É uma doença conhecida há mais de 2.000 anos.
Foi descrita pela primeira vez no Século V A.C. por Hipócrates, que observou o surto
de uma doença caracterizada por inchaço e dores no pescoço, abaixo das orelhas,
unilateral ou bilateral - alguns pacientes também apresentavam dor e edema dos
testículos.
Em 1790, Robert Hamilton descreveu casos de caxumba com a presença de
inflamação dos testículos e manifestações neurológicas.
O vírus da caxumba foi identificado em 1945, Em 1948, uma vacina inativada foi
desenvolvida.
Em 1951 foi testada a primeira vacina no homem. Esta vacina produzia apenas uma
imunidade de curta duração, e seu uso foi interrompido na metade da década de
1970.
Atualmente, é utilizada uma vacina com vírus vivo atenuado, que pode ser
administrada de forma individual ou em combinação com o vírus do sarampo e da
rubéola - vacina tríplice viral.
É uma doença infecciosa aguda, também chamada de papeira ou parotidite é uma
infecção causada por um vírus RNA (Vírus da família Paramyxoviridae, gênero
paramyxovirus) transmissível.
Caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares,
geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares.Em
30% dos casos não há hipertrofia glandular aparente.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2F3.bp.blogspot.com%2F_pMxMXFn7L-
4%2FTNq2yQrwACI%2FAAAAAAAARAs%2F8O8xpVcJliQ%2Fs1600%2Fpar%252525C3%252525B3tida.jpg&i
mgrefurl=http%3A%2F%2Feducacaocontinuadanaenfermagem.blogspot.com%2F2013%2F03%2Fsarampo-
sintomas-e-vacina-posted-
mar.html&h=202&w=460&tbnid=wgZ_6Hos20UdhM%3A&zoom=1&docid=LFQd2QPlHccurM&ei=FOhXU_eZKM-
lyATf74KgCg&tbm=isch&ved=0CHYQMygQMBA&iact=rc&uact=3&dur=1760&page=1&start=0&ndsp=19
O homem doente é o único reservatório. As pessoas oligossintomáticas ou com
forma não clássica da infecção podem transmitir o vírus.
A transmissão se dá pela via aéreas, através de disseminação de gotículas no ar ou
por contato direto com saliva de pessoas infectadas.
Período de Incubação é de 12 a 25 dias, em média 16 a 18 dias.
O período de Transmissibilidade,varia entre 6 a 7 dias antes da manifestação
clínicas até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus também pode ser
encontrado na urina do indivíduo infectado até 14 dias após o início da doença.
A imunidade é de caráter permanente, sendo adquirida após infecções inaparentes,
aparentes, ou após imunização ativa.
O Diagnóstico Laboratorial é predominantemente clínico, observando-se os sinais e
sintomas apresentados. A amilase, que durante a fase aguda da doença apresenta-
se em altos níveis, normaliza-se com a regressão clínica do quadro, pode ser
utilizada como marcador de comprometimento de parótidas.
Provas específicas – sorologia (Elisa) e isolamento viral (neutralização, inibição da
hemaglutinação) - podem ser utilizadas esporadicamente quando se requer a
confirmação etiológica.
Curiosidade
A sabedoria popularafirma que se pular e não ficar quieto, a caxumba pode descer
para os testículos. Mas será que isso é verdadeiramente possível?
O fato de ficar em repouso ou não, não tem ligação com o comprometimento
escrotal dos homens nesse caso.O quadro que compromete os testículos pode
acontecer com qualquer um.
Quando a caxumba, desce das glândulas parótidas, no pescoço, para os testículos.
O órgão entra em processo inflamatório. (Orquite)
Isso acontece pois as glândulas dos testículos muito se parecem com as parótidas,
fazendo com que sejam alvo também do vírus.
Complicações
A orquite é a complicação mais comum na fase pré-puberal dos adolescentes,
chegando a 50% dos casos, podendo também acometer cerca de 20% dos homens
adultos infectados, como sequelas podem ocorrer atrofia testicular, sendo de
ocorrência rara a esterilidade.
Outras complicações frequentes são pancreatite, tireoidite, neurite e meningite
asséptica, que na maioria das vezes não deixam sequelas.
