Kafka e a fome
- 1. Kafka e a Fome A obra chamada “Kafka e a Fome” de minha autoria constituem-se de uma escultura. Essa ideia da construção de uma escultura vem de uma leitura de imagem que fiz sobre a capa do livro “KAFKA um artista da fome”. No qual a capa é composta pelo titulo com letras de forma e a palavra KAFKA está em negrito acima, e o resto do titulo (um artista da fome) está em abaixo com letras menores. Após encontra-se um autorretrato em preto e branco do próprio Kafka. O livro possui uma aparência opaca em tom de amarelado, puxando mais para um amarelo queimado, com se tivesse desbotado a cor amarela ou deixado guardado por muito tempo. A cor e a palavra fome na capa livro foram os dois elementos fortes que me levaram a construção de minha escultura. Pois, associei a cor amarelada com a palavra fome estampada na da capa do livro com o movimento Dadaísta. Sabendo como se constitui, e quais os conceitos e influências que essa vanguarda dentro da história da artepretendeu abordar, tomei como referência no meu processo criativo. Assim criei uma escultura que a base dela é um prato branco de porcelana, e dentro do prato tem dentes de vaca aglomerados como se fosse um doce. A cima dos dentes encontra-se uma faca e um garfo como se tivesse partindo esse doce ou a refeição. Como poder ver abaixo: Imagem da obra ‘Kafka e a Fome”
- 2. Esse meu processo de criação parte exatamente do pressuposto Dadaísta a antiarte, não-estética, a inversão, a contradição e a desconstrução. Fiz ao contrário do que se faz com um livro, na escala tradicional ao pegar o livro leia-se, para saber o que está implicado na mensagem para depois criar. Essa seria a logica para se criar uma obra artística em cima de livro. Como propõem os artistas dadaístas reverti as ordens das coisas, fiz uma leitura visual apenas da capa e não do texto, e através de minhas interpretações e considerações acima criei meu trabalho que resultou numa escultura. A obra “Kafka e a Fome” trazem diversas interpretações dependendo do repertório estético do espectador. Mas proponho questões através da capa do livro e a escultura como: Kafka passou fome? Ele era uma artista que tinha que passar fome para compreender sua arte? Ou o estado de estar com fome era seu próprio produto artístico?. São muitas interpretações que se podem ser realizadas além de pensar na fome como não ter o que comer. Também os próprios elementos implícitos que compõem a obra, possibilitam variadas leituras. Após a construção dessa escultura, realizei, portanto, a leitura do livro. No qual me deparei com uma história impressionante que me tirou de uma realidade surrealista e colocou-me de frente com o concreto. Portanto, fazendo uma nova leitura do livro como um todo de emissor para receptor, cruzando relações com a obra, proponho uma nova produção artística. A proposta parte da seguinte citação do livro que foi o motivo de reflexões e criação: “Porque nunca encontrei a comida que me agradasse. Se eu a tivesse encontrado, acredite, eu não teria feito nenhum alarde e teria comido até me empanturrar, como você e todo mundo” (KAFKA. 2012, p 46). A proposta parte de um prato de porcelana branco vazio, com uma frase escrita em preto no fundo do prato: Você faria um jejum por qual necessidade?Essa proposta artística é uma coleta de informações e respostas, a partir da interpretação quando novamente o espectador entra em contato com a obra reproduzida. O meu objetivo é coletar repostas subjetivas e não objetivas. Portanto, busco uma nova ressignificação para minha obra em cima de Kafka. E também ações (escritas) do espectador ao ler a obra. É importante ressaltar que tenho coautores nesse trabalho quando intervenções interpretativas estão sendo desenvolvida.
- 3. Referência KAFKA, Franz. Um artista da fome seguido de Na colônia penal & outras historias. L&PM, Porto Alegre, RS. 2012. Acadêmico: Lucas Pacheco Brum Graduação Licenciatura em Artes Visuais