GLOBALIZAÇÃO E MERCADOS EMERGENTES   - TEORIAS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Teoria Neoclássica A Teoria Neoclássica da convergência absoluta (ou incondicionada) defende que os países ou regiões pobres com baixos rácios capital/trabalho têm uma maior produtividade marginal do capital e então podem crescer mais que os países ou regiões mais ricas, dado o mesmo nível de poupança e investimento.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Neste contexto, a tendência é para as disparidades diminuírem ao longo do tempo, uma vez que, há uma tendência para os custos dos factores serem mais baixos nas regiões mais pobres e, como tal, as oportunidades de rentabilidade do capital serem mais altas nestas regiões em comparação com as mais ricas. Então, as regiões menos desenvolvidas atraem mais investimento e tenderão a crescer mais depressa, aproximando-se das regiões líderes.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
No longo prazo, as diferenças de rendimento e as taxas de crescimento igualam-se entre regiões, uma vez que, a existência de comércio livre e perfeita mobilidade dos factores impulsionam a convergência como resultado da igualização dos preços dos factores.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Como tal, para esta Teoria a convergência para um mesmo “steady-state” é a regra e a divergência é um fenómeno transitório de curto prazo. O progresso técnico é exógeno e é tratado como um bem público, livremente disponível para as regiões pobres, facilitando o processo de imitação e permitindo o crescimento rápido. A um nível empírico a abordagem Neoclássica da convergência absoluta usa e testa  a chamada hipótese da convergência absoluta sigma e beta.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
A hipótese da convergência Neoclássica é consistente com a Teoria de Crescimento Exógeno de Solow (1956), onde o crescimento é determinado pela oferta exógena dos inputs, exibindo rendimentos constantes ou decrescentes à escala. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
O conceito de convergência sigma mede a dispersão do rendimento per capita ou da produtividade entre diferentes economias ao longo do tempo e o conceito de convergência beta prevê uma relação inversa entre o crescimento do rendimento per capita ou da produtividade e o seu nível inicial.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
A evidência da convergência sigma é útil, uma vez que permite observar períodos de convergência ou divergência ao longo do tempo. A existência de convergência beta é diferente, uma vez que, mostra directamente a taxa de convergência entre países (regiões), implicando que países (regiões) pobres crescem a uma taxa maior que os países (regiões) ricos.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
As duas medidas são complementares, mas não exclusivas. A convergência beta é uma condição necessária, mas não suficiente para que haja convergência  sigma (Sala-i-Martin, 1996).  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Em suma, o conceito de convergência beta é mais usado para prever a convergência absoluta e condicionada. De referir, ainda, que o conceito de betaconvergência  foi primeiro introduzido por Barro and Sala-i-Martin (1991) para o distinguir do conceito de convergência  sigma que mede, como se referiu anteriormente, a dispersão do crescimento per capita usando o desvio padrão ou o coeficiente de variação. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Teoria de Crescimento Endógeno Mais recentemente, foi introduzido o conceito de convergência condicionada associado à Teoria de Crescimento Endógeno que enfatiza a importância do capital humano, da tecnologia e da inovação como os factores condicionantes da convergência (Barro, 1991).  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
As economias convergem para diferentes “steady states” que dependem do stock de capital humano e da acumulação de capital físico, entre outros. Esta Teoria prevê, assim, um  crescimento mais rápido para economias que não tenham ainda atingido o seu “steady state”. Estudos empíricos suportam que a hipótese da convergência absoluta só se verifica em casos especiais onde a amostra envolve economias de países com um alto grau de homogeneidade e entre regiões do mesmo país.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Isto é conhecido como a hipótese do “convergence club” (Chatterji, 1992). A maioria dos estudos apresenta resultados que suportam a hipótese da convergência condicionada, onde para além do nível de rendimento per capita ou da produtividade inicial, a acumulação de capital físico e humano e as actividades de inovação foram os factores condicionantes mais significativos. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Evidências Empíricas Seguidamente apresentar-se-á um conjunto de evidências empíricas referentes à convergência absoluta e condicionada, nomeadamente ao nível da produtividade, entre países, regiões e sectores, revendo as conclusões mais significativas. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Soukiazis (2000a), mais recentemente, analisou com estimações “cross-section” a convergência nos níveis de produtividade entre os 15 países da União Europeia, no período de 1960-1997, e verificou que há alguns efeitos de catching-up, uma vez que, alguns países periféricos relativamente mais pobres melhoraram a sua produtividade, enquanto outros relativamente mais ricos e centrais deterioraram a sua posição inicial em relação à média da União Europeia.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Paci (1996) testou a convergência incondicionada e encontrou evidências na convergência da produtividade entre 109 regiões europeias nos anos 80, a uma taxa de 1,2% ao ano. Testou, também, a convergência a nível sectorial e encontrou fortes evidências de convergência da produtividade na indústria e nos serviços, mas não na agricultura.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Em termos sectoriais, Bernard and Jones (1996) testaram a convergência da produtividade entre sectores económicos de 14 países da OCDE, durante o período de 1970 a 1987, e verificaram que os serviços mostram indícios de convergência, ao contrário da indústria transformadora.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Também, Carree  et al.  (2000) testaram a convergência da produtividade do trabalho entre as indústrias transformadoras de 18 países da OCDE, de 1972 a 1992, e concluíram que a convergência da produtividade no sector da indústria transformadora é lenta ou inexistente. Verificaram, ainda, que o processo de convergência é diferente entre as diferentes indústrias, como resultado, de diferenças nas estruturas produtivas destas indústrias. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Sedgley (1998) estimou a hipótese da convergência no crescimento do produto bruto real por trabalhador entre os Estados dos Estados Unidos da América. Sedgley verificou que o “gap” tecnológico tem grande influência no crescimento da produtividade e que a tecnologia é um bem privado mesmo entre Estados homogéneos dos Estados Unidos da América.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Soukiazis (2000a) numa análise “cross-section”, testou a significância de algumas variáveis estruturais, para controlar diferenças nos “steady states” entre países da União Europeia e verificou que só variáveis estruturais relacionadas com a estrutura de trabalho na agricultura, indústria e serviços, respectivamente, explicam os resultados de convergência da produtividade.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Soukiazis  et al.   (2005) testaram a hipótese de convergência condicionada, no período de 1970 a 2001, ao nível dos 15 países da União Europeia, com dados em painel, no rendimento per capita, na produtividade, no investimento e no desemprego. O objectivo foi o de analisarem a influência dos critérios de Maastricht no processo de convergência da União Europeia e concluíram que a convergência é mais condicionada do que absoluta, especialmente no caso do rendimento per capita e da produtividade.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Também, Frantzen (2003) efectuou uma análise, com dados em painel, da convergência da produtividade entre indústrias transformadoras de países da OCDE, no período de 1970 a 1995 e verificou que houve não só convergência absoluta, mas também condicionada para a grande maioria das indústrias transformadoras. Verificou, ainda, que a abordagem “time-series”, com os mesmos dados, mostra-se desapropriada para analisar o processo de convergência. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Considerando metodologias “time-series”, Pagano (1993) analisou a convergência da produtividade na Comunidade Económica Europeia, de 1950 a 1988, e concluiu que a convergência era fortemente rejeitada.  Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
Usando a mesma metodologia, Tsionas (2000) analisou, também, as tendências de convergência da produtividade de 15 países europeus, no período de 1960-1997, considerando os critérios de Maastricht como variáveis condicionantes, e constatou que os resultados sugerem fortes evidências contra a convergência condicionada e absoluta. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
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Teorias de Crescimento Económico (Aulas do Mestrado de Marketing Research da ESTGV)

