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                                                                                       A L       A

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           Que América é esta?


                                  N
                                  esta aula vamos iniciar nosso estudo so-
bre a América Latina Veremos que somos parte de uma região que apresenta
              Latina.
muitas identidades devido a sua formação histórica e ao seu nível desigual
       identidades,
de desenvolvimento.




     Paulo trabalha em uma firma de importação e exportação. Ele é responsável
pela liberação das cargas provenientes de vários países que, todos os dias,
desembarcam no porto de Santos. Também é responsável pela conferência do
carregamento dos produtos brasileiros que são exportados para outros países.
     Em seu trabalho, Paulo atua sob a orientação de Rui, um economista que é
o gerente comercial da firma. Para facilitar o seu trabalho, Rui tem numerosos
mapas pendurados nas paredes e vários computadores.
     Certo dia, Paulo foi buscar os documentos da exportação de uma carga de
eletrodomésticos para o Paraguai. Aproveitou para perguntar a Rui por que o
Paraguai estava comprando tantos produtos industrializados do Brasil.
     Rui lembrou que o Paraguai, depois da construção da hidrelétrica de Itaipu,
tinha grande disponibilidade de energia elétrica, inclusive exportando o exce-
dente para o Brasil.
     - Como é que é? Exportando energia elétrica? - perguntou Paulo.
     - Pois é - disse Rui. O Paraguai foi parceiro do Brasil, isto é, ele participou
na construção da hidrelétrica de Itaipu. Por isso, tem direito a uma parte da
energia produzida. Mas, como o seu consumo de energia é ainda muito pequeno,
ele vende a parte que não consome para o Brasil.




    A conversa entre Paulo e Rui nos mostra que existem países com diferentes
níveis de desenvolvimento na América Latina. Enquanto o Brasil possui uma
sólida base industrial e, por isso, é um grande consumidor de energia, o Paraguai
baseia sua economia em atividades primárias, com baixos índices de industria-
lização. Por isso, é importador de produtos industrializados.
A U L A       Depois da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas
          (ONU) adotou o nível de desenvolvimento como critério para dividir o mundo

31        em países pobres e ricos.
              A América Latina foi identificada como uma região pobre, que compreendia
          os países que foram colônias de exploração e que guardavam, ainda, algumas
          marcas dessa herança colonial.
              Ainda hoje a América Latina é formada por países que apresentam estágios
          diferenciados de desenvolvimento.
              Os países que fazem parte do conjunto latino-americano apresentam traços
          comuns: seu passado colonial, a situação de subdesenvolvimento e dependência
          em que se encontram, a extrema pobreza de grande parte de sua população.
              Existe, nesses países, uma forte concentração de terras, ou seja, predominam
          as grandes propriedades rurais, que praticam atividades monocultoras voltadas
          para a exportação.
              A grande exploração da força de trabalho, com predomínio de baixos
          salários, é uma outra característica comum da América Latina.
              Para compreender a situação sócio-econômica da América Latina, utilizare-
          mos dados que nos ajudem a comparar essa região com as demais regiões do
          mundo. Para isso, consideramos alguns aspectos da economia nacional, tais
          como a renda per capita. Esses aspectos nos dão algumas indicações das
          dimensões da economia de um país ou de uma região, como vimos na Aula 30.
              Enquanto a América Latina tem uma renda per capita de 2.500 dólares
          anuais por habitante, os países industrializados atingem mais de 15.000 dólares
          anuais por habitante.
              A partir desses dados, os países e as regiões do mundo podem ser classifi-
          cados como países subdesenvolvidos em desenvolvimento ou desenvolvi-
                              subdesenvolvidos,
          dos É a partir dessa classificação que os países latino-americanos são conside-
          dos.
          rados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
              Como exemplo de países em desenvolvimento ou países de industrialização
          recente, podemos citar o México, o Brasil, a Argentina e a Colômbia.
              Como exemplo de países menos adiantados, que ainda não passaram por um
          processo de industrialização e baseiam suas economias na produção agrícola e
          mineral, podemos citar o Haiti, El Salvador, a Bolívia e o Paraguai.
              Nas últimas cinco décadas, a renda mundial aumentou sete vezes; a renda
          por pessoa triplicou. Porém, esse aumento da renda mundial se distribuiu de
          forma desigual, aumentando, ainda mais, a distância entre ricos e pobres.
              Entre 1960 e 1990, a parte da renda mundial que corresponde aos 20% mais
          ricos da população aumentou de 70% para 85%. No mesmo período, os 20% mais
          pobres tiveram a participação de sua renda reduzida de 2,3% para 1,4%.

