SlideShare uma empresa Scribd logo
ADVERTÊNCIA
Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União
Ministério da Saúde
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 6, DE 30 DE JANEIRO
DE 2012
Dispõe sobre as Boas Práticas de
Funcionamento para as Unidades de
Processamento de Roupas de
Serviços de Saúde e dá outras
providências.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da
atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº
3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do
art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da Anvisa,
de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião
realizada em 04 de janeiro de 2012,
adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretora-Presidente
Substituta, determino a sua publicação:
ART. 1º FICA APROVADA A RESOLUÇÃO QUE ESTABELECE AS BOAS
PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO PARA AS UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE
ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Seção I
Abrangência
Art. 2º Esta Resolução se aplica a todas as unidades de processamento de roupas de
serviços de saúde do país, sejam elas públicas, privadas, civis e militares, localizadas ou
não na mesma área física dos serviços de saúde, podendo ser próprias ou terceirizadas.
Seção II
Definições
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I – lavadora com barreira: equipamento que possui função básica de higienizar a
roupa suja, caracterizada por ser encaixada na barreira física (parede ou outro elemento de
separação que garanta perfeita separação entre os ambientes sujo e limpo) e por possuir
duas portas: uma de entrada, para inserir a roupa suja, localizada na sala de recebimento
da roupa suja, e outra de saída, para a retirada da roupa lavada, localizada na sala de
processamento da roupa limpa;
II – licença atualizada: documento emitido pelo órgão sanitário competente dos
estados, do Distrito Federal ou dos municípios, contendo permissão para o funcionamento
dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária;
III – processamento de roupas de serviços de saúde: compreende um conjunto de
etapas que tem como objetivo final garantir as condições de higiene e qualidade das roupas
utilizadas na atenção à saúde. As etapas do processamento de roupas de serviços de
saúde compreendem: a retirada e o acondicionamento da roupa suja da unidade geradora;
a coleta e o transporte da roupa suja até a unidade de processamento; o recebimento, a
pesagem, a separação e a classificação da roupa suja; o processo de lavagem; a
centrifugação, a secagem, a calandragem ou a prensagem ou a passadoria a ferro da roupa
limpa; a dobra, a embalagem e o armazenamento da roupa limpa; o transporte e a
distribuição da roupa limpa;
IV – resíduos de serviços de saúde: são todos aqueles resultantes de atividades
exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitam de processos
diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final;
V – sala de recebimento da roupa suja: é o ambiente onde a roupa suja é recebida,
separada, classificada, pesada e introduzida na lavadora;
VI – sala de processamento da roupa limpa: é o ambiente onde são realizadas
atividades como centrifugação, secagem, calandragem, prensagem, passadoria a ferro,
separação da roupa limpa, dobragem, armazenagem e distribuição;
VII – unidade de processamento de roupas de serviços de saúde: considerada um
setor de apoio à atividade assistencial, que tem como objetivo realizar o processamento de
roupas de serviços de saúde, exercendo uma atividade especializada, que pode ser própria
ou terceirizada, intra ou extra-serviço de saúde, devendo garantir o atendimento à demanda
e a continuidade da assistência;
VIII – unidade geradora: unidade ou setor do serviço de saúde que gera roupas sujas
a serem encaminhadas à unidade de processamento de roupas de serviços de saúde.
CAPÍTULO II
DAS BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO
Seção I
Dos Aspectos Gerais
Art. 4º As unidades terceirizadas devem possuir licença atualizada de acordo com a
legislação sanitária local, afixada em local visível ao público.
Art. 5º As unidades intra-serviço só podem processar roupas provenientes de
serviços de saúde.
Art. 6º É permitido o processamento de roupas provenientes de outras atividades
exclusivamente nas unidades terceirizadas, desde que realizado em ciclos separados
daquelas provenientes de serviços de saúde.
PARÁGRAFO ÚNICO. O PROCESSAMENTO DE ROUPAS PROVENIENTES DE
OUTRAS ATIVIDADES DEVE ESTAR ESPECIFICADO NA LICENÇA SANITÁRIA.
Art. 7º A terceirização do processamento de roupas de serviços de saúde deve ser
comprovada por instrumento contratual específico, com vigência atualizada.
Parágrafo único. A terceirização do processamento de roupas não isenta o serviço de
saúde contratante da responsabilidade pelo atendimento dos padrões sanitários mínimos
estabelecidos por esta Resolução e demais instrumentos normativos aplicáveis.
