ou santa Te-
                                                                        rezinha
                                     • Doutor Frederico Costa             • Doutor Frederico Costa ou
                                                                        doutor Frederico Costa
                                     • Papa Bento XVI                     • Papa Bento XVI ou papa Ben-
                                                                        to XVI
                                     • Governador Eduardo Campos          • Governador Eduardo Campos
                                                                        ou governador Eduardo Campos
                                     • Senhor Pedro                       • Senhor Pedro ou senhor Pe-
                                                                        dro
                                     • Excelen ssimo Senhor Reitor        • Excelen ssimo Senhor Reitor
                4                                                       ou excelen ssimo senhor reitor




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Maiúsculas e Minúsculas
                    Permanecem, faculta vamente, letras minúsculas para designar domínios
                do saber, cursos e disciplinas.

                    • Biologia ou biologia

                    • Arte Medieval ou arte medieval

                    • Física Quân ca ou sica quân ca

                    • Artes Plás cas ou artes plás cas

                    • Educação Física ou educação sica

                    • Informá ca ou informá ca

                     Empregam-se, faculta vamente, letras maiúsculas iniciais em categorização
                de logradouros públicos, templos ou edi cios.


                     Como era antes                        Como é agora
                     • Rua Neto Campelo                    • Rua Neto Campelo ou rua
                                                         Neto Campelo
                     • Estrada do Arraial                  • Estrada do Arraial ou estrada
                                                         do Arraial
                     • Igreja de Santo Antônio              • Igreja de Santo Antônio ou
                                                         igreja de Santo Antônio
                     • Palácio do Governo                   • Palácio do Governo ou palá-
                                                         cio do Governo
                     • Avenida Agamenon Magalhães          • Avenida Agamenon Maga-
                                                         lhães ou avenida Agamenon Ma-
                                                         galhães
                     • Túnel Rebouças                      • Túnel Rebouças ou túnel Re-
                                                         bouças




                                                                                                                5




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Maiúsculas e Minúsculas   A letra maiúscula inicial é usada em:



                                • Nomes de festas e fes vidades         • Natal, Páscoa, Carnaval
                                • Títulos de periódicos                 • Diario de Pernambuco, O Es-
                                                                      tado de São Paulo
                                • Antropônimos reais ou fic cios         • Pedro Marques, Branca de
                              (nome próprio de pessoa ou de ser       Neve, D. Quixote
                              personificado)
                                 • Nomes de seres antropomorfiza-        • Adamastor, Netuno
                              dos (cuja forma aparente evoca a de
                              um ser humano ou de seres mitoló-
                              gicos)




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Sequências Consonantais




                                                                                                      Sequências Consonantais
                     O c das sequências cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct; o p das se-
                quências pc (c com valor de sibilante), pç e pt; o b das sequências bd e bt; o g da
                sequência gd; o m da sequência mn; e o t da sequência tm ora se conservam, ora
                se eliminam.

                    Conservam-se quando as letras são pronunciadas.


                     • adepto                   • díp co                   • inepto
                     • apto                     • erupção                  • núpcias
                     • compacto                 • eucalipto                • pacto
                     • convicção                • ficção                    • pictural
                     • convicto                 • friccionar               • rapto


                    Eliminam-se quando as letras não são pronunciadas.



                         Como era antes             Como é agora
                         • acção                    • ação
                         • accionar                 • acionar
                         • acto                     • ato
                         • adopção                  • adoção
                         • adoptar                  • adotar
                         • afec vo                  • afe vo
                         • aflicção                  • aflição
                         • aflicto                   • aflito
                         • colecção                 • coleção
                         • direcção                 • direção
                         • director                 • diretor
                         • Egipto                   • Egito
                         • exacto                   • exato
                         • objecção                 • objeção
                         • óp mo                    • ó mo

                                                                                                                     7




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Sequências Consonantais       Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando as consoantes são
                              pronunciadas.


                                                       • amígdala ou amídala

                                                       • amnis a ou anis a

                                                       • aritmé ca ou arimé ca

                                                       • assumpção ou assunção

                                                       • aspecto ou aspeto

                                                       • carácter ou caráter

                                                       • ceptro ou cetro

                                                       • concepção ou conceção

                                                       • corrupto ou corruto

                                                       • decepcionar ou dececionar

                                                       • dicção ou dição

                                                       • excepcional ou excecional

                                                       • facto ou fato

                                                       • indemnizar ou indenizar

                                                       • infeccioso ou infecioso

                                                       • omnipotente ou onipotente

                                                       • omnisciente ou onisciente

                                                       • recepção ou receção

                                                       • sector ou setor

                                                       • súbdito ou súdito

                                                       • sumptuoso ou suntuoso



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Acordo.indd 8                                                                                              12/9/2008 11:27:00
Acentuação Gráfica




                                                                                                     Acentuação Gráfica
                       Para os brasileiros, boa parte das alterações trazidas pelo Novo Acordo re-
                cai sobre as regras de acentuação. Essas mudanças eliminarão os acentos gráficos
                de alguns grupos de palavras. De maneira geral, as modificações concentram-se
                especialmente nas palavras paroxítonas, nas homógrafas (de mesma grafia) e nas
                que contêm hiato.

                     Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em e tônico (geralmente
                de origem francesa), essa vogal, por ser pronunciada ora como aberta, ora como
                fechada, admite tanto o acento agudo quanto o acento circunflexo.


                                  As duas grafias são permi das
                               • bebê             • bebé
                               • bidê             • bidé
                               • canapê           • canapé
                               • caratê           • caraté
                               • crochê           • croché
                               • guichê           • guiché
                               • ma nê            • ma né
                               • nenê             • nené
                               • ponjê            • ponjé
                               • purê             • puré
                               • rapê             • rapé


                    Será faculta vo o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do
                pretérito perfeito do indica vo da 1ª pessoa do plural quando coincidirem com a
                forma verbal correspondente no presente do indica vo.


                    Pretérito Perfeito       Presente            Pretérito Perfeito após o
                                                                         Acordo
                    amamos                 amamos             amamos ou amámos
                    cantamos               cantamos           cantamos ou cantámos
                    dançamos               dançamos           dançamos ou dançámos
                    pesquisamos            pesquisamos        pesquisamos ou pesquisámos

                                                                                                                 9




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Acentuação Gráfica       Quando a sílaba tônica de uma palavra paroxítona é formada pelos ditongos
                         abertos ei e oi, o acento agudo será eliminado.


                                     Como era antes            Como é agora
                                     • apóio                   • apoio
                                     • assembléia              • assembleia
                                     • Coréia                  • Coreia
                                     • Galiléia                • Galileia
                                     • hebréia                 • hebreia
                                     • heróico                 • heroico
                                     • idéia                   • ideia
                                     • jibóia                  • jiboia
                                     • jóia                    • joia
                                     • paranóico               • paranoico


                              Fique atento a esta regra: Quando a palavra for oxítona, mesmo que haja os
                         ditongos abertos ei e oi, o acento permanece. A mudança só ocorre nas palavras
                         paroxítonas. Por isso, palavras como hotéis, herói e dói con nuam com acento.

                              Quando a sílaba tônica de uma palavra paroxítona for formada pelas vogais i
                         e u precedidas de ditongo, o acento agudo será eliminado.


                                                    Como era antes            Como é agora
                                                    • baiúca                  • baiuca
                                                    • boiúna                  • boiuna
                                                    • cheiínho                • cheiinho
                                                    • feiúra                  • feiura
                                                    • Sauípe                  • Sauipe




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Acentuação Gráfica
                      Elimina-se o acento circunflexo quando a palavra é uma forma verbal paro-
                 xítona formada pelos hiatos oo ou ee.


                           Como era antes        Como é agora
                           • vôo                 • voo
                           • enjôo               • enjoo
                           • perdôo              • perdoo
                           • abençôo             • abençoo
                           • crêem               • creem
                           • dêem                • deem
                           • lêem                • leem
                           • vêem                • veem


                     Torna-se faculta vo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas
                 judô e metrô:


                                          As duas grafias são permi das
                                       • judô              • judo
                                       • metrô             • metro




                                                                                                            11




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Acentuação Gráfica      Acentuação dos verbos com QU e GU
                            no radical
                               O acento gráfico agudo não será mais usado na vogal u das formas verbais
                         que contenham qu e gu no radical. Assim, além de perderem o trema, os ver-
                         bos arguir e redarguir e suas flexões não mais receberão acento agudo, embora
                         mantenham a tonicidade no u. Já os verbos do po aguar, enxaguar, obliquar e
                         delinquir, por admi rem duas pronúncias, passam a aceitar duas grafias: quando
                         a tonicidade recair sobre o u, essa vogal não receberá acento gráfico (enxague,
                         oblique); quando a tonicidade recair sobre as vogais a ou i da sílaba anterior, estas
                         deverão, obrigatoriamente, receber acento gráfico (enxágue, oblíque).


                                      Como era antes           Como é agora
                                      • ágüe                   • águe ou ague
                                      • argúe                  • argue
                                      • averigue               • averígue ou averigue
                                      • deságua                • deságua ou desagua
                                      • enxágüem               • enxáguem ou enxaguem
                                      • obliqúe                • oblíque ou oblique
                                      • redargúem              • redarguem




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Acento Diferencial de Palavras Homógrafas




                                                                                                    Acentuação Diferencial
                      Homógrafas são palavras de grafia igual, mas que têm significados diferentes.
                 Até antes do Novo Acordo, usava-se o acento diferencial — agudo ou circunflexo
                 — para dis nguir palavras homógrafas. Agora, esse acento sairá de uso, passando-
                 -se a escrever as homógrafas sem nenhuma diferenciação gráfica.


                         Como era antes                          Como é agora
                        • pára (verbo parar) / para (pre-        • para (verbo e preposição)
                      posição)
                        • péla (verbo pelar) / pela (pre-        • pela (preposição, verbo e
                      posição) / péla (substan vo)             substan vo)
                        • pólo (substan vo) / pôlo (subs-        • polo (substan vos e pre-
                      tan vo) / polo (preposição an ga)        posição)
                        • pélo (verbo pelar) / pêlo (subs-       • pelo (verbo, substan vo e
                      tan vo) / pelo (preposição)              preposição)
                        • pêro (substan vo) / pero (con-         • pero (substan vo e con-
                      junção an ga)                            junção an ga)
                        • pêra (substan vo) / pera (pre-          • pera (substan vo e prepo-
                      posição an ga)                           sição an ga)


                     O Acordo, porém, prevê algumas exceções à regra do acento diferencial.


                      • pôde (3ª pessoa do singular        • pode (3ª pessoa do singular do
                    do pretérito perfeito do indica -    presente do indica vo do verbo po-
                    vo do verbo poder)                   der)
                       • pôr (verbo)                         • por (preposição)
                      • têm e todos os demais deri-        • tem e todos os demais derivados
                    vados do verbo ter (3ª pessoa do     do verbo ter (3ª pessoa do singular
                    plural do presente do indica vo)     do presente do indica vo)
                       • vêm (3ª pessoa do plural do       • vem (3ª pessoa do singular do
                    presente do indica vo do verbo       presente do indica vo do verbo vir)
                    vir)


                      Exceção: Será faculta vo o uso do acento da palavra fôrma (substan vo) para
                 diferenciar da palavra forma (3ª pessoa do singular do presente do indica vo ou
                 2ª pessoa do singular do impera vo do verbo formar).
                                                                                                                 13




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Trema                                                                    O Trema
                      O trema foi ex nto da língua portuguesa. Ele só será man do em nomes pró-
                 prios de origem estrangeira e seus derivados.



                                          Como era antes            Como é agora
                                          • agüentar                • aguentar
                                          • argüição                • arguição
                                          • argüir                  • arguir
                                          • an qüíssimo             • an quíssimo
                                          • bilíngüe                • bilíngue
                                          • cinqüenta               • cinquenta
                                          • conseqüência            • consequência
                                          • delinqüente             • delinquente
                                          • eloqüente               • eloquente
                                          • ensangüentado           • ensanguentado
                                          • eqüestre                • equestre
                                          • enxágüe                 • enxágue
                                          • freqüente               • frequente
                                          • iniqüidade              • iniquidade
                                          • lingüeta                • lingueta
                                          • lingüiça                • linguiça
                                          • qüinqüênio              • quinquênio
                                          • sagüi                   • sagui
                                          • seqüestro               • sequestro
                                          • subseqüente             • subsequente



                                                     Trema man do
                                       • Hübner            • hübneriano
                                       • Müller            • mülleriano



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O Hífen




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                     O hífen é usado nas palavras compostas que designam nomes de plantas
                 e animais, estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento.
                 Assim, como havia certa alternância no uso do hífen nesse caso, o Acordo unifor-
                 mizou a grafia.

                           • abóbora-menina                          • cobra-capelo

                           • bênção-de-deus                          • formiga-branca

                           • bem-me-quer                             • andorinha-do-mar

                           • couve-flor                               • cobra-d’água

                           • erva-do-chá                             • lesma-de-conchinha

                           • ervilha-de-cheiro                       • bem-te-vi

                           • fava-de-santo-inácio                    • tartaruga-marinha

                           • andorinha-grande

                      Com o Acordo, o hífen só será usado em palavras formadas por prefixos ou
                 falsos prefixos nos seguintes casos:


                        Quando o segundo elemento começa por h
                        • an -higiênico             • co-herdeiro
                        • arqui-hipérbole           • contra-harmônico
                        • circum-hospitalar         • pan-helenismo
                        • eletro-higrômetro         • pré-história
                        • extra-humano              • semi-hospitalar
                        • geo-história              • sub-hepá co
                        • neo-helênico              • super-homem


                     Atenção: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm os pre-
                 fixos des e in nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desu-
                 midificar, inábil, inumano, etc.


                                                                                                        15




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Hífen           Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina na mesma vogal
                 com que se inicia o segundo elemento.

                        • an -ibérico                            • micro-onda
                        • auto-observação                        • micro-organismo
                        • contra-almirante                       • semi-interno
                        • infra-axilar                           • supra-auricular


                     Em palavras formadas pelos prefixos ex, sota, soto, vice e vizo.


                           ex                 soto        sota            vice           vizoo
                     ex-almirante        soto-mestre   sota-piloto vice-reitor         vizo-rei
                     ex-hospedeira                                   vice-presidente
                     ex-diretor
                     ex-primeiro-
                     -ministro


                     Em palavras formadas pelos prefixos circum ou pan seguidos de palavras ini-
                 ciadas em vogal, m ou n.


                                     circum                                  pan
                        • circum-escolar                         • pan-mágico
                        • circum-navegação                       • pan-africano
                                                                 • pan-americano
                                                                 • pan-negritude




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Hífen
                     Em palavras formadas pelos prefixos hiper, inter e super quando combinados
                 com elementos iniciados por r.


                             hiper                         inter                        super
                       • hiper-realista             • inter-racial              • super-resistente
                       • hiper-requintado           • inter-regional            • super-revista
                                                    • inter-relação
                                                    • inter-resistente


                     O hífen não é mais usado em palavras formadas de prefixo ou falso prefixo
                 terminado em vogal e seguido de palavra iniciada por r ou s. Com o Acordo, as
                 palavras formadas dessa maneira são grafadas sem hífen, sendo essas consoantes
                 dobradas.


                                      Como era antes                   Como é agora
                                     • ante-sala                       • antessala
                                     • auto-retrato                    • autorretrato
                                     • an -social                      • an ssocial
                                     • contra-senso                    • contrassenso
                                     • ultra-sonografia                 • ultrassonografia
                                     • supra-renal                     • suprarrenal


                      O hífen também não é mais usado em palavras formadas de prefixo ou falso
                 prefixo terminado em vogal e acompanhado de palavra iniciada por vogal diferen-
                 te, o que uniformiza várias exceções antes existentes.


                                 Como era antes                 Como é agora
                                • an -aéreo                     • an aéreo
                                • an -americano                 • an americano
                                • auto-afirmação                 • autoafirmação
                                • auto-ajuda                    • autoajuda
                                • infra-estrutura               • infraestrutura
                                • neo-impressionista            • neoimpressionista
                                                                                                         17




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Hífen                  Alguns prefixos                        Alguns falsos prefixos
                       ante                  intra              aero              macro
                       an                    pós                agro              maxi
                       circum                pré                arqui             micro
                       co                    pró                auto              mini
                       contra                sobre              bio               mul
                       entre                 sub                eletro            neo
                       extra                 super              geo               pan
                       hiper                 supra              hidro             pseudo
                       infra                 ultra              inter             semi


                     São grafadas sem hífen as palavras compostas em que, devido ao uso, per-
                 deu-se a noção de composição.


                                               Como era antes            Como é agora
                                              • manda-chuva              • mandachuva
                                              • pára-quedas              • paraquedas
                                              • pára-quedista            • paraquedista
                                              • pára-lama                • paralama
                                              • pára-choque              • parachoque
                                              • pára-vento               • paravento


                     Composição é um processo da língua por meio do qual palavras ou radicais
                 se unem para compor novas palavras, como em planalto (plano+alto), pontapé
                 (ponta+pé) e morfologia (morfo+logia).

                        Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a
                 noção de composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina qual
                 é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras malmequer (sem
                 hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen).

                     O hífen permanece em palavras formadas com os prefixos pré, pró e pós
                 quando estes mantêm o acento tônico, como em pré-natal, pró-desarmamento
                 e pós-graduação. Entretanto, a dúvida, nesse caso, é sempre comum. Como o
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Hífen
                 acento desses prefixos é pra camente impercep vel na fala, em algumas pala-
                 vras, como predeterminado e preexistente, muitos não sabem se o hífen deve ou
                 não ser usado. Assim, também aqui é sempre bom consultar o dicionário.

                     O hífen permanece nas palavras compostas com os elementos além, aquém,
                 recém e sem.


                          além              aquém              recém              sem
                    além-mar           aquém-Pirineus    recém-casado       sem-número
                    além-terra         aquém-mar         recém-nascido      sem-vergonha


                     O hífen deve ser empregado para ligar duas ou mais palavras que formam
                 encadeamentos vocabulares:


                      • divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade
                      • ponte Rio-Niterói
                      • percurso São Paulo-Santos
                      • relação professor-aluno
                      • noções de ensino-aprendizagem


                      Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen nos vocábulos ter-
                 minados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas,
                 como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentua-
                 da graficamente ou quando a pronúncia exige a dis nção gráfica dos dois elemen-
                 tos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-mirim.

                       Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal quando estes
                 formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmá ca e semân ca
                 e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário
                 de mal, pode não se aglu nar com palavras começadas por consoante. Eis al-
                 guns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado,
                 mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, bem-criado, bem-ditoso, bem-falante,
                 bem-mandado, bem-nascido, bem-soante, bem-visto.

