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Frei
 Luís de
  Sousa
Espaço e tempo: condicionantes da
            tragédia
      Margarida Rodrigues nº19 11ºA
       Tiago Rodrigues nº26 11ºA
Introdução
Este trabalho foi nos proposto no âmbito da disciplina de português,
pela professora Etelvina Milheiro . Ao longo do trabalho iremos falar
sobre o peso que o tempo e o espaço constituem na obra. Escolhemos
preferencialmente este assunto pois achamos que ambos constituem um
papel fundamental na obra que muitas vezes é transparente aos nossos
olhos, no entanto ao longo do trabalho iremos esclarecer e apresentar os
diversos factores que tornam o tempo e o espaço de Frei Luís de Sousa
imprescindíveis para o adensar psicológico da obra.
Frei Luís de Sousa - contextualização
A acção passa-se em 1578, El-rei D.Sebastião e D.João de Portugal partiram para a
batalha de Alcácer Quibir. Nesta funesta batalha foram dados como desaparecidos.
D.Sebastião deixando um trono sem rei, e D.João a sua mulher- D.Madalena- que
durante sete exaustivos anos o procurou incessantemente foi levada a pensar
pelas evidencias que este tinha morrido. Assim, resolveu casar de novo com o seu
verdadeiro amor D.Manuel de Sousa Coutinho. Começando todo o conflito da obra
quando estes tem uma filha - D.Maria- que apenas seria legitíma se D.João
estivesse realmente morto.




                                            Pathos : o sofrimento latente que
                                            advém do conflito interior de
 Mito Sebastianista                         Madalena e está presente em toda a
                                            obra
Frei Luís de Sousa- personagens
Telmo Pais: o escudeiro valido . É a única personagem que não acredita na morte
de D.João. Vivendo dominado pelo sebastianismo alimenta os remorsos de
Madalena e as fantasias de Maria. Tem a função de coro, uma vez que anuncia o
futuro, tece comentários sobre a acção e com apartes esclarece o público.

Madalena: infeliz e angustiada vive perseguida pelo         Manuel de Sousa: “fidalgo
remorso de ter amado D.Manuel enquanto era casada
                                                            de bom primor e de boa
com D.João. É uma personagem tipicamente romântica
                                                            linhagem”. Extremamente
pela sua sensibilidade ( sonhadora, tendência para o
devaneio) e pela submissão total ao amor que sente por      racional,      vertical   e
D.Manuel                                                    nacionalista : clássico .

Maria     de      Noronha:    D. João de Portugal : é o     Frei      Jorge:          é
extremamente perspicaz        “espelho de cavalaria e       maioritariamente          a
                              gentileza”. Feito cativo de   personagem moderadora do
tem    um      crescimento
                              Alcácer Quibir durante 20     conflito,   atuando    como
débil, devido à sua           anos, regressa na figura do
doença. É culta, visionária                                 confidente       tanto   de
                              Romeiro que simboliza o       Madalena como de seu
e sebastianista.              Portugal do passado.          irmão- D.Manuel .
Ao longo da obra,
vários sinais indicam
o desenlace trágico,
nomeadamente a
precocidade         de
Maria, os medos de
Madalena,            a
destruição         do
retrato de Manuel
de Sousa no Acto I
as insinuações de
Telmo, a fatalidade
do tempo (…)



