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COLÓIDES
Apesar de ser uma matéria pouco explorada nos vestibulares vamos fazer um resumo sobre colóides. Os sistemas coloidais são misturas que apresentam as partículas dispersas com um diâmetro compreendido entre 10 e 1000A 0 . O colóide pode ser formado por agregados de átomos, moléculas ou íons. Por exemplo: uma dispersão coloidal de moléculas de enxofre (S 8  ) em água. Podemos ter também uma dispersão coloidal formada por macromoléculas (polímeros). Os colóides sáo formados por uma parte  descontínua , que chamamos de  disperso  e, por uma fase  contínua  que chamamos de  dispersante . Exemplos:  Espumas em geral Espuma líquida Líquido Gás Pedra-pomes Espuma sólida Sólido Gás Spray, nuvens Aerossol líquido Gás Líquido Maionese e leite Emulsão Líquido Líquido Geléias, queijo Gel Sólido Líquido Fumaça de cigarro e poeira no ar Aerossol sólido Gás Sólido Vidros coloridos, detergente em água Sol Líquido Sólido Pedras preciosas coloridas Sol sólido Sólido Sólido Exemplos Nome comum Dispersante Disperso
-Eucolóides: dispersos de macroíons ou de macromoléculas isoladas.  -Vidros coloridos por dispersão de metal, são exemplos de dispersão coloidal em que o dispersante é líquido. Não esqueçam: vidro não é sólido, pois não apresenta retículos cristalinos característicos dos sólidos. -No início o termo sol era usado para designar os colóides que tinham a aparência de uma solução. Os colóides que tinha um aspecto mais para gelatinoso eram designados de gel.  -Num gel não existe uma fase dispersa e outra dispersante.  -As partículas coloidais por possuírem todas a mesma carga, ficam rodeadas por partículas de carga contrária.  -A maior parte dos colóides naturais são reversíveis ou liófilos, principalmente os hidrófilos. Exemplo: gelatina, albumina etc. -Micela coloidal: partículas de um sistema coloidal.  -Colóides liófilos: colóides que possuem grande afinidade com o dispersante. São capazes de adsorver e fixar em sua superfície partículas do dispersante; ficando assim, envolto por uma película protetora chamada de camada de solvatação.
A estabilidade de um sistema coloidal depende de vários fatores:  Movimento Browniano: Observado pela primeira vez por um botânico escocês (Robert Brown), em uma suspensão de grãos de pólem em água. Trata-se de um movimento em zigue-zague das partículas do sistema coloidal. Esse movimento ocorre devido ao choque das partículas do dispersante com as partículas do disperso.  Carga elétrica: todas as partículas de um colóide possuem a mesma carga elétrica, por isso ocorre uma repulsão entre as partículas fazendo com que fiquem suspensas. Interação das partículas dispersas com o dispersante: Como já vimos alguns colóides tem grande afinidade pelas partículas do dispersante (liófilos). A camada de solvatação mantém as partículas coloidais isoladas umas das outras quando ocorre a pectização. Um colóide pode passar de  Sol para Gel ou de Gel para Sol.  A passagem de  Sol  para  Gel  é chamada de  pectização  ( pektos  =  coalhado ); a passagem de  Gel  para  Sol  é chamada de  peptização  ( peptos  =  digerido ). É graças a camada de solvatação (protetora) que ao juntarmos um líquido dispersante ao colóide que sofreu uma pectização ele adquire novamente o aspecto de SOL. Colóides liófilos são mais estáveis do que os colóides liófobos. Podemos aumentar a estabilidade de um colóide adicionando ao mesmo um colóide liófilo. É o que acontece ao adicionarmos a gema de ovo ao azeite e ao vinagre no preparo da maionese.
Eletroforese: Como as partículas de um colóide possuem todas a mesma carga, se deslocam diante de um campo elétrico para o pólo contrário a de sua carga. O colóide de carga elétrica  negativa  migra para o pólo  positivo  ( anaforese ), o colóide de carga  positiva  migra para o pólo  negativo  ( cataforese ).  Ponto Isoelétrico: Ao aumentarmos a acidez(adição de H + ) de um meio onde está um colóide podemos neutralizar as cargas negativas. Se aumentarmos a basicidade(adição de OH - ), podemos neutralizar as cargas positivas. Ao índice de acidez do meio em que a carga do colóide é neutra chamamos de ponto isoelétrico. Se um colóide está em seu ponto isoelétrico, suas partículas não vão migrar (cataforese ou anaforese). + - + + + + + + + + + + + + + cataforese + - - - - - - - - - - - - - - - - - anaforese + + + + + - - - -
Efeito Tyndall: é a dispersão da luz que as partículas coloidais provocam. Imagine você enxergando através de uma porta entreaberta, onde a luz está passando,  as partículas de poeira no ar. Esse é o princípio básico do funcionamento do ultramicroscópio.  Diálise: processo de purificação de colóides. Permite separar os íons que impurifiquem uma solução coloidal. Faz-se uso de uma membrana semipermeável que permite a passagem dos íons e do solvente, mas não permite a passagem das partículas coloidais. Apesar de ser um processo lento, pode ser usado uma diferença de potencial para apressar essa purificação (eletrodiálise). Ultracentrifugação: também um método de separação dos colóides. São usadas membranas com poros muito pequenos, que barram a passagem das partículas coloidais.

