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Desenvolvimento cognitivo

segundo Piaget
A teoria de Jean Piaget explica como o indivíduo, desde o seu
nascimento,
constrói
o
conhecimento.
Onde o desenvolvimento cognitivo procede por estágios. Todas as
pessoas, portanto, desde que tenham um desenvolvimento normal,
passam por estas fases na mesma ordem, com possíveis variações
das
idades.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de
sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas
mentais (esquema). A construção do conhecimento ocorre quando
acontecem ações que provocam o desequilíbrio no esquema,
necessitando dos processos de assimilação e acomodação para a
construção de novos esquemas e alcance do equilíbrio.
qualitativo - que se refere a qualidade, a natureza dos objetos.
quantitativo - que diz respeito a quantidade.

2
O Processo de Equilibração:
O organismo em busca do pensamento
"Como os homens constroem o conhecimento? Como se dá o processo de elaboração
das ideias? Como a elaboração do conhecimento influencia a adaptação à realidade?”
É explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações
interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que
são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que

englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o
processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência
social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.

3
Processo de Equilibração

O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget,
pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento
humano. Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal,
já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana mas que
pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo
está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de Piaget leva em conta a
atuação de 2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores
invariantes e os fatores variantes.

4
Invariante

Variante

Piaget postula que, ao nascer, o
indivíduo recebe como herança uma
série de estruturas biológicas sensoriais e neurológicas - que
permanecem constantes ao longo da
sua vida. São essas estruturas
biológicas que irão predispor o
surgimento de certas estruturas
mentais. Considera-se que o indivíduo
carrega consigo duas marcas inatas
que são a tendência natural à
organização e à adaptação.

São representados pelo conceito de
esquema que constitui a unidade
básica de pensamento e ação
estrutural, sendo um elemento que se
transforma no processo de interação
com o meio, visando à adaptação do
indivíduo ao real que o circunda. Com
isso, a teoria psicogenética deixa à
mostra que a inteligência não é
herdada, mas sim que ela é construída
no processo interativo entre o homem e
o meio ambiente (físico e social) em
que ele estiver inserido.
5
Organização: à medida que aumenta a maturação da criança, elas organizam padrões físicos ou
esquemas mentais em sistemas mais complexos.
Adaptação: capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento para se adaptar às
exigências do meio.
Essa busca do organismo por novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos: a assimilação e
a acomodação.
Assimilação: consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da
estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência.
Exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao
observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao
conhecido.

Acomodação: se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do
mundo externo.
Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito

“geral” de ave para incluir as que não voam.
6
SUJEITO

OBJETO DE CONHECIMENTO

SUJEITO

OBJETO DE CONHECIMENTO

ACOMODAÇÃO

ASSIMILAÇÃO
O SUJEITO AGE E SE APROPRIA DO OBJETO
PARA ATENDER AS SUAS NECESSIDADES
BIOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E SOCIAIS.

ADAPTAÇÃO

MODIFICAÇÃO DOS ESQUEMAS DO SUJEITO
EM FUNÇÃO DO OBJETO QUE ESTÁ
TENTANDO ASSIMILAR.

EQUILIBRAÇÃO
EQUILÍBRIO ENTRE ASSIMILAÇÃO
E ACOMODAÇÃO

7
Os Estágios do Desenvolvimento Cognitivo

Sensóriomotor
(0-2 anos)

Préoperatório
(2-7 anos)

Operatório
concreto

Operatório
formal

(7-11 anos)

(12 em diante)

8
Sensório-motor (0-2 anos)
• A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a

construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o
meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo
são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e
imediato, sem representação ou pensamento.

• Exemplos:

• a exploração manual e visual do ambiente;
• a experiência obtida com ações, a imitação;
• a inteligência prática (através de ações);
• ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar;
• a coordenação das ações proporciona o surgimento do

pensamento;

• a centralização no próprio corpo;
• a noção de permanência do objeto;

9
Pré-operatório
(2-7 anos)

Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica .
Caracteriza-se pela interiorização de esquemas de ação
construídos no estágio anterior (sensório-motor).
• É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se

colocar, abstratamente, no lugar do outro.

• Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação

(é fase dos "por quês").

• Já pode agir por simulação, "como se".

Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.

• Exemplos:

Mostra-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e
dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que
a quantidade de massa continue igual, pois as formas são
diferentes. Não relaciona as situações.
10
A
criança
desenvolve
noções
de
tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já
sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e
abstrair dados da realidade. Não se limita a uma
representação imediata, mas ainda depende do
mundo concreto para chegar à abstração.
Desenvolve a capacidade de representar uma ação
no sentido inverso de uma anterior, anulando a
transformação observada (reversibilidade).

Operatório Concreto
(7-11anos)

• Exemplos:

despeja-se a água de dois copos em outros, de
formatos diferentes, para que a criança diga se as
quantidades continuam iguais. A resposta é
afirmativa uma vez que a criança já diferencia
aspectos e é capaz de "refazer" a ação.

