Page 1
Corticoesteróides
Lucas Cruz
2010
Page 2
Introdução
Page 3
Introdução
Mineralocorticóides: aldosterona
• Regulação do balanço hidroeletrolítico
Glicocorticóides: cortisol
• Metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras
• Potente efeito antinflamatório e imunosupressor
Esteróides sexuais: estrógenos e andrógenos
• Caracteres sexuais secundários
Page 4
Introdução
A deficiência na produção de
corticosteróides provoca doença de
Addison
Caracteriza-se por fraqueza muscular,
pressão arterial baixa, depressão,
anorexia, perda de peso e hipoglicemia.
Page 5
Introdução
Quando os corticosteróides são produzidos em excesso, o quadro
clínico depende dos esteróides predominantes. A atividade
glicocorticóide excessiva resulta em síndrome de Cushing.
Esta síndrome pode ser causada pela hipersecreção das
glândulas supra-renais ou pela administração prolongada de
glicocorticóides
A produção excessiva de mineralocorticóides resulta em distúrbios
do equilíbrio do N a + e do K + .
Page 6
Síntese e Liberação
Os esteróides supra-renais são sintetizados e liberados
de acordo com as necessidades, sob a influência do
ACTH , que é secretado pela adeno-hipófise
A secreção de ACTH é regulada, em parte, pelo CRF
derivado do hipotálamo e, em parte, pelo nível de
gicocorticóides no sangue.
Por sua vez, a liberação de CRF é inibida pelos níveis
sangüíneos de glicocorticóides e é influenciada pelo
estímulo do S N C
Page 7
Regulação da
síntese e
secreção dos
corticosteróides
supra-renais
Page 8
Síntese e Liberação
Existe uma liberação
basal de
glicocorticóides. (10 a
20mg / dia)
A concentração de
corticosteróides
endógenos no sangue
apresenta-se elevada
pela manhã, às 8 horas,
e baixa à meia-noite.
Os glicocorticóides
endógenos são
transportados no plasma
ligados à globulina de
ligação dos
corticosteróides (CBG) e à
albumina.
Page 9
Mecanismo de Ação
Os
glicocorticóides
interagem com
receptores
intracelulares
O complexo esteróide-
receptor resultante forma
dímeros (isto é, formam
pares) e, a seguir, interagem
com o DNA para modificar a
transcrição gênica:
induzindo a síntese de
algumas proteínas e
inibindo a síntese de outras.
Page 11
Mecanismo de Ação
Para as ações
metabólicas, as
proteínas mediadoras
são, em sua maioria,
enzimas, como, por
exemplo, quinase
dependente da cAMP;
todavia, nem todas as
ações sobre os genes
são conhecidas
Page 12
Mecanismo de Ação
Para as ações antiinflamatórias e
imunossupressoras, são conhecidas algumas
ações ao nível dos genes:
Inibição da transcrição dos genes da
ciclooxigenase-2, de citocinas (por exemplo,
interleucinas), de moléculas de adesão celular
e da forma induzível da oxido nítrico sintase;
Page 13
Mecanismo de Ação
Bloqueio da indução, mediada pela
vitamina D3 , do gene da osteocalcina
nos osteoblastos e modificação da
transcrição dos genes da colagenase;
Aumento da síntese de anexina-1, que é
importante na retroalimentação negativa
do hipotálamo e da adeno-hipófise,
podendo exercer ações antiinflamatórias
Page 14
Biotransformação e eliminação
Cortisol  17-OH-cetosteróides urinários
Cortisol e andrógenos  17 Cetosteróides urinários
Tornam-se inativos e hidrossolúveis sendo eliminados
pelos rins.