  Adensar da
   tragédia


 CLIMAX
Espaço     Indícios
         trágicos das
         personagens
                        Tempo
Espaço : condicionante da tragédia
           Espaço físico ( local da realização da acção)
                                                                 A densidade trágica não
O      primeiro    cenário                                       para de crescer : o terceiro
representa um salão                                              acto passa-se agora, na
luxuoso, de requintado       O segundo cenário, em               parte baixa do palácio, com
gosto do palácio de          oposição passa-se no palácio        acesso à Igreja de Nossa
Manuel de Sousa. Goza        de D.João de Portugal, uma          Senhora da Piedade, dos
de uma atmosfera de luz      sala ricamente posta, mas           Dominícos. Total ausência
e                      de    pesada        e      nostálgica,    de ornamentos. Apenas os
felicidade,     concedida    traduzindo até sensação de          relativos à cerimónia da
também       pelas   duas    aprisionamento pelas portas         Semana Santa, e da paixão
janelas rasgadas sobre o     cobertas       por      pesados     e morte de Cristo.
Tejo, com o fundo de         resposteiros . Os retratos de       Também ali se irá passar a
Lisboa. Tudo respira a       corpo     inteiro    de    El-rei   morte         das       três
dimensão do afeto, a         D.Sebastião, de D.João de           personagens : Maria –
relação de amor que ali      Portugal e de Camões,               morre     fisicamente      –
se vive, apesar dos          adensam os medos de                 Madalena e Manuel que
disfarçados medos de         D.Madalena. É um clima tenso        morrem para a vida
D.Madalena. É ao cair da     e torturante. Cai a noite.          terrena.
noite .
Espaço físico
                               Palácio de Manuel de Sousa Coutinho: moderno,
                                    luxuoso, aberto para o exterior: Lisboa
Na obra, os cenários
constituem a “roupagem”
                                       Palácio de D. João de Portugal:
especial e adornante do                salão antigo, melancólico
crescendo psicológico e
trágico    da     intriga  .
Estabelecem      indicadores
fundamentais ao desfecho
trágico da obra.                            Sala dos retratos




                                              Parte baixa do
                                              palácio de D. João de
  O afunilamento gradual                      Portugal
  do espaço anda a par
  com o avolumar da
  tragédia
                                                    Capela
Espaço social
(consiste nas relações sociais, económicas, políticas e culturais entre as
personagens. Correspondendo à descrição de um determinado ambiente
que ilustra, por exemplo, os vícios e expressa uma crítica a sociedade)
҉Existem várias indicações que contribuem para a integração das personagens
numa classe social elevada : as falas da personagens, ( “ D. Madalena de Vilhena,
lembrai-vos de quem sois e de quem vindes , senhora “ ) o epíteto, ( ‘D’) em
D.Madalena ; D.Manuel de Sousa pertencer aos cavaleiros de malta uma ordem
religiosa exclusivamente para nobres;

҉O espaço social é também delimitado pela crítica que o autor dirige à opressão
social causada pelo domínio filipino e dominada pela passividade daqueles que
alimentavam o mito sebastianista. Para Garrett o sebastianismo constituía o mito
da decadência do povo Português : Portugal renegava por um mito, a realidade
sendo assim perspectivado como sinónimo de uma paragem no tempo. Portugal é
um país que vive à sombra de um obcecado sentimento de saudade passadista e
sebastianista.

҉Há também um paralelismo entre a obra e a vida de Garrett que tudo fez para
legitimar a sua filha Maria Adelaide , espelhando ao longo da obra o preconceito
que recai sobre a ilegitimidade de maneira a consciencializar os espectadores.
Espaço psicológico
    surge como tradutor dos sentimentos e pensamentos das personagens.
 Através do dialogo apercebemo-nos desses factores no entanto aparece mais
           nitidamente em situações definidas fundamentalmente :


                                                      Os sonhos :
Os monólogos:
                                                      os sonhos de Maria,
-De D.Madalena, que reflecte sobre a
sua própria vida motivada pela leitura                para       além      de
do episódio de Inês de Castro inserido                funcionarem        como
na obra de Os Lusíadas (cena 1 acto I)                forma                de
-O monologo de Manuel, quando                         caracterização       da
decide incendiar o seu palácio ( cena                 personagem, realçando
XI, acto I );                                         a sua tendência para a
-As reflexões de Frei Jorge, anunciando               quimera e a sua crença
a desgraça : funciona como um
                                                      em              algumas
importante indicío trágico ( cena IX,
acto III);                                            superstições populares,
-O monologo de Telmo, que revela                      anunciam o seu receio
verdadeiramente o seu conflito interior               semiconsciente de que
no final da peça ( cena IV, acto III)                 a fatalidade destrua a
                                                      sua família.
Tempo: condicionante trágico
                        Tempo cronológico
         Antes de 1578
                                                         28/7-4/8 (1 semana)
-Madalena casa com D.João
-Conhece Manuel de Sousa              *             Madalena vive no palácio de
                                                    D.João