                      Observe: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglu nado com o
                 segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, ben-
                 feitor, benquerença, etc.
                                                                                                        19




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Divisão Silábica na Translineação
     Divisão Silábica
                              Na divisão silábica na translineação de uma palavra composta ou de uma
                        combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a par ção coincidir com
                        o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza gráfica, repe r o
                        hífen no início da linha imediata:


                                   • ex-

                                   -alferes
                                   • serená-        ou serená-los-
                                   -los-emos        -emos
                                   • vice-
                                   -almirante




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O Apóstrofo




                                                                                                Apóstrofo
                      Não se emprega o apóstrofo nem se funde a preposição na forma imediata,
                 escrevendo-se as duas separadamente:



                          • A fim de ele compreender, e não A fim dele compreender ou A fim
                     d’ele compreender.
                          • Isso se dá em virtude de os homens serem especialistas, e não
                     Isso se dá em virtude dos homens serem especialistas ou Isso se dá em
                     virtude d’os homens serem especialistas.




                                                                                                      21




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Consulta Rápida       Consulta rápida de prefixos e falsos prefixos baseada nas regras do Novo
                       Acordo Ortográfico

                           agroaçucareiro           an jogo                   autoes ma
                           agroexportador           an matéria                autoestrada
                           agroindústria            an míssil                 autoidólatra
                           agropecuária             an mofo                   autoidolatria
                           agrotóxico               an ortopédico             autoimolação
                           alviceleste              an placa                  autoimunidade
                           alvinegro                an poliomielite           autoinoculação
                           alvirrubro               an quebra                 autoinstrução
                           alviverde                an rrábico                autolotação
                           antebraço                an rracional              auto-observação
                           antepenúl mo             an rracismo               auto-ônibus
                           anteprojeto              an rracista               autopista
                           anterrosto               an rreflexo                autorradiografia
                           antessala                an rreligioso             autorrealização
                           an ácido                 an rreumá co              autorregeneração
                           an bomba                 an rrevolucionário        autorregulação
                           an cárie                 an ssemita                autorrespeito
                           an caspa                 an ssemi smo              autorretrato
                           an econômico             an ssép co                autossa sfação
                           an febril                an ssocial                autosserviço
                           an ferrugem              an ssocialista            autossuficiência
                           an greve                 an ssubmarino             autossuficiente
                           an -imperialismo         an tanque                 autossugestão
                           an -infeccioso           an tártaro                autossustentável
                           an -inflacionário         an terror                 autovacina
                           an -inflamatório          an terrorista             bicampeão
                                                    an veneno                 bicampeonato
                                                    an vírus                  bucomaxilofacial
                                                    arqui-inimigo             cardiopulmonar
                                                    arquirrival               cardiorrespiratório
                                                    audiossinal               cardiovascular
                                                    audiovisual               centroavante
                                                    autoadesivo               coautor
                                                    autoafirmação              codireção
                                                    autoajuda                 codiretor
                                                    autoanálise               contrabaixo
                                                    autoeduca vo              contracheque
                                                    autoelogio                contraespionagem
                                                    autoero smo               contrafilé
                                                    autoescola                contrafluxo
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Consulta Rápida
                 contragolpe          infrarrenal          pentacampeonato
                 contraindicação      infrassom            poli-infecção
                 contraofensiva       infravermelho        poli-insaturado
                 contraoferta         interestadual        pseudoárbitro
                 contraordem          intermunicipal       pseudossigla
                 contrapé             intersocial          pseudossufixo
                 contraprova          interuniversitário   radioamador
                 contrarrazão         intramuscular        radioemissora
                 contrarreforma       intraocular          radiopatrulha
                 contrarregra         intrassociedade      radiorreceptor
                 contrasselo          intrauterino         radiorrepórter
                 contrassenha         macroeconomia        radiossonda
                 contrassenso         macroinstrução       radiotáxi
                 coprodução           macrorregião         radioteatro
                 coprodutor           maxilobucal          radiovitrola
                 cosseno              maxilofacial         semiaberto
                 eletrodomés co       maxissaia            semiacabado
                 eletro-hidráulico    maxives do           semianalfabeto
                 eletroímã            megaempresa          semiárido
                 entre-eixos          megaempresário       semiautomá co
                 entressafra          megaespeculador      semieixo
                 entresseio           megaestrutura        semiembriagado
                 extraclasse          megainves dor        semiescravo
                 extraconjugal        megaoperação         semiespecializado
                 extraescolar         megaprodução         semi-integral
                 extrafino             megassalário         semi-internato
                 extrajudicial        microempresa         semimorto
                 extraocular          microempresário      seminovo
                 extraoficial          micro-hábitat        seminu
                 extrarregulamentar   microindústria
                 extrassensorial      microinformá ca
                 extraterrestre       micro-ondas
                 extrauterino         micro-ônibus
                 hidroavião           micro-organismo
                 hidroelétrica        mul -infecção
                 hidroginás ca        mul -inse cida
                 hidromassagem        mul rracional
                 hidrossanitário      mul sserviço
                 infra-assinado       mul tarefa
                 infracitado          mul uso
                 infraescrito         mul vitamina
                 infraestrutura       neurocirurgião
                 inframencionado      pentacampeão
                                                                                         23




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Consulta Rápida   semioficial
                       semirreta
                       semissinté co
                                          suprassumo
                                          tele-educação
                                          tele-entrega
                       semivogal          telerresposta
                       sobrecapa          telerromance
                       sobrecoxa          telessena
                       sobreloja          telesserviço
                       subchefe           teleteatro
                       subdiretor         televendas
                       subdiretoria       tetracampeão
                       subgerência        tetracampeonato
                       subgerente         tricampeão
                       subprefeito        tricampeonato
                       subprefeitura      turbocompressor
                       subsíndico         turboélice
                       subsolo            ultraleve
                       superalimentação   ultramar
                       supercampeão       ultrarradical
                       supercampeonato    ultrarrápido
                       supercraque        ultrarrealista
                       supermãe           ultrarrevolucionário
                       supersafra         ultrarromân co
                       supersecreto       ultrassensível
                       supersônico        ultrassofis cado
                       supracitado        ultrassom
                       suprapar dário     ultrassonografia
                       suprarrealista     ultrassonográfico
                       suprarrenal        ultrassonógrafo
                       suprassensível     ultrassonoterapia
                                          ultravioleta




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Bibliografia Consultada
                 Referências bibliográficas
                 SILVA, Maurício. O novo acordo ortográfico da língua portuguesa: o que muda, o
                 que não muda. São Paulo: Contexto, 2008.
                 Dicionário da Língua Portuguesa 2009 Porto - Editora Portugal
                 Novíssima Gramá ca Ilustrada Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2008.


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Acordo Ortográfico                          Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
                                                    Resolução nº 17 de 7 de maio de 2008
                                                                    Base I
                                        Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados
                            1.º O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas com uma
                         forma minúscula e outra maiúscula:
                           a A (á)
                           b B (bê)
                           c C (cê)
                           d D (dê)
                           e E (é)
                           f F (efe)
                           g G (gê ou guê)
                           h H (agá)
                           i I (i)
                           j J (jota)
                           k K (capa ou cá)
                           l L (ele)
                           m M (eme)
                           n N (ene)
                           o O (ó)
                           p P (pê)
                           q Q (quê)
                           r R (erre)
                           s S (esse)
                           t T (tê)
                           u U (u)
                           v V (vê)
                           w W (dáblio)
                           x X (xis)
                           y Y (ípsilon)
                           z Z (zê)
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Acordo Ortográfico
                   Obs.: 1 - Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre
                 duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
                   2 - Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar.
                   2.º As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:
                   a) Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus derivados:
                 Franklin, frankliniano; Kant, kan smo, Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron,
                 byroniano; Taylor, taylorista;
                   b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza,
                 Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano;
                   c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de
                 curso internacional: TWA, KLM; K-potássio (de kalium) W-oeste (West); kg-quilograma,
                 km-quilómetro, kW-kilowa , yd-jarda (yard); Wa .
                    3.º Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos derivados eru-
                 ditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais dia-
                 crí cos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: com sta, de Comte,
                 garre ano, de Garre ; jeffersónia/jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller,
                 shakespeariano, de Shakespeare.
                    Os vocabulários autorizados registarão grafias alterna vas admissíveis, em casos de
                 divulgação de certas palavras de tal po de origem (a exemplo de fúcsia/fúchsia e deriva-
                 dos, buganvília/buganvílea/bougainvíllea).
                    4.º Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas
                 onomás cas da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar-
                 se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo po, é
                 invariavelmente mudo, elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum
                 deles, por força do uso, permite adaptação, subs tui-se, recebendo uma adição vocálica:
                 Judite, em vez de Judith.
                    5.º As consoantes finais grafadas b, c, d, g e t mantêm-se, quer sejam mudas quer pro-
                 feridas nas formas onomás cas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropóni-
                 mos/antropônimos e topónimos/topônimos da tradição bíblica: Jacob, Job, Moab, Isaac,
                 David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Josafat.
                   Integram-se também nesta forma: Cid, em que o d é sempre pronunciado; Madrid e
                 Valladolid, em que o d ora é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut, em que o t se
                 encontra nas mesmas condições.
                   Nada impede, entretanto, que dos antropónimos/antropônimos em apreço sejam usa-
                 dos sem a consoante final Jó, Davi e Jacó.
                   6.º Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se subs tuam,
                 tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam an gas e ainda vivas
                 em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers,
                 subs tuído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Génève, por
                 Genebra; Jutland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Munique; Torino, por
                 Turim; Zürich, por Zurique, etc.
                                                                                                                           27




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Acordo Ortográfico                                                 Base II
                                                                 Do h inicial e final
                           1.º O h inicial emprega-se:
                           a) Por força da e mologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor;
                           b) Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum!
                           2.º O h inicial suprime-se:
                           a) Quando, apesar da e mologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo
                         uso: erva, em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com
                         herbáceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita);
                           b) Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglu-
                          na ao precedente: biebdomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomem,
                         reabilitar, reaver.
                            3.º O h inicial mantém-se, no entanto, quando numa palavra composta pertence a um
                         elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: an -higiénico/an -higiênico,
                         contra-haste, pré-história, sobre-humano.
                           4.º O h final emprega-se em interjeições: ah! oh!
                                                                       Base III
                                               Da homofonia de certos grafemas consonân cos
                            Dada a homofonia existente entre certos grafemas consonân cos, torna-se necessá-
                         rio diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das
                         palavras. É certo que a variedade das condições em que se fixam na escrita os grafemas
                         consonân cos homófonos nem sempre permite fácil diferenciação dos casos em que se
                         deve empregar uma letra e daqueles em que, diversamente, se deve empregar outra, ou
                         outras, a representar o mesmo som.
                           Nesta conformidade, importa notar, principalmente, os seguintes casos:
                            1.º Dis nção gráfica entre ch e x: achar, archote, bucha, capacho, capucho, chamar,
                         chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha,
                         frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, pe-
                         nacho, rachar, sachar, tacho; ameixa, anexim, baixel, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia,
                         debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rou-
                         xinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara.
                            2.º Dis nção gráfica entre g, com valor de frica va palatal, e j: adágio, alfageme, Álge-
                         bra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estran-
                         geiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete,
                         ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem; adje vo, ajeitar, ajeru (nome de
                         planta indiana e de uma espécie de papagaio), canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje,
                         intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeová, jenipapo, jequiri, jequi bá, Jeremias, Jericó, je-
                         rimum, Jerónimo, Jesus, jiboia1, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau, jiri , ji rana, laranjei-
                         ra, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar,
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Acordo Ortográfico
                 sujeito, trejeito.
                    3.º Dis nção gráfica entre as letras2 s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas:
                 ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão,
                 mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro,
                 Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Assei-
                 ceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (iden camente Codessal ou Codassal,
                 Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso,
                 gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar; acém, acervo,
                 alicerce, cebola, cereal, Cernache, ce m, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo;
                 açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçange, caçula, caraça, dançar,
                 Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, maçar, Moçambique, Mon-
                 ção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Sei-
                 ça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça, terço; auxílio,
                 Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe.
                    4.º Dis nção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou interior) e x e z com idên co va-
                 lor fónico/fônico: adestrar, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, es-
                 pontâneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável; extensão,
                 explicar, extraordinário, inextricável, inexperto, sextante, têx l; capazmente, infelizmente,
                 velozmente. De acordo com esta dis nção convém notar dois casos:
                   a) Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = s muda para s sempre que está
                 precedido de i ou u: justapor, justalinear, misto, sis no (cf. Capela Sis na), Sisto, em vez
                 de juxtapor, juxtalinear, mixto, six na, Sixto;
                    b) Só nos advérbios em -mente se admite z, com valor idên co ao de s, em final de
                 sílaba seguida de outra consoante (cf. capazmente, etc.); de contrário, o s toma sempre o
                 lugar do z: Biscaia, e não Bizcaia;
                    5.º Dis nção gráfica entre s final de palavra e x e z com idên co valor fónico/fônico:
                 aguarrás, aliás, anis, após, atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris,
                 Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdês; cálix,
                 Félix, Fénix, flux; assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substan vo e forma do verbo fazer),
                 fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, ma z, pe z, Queluz, Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz. A pro-
                 pósito, deve observar-se que é inadmissível z final equivalente a s em palavra não oxítona:
                 Cádis, e não Cádiz.
                    6.º Dis nção gráfica entre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes so-
                 noras: aceso, analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa,
                 brasa, brasão, Brasil, brisa, [Marco de] Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, em-
                 presa, Ermesinde, Esposende, frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso,
                 lousa, Lousã, Luso (nome de lugar, homónimo/homônimo de Luso, nome mitológico),
                 Matosinhos, Meneses, Narciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso,
                 represa, Resende, sacerdo sa, Sesimbra, Sousa, surpresa, sana, transe, trânsito, vaso;
                 exalar, exemplo, exibir, exorbitar, exuberante, inexato, inexorável; abalizado, alfazema,
                 Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina, búzio, come-
                 zinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lambuzar, lezíria, Mou-
                 zinho, proeza, sazão, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela.
                   ________________________________________
                   1 - No texto oficial, por lapso, “jibóia”; cf. base IX, 3º.
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                   2 - No texto oficial, por lapso, com vírgula indevida.




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Acordo Ortográfico                                                       Base IV
                                                              Das sequências consonân cas
                           1.º O c, com valor de oclusiva velar, das sequências interiores cc (segundo c com valor
                         de sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (c com valor de sibilante), pç e pt,
                         ora se conservam, ora se eliminam.
                           Assim:
                           a) Conservam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias
                         cultas da língua: compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural; adepto,
                         apto, díp co, erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto;
                            b) Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudos nas pronúncias cultas da
                         língua: ação, acionar, afe vo, aflição, aflito, ato, coleção, cole vo, direção, diretor, exato,
                         objeção; adoção, adotar, ba zar, Egito, ó mo;
                            c) Conservam-se ou eliminam-se faculta vamente, quando se proferem numa pronún-
                         cia culta, quer geral quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o
                         emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição;
                         facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, re-
                         cepção e receção;
                            d) Quando, nas sequências interiores mpc, mpç e mpt se eliminar o p de acordo com o
                         determinado nos parágrafos precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respe vamente,
                         nc, nç e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpção e assunção; assump vel e assun -
                         vel; peremptório e perentório, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.
                            2.º Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando se proferem numa pro-
                         núncia culta, quer geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e
                         o emudecimento: o b da sequência bd, em súbdito; o b da sequência bt, em sub l e seus
                         derivados; o g da sequência gd, em amígdala, amigdalácea, amigdalar, amigdalato, amig-
                         dalite, amigdaloide1, amigdalopa a, amigdalotomia; o m da sequência mn, em amnis a,
                         amnis ar, indemne, indemnidade, indemnizar, omnímodo, omnipotente, omnisciente, etc.;
                         o t da sequência tm, em aritmé ca e aritmé co.
                           ________________________________________
                           1 - No texto oficial, por lapso, “amigdalóide”; cf. base IX, 3º.