Hepatócito:
redução da dupla
ligação
redução dos grupos
cetônicos
conjugação com
ácido glicurônico
Page 15
Ações metabólicas
Carboidratos
Proteínas
Gorduras
Page 16
Efeitos no metabolismo dos carboidratos
Aumento da neoglicogênese
Reduz utilização periférica de
glicose
Aumenta armazenamento de
glicogênio
Aumenta glicemia
Page 17
Efeitos no metabolismo das proteínas
Resulta em balanço nitrogenado
negativo
Aumento da degradação protéica
Redução da síntese protéica
Page 18
Efeitos no metabolismo dos lipídeos
Aumenta
lipólise
Aumento dos
ácidos graxos
livres
Redistribuição
da gordura
corporal:
Obesidade
centrípeta
Page 19
Efeitos no balanço hidríco e eletrolítico
Aumenta
excreção
de água
livre
Aumenta
reabsorçã
o de Na no
nefron
distal
Aumenta
excreção
urinária de
K e H
Resulta
em:
Expansão
do LEC,
HAS,
Alcalose
hipocalêm
ica
Page 20
Efeitos no balanço do cálcio
Aumenta excreção renal
de Ca
Diminui absorção
intestinal de Ca
Aumenta secreção de PTH
Resulta em risco
aumentado de
osteopenia e
osteoporose
Page 21
Ações Reguladoras
Inflamação
Sistema
cardiovascul
ar
Músculo-
esqueléticas
Hipotálamo e
Adeno-
Hipófise
Mediadores
Efeitos
Gerais
Page 22
Efeitos na Inflamação e Imunidade
Inflamação aguda: redução
do influxo e da atividade
dos leucócitos
Inflamação crônica:
redução da atividade das
células mononucleares,
proliferação diminuída de
vasos sangüíneos e menos
fibrose;
Tecidos linfóides:
diminuição da expansão
clonal das células T e B e
ação diminuída das células
T secretoras de citocinas
Page 23
Efeitos nos Mediadores
Diminuição da
produção e
ação das
citocinas,
incluindo
muitas
interleucinas, o
TNF-alfa e o
fator de
estimulação de
colônias de
granulócitos-
macrófagos
Produção
diminuída de
eicosanóides
Produção
diminuída
de IgG
Diminuição
dos
component
es do
complemen
to no
sangue
Page 24
Efeitos
Adversos
Tendem a
ocorrer com
doses elevadas
ou
administração
prolongada
Page 25
Vias de Admnistração
• Oral
• Endovenosa
• Intramuscular
• Tópico nasal
• Inalatória
• Intra-articular
• Intralesional
• Pele
• Ocular
• Vaginal
• Auricular
Sistêmicos
Tópicos
Page 26
Uso clínico dos corticóides
Máxima atividade
antiinflamatória, antialérgica
e imunossupressora
Mínima atividade retentora
de sódio e flúidos
Ação GC ou MC do corticosteróide depende da
afinidade maior ou menor por estes receptores.
Corticosteróides ligam-se a receptores específicos
glico (GC) ou mineralocorticóides (MC).