           1578-1585
    -Batalha de Alcacér Quibir                             1 a 3 Agosto
 -Madalena procura assegurar-se                     D. João apressa-se na sua
 da morte de seu marido (7 anos)                    caminhada
                                          21 anos
           1585-1599
-2ºcasamento
-Nascimento de Maria
                                                                HOJE          *
         1598-1599 ( 1ano)
D.João é libertado e dirige-se para
Portugal
                                      *               4 de Agosto de 1599,
                                                      regresso de D.João na
                                                      figura de Romeiro
Tempo cronológico
                                                                        21-
•      A acção desenrola-se em pouco mais de uma semana, o que
     lhe confere uma certa unidade.
•    Há uma condensação do tempo da acção, de modo a que esse se        14-
     constituísse como um factor trágico.
•    A tomada de hábito, que marcará a transição do mundo profano
     para o mundo religioso terá lugar ao nono dia, evocando-se a        9-
     simbologia do número nove, que significa o nascimento para uma
     nova vida, a passagem a outro estádio da existência.

                                                                         7-
                        “HOJE” – Sexta-feira

    É atribuído um fatalismo ao ‘HOJE’ ( que é sexta-feira) que
    está conotado com a tragédia, a própria sexta-feira é
    revestida de uma conotação ainda hoje presente                    Afunilamento
    (lembremo-nos das condições atribuídas à sexta-feira 13).         do tempo
    É sempre a uma sexta-feira que ocorrem                   os
    acontecimentos mais importantes
                                       *
Tempo histórico
    O tempo histórico insere a acção numa
     determinada época histórica. Ao
     longo da obra são várias as referencias
     que      nos    permitem     fazer    a
     identificação do tempo histórico :
•    a referência à batalha de Alcácer
     Quibir ;
•     as desavenças entre portugueses e
     castelhanos, após a perda da
     independência nacional ;
•     o facto de haver peste em Lisboa ;
•    o sebastianismo (representado por
     Maria e Telmo) ;
•    as alusões feitas a Camões (feitas por
     Telmo) e a Bernardim Ribeiro (Maria,
     no início do acto segundo, cita a frase
     que abre a novela Menina e Moça
     deste escritor) ;
Tempo psicológico
Corresponde as vivencias das
personagens de acordo com a sua
densidade psicológica.
Na obra actua como um factor de
desgaste, pois com o avanço na obra
deparamo-nos com uma maior
fragilidade das personagens, dos seus
medos e da agonia do futuro. A
coincidência     entre   o     tempo
dramático e o tempo psicológico é
conseguida, sobretudo, através das
palavras de D. Madalena, ao referir o
seu      horror    pela   sexta-feira,
sentimento que é enfatizado pela
repetição do advérbio de tempo
"hoje", com uma conotação negativa.
Conclusão
Em suma, com este trabalho revemos conceitos já dados como o tempo
histórico, o espaço social… E aprofundamo-los, o que contribuiu não só
para o melhor entendimento da obra mas para a clarificação dos mesmos.
Esperamos também que este trabalho constitua uma ajuda extra para os
restantes elementos da turma.
Bibliografia
• http://pt.scribd.com/jenishcj/d/38820455-Estrutura-Interna-e-Externa
• http://www.slideshare.net/complementoindirecto/a-linguagem-em-frei-
  lus-de-sousa
• http://www.slideshare.net/nelsonalves70/frei-lus-de-sousa-classificao
• http://www.slideshare.net/nelsonalves70/frei-luis-de-sousa-estrutura-
  clssica
• http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues
  /portugues_trabalhos/freiluissousa.htmhttp://www.jayrus.art.br/Apostilas/
  LiteraturaPortuguesa/Romantismo/Almeida_Garrett_Resumo_e_analise_d
  e_Frei_Luis_de_Souza.htm
• http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/freiluissousa.htm
• http://www.lithis.net/26
• http://pt.scribd.com/jenishcj/d/38820455-Estrutura-Interna-e-Externa
  http://www.slideshare.net/nelsonalves70/categorias-narrativa
• http://port11.files.wordpress.com/2009/02/espaco.pdf