                                                                             Base V
                                                                      Das vogais átonas
                           1.º O emprego do e e do i, assim como o do o e do u, em sílaba átona, regula-se fun-
                         damentalmente pela e mologia e por par cularidades da história das palavras. Assim se
                         estabelecem variadíssimas grafias:
                            a) Com e e i: ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, balnear, boreal, campeão, cardeal
                         (prelado, ave, planta; diferente de cardial = «rela vo à cárdia»), Ceará, côdea, ensea-
                         da, enteado, Floreal, janeanes, lêndea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leote, linear,
                         meão, melhor, nomear, peanha, quase (em vez de quási), real, semear, semelhante, vár-
                         zea; ameixial, Ameixieira, amial, amieiro, arrieiro, ar lharia, capitânia, cordial (adje vo e
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Acordo Ortográfico
                 substan vo), corriola, crânio, criar, diante, diminuir, Dinis, ferregial, Filinto, Filipe (e iden -
                 camente Filipa, Filipinas, etc.), freixial, giesta, Idanha, igual, imiscuir-se, inigualável, lam-
                 pião, limiar, Lumiar, lumieiro, pá o, pior, gela, jolo, Vimieiro, Vimioso;
                    b) Com o e u: abolir, Alpendorada, assolar, borboleta, cobiça, consoada, consoar, costu-
                 me, díscolo, êmbolo, engolir, epístola, esbaforir-se, esboroar, farândola, femoral, Freixoei-
                 ra, girândola, goela, jocoso, mágoa, névoa, nódoa, óbolo, Páscoa, Pascoal, Pascoela, polir,
                 Rodolfo, távoa, tavoada, távola, tômbola, veio (substan vo e forma do verbo vir); açular,
                 água, aluvião, arcuense, assumir, bulir, camândulas, cur r, curtume, embu r, entupir, fé-
                 mur/fêmur, stula, glândula, ínsua, jucundo, légua, Luanda, lucubração, lugar, mangual,
                 Manuel, míngua, Nicarágua, pontual, régua, tábua, tabuada, tabuleta, trégua, vitualha.
                   2.º Sendo muito variadas as condições e mológicas e histórico-foné cas em que se
                 fixam graficamente e e i ou o e u em sílaba átona, é evidente que só a consulta dos voca-
                 bulários ou dicionários pode indicar, muitas vezes, se deve empregar-se e ou i, se o ou u.
                 Há, todavia, alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistema zado.
                 Convém fixar os seguintes:
                    a) Escrevem-se com e, e não com i, antes da sílaba tónica/tônica, os substan vos e
                 adje vos que procedem de substan vos terminados em -eio e -eia, ou com eles estão em
                 relação direta. Assim se regulam: aldeão, aldeola, aldeota por aldeia; areal, areeiro, are-
                 ento, Areosa por areia; aveal por aveia; baleal por baleia; cadeado por cadeia; candeeiro
                 por candeia; centeeira e centeeiro por centeio; colmeal e colmeeiro por colmeia; correada
                 e correame por correia;
                   b) Escrevem-se igualmente com e, antes de vogal ou ditongo da sílaba tónica/tônica,
                 os derivados de palavras que terminam em e acentuado (o qual pode representar um
                 an go hiato: ea, ee): galeão, galeota, galeote, de galé; coreano, de Coreia; daomeano, de
                 Daomé; guineense, de Guiné; poleame e poleeiro, de polé;
                   c) Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba tónica/tônica, os adje vos e subs-
                 tan vos derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula -iano e -iense,
                 os quais são o resultado da combinação dos sufixos -ano e -ense com um i de origem
                 analógica (baseado em palavras onde -ano e -ense estão precedidos de i pertencente ao
                 tema: horaciano, italiano, duriense, flaviense, etc.): açoriano, acriano (de Acre), camonia-
                 no, goisiano (rela vo a Damião de Góis), siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense
                 [de Torre(s)];
                   d) Uniformizam-se com as terminações -io e -ia (átonas), em vez de -eo e -ea, os subs-
                 tan vos que cons tuem variações, ob das por ampliação, de outros substan vos termi-
                 nados em vogal: cúmio (popular), de cume; hás a, de haste; rés a, do an go reste; vés a,
                 de veste;
                    e) Os verbos em -ear podem dis nguir-se pra camente grande número de vezes dos
                 verbos em -iar, quer pela formação, quer pela conjugação e formação ao mesmo tempo.
                 Estão no primeiro caso todos os verbos que se prendem a substan vos em -eio ou -eia
                 (sejam formados em português ou venham já do la m); assim se regulam: aldear, por al-
                 deia; alhear, por alheio; cear, por ceia; encadear, por cadeia; pear, por peia; etc. Estão no
                 segundo caso todos os verbos que têm normalmente flexões rizotónicas/rizotônicas em
                 -eio, -eias, etc.: clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear, hastear, nomear,
                 semear, etc. Existem, no entanto, verbos em -iar, ligados a substan vos com as termina-
                                                                                                                                  31




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Acordo Ortográfico   ções átonas -ia ou -io, que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (cf.
                         negócio); premeio ou premio (cf. prémio/prêmio), etc.;
                            f) Não é lícito o emprego do u final átono em palavras de origem la na. Escreve-se, por
                         isso: moto, em vez de mótu (por exemplo, na expressão de moto próprio); tribo, em vez
                         de tríbu;
                           g) Os verbos em -oar dis nguem-se pra camente dos verbos em -uar pela sua conjuga-
                         ção nas formas rizotónicas/rizotônicas, que têm sempre o na sílaba acentuada: abençoar
                         com o, como abençoo, abençoas, etc.; destoar, com o, como destoo, destoas, etc.; mas
                         acentuar, com u, como acentuo, acentuas, etc.
                                                                      Base VI
                                                                 Das vogais nasais
                           Na representação das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos:
                           1.º Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim de elemento seguido
                         de hífen, representa-se a nasalidade pelo l, se essa vogal é de mbre a; por m, se possui
                         qualquer outro mbre e termina a palavra; e por n, se é de mbre diverso de a e está
                         seguida de s: afã, grã, Grã-Bretanha, lã, órfã, sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que
                         são-brasense = de S. Brás de Alportel); clarim, tom, vacum; flau ns, semitons, zunzuns.
                           2.º Os vocábulos terminados em -ã transmitem esta representação do a nasal aos
                         advérbios em -mente que deles se formem, assim como a derivados em que entrem su-
                         fixos iniciados por z: cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo, maçãzita, manhãzinha,
                         romãzeira.
                                                                      Base VII
                                                                   Dos ditongos
                            1.º Os ditongos orais, que tanto podem ser tónicos/tônicos como átonos, distribuem-
                         se por dois grupos gráficos principais, conforme o segundo elemento do ditongo é repre-
                         sentado por i ou u: ai, ei, éi, ui; au, eu, éu, iu, ou; braçais, caixote, deveis, eirado, farnéis
                         (mas farneizinhos), goivo, goivar, lençóis (mas lençoizinhos)1, tafuis, uivar; cacau, cacauei-
                         ro, deu, endeusar, ilhéu (mas ilheuzito), mediu, passou, regougar.
                            Obs.: Admitem-se, todavia, excecionalmente à parte destes dois grupos, os ditongos
                         grafados ae (= âi ou ai) e ao (= âu ou au): o primeiro, representado nos antropónimos/
                         antropônimos Caetano e Caetana, assim como nos respe vos2 derivados e compostos
                         (caetaninha, são-caetano, etc.); o segundo, representado nas combinações da prepo-
                         sição a com as formas masculinas do ar go ou pronome demonstra vo o, ou seja, ao
                         e aos.
                           2.º Cumpre fixar, a propósito dos ditongos orais, os seguintes preceitos par culares:
                            a) É o ditongo grafado ui, e não a sequência vocálica grafada ue, que se emprega
                         nas formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indica vo e igualmente na
                         da 2.ª pessoa do singular do impera vo dos verbos em -uir: cons tuis, influi, retribui.
                         Harmonizam-se, portanto, essas formas com todos os casos de ditongo grafado ui de
                         sílaba final ou fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e ficam assim em paralelo
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Acordo Ortográfico
                 gráfico-foné co com as formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indica-
                  vo e de 2.ª pessoa do singular do impera vo dos verbos em -air e em -oer: atrais, cai,
                 sai; móis, remói, sói;
                   b) É o ditongo grafado ui que representa sempre, em palavras de origem la na, a união
                 de um u a um i átono seguinte. Não divergem, portanto, formas como fluido de formas
                 como gratuito. E isso não impede que nos derivados de formas daquele po as vogais
                 grafadas u e i se separem: fluídico, fluidez (u-i);
                   c) Além dos ditongos orais propriamente ditos, os quais são todos decrescentes, ad-
                 mite-se, como é sabido, a existência de ditongos crescentes. Podem considerar-se no nú-
                 mero deles as sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas, tais as que se representam
                 graficamente por ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo: áurea, áureo, calúnia, espécie, exímio,
                 mágoa, míngua, ténue/tênue, tríduo.
                   3.º Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem ser tónicos/tônicos como
                 átonos, pertencem graficamente a dois pos fundamentais: ditongos representados por
                 vogal com l e semivogal; ditongos representados por uma vogal seguida da consoante
                 nasal m. Eis a indicação de uns e outros:
                    a) Os ditongos representados por vogal com l e semivogal são quatro, considerando-se
                 apenas a língua padrão contemporânea: ãe (usado em vocábulos oxítonos e derivados),
                 ãi (usado em vocábulos anoxítonos e derivados), ão e õe. Exemplos: cães, Guimarães,
                 mãe, mãezinha; cãibas, cãibeiro, cãibra, zãibo; mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotãozi-
                 nho, tão; Camões, orações, oraçõezinhas, põe, repões. Ao lado de tais ditongos pode, por
                 exemplo, colocar-se o ditongo ui; mas este, embora se exemplifique numa forma popular
                 como rui = ruim, representa-se sem o l nas formas muito e mui, por obediência à tradi-
                 ção;
                   b) Os ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m são dois:
                 am e em. Divergem, porém, nos seus empregos:
                   i) am (sempre átono) só se emprega em flexões verbais: amam, deviam, escreveram,
                 puseram;
                    ii) em (tónico/tônico, ou átono) emprega-se em palavras de categorias morfológicas di-
                 versas, incluindo flexões verbais, e pode apresentar variantes gráficas determinadas pela
                 posição, pela acentuação ou, simultaneamente, pela posição e pela acentuação: bem,
                 Bembom, Bemposta, cem, devem, nem, quem, sem, tem, virgem; Bencanta, Benfeito, Ben-
                 fica, benquisto, bens, enfim, enquanto, homenzarrão, homenzinho, nuvenzinha, tens, vir-
                 gens, amém (variação de ámen), armazém, convém, mantém, ninguém, porém, Santarém,
                 também; convêm, mantêm, têm (3.as pessoas do plural); armazéns, desdéns, convéns,
                 reténs, Belenzada, vintenzinho.
                    ________________________________________
                    1 - No texto oficial, por lapso, não consta a referência aos ditongos orais oi e ói, apesar de constarem no
                 exemplário.
                    2 - No texto oficial, por lapso, “respec vos”; cf. base IV, 1.º, alínea b.

                                                                       Base VIII
                                              Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
                                                                                                                                            33




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Acordo Ortográfico     1.º Acentuam-se com acento agudo:
                            a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas -a, -e ou
                         -o, seguidas ou não de -s: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s), dominó(s),
                         paletó(s), só(s).
                           Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geral-
                         mente provenientes do francês, esta vogal, por ser ar culada nas pronúncias cultas ora
                         como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo:
                         bebé ou bebê, bidé ou bidê1, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché
                         ou guichê, ma né ou ma nê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê.
                           O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró (letra do alfabeto grego) e rô.
                         São igualmente admi das formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro;
                            b) As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clí cos ou lo(s),
                         la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e per-
                         da das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) [de adorar-lo(s)], dá-la(s) [de
                         dar-la(s) ou dá(s)-la(s)], fá-lo(s) [de faz-lo(s)], fá-lo(s)-ás [de far-lo(s)-ás], habitá-la(s)-iam
                         [de habitar-la(s)-iam], trá-la(s)-á [de trar-la(s)-á)];
                           c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal grafado
                         -em (exceto2 as formas da 3.ª pessoa do plural do presente do indica vo dos compostos
                         de ter e vir: retêm, sustêm; advêm, provêm; etc.) ou -ens: acém, detém, deténs, entretém,
                         entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também;
                            d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados -éi, -éu ou -ói, podendo es-
                         tes dois úl mos ser seguidos ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s),
                         ilhéu(s), véu(s); corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis.
                           2.º Acentuam-se com acento circunflexo:
                            a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam
                         -e ou -o, seguidas ou não de -s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s);
                         avô(s), pôs (de pôr), robô(s);
                            b) As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clí cos -lo(s) ou
                         -la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, após
                         a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: detê-lo(s) [de deter-lo(s)],
                         fazê-la(s) [de fazer-la(s)], fê-lo(s) [de fez-lo(s)], vê-la(s) [de ver-la(s)], compô-la(s) [de com-
                         por-la(s)], repô-la(s) [de repor-la(s)], pô-la(s) [de por-la(s) ou pôs-la(s)].
                            3.º Prescinde-se de acento gráfico para dis nguir palavras oxítonas homógrafas, mas
                         heterofónicas/heterofônicas, do po de cor (ô), substan vo, e cor (ó), elemento da locu-
                         ção de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substan vo. Excetua-se a forma verbal pôr, para
                         a dis nguir da preposição por.
                           ________________________________________
                           1 - No texto oficial, por lapso, “ou bidé ou bidê”.
                           2 - No texto oficial, por lapso, “excepto”; cf. base IV, 1.º, alínea b.




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Acordo Ortográfico
                                                                    Base IX
                                           Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas
                   1.º As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave,
                 homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; des-
                 cobrimento, graficamente, moçambicano.
                    2.º Recebem, no entanto, acento agudo:
                    a) As palavras paroxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas
                 grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras
                 exceções, as respe vas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas:
                 amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis)1, dúc l (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), rép l
                 (pl. répteis; var. rep l, pl. rep s); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. car-
                 mes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl.2 líquenes),
                 lúmen (pl. lúmenes ou lumens); açúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver
                 (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares);
                 Ajax, córtex (pl. córtex; var. cór ce, pl. cór ces), índex (pl. índex3; var. índice, pl. índices),
                 tórax (pl.4 tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicí-
                 pites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes).
                    Obs.: Muito poucas palavras deste po, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o
                 em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação
                 de mbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico
                 (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fémur e fêmur, vómer e vômer,
                 Fénix e Fênix, ónix e ônix;
                    b) As palavras paroxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas
                 grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns, ou
                 -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órfão (pl. órfãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl.
                 sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis
                 (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer),
                 fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (pl. júris), oásis (sg. e
                 pl.); álbum (pl. álbuns), fórum (pl. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.).
                    Obs.: Muito poucas paroxítonas deste po, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e
                 e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscila-
                 ção de mbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se
                 aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis;
                 bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.
                    3.º Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba
                 tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre
                 o fechamento e a abertura na sua ar culação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia,
                 baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio
                 (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, boia, boina, comboio (subst.), tal como
                 comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia,
                 moina, paranoico, zoina.
                   4.º É faculta vo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito
                 do indica vo, do po amámos, louvámos, para as dis nguir das correspondentes formas
                                                                                                                                            35




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Acordo Ortográfico   do presente do indica vo (amamos, louvamos), já que o mbre da vogal tónica/tônica é
                         aberto naquele caso em certas variantes do português.
                           5.º Recebem acento circunflexo:
                            a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com
                         a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r ou -x, assim como as respe vas formas do plu-
                         ral, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis),
                         têx l (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar,
                         aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax (sg. e pl.), bômbix, var.
                         bômbice (pl. bômbices);
                            b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com
                         a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão,
                         zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever), fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.),
                         pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têx l); dândi(s), Mênfis; ânus;
                            c) As formas verbais têm e vêm, 3.as pessoas do plural do presente do indica vo de ter
                         e vir, que são fone camente paroxítonas (respe vamente /tãjãj/, /vãjãj/ ou /tÉÉj/, /vÉÉj/,
                         ou ainda /tÉjÉj/, /vÉjÉj/; cf. as an gas grafias preteridas, tÉem, vÉem), a fim de dis ngui-
                         rem de tem e vem, 3.as pessoas do singular do presente do indica vo ou 2.as pessoas do
                         singular do impera vo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abs-
                         têm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), descon-
                         vêm (cf. desconvém), detêm (cf. detém), entretêm (cf. entretém), intervêm (cf. intervém),
                         mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém)5.
                           Obs.: Também neste caso são preteridas as an gas grafias detÉem, intervÉem, man-
                         tÉem, provÉem, etc.
                           6.º Assinalam-se com acento circunflexo:
                           a) Obrigatoriamente, pôde (3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indica vo),
                         que se dis ngue da correspondente forma do presente do indica vo (pode);
                            b) Faculta vamente, dêmos (1.ª pessoa do plural do presente do conjun vo), para se
                         dis nguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indica vo (demos); fôrma
                         (substan vo), dis nta de forma (substan vo; 3.ª pessoa do singular do presente do indi-
                         ca vo ou 2.ª pessoa do singular do impera vo do verbo formar).
                            7.º Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um
                         e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3.ª pessoa do plural do
                         presente do indica vo ou do conjun vo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descre-
                         em, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.
                            8.º Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tônica
                         fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substan vo e flexão de en-
                         joar, povoo, flexão de povoar, voo, substan vo e flexão de voar, etc.
                            9.º Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para dis nguir palavras
                         paroxítonas que, tendo respe vamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são ho-
                         mógrafas de palavras proclí cas. Assim, deixam de se dis nguir pelo acento gráfico: para
                         (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substan vo e flexão de pelar, e pela(s),
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Acordo Ortográfico
                 combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, e pelo(s) (ê), substan vo ou combi-
                 nação de per e lo(s); polo(s) (ó), substan vo, e polo(s), combinação an ga e popular de
                 por e lo(s); etc.
                    10.º Prescinde-se igualmente de acento gráfico para dis nguir paroxítonas homógra-
                 fas heterofónicas/heterofônicas do po de acerto (ê), substan vo e acerto (é), flexão de
                 acertar; acordo (ô), substan vo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substan vo,
                 advérbio e elemento da locução preposi va cerca de, e cerca (é), flexão de cercar; coro
                 (ô), substan vo, e coro (ó), flexão de corar; deste (ê), contração da preposição de com o
                 demonstra vo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advér-
                 bio, interjeição e substan vo; piloto (ô), substan vo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.
                    ________________________________________
                    1 - No texto oficial, por lapso, sem vírgula.
                    2 - Plural único já no texto oficial, contrariamente a casos análogos referenciados (cármen, dólmen, éden,
                 lúmen).
                    3 - No texto oficial, por lapso, “index”.
                    4 - Plural duplo já no texto oficial, contrariamente a casos análogos referenciados (córtex, índex).
                    5 - No texto oficial, por lapso, “(cf. sobrevém.”.

                                                                        Base X
                       Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e
                                                       paroxítonas
                    1.º As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam
                 acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde
                 que não cons tuam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de
                 s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís1 (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.;
                 alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (id.), baía, balaústre, cafeína,
                 ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso,
                 raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.
                    2.º As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não
                 levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, cons -
                 tuem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de2 nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho,
                 rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, cons tuinte, oriundo, ruins, triunfo;
                 atrair3, demiurgo4, influir, influirmos, juiz, raiz, etc.
                    3.º Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica
                 grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas
                 se combinam com as formas pronominais clí cas -lo(s), -la(s), que levam à assimilação e
                 perda daquele -r: atraí-lo(s) [de atrair-lo(s)]; atraí-lo(s)-ia [de atrair-lo(s)-ia5]; possuí-la(s)
                 [de possuir-la(s)]; possuí-la(s)-ia [de possuir-la(s)-ia6].
                   4.º Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras
                 paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira),
                 cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).
                   5.º Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, pre-
                 cedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas
                 de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús.
                                                                                                                                           37




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Acordo Ortográfico      Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acen-
                         to agudo: cauim.
                           6.º Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quan-
                         do precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).
                            7.º Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica
                         grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas,
                         argua, arguam. Os verbos do po de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar,
                         desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as
                         formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exem-
                         plo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem;
                         enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.;
                         delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delinquís7) ou têm as formas ri-
                         zotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a
                         exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, ave-
                         ríguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem;
                         delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam).
                            Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir
                         (a ngir, cingir, constringir, infringir, ngir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do
                         u (dis nguir, ex nguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (a njo, a nja, a nge,
                         a ngimos, etc.; dis ngo, dis nga, dis ngue, dis nguimos, etc.).
                            ________________________________________
                            1 - No texto oficial, por lapso, com vírgula indevida.
                            2 - No texto oficial, por lapso, refere-se “nh” e os exemplos “bainha, moinho, rainha” (que aqui foram eli-
                         minados e que jus ficariam um ar go à parte), mas nh não pode ocorrer em final de sílaba, isto é, tem de ser
                         ataque de sílaba e não pode cons tuir sílaba com a vogal anterior.
                            3 - No texto oficial, por lapso, com grafia desformatada.
                            4 - No texto oficial, por lapso, com grafia desformatada.
                            5 - No texto oficial, por lapso, com parêntese indevido.
                            6 - No texto oficial, por lapso, com parêntese indevido.
                            7 - Acentuação gráfica já no texto oficial, provavelmente para dis nguir esta forma verbal da segunda
                         pessoa do singular (delinquis, cuja grafia passa a prescindir de acento gráfico), apesar de nenhuma base do
                         presente Acordo o jus ficar.

