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Desenho e Percepção Visual




                CGA - Elisabete Silva
   Leonardo da Vinci- Mestre renascentista, usava o desenho como instrumento para
    compreender a realidade.
   Albrecht Dürer - Mestre do desenho e gravura renascentista. O seu desenho teve especial
    importância no desenvolvimento da ilustração através da gravura.
   Rembrandt - Mestre do desenho e gravura barroca, conhecido pelos seus estudo de claro-
    escuro.
   Michelângelo Buonarroti - Mestre renascentista cujo desenho expressivo não segue
    necessariamente a harmonia do Renascimento.
   Ingres - O grande mestre do desenho na França do século XIX.
   M. C. Escher - Mestre do desenho e da gravura cujo trabalho é baseado em questões de
    percepção visual e do desenho na geometria.
   J.Carlos - Mestre da caricatura e ilustração de humor brasileiro no começo do século XX

                        CGA - Elisabete Silva
   ponto de contacto, a interface, entre o
    mundo físico e o mundo mental
   imagem que se forma na mente
   abstração mantida pelo cérebro para o ser-
    -vivo se adaptar melhor ao meio-ambiente
    em que vive
   fundamental para a sobrevivência, pois
    com ela a mente gera os seus planos de
    acção
   transforma os estímulos da luz em
    relações entre imagens e o meio-ambiente



                         CGA - Elisabete Silva
   Exemplo 1:

       A percepção pode provocar reações rápidas
        como no caso de estar a escrever um texto num
        editor de texto e, de repente, ver uma tela toda
        azul. Não é a cor azul que lhe causa ansiedade,
        mas sim a ameaça de perder seu trabalho, pois
        esta tela é completamente diferente da que
        você estava anteriormente.

       A relação entre a imagem e o meio-ambiente
        indica perigo. Após algumas reincidências do
        caso, pode ser que sua percepção se acostume
        com o estímulo e transforme a ansiedade em
        raiva pelos autores do software ou num
        estranho prazer.CGA - Elisabete Silva
   Exemplo 2:


       um pesquisador mostrou fotografias a uma
        tribo indígena que tinha tido pouco contato
        com nossa cultura ocidental e eles
        simplesmente não conseguiram entender que
        ali haviam objectos representados, pois na
        sua percepção não estava treinada para
        converter a imagem bidimensional da foto
        numa cena tridimensional.




                         CGA - Elisabete Silva
   Na nossa cultura, estamos tão habituados a fazer isso que existe grande
    possibilidade de se ver primeiro um cubo na figura abaixo, embora o que esteja
    desenhado seja uma série de linhas.




                      CGA - Elisabete Silva
“A percepção não envolve apenas um acto
                        fisiológico mas um processo altamente
                        dinâmico e característico da consciência
                        humana. Processo activo e participativo, é
                        uma acção e nunca uma reacção mecânica ou
                        instintiva   perante   estímulos    recebidos
                        passivamente. Alcançando áreas recônditas
                        de nosso inconsciente, articulando e trazendo-
                        as ao consciente, a percepção mobiliza todo
                        nosso ser sensível, associativo, inteligente,
                        imaginativo e criativo. Perceber é sinónimo de
                        compreender.”
                                                            Ostrower
CGA - Elisabete Silva
   Características da percepção segundo Chauí:

       É um conhecimento sensorial dotado de sentido total, é o mesmo que sensação;

       É uma vivência corporal;

       É sempre uma experiência dotada de significação;

       É uma relação do sujeito com o mundo exterior;

       É uma relação complexa entre o corpo-sujeito e os corpos-objectos;

       Envolve a nossa vida social, é uma forma de estarmos no mundo;

       É um dos meios fundamentais para a arte, pela capacidade de alterar a nossa percepção
        quotidiana.




                        CGA - Elisabete Silva
"o vínculo da percepção visual com os estímulos captados pelos outros
sentidos é um dos temas fundadores de uma fenomenologia do corpo. O
olhar não está isolado, o olhar está enraizado na corporeidade, enquanto
sensibilidade e enquanto motricidade".
                                                                    Bosi




                CGA - Elisabete Silva
CGA - Elisabete Silva
   Vemos a representação de um retângulo (forma mais simples). Contudo, a
    representação anterior não é mais do que a figuração do jogo PacMan.




                     CGA - Elisabete Silva
   Psicologia da forma/Psicologia da
    Gestalt/Gestaltismo/Gestalt

       É uma teoria da psicologia que considera os
        fenómenos     psicológicos       como     um   conjunto
        autónomo,    indivisível     e    articulado   na   sua
        configuração, organização e lei interna.

       A teoria foi criada pelos psicólogos alemães Max
        Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler(1887-
        1967) e Kurt Koffka (1886-1940), nos princípios do
        século XX.

       Funda-se na ideia de que o todo é mais do que a
        simples soma de suas partes.

                               CGA - Elisabete Silva
   A Gestalt afirma que não vemos partes isoladas, mas relações entre essas mesmas
    partes. Para a nossa percepção, que é o resultado de uma sensação global, as partes
    são inseparáveis do todo e seriam outra coisa que não elas mesmas, fora desse
    todo.




                      CGA - Elisabete Silva
   Unidades - O conjunto de mais de um elemento configurando o “todo”, a
    Gestalt. Uma ou mais unidades formais podem ser encontradas, tais como:
    linhas, planos, volumes, cores, texturas, dentre outros.




                      CGA - Elisabete Silva
   Segregação - Capacidade perceptiva de separar, identificar ou destacar unidades
    em uma composição, ou em suas partes. Pode-se separar em uma ou mais
    unidades de acordo com suas semelhanças e estímulos visuais, ou critérios
    estabelecidos.




                     CGA - Elisabete Silva
   Unificação - Quando há coerência formal da linguagem visual, ou quando
    percebemos um estilo formal em relação às partes ou o todo de uma imagem.




                     CGA - Elisabete Silva
   Fechamento - Tendência ao fechamento da forma (exemplo da circunferência
    fig.B) que busca completar os elementos, para garantir sua compreensão. Foi
    constatada uma tendência natural de unir os intervalos e estabelecer ligações
    entre as partes de uma gestalten.




                      CGA - Elisabete Silva
   Boa Continuidade - Parte do princípio que as partes
    sucedem-se umas as outras com coerência. Sem
    quebras bruscas e ou interrupção de sua fluidez visual.
    Buscamos a estabilidade visual espontaneamente. O
    princípio da Gestalt da "boa continuidade" diz que os
    elementos gráficos que sugerem uma linha visual
    contínua tendem a agruparem-se. Mais ainda, padrões
    visuais com boa continuidade podem sugerir ao
    observador que o padrão continua além do fim do
    padrão propriamente dito. Ou seja, nós mentalmente
    "completamos" ou "pintamos" o restante do padrão.
                      CGA - Elisabete Silva
   Proximidade - Elementos próximos tendem a serem vistos juntos, e
    consequentemente sugerem participar de um mesmo todo. Quanto mais curta a
    distância entre as partes, mais unificação se dá.