Efeito
terapêutico
ideal dos
corticóides:
Page 27
Comparação dos principais corticóides
Fármaco ½ vida
plasmáti
ca
½ vida
biológica
Afinidade
pelo RGC
Potênci
a
equivale
nte
Início de
ação (min)
Ação
Mineraloc
orticóide
Dose oral
equivalente
Cortisona 90 8 – 12 1 1 100 1 20
Hidrocortisona 90 8 – 12 0,01 0,8 100 0,8 25
Prednisolona 200 18 – 36 2,2 4 60 0,8 5
Prednisona 200 18 – 36 0,05 4 80 0,8 5
Metilprednisona 200 18 – 36 11,9 5 - 0,5 4
Betametasona 300 36 – 54 5,4 30 120 0 0,75
Dexametasona 300 36 - 54 5,4 30 120 0 0,75
Page 28
Considerações gerais quanto ao
manuseio dos Corticosteróides
Tomando como base a
Prednisona:
Doses equivalentes a  40 mg/dia (8 vezes
o nível fisiológico), por mais de uma
semana resultam em supressão do eixo HHA;
Doses < 20 mg/dia promovem
supressão do eixo HHA somente após 30
dias de uso;
Page 29
Uso clínico dos corticóides
Outras doenças com componentes auto-imunes e inflamatórios (artrite
reumatóide, anemia hemolítica)
Estados de hipersensibilidade (por exemplo, reações alérgicas graves);
Topicamente em várias afecções inflamatórias da pele, dos olhos, das orelhas
ou do nariz (por exemplo, eczema, conjuntivite alérgica ou rinite);
Asma
Terapia antiinflamatória/imunossupressora:
Terapia de reposição para pacientes com insuficiência supra-renal (doença de
Addison)
Page 30
Uso clínico dos corticóides
Em doenças neoplásicas:
Em combinação com agentes citotóxicos no
tratamento de neoplasias específicas (por
exemplo, doença de Hodgkin, leucemia
linfocítica aguda);
Para reduzir o edema cerebral em pacientes
com tumores cerebrais primários ou
metastáticos (utiliza-se a dexametasona)
Como componente do tratamento
antiemético em combinação com a
quimioterapia.
Page 31
Mineralocorticóides
A fludrocortisona é administrada por via oral para produzir um efeito
mineralocorticóide.
Este agente:
Aumenta a reabsorção de N a + , nos túbulos distais, e aumenta o efluxo
de K + e H + nos túbulos;
Atua, como a maioria dos esteróides, sobre receptores intracelulares que
modulam a transcrição do DNA, induzindo a síntese de mediadores
protéicos;
É utilizado como glicocorticóide na terapia de reposição.
Page 32
Conclusões
Usar, não abusar
Escolher o CO mais conveniente para o paciente/doença:
• Reposição: Usar baixa potência, curta duração
• Situações clínicas mais comuns: média potência, duração
intermediária
• Prednisolona: melhor afinidade pelo Receptor, menor
metabolização hepática, mais rápido início de ação, menor
interferência com medicamentos e alimentos, pode ser dada em
1 ou 2 doses diárias, apresentação em gotas
• Emergências: alta potência, longa duração
Page 33
Conclusões
Usar pelo menor tempo possível
+ 7 dias: fazer retirada gradual
Sempre que possível, usar a via oral
Uso agudo: 1 tomada às 15h ou duas tomadas às 8 e às 20h
Uso crônico: mimetizar o ciclo circadiano do cortisol (1 tomada às 8h, de
preferência em dias alternados)
Usar corretamente melhora o prognóstico e evita complicações!
Page 34
Referências Bibliográficas
• RANG, H. P; DALE, M. M; RITTER, J. M. Farmacologia. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 703 p.
• KATZUNG, Bertram G. (Ed.). Farmacologia: básica e clínica. 9. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 991 p
• GILMAN, Alfred Goodman. As bases farmacológicas da
terapêutica. 10. ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2003. 1647 p

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Corticóides

  • 3. Page 3 Introdução Mineralocorticóides: aldosterona • Regulação do balanço hidroeletrolítico Glicocorticóides: cortisol • Metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras • Potente efeito antinflamatório e imunosupressor Esteróides sexuais: estrógenos e andrógenos • Caracteres sexuais secundários
  • 4. Page 4 Introdução A deficiência na produção de corticosteróides provoca doença de Addison Caracteriza-se por fraqueza muscular, pressão arterial baixa, depressão, anorexia, perda de peso e hipoglicemia.
  • 5. Page 5 Introdução Quando os corticosteróides são produzidos em excesso, o quadro clínico depende dos esteróides predominantes. A atividade glicocorticóide excessiva resulta em síndrome de Cushing. Esta síndrome pode ser causada pela hipersecreção das glândulas supra-renais ou pela administração prolongada de glicocorticóides A produção excessiva de mineralocorticóides resulta em distúrbios do equilíbrio do N a + e do K + .