                                                                             Base XI
                                                 Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas
                            1.º Levam acento agudo:
                            a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais aber-
                         tas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáus-
                          co, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plás co, prosélito,
                         público, rús co, tétrico, úl mo;
                           b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/
                         tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal
                         aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas pra camente
                         consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náu-
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Acordo Ortográfico
                 sea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua,
                 língua; exíguo, vácuo.
                   2.º Levam acento circunflexo:
                    a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou
                 ditongo com a vogal básica fechada: anacreôn co, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos
                 (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêu ca,
                 lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;
                    b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na
                 sílaba tónica/tônica e terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas pra -
                 camente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia,
                 Mântua, serôdio.
                   3.º Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou
                 aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são se-
                 guidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu mbre é, respe vamente,
                 aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/
                 anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topó-
                 nimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fê-
                 mea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.
                                                             Base XII
                                                  Do emprego do acento grave
                   1.º Emprega-se o acento grave:
                  a) Na contração da preposição a com as formas femininas do ar go ou pronome de-
                 monstra vo o: à (de a + a), às (de a + as);
                    b) Na contração da preposição a com os demonstra vos aquele, aquela, aqueles, aque-
                 las e aquilo ou ainda da mesma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões:
                 àquele(s), àquela(s), àquilo; àqueloutro(s), àqueloutra(s).
                                                             Base XIII
                                       Da supressão dos acentos em palavras derivadas
                    1.º Nos advérbios em -mente, derivados de adje vos com acento agudo ou circunflexo,
                 estes são suprimidos: avidamente (de ávido), debilmente (de débil), facilmente (de fácil),
                 habilmente (de hábil), ingenuamente (de ingénuo), lucidamente (de lúcido), mamente (de
                 má), somente (de só), unicamente (de único), etc.; candidamente (de cândido), cortesmen-
                 te (de cortês), dinamicamente (de dinâmico), espontaneamente (de espontâneo), portu-
                 guesmente (de português), roman camente (de român co).
                    2.º Nas palavras derivadas que contêm sufixos iniciados por z e cujas formas de base
                 apresentam vogal tónica/tônica com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos:
                 aneizinhos (de anéis), avozinha (de avó), bebezito (de bebé), cafezada (de café), chapeu-
                 zinho (de chapéu), chazeiro (de chá), heroizito (de herói), ilheuzito (de ilhéu), mazinha (de
                 má), orfãozinho (de órfão), vintenzito (de vintém), etc.; avozinho (de avô), bençãozinha
                 (de bênção), lampadazita (de lâmpada), pessegozito (de pêssego).
                                                                                                                              39




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Acordo Ortográfico                                              Base XIV
                                                                    Do trema
                           O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou apor-
                         tuguesadas. Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separação de duas vo-
                         gais que normalmente formam ditongo: saudade, e não saüdade, ainda que tetrassílabo;
                         saudar, e não saüdar, ainda que trissílabo; etc.
                            Em virtude desta supressão, abstrai-se de sinal especial, quer para dis nguir, em sílaba
                         átona, um i ou um u de uma vogal da sílaba anterior, quer para dis nguir, também em
                         sílaba átona, um i ou um u de um ditongo precedente, quer para dis nguir, em sílaba
                         tónica/tônica ou átona, o u de gu ou de qu de um e ou i seguintes: arruinar, cons tuiria,
                         depoimento, esmiuçar, faiscar, faulhar, oleicultura, paraibano, reunião; abaiucado, auiqui,
                         caiuá, cauixi, piauiense; aguentar, anguiforme, arguir, bilíngue (ou bilingue), lingueta, lin-
                         guista, linguís co; cinquenta, equestre, frequentar, tranquilo, ubiquidade.
                           Obs.: Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a base I, 3.º, em palavras deriva-
                         das de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.
                                                                    Base XV
                                      Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
                            1.º Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm for-
                         mas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adje val, numeral ou verbal,
                         cons tuem uma unidade sintagmá ca e semân ca e mantêm acento próprio, podendo
                         dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris,
                         decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, o-avô, turma-
                         -piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano,
                         porto-alegrense, sul-africano; afro-asiá co, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasilei-
                         ro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-
                         pé, guarda-chuva.
                           Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de
                         composição, grafam-se aglu nadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
                         paraquedas, paraquedista, etc.
                           2.º Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos compostos iniciados pelos adje vos
                         grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por ar go: Grã-Breta-
                         nha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mou-
                         ros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-
                         o-Novo, Trás-os-Montes.
                           Obs.: Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem-se com os elementos se-
                         parados, sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de
                         Espada à Cinta, etc. O topónimo/topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consa-
                         grada pelo uso.
                            3.º Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoo-
                         lógicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-me-
                         nina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde; bênção-de-deus1, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro,
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Acordo Ortográfico
                 fava-de-santo-inácio; bem-me-quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao
                 malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca; andorinha-do-mar, cobra-
                 d’água, lesma-de-conchinha; bem-te-vi (nome de um pássaro).
                    4.º Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes
                 formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmá ca e semân ca e
                 tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal,
                 pode não se aglu nar com palavras começadas por consoante. Eis alguns exemplos das
                 várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar,
                 mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf.
                 malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante
                 (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).
                    Obs.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglu nado com o segundo ele-
                 mento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença,
                 etc.
                    5.º Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem:
                 além-Atlân co, além-mar, além-fronteiras; aquém-mar, aquém-Pirenéus; recém-casado,
                 recém-nascido; sem-cerimónia, sem-número, sem-vergonha.
                   6.º Nas locuções de qualquer po, sejam elas substan vas, adje vas, pronominais, ad-
                 verbiais, preposi vas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas
                 exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-
                 -de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa). Sirvam, pois, de
                 exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:
                   a) Substan vas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;
                   b) Adje vas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;
                   c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;
                    d) Adverbiais: à parte (note-se o substan vo aparte), à vontade, de mais (locução que
                 se contrapõe a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã,
                 em cima, por isso;
                   e) Preposi vas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de,
                 aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;
                    f) Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte,
                 visto que.
                    7.º Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combi-
                 nam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares ( po: a
                 divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-
                 -Porto, a ligação Angola-Moçambique) e bem assim nas combinações históricas ou oca-
                 sionais de topónimos/topônimos ( po: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil,
                 Tóquio-Rio de Janeiro, etc.).
                   ________________________________________
                   1 - No texto oficial, por lapso, “benção-de-deus”.


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Acordo Ortográfico                                                 Base XVI
                                      Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação
                            1.º Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, an -, circum-, co-, contra-,
                         entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.)
                         e em formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos pre-
                         fixos, de origem grega e la na (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-,
                         hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, mul -, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-,
                         semi-, tele-, etc.), só se emprega o hífen nos seguintes casos:
                            a) Nas formações em que o segundo elemento começa por1 h: an -higiénico/an -
                         higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmónico/contra-harmônico, extra-hu-
                         mano, pré-história, sub-hepá co, super-homem, ultra-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro-
                         higrómetro, geo-história, neo-helénico/neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.
                            Obs.: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos
                         des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar,
                         inábil, inumano, etc.;
                            b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que
                         se inicia o segundo elemento: an -ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular;
                         arqui-irmandade, auto-observação, eletro-ó ca, micro-onda, semi-interno.
                           Obs.: Nas formações com o prefixo co-, este aglu na-se em geral com o segundo ele-
                         mento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação,
                         cooperar, etc.;
                            c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento come-
                         ça por vogal, m ou n [além de h, caso já considerado atrás na alínea a)]: circum-escolar,
                         circum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-mágico, pan-negritude;
                          d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com ele-
                         mentos iniciados por r: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista;
                            e) Nas formações com os prefixos ex- (com o sen do de estado anterior ou cessamen-
                         to), sota-, soto-, vice- e vizo-: ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-
                         primeiro-ministro, ex-rei; sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei;
                           f) Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e
                         pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as
                         correspondentes formas átonas que se aglu nam com o elemento seguinte): pós-gradua-
                         ção, pós-tónico/pós-tônico (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano,
                         pró-europeu (mas promover).
                           2.º Não se emprega, pois, o hífen:
                            a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo
                         elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prá ca aliás já ge-
                         neralizada em palavras deste po pertencentes aos domínios cien fico e técnico. Assim:
                         an rreligioso, an ssemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom,
                         minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradio-
                         grafia;
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Acordo Ortográfico
                    b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo
                 elemento começa por vogal diferente, prá ca esta em geral já adotada também para os
                 termos técnicos e cien ficos. Assim: an aéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial,
                 autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.
                   3.º Nas formações por sufixação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados
                 por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas, como açu, guaçu
                 e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quan-
                 do a pronúncia exige a dis nção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim,
                 andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim.
                   ________________________________________
                   1 - No texto oficial, por lapso, “hor”.

                                                             Base XVII
                                         Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
                    1.º Emprega-se o hífen na ênclise e na tmese: amá-lo, dá-se, deixa-o, par r-lhe; amá-
                 -lo-ei, enviar-lhe-emos.
                   2.º Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do
                 presente do indica vo do verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc.
                    Obs.: 1 - Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos
                 verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas úl mas formas conservam-se,
                 no entanto, nos casos de ênclise: quere-o(s), requere-o(s). Nestes contextos, as formas
                 (legí mas, aliás) qué-lo e requé-lo são pouco usadas.
                    2 - Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclí cas ao advérbio
                 eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do po no-lo, vo-las,
                 quando em próclise (por exemplo: esperamos que no-lo comprem).
                                                             Base XVIII
                                                            Do apóstrofo
                   1.º São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:
                    a) Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contração ou aglu nação vo-
                 cabular, quando um elemento ou fração respe va pertence propriamente a um conjunto
                 vocabular dis nto: d’ Os Lusíadas, d’ Os Sertões; n’ Os Lusíadas, n’ Os Sertões; pel’ Os Lu-
                 síadas, pel’ Os Sertões. Nada obsta, contudo, a que estas escritas sejam subs tuídas por
                 empregos de preposições íntegras, se o exigir razão especial de clareza, expressividade ou
                 ênfase: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas, por Os Lusíadas, etc.
                    As cisões indicadas são análogas às dissoluções gráficas que se fazem, embora sem
                 emprego do apóstrofo, em combinações da preposição a com palavras pertencentes a
                 conjuntos vocabulares imediatos: a A Relíquia, a Os Lusíadas (exemplos: importância atri-
                 buída a A Relíquia; recorro a Os Lusíadas). Em tais casos, como é óbvio, entende-se que
                 a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação foné ca: a A = à, a Os = aos,
                 etc.;
                   b) Pode cindir-se por meio do apóstrofo uma contração ou aglu nação vocabular,
                                                                                                                           43




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Acordo Ortográfico   quando um elemento ou fração respe va é forma pronominal e se lhe quer dar realce
                         com o uso da maiúscula: d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele, d’O, n’O, pel’O, m’O, t’O, lh’O,
                         casos em que a segunda parte, forma masculina, é aplicável a Deus, a Jesus, etc.; d’Ela,
                         n’Ela, d’Aquela, n’Aquela, d’A, n’A, pel’A, m’A, t’A, lh’A, casos em que a segunda parte, for-
                         ma feminina, é aplicável à mãe de Jesus, à Providência, etc. Exemplos frásicos: confiamos
                         n’O que nos salvou; esse milagre revelou m’O; está n’Ela a nossa esperança; pugnemos
                         pel’A que é nossa padroeira.
                            À semelhança das cisões indicadas, pode dissolver-se graficamente, posto que sem
                         uso do apóstrofo, uma combinação da preposição a com uma forma pronominal realçada
                         pela maiúscula: a O, a Aquele, a Aquela (entendendo-se que a dissolução gráfica nunca
                         impede na leitura a combinação foné ca: a O = ao, a Aquela = àquela, etc.). Exemplos
                         frásicos: a O que tudo pode, a Aquela que nos protege;
                            c) Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas santo e santa a nomes do hagioló-
                         gio, quando importa representar a elisão das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago, etc.
                         É, pois, correto escrever: Calçada de Sant’Ana, Rua de Sant’Ana; culto de Sant’Iago, Ordem
                         de Sant’Iago. Mas, se as ligações deste género, como é o caso destas mesmas Sant’Ana e
                         Sant’Iago, se tornam perfeitas unidades mórficas, aglu nam-se os dois elementos: Fula-
                         no de Santana, ilhéu de Santana, Santana de Parnaíba; Fulano de San ago, ilha de San a-
                         go, San ago do Cacém.
                            Em paralelo com a grafia Sant’Ana e congéneres, emprega-se também o apóstrofo nas
                         ligações de duas formas antroponímicas, quando é necessário indicar que na primeira se
                         elide um o final: Nun’Álvares, Pedr’Eanes.
                            Note-se que nos casos referidos as escritas com apóstrofo, indica vas de elisão, não
                         impedem, de modo algum, as escritas sem apóstrofo: Santa Ana, Nuno Álvares, Pedro
                         Álvares, etc.;
                            d) Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a elisão do
                         e da preposição de, em combinação com os substan vos: borda-d’água, cobra-d’água,
                         copo-d’água, estrela-d’alva, galinha-d’água, mãe-d’água, pau-d’água, pau-d’alho, pau-
                         -d’arco, pau-d’óleo.
                           2.º São os seguintes os casos em que não se usa o apóstrofo:
                            Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações das preposições de e em com as
                         formas do ar go definido, com formas pronominais diversas e com formas adverbiais [ex-
                         cetuando1 o que se estabelece em 1.º,a), e 1.º,b)]. Tais combinações são representadas:
                           a) Por uma só forma vocabular, se cons tuem, de modo fixo, uniões perfeitas:
                            i) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta, destes, destas, disto; desse,
                         dessa, desses, dessas, disso; daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro,
                         destoutra, destoutros, destoutras; dessoutro, dessoutra, dessoutros, dessoutras; daque-
                         loutro, daqueloutra, daqueloutros, daqueloutras; daqui; daí; dali; dacolá; donde; dantes
                         (= an gamente);
                            ii) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nesta, nestes, nestas, nisto; nesse, nes-
                         sa, nesses, nessas, nisso; naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro, nes-
                         toutra, nestoutros, nestoutras; nessoutro, nessoutra, nessoutros, nessoutras; naqueloutro,
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Acordo Ortográfico
                 naqueloutra, naqueloutros, naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, noutra, nou-
                 tros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma, nalguns, nalgumas, nalguém;
                    b) Por uma ou duas formas vocabulares, se não cons tuem, de modo fixo, uniões per-
                 feitas (apesar de serem correntes com esta feição em algumas pronúncias): de um, de
                 uma, de uns, de umas, ou dum, duma, duns, dumas; de algum, de alguma, de alguns, de
                 algumas, de alguém, de algo, de algures, de alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dal-
                 gumas, dalguém, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de outra, de outros, de outras, de
                 outrem, de outrora, ou doutro, doutra, doutros, doutras, doutrem, doutrora; de aquém ou
                 daquém; de além ou dalém; de entre ou dentre.
                    De acordo com os exemplos deste úl mo po, tanto se admite o uso da locução adver-
                 bial de ora avante como do advérbio que representa a contração dos seus três elementos:
                 doravante.
                    Obs.: Quando a preposição de se combina com as formas ar culares ou pronominais o,
                 a, os, as, ou com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece
                 estarem essas palavras integradas em construções de infini vo, não se emprega o após-
                 trofo, nem se funde a preposição com a forma imediata, escrevendo-se estas duas sepa-
                 radamente: a fim de ele compreender; apesar de o não ter visto; em virtude de os nossos
                 pais serem bondosos; o facto de o conhecer; por causa de aqui estares.
                   ________________________________________
                   1 - No texto oficial, por lapso, “exceptuando”; cf. base IV, 1.º, alínea b.