Art. 8º É proibido o processamento de roupas descartáveis.
ART. 9º OS EQUIPAMENTOS, QUANDO COUBER, E OS PRODUTOS
SANEANTES UTILIZADOS NO PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DEVEM ESTAR REGULARIZADOS JUNTO À ANVISA.
ART. 10 DEVE HAVER O REGISTRO DE MANUTENÇÃO E MONITORAMENTO DE
TODOS OS EQUIPAMENTOS DA UNIDADE.
ART. 11 A LAVAGEM DAS VESTIMENTAS DOS TRABALHADORES DA COLETA E
DA SALA DE RECEBIMENTO DE ROUPA SUJA DEVE SER REALIZADA NA PRÓPRIA
UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS.
Seção II
Dos Recursos Humanos
ART. 12 O SERVIÇO DE SAÚDE COM UNIDADE PRÓPRIA DE PROCESSAMENTO
DE ROUPAS E A UNIDADE TERCEIRIZADA DEVEM PROMOVER A CAPACITAÇÃO DE
SEUS PROFISSIONAIS ANTES DO INÍCIO DAS ATIVIDADES E DE FORMA
PERMANENTE EM CONFORMIDADE COM AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.
§1° O conteúdo mínimo das capacitações deve contemplar:
I – as etapas do processamento de roupas de serviços de saúde;
II – segurança e saúde ocupacional;
III – prevenção e controle de infecção; e
IV – uso de produtos saneantes.
§2° AS CAPACITAÇÕES DEVEM SER COMPROVADAS POR MEIO DE
DOCUMENTOS QUE INFORMEM A DATA, A CARGA HORÁRIA E O CONTEÚDO
MINISTRADO.
ART. 13 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DEVE POSSUIR UM PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELA COORDENAÇÃO
DAS ATIVIDADES.
PARÁGRAFO ÚNICO. ESTE PROFISSIONAL DEVE SER CAPACITADO
CONFORME ESPECIFICADO NO ART. 12.
Seção III
Da Infraestrutura
ART. 14 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DEVE DISPONIBILIZAR OS INSUMOS, PRODUTOS E EQUIPAMENTOS
NECESSÁRIOS PARA AS PRÁTICAS DE HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS DOS
TRABALHADORES NOS SEGUINTES AMBIENTES:
I - ÁREA DE DESCARGA DE ROUPA SUJA;
II - SALA DE RECEBIMENTO DA ROUPA SUJA; E
III - SALA DE PROCESSAMENTO DA ROUPA LIMPA.
PARÁGRAFO ÚNICO.NA SALA DE PROCESSAMENTO DE ROUPA LIMPA DEVE
SER DISPONIBILIZADO DISPENSADOR COM PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA AS
MÃOS.
ART. 15 AS LAVADORAS UTILIZADAS NA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE
ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVEM SER DO TIPO COM BARREIRA.
ART. 16 O SERVIÇO DE SAÚDE COM UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE
ROUPAS E A UNIDADE TERCEIRIZADA DEVEM GARANTIR A QUALIDADE DA ÁGUA
UTILIZADA NO PROCESSAMENTO DAS ROUPAS.
Seção IV
Dos Processos Operacionais
ART. 17 O PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE
SEGUIR UM FLUXO DIRECIONADO DA SALA DE RECEBIMENTO DA ROUPA SUJA
PARA A SALA DE PROCESSAMENTO DA ROUPA LIMPA.
ART. 18 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DEVE POSSUIR NORMAS E ROTINAS PADRONIZADAS E ATUALIZADAS DE
TODAS AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, QUE DEVEM ESTAR REGISTRADAS E
ACESSÍVEIS AOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS E ÀS AUTORIDADES SANITÁRIAS.
PARÁGRAFO ÚNICO. AS ATIVIDADES DE QUE TRATA O CAPUT INCLUEM AS
ETAPAS DO PROCESSAMENTO DAS ROUPAS DESDE A COLETA DA ROUPA SUJA
ATÉ A DISTRIBUIÇÃO DA ROUPA LIMPA APÓS O PROCESSAMENTO; O USO DOS
PRODUTOS SANEANTES; A LIMPEZA E DESINFECÇÃO DOS AMBIENTES, DOS
EQUIPAMENTOS, DOS CARRINHOS E DOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE E DO
RESERVATÓRIO DE ÁGUA; O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL;
O MANEJO DE RESÍDUOS E OS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS DIANTE DE
ACIDENTES DE TRABALHO.