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Frei luís de sousa

  • 1. Frei Luís de Sousa Espaço e tempo: condicionantes da tragédia Margarida Rodrigues nº19 11ºA Tiago Rodrigues nº26 11ºA
  • 2. Introdução Este trabalho foi nos proposto no âmbito da disciplina de português, pela professora Etelvina Milheiro . Ao longo do trabalho iremos falar sobre o peso que o tempo e o espaço constituem na obra. Escolhemos preferencialmente este assunto pois achamos que ambos constituem um papel fundamental na obra que muitas vezes é transparente aos nossos olhos, no entanto ao longo do trabalho iremos esclarecer e apresentar os diversos factores que tornam o tempo e o espaço de Frei Luís de Sousa imprescindíveis para o adensar psicológico da obra.
  • 3. Frei Luís de Sousa - contextualização A acção passa-se em 1578, El-rei D.Sebastião e D.João de Portugal partiram para a batalha de Alcácer Quibir. Nesta funesta batalha foram dados como desaparecidos. D.Sebastião deixando um trono sem rei, e D.João a sua mulher- D.Madalena- que durante sete exaustivos anos o procurou incessantemente foi levada a pensar pelas evidencias que este tinha morrido. Assim, resolveu casar de novo com o seu verdadeiro amor D.Manuel de Sousa Coutinho. Começando todo o conflito da obra quando estes tem uma filha - D.Maria- que apenas seria legitíma se D.João estivesse realmente morto. Pathos : o sofrimento latente que advém do conflito interior de Mito Sebastianista Madalena e está presente em toda a obra
  • 4. Frei Luís de Sousa- personagens Telmo Pais: o escudeiro valido . É a única personagem que não acredita na morte de D.João. Vivendo dominado pelo sebastianismo alimenta os remorsos de Madalena e as fantasias de Maria. Tem a função de coro, uma vez que anuncia o futuro, tece comentários sobre a acção e com apartes esclarece o público. Madalena: infeliz e angustiada vive perseguida pelo Manuel de Sousa: “fidalgo remorso de ter amado D.Manuel enquanto era casada de bom primor e de boa com D.João. É uma personagem tipicamente romântica linhagem”. Extremamente pela sua sensibilidade ( sonhadora, tendência para o devaneio) e pela submissão total ao amor que sente por racional, vertical e D.Manuel nacionalista : clássico . Maria de Noronha: D. João de Portugal : é o Frei Jorge: é extremamente perspicaz “espelho de cavalaria e maioritariamente a gentileza”. Feito cativo de personagem moderadora do tem um crescimento Alcácer Quibir durante 20 conflito, atuando como débil, devido à sua anos, regressa na figura do doença. É culta, visionária confidente tanto de Romeiro que simboliza o Madalena como de seu e sebastianista. Portugal do passado. irmão- D.Manuel .
  • 5. Ao longo da obra, vários sinais indicam o desenlace trágico, nomeadamente a precocidade de Maria, os medos de Madalena, a destruição do retrato de Manuel de Sousa no Acto I as insinuações de Telmo, a fatalidade do tempo (…) Adensar da tragédia CLIMAX
  • 6. Espaço Indícios trágicos das personagens Tempo
  • 7. Espaço : condicionante da tragédia Espaço físico ( local da realização da acção) A densidade trágica não O primeiro cenário para de crescer : o terceiro representa um salão acto passa-se agora, na luxuoso, de requintado O segundo cenário, em parte baixa do palácio, com gosto do palácio de oposição passa-se no palácio acesso à Igreja de Nossa Manuel de Sousa. Goza de D.João de Portugal, uma Senhora da Piedade, dos de uma atmosfera de luz sala ricamente posta, mas Dominícos. Total ausência e de pesada e nostálgica, de ornamentos. Apenas