A caxumba na gestação não acarreta prematuridade ou malformações fetais, porém
um número significativo de abortos espontâneos está associado à infecção durante
o primeiro trimestre gestacional.
Tratamento
Como não há medicamentos específicos para a doença, são indicados alguns
cuidados, como repouso, uso de analgésicos e observação de possíveis
complicações.
Se houver encefalite, tratar o edema cerebral e mantiver as funções vitais.
No caso de ocorrência de orquite, deve ser feito um tratamento de apoio com
aplicação de bolsas de gelo, suspensório escrotal e analgésicos ou anti-
inflamatórios,podendo ser utilizado Prednisona, um ml/kg/dia, via oral, com redução
gradual semanal, outros anti-inflamatórios não hormonais também podem ser
indicados.
Para a meningite asséptica e pancreatite,apenas tratamento sintomático e
hidratação parenteral, caso necessária.
Aspectos Epidemiológicos
Estima-se que, na ausência da imunização, 85% dos adultos têm Parotidite
Infecciosa e 1/3 dos infectados não apresentam sintomas. A doença é mais severa
em adultos.
A estação com maior ocorrênciade casos são o inverno e a primavera. Costuma
apresentar-se sob a forma de surtos, que acometem mais as crianças.
Vigilância Epidemiológica
Objetivos: Investigar surtos para a adoção de medidas de controle.
Reduzir as taxas de incidência pela vacinação de rotina com a vacina tríplice viral
(sarampo, rubéola e caxumba).
Notificação: Não é obrigatória a notificação compulsória, mas os surtos devem ser
notificados para que se possam adotar medidas de controle epidemiológico.
Definição de caso:
Suspeito: Paciente com febre e aumento de glândulas salivares, principalmente
parótidas.
Confirmado: Caso suspeito, com história de contato com indivíduos doentes por
caxumba, nos 15 dias anteriores ao surgimento dos primeiros sintomas.
Descartado: Caso suspeito, em que se confirma outra doença.
Primeiras Medidas a Serem Adotadas
Assistência Médica ao Paciente: O atendimento é ambulatorial e o tratamento é feito
no domicílio. A hospitalização dos pacientes só é indicada para os casos que
apresentem complicações graves, como meningites e encefalites.
Confirmação Diagnóstica: Em geral, não se indica a realização de exames
laboratoriais. A grande maioria dos casos tem diagnóstico clínico-epidemiológico.
Proteção da População: A administração da vacina está indicada antes da
exposição. Assim, diante da ocorrência de surtos, deve-se verificar a cobertura
vacinal da área, para avaliar a indicação de vacinação dos indivíduos susceptíveis.
Isolamento do tipo respiratório: A criança ou adulto doente não deve comparecer à
escola ou ao trabalho, durante nove dias após início da doença.
Desinfecção: Concorrente de objetos contaminados com secreção nasofaringe.
Vacinação de bloqueio: Apesar da vacinação de expostos não prevenir a doença,
recomenda-se vacinação seletiva dos contatos diretos dos casos.
Investigação: Não é doença de investigação obrigatória. Em situação de surto,
avaliar a necessidade de bloqueio vacinal.
Imunização
Esquema Vacinal Básico: Vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), aos 12
meses de idade. O reforço deve ser administrado entre quatro e seis anos de
idade. Conforme o calendário vacinal nacional, todas as crianças e adolescentes até
19 anos de idade devem ter as duas doses da vacina tríplice viral.
Eventos Adversos: os eventos adversos são raros, consistindo predominantemente
em manifestações locais. As reações sistêmicas mais associadas ao componente
caxumba são febre, parotidite, orquite, meningite e, mais raramente,
meningoencefalite, encefalite, surdez e reação anafilática.
Contraindicações: Antecedentes de reação anafilática sistêmica; Uso recente de
imunoglobulinas ou de transfusão sanguínea nos últimos 3 meses; pacientes com
imunodeficiência (leucemia e linfoma); uso de corticosteroide e gravidez,
recomenda-se às mulheres vacinadas evitar a gravidez por 30 dias após a
aplicação. No entanto, se alguma grávida for inadvertidamente vacinada, não há
indicação de interrupção da gravidez.
Pacientes com infecção sintomática HIV, mas que não estejam gravemente
imunocomprometidosdeve ser vacinado.