ART. 19 É PROIBIDA A QUANTIFICAÇÃO POR CONTAGEM DA ROUPA SUJA.
ART. 20 A ROUPA LIMPA DEVE SER TRANSPORTADA SEPARADAMENTE DA
ROUPA SUJA.
ART. 21 O TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DEVE SER REALIZADO, RESPECTIVAMENTE, EM CARRINHO E VEÍCULO
EXCLUSIVOS PARA ESTA ATIVIDADE.
§ 1º O veículo utilizado no transporte externo deve possuir sua área de carga isolada
da área do motorista e de outros ocupantes.
§2º O transporte externo concomitante de roupa limpa e suja pode ocorrer se a área
de carga do veículo for fisicamente dividida em ambientes distintos com acessos
independentes e devidamente identificados.
ART. 22 QUAISQUER OBJETOS, INCLUINDO OS PERFUROCORTANTES, OU
PEÇAS ANATÔMICAS EVENTUALMENTE ENCONTRADAS JUNTO COM AS ROUPAS
ENCAMINHADAS PARA A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DEVEM SER
SEGREGADOS, ACONDICIONADOS E DEVOLVIDOS PARA O SERVIÇO DE SAÚDE
GERADOR.
§1° O acondicionamento deve ser feito em recipiente rígido, resistente à punctura e
perfuração, com capacidade de contenção de líquidos e tampa vedante.
§2º O recipiente deve possuir rótulo contendo identificação do material e do serviço
de saúde gerador.
ART. 23 OS SACOS DE TECIDO UTILIZADOS PARA TRANSPORTE DA ROUPA
SUJA DEVEM SER SUBMETIDOS AO MESMO PROCESSO DE LAVAGEM DA ROUPA
ANTES DE SEREM REUTILIZADOS.
ART. 24 OS SACOS DESCARTÁVEIS UTILIZADOS PARA TRANSPORTE DA
ROUPA SUJA NÃO PODEM SER REAPROVEITADOS, DEVENDO SER DESCARTADOS
CONFORME REGULAMENTAÇÃO VIGENTE.
PARÁGRAFO ÚNICO. NA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS EXTRA-
SERVIÇO, OS SACOS DEVEM SER ACONDICIONADOS DE FORMA SEGURA E
DEVOLVIDOS AO SERVIÇO DE SAÚDE GERADOR PARA DESCARTE.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ART. 25 OS ESTABELECIMENTOS ABRANGIDOS POR ESTA RESOLUÇÃO
TERÃO O PRAZO DE 180 DIAS CONTADOS A PARTIR DA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO
PARA PROMOVER AS ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS.
Parágrafo único.A partir da publicação desta Resolução, os novos estabelecimentos
e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades devem atender na íntegra às exigências
nela contidas.
ART. 26 O DESCUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NESTA
RESOLUÇÃO CONSTITUI INFRAÇÃO SANITÁRIA, NOS TERMOS DA LEI Nº. 6.437, DE
20 DE AGOSTO DE 1977, SEM PREJUÍZO DAS RESPONSABILIDADES CIVIL,
ADMINISTRATIVA E PENAL CABÍVEIS.
ART. 27 ESTA RESOLUÇÃO ENTRA EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO.
MARIA CECÍLIA MARTINS BRITO
Saúde Legis - Sistema de Legislação da Saúde

Mais conteúdo relacionado

PPTX
Esterilização dos materiais hospitalares
PDF
Rdc 044 de 2009
PPTX
Lavandaria Hospitalar
PDF
Procedimento De Limpeza
PDF
Manual de Limpeza e Desinfecção
PDF
Esterilizacao
PPTX
U. 7 - Roupas e Equipamentos de Protecção Individual
PDF
UFCD - 6563 - Prevenção e Controlo da Infeção na Higienização de Roupas, Espa...
Esterilização dos materiais hospitalares
Rdc 044 de 2009
Lavandaria Hospitalar
Procedimento De Limpeza
Manual de Limpeza e Desinfecção
Esterilizacao
U. 7 - Roupas e Equipamentos de Protecção Individual
UFCD - 6563 - Prevenção e Controlo da Infeção na Higienização de Roupas, Espa...