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                                                       Das minúsculas e maiúsculas
                   1.º A letra minúscula inicial é usada:
                   a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes;
                   b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera;
                   c) Nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os
                 demais vocábulos podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele con-
                  dos, tudo em grifo): O Senhor do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino
                 de Engenho ou Menino de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor;
                   d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano;
                    e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoes-
                 te);
                   f) Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso,
                 também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o
                 cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena);
                   g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente,
                 também com maiúscula): português (ou Português), matemá ca (ou Matemá ca); lín-
                 guas e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).
                   2.º A letra maiúscula inicial é usada:
                                                                                                                      45




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Acordo Ortográfico      a) Nos antropónimos/antropônimos, reais ou fic cios: Pedro Marques; Branca de Neve,
                         D. Quixote;
                            b) Nos topónimos/topônimos, reais ou fic cios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janei-
                         ro, Atlân da, Hespéria;
                           c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno/Ne-
                         tuno;
                            d) Nos nomes que designam ins tuições: Ins tuto de Pensões e Aposentadorias da Pre-
                         vidência Social;
                           e) Nos nomes de festas e fes vidades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos;
                           f) Nos tulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São
                         Paulo (ou S. Paulo);
                            g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordes-
                         te, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou
                         de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiá co;
                            h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com
                         maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O;
                         Sr., V. Ex.ª;
                            i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquica-
                         mente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da
                         Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou
                         Templo do Apostolado Posi vista), de edi cios (palácio ou Palácio da Cultura, edi cio ou
                         Edi cio Azevedo Cunha).
                            Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que
                         obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações
                         específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica,
                         etc.), promanadas de en dades cien ficas ou normalizadoras reconhecidas internacio-
                         nalmente.
                                                                     Base XX
                                                                Da divisão silábica
                           A divisão silábica, que em regra se faz pela soletração (a-ba-de, bru-ma, ca-cho, lha-
                         no, ma-lha, ma-nha, má-xi-mo, ó-xi-do, ro-xo, tme-se), e na qual, por isso, se não tem
                         de atender aos elementos cons tu vos dos vocábulos segundo a e mologia (a-ba-li-e-
                         nar, bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co, e-xâ-ni-me, hi-pe-ra-cús- -co1, i-ná-bil, o-bo-val,
                         su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários preceitos par culares, que rigorosamente
                         cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a
                         par ção de uma palavra:
                            1.º São indivisíveis no interior de palavra, tal como inicialmente, e formam, portanto,
                         sílaba para a frente as sucessões de duas consoantes que cons tuem perfeitos grupos,
                         ou seja2 (com exceção apenas de vários compostos cujos prefixos terminam em b ou d:
                         ab- legação, ad- ligar, sub- lunar, etc., em vez de a- blegação, a- dligar, su- blunar, etc.)
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Acordo Ortográfico
                 aquelas sucessões em que a primeira consoante é uma labial, uma velar, uma dental ou
                 uma labiodental e a segunda um l ou um r: a- blução, cele- brar, du- plicação, re- primir,
                 a- clamar, de- creto, de- glu ção, re- grado; a- tlé co, cáte- dra, períme- tro; a- fluir, a- fri-
                 cano, ne- vrose.
                   2.º São divisíveis no interior da palavra as sucessões de duas consoantes que não cons-
                  tuem propriamente grupos e igualmente as sucessões de m ou n, com valor de nasali-
                 dade, e uma consoante: ab- dicar, Ed- gardo, op- tar, sub- por, ab- soluto, ad- je vo, af- ta,
                 bet- samita, íp- silon, ob- viar, des- cer, dis- ciplina, flores- cer, nas- cer, res- cisão; ac- ne,
                 ad- mirável, Daf- ne, diafrag- ma, drac- ma, ét- nico, rit- mo, sub- meter, am- nésico, inte-
                 ram- nense; bir- reme, cor- roer, pror- rogar, as- segurar, bis- secular, sos- segar, bissex- to,
                 contex- to, ex- citar, atroz- mente, capaz- mente; infeliz- mente; am- bição, desen- ganar,
                 en- xame, man- chu, Mân- lio, etc.
                    3.º As sucessões de mais de duas consoantes ou de m ou n, com o valor de nasalidade,
                 e duas ou mais consoantes são divisíveis por um de dois meios: se nelas entra um dos
                 grupos que são indivisíveis (de acordo com o preceito 1.º), esse grupo forma sílaba para
                 diante, ficando a consoante ou consoantes que o precedem ligadas à sílaba anterior; se
                 nelas não entra nenhum desses grupos, a divisão dá-se sempre antes da úl ma consoan-
                 te. Exemplos dos dois casos: cam- braia, ec- lipse, em- blema, ex- plicar, in- cluir, ins- crição,
                 subs- crever, trans- gredir, abs- tenção, disp- neia, inters- telar, lamb- dacismo, sols- cial,
                 Terp- sícore, tungs- ténio.
                    4.º As vogais consecu vas que não pertencem a ditongos decrescentes (as que perten-
                 cem a ditongos deste po nunca se separam: ai- roso, cadei- ra, ins - tui, ora- ção, sacris-
                 tães, traves- sões) podem, se a primeira delas não é u precedido de g ou q, e mesmo que
                 sejam iguais, separar-se na escrita: ala- úde, áre- as, ca- apeba, co- or- denar, do-er, flu-
                 idez, perdo- as, vo-os. O mesmo se aplica aos casos de con guidade de ditongos, iguais ou
                 diferentes, ou de ditongos e vogais: cai- ais, cai- eis, ensai- os, flu- iu.
                    5.º Os digramas3 gu e qu, em que o u se não pronuncia, nunca se separam da vogal
                 ou ditongo imediato (ne- gue, ne- guei; pe- que, pe- quei), do mesmo modo que as com-
                 binações gu e qu em que o u se pronuncia: á- gua4, ambí- guo, averi- gueis, longín- quos,
                 lo- quaz, quais- quer.
                    6.º Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras
                 em que há um hífen ou mais, se a par ção coincide com o final de um dos elementos ou
                 membros, deve, por clareza gráfica, repe r-se o hífen no início da linha imediata: ex- -al-
                 feres, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante.
                    ________________________________________
                   1 - No texto oficial, por lapso, “hi-pe-ra-cú-s -co”.
                   2 - No texto oficial, por lapso, “ou sejam”.
                   3 - No texto oficial, por lapso, “diagramas”.
                   4 - No texto oficial, por lapso, “à- gua”.




                                                                                                                                  47




Acordo.indd 47                                                                                                                  12/9/2008 11:27:07
Acordo Ortográfico                                           Base XXI
                                                         Das assinaturas e firmas
                             Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou re-
                         gisto legal, adote na assinatura do seu nome.
                           Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais,
                         nomes de sociedades, marcas e tulos que estejam inscritos em registo público.


                         Fonte
                         Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: www.priberam.pt




            48




Acordo.indd 48                                                                                                      12/9/2008 14:55:49

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''Acordo ortográfico com bonecos (3)

