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Análise Combinatória
Introdução  Foi a necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos chamados jogos de azar que levou ao desenvolvimento da Análise Combinatória, parte da Matemática que estuda os métodos de contagem. Esses estudos foram iniciados já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana  (1500-1557), conhecido como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662) .A Análise Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar - de uma forma indireta - o número de elementos de um conjunto, estando esses elementos agrupados sob certas condições Tartaglia. Pierre de Fermat  Blaise Pascal
Fatorial Seja  n  um número inteiro não negativo. Definimos o fatorial de  n   (indicado pelo símbolo n! ) como sendo: n! = n .(n-1) . (n-2) . ... .4.3.2.1  para n  2. Para n = 0 , teremos : 0! = 1. Para n = 1 , teremos : 1! = 1  Exemplos: a) 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) 4! = 4.3.2.1 = 24 c) observe que 6! = 6.5.4! d) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1   10! = 10.9.8.7.6.5! 10! = 10.9.8!
Princípio fundamental da contagem  Se  determinado acontecimento ocorre em  n  etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k 1  maneiras diferentes, a segunda de k 2  maneiras diferentes, e assim sucessivamente,  então  o número total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por: T = k 1 . k 2  . k 3  . ... . k n Exemplo:  O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3 letras do alfabeto e 4 algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado? Solução:  Usando o raciocínio anterior, imaginemos uma placa genérica do tipo  PWR-USTZ . Como o alfabeto possui  26 letras  e nosso sistema numérico possui  10 algarismos  (de 0 a 9), podemos concluir que: para a  1ª posição, temos 26 alternativas , e como pode haver repetição, para a  2ª, e 3ª também teremos 26 alternativas . Com relação aos algarismos, concluímos facilmente que temos  10 alternativas para cada um dos 4 lugares.  Podemos então afirmar que o número total de veículos que podem ser licenciados será igual a:  26.26.26.10.10.10.10  que resulta em  175.760.000 . Observe que se no país existissem  175.760.001  veículos, o sistema de códigos de emplacamento teria que ser modificado, já que não existiriam números suficientes para codificar todos os veículos. Perceberam?
Permutações simples  Permutações simples de  n  elementos distintos são os agrupamentos formados com todos os  n  elementos e que  diferem  uns dos outros pela  ordem de seus elementos. Exemplo:  com os elementos A,B,C são possíveis as seguintes permutações: ABC, ACB, BAC, BCA, CAB e CBA. O número total de permutações simples de  n  elementos distintos é dado por n!, isto é    P n  = n!     onde    n! = n(n-1)(n-2)... .1 . Exemplos: a)   P 6   = 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) Calcule o número de formas distintas de 5 pessoas ocuparem os lugares de um banco retangular de cinco lugares. P 5  = 5! = 5.4.3.2.1 = 120  Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou não significado na linguagem comum. Exemplo:  Os possíveis anagramas da palavra REI são:  REI, RIE, ERI, EIR, IRE e IER.
Permutações com elementos repetidos  Se entre os  n  elementos de um conjunto, existem  a  elementos repetidos,  b  elementos repetidos,  c  elementos repetidos e assim sucessivamente , o número total de permutações que podemos formar é dado por:                      Exemplo:  Determine o número de anagramas da palavra MATEMÁTICA. (não considere o acento) Solução:  Temos 10 elementos, com repetição. Observe que a letra M está repetida duas vezes, a letra A três , a letra T, duas vezes. Na fórmula anterior, teremos: n=10, a=2, b=3 e c=2. Sendo k o número procurado, podemos escrever:  k= 10! / (2!.3!.2!) = 151200  Resposta:  151200 anagramas .
Arranjos simples  Dado um conjunto com  n  elementos , chama-se  arranjo simples  de taxa  p  , a todo agrupamento de  p  elementos distintos dispostos numa certa ordem. Dois arranjos  diferem entre si ,  pela ordem  de colocação dos elementos. Assim, no conjunto  E = {a,b,c}, teremos: a) arranjos de taxa 2: ab, ac, bc, ba, ca, cb. b) arranjos de taxa 3: abc, acb, bac, bca, cab, cba.  Representando o número total de arranjos de  n  elementos tomados  p  a  p  (taxa p) por  A n,p  , teremos a seguinte fórmula: Obs : é fácil perceber que A n,n  = n! = P n .  (Verifique)
Arranjos simples  Exemplo: Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0,1,2,...,9. O segredo do cofre é marcado por uma seqüência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer(no máximo) para conseguir abri-lo? Solução:  As seqüências serão do tipo xyz. Para a primeira posição teremos 10 alternativas, para a segunda, 9 e para a terceira, 8.  Podemos aplicar a fórmula de arranjos ,  Observe:
Combinações simples  Denominamos combinações simples de  n  elementos distintos tomados  p  a  p  (taxa p) aos subconjuntos formados por  p  elementos distintos escolhidos entre os  n  elementos dados. Observe que duas combinações são diferentes quando possuem elementos distintos, não importando a ordem em que os elementos são colocados Exemplo:  No conjunto E= {a,b.c,d} podemos considerar: a) combinações de taxa 2: ab, ac, ad,bc,bd, cd. b) combinações de taxa 3: abc, abd,acd,bcd. c) combinações de taxa 4: abcd.  Representando por  C n,p  o número total de combinações de  n  elementos tomados   p   a  p    (taxa p) , temos a seguinte fórmula:
Combinações simples  Exemplo: Uma prova consta de 15 questões das quais o aluno deve resolver 10. De quantas formas ele poderá escolher as 10 questões? Solução:  Observe que a ordem das questões não muda o teste. Logo, podemos concluir que trata-se de um problema de combinação de 15 elementos com taxa 10.  Aplicando simplesmente a fórmula chegaremos a: 
Agora que você viu o resumo da teoria Vamos nos divertir !!!! Prof. Rogério M.