  • 6. Page 6 Síntese e Liberação Os esteróides supra-renais são sintetizados e liberados de acordo com as necessidades, sob a influência do ACTH , que é secretado pela adeno-hipófise A secreção de ACTH é regulada, em parte, pelo CRF derivado do hipotálamo e, em parte, pelo nível de gicocorticóides no sangue. Por sua vez, a liberação de CRF é inibida pelos níveis sangüíneos de glicocorticóides e é influenciada pelo estímulo do S N C
  • 7. Page 7 Regulação da síntese e secreção dos corticosteróides supra-renais
  • 8. Page 8 Síntese e Liberação Existe uma liberação basal de glicocorticóides. (10 a 20mg / dia) A concentração de corticosteróides endógenos no sangue apresenta-se elevada pela manhã, às 8 horas, e baixa à meia-noite. Os glicocorticóides endógenos são transportados no plasma ligados à globulina de ligação dos corticosteróides (CBG) e à albumina.
  • 9. Page 9 Mecanismo de Ação Os glicocorticóides interagem com receptores intracelulares O complexo esteróide- receptor resultante forma dímeros (isto é, formam pares) e, a seguir, interagem com o DNA para modificar a transcrição gênica: induzindo a síntese de algumas proteínas e inibindo a síntese de outras.
  • 10. Page 11 Mecanismo de Ação Para as ações metabólicas, as proteínas mediadoras são, em sua maioria, enzimas, como, por exemplo, quinase dependente da cAMP; todavia, nem todas as ações sobre os genes são conhecidas
  • 11. Page 12 Mecanismo de Ação Para as ações antiinflamatórias e imunossupressoras, são conhecidas algumas ações ao nível dos genes: Inibição da transcrição dos genes da ciclooxigenase-2, de citocinas (por exemplo, interleucinas), de moléculas de adesão celular e da forma induzível da oxido nítrico sintase;
  • 12. Page 13 Mecanismo de Ação Bloqueio da indução, mediada pela vitamina D3 , do gene da osteocalcina nos osteoblastos e modificação da transcrição dos genes da colagenase; Aumento da síntese de anexina-1, que é importante na retroalimentação negativa do hipotálamo e da adeno-hipófise, podendo exercer ações antiinflamatórias
  • 13. Page 14 Biotransformação e eliminação Cortisol  17-OH-cetosteróides urinários Cortisol e andrógenos  17 Cetosteróides urinários Tornam-se inativos e hidrossolúveis sendo eliminados pelos rins. Hepatócito: redução da dupla ligação redução dos grupos cetônicos conjugação com ácido glicurônico
  • 15. Page 16 Efeitos no metabolismo dos carboidratos Aumento da neoglicogênese Reduz utilização periférica de glicose Aumenta armazenamento de glicogênio Aumenta glicemia
  • 16. Page 17 Efeitos no metabolismo das proteínas Resulta em balanço nitrogenado negativo Aumento da degradação protéica Redução da síntese protéica
  • 17. Page 18 Efeitos no metabolismo dos lipídeos Aumenta lipólise Aumento dos ácidos graxos livres Redistribuição da gordura corporal: Obesidade centrípeta
  • 18. Page 19 Efeitos no balanço hidríco e eletrolítico Aumenta excreção de água livre Aumenta reabsorçã o de Na no nefron distal Aumenta excreção urinária de K e H Resulta em: Expansão do LEC, HAS, Alcalose hipocalêm ica
  • 19. Page 20 Efeitos no balanço do cálcio Aumenta excreção renal de Ca Diminui absorção intestinal de Ca Aumenta secreção de PTH Resulta em risco aumentado de osteopenia e osteoporose