  • 1. Aos Pais e Professores: Pais e Professores Como foi já amplamente no ciado pela imprensa, está entrando em vigor o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado pelos países que têm o português como língua oficial. Não se trata, como se pode imaginar, de uma gran- de reforma ortográfica. Justamente por isso, abrangerá apenas algumas palavras (cerca de 0,45% do vocabulário no Brasil e 1,6% em Portugal), que passarão a ter a mesma grafia tanto em nosso país como em outros que já assinaram o Novo Acordo. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se apenas à língua escrita, não comprometendo nenhum aspecto da língua falada. Com essa unificação de grafias, espera-se que o português — hoje falado por aproximadamente 230 milhões de pessoas em todo o mundo e língua oficial de trabalho em mais de uma dúzia de organizações mundiais — ganhe ainda mais importância nos fóruns internacionais e tenha o seu uso facilitado por editoras e ins tuições de vários con nentes. O Novo Acordo, além de mudar algumas regras para o hífen, que serão mais claras, e abolir o trema, volta a incorporar, ao alfabeto português, as letras k, w e y, até então consideradas estrangeiras. O curioso é que certas palavras proparoxí- tonas terão como válida uma dupla grafia, a exemplo de econômico e económico, conforme queira se pronunciar da forma brasileira ou da lusitana. Também caem alguns acentos, como o das palavras vôo (agora voo) e estréia (estreia). Diante de tais novidades, é natural que se leve um período para incorporá- -las à ro na. Daí que esteja previsto um tempo, provavelmente alguns anos, de convivência entre as formas novas e as anteriores. Também convém imaginar que ainda são escassas as publicações (gramá cas e dicionários) de referência com- pletamente atualizadas com as novas regras além do próprio texto do Novo Acor- do, do qual extraímos os procedimentos e as regras para compor este livro. Dessa forma, a Editora Construir, visando sempre oferecer o melhor a mestres e alu- nos, sente-se orgulhosa por ter aceitado o desafio de já ir u lizando as novas regras em suas novas obras, facilitando, assim, a adaptação de seus leitores às alterações ortográficas que chegaram para simplificar a vida de todos. 1 Acordo.indd 1 12/9/2008 11:26:52
  • 2. Sumário O Alfabeto................................................................................................... 3 Letras Maiúsculas e Minúsculas ................................................................. 4 Sequências Consonantais ........................................................................... 7 Acentuação Gráfica .................................................................................... 9 Acento Diferencial de Palavras Homógrafas ............................................ 13 O Trema .................................................................................................... 14 O Hífen ..................................................................................................... 15 Divisão Silábica na Translineação ............................................................ 20 O Apóstrofo .............................................................................................. 21 Consulta Rápida ....................................................................................... 22 Bibliografia Consultada ............................................................................ 25 Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ..................................... 26 2 Acordo.indd 2 12/9/2008 11:26:58
  • 3. O Alfabeto Alfabeto As letras k, w e y, acrescentadas ao alfabeto da língua portuguesa, aparecem apenas em casos especiais, como em abreviaturas, siglas, símbolos, nomes pró- prios, palavras estrangeiras e seus derivados: a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados (nomes próprios, sobrenomes ou apelidos e suas derivações): Franklin, frankliniano; Kant, kan smo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista. b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados (nome ge- ográfico próprio de região, cidade, vila, povoação, lugar, rio, logradouro público, etc.): Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano. c) Em siglas, símbolos, unidades de medidas de abrangência internacional: TWA, KLM, K – potássio (de kalium), W – oeste (de west), kg – quilograma, km – quilômetro, kW – quilowa , yd – jarda (de yard), wa . Recomenda-se subs tuir, sempre que possível, os topônimos estrangeiros pelas formas vernáculas (linguagem sem estrangeirismos na pronúncia) corres- pondentes. De Por • Anvers • Antuérpia • Milano • Milão • Zürich • Zurique • München • Munique • Géneve • Genebra • Torino • Turim • London • Londres • Shangai • Xangai 3 Acordo.indd 3 12/9/2008 14:52:35
  • 4. Letras Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas Empregam-se, faculta vamente, letras minúsculas nos vocábulos que com- põem uma citação bibliográfica, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas. Como era antes Como é agora • Casa-grande e Senzala • Casa-grande e Senzala ou Ca- sa-grande e senzala • O Primo Basílio • O Primo Basílio ou O primo Basílio • Uma Boa Cantoria • Uma Boa Cantoria ou Uma boa cantoria • Arthur Arruma uma Confusão • Arthur Arruma uma Confusão ou Arthur arruma uma confusão • As Travessuras de um Guia Mi- • As Travessuras de um Guia Mi- rim rim ou As travessuras de um guia mirim • A Loja da Dona Raposa • A Loja da Dona Raposa ou A loja da dona Raposa Empregam-se, faculta vamente, letras minúsculas nas formas de tratamento e reverência (os chamados axônimos), bem como em nomes sagrados e que de- signam crenças religiosas (hagiônimos). Como era antes Como é agora • Santa Terezinha • Santa Terezinha ou santa Te- rezinha • Doutor Frederico Costa • Doutor Frederico Costa ou doutor Frederico Costa • Papa Bento XVI • Papa Bento XVI ou papa Ben- to XVI • Governador Eduardo Campos • Governador Eduardo Campos ou governador Eduardo Campos • Senhor Pedro • Senhor Pedro ou senhor Pe- dro • Excelen ssimo Senhor Reitor • Excelen ssimo Senhor Reitor 4 ou excelen ssimo senhor reitor Acordo.indd 4 12/9/2008 11:26:58
  • 5. Maiúsculas e Minúsculas Permanecem, faculta vamente, letras minúsculas para designar domínios do saber, cursos e disciplinas. • Biologia ou biologia • Arte Medieval ou arte medieval • Física Quân ca ou sica quân ca • Artes Plás cas ou artes plás cas • Educação Física ou educação sica • Informá ca ou informá ca Empregam-se, faculta vamente, letras maiúsculas iniciais em categorização de logradouros públicos, templos ou edi cios. Como era antes Como é agora • Rua Neto Campelo • Rua Neto Campelo ou rua Neto Campelo • Estrada do Arraial • Estrada do Arraial ou estrada do Arraial • Igreja de Santo Antônio • Igreja de Santo Antônio ou igreja de Santo Antônio • Palácio do Governo • Palácio do Governo ou palá- cio do Governo • Avenida Agamenon Magalhães • Avenida Agamenon Maga- lhães ou avenida Agamenon Ma- galhães • Túnel Rebouças • Túnel Rebouças ou túnel Re- bouças 5 Acordo.indd 5 12/9/2008 11:26:59
  • 6. Maiúsculas e Minúsculas A letra maiúscula inicial é usada em: • Nomes de festas e fes vidades • Natal, Páscoa, Carnaval • Títulos de periódicos • Diario de Pernambuco, O Es- tado de São Paulo • Antropônimos reais ou fic cios • Pedro Marques, Branca de (nome próprio de pessoa ou de ser Neve, D. Quixote personificado) • Nomes de seres antropomorfiza- • Adamastor, Netuno dos (cuja forma aparente evoca a de um ser humano ou de seres mitoló- gicos) 6 Acordo.indd 6 12/9/2008 11:26:59
  • 7. Sequências Consonantais Sequências Consonantais O c das sequências cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct; o p das se- quências pc (c com valor de sibilante), pç e pt; o b das sequências bd e bt; o g da sequência gd; o m da sequência mn; e o t da sequência tm ora se conservam, ora se eliminam. Conservam-se quando as letras são pronunciadas. • adepto • díp co • inepto • apto • erupção • núpcias • compacto • eucalipto • pacto • convicção • ficção • pictural • convicto • friccionar • rapto Eliminam-se quando as letras não são pronunciadas. Como era antes Como é agora • acção • ação • accionar • acionar • acto • ato • adopção • adoção • adoptar • adotar • afec vo • afe vo • aflicção • aflição • aflicto • aflito • colecção • coleção • direcção • direção • director • diretor • Egipto • Egito • exacto • exato • objecção • objeção • óp mo • ó mo 7 Acordo.indd 7 12/9/2008 11:27:00
  • 8. Sequências Consonantais Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando as consoantes são pronunciadas. • amígdala ou amídala • amnis a ou anis a • aritmé ca ou arimé ca • assumpção ou assunção • aspecto ou aspeto • carácter ou caráter • ceptro ou cetro • concepção ou conceção • corrupto ou corruto • decepcionar ou dececionar • dicção ou dição • excepcional ou excecional • facto ou fato • indemnizar ou indenizar • infeccioso ou infecioso • omnipotente ou onipotente • omnisciente ou onisciente • recepção ou receção • sector ou setor • súbdito ou súdito • sumptuoso ou suntuoso 8 Acordo.indd 8 12/9/2008 11:27:00
  • 9. Acentuação Gráfica Acentuação Gráfica Para os brasileiros, boa parte das alterações trazidas pelo Novo Acordo re- cai sobre as regras de acentuação. Essas mudanças eliminarão os acentos gráficos de alguns grupos de palavras. De maneira geral, as modificações concentram-se especialmente nas palavras paroxítonas, nas homógrafas (de mesma grafia) e nas que contêm hiato. Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em e tônico (geralmente de origem francesa), essa vogal, por ser pronunciada ora como aberta, ora como fechada, admite tanto o acento agudo quanto o acento circunflexo. As duas grafias são permi das • bebê • bebé • bidê • bidé • canapê • canapé • caratê • caraté • crochê • croché • guichê • guiché • ma nê • ma né • nenê • nené • ponjê • ponjé • purê • puré • rapê • rapé Será faculta vo o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indica vo da 1ª pessoa do plural quando coincidirem com a forma verbal correspondente no presente do indica vo. Pretérito Perfeito Presente Pretérito Perfeito após o Acordo amamos amamos amamos ou amámos cantamos cantamos cantamos ou cantámos dançamos dançamos dançamos ou dançámos pesquisamos pesquisamos pesquisamos ou pesquisámos 9 Acordo.indd 9 12/9/2008 11:27:01
  • 10. Acentuação Gráfica Quando a sílaba tônica de uma palavra paroxítona é formada pelos ditongos abertos ei e oi, o acento agudo será eliminado. Como era antes Como é agora • apóio • apoio • assembléia • assembleia • Coréia • Coreia • Galiléia • Galileia • hebréia • hebreia • heróico • heroico • idéia • ideia • jibóia • jiboia • jóia • joia • paranóico • paranoico Fique atento a esta regra: Quando a palavra for oxítona, mesmo que haja os ditongos abertos ei e oi, o acento permanece. A mudança só ocorre nas palavras paroxítonas. Por isso, palavras como hotéis, herói e dói con nuam com acento. Quando a sílaba tônica de uma palavra paroxítona for formada pelas vogais i e u precedidas de ditongo, o acento agudo será eliminado. Como era antes Como é agora • baiúca • baiuca • boiúna • boiuna • cheiínho • cheiinho • feiúra • feiura • Sauípe • Sauipe 10 Acordo.indd 10 12/9/2008 11:27:01
  • 11. Acentuação Gráfica Elimina-se o acento circunflexo quando a palavra é uma forma verbal paro- xítona formada pelos hiatos oo ou ee. Como era antes Como é agora • vôo • voo • enjôo • enjoo • perdôo • perdoo • abençôo • abençoo • crêem • creem • dêem • deem • lêem • leem • vêem • veem Torna-se faculta vo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas judô e metrô: As duas grafias são permi das • judô • judo • metrô • metro 11 Acordo.indd 11 12/9/2008 11:27:01
  • 12. Acentuação Gráfica Acentuação dos verbos com QU e GU no radical O acento gráfico agudo não será mais usado na vogal u das formas verbais que contenham qu e gu no radical. Assim, além de perderem o trema, os ver- bos arguir e redarguir e suas flexões não mais receberão acento agudo, embora mantenham a tonicidade no u. Já os verbos do po aguar, enxaguar, obliquar e delinquir, por admi rem duas pronúncias, passam a aceitar duas grafias: quando a tonicidade recair sobre o u, essa vogal não receberá acento gráfico (enxague, oblique); quando a tonicidade recair sobre as vogais a ou i da sílaba anterior, estas deverão, obrigatoriamente, receber acento gráfico (enxágue, oblíque). Como era antes Como é agora • ágüe • águe ou ague • argúe • argue • averigue • averígue ou averigue • deságua • deságua ou desagua • enxágüem • enxáguem ou enxaguem • obliqúe • oblíque ou oblique • redargúem • redarguem 12 Acordo.indd 12 12/9/2008 11:27:02
  • 13. Acento Diferencial de Palavras Homógrafas Acentuação Diferencial Homógrafas são palavras de grafia igual, mas que têm significados diferentes. Até antes do Novo Acordo, usava-se o acento diferencial — agudo ou circunflexo — para dis nguir palavras homógrafas. Agora, esse acento sairá de uso, passando- -se a escrever as homógrafas sem nenhuma diferenciação gráfica. Como era antes Como é agora • pára (verbo parar) / para (pre- • para (verbo e preposição) posição) • péla (verbo pelar) / pela (pre- • pela (preposição, verbo e posição) / péla (substan vo) substan vo) • pólo (substan vo) / pôlo (subs- • polo (substan vos e pre- tan vo) / polo (preposição an ga) posição) • pélo (verbo pelar) / pêlo (subs- • pelo (verbo, substan vo e tan vo) / pelo (preposição) preposição) • pêro (substan vo) / pero (con- • pero (substan vo e con- junção an ga) junção an ga) • pêra (substan vo) / pera (pre- • pera (substan vo e prepo- posição an ga) sição an ga) O Acordo, porém, prevê algumas exceções à regra do acento diferencial. • pôde (3ª pessoa do singular • pode (3ª pessoa do singular do do pretérito perfeito do indica - presente do indica vo do verbo po- vo do verbo poder) der) • pôr (verbo) • por (preposição) • têm e todos os demais deri- • tem e todos os demais derivados vados do verbo ter (3ª pessoa do do verbo ter (3ª pessoa do singular plural do presente do indica vo) do presente do indica vo) • vêm (3ª pessoa do plural do • vem (3ª pessoa do singular do presente do indica vo do verbo presente do indica vo do verbo vir) vir) Exceção: Será faculta vo o uso do acento da palavra fôrma (substan vo) para diferenciar da palavra forma (3ª pessoa do singular do presente do indica vo ou 2ª pessoa do singular do impera vo do verbo formar). 13 Acordo.indd 13 12/9/2008 11:27:03
  • 14. Trema O Trema O trema foi ex nto da língua portuguesa. Ele só será man do em nomes pró- prios de origem estrangeira e seus derivados. Como era antes Como é agora • agüentar • aguentar • argüição • arguição • argüir • arguir • an qüíssimo • an quíssimo • bilíngüe • bilíngue • cinqüenta • cinquenta • conseqüência • consequência • delinqüente • delinquente • eloqüente • eloquente • ensangüentado • ensanguentado • eqüestre • equestre • enxágüe • enxágue • freqüente • frequente • iniqüidade • iniquidade • lingüeta • lingueta • lingüiça • linguiça • qüinqüênio • quinquênio • sagüi • sagui • seqüestro • sequestro • subseqüente • subsequente Trema man do • Hübner • hübneriano • Müller • mülleriano 14 Acordo.indd 14 12/9/2008 11:27:03
  • 15. O Hífen Hífen O hífen é usado nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais, estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento. Assim, como havia certa alternância no uso do hífen nesse caso, o Acordo unifor- mizou a grafia. • abóbora-menina • cobra-capelo • bênção-de-deus • formiga-branca • bem-me-quer • andorinha-do-mar • couve-flor • cobra-d’água • erva-do-chá • lesma-de-conchinha • ervilha-de-cheiro • bem-te-vi • fava-de-santo-inácio • tartaruga-marinha • andorinha-grande Com o Acordo, o hífen só será usado em palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos nos seguintes casos: Quando o segundo elemento começa por h • an -higiênico • co-herdeiro • arqui-hipérbole • contra-harmônico • circum-hospitalar • pan-helenismo • eletro-higrômetro • pré-história • extra-humano • semi-hospitalar • geo-história • sub-hepá co • neo-helênico • super-homem Atenção: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm os pre- fixos des e in nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desu- midificar, inábil, inumano, etc. 15 Acordo.indd 15 12/9/2008 11:27:03
  • 16. Hífen Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento. • an -ibérico • micro-onda • auto-observação • micro-organismo • contra-almirante • semi-interno • infra-axilar • supra-auricular Em palavras formadas pelos prefixos ex, sota, soto, vice e vizo. ex soto sota vice vizoo ex-almirante soto-mestre sota-piloto vice-reitor vizo-rei ex-hospedeira vice-presidente ex-diretor ex-primeiro- -ministro Em palavras formadas pelos prefixos circum ou pan seguidos de palavras ini- ciadas em vogal, m ou n. circum pan • circum-escolar • pan-mágico • circum-navegação • pan-africano • pan-americano • pan-negritude 16 Acordo.indd 16 12/9/2008 11:27:03
  • 17. Hífen Em palavras formadas pelos prefixos hiper, inter e super quando combinados com elementos iniciados por r. hiper inter super • hiper-realista • inter-racial • super-resistente • hiper-requintado • inter-regional • super-revista • inter-relação • inter-resistente O hífen não é mais usado em palavras formadas de prefixo ou falso prefixo terminado em vogal e seguido de palavra iniciada por r ou s. Com o Acordo, as palavras formadas dessa maneira são grafadas sem hífen, sendo essas consoantes dobradas. Como era antes Como é agora • ante-sala • antessala • auto-retrato • autorretrato • an -social • an ssocial • contra-senso • contrassenso • ultra-sonografia • ultrassonografia • supra-renal • suprarrenal O hífen também não é mais usado em palavras formadas de prefixo ou falso prefixo terminado em vogal e acompanhado de palavra iniciada por vogal diferen- te, o que uniformiza várias exceções antes existentes. Como era antes Como é agora • an -aéreo • an aéreo • an -americano • an americano • auto-afirmação • autoafirmação • auto-ajuda • autoajuda • infra-estrutura • infraestrutura • neo-impressionista • neoimpressionista 17 Acordo.indd 17 12/9/2008 11:27:04
  • 18. Hífen Alguns prefixos Alguns falsos prefixos ante intra aero macro an pós agro maxi circum pré arqui micro co pró auto mini contra sobre bio mul entre sub eletro neo extra super geo pan hiper supra hidro pseudo infra ultra inter semi São grafadas sem hífen as palavras compostas em que, devido ao uso, per- deu-se a noção de composição. Como era antes Como é agora • manda-chuva • mandachuva • pára-quedas • paraquedas • pára-quedista • paraquedista • pára-lama • paralama • pára-choque • parachoque • pára-vento • paravento Composição é um processo da língua por meio do qual palavras ou radicais se unem para compor novas palavras, como em planalto (plano+alto), pontapé (ponta+pé) e morfologia (morfo+logia). Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a noção de composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen). O hífen permanece em palavras formadas com os prefixos pré, pró e pós quando estes mantêm o acento tônico, como em pré-natal, pró-desarmamento e pós-graduação. Entretanto, a dúvida, nesse caso, é sempre comum. Como o 18 Acordo.indd 18 12/9/2008 11:27:04
  • 19. Hífen acento desses prefixos é pra camente impercep vel na fala, em algumas pala- vras, como predeterminado e preexistente, muitos não sabem se o hífen deve ou não ser usado. Assim, também aqui é sempre bom consultar o dicionário. O hífen permanece nas palavras compostas com os elementos além, aquém, recém e sem. além aquém recém sem além-mar aquém-Pirineus recém-casado sem-número além-terra aquém-mar recém-nascido sem-vergonha O hífen deve ser empregado para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares: • divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade • ponte Rio-Niterói • percurso São Paulo-Santos • relação professor-aluno • noções de ensino-aprendizagem Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen nos vocábulos ter- minados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentua- da graficamente ou quando a pronúncia exige a dis nção gráfica dos dois elemen- tos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-mirim. Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal quando estes formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmá ca e semân ca e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglu nar com palavras começadas por consoante. Eis al- guns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, bem-criado, bem-ditoso, bem-falante, bem-mandado, bem-nascido, bem-soante, bem-visto. Observe: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglu nado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, ben- feitor, benquerença, etc. 19 Acordo.indd 19 12/9/2008 11:27:04
  • 20. Divisão Silábica na Translineação Divisão Silábica Na divisão silábica na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a par ção coincidir com o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza gráfica, repe r o hífen no início da linha imediata: • ex- -alferes • serená- ou serená-los- -los-emos -emos • vice- -almirante 20 Acordo.indd 20 12/9/2008 11:27:04
  • 21. O Apóstrofo Apóstrofo Não se emprega o apóstrofo nem se funde a preposição na forma imediata, escrevendo-se as duas separadamente: • A fim de ele compreender, e não A fim dele compreender ou A fim d’ele compreender. • Isso se dá em virtude de os homens serem especialistas, e não Isso se dá em virtude dos homens serem especialistas ou Isso se dá em virtude d’os homens serem especialistas. 21 Acordo.indd 21 12/9/2008 11:27:05
  • 22. Consulta Rápida Consulta rápida de prefixos e falsos prefixos baseada nas regras do Novo Acordo Ortográfico agroaçucareiro an jogo autoes ma agroexportador an matéria autoestrada agroindústria an míssil autoidólatra agropecuária an mofo autoidolatria agrotóxico an ortopédico autoimolação alviceleste an placa autoimunidade alvinegro an poliomielite autoinoculação alvirrubro an quebra autoinstrução alviverde an rrábico autolotação antebraço an rracional auto-observação antepenúl mo an rracismo auto-ônibus anteprojeto an rracista autopista anterrosto an rreflexo autorradiografia antessala an rreligioso autorrealização an ácido an rreumá co autorregeneração an bomba an rrevolucionário autorregulação an cárie an ssemita autorrespeito an caspa an ssemi smo autorretrato an econômico an ssép co autossa sfação an febril an ssocial autosserviço an ferrugem an ssocialista autossuficiência an greve an ssubmarino autossuficiente an -imperialismo an tanque autossugestão an -infeccioso an tártaro autossustentável an -inflacionário an terror autovacina an -inflamatório an terrorista bicampeão an veneno bicampeonato an vírus bucomaxilofacial arqui-inimigo cardiopulmonar arquirrival cardiorrespiratório audiossinal cardiovascular audiovisual centroavante autoadesivo coautor autoafirmação codireção autoajuda codiretor autoanálise contrabaixo autoeduca vo contracheque autoelogio contraespionagem autoero smo contrafilé autoescola contrafluxo 22 Acordo.indd 22 12/9/2008 11:27:06
  • 23. Consulta Rápida contragolpe infrarrenal pentacampeonato contraindicação infrassom poli-infecção contraofensiva infravermelho poli-insaturado contraoferta interestadual pseudoárbitro contraordem intermunicipal pseudossigla contrapé intersocial pseudossufixo contraprova interuniversitário radioamador contrarrazão intramuscular radioemissora contrarreforma intraocular radiopatrulha contrarregra intrassociedade radiorreceptor contrasselo intrauterino radiorrepórter contrassenha macroeconomia radiossonda contrassenso macroinstrução radiotáxi coprodução macrorregião radioteatro coprodutor maxilobucal radiovitrola cosseno maxilofacial semiaberto eletrodomés co maxissaia semiacabado eletro-hidráulico maxives do semianalfabeto eletroímã megaempresa semiárido entre-eixos megaempresário semiautomá co entressafra megaespeculador semieixo entresseio megaestrutura semiembriagado extraclasse megainves dor semiescravo extraconjugal megaoperação semiespecializado extraescolar megaprodução semi-integral extrafino megassalário semi-internato extrajudicial microempresa semimorto extraocular microempresário seminovo extraoficial micro-hábitat seminu extrarregulamentar microindústria extrassensorial microinformá ca extraterrestre micro-ondas extrauterino micro-ônibus hidroavião micro-organismo hidroelétrica mul -infecção hidroginás ca mul -inse cida hidromassagem mul rracional hidrossanitário mul sserviço infra-assinado mul tarefa infracitado mul uso infraescrito mul vitamina infraestrutura neurocirurgião inframencionado pentacampeão 23 Acordo.indd 23 12/9/2008 11:27:06
  • 24. Consulta Rápida semioficial semirreta semissinté co suprassumo tele-educação tele-entrega semivogal telerresposta sobrecapa telerromance sobrecoxa telessena sobreloja telesserviço subchefe teleteatro subdiretor televendas subdiretoria tetracampeão subgerência tetracampeonato subgerente tricampeão subprefeito tricampeonato subprefeitura turbocompressor subsíndico turboélice subsolo ultraleve superalimentação ultramar supercampeão ultrarradical supercampeonato ultrarrápido supercraque ultrarrealista supermãe ultrarrevolucionário supersafra ultrarromân co supersecreto ultrassensível supersônico ultrassofis cado supracitado ultrassom suprapar dário ultrassonografia suprarrealista ultrassonográfico suprarrenal ultrassonógrafo suprassensível ultrassonoterapia ultravioleta 24 Acordo.indd 24 12/9/2008 11:27:06
  • 25. Bibliografia Consultada Referências bibliográficas SILVA, Maurício. O novo acordo ortográfico da língua portuguesa: o que muda, o que não muda. São Paulo: Contexto, 2008. Dicionário da Língua Portuguesa 2009 Porto - Editora Portugal Novíssima Gramá ca Ilustrada Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2008. 25 Acordo.indd 25 12/9/2008 14:55:31
  • 26. Acordo Ortográfico Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Resolução nº 17 de 7 de maio de 2008 Base I Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados 1.º O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula: a A (á) b B (bê) c C (cê) d D (dê) e E (é) f F (efe) g G (gê ou guê) h H (agá) i I (i) j J (jota) k K (capa ou cá) l L (ele) m M (eme) n N (ene) o O (ó) p P (pê) q Q (quê) r R (erre) s S (esse) t T (tê) u U (u) v V (vê) w W (dáblio) x X (xis) y Y (ípsilon) z Z (zê) 26 Acordo.indd 26 12/9/2008 11:27:06