                                                     PARTICIPAÇÃO NA RENDA MUNDIAL




                                                     Fonte: Informe sobre o
                                                     desenvolvimento humano: 1994,
                                                     ONU/PNUD
Hoje, ao analisar o desenvolvimento de um país ou de uma região, incluimos       A U L A
novas variáveis, para que a análise esteja mais próxima da realidade.
    Entre os dados necessários para uma análise mais completa das diversas
regiões do mundo estão:                                                              31
·      a esperança de vida, isto é, o número médio de anos de vida de uma
       população;

·      o consumo diário de calorias por pessoa;

·      a porcentagem da população com acesso à saúde, à água potável e ao
       saneamento básico;

·      a taxa de alfabetização da população adulta;

·      o consumo de energia e a reciclagem do lixo.

    Foi com o intuito de facilitar essa análise que, em 1990, a ONU criou o índice
de desenvolvimento humano (IDH        IDH).
                                      IDH
    Esse índice tem três componentes básicos: longevidade nível de conhe-
                                                  longevidade,
cimento e nível de vida de uma população.
    A longevidade é medida pela esperança de vida ao nascer. O nível de
conhecimento é medido pela quantidade de adultos alfabetizados e pela média
dos anos de escolaridade. O nível de vida se mede pelo poder aquisitivo médio
da população.
    Com o auxílio desse índice e de outros dados importantes, poderemos fazer
uma análise mais completa da América Latina, verificando que sua situação
social melhorou nas últimas décadas, embora ainda esteja distante da situação
dos países industrializados.


                         VALORES DO IDH POR REGIÃO,   1960-1992
                                                                  Aumento absoluto
                          1960      1970      1980       1992
                                                                  do IDH 1960-1992
    Todos os países em
                          0,260    0,347      0,428      0,541          0,281
     desenvolvimento
       Países menos
                          0,165    0,209      0,251      0,307          0,142
        adiantados
          Países
                          0,799    0,859      0,889      0,918          0,119
     industrializados
      Todo o mundo        0,392    0,460      0,519      0,605          0,213

     América Latina       0,467    0,568      0,682      0,757          0,290


             Fonte: Informe sobre o desenvolvimento humano: 1994, ONU/PNUD



    Na década de 1980, a dívida externa foi um problema comum aos países da
América Latina, que nesse período tiveram um lento crescimento econômico, ao
qual somou-se uma inflação galopante, que dificultou o desenvolvimento da
região em relação aos países mais industrializados.
A U L A       América, não invoco o teu nome em vão


31
              América, não invoco o teu nome em vão.
              Quando sujeito ao coração a espada,
              quando agüento na alma a goteira,
              quando pelas janelas
              um novo dia teu me penetra,
              sou e estou na luz que me produz,
              vivo na sombra que me determina,
              durmo e desperto em tua essencial aurora:
              doce como as uvas, e terrível,
              condutor do açúcar e o castigo,
              empapado em esperma de tua espécie,
              amamentando em sangue de tua herança.
              Neruda, Pablo. Canto Geral , São Paulo, DIFEL, 1979, p. 227.
               Atenção! O poema ressalta o papel da herança histórica na formação do povo
          latino-americano.

              A América Latina é uma região que tem como carcterísticas comuns o
          passado colonial, a extrema pobreza de grande parte de sua população e a
          dependência econômica em relação aos países mais desenvolvidos.
              Entre os países da América Latina, no entanto, existe uma grande diversida-
          de nos níveis de modernização e de desenvolvimento sócio-econômico.
              Com a intenção de precisar melhor esta análise a ONU (Organização das
          Nações Unidas) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH ).
              Esse índice tem três componentes básicos: longevidade nível de conheci-
                                                         longevidade,
          mento e nível de vida de sua população
                                        população.
              A dívida externa dos países da América Latina bloqueou o seu desenvolvi-
          mento na década de 1980. As soluções adotadas nos anos 90, como a abertura da
          economia a capitais especulativos e a adoção de novas tecnologias, têm aumen-
          tado os índices de desemprego na região.