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Análise combinatória

  • 2. Introdução Foi a necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos chamados jogos de azar que levou ao desenvolvimento da Análise Combinatória, parte da Matemática que estuda os métodos de contagem. Esses estudos foram iniciados já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662) .A Análise Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar - de uma forma indireta - o número de elementos de um conjunto, estando esses elementos agrupados sob certas condições Tartaglia. Pierre de Fermat Blaise Pascal
  • 3. Fatorial Seja n um número inteiro não negativo. Definimos o fatorial de n (indicado pelo símbolo n! ) como sendo: n! = n .(n-1) . (n-2) . ... .4.3.2.1 para n 2. Para n = 0 , teremos : 0! = 1. Para n = 1 , teremos : 1! = 1 Exemplos: a) 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) 4! = 4.3.2.1 = 24 c) observe que 6! = 6.5.4! d) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 10! = 10.9.8.7.6.5! 10! = 10.9.8!
  • 4. Princípio fundamental da contagem Se determinado acontecimento ocorre em n etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k 1 maneiras diferentes, a segunda de k 2 maneiras diferentes, e assim sucessivamente, então o número total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por: T = k 1 . k 2 . k 3 . ... . k n Exemplo:  O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3 letras do alfabeto e 4 algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado? Solução:  Usando o raciocínio anterior, imaginemos uma placa genérica do tipo PWR-USTZ . Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numérico possui 10 algarismos (de 0 a 9), podemos concluir que: para a 1ª posição, temos 26 alternativas , e como pode haver repetição, para a 2ª, e 3ª também teremos 26 alternativas . Com relação aos algarismos, concluímos facilmente que temos 10 alternativas para cada um dos 4 lugares. Podemos então afirmar que o número total de veículos que podem ser licenciados será igual a: 26.26.26.10.10.10.10 que resulta em 175.760.000 . Observe que se no país existissem 175.760.001 veículos, o sistema de códigos de emplacamento teria que ser modificado, já que não existiriam números suficientes para codificar todos os veículos. Perceberam?
  • 5. Permutações simples Permutações simples de n elementos distintos são os agrupamentos formados com todos os n elementos e que diferem uns dos outros pela ordem de seus elementos. Exemplo: com os elementos A,B,C são possíveis as seguintes permutações: ABC, ACB, BAC, BCA, CAB e CBA. O número total de permutações simples de n elementos distintos é dado por n!, isto é   P n = n!     onde    n! = n(n-1)(n-2)... .1 . Exemplos: a)  P 6 = 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) Calcule o número de formas distintas de 5 pessoas ocuparem os lugares de um banco retangular de cinco lugares. P 5 = 5! = 5.4.3.2.1 = 120 Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou não significado na linguagem comum. Exemplo:  Os possíveis anagramas da palavra REI são: REI, RIE, ERI, EIR, IRE e IER.
  • 6. Permutações com elementos repetidos Se entre os n elementos de um conjunto, existem a elementos repetidos, b elementos repetidos, c elementos repetidos e assim sucessivamente , o número total de permutações que podemos formar é dado por:                    Exemplo:  Determine o número de anagramas da palavra MATEMÁTICA. (não considere o acento) Solução:  Temos 10 elementos, com repetição. Observe que a letra M está repetida duas vezes, a letra A três , a letra T, duas vezes. Na fórmula anterior, teremos: n=10, a=2, b=3 e c=2. Sendo k o número procurado, podemos escrever: k= 10! / (2!.3!.2!) = 151200 Resposta: 151200 anagramas .
  • 7. Arranjos simples Dado um conjunto com n elementos , chama-se arranjo simples de taxa p , a todo agrupamento de p elementos distintos dispostos numa certa ordem. Dois arranjos diferem entre si , pela ordem de colocação dos elementos. Assim, no conjunto E = {a,b,c}, teremos: a) arranjos de taxa 2: ab, ac, bc, ba, ca, cb. b) arranjos de taxa 3: abc, acb, bac, bca, cab, cba. Representando o número total de arranjos de n elementos tomados p a p (taxa p) por A n,p , teremos a seguinte fórmula: Obs : é fácil perceber que A n,n = n! = P n . (Verifique)
  • 8. Arranjos simples Exemplo: Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0,1,2,...,9. O segredo do cofre é marcado por uma seqüência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer(no máximo) para conseguir abri-lo? Solução:  As seqüências serão do tipo xyz. Para a primeira posição teremos 10 alternativas, para a segunda, 9 e para a terceira, 8. Podemos aplicar a fórmula de arranjos , Observe:
  • 9. Combinações simples Denominamos combinações simples de n elementos distintos tomados p a p (taxa p) aos subconjuntos formados por p elementos distintos escolhidos entre os n elementos dados. Observe que duas combinações são diferentes quando possuem elementos distintos, não importando a ordem em que os elementos são colocados Exemplo:  No conjunto E= {a,b.c,d} podemos considerar: a) combinações de taxa 2: ab, ac, ad,bc,bd, cd. b) combinações de taxa 3: abc, abd,acd,bcd. c) combinações de taxa 4: abcd. Representando por C n,p o número total de combinações de n elementos tomados p a p   (taxa p) , temos a seguinte fórmula:
  • 10. Combinações simples Exemplo: Uma prova consta de 15 questões das quais o aluno deve resolver 10. De quantas formas ele poderá escolher as 10 questões? Solução:  Observe que a ordem das questões não muda o teste. Logo, podemos concluir que trata-se de um problema de combinação de 15 elementos com taxa 10.  Aplicando simplesmente a fórmula chegaremos a: 
  • 11. Agora que você viu o resumo da teoria Vamos nos divertir !!!! Prof. Rogério M.