  • 27. Acordo Ortográfico Obs.: 1 - Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u). 2 - Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar. 2.º As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais: a) Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kan smo, Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista; b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza, Kuwait, kuwai ano; Malawi, malawiano; c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K-potássio (de kalium) W-oeste (West); kg-quilograma, km-quilómetro, kW-kilowa , yd-jarda (yard); Wa . 3.º Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos derivados eru- ditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais dia- crí cos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: com sta, de Comte, garre ano, de Garre ; jeffersónia/jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller, shakespeariano, de Shakespeare. Os vocabulários autorizados registarão grafias alterna vas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal po de origem (a exemplo de fúcsia/fúchsia e deriva- dos, buganvília/buganvílea/bougainvíllea). 4.º Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomás cas da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar- se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo po, é invariavelmente mudo, elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, subs tui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith. 5.º As consoantes finais grafadas b, c, d, g e t mantêm-se, quer sejam mudas quer pro- feridas nas formas onomás cas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropóni- mos/antropônimos e topónimos/topônimos da tradição bíblica: Jacob, Job, Moab, Isaac, David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Josafat. Integram-se também nesta forma: Cid, em que o d é sempre pronunciado; Madrid e Valladolid, em que o d ora é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut, em que o t se encontra nas mesmas condições. Nada impede, entretanto, que dos antropónimos/antropônimos em apreço sejam usa- dos sem a consoante final Jó, Davi e Jacó. 6.º Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se subs tuam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam an gas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, subs tuído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Génève, por Genebra; Jutland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Munique; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc. 27 Acordo.indd 27 12/9/2008 11:27:06
  • 28. Acordo Ortográfico Base II Do h inicial e final 1.º O h inicial emprega-se: a) Por força da e mologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor; b) Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum! 2.º O h inicial suprime-se: a) Quando, apesar da e mologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbáceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita); b) Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglu- na ao precedente: biebdomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomem, reabilitar, reaver. 3.º O h inicial mantém-se, no entanto, quando numa palavra composta pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: an -higiénico/an -higiênico, contra-haste, pré-história, sobre-humano. 4.º O h final emprega-se em interjeições: ah! oh! Base III Da homofonia de certos grafemas consonân cos Dada a homofonia existente entre certos grafemas consonân cos, torna-se necessá- rio diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das palavras. É certo que a variedade das condições em que se fixam na escrita os grafemas consonân cos homófonos nem sempre permite fácil diferenciação dos casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que, diversamente, se deve empregar outra, ou outras, a representar o mesmo som. Nesta conformidade, importa notar, principalmente, os seguintes casos: 1.º Dis nção gráfica entre ch e x: achar, archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, pe- nacho, rachar, sachar, tacho; ameixa, anexim, baixel, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rou- xinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara. 2.º Dis nção gráfica entre g, com valor de frica va palatal, e j: adágio, alfageme, Álge- bra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estran- geiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem; adje vo, ajeitar, ajeru (nome de planta indiana e de uma espécie de papagaio), canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeová, jenipapo, jequiri, jequi bá, Jeremias, Jericó, je- rimum, Jerónimo, Jesus, jiboia1, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau, jiri , ji rana, laranjei- ra, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, 28 Acordo.indd 28 12/9/2008 11:27:06
  • 29. Acordo Ortográfico sujeito, trejeito. 3.º Dis nção gráfica entre as letras2 s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Assei- ceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (iden camente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar; acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, ce m, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo; açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçange, caçula, caraça, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, maçar, Moçambique, Mon- ção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Sei- ça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça, terço; auxílio, Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe. 4.º Dis nção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou interior) e x e z com idên co va- lor fónico/fônico: adestrar, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, es- pontâneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável; extensão, explicar, extraordinário, inextricável, inexperto, sextante, têx l; capazmente, infelizmente, velozmente. De acordo com esta dis nção convém notar dois casos: a) Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = s muda para s sempre que está precedido de i ou u: justapor, justalinear, misto, sis no (cf. Capela Sis na), Sisto, em vez de juxtapor, juxtalinear, mixto, six na, Sixto; b) Só nos advérbios em -mente se admite z, com valor idên co ao de s, em final de sílaba seguida de outra consoante (cf. capazmente, etc.); de contrário, o s toma sempre o lugar do z: Biscaia, e não Bizcaia; 5.º Dis nção gráfica entre s final de palavra e x e z com idên co valor fónico/fônico: aguarrás, aliás, anis, após, atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdês; cálix, Félix, Fénix, flux; assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substan vo e forma do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, ma z, pe z, Queluz, Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz. A pro- pósito, deve observar-se que é inadmissível z final equivalente a s em palavra não oxítona: Cádis, e não Cádiz. 6.º Dis nção gráfica entre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes so- noras: aceso, analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, brasão, Brasil, brisa, [Marco de] Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, em- presa, Ermesinde, Esposende, frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, lousa, Lousã, Luso (nome de lugar, homónimo/homônimo de Luso, nome mitológico), Matosinhos, Meneses, Narciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso, represa, Resende, sacerdo sa, Sesimbra, Sousa, surpresa, sana, transe, trânsito, vaso; exalar, exemplo, exibir, exorbitar, exuberante, inexato, inexorável; abalizado, alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina, búzio, come- zinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lambuzar, lezíria, Mou- zinho, proeza, sazão, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “jibóia”; cf. base IX, 3º. 29 2 - No texto oficial, por lapso, com vírgula indevida. Acordo.indd 29 12/9/2008 11:27:06
  • 30. Acordo Ortográfico Base IV Das sequências consonân cas 1.º O c, com valor de oclusiva velar, das sequências interiores cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (c com valor de sibilante), pç e pt, ora se conservam, ora se eliminam. Assim: a) Conservam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias cultas da língua: compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural; adepto, apto, díp co, erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto; b) Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudos nas pronúncias cultas da língua: ação, acionar, afe vo, aflição, aflito, ato, coleção, cole vo, direção, diretor, exato, objeção; adoção, adotar, ba zar, Egito, ó mo; c) Conservam-se ou eliminam-se faculta vamente, quando se proferem numa pronún- cia culta, quer geral quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, re- cepção e receção; d) Quando, nas sequências interiores mpc, mpç e mpt se eliminar o p de acordo com o determinado nos parágrafos precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respe vamente, nc, nç e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpção e assunção; assump vel e assun - vel; peremptório e perentório, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade. 2.º Conservam-se ou eliminam-se, faculta vamente, quando se proferem numa pro- núncia culta, quer geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: o b da sequência bd, em súbdito; o b da sequência bt, em sub l e seus derivados; o g da sequência gd, em amígdala, amigdalácea, amigdalar, amigdalato, amig- dalite, amigdaloide1, amigdalopa a, amigdalotomia; o m da sequência mn, em amnis a, amnis ar, indemne, indemnidade, indemnizar, omnímodo, omnipotente, omnisciente, etc.; o t da sequência tm, em aritmé ca e aritmé co. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “amigdalóide”; cf. base IX, 3º. Base V Das vogais átonas 1.º O emprego do e e do i, assim como o do o e do u, em sílaba átona, regula-se fun- damentalmente pela e mologia e por par cularidades da história das palavras. Assim se estabelecem variadíssimas grafias: a) Com e e i: ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, balnear, boreal, campeão, cardeal (prelado, ave, planta; diferente de cardial = «rela vo à cárdia»), Ceará, côdea, ensea- da, enteado, Floreal, janeanes, lêndea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leote, linear, meão, melhor, nomear, peanha, quase (em vez de quási), real, semear, semelhante, vár- zea; ameixial, Ameixieira, amial, amieiro, arrieiro, ar lharia, capitânia, cordial (adje vo e 30 Acordo.indd 30 12/9/2008 11:27:06
  • 31. Acordo Ortográfico substan vo), corriola, crânio, criar, diante, diminuir, Dinis, ferregial, Filinto, Filipe (e iden - camente Filipa, Filipinas, etc.), freixial, giesta, Idanha, igual, imiscuir-se, inigualável, lam- pião, limiar, Lumiar, lumieiro, pá o, pior, gela, jolo, Vimieiro, Vimioso; b) Com o e u: abolir, Alpendorada, assolar, borboleta, cobiça, consoada, consoar, costu- me, díscolo, êmbolo, engolir, epístola, esbaforir-se, esboroar, farândola, femoral, Freixoei- ra, girândola, goela, jocoso, mágoa, névoa, nódoa, óbolo, Páscoa, Pascoal, Pascoela, polir, Rodolfo, távoa, tavoada, távola, tômbola, veio (substan vo e forma do verbo vir); açular, água, aluvião, arcuense, assumir, bulir, camândulas, cur r, curtume, embu r, entupir, fé- mur/fêmur, stula, glândula, ínsua, jucundo, légua, Luanda, lucubração, lugar, mangual, Manuel, míngua, Nicarágua, pontual, régua, tábua, tabuada, tabuleta, trégua, vitualha. 2.º Sendo muito variadas as condições e mológicas e histórico-foné cas em que se fixam graficamente e e i ou o e u em sílaba átona, é evidente que só a consulta dos voca- bulários ou dicionários pode indicar, muitas vezes, se deve empregar-se e ou i, se o ou u. Há, todavia, alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistema zado. Convém fixar os seguintes: a) Escrevem-se com e, e não com i, antes da sílaba tónica/tônica, os substan vos e adje vos que procedem de substan vos terminados em -eio e -eia, ou com eles estão em relação direta. Assim se regulam: aldeão, aldeola, aldeota por aldeia; areal, areeiro, are- ento, Areosa por areia; aveal por aveia; baleal por baleia; cadeado por cadeia; candeeiro por candeia; centeeira e centeeiro por centeio; colmeal e colmeeiro por colmeia; correada e correame por correia; b) Escrevem-se igualmente com e, antes de vogal ou ditongo da sílaba tónica/tônica, os derivados de palavras que terminam em e acentuado (o qual pode representar um an go hiato: ea, ee): galeão, galeota, galeote, de galé; coreano, de Coreia; daomeano, de Daomé; guineense, de Guiné; poleame e poleeiro, de polé; c) Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba tónica/tônica, os adje vos e subs- tan vos derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula -iano e -iense, os quais são o resultado da combinação dos sufixos -ano e -ense com um i de origem analógica (baseado em palavras onde -ano e -ense estão precedidos de i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duriense, flaviense, etc.): açoriano, acriano (de Acre), camonia- no, goisiano (rela vo a Damião de Góis), siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense [de Torre(s)]; d) Uniformizam-se com as terminações -io e -ia (átonas), em vez de -eo e -ea, os subs- tan vos que cons tuem variações, ob das por ampliação, de outros substan vos termi- nados em vogal: cúmio (popular), de cume; hás a, de haste; rés a, do an go reste; vés a, de veste; e) Os verbos em -ear podem dis nguir-se pra camente grande número de vezes dos verbos em -iar, quer pela formação, quer pela conjugação e formação ao mesmo tempo. Estão no primeiro caso todos os verbos que se prendem a substan vos em -eio ou -eia (sejam formados em português ou venham já do la m); assim se regulam: aldear, por al- deia; alhear, por alheio; cear, por ceia; encadear, por cadeia; pear, por peia; etc. Estão no segundo caso todos os verbos que têm normalmente flexões rizotónicas/rizotônicas em -eio, -eias, etc.: clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear, hastear, nomear, semear, etc. Existem, no entanto, verbos em -iar, ligados a substan vos com as termina- 31 Acordo.indd 31 12/9/2008 11:27:07
  • 32. Acordo Ortográfico ções átonas -ia ou -io, que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou premio (cf. prémio/prêmio), etc.; f) Não é lícito o emprego do u final átono em palavras de origem la na. Escreve-se, por isso: moto, em vez de mótu (por exemplo, na expressão de moto próprio); tribo, em vez de tríbu; g) Os verbos em -oar dis nguem-se pra camente dos verbos em -uar pela sua conjuga- ção nas formas rizotónicas/rizotônicas, que têm sempre o na sílaba acentuada: abençoar com o, como abençoo, abençoas, etc.; destoar, com o, como destoo, destoas, etc.; mas acentuar, com u, como acentuo, acentuas, etc. Base VI Das vogais nasais Na representação das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos: 1.º Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim de elemento seguido de hífen, representa-se a nasalidade pelo l, se essa vogal é de mbre a; por m, se possui qualquer outro mbre e termina a palavra; e por n, se é de mbre diverso de a e está seguida de s: afã, grã, Grã-Bretanha, lã, órfã, sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que são-brasense = de S. Brás de Alportel); clarim, tom, vacum; flau ns, semitons, zunzuns. 2.º Os vocábulos terminados em -ã transmitem esta representação do a nasal aos advérbios em -mente que deles se formem, assim como a derivados em que entrem su- fixos iniciados por z: cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo, maçãzita, manhãzinha, romãzeira. Base VII Dos ditongos 1.º Os ditongos orais, que tanto podem ser tónicos/tônicos como átonos, distribuem- se por dois grupos gráficos principais, conforme o segundo elemento do ditongo é repre- sentado por i ou u: ai, ei, éi, ui; au, eu, éu, iu, ou; braçais, caixote, deveis, eirado, farnéis (mas farneizinhos), goivo, goivar, lençóis (mas lençoizinhos)1, tafuis, uivar; cacau, cacauei- ro, deu, endeusar, ilhéu (mas ilheuzito), mediu, passou, regougar. Obs.: Admitem-se, todavia, excecionalmente à parte destes dois grupos, os ditongos grafados ae (= âi ou ai) e ao (= âu ou au): o primeiro, representado nos antropónimos/ antropônimos Caetano e Caetana, assim como nos respe vos2 derivados e compostos (caetaninha, são-caetano, etc.); o segundo, representado nas combinações da prepo- sição a com as formas masculinas do ar go ou pronome demonstra vo o, ou seja, ao e aos. 2.º Cumpre fixar, a propósito dos ditongos orais, os seguintes preceitos par culares: a) É o ditongo grafado ui, e não a sequência vocálica grafada ue, que se emprega nas formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indica vo e igualmente na da 2.ª pessoa do singular do impera vo dos verbos em -uir: cons tuis, influi, retribui. Harmonizam-se, portanto, essas formas com todos os casos de ditongo grafado ui de sílaba final ou fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e ficam assim em paralelo 32 Acordo.indd 32 12/9/2008 11:27:07
  • 33. Acordo Ortográfico gráfico-foné co com as formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indica- vo e de 2.ª pessoa do singular do impera vo dos verbos em -air e em -oer: atrais, cai, sai; móis, remói, sói; b) É o ditongo grafado ui que representa sempre, em palavras de origem la na, a união de um u a um i átono seguinte. Não divergem, portanto, formas como fluido de formas como gratuito. E isso não impede que nos derivados de formas daquele po as vogais grafadas u e i se separem: fluídico, fluidez (u-i); c) Além dos ditongos orais propriamente ditos, os quais são todos decrescentes, ad- mite-se, como é sabido, a existência de ditongos crescentes. Podem considerar-se no nú- mero deles as sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas, tais as que se representam graficamente por ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo: áurea, áureo, calúnia, espécie, exímio, mágoa, míngua, ténue/tênue, tríduo. 3.º Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem ser tónicos/tônicos como átonos, pertencem graficamente a dois pos fundamentais: ditongos representados por vogal com l e semivogal; ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m. Eis a indicação de uns e outros: a) Os ditongos representados por vogal com l e semivogal são quatro, considerando-se apenas a língua padrão contemporânea: ãe (usado em vocábulos oxítonos e derivados), ãi (usado em vocábulos anoxítonos e derivados), ão e õe. Exemplos: cães, Guimarães, mãe, mãezinha; cãibas, cãibeiro, cãibra, zãibo; mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotãozi- nho, tão; Camões, orações, oraçõezinhas, põe, repões. Ao lado de tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o ditongo ui; mas este, embora se exemplifique numa forma popular como rui = ruim, representa-se sem o l nas formas muito e mui, por obediência à tradi- ção; b) Os ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m são dois: am e em. Divergem, porém, nos seus empregos: i) am (sempre átono) só se emprega em flexões verbais: amam, deviam, escreveram, puseram; ii) em (tónico/tônico, ou átono) emprega-se em palavras de categorias morfológicas di- versas, incluindo flexões verbais, e pode apresentar variantes gráficas determinadas pela posição, pela acentuação ou, simultaneamente, pela posição e pela acentuação: bem, Bembom, Bemposta, cem, devem, nem, quem, sem, tem, virgem; Bencanta, Benfeito, Ben- fica, benquisto, bens, enfim, enquanto, homenzarrão, homenzinho, nuvenzinha, tens, vir- gens, amém (variação de ámen), armazém, convém, mantém, ninguém, porém, Santarém, também; convêm, mantêm, têm (3.as pessoas do plural); armazéns, desdéns, convéns, reténs, Belenzada, vintenzinho. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, não consta a referência aos ditongos orais oi e ói, apesar de constarem no exemplário. 2 - No texto oficial, por lapso, “respec vos”; cf. base IV, 1.º, alínea b. Base VIII Da acentuação gráfica das palavras oxítonas 33 Acordo.indd 33 12/9/2008 11:27:07
  • 34. Acordo Ortográfico 1.º Acentuam-se com acento agudo: a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s), dominó(s), paletó(s), só(s). Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geral- mente provenientes do francês, esta vogal, por ser ar culada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê1, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, ma né ou ma nê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê. O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró (letra do alfabeto grego) e rô. São igualmente admi das formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro; b) As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clí cos ou lo(s), la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e per- da das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) [de adorar-lo(s)], dá-la(s) [de dar-la(s) ou dá(s)-la(s)], fá-lo(s) [de faz-lo(s)], fá-lo(s)-ás [de far-lo(s)-ás], habitá-la(s)-iam [de habitar-la(s)-iam], trá-la(s)-á [de trar-la(s)-á)]; c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal grafado -em (exceto2 as formas da 3.ª pessoa do plural do presente do indica vo dos compostos de ter e vir: retêm, sustêm; advêm, provêm; etc.) ou -ens: acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também; d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados -éi, -éu ou -ói, podendo es- tes dois úl mos ser seguidos ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis. 2.º Acentuam-se com acento circunflexo: a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou não de -s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s); b) As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clí cos -lo(s) ou -la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: detê-lo(s) [de deter-lo(s)], fazê-la(s) [de fazer-la(s)], fê-lo(s) [de fez-lo(s)], vê-la(s) [de ver-la(s)], compô-la(s) [de com- por-la(s)], repô-la(s) [de repor-la(s)], pô-la(s) [de por-la(s) ou pôs-la(s)]. 3.º Prescinde-se de acento gráfico para dis nguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/heterofônicas, do po de cor (ô), substan vo, e cor (ó), elemento da locu- ção de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substan vo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a dis nguir da preposição por. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “ou bidé ou bidê”. 2 - No texto oficial, por lapso, “excepto”; cf. base IV, 1.º, alínea b. 34 Acordo.indd 34 12/9/2008 11:27:07
  • 35. Acordo Ortográfico Base IX Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas 1.º As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; des- cobrimento, graficamente, moçambicano. 2.º Recebem, no entanto, acento agudo: a) As palavras paroxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras exceções, as respe vas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis)1, dúc l (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), rép l (pl. répteis; var. rep l, pl. rep s); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. car- mes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl.2 líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lumens); açúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ajax, córtex (pl. córtex; var. cór ce, pl. cór ces), índex (pl. índex3; var. índice, pl. índices), tórax (pl.4 tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicí- pites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes). Obs.: Muito poucas palavras deste po, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de mbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fémur e fêmur, vómer e vômer, Fénix e Fênix, ónix e ônix; b) As palavras paroxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns, ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órfão (pl. órfãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (pl. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (pl. álbuns), fórum (pl. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.). Obs.: Muito poucas paroxítonas deste po, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscila- ção de mbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus. 3.º Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua ar culação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, boia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina. 4.º É faculta vo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indica vo, do po amámos, louvámos, para as dis nguir das correspondentes formas 35 Acordo.indd 35 12/9/2008 14:59:22
  • 36. Acordo Ortográfico do presente do indica vo (amamos, louvamos), já que o mbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português. 5.º Recebem acento circunflexo: a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r ou -x, assim como as respe vas formas do plu- ral, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têx l (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax (sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices); b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever), fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têx l); dândi(s), Mênfis; ânus; c) As formas verbais têm e vêm, 3.as pessoas do plural do presente do indica vo de ter e vir, que são fone camente paroxítonas (respe vamente /tãjãj/, /vãjãj/ ou /tÉÉj/, /vÉÉj/, ou ainda /tÉjÉj/, /vÉjÉj/; cf. as an gas grafias preteridas, tÉem, vÉem), a fim de dis ngui- rem de tem e vem, 3.as pessoas do singular do presente do indica vo ou 2.as pessoas do singular do impera vo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abs- têm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), descon- vêm (cf. desconvém), detêm (cf. detém), entretêm (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém)5. Obs.: Também neste caso são preteridas as an gas grafias detÉem, intervÉem, man- tÉem, provÉem, etc. 6.º Assinalam-se com acento circunflexo: a) Obrigatoriamente, pôde (3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indica vo), que se dis ngue da correspondente forma do presente do indica vo (pode); b) Faculta vamente, dêmos (1.ª pessoa do plural do presente do conjun vo), para se dis nguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indica vo (demos); fôrma (substan vo), dis nta de forma (substan vo; 3.ª pessoa do singular do presente do indi- ca vo ou 2.ª pessoa do singular do impera vo do verbo formar). 7.º Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3.ª pessoa do plural do presente do indica vo ou do conjun vo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descre- em, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem. 8.º Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tônica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substan vo e flexão de en- joar, povoo, flexão de povoar, voo, substan vo e flexão de voar, etc. 9.º Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para dis nguir palavras paroxítonas que, tendo respe vamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são ho- mógrafas de palavras proclí cas. Assim, deixam de se dis nguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substan vo e flexão de pelar, e pela(s), 36 Acordo.indd 36 12/9/2008 11:27:07