os felicidade, concedida traduzindo até sensação de relativos à cerimónia da também pelas duas aprisionamento pelas portas Semana Santa, e da paixão janelas rasgadas sobre o cobertas por pesados e morte de Cristo. Tejo, com o fundo de resposteiros . Os retratos de Também ali se irá passar a Lisboa. Tudo respira a corpo inteiro de El-rei morte das três dimensão do afeto, a D.Sebastião, de D.João de personagens : Maria – relação de amor que ali Portugal e de Camões, morre fisicamente – se vive, apesar dos adensam os medos de Madalena e Manuel que disfarçados medos de D.Madalena. É um clima tenso morrem para a vida D.Madalena. É ao cair da e torturante. Cai a noite. terrena. noite .
  • 8. Espaço físico Palácio de Manuel de Sousa Coutinho: moderno, luxuoso, aberto para o exterior: Lisboa Na obra, os cenários constituem a “roupagem” Palácio de D. João de Portugal: especial e adornante do salão antigo, melancólico crescendo psicológico e trágico da intriga . Estabelecem indicadores fundamentais ao desfecho trágico da obra. Sala dos retratos Parte baixa do palácio de D. João de O afunilamento gradual Portugal do espaço anda a par com o avolumar da tragédia Capela
  • 9. Espaço social (consiste nas relações sociais, económicas, políticas e culturais entre as personagens. Correspondendo à descrição de um determinado ambiente que ilustra, por exemplo, os vícios e expressa uma crítica a sociedade) ҉Existem várias indicações que contribuem para a integração das personagens numa classe social elevada : as falas da personagens, ( “ D. Madalena de Vilhena, lembrai-vos de quem sois e de quem vindes , senhora “ ) o epíteto, ( ‘D’) em D.Madalena ; D.Manuel de Sousa pertencer aos cavaleiros de malta uma ordem religiosa exclusivamente para nobres; ҉O espaço social é também delimitado pela crítica que o autor dirige à opressão social causada pelo domínio filipino e dominada pela passividade daqueles que alimentavam o mito sebastianista. Para Garrett o sebastianismo constituía o mito da decadência do povo Português : Portugal renegava por um mito, a realidade sendo assim perspectivado como sinónimo de uma paragem no tempo. Portugal é um país que vive à sombra de um obcecado sentimento de saudade passadista e sebastianista. ҉Há também um paralelismo entre a obra e a vida de Garrett que tudo fez para legitimar a sua filha Maria Adelaide , espelhando ao longo da obra o preconceito que recai sobre a ilegitimidade de maneira a consciencializar os espectadores.
  • 10. Espaço psicológico surge como tradutor dos sentimentos e pensamentos das personagens. Através do dialogo apercebemo-nos desses factores no entanto aparece mais nitidamente em situações definidas fundamentalmente : Os sonhos : Os monólogos: os sonhos de Maria, -De D.Madalena, que reflecte sobre a sua própria vida motivada pela leitura para além de do episódio de Inês de Castro inserido funcionarem como na obra de Os Lusíadas (cena 1 acto I) forma de -O monologo de Manuel, quando caracterização da decide incendiar o seu palácio ( cena personagem, realçando XI, acto I ); a sua tendência para a -As reflexões de Frei Jorge, anunciando quimera e a sua crença a desgraça : funciona como um em algumas importante indicío trágico ( cena IX, acto III); superstições populares, -O monologo de Telmo, que revela anunciam o seu receio verdadeiramente o seu conflito interior semiconsciente de que no final da peça ( cena IV, acto III) a fatalidade destrua a sua família.
  • 11. Tempo: condicionante trágico Tempo cronológico Antes de 1578 28/7-4/8 (1 semana) -Madalena casa com D.João -Conhece Manuel de Sousa * Madalena vive no palácio de D.João 1578-1585 -Batalha de Alcacér Quibir 1 a 3 Agosto -Madalena procura assegurar-se D. João apressa-se na sua da morte de seu marido (7 anos) caminhada 21 anos 1585-1599 -2ºcasamento -Nascimento de Maria HOJE * 1598-1599 ( 1ano) D.João é libertado e dirige-se para Portugal * 4 de Agosto de 1599, regresso de D.João na figura de Romeiro
  • 12. Tempo cronológico 21- • A acção desenrola-se em pouco mais de uma semana, o que lhe confere uma certa unidade. • Há uma condensação do tempo da acção, de modo a que esse se 14- constituísse como um factor trágico. • A tomada de hábito, que marcará a transição do mundo profano para o mundo religioso terá lugar ao nono dia, evocando-se a 9- simbologia do número nove, que significa o nascimento para uma nova vida, a passagem a outro estádio da existência. 7- “HOJE” – Sexta-feira É atribuído um fatalismo ao ‘HOJE’ ( que é sexta-feira) que está conotado com a tragédia, a própria sexta-feira é revestida de uma conotação ainda hoje presente Afunilamento (lembremo-nos das condições atribuídas à sexta-feira 13). do tempo É sempre a uma sexta-feira que ocorrem os acontecimentos mais importantes *
  • 13. Tempo histórico O tempo histórico insere a acção numa determinada época histórica. Ao longo da obra são várias as referencias que nos permitem fazer a identificação do tempo histórico : • a referência à batalha de Alcácer Quibir ; • as desavenças entre portugueses e castelhanos, após a perda da independência nacional ; • o facto de haver peste em Lisboa ; • o sebastianismo (representado por Maria e Telmo) ; • as alusões feitas a Camões (feitas por Telmo) e a Bernardim Ribeiro (Maria, no início do acto segundo, cita a frase que abre a novela Menina e Moça deste escritor) ;
  • 14. Tempo psicológico Corresponde as vivencias das personagens de acordo com a sua densidade psicológica. Na obra actua como um factor de desgaste, pois com o avanço na obra deparamo-nos com uma maior fragilidade das personagens, dos seus medos e da agonia do futuro. A coincidência entre o tempo dramático e o tempo psicológico é conseguida, sobretudo, através das palavras de D. Madalena, ao referir o seu horror pela sexta-feira, sentimento que é enfatizado pela repetição do advérbio de tempo "hoje", com uma conotação negativa.
  • 15. Conclusão Em suma, com este trabalho revemos conceitos já dados como o tempo histórico, o espaço social… E aprofundamo-los, o que contribuiu não só para o melhor entendimento da obra mas para a clarificação dos mesmos. Esperamos também que este trabalho constitua uma ajuda extra para os restantes elementos da turma.
  • 16. Bibliografia • http://pt.scribd.com/jenishcj/d/38820455-Estrutura-Interna-e-Externa • http://www.slideshare.net/complementoindirecto/a-linguagem-em-frei- lus-de-sousa • http://www.slideshare.net/nelsonalves70/frei-lus-de-sousa-classificao • http://www.slideshare.net/nelsonalves70/frei-luis-de-sousa-estrutura- clssica • http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues /portugues_trabalhos/freiluissousa.htmhttp://www.jayrus.art.br/Apostilas/ LiteraturaPortuguesa/Romantismo/Almeida_Garrett_Resumo_e_analise_d e_Frei_Luis_de_Souza.htm • http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/freiluissousa.htm • http://www.lithis.net/26 • http://pt.scribd.com/jenishcj/d/38820455-Estrutura-Interna-e-Externa http://www.slideshare.net/nelsonalves70/categorias-narrativa • http://port11.files.wordpress.com/2009/02/espaco.pdf