Referências:
POLIOMIELITE
http:/www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/Planosar.htm
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/poliomielite/
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32092
http://www.fciencias.com/2013/01/20/poliomielite-conversas-de-hipocondriacos/
CAXUMBA
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/caxumba.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parotidite_infecciosa
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/caxumba/

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Cachumba

  • 1. É uma doença conhecida há mais de 2.000 anos. Foi descrita pela primeira vez no Século V A.C. por Hipócrates, que observou o surto de uma doença caracterizada por inchaço e dores no pescoço, abaixo das orelhas, unilateral ou bilateral - alguns pacientes também apresentavam dor e edema dos testículos. Em 1790, Robert Hamilton descreveu casos de caxumba com a presença de inflamação dos testículos e manifestações neurológicas. O vírus da caxumba foi identificado em 1945, Em 1948, uma vacina inativada foi desenvolvida. Em 1951 foi testada a primeira vacina no homem. Esta vacina produzia apenas uma imunidade de curta duração, e seu uso foi interrompido na metade da década de 1970. Atualmente, é utilizada uma vacina com vírus vivo atenuado, que pode ser administrada de forma individual ou em combinação com o vírus do sarampo e da rubéola - vacina tríplice viral. É uma doença infecciosa aguda, também chamada de papeira ou parotidite é uma infecção causada por um vírus RNA (Vírus da família Paramyxoviridae, gênero paramyxovirus) transmissível. Caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares.Em 30% dos casos não há hipertrofia glandular aparente. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2F3.bp.blogspot.com%2F_pMxMXFn7L- 4%2FTNq2yQrwACI%2FAAAAAAAARAs%2F8O8xpVcJliQ%2Fs1600%2Fpar%252525C3%252525B3tida.jpg&i mgrefurl=http%3A%2F%2Feducacaocontinuadanaenfermagem.blogspot.com%2F2013%2F03%2Fsarampo- sintomas-e-vacina-posted- mar.html&h=202&w=460&tbnid=wgZ_6Hos20UdhM%3A&zoom=1&docid=LFQd2QPlHccurM&ei=FOhXU_eZKM- lyATf74KgCg&tbm=isch&ved=0CHYQMygQMBA&iact=rc&uact=3&dur=1760&page=1&start=0&ndsp=19
  • 2. O homem doente é o único reservatório. As pessoas oligossintomáticas ou com forma não clássica da infecção podem transmitir o vírus. A transmissão se dá pela via aéreas, através de disseminação de gotículas no ar ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Período de Incubação é de 12 a 25 dias, em média 16 a 18 dias. O período de Transmissibilidade,varia entre 6 a 7 dias antes da manifestação clínicas até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus também pode ser encontrado na urina do indivíduo infectado até 14 dias após o início da doença. A imunidade é de caráter permanente, sendo adquirida após infecções inaparentes, aparentes, ou após imunização ativa. O Diagnóstico Laboratorial é predominantemente clínico, observando-se os sinais e sintomas apresentados. A amilase, que durante a fase aguda da doença apresenta- se em altos níveis, normaliza-se com a regressão clínica do quadro, pode ser utilizada como marcador de comprometimento de parótidas. Provas específicas – sorologia (Elisa) e isolamento viral (neutralização, inibição da hemaglutinação) - podem ser utilizadas esporadicamente quando se requer a confirmação etiológica. Curiosidade A sabedoria popularafirma que se pular e não ficar quieto, a caxumba pode descer para os testículos. Mas será que isso é verdadeiramente possível? O fato de ficar em repouso ou não, não tem ligação com o comprometimento escrotal dos homens nesse caso.O quadro que compromete os testículos pode acontecer com qualquer um. Quando a caxumba, desce das glândulas parótidas, no pescoço, para os testículos. O órgão entra em processo inflamatório. (Orquite) Isso acontece pois as glândulas dos testículos muito se parecem com as parótidas, fazendo com que sejam alvo também do vírus. Complicações A orquite é a complicação mais comum na fase pré-puberal dos adolescentes, chegando a 50% dos casos, podendo também acometer cerca de 20% dos homens adultos infectados, como sequelas podem ocorrer atrofia testicular, sendo de ocorrência rara a esterilidade. Outras complicações frequentes são pancreatite, tireoidite, neurite e meningite asséptica, que na maioria das vezes não deixam sequelas.