11
Operatório Formal
(12 em diante)

A representação agora permite a abstração total. A criança
não se limita mais a representação imediata nem somente
às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar
em todas as relações possíveis logicamente buscando
soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação
da
realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança
alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e
tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as
classes de problemas.
• Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão
em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com
a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma
galinha comendo grãos.
12
As propostas de Piaget na Educação:
• O conhecimento real e concreto é construído através de experiências.
• Aprender é uma interpretação pessoal do mundo, ou seja, é uma atividade
individualizada, um processo ativo no qual o significado é desenvolvido com base
em experiências.
• O papel do professor é então aquele de criar situações compatíveis com o nível de
desenvolvimento cognitivo do aluno, em atividades que possam desafia-los.
• O professor deve provocar o desequilíbrio na mente do aluno para que
ele, buscando então o reequilíbrio, tenha a oportunidade de agir e interagir.
• O professor deve propor atividades que possibilitem ao aluno a busca pessoal de
informações, a proposição de soluções, o confronto com as de seus colegas, a defesa
destas e a permanente discussão.
• O conhecimento é construído por informações advindas da interação com o
ambiente, tocando esta teoria com aquela proposta por Vygotsky, na medida em que
o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto
espontaneamente, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior.
13
Fac Unilagos
Pedagogia – 2º período
Psicologia da Aprendizagem
Prof.ª Andréia Vidal
Manoela Araújo
Kizzy Torres
Neuzimar Braga
Alexandra Fernandes

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Desenvolvimento Cognitivo: Piaget

  • 2. A teoria de Jean Piaget explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o conhecimento. Onde o desenvolvimento cognitivo procede por estágios. Todas as pessoas, portanto, desde que tenham um desenvolvimento normal, passam por estas fases na mesma ordem, com possíveis variações das idades. Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas mentais (esquema). A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações que provocam o desequilíbrio no esquema, necessitando dos processos de assimilação e acomodação para a construção de novos esquemas e alcance do equilíbrio. qualitativo - que se refere a qualidade, a natureza dos objetos. quantitativo - que diz respeito a quantidade. 2
  • 3. O Processo de Equilibração: O organismo em busca do pensamento "Como os homens constroem o conhecimento? Como se dá o processo de elaboração das ideias? Como a elaboração do conhecimento influencia a adaptação à realidade?” É explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio. 3
  • 4. Processo de Equilibração O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget, pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de Piaget leva em conta a atuação de 2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores invariantes e os fatores variantes. 4
  • 5. Invariante Variante Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma série de estruturas biológicas sensoriais e neurológicas - que permanecem constantes ao longo da sua vida. São essas estruturas biológicas que irão predispor o surgimento de certas estruturas mentais. Considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação. São representados pelo conceito de esquema que constitui a unidade básica de pensamento e ação estrutural, sendo um elemento que se transforma no processo de interação com o meio, visando à adaptação do indivíduo ao real que o circunda. Com isso, a teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é herdada, mas sim que ela é construída no processo interativo entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele estiver inserido. 5
  • 6. Organização: à medida que aumenta a maturação da criança, elas organizam padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais complexos. Adaptação: capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento para se adaptar às exigências do meio. Essa busca do organismo por novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos: a assimilação e a acomodação. Assimilação: consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência. Exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Acomodação: se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito “geral” de ave para incluir as que não voam. 6
  • 7. SUJEITO OBJETO DE CONHECIMENTO SUJEITO OBJETO DE CONHECIMENTO ACOMODAÇÃO ASSIMILAÇÃO O SUJEITO AGE E SE APROPRIA DO OBJETO PARA ATENDER AS SUAS NECESSIDADES BIOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E SOCIAIS. ADAPTAÇÃO MODIFICAÇÃO DOS ESQUEMAS DO SUJEITO EM FUNÇÃO DO OBJETO QUE ESTÁ TENTANDO ASSIMILAR. EQUILIBRAÇÃO EQUILÍBRIO ENTRE ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO 7
  • 8. Os Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Sensóriomotor (0-2 anos) Préoperatório (2-7 anos) Operatório concreto Operatório formal (7-11 anos) (12 em diante) 8
  • 9. Sensório-motor (0-2 anos) • A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. • Exemplos: • a exploração manual e visual do ambiente; • a experiência obtida com ações, a imitação; • a inteligência prática (através de ações); • ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar; • a coordenação das ações proporciona o surgimento do pensamento; • a centralização no próprio corpo; • a noção de permanência do objeto; 9
  • 10. Pré-operatório (2-7 anos) Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor). • É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. • Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês"). • Já pode agir por simulação, "como se". Possui percepção global sem discriminar detalhes. Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. • Exemplos: Mostra-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações. 10
  • 11. A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade). Operatório Concreto (7-11anos) • Exemplos: despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação. 11
  • 12. Operatório Formal (12 em diante) A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade. Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. • Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos. 12
  • 13. As propostas de Piaget na Educação: • O conhecimento real e concreto é construído através de experiências. • Aprender é uma interpretação pessoal do mundo, ou seja, é uma atividade individualizada, um processo ativo no qual o significado é desenvolvido com base em experiências. • O papel do professor é então aquele de criar situações compatíveis com o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno, em atividades que possam desafia-los. • O professor deve provocar o desequilíbrio na mente do aluno para que ele, buscando então o reequilíbrio, tenha a oportunidade de agir e interagir. • O professor deve propor atividades que possibilitem ao aluno a busca pessoal de informações, a proposição de soluções, o confronto com as de seus colegas, a defesa destas e a permanente discussão. • O conhecimento é construído por informações advindas da interação com o ambiente, tocando esta teoria com aquela proposta por Vygotsky, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior. 13
  • 14. Fac Unilagos Pedagogia – 2º período Psicologia da Aprendizagem Prof.ª Andréia Vidal Manoela Araújo Kizzy Torres Neuzimar Braga Alexandra Fernandes 14