  • 21. Page 22 Efeitos na Inflamação e Imunidade Inflamação aguda: redução do influxo e da atividade dos leucócitos Inflamação crônica: redução da atividade das células mononucleares, proliferação diminuída de vasos sangüíneos e menos fibrose; Tecidos linfóides: diminuição da expansão clonal das células T e B e ação diminuída das células T secretoras de citocinas
  • 22. Page 23 Efeitos nos Mediadores Diminuição da produção e ação das citocinas, incluindo muitas interleucinas, o TNF-alfa e o fator de estimulação de colônias de granulócitos- macrófagos Produção diminuída de eicosanóides Produção diminuída de IgG Diminuição dos component es do complemen to no sangue
  • 23. Page 24 Efeitos Adversos Tendem a ocorrer com doses elevadas ou administração prolongada
  • 24. Page 25 Vias de Admnistração • Oral • Endovenosa • Intramuscular • Tópico nasal • Inalatória • Intra-articular • Intralesional • Pele • Ocular • Vaginal • Auricular Sistêmicos Tópicos
  • 25. Page 26 Uso clínico dos corticóides Máxima atividade antiinflamatória, antialérgica e imunossupressora Mínima atividade retentora de sódio e flúidos Ação GC ou MC do corticosteróide depende da afinidade maior ou menor por estes receptores. Corticosteróides ligam-se a receptores específicos glico (GC) ou mineralocorticóides (MC). Efeito terapêutico ideal dos corticóides:
  • 26. Page 27 Comparação dos principais corticóides Fármaco ½ vida plasmáti ca ½ vida biológica Afinidade pelo RGC Potênci a equivale nte Início de ação (min) Ação Mineraloc orticóide Dose oral equivalente Cortisona 90 8 – 12 1 1 100 1 20 Hidrocortisona 90 8 – 12 0,01 0,8 100 0,8 25 Prednisolona 200 18 – 36 2,2 4 60 0,8 5 Prednisona 200 18 – 36 0,05 4 80 0,8 5 Metilprednisona 200 18 – 36 11,9 5 - 0,5 4 Betametasona 300 36 – 54 5,4 30 120 0 0,75 Dexametasona 300 36 - 54 5,4 30 120 0 0,75
  • 27. Page 28 Considerações gerais quanto ao manuseio dos Corticosteróides Tomando como base a Prednisona: Doses equivalentes a  40 mg/dia (8 vezes o nível fisiológico), por mais de uma semana resultam em supressão do eixo HHA; Doses < 20 mg/dia promovem supressão do eixo HHA somente após 30 dias de uso;
  • 28. Page 29 Uso clínico dos corticóides Outras doenças com componentes auto-imunes e inflamatórios (artrite reumatóide, anemia hemolítica) Estados de hipersensibilidade (por exemplo, reações alérgicas graves); Topicamente em várias afecções inflamatórias da pele, dos olhos, das orelhas ou do nariz (por exemplo, eczema, conjuntivite alérgica ou rinite); Asma Terapia antiinflamatória/imunossupressora: Terapia de reposição para pacientes com insuficiência supra-renal (doença de Addison)
  • 29. Page 30 Uso clínico dos corticóides Em doenças neoplásicas: Em combinação com agentes citotóxicos no tratamento de neoplasias específicas (por exemplo, doença de Hodgkin, leucemia linfocítica aguda); Para reduzir o edema cerebral em pacientes com tumores cerebrais primários ou metastáticos (utiliza-se a dexametasona) Como componente do tratamento antiemético em combinação com a quimioterapia.
  • 30. Page 31 Mineralocorticóides A fludrocortisona é administrada por via oral para produzir um efeito mineralocorticóide. Este agente: Aumenta a reabsorção de N a + , nos túbulos distais, e aumenta o efluxo de K + e H + nos túbulos; Atua, como a maioria dos esteróides, sobre receptores intracelulares que modulam a transcrição do DNA, induzindo a síntese de mediadores protéicos; É utilizado como glicocorticóide na terapia de reposição.