                       CGA - Elisabete Silva
   Semelhança - Igualdade de forma ou cor nos conduz a perceber uma mesma
    unidade.




                   CGA - Elisabete Silva
   Pregnância da Forma - A Lei básica da
    Gestalt é explicada: Quanto melhor for a
    organização visual da gestalten (forma),
    facilitando a compreensão da linguagem
    visual, isto é, rapidez de leitura ou
    interpretação, maior será seu grau de
    pregnância. E vice-e-versa.




                      CGA - Elisabete Silva
1. Plano

   Superfície sobre a qual se desenvolve uma composição pode ter uma forma geométrica
    ou não;

   Pode transformar-se numa barreira e criar um enquadramento que, se for dominado,
    pode ser um factor positivo e não um estorvo;

   No enquadramento mais simples, que é o quadrado, as medianas representam a sua
    estrutura estática e as diagonais a sua estrutura dinâmica;




                     CGA - Elisabete Silva
     Composições realizadas com paralelas a estas linhas terão expressão completamente
    diferente. A de A terá uma expressão estável, e a de B terá uma expressão dinâmica.




                   A                                     B


                       CGA - Elisabete Silva
   Traçados semelhantes permitem modular, orientar e estabelecer malhas para a execução
    de padrões (azulejos, etc)




                        CGA - Elisabete Silva
   Em desenho de observação do natural existe necessidade de se encontrar o
    enquadramento apesar de estar definido o assunto.
   Observemos o enquadramento inicial e desenhemos nele um círculo em posições
    diferentes.




                       CGA - Elisabete Silva
   Em a) e b), há estabilidade, embora criada em movimentos para cima e para baixo;




   Em c) e d), há instabilidade e é criado um movimento oblíquo;




   em e), a composição está equilibrada.




                        CGA - Elisabete Silva
   Facilmente se compreende que, sem o enquadramento, o simples desenho do círculo não
    teria significado expressivo. Seria um círculo e mais nada!


   Interessa compreender que no quadrado (ou em qualquer outra figura) os lados e os
    ângulos são elementos que condicionam a composição, por possuírem qualidades
    expressivas que podem acentuar ou destruir o seu significado.




                         CGA - Elisabete Silva
▪ Tensões dinâmicas e estáticas

   É conhecido o efeito de calma produzido pela horizontal, pelo que o seu uso como
    característica estrutural de uma composição fará com que esta transmita de imediato essa
    sensação.
   Igualmente para o sentido de ascensão e de dignidade das verticais
   Equilíbrio transmitido pelas verticais e horizontais cruzadas
   Movimento transmitido pelas diagonais




                        CGA - Elisabete Silva
   Em a), o campo está em equilíbrio
   em b), c) e d), há um movimento respectivamente para a direita, para cima e para baixo.
   Este movimento não é evidentemente um movimento percebido, pois as figuras
    encontram-se perfeitamente paradas. De facto, deve-se falar mais de tensões do quem em
    movimento, na medida em que se trata de desvios do centro de equilíbrio do campo.




                        CGA - Elisabete Silva
   Nos exemplos seguintes, verifica-se que o disco será sempre afectado por uma destas
    linhas de força, independentemente de se encontrar exactamente sobre ela;
   Verifica-se que os discos tendem a ser afectados por uma linha estrutural, que lhes
    determinará a tensão a exercer na nossa psique.




                        CGA - Elisabete Silva
   Assim, verificamos que, em 1 e em 3, o disco apresenta tensões respectivamente na
    horizontal para a direita e na diagonal também para a direita. No entanto, esta tensão não
    é a que está mais próxima do disco.




                        CGA - Elisabete Silva
   Em baixo está representado um campo de forças, em que a direcção denominante é
    representada pelo traço maior.




                        CGA - Elisabete Silva
2. Equilíbrios e desequilíbrios


   sob o ponto de vista físico, é o estado em que as forças que actuam sobre o corpo se
    compensam umas às outras;
   teremos equilíbrio de um campo visual sempre que as forças perceptuais se compensam
    umas às outras
   Há sempre um centro de equilíbrio, que pode ser determinado para qualquer campo seja
    ele qual for
   Existem casos de obras de arquitectura actual em que o equilíbrio perfeitamente
    conseguido graças ao betão armado nem sempre tem correspondência visual




                         CGA - Elisabete Silva
   O campo visual está organizado em função de um centro de atenção
   A tendência para equilibrar o campo é uma tendência inata com que nos encontramos
    apetrechados e fundamenta-se numa necessidade natural, instintiva, de focar a atenção
    sobre todo o elemento novo que vem perturbar a ordem do campo até ele se encontrar
    novamente equilibrado.


   EXEMPLO:

       Suponhamos agora que um elemento novo surge de repente no campo, como por
        exemplo uma pessoa que chega vinda de repente, uma janela que se abre, um objecto
        que cai. De imediato nos voltamos na direcção do elemento novo, focando-o e
        reestruturando assim o campo e reajustando a ordem interior (nossa), à exterior (do
        campo).

                        CGA - Elisabete Silva
   Transpostas as coisas para o campo do desenho, facilmente verificamos que uma
    composição desequilibrada nos parece sempre incompleta e mal acabada.
   Tudo isto também é válido para a literatura, para a música, para o cinema, POR EXEMPLO:
    todos temos a experiência de ter assistido a filmes que “acabam” às vezes antes de chegar
    ao fim, ou que chegam ao fim sem terem acabado.




                                                                    Existem cortes que
                                                                       beneficiam a
                                                                       composição!




                        CGA - Elisabete Silva
▪ Peso
   O peso de uma parte de uma composição depende de vários factores. Em primeiro lugar
    depende da localização. Os elementos colocados no centro ou sobre a linha mediana
    vertical do campo podem ter mais peso do que aqueles que se encontram fora dela.
   Para que a composição fique equilibrada, o peso deverá diminuir à medida que o elemento
    se encontrar afastado do centro. Por isso, na maior parte dos casos os elementos de maior
    peso, geralmente grupos, são colocados no centro da composição. Elementos de peso igual
    serão colocados a igual distância e assim sucessivamente.




                        CGA - Elisabete Silva
   O peso depende também do tamanho do elemento. Na imagem seguinte, o elemento da
    direita como é menor, equilibra o maior tamanho do da esquerda graças à sua localização
    mais afastada no centro.




                       CGA - Elisabete Silva
   Porém, este equilíbrio é rompido graças ao uso da cor. Esta tem uma escala de peso que se
    pode definir a partir do azul, mais leve, para o vermelho, mais pesado. O grau de claridade
    de uma cor também conta. Uma cor mais clara aparenta sempre mais peso do que uma cor
    escura. Na imagem seguinte, os elementos de cor clara desequilibram, ainda que pouco, a
    composição para o seu lado.




                        CGA - Elisabete Silva
   O peso da composição também é afectado pelo interesse específico que um determinado
    elemento pode ter, ou ainda pela sua complexidade formal ou desenho minucioso.
   Na seguinte figura, o desenho da direita desloca a composição na sua direcção graças ao
    seu desenho mais pormenorizado. O interesse que uma figura desperta nos desejos ou
    receios do observador, embora mais subjectivo, é também um caso a considerar no que
    respeita à atribuição de peso a um elemento.




                        CGA - Elisabete Silva
   Outro dos factores que condicionam o peso de um elemento é o seu isolamento do
    contexto. Numa paisagem, a mesma figura colocada no espaço terá muito maior peso do
    que se estiver colocada no solo, como se pode verificar na imagem seguinte.




                        CGA - Elisabete Silva
   Este factor é particularmente usado quer no teatro, quer no cinema onde a vedeta se
    destaca pela marcação ou pela coreografia do conjunto, atraindo assim a nossa vista e
    interesse. Na imagem a) pode-se verificar que há um desequilíbrio na composição muito
    mais notório do que na imagem b).




   Dentro de um sistema, o equilíbrio é atingido quando as forças que o constituem se
    compensam umas às outras. Estas estão dependentes de três propriedades: ponto de
    aplicação, sentido e força.




                          CGA - Elisabete Silva
   Em princípio, as linhas como as que estão representadas na seguinte figura a) indicam
    sempre um impulso nessa direcção, que para ser equilibrado terá de ser compensado por
    um impulso noutra direcção.
   A figura dá-nos disso um exemplo. As linhas de força da mulher são compensadas pelo
    olhar e pelos braços. Na figura b), esse equilíbrio é destruído com a junção de um segundo
    elemento com o mesmo sentido. Dirige a vista para a esquerda da composição, retirando-
    lhe o equilíbrio.




                        CGA - Elisabete Silva
▪ Rectângulo de ouro
Problema da proporção
   O rectângulo de ouro pertence a um dos vários sistemas que regulam as relações ou
    repetições de linhas, espaços e volumes, tons e cores que actuam como fundamentos de
    harmonia.
   Refere-se a uma proporção que não só diz respeito às grandezas dos lados, mas também
    ao todo por ela formado.




                        CGA - Elisabete Silva
   O rectângulo de ouro é o enquadramento rectangular cuja proporção se obteve por uma
    relação matemática. Para que haja unidade numa composição todos os seus elementos,
    incluído o enquadramento, devem formar um todo.




                      CGA - Elisabete Silva
   Entende-se pela proporção a correspondência das partes com o todo ou dos elementos
    entre si. Na proporção intervém o princípio da repetição: um conjunto satisfaz quando as
    suas partes são repetidas e ao mesmo tempo têm variações suficientes para chamar a
    atenção.




                       CGA - Elisabete Silva
▪ Linha


   A linha é um elemento visual de linguagem plástica que contém um grande poder de
    expressão. Arrasta consigo a vista até um determinado ponto, comunicando uma acção ou
    um movimento;
   serve o contorno das formas, a textura, os valores do claro-escuro e a própria malha
    estrutural da composição;
   o tipo de traçado assim ela adquire um significado – relaciona-se não só com a
    personalidade do desenhador, mas também com o instrumento riscado e o suporte com
    que se trabalha.




                        CGA - Elisabete Silva
   Registos de linhas com expressões diferentes




                        CGA - Elisabete Silva
   As linhas formam o esqueleto de uma composição, de que depende todo o significado e
    definem de imediato uma proposta estética (exemplo na imagem seguinte).




                       CGA - Elisabete Silva
As linhas podem desempenhar as seguintes funções:


   Elemento de contorno, definindo formas e figuras;
   Elemento gerador de superfície, ajudando a definir (imagem seguinte);
   Elemento modelador, definindo volumes;
   Elemento expressivo, através da sua anatomia;
   Elemento auxiliar de construção;
   Elemento de tensão direccional (gerador de espaço e movimento);
   Traçado ordenador, modulador. Assegura a proporção entre as partes.




                        CGA - Elisabete Silva
CGA - Elisabete Silva
Resumindo:
   Quando à forma, as linhas dividem-se em dois grupos – explícitas (todas as que se
    observam pela sua presença na obra) e implícitas (aquelas que não se expressam por si,
    mas que se subentendem). É o caso das linhas estruturais de uma composição.
   Quanto à função, dividem-se em três grandes grupos:
   Linhas de composição – traçados ordenadores, linhas envolventes e linhas direccionais;
   Linhas de representação – mais ou menos condicionadas às formas a sugerir;
   Linhas expressivas – podem ser de representação rigorosa ou livre e dependem sempre de
    um gesto e de uma intenção.




                        CGA - Elisabete Silva
Resumindo (cont.):
   A linha é uma abstracção;
   Não passa de um conceito;
   É um elemento visual e estrutural de que nos servimos para representar ou explicitar o que
    necessitamos;
   Como figura geométrica, a linha é um conceito usado para resolver problemas. Pode
    representar uma intersecção entre dois planos ou simplesmente representar um valor em
    si.
   Em qualquer um dos casos a sua expressão é de rigor.




                        CGA - Elisabete Silva
▪ Linha – Valores claro/escuro
   Como elemento repetido a si próprio ou formando malhas cruzadas, rigorosas ou
    livremente, a linha pode tornar homogéneas as superfícies como se de uma tonalidade
    se tratasse.


       ▪ Textura
   Chama-se textura ao aspecto resultante de uma composição material.
   Representa uma linguagem visual, todo o grafismo que caracteriza uma superfície.
   Desempenha um papel importante como elemento de linguagem visual plástica.




                       CGA - Elisabete Silva
   As texturas classificam-se quanto à sua origem em:

       Naturais;

       Artificiais.

       Todas as texturas apresentadas graficamente são texturas artificiais.


   Quanto á forma, classificam-se em:

       Ordenadas (regulares);

       Desordenadas (irregulares).

       Ligada á noção de textura existe a noção de padrão: textura artificial com formas, cujas
        dimensões lhe conferem individualidade.



                         CGA - Elisabete Silva
   Nos padrões distinguimos o módulo - unidade mínima de repetição – e a malha estrutural
    – traçado ordenador em que se apresentam os módulos.
   Quanto às suas texturas podem actuar como:

       Elemento gerador de superfícies (definindo certas áreas de suporte);

       Elemento caracterizador (pode-se dizer qual o material de que o objecto é feito);

       Elemento gerador de profundidade (a forma texturada tende a ser vista como em
        primeiro plano);

       Elemento de normalização padronizado;

       Gerador expressivo (expressão de racionalidade, emotividade, serenidade, agitação,
        etc.).




                           CGA - Elisabete Silva
   Cor /Valor
   O fenómeno da cor é um dos mais importantes da linguagem plástica
   A cor pode-se estudar sob vários aspectos: físico, psicológico, artístico, cultural e
    fisiológico.


        ▪ A cor é :

       uma sensação produzida quando radiações de comprimento atingem o nosso globo
        ocular actuando como estímulo; são ondas provenientes sobretudo da luz solar (ou de
        qualquer outra fonte luminosa) e reflectida pelas diversas superfícies do nosso mundo
        envolvente. Como o espectro de absorção, ou seja, a aparte da luz que é absorvida,
        varia de superfície para superfície.



                          CGA - Elisabete Silva
▪ Atributos e aparência da cor
   a cor não é uma propriedade do objecto, mas sim uma alteração psíquica daquele que a
    percebe.
   Desconhece-se se se trata de uma sensação ou uma percepção
   o valor, a intensidade e a saturação são atributos da cor, ao passo que o brilho é já um
    modo de aparência.




                         CGA - Elisabete Silva
▪ Classificação das cores
   As cores podem classificar-se segundo o seu grau na escala de construção cromática em:

       Primárias: vermelho, amarelo, azul;

       Secundárias e intermédias: resultantes da mistura de corantes primários entre si, e
        destes com um dos tons obtidos (Am+V=Lj+V=VLj Intermédio);

       Terciárias: resultantes da mistura de duas cores secundárias, três primárias (com
        predominância de uma delas), ou uma primária e uma secundária oposta
        (complementar).




                          CGA - Elisabete Silva
CGA - Elisabete Silva
▪ Variações por contraste

       Contraste simultâneo
   Ao fixarmos um círculo vermelho durante 15 segundos, veremos aparecer à sua volta uma
    auréola esverdeada, que se tornará mais forte á medida que a vista se fatiga. A este
    fenómeno chama-se contraste simultâneo.
   Esse círculo esverdeado vamos vê-lo se imediatamente a seguir fixarmos uma folha de
    papel branco. É o que se chama contraste sucessivo.




                        CGA - Elisabete Silva
   Contraste sucessivo
   A nossa vista ao fixar uma cor, neste caso o vermelho, reage construindo a sua
    complementar, o verde.
   Todas as cores primárias têm como complementar correspondente uma cor secundária que
    lhes está diametralmente oposta no círculo cromático, como acontece com o vermelho e
    verde referidos.




                        CGA - Elisabete Silva
   Relação das cores

       Os fenómenos de acção recíproca das cores são:

       Relações de quantidade

       Relações de valor

       Relações de croma

       Relações de quente/frio

       Relações de complementaridade

       Relações de simultaneidade




                        CGA - Elisabete Silva
   Relação das cores

       Relações de quantidade: o equilíbrio entre duas cores opostas (complementares)
        depende em parte da área ocupada por cada uma delas.




                        CGA - Elisabete Silva
   Relação das cores

       Relação de valor: uma cor aparecerá mais clara sobre um fundo escuro do que sobre um
        fundo mais claro do que ela.




                         CGA - Elisabete Silva
   Relação das cores

       Relação de intensidade: uma cor aparecerá mais pura sobre um fundo mesclado do que
        sobre um fundo vivo.

       Relação quente/frio: uma cor fria aparecerá mais fria sobre um fundo quente, do que
        sobre um fundo frio.

       Relação de complementaridade: uma cor aparecerá mais nítida sobre uma sua
        complementar do que sobre qualquer outra.

       Relação de simultaneidade: um amarelo aparecerá mais alaranjado quando oposto a um
        azul do que a um vermelho.




                         CGA - Elisabete Silva
   Cor e simbolismo
         Vermelho-claro (vivo): alegria
         Vermelho-escuro: depressão
         Rosa-pálido: feminilidade
         Rosa-forte: frivolidade
         Laranja-claro: limpeza
         Laranja-escuro: desolação
         Amarelo-claro: nitidez
         Amarelo-escuro: apelo aos sentidos
         Violeta: opressão
                CGA - Elisabete Silva
   As cores e suas sensações - Influências no
    comportamento do consumidor.

              Verde-claro: frescura
              Verde-escuro: decadência
              Azul-claro: tranquilidade
              Azul-escuro: depressão
              Azul-violáceo: repouso
              Azul-marinho: profundidade




                 CGA - Elisabete Silva
   Cores mais recomendadas para as embalagens
       Café: marrom-escuro com um toque de laranja ou vermelho.
       Chocolate: marrom-claro ou vermelho-alaranjado.
       Leite: azul em vários tons, as vezes com toques de vermelho.
       Gorduras vegetais: verde-claro ou amarelo não muito forte.
       Doces: vermelho alaranjado.
       Frutas e compotas: fundo vermelho, as vezes com toque de amarelo.
       Massas alimentícias: produto em transparência, com toque de vermelho,
        amarelo –ouro e às vezes com toques azuis.
       Chá-mate: vermelho, branco e marrom.
       Queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro.


                        CGA - Elisabete Silva
   Cores mais recomendadas para as embalagens
   Sorvetes/ Gelados: laranja, azul-claro, amarelo-ouro.
   Óleos e azeites: Verde, vermelho e toques de azul.
   Iogurte: branco e azul
   Cerveja: amarelo-ouro, vermelho e branco.
   Ceras: tons de marrom e branco.
   Detergentes: rosa, azul-turquesa, azul, cinza esverdeado, branco azulado.
   Inseticidas: amarelo e preto, verde escuro.
   Cosméticos: azul pastel, rosa e amarelo-ouro
   Perfumes: roxo, amarelo ouro e prateado.
   Bronzeadores:laranja e vermelho.


                        CGA - Elisabete Silva
▪ Figura/fundo
   Podemos observar este fenómeno dando atenção às imagens que ilustram as leis da
    relação figura/fundo e também as figuras reversíveis do conhecido exemplo de Rubin.




                        CGA - Elisabete Silva
   Quando se observam dois campos homogéneos de tamanhos diferentes, o maior é visto
    como fundo e o menor como figura.




   Se um campo se apresenta dividido em duas partes homogéneas, a inferior tende a ser
    vista como figura




                        CGA - Elisabete Silva
   A cruz cujos sectores são verticais é mais rapidamente vista como figura porque eles
    coincidem com a estrutura linear do círculo.




                        CGA - Elisabete Silva
   Nas figuras reversíveis gera-se uma instabilidade provocada pela leitura que nos permite
    ver como fundo a parte escura se fixarmos a branca, ou a branca se fixarmos a escura.




                        CGA - Elisabete Silva
▪ Escala
   Uma lei simples da percepção da forma diz-nos que um objecto mais próximo aparece-
    nos maior do que um objecto do mesmo tamanho mas mais afastado.
   Na imagem seguinte, a bola colocada à direita é uma bola de futebol ou uma bola de golf?
    Torna-se por isso difícil colocá-la num plano do espaço referenciado pelos sucessivos rostos
    em gradação. A bola e os rostos estão em escalas diferentes.




                        CGA - Elisabete Silva

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ApresentaçãO Módulo 2 CGA

  • 1. Desenho e Percepção Visual CGA - Elisabete Silva
  • 2. Leonardo da Vinci- Mestre renascentista, usava o desenho como instrumento para compreender a realidade.  Albrecht Dürer - Mestre do desenho e gravura renascentista. O seu desenho teve especial importância no desenvolvimento da ilustração através da gravura.  Rembrandt - Mestre do desenho e gravura barroca, conhecido pelos seus estudo de claro- escuro.  Michelângelo Buonarroti - Mestre renascentista cujo desenho expressivo não segue necessariamente a harmonia do Renascimento.  Ingres - O grande mestre do desenho na França do século XIX.  M. C. Escher - Mestre do desenho e da gravura cujo trabalho é baseado em questões de percepção visual e do desenho na geometria.  J.Carlos - Mestre da caricatura e ilustração de humor brasileiro no começo do século XX CGA - Elisabete Silva
  • 3. ponto de contacto, a interface, entre o mundo físico e o mundo mental  imagem que se forma na mente  abstração mantida pelo cérebro para o ser- -vivo se adaptar melhor ao meio-ambiente em que vive  fundamental para a sobrevivência, pois com ela a mente gera os seus planos de acção  transforma os estímulos da luz em relações entre imagens e o meio-ambiente CGA - Elisabete Silva
  • 4. Exemplo 1:  A percepção pode provocar reações rápidas como no caso de estar a escrever um texto num editor de texto e, de repente, ver uma tela toda azul. Não é a cor azul que lhe causa ansiedade, mas sim a ameaça de perder seu trabalho, pois esta tela é completamente diferente da que você estava anteriormente.  A relação entre a imagem e o meio-ambiente indica perigo. Após algumas reincidências do caso, pode ser que sua percepção se acostume com o estímulo e transforme a ansiedade em raiva pelos autores do software ou num estranho prazer.CGA - Elisabete Silva
  • 5. Exemplo 2:  um pesquisador mostrou fotografias a uma tribo indígena que tinha tido pouco contato com nossa cultura ocidental e eles simplesmente não conseguiram entender que ali haviam objectos representados, pois na sua percepção não estava treinada para converter a imagem bidimensional da foto numa cena tridimensional. CGA - Elisabete Silva
  • 6. Na nossa cultura, estamos tão habituados a fazer isso que existe grande possibilidade de se ver primeiro um cubo na figura abaixo, embora o que esteja desenhado seja uma série de linhas. CGA - Elisabete Silva
  • 7. “A percepção não envolve apenas um acto fisiológico mas um processo altamente dinâmico e característico da consciência humana. Processo activo e participativo, é uma acção e nunca uma reacção mecânica ou instintiva perante estímulos recebidos passivamente. Alcançando áreas recônditas de nosso inconsciente, articulando e trazendo- as ao consciente, a percepção mobiliza todo nosso ser sensível, associativo, inteligente, imaginativo e criativo. Perceber é sinónimo de compreender.” Ostrower CGA - Elisabete Silva
  • 8. Características da percepção segundo Chauí:  É um conhecimento sensorial dotado de sentido total, é o mesmo que sensação;  É uma vivência corporal;  É sempre uma experiência dotada de significação;  É uma relação do sujeito com o mundo exterior;  É uma relação complexa entre o corpo-sujeito e os corpos-objectos;  Envolve a nossa vida social, é uma forma de estarmos no mundo;  É um dos meios fundamentais para a arte, pela capacidade de alterar a nossa percepção quotidiana. CGA - Elisabete Silva
  • 9. "o vínculo da percepção visual com os estímulos captados pelos outros sentidos é um dos temas fundadores de uma fenomenologia do corpo. O olhar não está isolado, o olhar está enraizado na corporeidade, enquanto sensibilidade e enquanto motricidade". Bosi CGA - Elisabete Silva
  • 11. Vemos a representação de um retângulo (forma mais simples). Contudo, a representação anterior não é mais do que a figuração do jogo PacMan. CGA - Elisabete Silva
  • 12. Psicologia da forma/Psicologia da Gestalt/Gestaltismo/Gestalt  É uma teoria da psicologia que considera os fenómenos psicológicos como um conjunto autónomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna.  A teoria foi criada pelos psicólogos alemães Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler(1887- 1967) e Kurt Koffka (1886-1940), nos princípios do século XX.  Funda-se na ideia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes. CGA - Elisabete Silva
  • 13. A Gestalt afirma que não vemos partes isoladas, mas relações entre essas mesmas partes. Para a nossa percepção, que é o resultado de uma sensação global, as partes são inseparáveis do todo e seriam outra coisa que não elas mesmas, fora desse todo. CGA - Elisabete Silva
  • 14. Unidades - O conjunto de mais de um elemento configurando o “todo”, a Gestalt. Uma ou mais unidades formais podem ser encontradas, tais como: linhas, planos, volumes, cores, texturas, dentre outros. CGA - Elisabete Silva
  • 15. Segregação - Capacidade perceptiva de separar, identificar ou destacar unidades em uma composição, ou em suas partes. Pode-se separar em uma ou mais unidades de acordo com suas semelhanças e estímulos visuais, ou critérios estabelecidos. CGA - Elisabete Silva
  • 16. Unificação - Quando há coerência formal da linguagem visual, ou quando percebemos um estilo formal em relação às partes ou o todo de uma imagem. CGA - Elisabete Silva
  • 17. Fechamento - Tendência ao fechamento da forma (exemplo da circunferência fig.B) que busca completar os elementos, para garantir sua compreensão. Foi constatada uma tendência natural de unir os intervalos e estabelecer ligações entre as partes de uma gestalten. CGA - Elisabete Silva
  • 18. Boa Continuidade - Parte do princípio que as partes sucedem-se umas as outras com coerência. Sem quebras bruscas e ou interrupção de sua fluidez visual. Buscamos a estabilidade visual espontaneamente. O princípio da Gestalt da "boa continuidade" diz que os elementos gráficos que sugerem uma linha visual contínua tendem a agruparem-se. Mais ainda, padrões visuais com boa continuidade podem sugerir ao observador que o padrão continua além do fim do padrão propriamente dito. Ou seja, nós mentalmente "completamos" ou "pintamos" o restante do padrão. CGA - Elisabete Silva
  • 19. Proximidade - Elementos próximos tendem a serem vistos juntos, e consequentemente sugerem participar de um mesmo todo. Quanto mais curta a distância entre as partes, mais unificação se dá. CGA - Elisabete Silva
  • 20. Semelhança - Igualdade de forma ou cor nos conduz a perceber uma mesma unidade. CGA - Elisabete Silva
  • 21. Pregnância da Forma - A Lei básica da Gestalt é explicada: Quanto melhor for a organização visual da gestalten (forma), facilitando a compreensão da linguagem visual, isto é, rapidez de leitura ou interpretação, maior será seu grau de pregnância. E vice-e-versa. CGA - Elisabete Silva
  • 22. 1. Plano  Superfície sobre a qual se desenvolve uma composição pode ter uma forma geométrica ou não;  Pode transformar-se numa barreira e criar um enquadramento que, se for dominado, pode ser um factor positivo e não um estorvo;  No enquadramento mais simples, que é o quadrado, as medianas representam a sua estrutura estática e as diagonais a sua estrutura dinâmica; CGA - Elisabete Silva
  • 23. Composições realizadas com paralelas a estas linhas terão expressão completamente diferente. A de A terá uma expressão estável, e a de B terá uma expressão dinâmica. A B CGA - Elisabete Silva
  • 24. Traçados semelhantes permitem modular, orientar e estabelecer malhas para a execução de padrões (azulejos, etc) CGA - Elisabete Silva
  • 25. Em desenho de observação do natural existe necessidade de se encontrar o enquadramento apesar de estar definido o assunto.  Observemos o enquadramento inicial e desenhemos nele um círculo em posições diferentes. CGA - Elisabete Silva
  • 26. Em a) e b), há estabilidade, embora criada em movimentos para cima e para baixo;  Em c) e d), há instabilidade e é criado um movimento oblíquo;  em e), a composição está equilibrada. CGA - Elisabete Silva
  • 27. Facilmente se compreende que, sem o enquadramento, o simples desenho do círculo não teria significado expressivo. Seria um círculo e mais nada!  Interessa compreender que no quadrado (ou em qualquer outra figura) os lados e os ângulos são elementos que condicionam a composição, por possuírem qualidades expressivas que podem acentuar ou destruir o seu significado. CGA - Elisabete Silva
  • 28. ▪ Tensões dinâmicas e estáticas  É conhecido o efeito de calma produzido pela horizontal, pelo que o seu uso como característica estrutural de uma composição fará com que esta transmita de imediato essa sensação.  Igualmente para o sentido de ascensão e de dignidade das verticais  Equilíbrio transmitido pelas verticais e horizontais cruzadas  Movimento transmitido pelas diagonais CGA - Elisabete Silva
  • 29. Em a), o campo está em equilíbrio  em b), c) e d), há um movimento respectivamente para a direita, para cima e para baixo.  Este movimento não é evidentemente um movimento percebido, pois as figuras encontram-se perfeitamente paradas. De facto, deve-se falar mais de tensões do quem em movimento, na medida em que se trata de desvios do centro de equilíbrio do campo. CGA - Elisabete Silva
  • 30. Nos exemplos seguintes, verifica-se que o disco será sempre afectado por uma destas linhas de força, independentemente de se encontrar exactamente sobre ela;  Verifica-se que os discos tendem a ser afectados por uma linha estrutural, que lhes determinará a tensão a exercer na nossa psique. CGA - Elisabete Silva
  • 31. Assim, verificamos que, em 1 e em 3, o disco apresenta tensões respectivamente na horizontal para a direita e na diagonal também para a direita. No entanto, esta tensão não é a que está mais próxima do disco. CGA - Elisabete Silva
  • 32. Em baixo está representado um campo de forças, em que a direcção denominante é representada pelo traço maior. CGA - Elisabete Silva
  • 33. 2. Equilíbrios e desequilíbrios  sob o ponto de vista físico, é o estado em que as forças que actuam sobre o corpo se compensam umas às outras;  teremos equilíbrio de um campo visual sempre que as forças perceptuais se compensam umas às outras  Há sempre um centro de equilíbrio, que pode ser determinado para qualquer campo seja ele qual for  Existem casos de obras de arquitectura actual em que o equilíbrio perfeitamente conseguido graças ao betão armado nem sempre tem correspondência visual CGA - Elisabete Silva
  • 34. O campo visual está organizado em função de um centro de atenção  A tendência para equilibrar o campo é uma tendência inata com que nos encontramos apetrechados e fundamenta-se numa necessidade natural, instintiva, de focar a atenção sobre todo o elemento novo que vem perturbar a ordem do campo até ele se encontrar novamente equilibrado.  EXEMPLO:  Suponhamos agora que um elemento novo surge de repente no campo, como por exemplo uma pessoa que chega vinda de repente, uma janela que se abre, um objecto que cai. De imediato nos voltamos na direcção do elemento novo, focando-o e reestruturando assim o campo e reajustando a ordem interior (nossa), à exterior (do campo). CGA - Elisabete Silva
  • 35. Transpostas as coisas para o campo do desenho, facilmente verificamos que uma composição desequilibrada nos parece sempre incompleta e mal acabada.  Tudo isto também é válido para a literatura, para a música, para o cinema, POR EXEMPLO: todos temos a experiência de ter assistido a filmes que “acabam” às vezes antes de chegar ao fim, ou que chegam ao fim sem terem acabado. Existem cortes que beneficiam a composição! CGA - Elisabete Silva
  • 36. ▪ Peso  O peso de uma parte de uma composição depende de vários factores. Em primeiro lugar depende da localização. Os elementos colocados no centro ou sobre a linha mediana vertical do campo podem ter mais peso do que aqueles que se encontram fora dela.  Para que a composição fique equilibrada, o peso deverá diminuir à medida que o elemento se encontrar afastado do centro. Por isso, na maior parte dos casos os elementos de maior peso, geralmente grupos, são colocados no centro da composição. Elementos de peso igual serão colocados a igual distância e assim sucessivamente. CGA - Elisabete Silva
  • 37. O peso depende também do tamanho do elemento. Na imagem seguinte, o elemento da direita como é menor, equilibra o maior tamanho do da esquerda graças à sua localização mais afastada no centro. CGA - Elisabete Silva
  • 38. Porém, este equilíbrio é rompido graças ao uso da cor. Esta tem uma escala de peso que se pode definir a partir do azul, mais leve, para o vermelho, mais pesado. O grau de claridade de uma cor também conta. Uma cor mais clara aparenta sempre mais peso do que uma cor escura. Na imagem seguinte, os elementos de cor clara desequilibram, ainda que pouco, a composição para o seu lado. CGA - Elisabete Silva
  • 39. O peso da composição também é afectado pelo interesse específico que um determinado elemento pode ter, ou ainda pela sua complexidade formal ou desenho minucioso.  Na seguinte figura, o desenho da direita desloca a composição na sua direcção graças ao seu desenho mais pormenorizado. O interesse que uma figura desperta nos desejos ou receios do observador, embora mais subjectivo, é também um caso a considerar no que respeita à atribuição de peso a um elemento. CGA - Elisabete Silva
  • 40. Outro dos factores que condicionam o peso de um elemento é o seu isolamento do contexto. Numa paisagem, a mesma figura colocada no espaço terá muito maior peso do que se estiver colocada no solo, como se pode verificar na imagem seguinte. CGA - Elisabete Silva
  • 41. Este factor é particularmente usado quer no teatro, quer no cinema onde a vedeta se destaca pela marcação ou pela coreografia do conjunto, atraindo assim a nossa vista e interesse. Na imagem a) pode-se verificar que há um desequilíbrio na composição muito mais notório do que na imagem b).  Dentro de um sistema, o equilíbrio é atingido quando as forças que o constituem se compensam umas às outras. Estas estão dependentes de três propriedades: ponto de aplicação, sentido e força. CGA - Elisabete Silva
  • 42. Em princípio, as linhas como as que estão representadas na seguinte figura a) indicam sempre um impulso nessa direcção, que para ser equilibrado terá de ser compensado por um impulso noutra direcção.  A figura dá-nos disso um exemplo. As linhas de força da mulher são compensadas pelo olhar e pelos braços. Na figura b), esse equilíbrio é destruído com a junção de um segundo elemento com o mesmo sentido. Dirige a vista para a esquerda da composição, retirando- lhe o equilíbrio. CGA - Elisabete Silva
  • 43. ▪ Rectângulo de ouro Problema da proporção  O rectângulo de ouro pertence a um dos vários sistemas que regulam as relações ou repetições de linhas, espaços e volumes, tons e cores que actuam como fundamentos de harmonia.  Refere-se a uma proporção que não só diz respeito às grandezas dos lados, mas também ao todo por ela formado. CGA - Elisabete Silva
  • 44. O rectângulo de ouro é o enquadramento rectangular cuja proporção se obteve por uma relação matemática. Para que haja unidade numa composição todos os seus elementos, incluído o enquadramento, devem formar um todo. CGA - Elisabete Silva
  • 45. Entende-se pela proporção a correspondência das partes com o todo ou dos elementos entre si. Na proporção intervém o princípio da repetição: um conjunto satisfaz quando as suas partes são repetidas e ao mesmo tempo têm variações suficientes para chamar a atenção. CGA - Elisabete Silva
  • 46. ▪ Linha  A linha é um elemento visual de linguagem plástica que contém um grande poder de expressão. Arrasta consigo a vista até um determinado ponto, comunicando uma acção ou um movimento;  serve o contorno das formas, a textura, os valores do claro-escuro e a própria malha estrutural da composição;  o tipo de traçado assim ela adquire um significado – relaciona-se não só com a personalidade do desenhador, mas também com o instrumento riscado e o suporte com que se trabalha. CGA - Elisabete Silva
  • 47. Registos de linhas com expressões diferentes CGA - Elisabete Silva
  • 48. As linhas formam o esqueleto de uma composição, de que depende todo o significado e definem de imediato uma proposta estética (exemplo na imagem seguinte). CGA - Elisabete Silva
  • 49. As linhas podem desempenhar as seguintes funções:  Elemento de contorno, definindo formas e figuras;  Elemento gerador de superfície, ajudando a definir (imagem seguinte);  Elemento modelador, definindo volumes;  Elemento expressivo, através da sua anatomia;  Elemento auxiliar de construção;  Elemento de tensão direccional (gerador de espaço e movimento);  Traçado ordenador, modulador. Assegura a proporção entre as partes. CGA - Elisabete Silva
  • 51. Resumindo:  Quando à forma, as linhas dividem-se em dois grupos – explícitas (todas as que se observam pela sua presença na obra) e implícitas (aquelas que não se expressam por si, mas que se subentendem). É o caso das linhas estruturais de uma composição.  Quanto à função, dividem-se em três grandes grupos:  Linhas de composição – traçados ordenadores, linhas envolventes e linhas direccionais;  Linhas de representação – mais ou menos condicionadas às formas a sugerir;  Linhas expressivas – podem ser de representação rigorosa ou livre e dependem sempre de um gesto e de uma intenção. CGA - Elisabete Silva
  • 52. Resumindo (cont.):  A linha é uma abstracção;  Não passa de um conceito;  É um elemento visual e estrutural de que nos servimos para representar ou explicitar o que necessitamos;  Como figura geométrica, a linha é um conceito usado para resolver problemas. Pode representar uma intersecção entre dois planos ou simplesmente representar um valor em si.  Em qualquer um dos casos a sua expressão é de rigor. CGA - Elisabete Silva
  • 53. ▪ Linha – Valores claro/escuro  Como elemento repetido a si próprio ou formando malhas cruzadas, rigorosas ou livremente, a linha pode tornar homogéneas as superfícies como se de uma tonalidade se tratasse. ▪ Textura  Chama-se textura ao aspecto resultante de uma composição material.  Representa uma linguagem visual, todo o grafismo que caracteriza uma superfície.  Desempenha um papel importante como elemento de linguagem visual plástica. CGA - Elisabete Silva
  • 54. As texturas classificam-se quanto à sua origem em:  Naturais;  Artificiais.  Todas as texturas apresentadas graficamente são texturas artificiais.  Quanto á forma, classificam-se em:  Ordenadas (regulares);  Desordenadas (irregulares).  Ligada á noção de textura existe a noção de padrão: textura artificial com formas, cujas dimensões lhe conferem individualidade. CGA - Elisabete Silva
  • 55. Nos padrões distinguimos o módulo - unidade mínima de repetição – e a malha estrutural – traçado ordenador em que se apresentam os módulos.  Quanto às suas texturas podem actuar como:  Elemento gerador de superfícies (definindo certas áreas de suporte);  Elemento caracterizador (pode-se dizer qual o material de que o objecto é feito);  Elemento gerador de profundidade (a forma texturada tende a ser vista como em primeiro plano);  Elemento de normalização padronizado;  Gerador expressivo (expressão de racionalidade, emotividade, serenidade, agitação, etc.). CGA - Elisabete Silva
  • 56. Cor /Valor  O fenómeno da cor é um dos mais importantes da linguagem plástica  A cor pode-se estudar sob vários aspectos: físico, psicológico, artístico, cultural e fisiológico. ▪ A cor é :  uma sensação produzida quando radiações de comprimento atingem o nosso globo ocular actuando como estímulo; são ondas provenientes sobretudo da luz solar (ou de qualquer outra fonte luminosa) e reflectida pelas diversas superfícies do nosso mundo envolvente. Como o espectro de absorção, ou seja, a aparte da luz que é absorvida, varia de superfície para superfície. CGA - Elisabete Silva
  • 57. ▪ Atributos e aparência da cor  a cor não é uma propriedade do objecto, mas sim uma alteração psíquica daquele que a percebe.  Desconhece-se se se trata de uma sensação ou uma percepção  o valor, a intensidade e a saturação são atributos da cor, ao passo que o brilho é já um modo de aparência. CGA - Elisabete Silva
  • 58. ▪ Classificação das cores  As cores podem classificar-se segundo o seu grau na escala de construção cromática em:  Primárias: vermelho, amarelo, azul;  Secundárias e intermédias: resultantes da mistura de corantes primários entre si, e destes com um dos tons obtidos (Am+V=Lj+V=VLj Intermédio);  Terciárias: resultantes da mistura de duas cores secundárias, três primárias (com predominância de uma delas), ou uma primária e uma secundária oposta (complementar). CGA - Elisabete Silva
  • 60. ▪ Variações por contraste  Contraste simultâneo  Ao fixarmos um círculo vermelho durante 15 segundos, veremos aparecer à sua volta uma auréola esverdeada, que se tornará mais forte á medida que a vista se fatiga. A este fenómeno chama-se contraste simultâneo.  Esse círculo esverdeado vamos vê-lo se imediatamente a seguir fixarmos uma folha de papel branco. É o que se chama contraste sucessivo. CGA - Elisabete Silva
  • 61. Contraste sucessivo  A nossa vista ao fixar uma cor, neste caso o vermelho, reage construindo a sua complementar, o verde.  Todas as cores primárias têm como complementar correspondente uma cor secundária que lhes está diametralmente oposta no círculo cromático, como acontece com o vermelho e verde referidos. CGA - Elisabete Silva
  • 62. Relação das cores  Os fenómenos de acção recíproca das cores são:  Relações de quantidade  Relações de valor  Relações de croma  Relações de quente/frio  Relações de complementaridade  Relações de simultaneidade CGA - Elisabete Silva
  • 63. Relação das cores  Relações de quantidade: o equilíbrio entre duas cores opostas (complementares) depende em parte da área ocupada por cada uma delas. CGA - Elisabete Silva
  • 64. Relação das cores  Relação de valor: uma cor aparecerá mais clara sobre um fundo escuro do que sobre um fundo mais claro do que ela. CGA - Elisabete Silva
  • 65. Relação das cores  Relação de intensidade: uma cor aparecerá mais pura sobre um fundo mesclado do que sobre um fundo vivo.  Relação quente/frio: uma cor fria aparecerá mais fria sobre um fundo quente, do que sobre um fundo frio.  Relação de complementaridade: uma cor aparecerá mais nítida sobre uma sua complementar do que sobre qualquer outra.  Relação de simultaneidade: um amarelo aparecerá mais alaranjado quando oposto a um azul do que a um vermelho. CGA - Elisabete Silva
  • 66. Cor e simbolismo Vermelho-claro (vivo): alegria Vermelho-escuro: depressão Rosa-pálido: feminilidade Rosa-forte: frivolidade Laranja-claro: limpeza Laranja-escuro: desolação Amarelo-claro: nitidez Amarelo-escuro: apelo aos sentidos Violeta: opressão CGA - Elisabete Silva
  • 67. As cores e suas sensações - Influências no comportamento do consumidor.  Verde-claro: frescura  Verde-escuro: decadência  Azul-claro: tranquilidade  Azul-escuro: depressão  Azul-violáceo: repouso  Azul-marinho: profundidade CGA - Elisabete Silva
  • 68. Cores mais recomendadas para as embalagens  Café: marrom-escuro com um toque de laranja ou vermelho.  Chocolate: marrom-claro ou vermelho-alaranjado.  Leite: azul em vários tons, as vezes com toques de vermelho.  Gorduras vegetais: verde-claro ou amarelo não muito forte.  Doces: vermelho alaranjado.  Frutas e compotas: fundo vermelho, as vezes com toque de amarelo.  Massas alimentícias: produto em transparência, com toque de vermelho, amarelo –ouro e às vezes com toques azuis.  Chá-mate: vermelho, branco e marrom.  Queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro. CGA - Elisabete Silva
  • 69. Cores mais recomendadas para as embalagens  Sorvetes/ Gelados: laranja, azul-claro, amarelo-ouro.  Óleos e azeites: Verde, vermelho e toques de azul.  Iogurte: branco e azul  Cerveja: amarelo-ouro, vermelho e branco.  Ceras: tons de marrom e branco.  Detergentes: rosa, azul-turquesa, azul, cinza esverdeado, branco azulado.  Inseticidas: amarelo e preto, verde escuro.  Cosméticos: azul pastel, rosa e amarelo-ouro  Perfumes: roxo, amarelo ouro e prateado.  Bronzeadores:laranja e vermelho. CGA - Elisabete Silva
  • 70. ▪ Figura/fundo  Podemos observar este fenómeno dando atenção às imagens que ilustram as leis da relação figura/fundo e também as figuras reversíveis do conhecido exemplo de Rubin. CGA - Elisabete Silva
  • 71. Quando se observam dois campos homogéneos de tamanhos diferentes, o maior é visto como fundo e o menor como figura.  Se um campo se apresenta dividido em duas partes homogéneas, a inferior tende a ser vista como figura CGA - Elisabete Silva
  • 72. A cruz cujos sectores são verticais é mais rapidamente vista como figura porque eles coincidem com a estrutura linear do círculo. CGA - Elisabete Silva
  • 73. Nas figuras reversíveis gera-se uma instabilidade provocada pela leitura que nos permite ver como fundo a parte escura se fixarmos a branca, ou a branca se fixarmos a escura. CGA - Elisabete Silva
  • 74. ▪ Escala  Uma lei simples da percepção da forma diz-nos que um objecto mais próximo aparece- nos maior do que um objecto do mesmo tamanho mas mais afastado.  Na imagem seguinte, a bola colocada à direita é uma bola de futebol ou uma bola de golf? Torna-se por isso difícil colocá-la num plano do espaço referenciado pelos sucessivos rostos em gradação. A bola e os rostos estão em escalas diferentes. CGA - Elisabete Silva