          Exercício 1
             Apresente duas características que identifiquem a América Latina como
             região.
          Exercício 2
             Por que os países da América Latina são classificados como países
             subdesenvolvidos e em desenvolvimento?
          Exercício 3
             Escreva V , se a resposta for verdadeira, e F , se for falsa.
             São os componentes básicos que constituem o Índice de Desenvolvimento
             Humano:
             a) ( ) Consumo diário de caloria por pessoa.
             b) ( ) Longevidade.
             c) ( ) Nível de vida da população.
             d) ( ) Superfície ainda coberta por floresta.
             e) ( ) Nível de escolaridade da população.
             f) ( ) População com acesso à saúde.
          Exercício 4
             Utilizando o atlas, localize dois países de industrialização recente na
             América Latina.

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  • 1. A UU AL A L A 31 31 Que América é esta? N esta aula vamos iniciar nosso estudo so- bre a América Latina Veremos que somos parte de uma região que apresenta Latina. muitas identidades devido a sua formação histórica e ao seu nível desigual identidades, de desenvolvimento. Paulo trabalha em uma firma de importação e exportação. Ele é responsável pela liberação das cargas provenientes de vários países que, todos os dias, desembarcam no porto de Santos. Também é responsável pela conferência do carregamento dos produtos brasileiros que são exportados para outros países. Em seu trabalho, Paulo atua sob a orientação de Rui, um economista que é o gerente comercial da firma. Para facilitar o seu trabalho, Rui tem numerosos mapas pendurados nas paredes e vários computadores. Certo dia, Paulo foi buscar os documentos da exportação de uma carga de eletrodomésticos para o Paraguai. Aproveitou para perguntar a Rui por que o Paraguai estava comprando tantos produtos industrializados do Brasil. Rui lembrou que o Paraguai, depois da construção da hidrelétrica de Itaipu, tinha grande disponibilidade de energia elétrica, inclusive exportando o exce- dente para o Brasil. - Como é que é? Exportando energia elétrica? - perguntou Paulo. - Pois é - disse Rui. O Paraguai foi parceiro do Brasil, isto é, ele participou na construção da hidrelétrica de Itaipu. Por isso, tem direito a uma parte da energia produzida. Mas, como o seu consumo de energia é ainda muito pequeno, ele vende a parte que não consome para o Brasil. A conversa entre Paulo e Rui nos mostra que existem países com diferentes níveis de desenvolvimento na América Latina. Enquanto o Brasil possui uma sólida base industrial e, por isso, é um grande consumidor de energia, o Paraguai baseia sua economia em atividades primárias, com baixos índices de industria- lização. Por isso, é importador de produtos industrializados.
  • 2. A U L A Depois da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou o nível de desenvolvimento como critério para dividir o mundo 31 em países pobres e ricos. A América Latina foi identificada como uma região pobre, que compreendia os países que foram colônias de exploração e que guardavam, ainda, algumas marcas dessa herança colonial. Ainda hoje a América Latina é formada por países que apresentam estágios diferenciados de desenvolvimento. Os países que fazem parte do conjunto latino-americano apresentam traços comuns: seu passado colonial, a situação de subdesenvolvimento e dependência em que se encontram, a extrema pobreza de grande parte de sua população. Existe, nesses países, uma forte concentração de terras, ou seja, predominam as grandes propriedades rurais, que praticam atividades monocultoras voltadas para a exportação. A grande exploração da força de trabalho, com predomínio de baixos salários, é uma outra característica comum da América Latina. Para compreender a situação sócio-econômica da América Latina, utilizare- mos dados que nos ajudem a comparar essa região com as demais regiões do mundo. Para isso, consideramos alguns aspectos da economia nacional, tais como a renda per capita. Esses aspectos nos dão algumas indicações das dimensões da economia de um país ou de uma região, como vimos na Aula 30. Enquanto a América Latina tem uma renda per capita de 2.500 dólares anuais por habitante, os países industrializados atingem mais de 15.000 dólares anuais por habitante. A partir desses dados, os países e as regiões do mundo podem ser classifi- cados como países subdesenvolvidos em desenvolvimento ou desenvolvi- subdesenvolvidos, dos É a partir dessa classificação que os países latino-americanos são conside- dos. rados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Como exemplo de países em desenvolvimento ou países de industrialização recente, podemos citar o México, o Brasil, a Argentina e a Colômbia. Como exemplo de países menos adiantados, que ainda não passaram por um processo de industrialização e baseiam suas economias na produção agrícola e mineral, podemos citar o Haiti, El Salvador, a Bolívia e o Paraguai. Nas últimas cinco décadas, a renda mundial aumentou sete vezes; a renda por pessoa triplicou. Porém, esse aumento da renda mundial se distribuiu de forma desigual, aumentando, ainda mais, a distância entre ricos e pobres. Entre 1960 e 1990, a parte da renda mundial que corresponde aos 20% mais ricos da população aumentou de 70% para 85%. No mesmo período, os 20% mais pobres tiveram a participação de sua renda reduzida de 2,3% para 1,4%. PARTICIPAÇÃO NA RENDA MUNDIAL Fonte: Informe sobre o desenvolvimento humano: 1994, ONU/PNUD
  • 3. Hoje, ao analisar o desenvolvimento de um país ou de uma região, incluimos A U L A novas variáveis, para que a análise esteja mais próxima da realidade. Entre os dados necessários para uma análise mais completa das diversas regiões do mundo estão: 31 · a esperança de vida, isto é, o número médio de anos de vida de uma população; · o consumo diário de calorias por pessoa; · a porcentagem da população com acesso à saúde, à água potável e ao saneamento básico; · a taxa de alfabetização da população adulta; · o consumo de energia e a reciclagem do lixo. Foi com o intuito de facilitar essa análise que, em 1990, a ONU criou o índice de desenvolvimento humano (IDH IDH). IDH Esse índice tem três componentes básicos: longevidade nível de conhe- longevidade, cimento e nível de vida de uma população. A longevidade é medida pela esperança de vida ao nascer. O nível de conhecimento é medido pela quantidade de adultos alfabetizados e pela média dos anos de escolaridade. O nível de vida se mede pelo poder aquisitivo médio da população. Com o auxílio desse índice e de outros dados importantes, poderemos fazer uma análise mais completa da América Latina, verificando que sua situação social melhorou nas últimas décadas, embora ainda esteja distante da situação dos países industrializados. VALORES DO IDH POR REGIÃO, 1960-1992 Aumento absoluto 1960 1970 1980 1992 do IDH 1960-1992 Todos os países em 0,260 0,347 0,428 0,541 0,281 desenvolvimento Países menos 0,165 0,209 0,251 0,307 0,142 adiantados Países 0,799 0,859 0,889 0,918 0,119 industrializados Todo o mundo 0,392 0,460 0,519 0,605 0,213 América Latina 0,467 0,568 0,682 0,757 0,290 Fonte: Informe sobre o desenvolvimento humano: 1994, ONU/PNUD Na década de 1980, a dívida externa foi um problema comum aos países da América Latina, que nesse período tiveram um lento crescimento econômico, ao qual somou-se uma inflação galopante, que dificultou o desenvolvimento da região em relação aos países mais industrializados.
  • 4. A U L A América, não invoco o teu nome em vão 31 América, não invoco o teu nome em vão. Quando sujeito ao coração a espada, quando agüento na alma a goteira, quando pelas janelas um novo dia teu me penetra, sou e estou na luz que me produz, vivo na sombra que me determina, durmo e desperto em tua essencial aurora: doce como as uvas, e terrível, condutor do açúcar e o castigo, empapado em esperma de tua espécie, amamentando em sangue de tua herança. Neruda, Pablo. Canto Geral , São Paulo, DIFEL, 1979, p. 227. Atenção! O poema ressalta o papel da herança histórica na formação do povo latino-americano. A América Latina é uma região que tem como carcterísticas comuns o passado colonial, a extrema pobreza de grande parte de sua população e a dependência econômica em relação aos países mais desenvolvidos. Entre os países da América Latina, no entanto, existe uma grande diversida- de nos níveis de modernização e de desenvolvimento sócio-econômico. Com a intenção de precisar melhor esta análise a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH ). Esse índice tem três componentes básicos: longevidade nível de conheci- longevidade, mento e nível de vida de sua população população. A dívida externa dos países da América Latina bloqueou o seu desenvolvi- mento na década de 1980. As soluções adotadas nos anos 90, como a abertura da economia a capitais especulativos e a adoção de novas tecnologias, têm aumen- tado os índices de desemprego na região. Exercício 1 Apresente duas características que identifiquem a América Latina como região. Exercício 2 Por que os países da América Latina são classificados como países subdesenvolvidos e em desenvolvimento? Exercício 3 Escreva V , se a resposta for verdadeira, e F , se for falsa. São os componentes básicos que constituem o Índice de Desenvolvimento Humano: a) ( ) Consumo diário de caloria por pessoa. b) ( ) Longevidade. c) ( ) Nível de vida da população. d) ( ) Superfície ainda coberta por floresta. e) ( ) Nível de escolaridade da população. f) ( ) População com acesso à saúde. Exercício 4 Utilizando o atlas, localize dois países de industrialização recente na América Latina.