  • 37. Acordo Ortográfico combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, e pelo(s) (ê), substan vo ou combi- nação de per e lo(s); polo(s) (ó), substan vo, e polo(s), combinação an ga e popular de por e lo(s); etc. 10.º Prescinde-se igualmente de acento gráfico para dis nguir paroxítonas homógra- fas heterofónicas/heterofônicas do po de acerto (ê), substan vo e acerto (é), flexão de acertar; acordo (ô), substan vo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substan vo, advérbio e elemento da locução preposi va cerca de, e cerca (é), flexão de cercar; coro (ô), substan vo, e coro (ó), flexão de corar; deste (ê), contração da preposição de com o demonstra vo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advér- bio, interjeição e substan vo; piloto (ô), substan vo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, sem vírgula. 2 - Plural único já no texto oficial, contrariamente a casos análogos referenciados (cármen, dólmen, éden, lúmen). 3 - No texto oficial, por lapso, “index”. 4 - Plural duplo já no texto oficial, contrariamente a casos análogos referenciados (córtex, índex). 5 - No texto oficial, por lapso, “(cf. sobrevém.”. Base X Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas 1.º As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde que não cons tuam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís1 (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (id.), baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc. 2.º As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, cons - tuem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de2 nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, cons tuinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair3, demiurgo4, influir, influirmos, juiz, raiz, etc. 3.º Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais clí cas -lo(s), -la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s) [de atrair-lo(s)]; atraí-lo(s)-ia [de atrair-lo(s)-ia5]; possuí-la(s) [de possuir-la(s)]; possuí-la(s)-ia [de possuir-la(s)-ia6]. 4.º Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia). 5.º Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, pre- cedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. 37 Acordo.indd 37 12/9/2008 11:27:07
  • 38. Acordo Ortográfico Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acen- to agudo: cauim. 6.º Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quan- do precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul). 7.º Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. Os verbos do po de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exem- plo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delinquís7) ou têm as formas ri- zotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, ave- ríguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam). Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir (a ngir, cingir, constringir, infringir, ngir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do u (dis nguir, ex nguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (a njo, a nja, a nge, a ngimos, etc.; dis ngo, dis nga, dis ngue, dis nguimos, etc.). ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, com vírgula indevida. 2 - No texto oficial, por lapso, refere-se “nh” e os exemplos “bainha, moinho, rainha” (que aqui foram eli- minados e que jus ficariam um ar go à parte), mas nh não pode ocorrer em final de sílaba, isto é, tem de ser ataque de sílaba e não pode cons tuir sílaba com a vogal anterior. 3 - No texto oficial, por lapso, com grafia desformatada. 4 - No texto oficial, por lapso, com grafia desformatada. 5 - No texto oficial, por lapso, com parêntese indevido. 6 - No texto oficial, por lapso, com parêntese indevido. 7 - Acentuação gráfica já no texto oficial, provavelmente para dis nguir esta forma verbal da segunda pessoa do singular (delinquis, cuja grafia passa a prescindir de acento gráfico), apesar de nenhuma base do presente Acordo o jus ficar. Base XI Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas 1.º Levam acento agudo: a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais aber- tas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáus- co, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plás co, prosélito, público, rús co, tétrico, úl mo; b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/ tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas pra camente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náu- 38 Acordo.indd 38 12/9/2008 11:27:07
  • 39. Acordo Ortográfico sea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo. 2.º Levam acento circunflexo: a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôn co, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêu ca, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego; b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/tônica e terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas pra - camente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio. 3.º Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são se- guidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu mbre é, respe vamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/ anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topó- nimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fê- mea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue. Base XII Do emprego do acento grave 1.º Emprega-se o acento grave: a) Na contração da preposição a com as formas femininas do ar go ou pronome de- monstra vo o: à (de a + a), às (de a + as); b) Na contração da preposição a com os demonstra vos aquele, aquela, aqueles, aque- las e aquilo ou ainda da mesma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões: àquele(s), àquela(s), àquilo; àqueloutro(s), àqueloutra(s). Base XIII Da supressão dos acentos em palavras derivadas 1.º Nos advérbios em -mente, derivados de adje vos com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos: avidamente (de ávido), debilmente (de débil), facilmente (de fácil), habilmente (de hábil), ingenuamente (de ingénuo), lucidamente (de lúcido), mamente (de má), somente (de só), unicamente (de único), etc.; candidamente (de cândido), cortesmen- te (de cortês), dinamicamente (de dinâmico), espontaneamente (de espontâneo), portu- guesmente (de português), roman camente (de român co). 2.º Nas palavras derivadas que contêm sufixos iniciados por z e cujas formas de base apresentam vogal tónica/tônica com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos: aneizinhos (de anéis), avozinha (de avó), bebezito (de bebé), cafezada (de café), chapeu- zinho (de chapéu), chazeiro (de chá), heroizito (de herói), ilheuzito (de ilhéu), mazinha (de má), orfãozinho (de órfão), vintenzito (de vintém), etc.; avozinho (de avô), bençãozinha (de bênção), lampadazita (de lâmpada), pessegozito (de pêssego). 39 Acordo.indd 39 12/9/2008 11:27:07
  • 40. Acordo Ortográfico Base XIV Do trema O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou apor- tuguesadas. Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separação de duas vo- gais que normalmente formam ditongo: saudade, e não saüdade, ainda que tetrassílabo; saudar, e não saüdar, ainda que trissílabo; etc. Em virtude desta supressão, abstrai-se de sinal especial, quer para dis nguir, em sílaba átona, um i ou um u de uma vogal da sílaba anterior, quer para dis nguir, também em sílaba átona, um i ou um u de um ditongo precedente, quer para dis nguir, em sílaba tónica/tônica ou átona, o u de gu ou de qu de um e ou i seguintes: arruinar, cons tuiria, depoimento, esmiuçar, faiscar, faulhar, oleicultura, paraibano, reunião; abaiucado, auiqui, caiuá, cauixi, piauiense; aguentar, anguiforme, arguir, bilíngue (ou bilingue), lingueta, lin- guista, linguís co; cinquenta, equestre, frequentar, tranquilo, ubiquidade. Obs.: Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a base I, 3.º, em palavras deriva- das de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc. Base XV Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares 1.º Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm for- mas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adje val, numeral ou verbal, cons tuem uma unidade sintagmá ca e semân ca e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, o-avô, turma- -piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiá co, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasilei- ro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca- pé, guarda-chuva. Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglu nadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc. 2.º Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos compostos iniciados pelos adje vos grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por ar go: Grã-Breta- nha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mou- ros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor- o-Novo, Trás-os-Montes. Obs.: Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem-se com os elementos se- parados, sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta, etc. O topónimo/topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consa- grada pelo uso. 3.º Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoo- lógicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-me- nina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde; bênção-de-deus1, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro, 40 Acordo.indd 40 12/9/2008 15:01:27
  • 41. Acordo Ortográfico fava-de-santo-inácio; bem-me-quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca; andorinha-do-mar, cobra- d’água, lesma-de-conchinha; bem-te-vi (nome de um pássaro). 4.º Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes segue uma unidade sintagmá ca e semân ca e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglu nar com palavras começadas por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto). Obs.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglu nado com o segundo ele- mento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc. 5.º Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-Atlân co, além-mar, além-fronteiras; aquém-mar, aquém-Pirenéus; recém-casado, recém-nascido; sem-cerimónia, sem-número, sem-vergonha. 6.º Nas locuções de qualquer po, sejam elas substan vas, adje vas, pronominais, ad- verbiais, preposi vas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor- -de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa). Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções: a) Substan vas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar; b) Adje vas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho; c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja; d) Adverbiais: à parte (note-se o substan vo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso; e) Preposi vas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a; f) Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que. 7.º Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combi- nam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares ( po: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra- -Porto, a ligação Angola-Moçambique) e bem assim nas combinações históricas ou oca- sionais de topónimos/topônimos ( po: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc.). ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “benção-de-deus”. 41 Acordo.indd 41 12/9/2008 15:00:57
  • 42. Acordo Ortográfico Base XVI Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação 1.º Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, an -, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e em formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos pre- fixos, de origem grega e la na (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, mul -, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.), só se emprega o hífen nos seguintes casos: a) Nas formações em que o segundo elemento começa por1 h: an -higiénico/an - higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmónico/contra-harmônico, extra-hu- mano, pré-história, sub-hepá co, super-homem, ultra-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro- higrómetro, geo-história, neo-helénico/neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar. Obs.: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc.; b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: an -ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto-observação, eletro-ó ca, micro-onda, semi-interno. Obs.: Nas formações com o prefixo co-, este aglu na-se em geral com o segundo ele- mento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc.; c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento come- ça por vogal, m ou n [além de h, caso já considerado atrás na alínea a)]: circum-escolar, circum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-mágico, pan-negritude; d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com ele- mentos iniciados por r: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista; e) Nas formações com os prefixos ex- (com o sen do de estado anterior ou cessamen- to), sota-, soto-, vice- e vizo-: ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex- primeiro-ministro, ex-rei; sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei; f) Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglu nam com o elemento seguinte): pós-gradua- ção, pós-tónico/pós-tônico (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover). 2.º Não se emprega, pois, o hífen: a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prá ca aliás já ge- neralizada em palavras deste po pertencentes aos domínios cien fico e técnico. Assim: an rreligioso, an ssemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradio- grafia; 42 Acordo.indd 42 12/9/2008 11:27:07
  • 43. Acordo Ortográfico b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente, prá ca esta em geral já adotada também para os termos técnicos e cien ficos. Assim: an aéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual. 3.º Nas formações por sufixação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adje vas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quan- do a pronúncia exige a dis nção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “hor”. Base XVII Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver 1.º Emprega-se o hífen na ênclise e na tmese: amá-lo, dá-se, deixa-o, par r-lhe; amá- -lo-ei, enviar-lhe-emos. 2.º Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indica vo do verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc. Obs.: 1 - Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer, em vez de quere e requere, estas úl mas formas conservam-se, no entanto, nos casos de ênclise: quere-o(s), requere-o(s). Nestes contextos, as formas (legí mas, aliás) qué-lo e requé-lo são pouco usadas. 2 - Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclí cas ao advérbio eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do po no-lo, vo-las, quando em próclise (por exemplo: esperamos que no-lo comprem). Base XVIII Do apóstrofo 1.º São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo: a) Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contração ou aglu nação vo- cabular, quando um elemento ou fração respe va pertence propriamente a um conjunto vocabular dis nto: d’ Os Lusíadas, d’ Os Sertões; n’ Os Lusíadas, n’ Os Sertões; pel’ Os Lu- síadas, pel’ Os Sertões. Nada obsta, contudo, a que estas escritas sejam subs tuídas por empregos de preposições íntegras, se o exigir razão especial de clareza, expressividade ou ênfase: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas, por Os Lusíadas, etc. As cisões indicadas são análogas às dissoluções gráficas que se fazem, embora sem emprego do apóstrofo, em combinações da preposição a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares imediatos: a A Relíquia, a Os Lusíadas (exemplos: importância atri- buída a A Relíquia; recorro a Os Lusíadas). Em tais casos, como é óbvio, entende-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação foné ca: a A = à, a Os = aos, etc.; b) Pode cindir-se por meio do apóstrofo uma contração ou aglu nação vocabular, 43 Acordo.indd 43 12/9/2008 15:02:32
  • 44. Acordo Ortográfico quando um elemento ou fração respe va é forma pronominal e se lhe quer dar realce com o uso da maiúscula: d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele, d’O, n’O, pel’O, m’O, t’O, lh’O, casos em que a segunda parte, forma masculina, é aplicável a Deus, a Jesus, etc.; d’Ela, n’Ela, d’Aquela, n’Aquela, d’A, n’A, pel’A, m’A, t’A, lh’A, casos em que a segunda parte, for- ma feminina, é aplicável à mãe de Jesus, à Providência, etc. Exemplos frásicos: confiamos n’O que nos salvou; esse milagre revelou m’O; está n’Ela a nossa esperança; pugnemos pel’A que é nossa padroeira. À semelhança das cisões indicadas, pode dissolver-se graficamente, posto que sem uso do apóstrofo, uma combinação da preposição a com uma forma pronominal realçada pela maiúscula: a O, a Aquele, a Aquela (entendendo-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação foné ca: a O = ao, a Aquela = àquela, etc.). Exemplos frásicos: a O que tudo pode, a Aquela que nos protege; c) Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas santo e santa a nomes do hagioló- gio, quando importa representar a elisão das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago, etc. É, pois, correto escrever: Calçada de Sant’Ana, Rua de Sant’Ana; culto de Sant’Iago, Ordem de Sant’Iago. Mas, se as ligações deste género, como é o caso destas mesmas Sant’Ana e Sant’Iago, se tornam perfeitas unidades mórficas, aglu nam-se os dois elementos: Fula- no de Santana, ilhéu de Santana, Santana de Parnaíba; Fulano de San ago, ilha de San a- go, San ago do Cacém. Em paralelo com a grafia Sant’Ana e congéneres, emprega-se também o apóstrofo nas ligações de duas formas antroponímicas, quando é necessário indicar que na primeira se elide um o final: Nun’Álvares, Pedr’Eanes. Note-se que nos casos referidos as escritas com apóstrofo, indica vas de elisão, não impedem, de modo algum, as escritas sem apóstrofo: Santa Ana, Nuno Álvares, Pedro Álvares, etc.; d) Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a elisão do e da preposição de, em combinação com os substan vos: borda-d’água, cobra-d’água, copo-d’água, estrela-d’alva, galinha-d’água, mãe-d’água, pau-d’água, pau-d’alho, pau- -d’arco, pau-d’óleo. 2.º São os seguintes os casos em que não se usa o apóstrofo: Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações das preposições de e em com as formas do ar go definido, com formas pronominais diversas e com formas adverbiais [ex- cetuando1 o que se estabelece em 1.º,a), e 1.º,b)]. Tais combinações são representadas: a) Por uma só forma vocabular, se cons tuem, de modo fixo, uniões perfeitas: i) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta, destes, destas, disto; desse, dessa, desses, dessas, disso; daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro, destoutra, destoutros, destoutras; dessoutro, dessoutra, dessoutros, dessoutras; daque- loutro, daqueloutra, daqueloutros, daqueloutras; daqui; daí; dali; dacolá; donde; dantes (= an gamente); ii) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nesta, nestes, nestas, nisto; nesse, nes- sa, nesses, nessas, nisso; naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro, nes- toutra, nestoutros, nestoutras; nessoutro, nessoutra, nessoutros, nessoutras; naqueloutro, 44 Acordo.indd 44 12/9/2008 15:02:59
  • 45. Acordo Ortográfico naqueloutra, naqueloutros, naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, noutra, nou- tros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma, nalguns, nalgumas, nalguém; b) Por uma ou duas formas vocabulares, se não cons tuem, de modo fixo, uniões per- feitas (apesar de serem correntes com esta feição em algumas pronúncias): de um, de uma, de uns, de umas, ou dum, duma, duns, dumas; de algum, de alguma, de alguns, de algumas, de alguém, de algo, de algures, de alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dal- gumas, dalguém, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de outra, de outros, de outras, de outrem, de outrora, ou doutro, doutra, doutros, doutras, doutrem, doutrora; de aquém ou daquém; de além ou dalém; de entre ou dentre. De acordo com os exemplos deste úl mo po, tanto se admite o uso da locução adver- bial de ora avante como do advérbio que representa a contração dos seus três elementos: doravante. Obs.: Quando a preposição de se combina com as formas ar culares ou pronominais o, a, os, as, ou com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construções de infini vo, não se emprega o após- trofo, nem se funde a preposição com a forma imediata, escrevendo-se estas duas sepa- radamente: a fim de ele compreender; apesar de o não ter visto; em virtude de os nossos pais serem bondosos; o facto de o conhecer; por causa de aqui estares. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “exceptuando”; cf. base IV, 1.º, alínea b. Base XIX Das minúsculas e maiúsculas 1.º A letra minúscula inicial é usada: a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes; b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera; c) Nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele con- dos, tudo em grifo): O Senhor do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor; d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano; e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoes- te); f) Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena); g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, também com maiúscula): português (ou Português), matemá ca (ou Matemá ca); lín- guas e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas). 2.º A letra maiúscula inicial é usada: 45 Acordo.indd 45 12/9/2008 11:27:07
  • 46. Acordo Ortográfico a) Nos antropónimos/antropônimos, reais ou fic cios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote; b) Nos topónimos/topônimos, reais ou fic cios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janei- ro, Atlân da, Hespéria; c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno/Ne- tuno; d) Nos nomes que designam ins tuições: Ins tuto de Pensões e Aposentadorias da Pre- vidência Social; e) Nos nomes de festas e fes vidades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos; f) Nos tulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo (ou S. Paulo); g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordes- te, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiá co; h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O; Sr., V. Ex.ª; i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquica- mente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Posi vista), de edi cios (palácio ou Palácio da Cultura, edi cio ou Edi cio Azevedo Cunha). Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica, etc.), promanadas de en dades cien ficas ou normalizadoras reconhecidas internacio- nalmente. Base XX Da divisão silábica A divisão silábica, que em regra se faz pela soletração (a-ba-de, bru-ma, ca-cho, lha- no, ma-lha, ma-nha, má-xi-mo, ó-xi-do, ro-xo, tme-se), e na qual, por isso, se não tem de atender aos elementos cons tu vos dos vocábulos segundo a e mologia (a-ba-li-e- nar, bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co, e-xâ-ni-me, hi-pe-ra-cús- -co1, i-ná-bil, o-bo-val, su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários preceitos par culares, que rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a par ção de uma palavra: 1.º São indivisíveis no interior de palavra, tal como inicialmente, e formam, portanto, sílaba para a frente as sucessões de duas consoantes que cons tuem perfeitos grupos, ou seja2 (com exceção apenas de vários compostos cujos prefixos terminam em b ou d: ab- legação, ad- ligar, sub- lunar, etc., em vez de a- blegação, a- dligar, su- blunar, etc.) 46 Acordo.indd 46 12/9/2008 11:27:07
  • 47. Acordo Ortográfico aquelas sucessões em que a primeira consoante é uma labial, uma velar, uma dental ou uma labiodental e a segunda um l ou um r: a- blução, cele- brar, du- plicação, re- primir, a- clamar, de- creto, de- glu ção, re- grado; a- tlé co, cáte- dra, períme- tro; a- fluir, a- fri- cano, ne- vrose. 2.º São divisíveis no interior da palavra as sucessões de duas consoantes que não cons- tuem propriamente grupos e igualmente as sucessões de m ou n, com valor de nasali- dade, e uma consoante: ab- dicar, Ed- gardo, op- tar, sub- por, ab- soluto, ad- je vo, af- ta, bet- samita, íp- silon, ob- viar, des- cer, dis- ciplina, flores- cer, nas- cer, res- cisão; ac- ne, ad- mirável, Daf- ne, diafrag- ma, drac- ma, ét- nico, rit- mo, sub- meter, am- nésico, inte- ram- nense; bir- reme, cor- roer, pror- rogar, as- segurar, bis- secular, sos- segar, bissex- to, contex- to, ex- citar, atroz- mente, capaz- mente; infeliz- mente; am- bição, desen- ganar, en- xame, man- chu, Mân- lio, etc. 3.º As sucessões de mais de duas consoantes ou de m ou n, com o valor de nasalidade, e duas ou mais consoantes são divisíveis por um de dois meios: se nelas entra um dos grupos que são indivisíveis (de acordo com o preceito 1.º), esse grupo forma sílaba para diante, ficando a consoante ou consoantes que o precedem ligadas à sílaba anterior; se nelas não entra nenhum desses grupos, a divisão dá-se sempre antes da úl ma consoan- te. Exemplos dos dois casos: cam- braia, ec- lipse, em- blema, ex- plicar, in- cluir, ins- crição, subs- crever, trans- gredir, abs- tenção, disp- neia, inters- telar, lamb- dacismo, sols- cial, Terp- sícore, tungs- ténio. 4.º As vogais consecu vas que não pertencem a ditongos decrescentes (as que perten- cem a ditongos deste po nunca se separam: ai- roso, cadei- ra, ins - tui, ora- ção, sacris- tães, traves- sões) podem, se a primeira delas não é u precedido de g ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na escrita: ala- úde, áre- as, ca- apeba, co- or- denar, do-er, flu- idez, perdo- as, vo-os. O mesmo se aplica aos casos de con guidade de ditongos, iguais ou diferentes, ou de ditongos e vogais: cai- ais, cai- eis, ensai- os, flu- iu. 5.º Os digramas3 gu e qu, em que o u se não pronuncia, nunca se separam da vogal ou ditongo imediato (ne- gue, ne- guei; pe- que, pe- quei), do mesmo modo que as com- binações gu e qu em que o u se pronuncia: á- gua4, ambí- guo, averi- gueis, longín- quos, lo- quaz, quais- quer. 6.º Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a par ção coincide com o final de um dos elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repe r-se o hífen no início da linha imediata: ex- -al- feres, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante. ________________________________________ 1 - No texto oficial, por lapso, “hi-pe-ra-cú-s -co”. 2 - No texto oficial, por lapso, “ou sejam”. 3 - No texto oficial, por lapso, “diagramas”. 4 - No texto oficial, por lapso, “à- gua”. 47 Acordo.indd 47 12/9/2008 11:27:07
  • 48. Acordo Ortográfico Base XXI Das assinaturas e firmas Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou re- gisto legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e tulos que estejam inscritos em registo público. Fonte Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: www.priberam.pt 48 Acordo.indd 48 12/9/2008 14:55:49