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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA FUNLEC – IESF CURSO DE BIBLIOTECONOMIA    James Duff Brown  INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA FUNLEC – IESF CURSO DE BIBLIOTECONOMIA    James Duff Brown
1 James Duff Brown (1862-1914) James Duff Brown nasceu em Edinburgh, Escócia, no ano de 1862. Bibliotecário, foi um dos primeiros a escrever livros sobre Biblioteconomia e a criar o único sistema de classificação geral da Inglaterra. Em 1888, na Clerkenwell Public Library, James Duff Brown obteve destaque por introduzir o livre acesso às estantes.  Em 1894, Brown apresenta, em uma reunião da Library Association, um sistema de classificação bibliográfica elaborado com a contribuição de James Henry Quinn, denominado Quinn-Brown System. Em 1897 publicam uma versão ampliada deste sistema, chamando-o de Adjustable classification.
A Figura  mostra o layout e a disposição das estantes para facilitar o fluxo de usuários, ao qual, Brown também foi o responsável.
O problema era a falta de flexibilidade deste sistema. Brown se sente incentivado a criar uma alternativa à já conhecida, (CDD), desenvolvida pelo bibliotecário norte americano Melvil Dewey. Naquele momento, havia muitas críticas à falta de flexibilidade da CDD, por isso Brown elabora e publica a Subject Classification, pela primeira vez, em 1906.  A terceira edição foi lançada sob a revisão de seu sobrinho, James Douglas Stewart. Assim, a Classificação de Brown aparece como uma tentativa de possibilitar maior flexibilidade até então não apresentada pelos outros sistemas da época.
2 Classificação de assunto ou Classificação de Brown Brown teve a intenção de criar um sistema de classificação em que cada assunto tivesse uma única localização, onde os vários aspectos teóricos e práticos de um mesmo tema ficassem reunido. Para ele “ todo conhecimento envolve dois fatores – material e finalidade- cujas combinações formamos assuntos”. , O resultado deste modo de proceder resulta em muitas classes apresentarem só os problemas gerais, enquanto as aplicações passaram a outros pontos do sistema, ao lado dos “concretos”, que lhes dão substância. Desta maneira, Brown pretendeu colocar as subdivisões das classes principais em ordem evolutiva, segundo a progressão científica, apresentando as ciências puras acompanhadas de suas aplicações e seguidas por outras ciências puras, com elas relacionadas.
2.1 Base do sistema e estrutura Para Brown, toda a forma de conhecimento derivaria de um dos quatro grandes grupos ou princípios fundamentais: “Matéria e Força, Vida, Razão e Registro”, na ordem em que surgiram no Universo.  Assim, primeiro surgiu a Matéria e a Força, que geraram a Vida, esta produziu a Razão, que deu origem ao Registro dos fatos. Seria uma ordem do aparecimento das coisas, no tempo.
Subject Classification- 1 Matéria e Força (Generalia e Ciências Físicas) Vida (Biologia, Etnologia, Medicina, Biologia  Econômica, Artes Domésticas)  Razão (Filosofia, Religião, Político e Ciência social) Registro (Idioma, Literatura, formas Literárias, História, Geografia, Biografia)
Brown baseou, portanto, o seu sistema na divisão dos conhecimentos humanos nestes quatro grandes grupos e representou os assuntos, dentro deles, por letras maiúsculas do alfabeto.  Os grandes grupos deram origem as classes principais ( disciplinas fundamentais), estas são divididas em grandes classes, algumas vezes representando ciências  ( subdisciplinas), outras vezes grandes divisões destas.
Subject Classification- 2 outline
2.2 Notação A notação da Classificação de Brown é mista, composta de letras maiúsculas  ( A-X, excluídas as letras Y e Z), seguida por três algarismos na ordem aritmética, indo de 000 a 999; letras minúsculas e sinais gráficos ( ponto, mais e barra oblíqua). Exemplo de assunto classificado de acordo com a Classificação de Brown: História do comércio no Brasil. L800 = Comércio W720 = Brasil .10 = História ( tabela categórica) O que origina a notação L800W72.10 Quando é preciso utilizar dois símbolos de uma mesma classe, emprega-se o sinal (+), sem repetir a letra inicial. Ex: C200+300 Calor e Som. A barra oblíqua é usada na representação de documentos que incluem vários temas representados na tabelas por símbolos consecutivos. Ex: U555/569 História e Geografia de Norfolk e Suffolk.
2.3 Tabelas auxiliares e índice As tabelas que Brown apresentou como Tabela Categórica ( Categorical Table) compunham–se de uma tabela de divisões comuns, com notação numérica de 0 a 980, precedida de ponto. A tabela Categórica incluiria não apenas as divisões de forma, mas também pontos de vista e subdivisões dos assuntos:   Tabela de Datas ( Cronológica): os anos são representados por duas letras minúsculas, desde 1450 até 1950. Tabela de Números Alfabetadores: usada para ordenar biografias, obras literárias etc., convertendo a ordem alfabética em ordem numérica, a exemplo dos números de autor de Cutter, que podem ser anexados aos símbolos de assunto. Tabela de Língua: não existe tabela especial para subdivisão segundo a língua. É usada a própria divisão de Classe M ( Língua e Literatura) junto ao número do assunto. Tabela Geográfica: o sistema não possui tabela especial para subdivisões por lugar. São usados os números das próprias classes principais de geografia e história (D-W), logo a notação de assunto.   A respeito do índice, o sistema apresenta um índice específico (único) do qual é o exemplo clássico. Como o sistema pretende só oferecer uma posição, uma só localização para cada assunto, as entradas do índice só indicam um ponto onde o encontrar.
2.4 Edições     Em relação às edições, a primeira foi publicada em 1906, a segunda em 1914 e a terceira em 1939. Não há edições posteriores. A falta de atualização, levou o sistema ao desuso.
3 Importância histórica da Subject Classification Brown pretendeu criar um Sistema de Classificação onde cada assunto tivesse uma única localização, em que os vários aspectos teóricos e práticos de um mesmo tema ficassem reunidos. A distribuição dos assuntos pretendida por Brown aproxima-se da técnica de cabeçalhos de assunto, assemelhando-se à teoria de Kaiser sobre concretos e processos. A tentativa de Brown de reunir os “materiais” é uma tendência encontrada nos classifistas modernos. A sequência das classes na Subject Classification também difere dos demais sistemas baseados em Bacon. Brown afirmou desprezar  “  as convenções, distinções e agrupamentos arbitrários, em lugar de científicos, e ordenar cada classe em ordem sistemática de precedência científica, a tanto quanto possível”.
Diferente dos classificadores a partir de Francis Bacon, no século XIX, onde os esforços eram dirigidos para encontrar um novo sistema racional de classificação para substituir o de Aristóteles, ou baseado no empirismo e subjetivismo como apresenta as classificações do século XX, Brown procurou criar uma base mais objetiva, onde a divisão principal não dependesse do modo “de como a mente conduzisse os fenômenos ( pela memória ou pela razão), como era a divisão principal das classificações baseadas em Bacon. Desta forma, parece visível o ponto de vista de Brown em criar um sistema de classificação de caráter multidimensional, bem próximo da Classificação de Dois Pontos.  “ o conhecimento é multidimensional: as interligações de cada conceito espalham-se em muitas direções, e usualmente cada assunto é uma síntese de vários conceitos múltiplos ligados”.
REFERÊNCIAS BARBOSA, A. P. Teoria e prática dos Sistemas de Classificação Bibliográfica.  Rio de Janeiro: IBICT, 1969.   BEGHTOL, Clare. The Subject Classification of James Duff Brown. Providence: University of Toronto, 2004. 20 slides: color.  Disponível em : <www.dsoergel.com/670/BrownClassificationBegtholSIGCR-04.ppt  >. Acesso em: 19 out. 2009.   MENDES, E. B.M. Visão panorâmica dos principais sistemas de classificação bibliográfica. