Parte 1  Definição de macroeconomia e delimitação de seu campo de atuação
Nesta Aula CAPÍTULO  1 –Definição de macroeconomia e delimitação de seu campo de atuação  1.1 Definição de Macroeconomia;  1.2 O nível de abstração da macroeconomia; 1.3 Fatores que levam à evolução dos modelos macroeconômicos; 1.4 Controvérsias entre os macroeconomistas;  1.5 Indicadores de desempenho de uma economia.
Origem dos termos macro e micro Macro  é um radical grego que quer dizer grande, enquanto  micro  é outro radical que quer dizer pequeno. Assim, a macroeconomia tem uma visão telescópica da economia, enquanto a microeconomia tem uma visão microscópica da economia. A macroeconomia observa a economia pelo seu todo, enquanto a microeconomia observa a economia por seus componentes.
A comparação com a floresta A microeconomia avaliaria a floresta a partir de seus componentes, ressaltando que eles podem ser diferentes e, a partir deles, se chega ao global. A macroeconomia avaliaria a floresta como um todo, não distinguindo os seus componentes.
Definição de macroeconomia Macroeconomia é o ramo das Ciências Econômicas que estuda os  agregados econômicos , seus comportamentos e as relações que guardam entre si. produto, renda, nível geral de preços, consumo, investimento, gastos do governo, impostos, exportações, importações, quantidade de moeda, emprego, salários, taxa de juros, taxa de câmbio, entre outros.
Distinção entre macroeconomia e microeconomia A macroeconomia dedica-se a estudar as variáveis econômicas agregadas, como a produção total de uma economia (produto agregado) ou o preço médio de todos os bens (o nível de preço agregado). A microeconomia estuda a produção e os preços de produtos negociados em mercados específicos. T anto a macroeconomia quanto a microeconomia elaboram modelos de funcionamento da economia.
Conceito de modelos Modelos são formas lógicas e internamente consistentes de descrever o funcionamento de uma economia.  Os modelos podem ser apenas descrições de uma realidade via palavras, ou podem usar a linguagem matemática. Esta última tem a vantagem de permitir maior rigor analítico.  Normalmente, os modelos macroeconômicos fazem maior uso da linguagem matemática (tanto a algébrica quanto a gráfica).
Modelo macroeconômico O modelo macroeconômico é um conjunto de equações que relacionam os agregados econômicos e cuja solução são os valores de certos agregados (chamados de variáveis dependentes) para certos valores das variáveis independentes. Identidades Equações comportamentais Condições de equilíbrio
Modelo macroeconômico O modelo macroeconômico é um conjunto de equações que relacionam os agregados econômicos e cuja solução são os valores de certos agregados (chamados de variáveis dependentes) para certos valores das variáveis independentes. As variáveis independentes se classificam em variáveis de política econômica e demais variáveis exógenas.
A abstração Para estabelecer as relações entre as variáveis macroeconômicas, é necessário partir de uma visão abstrata (isto é, simplificada) da economia. Nessa visão, identificam-se os principais agentes econômicos que operam na economia e os mercados onde eles se interagem.
Agentes e mercados A macroeconomia considera quatro tipos de agentes econômicos: indivíduos ou famílias; firmas; governo; e, o setor externo. Esses agentes se relacionam em cinco mercados: mercado de bens e serviços (também chamado de mercado de produto), mercado de moedas, mercado de títulos, mercado de trabalho e mercado de divisas.
O mercado de bens e serviços Para se determinar o nível de atividade efetua-se a agregação de todos os bens e serviços finais produzidos por uma economia, em determinado período de tempo, obtendo-se o produto agregado (nos livros textos são considerados o produto nacional ou o produto interno). Uma média ponderada dos preços dos bens e serviços produzidos gera o nível geral de preços da economia.
O mercado de moedas A moeda é tratada em um mercado específico, onde se analisa sua oferta e demanda em função da taxa de juros.
O mercado de títulos Na economia existem agentes com rendas superiores aos seus gastos (agentes com orçamentos superavitários) e agentes com rendas inferiores aos seus gastos (agentes com orçamentos deficitários). Considere um mercado no qual os agentes superavitários emprestam recursos aos agentes deficitários. Este mercado é o de títulos. Para efeito de simplificação, considera-se a existência de  um  tipo de título e se determina o seu preço e quantidade.
Mercado de trabalho Os diferentes trabalhadores são considerados em um equivalente de modo a se definir a quantidade de trabalho (N) e o salário (W). No mercado de trabalho são estabelecidos a taxa de salário e o nível de emprego.
Mercado de divisas No mercado de divisas se consideram a taxa de câmbio e o saldo do balanço de pagamentos. A taxa de câmbio (  ) é o preço em moeda nacional de uma unidade da moeda estrangeira. Por exemplo, quantos reais são trocados por um dólar.
Mercado de divisas No mercado de divisas se consideram a taxa de câmbio e o saldo do balanço de pagamentos. O saldo do balanço de pagamentos é o resultado final das transações econômicas entre residentes e não residentes de um país em um determinado período de tempo.
Mercados e variáveis Mercado de bens e serviços:  produto interno (Y) e nível geral de preços (P) Mercado de moeda:  quantidade de moeda (M) e taxa de juros (r) Mercado de títulos:  quantidade de títulos (B) e preço atual do título (PT I ) Mercado de trabalho:  quantidade de trabalho (N) e taxa de salário (W) Mercado de divisas:  taxa de câmbio (  ) e saldo do balanço de pagamentos (BP).
Tipos de modelos macroeconômicos O modelo macroeconômico é um conjunto de equações de equilíbrio e de comportamento que abrange todos os mercados acima citados ou uma parte desses mercados.  Por exemplo, um modelo que exclui o mercado de divisas é um modelo elaborado para uma economia fechada e um modelo que inclui esse mercado é um modelo elaborado para uma economia aberta às transações externas.
Fatores que levam à evolução dos modelos macroeconômicos A macroeconomia é um ramo bastante dinâmico das Ciências Econômicas porque ela se interage com os acontecimentos da vida real. Por exemplo, a Grande Depressão da década de 30 do século passado (período caracterizado por grande redução do produto e altas taxas de desemprego) levou à formulação de um novo modelo macroeconômico para explicar esta situação. No começo da década de 70, a ocorrência simultânea de recessão e inflação, levou a um novo modelo macroeconômico que considera o choque de oferta.
O modelo genérico do curso Não obstante a existência de vários modelos macroeconômicos, o presente curso elaborará um modelo mais geral onde o produto e o nível de preço são determinados pelos cruzamentos das curvas de oferta (OA) e demanda agregada (DA).
Y (Produto) Nível de Preços P 0 Y 0 E OA DA Curvas de demanda agregada (DA) e oferta agregada (OA)
Semelhanças entre o modelo macroeconômico e o microeconômico Apesar das curvas de oferta e demanda agregadas (curvas OA e DA) serem semelhantes no formato às curvas de oferta e demanda de mercado de um produto qualquer, as razões para as inclinações e deslocamentos das curvas OA e DA são bastante distintas do caso das curvas da microeconomia.
Inclinação e deslocamento das curvas OA e DA Que fatores explicam as inclinações e formatos das curvas de oferta e demanda agregada? Que fatores explicam os deslocamentos destas curvas?  Estes temas serão tratados ao longo do curso.
Controvérsias entre os economistas Por que os economistas divergem entre si? Porque eles têm objetivos distintos, que refletem orientações políticas distintas. A economia é dinâmica e os economistas não conseguem fazer experimentos com efeitos controlados. Os economistas são adeptos a diferentes escolas de pensamento.
Indicadores de uma economia Ao se avaliar uma economia, três indicadores são, inicialmente, considerados: a) o produto agregado e sua taxa de crescimento; b) a taxa de desemprego (ou seja, a proporção de trabalhadores de uma economia que não estão empregados e procuram emprego);  c) a taxa de inflação (taxa à qual o preço médio dos bens e serviços sobe ao longo do tempo). Esses indicadores divergem de país a país no mesmo momento do tempo
Fonte: IPEADATA Indicadores de uma economia -0,25 2,1 1,05 2,3 2003 4,1 9,1 10,8 4,6 2006 4,4 9,9 11,6 5,1 2005 0,24 1,6 1,71 3,2 2006 -0,27 1,8 1,95 3,4 2005 -0,01 2,1 1,67 2,7 2004 Taxa de Inflação (IPC) 4,7 9,8 10,6 5,5 2004 5,3 9,5 10,5 6,0 2003 Taxa de Desemprego 2,5 2,1 2,6 3,3 2006 2,4 1,6 1,0 3,5 2005 3,6 2,2 1,6 4,1 2004 2,7 0,8 0,0 3,1 2003 Taxa de Crescimento do Produto Japão França Alemanha EUA
Indicadores de uma economia Brasil: Evolução do PIB no período de 1947 a 2006 Fonte: IPEADATA
Indicadores de uma economia Brasil: Evolução da inflação e do desemprego, jan/1985 a nov/2007 Fonte: IPEADATA
Indicadores de uma economia Brasil: Curva de Phillips, jan/1985 a dez/2007 Fonte: IPEADATA
Perguntas: A partir da tabela, pode-se perguntar: como se explicam períodos de desemprego alto e persistente como os da Europa? o que explica a dinâmica da inflação e por que ela difere tanto de país para país e em um mesmo país ao longo do tempo? o que determina a taxa de crescimento do produto de um país?
Respostas Os modelos e as interpretações econômicas não são, necessariamente, convergentes nas respostas a estas perguntas.  Para responder a essas perguntas vários modelos macroeconômicos já foram elaborados.
O modelo a ser estudado Nesse curso será estudado um modelo genérico baseado na Curva de Demanda Agregada da Síntese Neoclássica e na Curva de Oferta Agregada dos novos keynesianos. Esse modelo é adequado para analisar o comportamento da economia brasileira.
O modelo a ser estudado Nesse curso será estudado um modelo genérico baseado na Curva de Demanda Agregada da Síntese Neoclássica e na Curva de Oferta Agregada dos novos keynesianos. A construção desse modelo se fará por etapas, iniciando com parte dos quatro agentes econômicos e cinco mercados, até ter uma versão final com todos esses agentes e mercados.
Próxima Aula CAPÍTULO  2 – Revisão de alguns tópicos de Contabilidade Social 2.1 O Conceito de Produto;  2.2 Taxa de Desemprego;  2.3 Nível Geral de Preços e Taxa de Inflação;  2.4 Déficit orçamentário;  2.5 Déficit comercial;  2.6 Relação entre os agregados econômicos.
Referências Bibliográficas BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S.  Macroeconomia : Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006 BLANCHARD, O.  Macroeconomia : teoria e política econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.  LUQUE, C.A.  Teoria Macroeconômica: Evolução e Situação Atual. In: PINHO, D.B. e VASCONCELLOS, M.A.S. (Orgs)  Manual de economia . 2 a  edição. São Paulo: Saraiva, 1992.  MANKIW, N.G.  Macroeconomia : Rio de Janeiro: LTC, 2004.

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Artigo equina jan fev 201239

Cap1 macro

  • 1. Parte 1 Definição de macroeconomia e delimitação de seu campo de atuação
  • 2. Nesta Aula CAPÍTULO 1 –Definição de macroeconomia e delimitação de seu campo de atuação 1.1 Definição de Macroeconomia; 1.2 O nível de abstração da macroeconomia; 1.3 Fatores que levam à evolução dos modelos macroeconômicos; 1.4 Controvérsias entre os macroeconomistas; 1.5 Indicadores de desempenho de uma economia.
  • 3. Origem dos termos macro e micro Macro é um radical grego que quer dizer grande, enquanto micro é outro radical que quer dizer pequeno. Assim, a macroeconomia tem uma visão telescópica da economia, enquanto a microeconomia tem uma visão microscópica da economia. A macroeconomia observa a economia pelo seu todo, enquanto a microeconomia observa a economia por seus componentes.
  • 4. A comparação com a floresta A microeconomia avaliaria a floresta a partir de seus componentes, ressaltando que eles podem ser diferentes e, a partir deles, se chega ao global. A macroeconomia avaliaria a floresta como um todo, não distinguindo os seus componentes.
  • 5. Definição de macroeconomia Macroeconomia é o ramo das Ciências Econômicas que estuda os agregados econômicos , seus comportamentos e as relações que guardam entre si. produto, renda, nível geral de preços, consumo, investimento, gastos do governo, impostos, exportações, importações, quantidade de moeda, emprego, salários, taxa de juros, taxa de câmbio, entre outros.
  • 6. Distinção entre macroeconomia e microeconomia A macroeconomia dedica-se a estudar as variáveis econômicas agregadas, como a produção total de uma economia (produto agregado) ou o preço médio de todos os bens (o nível de preço agregado). A microeconomia estuda a produção e os preços de produtos negociados em mercados específicos. T anto a macroeconomia quanto a microeconomia elaboram modelos de funcionamento da economia.
  • 7. Conceito de modelos Modelos são formas lógicas e internamente consistentes de descrever o funcionamento de uma economia. Os modelos podem ser apenas descrições de uma realidade via palavras, ou podem usar a linguagem matemática. Esta última tem a vantagem de permitir maior rigor analítico. Normalmente, os modelos macroeconômicos fazem maior uso da linguagem matemática (tanto a algébrica quanto a gráfica).
  • 8. Modelo macroeconômico O modelo macroeconômico é um conjunto de equações que relacionam os agregados econômicos e cuja solução são os valores de certos agregados (chamados de variáveis dependentes) para certos valores das variáveis independentes. Identidades Equações comportamentais Condições de equilíbrio
  • 9. Modelo macroeconômico O modelo macroeconômico é um conjunto de equações que relacionam os agregados econômicos e cuja solução são os valores de certos agregados (chamados de variáveis dependentes) para certos valores das variáveis independentes. As variáveis independentes se classificam em variáveis de política econômica e demais variáveis exógenas.
  • 10. A abstração Para estabelecer as relações entre as variáveis macroeconômicas, é necessário partir de uma visão abstrata (isto é, simplificada) da economia. Nessa visão, identificam-se os principais agentes econômicos que operam na economia e os mercados onde eles se interagem.
  • 11. Agentes e mercados A macroeconomia considera quatro tipos de agentes econômicos: indivíduos ou famílias; firmas; governo; e, o setor externo. Esses agentes se relacionam em cinco mercados: mercado de bens e serviços (também chamado de mercado de produto), mercado de moedas, mercado de títulos, mercado de trabalho e mercado de divisas.
  • 12. O mercado de bens e serviços Para se determinar o nível de atividade efetua-se a agregação de todos os bens e serviços finais produzidos por uma economia, em determinado período de tempo, obtendo-se o produto agregado (nos livros textos são considerados o produto nacional ou o produto interno). Uma média ponderada dos preços dos bens e serviços produzidos gera o nível geral de preços da economia.
  • 13. O mercado de moedas A moeda é tratada em um mercado específico, onde se analisa sua oferta e demanda em função da taxa de juros.
  • 14. O mercado de títulos Na economia existem agentes com rendas superiores aos seus gastos (agentes com orçamentos superavitários) e agentes com rendas inferiores aos seus gastos (agentes com orçamentos deficitários). Considere um mercado no qual os agentes superavitários emprestam recursos aos agentes deficitários. Este mercado é o de títulos. Para efeito de simplificação, considera-se a existência de um tipo de título e se determina o seu preço e quantidade.
  • 15. Mercado de trabalho Os diferentes trabalhadores são considerados em um equivalente de modo a se definir a quantidade de trabalho (N) e o salário (W). No mercado de trabalho são estabelecidos a taxa de salário e o nível de emprego.
  • 16. Mercado de divisas No mercado de divisas se consideram a taxa de câmbio e o saldo do balanço de pagamentos. A taxa de câmbio (  ) é o preço em moeda nacional de uma unidade da moeda estrangeira. Por exemplo, quantos reais são trocados por um dólar.
  • 17. Mercado de divisas No mercado de divisas se consideram a taxa de câmbio e o saldo do balanço de pagamentos. O saldo do balanço de pagamentos é o resultado final das transações econômicas entre residentes e não residentes de um país em um determinado período de tempo.
  • 18. Mercados e variáveis Mercado de bens e serviços: produto interno (Y) e nível geral de preços (P) Mercado de moeda: quantidade de moeda (M) e taxa de juros (r) Mercado de títulos: quantidade de títulos (B) e preço atual do título (PT I ) Mercado de trabalho: quantidade de trabalho (N) e taxa de salário (W) Mercado de divisas: taxa de câmbio (  ) e saldo do balanço de pagamentos (BP).
  • 19. Tipos de modelos macroeconômicos O modelo macroeconômico é um conjunto de equações de equilíbrio e de comportamento que abrange todos os mercados acima citados ou uma parte desses mercados. Por exemplo, um modelo que exclui o mercado de divisas é um modelo elaborado para uma economia fechada e um modelo que inclui esse mercado é um modelo elaborado para uma economia aberta às transações externas.
  • 20. Fatores que levam à evolução dos modelos macroeconômicos A macroeconomia é um ramo bastante dinâmico das Ciências Econômicas porque ela se interage com os acontecimentos da vida real. Por exemplo, a Grande Depressão da década de 30 do século passado (período caracterizado por grande redução do produto e altas taxas de desemprego) levou à formulação de um novo modelo macroeconômico para explicar esta situação. No começo da década de 70, a ocorrência simultânea de recessão e inflação, levou a um novo modelo macroeconômico que considera o choque de oferta.
  • 21. O modelo genérico do curso Não obstante a existência de vários modelos macroeconômicos, o presente curso elaborará um modelo mais geral onde o produto e o nível de preço são determinados pelos cruzamentos das curvas de oferta (OA) e demanda agregada (DA).
  • 22. Y (Produto) Nível de Preços P 0 Y 0 E OA DA Curvas de demanda agregada (DA) e oferta agregada (OA)
  • 23. Semelhanças entre o modelo macroeconômico e o microeconômico Apesar das curvas de oferta e demanda agregadas (curvas OA e DA) serem semelhantes no formato às curvas de oferta e demanda de mercado de um produto qualquer, as razões para as inclinações e deslocamentos das curvas OA e DA são bastante distintas do caso das curvas da microeconomia.
  • 24. Inclinação e deslocamento das curvas OA e DA Que fatores explicam as inclinações e formatos das curvas de oferta e demanda agregada? Que fatores explicam os deslocamentos destas curvas? Estes temas serão tratados ao longo do curso.
  • 25. Controvérsias entre os economistas Por que os economistas divergem entre si? Porque eles têm objetivos distintos, que refletem orientações políticas distintas. A economia é dinâmica e os economistas não conseguem fazer experimentos com efeitos controlados. Os economistas são adeptos a diferentes escolas de pensamento.
  • 26. Indicadores de uma economia Ao se avaliar uma economia, três indicadores são, inicialmente, considerados: a) o produto agregado e sua taxa de crescimento; b) a taxa de desemprego (ou seja, a proporção de trabalhadores de uma economia que não estão empregados e procuram emprego); c) a taxa de inflação (taxa à qual o preço médio dos bens e serviços sobe ao longo do tempo). Esses indicadores divergem de país a país no mesmo momento do tempo
  • 27. Fonte: IPEADATA Indicadores de uma economia -0,25 2,1 1,05 2,3 2003 4,1 9,1 10,8 4,6 2006 4,4 9,9 11,6 5,1 2005 0,24 1,6 1,71 3,2 2006 -0,27 1,8 1,95 3,4 2005 -0,01 2,1 1,67 2,7 2004 Taxa de Inflação (IPC) 4,7 9,8 10,6 5,5 2004 5,3 9,5 10,5 6,0 2003 Taxa de Desemprego 2,5 2,1 2,6 3,3 2006 2,4 1,6 1,0 3,5 2005 3,6 2,2 1,6 4,1 2004 2,7 0,8 0,0 3,1 2003 Taxa de Crescimento do Produto Japão França Alemanha EUA
  • 28. Indicadores de uma economia Brasil: Evolução do PIB no período de 1947 a 2006 Fonte: IPEADATA
  • 29. Indicadores de uma economia Brasil: Evolução da inflação e do desemprego, jan/1985 a nov/2007 Fonte: IPEADATA
  • 30. Indicadores de uma economia Brasil: Curva de Phillips, jan/1985 a dez/2007 Fonte: IPEADATA
  • 31. Perguntas: A partir da tabela, pode-se perguntar: como se explicam períodos de desemprego alto e persistente como os da Europa? o que explica a dinâmica da inflação e por que ela difere tanto de país para país e em um mesmo país ao longo do tempo? o que determina a taxa de crescimento do produto de um país?
  • 32. Respostas Os modelos e as interpretações econômicas não são, necessariamente, convergentes nas respostas a estas perguntas. Para responder a essas perguntas vários modelos macroeconômicos já foram elaborados.
  • 33. O modelo a ser estudado Nesse curso será estudado um modelo genérico baseado na Curva de Demanda Agregada da Síntese Neoclássica e na Curva de Oferta Agregada dos novos keynesianos. Esse modelo é adequado para analisar o comportamento da economia brasileira.
  • 34. O modelo a ser estudado Nesse curso será estudado um modelo genérico baseado na Curva de Demanda Agregada da Síntese Neoclássica e na Curva de Oferta Agregada dos novos keynesianos. A construção desse modelo se fará por etapas, iniciando com parte dos quatro agentes econômicos e cinco mercados, até ter uma versão final com todos esses agentes e mercados.
  • 35. Próxima Aula CAPÍTULO 2 – Revisão de alguns tópicos de Contabilidade Social 2.1 O Conceito de Produto; 2.2 Taxa de Desemprego; 2.3 Nível Geral de Preços e Taxa de Inflação; 2.4 Déficit orçamentário; 2.5 Déficit comercial; 2.6 Relação entre os agregados econômicos.
  • 36. Referências Bibliográficas BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia : Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006 BLANCHARD, O. Macroeconomia : teoria e política econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. LUQUE, C.A. Teoria Macroeconômica: Evolução e Situação Atual. In: PINHO, D.B. e VASCONCELLOS, M.A.S. (Orgs) Manual de economia . 2 a edição. São Paulo: Saraiva, 1992. MANKIW, N.G. Macroeconomia : Rio de Janeiro: LTC, 2004.