  • 3. A caxumba na gestação não acarreta prematuridade ou malformações fetais, porém um número significativo de abortos espontâneos está associado à infecção durante o primeiro trimestre gestacional. Tratamento Como não há medicamentos específicos para a doença, são indicados alguns cuidados, como repouso, uso de analgésicos e observação de possíveis complicações. Se houver encefalite, tratar o edema cerebral e mantiver as funções vitais. No caso de ocorrência de orquite, deve ser feito um tratamento de apoio com aplicação de bolsas de gelo, suspensório escrotal e analgésicos ou anti- inflamatórios,podendo ser utilizado Prednisona, um ml/kg/dia, via oral, com redução gradual semanal, outros anti-inflamatórios não hormonais também podem ser indicados. Para a meningite asséptica e pancreatite,apenas tratamento sintomático e hidratação parenteral, caso necessária. Aspectos Epidemiológicos Estima-se que, na ausência da imunização, 85% dos adultos têm Parotidite Infecciosa e 1/3 dos infectados não apresentam sintomas. A doença é mais severa em adultos. A estação com maior ocorrênciade casos são o inverno e a primavera. Costuma apresentar-se sob a forma de surtos, que acometem mais as crianças. Vigilância Epidemiológica Objetivos: Investigar surtos para a adoção de medidas de controle. Reduzir as taxas de incidência pela vacinação de rotina com a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Notificação: Não é obrigatória a notificação compulsória, mas os surtos devem ser notificados para que se possam adotar medidas de controle epidemiológico. Definição de caso: Suspeito: Paciente com febre e aumento de glândulas salivares, principalmente parótidas. Confirmado: Caso suspeito, com história de contato com indivíduos doentes por caxumba, nos 15 dias anteriores ao surgimento dos primeiros sintomas. Descartado: Caso suspeito, em que se confirma outra doença.
  • 4. Primeiras Medidas a Serem Adotadas Assistência Médica ao Paciente: O atendimento é ambulatorial e o tratamento é feito no domicílio. A hospitalização dos pacientes só é indicada para os casos que apresentem complicações graves, como meningites e encefalites. Confirmação Diagnóstica: Em geral, não se indica a realização de exames laboratoriais. A grande maioria dos casos tem diagnóstico clínico-epidemiológico. Proteção da População: A administração da vacina está indicada antes da exposição. Assim, diante da ocorrência de surtos, deve-se verificar a cobertura vacinal da área, para avaliar a indicação de vacinação dos indivíduos susceptíveis. Isolamento do tipo respiratório: A criança ou adulto doente não deve comparecer à escola ou ao trabalho, durante nove dias após início da doença. Desinfecção: Concorrente de objetos contaminados com secreção nasofaringe. Vacinação de bloqueio: Apesar da vacinação de expostos não prevenir a doença, recomenda-se vacinação seletiva dos contatos diretos dos casos. Investigação: Não é doença de investigação obrigatória. Em situação de surto, avaliar a necessidade de bloqueio vacinal. Imunização Esquema Vacinal Básico: Vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), aos 12 meses de idade. O reforço deve ser administrado entre quatro e seis anos de idade. Conforme o calendário vacinal nacional, todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter as duas doses da vacina tríplice viral. Eventos Adversos: os eventos adversos são raros, consistindo predominantemente em manifestações locais. As reações sistêmicas mais associadas ao componente caxumba são febre, parotidite, orquite, meningite e, mais raramente, meningoencefalite, encefalite, surdez e reação anafilática. Contraindicações: Antecedentes de reação anafilática sistêmica; Uso recente de imunoglobulinas ou de transfusão sanguínea nos últimos 3 meses; pacientes com imunodeficiência (leucemia e linfoma); uso de corticosteroide e gravidez, recomenda-se às mulheres vacinadas evitar a gravidez por 30 dias após a aplicação. No entanto, se alguma grávida for inadvertidamente vacinada, não há indicação de interrupção da gravidez. Pacientes com infecção sintomática HIV, mas que não estejam gravemente imunocomprometidosdeve ser vacinado.