  • 31. Page 32 Conclusões Usar, não abusar Escolher o CO mais conveniente para o paciente/doença: • Reposição: Usar baixa potência, curta duração • Situações clínicas mais comuns: média potência, duração intermediária • Prednisolona: melhor afinidade pelo Receptor, menor metabolização hepática, mais rápido início de ação, menor interferência com medicamentos e alimentos, pode ser dada em 1 ou 2 doses diárias, apresentação em gotas • Emergências: alta potência, longa duração
  • 32. Page 33 Conclusões Usar pelo menor tempo possível + 7 dias: fazer retirada gradual Sempre que possível, usar a via oral Uso agudo: 1 tomada às 15h ou duas tomadas às 8 e às 20h Uso crônico: mimetizar o ciclo circadiano do cortisol (1 tomada às 8h, de preferência em dias alternados) Usar corretamente melhora o prognóstico e evita complicações!
  • 33. Page 34 Referências Bibliográficas • RANG, H. P; DALE, M. M; RITTER, J. M. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 703 p. • KATZUNG, Bertram G. (Ed.). Farmacologia: básica e clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 991 p • GILMAN, Alfred Goodman. As bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2003. 1647 p

Notas do Editor

  • #3: As glândulas adrenais situam-se acima dos rins e, por este motivo, podem ser chamadas de glândulas supra-renais Macroscopicamente, a glândula é composta de duas partes: a medula, que secreta catecolaminas e o córtex que secreta os esteróides da supra-renal. Os principais esteróides das adrenais são aqueles com atividade mineralocorticóide e glicocorticóide Alguns esteróides sexuais(andrógenos) também são produzidos por essa glândula
  • #4: Quando os corticóides são administrados como agentes antiinflamatórios e imunossupressores, todas as suas outras ações transformam-se em efeitos colaterais indesejáveis.
  • #7: (O A D H , que pode alcançar a hipófise através dos vasos portais curtos da neuro-hipófise, também estimula a liberação de A C T H e pode desempenhar um papel fisiológico.)
  • #8: Regulação da síntese e secreção dos corticosteróides supra-renais. A longa alça de retroalimentação negativa é mais importante do que a alça curta (linha tracejada). O ACTH só exerce um efeito mínimo sobre a produção de mineralocorticóides (indicada pela linha pontilhada). (ACTH, hormônio adrenocorticotrópico (corticotropina); ADH, hormônio antidiurético (vasopressina); CRF, fator de liberação da corticotropina.)
  • #9: Os fatores psicológicos podem afetar a liberação de CRF, assim como certos estímulos, como excesso de calor ou de frio, lesão ou infecções; trata-se do mecanismo, de fato, pelo qual o sistema hipofisário supra-renal é ativado em resposta a um meio ambiente ameaçador.
  • #11: Os efeitos dos glicocorticóides não é imediato, levando minutos até horas para se tornarem evidentes, mas uma vez iniciados perduram por horas, pois são resultados da produção aumentada de proteínas.
  • #22: Hipotálamo e a Adeno-hipófise: ação de retroalimentação negativa, resultando em diminuição da liberação dos glicocorticóides endógenos Sistema cardiovascular : vasodilatação reduzida, diminuição da exsudação de líquidos Músculo-esqueléticas: Aumenta atividade osteoclástica e reduz osteoblástica
  • #25: Os efeitos indicados, em itálico, são particularmente comuns. Os efeitos menos freqüentes, relacionados com a dose e com a duração do tratamento, estão indicados entre parênteses
  • #28: Hidrocortisona: Fármaco de escolha para terapia de reposição Prednisolona: Fármaco de escolha para efeitos antiinflamatórios sistêmicos e imunossupressores Dexametasona: utilizadas particularmente quando a retenção de água é indesejável, como, por exemplo, no edema cerebral; fármaco de escolha para a supressão da produção de ACTH
  • #30: rite
  • #31: rite
  • #32: r