Mais procurados (19)

PDF
Manual de qualificação de esterilização em autoclaves
PPTX
Aula limpeza de instrumentais cirúrgicos
PDF
Manual Higiene e Desinfecção Hospitalar
PPTX
Processo de esterilização
PPTX
Aula Central de material Esterilizado
PPTX
Procedimentos de Higienização e Recomendações ao TAS
PPTX
Apresentação 2 limpeza de materiais e arrumação de caixa.
DOCX
Central de materiais
PDF
Procedimento Limpeza CONDOMINIOS HOSPITALAR NOS FAZEMOS(11)98950 3543
PDF
Higienizacao de Mãos em Serviços de Saúde
PDF
4912652 manual-de-limpeza
PPTX
Detergente enzimático segundo a RDC 55/2012
PDF
PDF
Nr 24-atualizada-2019
DOC
50723894 manual-de-lavanderia
PDF
PDF
Resolução CONAMA nº 005 de 1993 alterada pela 358 de 2005
PPTX
M4 Materiais
Manual de qualificação de esterilização em autoclaves
Aula limpeza de instrumentais cirúrgicos
Manual Higiene e Desinfecção Hospitalar
Processo de esterilização
Aula Central de material Esterilizado
Procedimentos de Higienização e Recomendações ao TAS
Apresentação 2 limpeza de materiais e arrumação de caixa.
Central de materiais
Procedimento Limpeza CONDOMINIOS HOSPITALAR NOS FAZEMOS(11)98950 3543
Higienizacao de Mãos em Serviços de Saúde
4912652 manual-de-limpeza
Detergente enzimático segundo a RDC 55/2012
Nr 24-atualizada-2019
50723894 manual-de-lavanderia
Resolução CONAMA nº 005 de 1993 alterada pela 358 de 2005
M4 Materiais
Anúncio

Semelhante a Rdc 2012 06 (20)

PDF
RDC_15_2012_ CME.pdf
PDF
Leis complementares NR32
PDF
Portarias 230
PDF
sessao_-de_esclarecimento_pbci.pdf
PPTX
centro de material e esterlização CME enfermagem
PDF
Cuidados nas etapas do processamentodos artigos em cme enfa nadja ferreira
PDF
Rdc 6 2013 - endoscopia
PDF
esterilização, desinfecção e limpeza.pdf
PDF
Boas práticas
PDF
Norma dkgfsdkfkaj 040940
PDF
Nr 24-atualizada-2019 (1)
PDF
Portaria atividades fisicas
PDF
N.Produto Rdc nº 59 de 17 de 12 de 2010 Registro de produtos saneantes
PDF
RDC Nº 222-18 PGRSS.pdf
DOC
Rdc 275 normas cozinha da anvisa [2002]
PDF
Higiene hospitalar: quais as recomendações da legislação e os problemas mais ...
PDF
Resolucao rdc no 275 de 21 de outubro de 2002 - anvisa
PPT
AULA CENTRAL DE MATERIAIS.ppt
PDF
Higienização em redes de ar
PDF
N.Alimento-Rdc nº 275 2002 indústria de alimentos
RDC_15_2012_ CME.pdf
Leis complementares NR32
Portarias 230
sessao_-de_esclarecimento_pbci.pdf
centro de material e esterlização CME enfermagem
Cuidados nas etapas do processamentodos artigos em cme enfa nadja ferreira
Rdc 6 2013 - endoscopia
esterilização, desinfecção e limpeza.pdf
Boas práticas
Norma dkgfsdkfkaj 040940
Nr 24-atualizada-2019 (1)
Portaria atividades fisicas
N.Produto Rdc nº 59 de 17 de 12 de 2010 Registro de produtos saneantes
RDC Nº 222-18 PGRSS.pdf
Rdc 275 normas cozinha da anvisa [2002]
Higiene hospitalar: quais as recomendações da legislação e os problemas mais ...
Resolucao rdc no 275 de 21 de outubro de 2002 - anvisa
AULA CENTRAL DE MATERIAIS.ppt
Higienização em redes de ar
N.Alimento-Rdc nº 275 2002 indústria de alimentos
Anúncio

Último (9)

PDF
PROJETO DE PESQUISA PRONTO FARMÁCIA 2025 ABNT.pdf
PDF
DISSERTAÇÃO PRONTO ODONTOLOGIA 2025 ABNT.pdf
PDF
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA 1 ANATOMIA HUMANA PRONTO ABNT 2025.pdf
PPTX
PPT Municipalização-ORIENTAÇÃO PARA SERVIDORES.pptx
PDF
Endereços úteis - Telefones úteis - S
PPTX
power-point-apresentacao-do-seminario-prefeitos-1.pptx
PDF
ARTIGO CIENTÍFICO PRONTO ENGENHARIA AMBIENTAL 2025 ABNT.pdf
PDF
MONOGRAFIA PRONTO ENFERMAGEM 2025 ABNT.pdf
PPTX
PPT-VACÂNCIA DE CARGOS-ORIENTAÇÃO PARA SERVIDORES.pptx
PROJETO DE PESQUISA PRONTO FARMÁCIA 2025 ABNT.pdf
DISSERTAÇÃO PRONTO ODONTOLOGIA 2025 ABNT.pdf
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA 1 ANATOMIA HUMANA PRONTO ABNT 2025.pdf
PPT Municipalização-ORIENTAÇÃO PARA SERVIDORES.pptx
Endereços úteis - Telefones úteis - S
power-point-apresentacao-do-seminario-prefeitos-1.pptx
ARTIGO CIENTÍFICO PRONTO ENGENHARIA AMBIENTAL 2025 ABNT.pdf
MONOGRAFIA PRONTO ENFERMAGEM 2025 ABNT.pdf
PPT-VACÂNCIA DE CARGOS-ORIENTAÇÃO PARA SERVIDORES.pptx

Rdc 2012 06

  • 1. ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 6, DE 30 DE JANEIRO DE 2012 Dispõe sobre as Boas Práticas de Funcionamento para as Unidades de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde e dá outras providências. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da Anvisa, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 04 de janeiro de 2012, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretora-Presidente Substituta, determino a sua publicação: ART. 1º FICA APROVADA A RESOLUÇÃO QUE ESTABELECE AS BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO PARA AS UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS Seção I Abrangência Art. 2º Esta Resolução se aplica a todas as unidades de processamento de roupas de serviços de saúde do país, sejam elas públicas, privadas, civis e militares, localizadas ou não na mesma área física dos serviços de saúde, podendo ser próprias ou terceirizadas. Seção II Definições Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I – lavadora com barreira: equipamento que possui função básica de higienizar a roupa suja, caracterizada por ser encaixada na barreira física (parede ou outro elemento de separação que garanta perfeita separação entre os ambientes sujo e limpo) e por possuir duas portas: uma de entrada, para inserir a roupa suja, localizada na sala de recebimento
  • 2. da roupa suja, e outra de saída, para a retirada da roupa lavada, localizada na sala de processamento da roupa limpa; II – licença atualizada: documento emitido pelo órgão sanitário competente dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária; III – processamento de roupas de serviços de saúde: compreende um conjunto de etapas que tem como objetivo final garantir as condições de higiene e qualidade das roupas utilizadas na atenção à saúde. As etapas do processamento de roupas de serviços de saúde compreendem: a retirada e o acondicionamento da roupa suja da unidade geradora; a coleta e o transporte da roupa suja até a unidade de processamento; o recebimento, a pesagem, a separação e a classificação da roupa suja; o processo de lavagem; a centrifugação, a secagem, a calandragem ou a prensagem ou a passadoria a ferro da roupa limpa; a dobra, a embalagem e o armazenamento da roupa limpa; o transporte e a distribuição da roupa limpa; IV – resíduos de serviços de saúde: são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final; V – sala de recebimento da roupa suja: é o ambiente onde a roupa suja é recebida, separada, classificada, pesada e introduzida na lavadora; VI – sala de processamento da roupa limpa: é o ambiente onde são realizadas atividades como centrifugação, secagem, calandragem, prensagem, passadoria a ferro, separação da roupa limpa, dobragem, armazenagem e distribuição; VII – unidade de processamento de roupas de serviços de saúde: considerada um setor de apoio à atividade assistencial, que tem como objetivo realizar o processamento de roupas de serviços de saúde, exercendo uma atividade especializada, que pode ser própria ou terceirizada, intra ou extra-serviço de saúde, devendo garantir o atendimento à demanda e a continuidade da assistência; VIII – unidade geradora: unidade ou setor do serviço de saúde que gera roupas sujas a serem encaminhadas à unidade de processamento de roupas de serviços de saúde. CAPÍTULO II DAS BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO Seção I Dos Aspectos Gerais Art. 4º As unidades terceirizadas devem possuir licença atualizada de acordo com a legislação sanitária local, afixada em local visível ao público. Art. 5º As unidades intra-serviço só podem processar roupas provenientes de serviços de saúde. Art. 6º É permitido o processamento de roupas provenientes de outras atividades exclusivamente nas unidades terceirizadas, desde que realizado em ciclos separados daquelas provenientes de serviços de saúde. PARÁGRAFO ÚNICO. O PROCESSAMENTO DE ROUPAS PROVENIENTES DE OUTRAS ATIVIDADES DEVE ESTAR ESPECIFICADO NA LICENÇA SANITÁRIA.
  • 3. Art. 7º A terceirização do processamento de roupas de serviços de saúde deve ser comprovada por instrumento contratual específico, com vigência atualizada. Parágrafo único. A terceirização do processamento de roupas não isenta o serviço de saúde contratante da responsabilidade pelo atendimento dos padrões sanitários mínimos estabelecidos por esta Resolução e demais instrumentos normativos aplicáveis. Art. 8º É proibido o processamento de roupas descartáveis. ART. 9º OS EQUIPAMENTOS, QUANDO COUBER, E OS PRODUTOS SANEANTES UTILIZADOS NO PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVEM ESTAR REGULARIZADOS JUNTO À ANVISA. ART. 10 DEVE HAVER O REGISTRO DE MANUTENÇÃO E MONITORAMENTO DE TODOS OS EQUIPAMENTOS DA UNIDADE. ART. 11 A LAVAGEM DAS VESTIMENTAS DOS TRABALHADORES DA COLETA E DA SALA DE RECEBIMENTO DE ROUPA SUJA DEVE SER REALIZADA NA PRÓPRIA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS. Seção II Dos Recursos Humanos ART. 12 O SERVIÇO DE SAÚDE COM UNIDADE PRÓPRIA DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS E A UNIDADE TERCEIRIZADA DEVEM PROMOVER A CAPACITAÇÃO DE SEUS PROFISSIONAIS ANTES DO INÍCIO DAS ATIVIDADES E DE FORMA PERMANENTE EM CONFORMIDADE COM AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS. §1° O conteúdo mínimo das capacitações deve contemplar: I – as etapas do processamento de roupas de serviços de saúde; II – segurança e saúde ocupacional; III – prevenção e controle de infecção; e IV – uso de produtos saneantes. §2° AS CAPACITAÇÕES DEVEM SER COMPROVADAS POR MEIO DE DOCUMENTOS QUE INFORMEM A DATA, A CARGA HORÁRIA E O CONTEÚDO MINISTRADO. ART. 13 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE POSSUIR UM PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELA COORDENAÇÃO DAS ATIVIDADES. PARÁGRAFO ÚNICO. ESTE PROFISSIONAL DEVE SER CAPACITADO CONFORME ESPECIFICADO NO ART. 12. Seção III Da Infraestrutura ART. 14 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE DISPONIBILIZAR OS INSUMOS, PRODUTOS E EQUIPAMENTOS
  • 4. NECESSÁRIOS PARA AS PRÁTICAS DE HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS DOS TRABALHADORES NOS SEGUINTES AMBIENTES: I - ÁREA DE DESCARGA DE ROUPA SUJA; II - SALA DE RECEBIMENTO DA ROUPA SUJA; E III - SALA DE PROCESSAMENTO DA ROUPA LIMPA. PARÁGRAFO ÚNICO.NA SALA DE PROCESSAMENTO DE ROUPA LIMPA DEVE SER DISPONIBILIZADO DISPENSADOR COM PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA AS MÃOS. ART. 15 AS LAVADORAS UTILIZADAS NA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVEM SER DO TIPO COM BARREIRA. ART. 16 O SERVIÇO DE SAÚDE COM UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS E A UNIDADE TERCEIRIZADA DEVEM GARANTIR A QUALIDADE DA ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSAMENTO DAS ROUPAS. Seção IV Dos Processos Operacionais ART. 17 O PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE SEGUIR UM FLUXO DIRECIONADO DA SALA DE RECEBIMENTO DA ROUPA SUJA PARA A SALA DE PROCESSAMENTO DA ROUPA LIMPA. ART. 18 A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE POSSUIR NORMAS E ROTINAS PADRONIZADAS E ATUALIZADAS DE TODAS AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, QUE DEVEM ESTAR REGISTRADAS E ACESSÍVEIS AOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS E ÀS AUTORIDADES SANITÁRIAS. PARÁGRAFO ÚNICO. AS ATIVIDADES DE QUE TRATA O CAPUT INCLUEM AS ETAPAS DO PROCESSAMENTO DAS ROUPAS DESDE A COLETA DA ROUPA SUJA ATÉ A DISTRIBUIÇÃO DA ROUPA LIMPA APÓS O PROCESSAMENTO; O USO DOS PRODUTOS SANEANTES; A LIMPEZA E DESINFECÇÃO DOS AMBIENTES, DOS EQUIPAMENTOS, DOS CARRINHOS E DOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE E DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA; O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL; O MANEJO DE RESÍDUOS E OS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS DIANTE DE ACIDENTES DE TRABALHO. ART. 19 É PROIBIDA A QUANTIFICAÇÃO POR CONTAGEM DA ROUPA SUJA. ART. 20 A ROUPA LIMPA DEVE SER TRANSPORTADA SEPARADAMENTE DA ROUPA SUJA. ART. 21 O TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE SER REALIZADO, RESPECTIVAMENTE, EM CARRINHO E VEÍCULO EXCLUSIVOS PARA ESTA ATIVIDADE. § 1º O veículo utilizado no transporte externo deve possuir sua área de carga isolada da área do motorista e de outros ocupantes. §2º O transporte externo concomitante de roupa limpa e suja pode ocorrer se a área de carga do veículo for fisicamente dividida em ambientes distintos com acessos independentes e devidamente identificados.
  • 5. ART. 22 QUAISQUER OBJETOS, INCLUINDO OS PERFUROCORTANTES, OU PEÇAS ANATÔMICAS EVENTUALMENTE ENCONTRADAS JUNTO COM AS ROUPAS ENCAMINHADAS PARA A UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS DEVEM SER SEGREGADOS, ACONDICIONADOS E DEVOLVIDOS PARA O SERVIÇO DE SAÚDE GERADOR. §1° O acondicionamento deve ser feito em recipiente rígido, resistente à punctura e perfuração, com capacidade de contenção de líquidos e tampa vedante. §2º O recipiente deve possuir rótulo contendo identificação do material e do serviço de saúde gerador. ART. 23 OS SACOS DE TECIDO UTILIZADOS PARA TRANSPORTE DA ROUPA SUJA DEVEM SER SUBMETIDOS AO MESMO PROCESSO DE LAVAGEM DA ROUPA ANTES DE SEREM REUTILIZADOS. ART. 24 OS SACOS DESCARTÁVEIS UTILIZADOS PARA TRANSPORTE DA ROUPA SUJA NÃO PODEM SER REAPROVEITADOS, DEVENDO SER DESCARTADOS CONFORME REGULAMENTAÇÃO VIGENTE. PARÁGRAFO ÚNICO. NA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ROUPAS EXTRA- SERVIÇO, OS SACOS DEVEM SER ACONDICIONADOS DE FORMA SEGURA E DEVOLVIDOS AO SERVIÇO DE SAÚDE GERADOR PARA DESCARTE. CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ART. 25 OS ESTABELECIMENTOS ABRANGIDOS POR ESTA RESOLUÇÃO TERÃO O PRAZO DE 180 DIAS CONTADOS A PARTIR DA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO PARA PROMOVER AS ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS. Parágrafo único.A partir da publicação desta Resolução, os novos estabelecimentos e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades devem atender na íntegra às exigências nela contidas. ART. 26 O DESCUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NESTA RESOLUÇÃO CONSTITUI INFRAÇÃO SANITÁRIA, NOS TERMOS DA LEI Nº. 6.437, DE 20 DE AGOSTO DE 1977, SEM PREJUÍZO DAS RESPONSABILIDADES CIVIL, ADMINISTRATIVA E PENAL CABÍVEIS. ART. 27 ESTA RESOLUÇÃO ENTRA EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO. MARIA CECÍLIA MARTINS BRITO Saúde Legis - Sistema de Legislação da Saúde