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Coloides

  • 2. Apesar de ser uma matéria pouco explorada nos vestibulares vamos fazer um resumo sobre colóides. Os sistemas coloidais são misturas que apresentam as partículas dispersas com um diâmetro compreendido entre 10 e 1000A 0 . O colóide pode ser formado por agregados de átomos, moléculas ou íons. Por exemplo: uma dispersão coloidal de moléculas de enxofre (S 8 ) em água. Podemos ter também uma dispersão coloidal formada por macromoléculas (polímeros). Os colóides sáo formados por uma parte descontínua , que chamamos de disperso e, por uma fase contínua que chamamos de dispersante . Exemplos: Espumas em geral Espuma líquida Líquido Gás Pedra-pomes Espuma sólida Sólido Gás Spray, nuvens Aerossol líquido Gás Líquido Maionese e leite Emulsão Líquido Líquido Geléias, queijo Gel Sólido Líquido Fumaça de cigarro e poeira no ar Aerossol sólido Gás Sólido Vidros coloridos, detergente em água Sol Líquido Sólido Pedras preciosas coloridas Sol sólido Sólido Sólido Exemplos Nome comum Dispersante Disperso
  • 3. -Eucolóides: dispersos de macroíons ou de macromoléculas isoladas. -Vidros coloridos por dispersão de metal, são exemplos de dispersão coloidal em que o dispersante é líquido. Não esqueçam: vidro não é sólido, pois não apresenta retículos cristalinos característicos dos sólidos. -No início o termo sol era usado para designar os colóides que tinham a aparência de uma solução. Os colóides que tinha um aspecto mais para gelatinoso eram designados de gel. -Num gel não existe uma fase dispersa e outra dispersante. -As partículas coloidais por possuírem todas a mesma carga, ficam rodeadas por partículas de carga contrária. -A maior parte dos colóides naturais são reversíveis ou liófilos, principalmente os hidrófilos. Exemplo: gelatina, albumina etc. -Micela coloidal: partículas de um sistema coloidal. -Colóides liófilos: colóides que possuem grande afinidade com o dispersante. São capazes de adsorver e fixar em sua superfície partículas do dispersante; ficando assim, envolto por uma película protetora chamada de camada de solvatação.
  • 4. A estabilidade de um sistema coloidal depende de vários fatores: Movimento Browniano: Observado pela primeira vez por um botânico escocês (Robert Brown), em uma suspensão de grãos de pólem em água. Trata-se de um movimento em zigue-zague das partículas do sistema coloidal. Esse movimento ocorre devido ao choque das partículas do dispersante com as partículas do disperso. Carga elétrica: todas as partículas de um colóide possuem a mesma carga elétrica, por isso ocorre uma repulsão entre as partículas fazendo com que fiquem suspensas. Interação das partículas dispersas com o dispersante: Como já vimos alguns colóides tem grande afinidade pelas partículas do dispersante (liófilos). A camada de solvatação mantém as partículas coloidais isoladas umas das outras quando ocorre a pectização. Um colóide pode passar de Sol para Gel ou de Gel para Sol. A passagem de Sol para Gel é chamada de pectização ( pektos = coalhado ); a passagem de Gel para Sol é chamada de peptização ( peptos = digerido ). É graças a camada de solvatação (protetora) que ao juntarmos um líquido dispersante ao colóide que sofreu uma pectização ele adquire novamente o aspecto de SOL. Colóides liófilos são mais estáveis do que os colóides liófobos. Podemos aumentar a estabilidade de um colóide adicionando ao mesmo um colóide liófilo. É o que acontece ao adicionarmos a gema de ovo ao azeite e ao vinagre no preparo da maionese.
  • 5. Eletroforese: Como as partículas de um colóide possuem todas a mesma carga, se deslocam diante de um campo elétrico para o pólo contrário a de sua carga. O colóide de carga elétrica negativa migra para o pólo positivo ( anaforese ), o colóide de carga positiva migra para o pólo negativo ( cataforese ). Ponto Isoelétrico: Ao aumentarmos a acidez(adição de H + ) de um meio onde está um colóide podemos neutralizar as cargas negativas. Se aumentarmos a basicidade(adição de OH - ), podemos neutralizar as cargas positivas. Ao índice de acidez do meio em que a carga do colóide é neutra chamamos de ponto isoelétrico. Se um colóide está em seu ponto isoelétrico, suas partículas não vão migrar (cataforese ou anaforese). + - + + + + + + + + + + + + + cataforese + - - - - - - - - - - - - - - - - - anaforese + + + + + - - - -
  • 6. Efeito Tyndall: é a dispersão da luz que as partículas coloidais provocam. Imagine você enxergando através de uma porta entreaberta, onde a luz está passando, as partículas de poeira no ar. Esse é o princípio básico do funcionamento do ultramicroscópio. Diálise: processo de purificação de colóides. Permite separar os íons que impurifiquem uma solução coloidal. Faz-se uso de uma membrana semipermeável que permite a passagem dos íons e do solvente, mas não permite a passagem das partículas coloidais. Apesar de ser um processo lento, pode ser usado uma diferença de potencial para apressar essa purificação (eletrodiálise). Ultracentrifugação: também um método de separação dos colóides. São usadas membranas com poros muito pequenos, que barram a passagem das partículas coloidais.