  • 1. GLOBALIZAÇÃO E MERCADOS EMERGENTES - TEORIAS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 2. Teoria Neoclássica A Teoria Neoclássica da convergência absoluta (ou incondicionada) defende que os países ou regiões pobres com baixos rácios capital/trabalho têm uma maior produtividade marginal do capital e então podem crescer mais que os países ou regiões mais ricas, dado o mesmo nível de poupança e investimento. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 3. Neste contexto, a tendência é para as disparidades diminuírem ao longo do tempo, uma vez que, há uma tendência para os custos dos factores serem mais baixos nas regiões mais pobres e, como tal, as oportunidades de rentabilidade do capital serem mais altas nestas regiões em comparação com as mais ricas. Então, as regiões menos desenvolvidas atraem mais investimento e tenderão a crescer mais depressa, aproximando-se das regiões líderes. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 4. No longo prazo, as diferenças de rendimento e as taxas de crescimento igualam-se entre regiões, uma vez que, a existência de comércio livre e perfeita mobilidade dos factores impulsionam a convergência como resultado da igualização dos preços dos factores. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 5. Como tal, para esta Teoria a convergência para um mesmo “steady-state” é a regra e a divergência é um fenómeno transitório de curto prazo. O progresso técnico é exógeno e é tratado como um bem público, livremente disponível para as regiões pobres, facilitando o processo de imitação e permitindo o crescimento rápido. A um nível empírico a abordagem Neoclássica da convergência absoluta usa e testa a chamada hipótese da convergência absoluta sigma e beta. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 6. A hipótese da convergência Neoclássica é consistente com a Teoria de Crescimento Exógeno de Solow (1956), onde o crescimento é determinado pela oferta exógena dos inputs, exibindo rendimentos constantes ou decrescentes à escala. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 7. O conceito de convergência sigma mede a dispersão do rendimento per capita ou da produtividade entre diferentes economias ao longo do tempo e o conceito de convergência beta prevê uma relação inversa entre o crescimento do rendimento per capita ou da produtividade e o seu nível inicial. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 8. A evidência da convergência sigma é útil, uma vez que permite observar períodos de convergência ou divergência ao longo do tempo. A existência de convergência beta é diferente, uma vez que, mostra directamente a taxa de convergência entre países (regiões), implicando que países (regiões) pobres crescem a uma taxa maior que os países (regiões) ricos. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 9. As duas medidas são complementares, mas não exclusivas. A convergência beta é uma condição necessária, mas não suficiente para que haja convergência sigma (Sala-i-Martin, 1996). Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 10. Em suma, o conceito de convergência beta é mais usado para prever a convergência absoluta e condicionada. De referir, ainda, que o conceito de betaconvergência foi primeiro introduzido por Barro and Sala-i-Martin (1991) para o distinguir do conceito de convergência sigma que mede, como se referiu anteriormente, a dispersão do crescimento per capita usando o desvio padrão ou o coeficiente de variação. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 11. Teoria de Crescimento Endógeno Mais recentemente, foi introduzido o conceito de convergência condicionada associado à Teoria de Crescimento Endógeno que enfatiza a importância do capital humano, da tecnologia e da inovação como os factores condicionantes da convergência (Barro, 1991). Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 12. As economias convergem para diferentes “steady states” que dependem do stock de capital humano e da acumulação de capital físico, entre outros. Esta Teoria prevê, assim, um crescimento mais rápido para economias que não tenham ainda atingido o seu “steady state”. Estudos empíricos suportam que a hipótese da convergência absoluta só se verifica em casos especiais onde a amostra envolve economias de países com um alto grau de homogeneidade e entre regiões do mesmo país. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 13. Isto é conhecido como a hipótese do “convergence club” (Chatterji, 1992). A maioria dos estudos apresenta resultados que suportam a hipótese da convergência condicionada, onde para além do nível de rendimento per capita ou da produtividade inicial, a acumulação de capital físico e humano e as actividades de inovação foram os factores condicionantes mais significativos. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 14. Evidências Empíricas Seguidamente apresentar-se-á um conjunto de evidências empíricas referentes à convergência absoluta e condicionada, nomeadamente ao nível da produtividade, entre países, regiões e sectores, revendo as conclusões mais significativas. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 15. Soukiazis (2000a), mais recentemente, analisou com estimações “cross-section” a convergência nos níveis de produtividade entre os 15 países da União Europeia, no período de 1960-1997, e verificou que há alguns efeitos de catching-up, uma vez que, alguns países periféricos relativamente mais pobres melhoraram a sua produtividade, enquanto outros relativamente mais ricos e centrais deterioraram a sua posição inicial em relação à média da União Europeia. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 16. Paci (1996) testou a convergência incondicionada e encontrou evidências na convergência da produtividade entre 109 regiões europeias nos anos 80, a uma taxa de 1,2% ao ano. Testou, também, a convergência a nível sectorial e encontrou fortes evidências de convergência da produtividade na indústria e nos serviços, mas não na agricultura. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 17. Em termos sectoriais, Bernard and Jones (1996) testaram a convergência da produtividade entre sectores económicos de 14 países da OCDE, durante o período de 1970 a 1987, e verificaram que os serviços mostram indícios de convergência, ao contrário da indústria transformadora. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 18. Também, Carree et al. (2000) testaram a convergência da produtividade do trabalho entre as indústrias transformadoras de 18 países da OCDE, de 1972 a 1992, e concluíram que a convergência da produtividade no sector da indústria transformadora é lenta ou inexistente. Verificaram, ainda, que o processo de convergência é diferente entre as diferentes indústrias, como resultado, de diferenças nas estruturas produtivas destas indústrias. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 19. Sedgley (1998) estimou a hipótese da convergência no crescimento do produto bruto real por trabalhador entre os Estados dos Estados Unidos da América. Sedgley verificou que o “gap” tecnológico tem grande influência no crescimento da produtividade e que a tecnologia é um bem privado mesmo entre Estados homogéneos dos Estados Unidos da América. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 20. Soukiazis (2000a) numa análise “cross-section”, testou a significância de algumas variáveis estruturais, para controlar diferenças nos “steady states” entre países da União Europeia e verificou que só variáveis estruturais relacionadas com a estrutura de trabalho na agricultura, indústria e serviços, respectivamente, explicam os resultados de convergência da produtividade. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 21. Soukiazis et al. (2005) testaram a hipótese de convergência condicionada, no período de 1970 a 2001, ao nível dos 15 países da União Europeia, com dados em painel, no rendimento per capita, na produtividade, no investimento e no desemprego. O objectivo foi o de analisarem a influência dos critérios de Maastricht no processo de convergência da União Europeia e concluíram que a convergência é mais condicionada do que absoluta, especialmente no caso do rendimento per capita e da produtividade. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 22. Também, Frantzen (2003) efectuou uma análise, com dados em painel, da convergência da produtividade entre indústrias transformadoras de países da OCDE, no período de 1970 a 1995 e verificou que houve não só convergência absoluta, mas também condicionada para a grande maioria das indústrias transformadoras. Verificou, ainda, que a abordagem “time-series”, com os mesmos dados, mostra-se desapropriada para analisar o processo de convergência. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 23. Considerando metodologias “time-series”, Pagano (1993) analisou a convergência da produtividade na Comunidade Económica Europeia, de 1950 a 1988, e concluiu que a convergência era fortemente rejeitada. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 24. Usando a mesma metodologia, Tsionas (2000) analisou, também, as tendências de convergência da produtividade de 15 países europeus, no período de 1960-1997, considerando os critérios de Maastricht como variáveis condicionantes, e constatou que os resultados sugerem fortes evidências contra a convergência condicionada e absoluta. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 25. Modelos de Convergência Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu
  • 26. Vítor Domingues Martinho - Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viseu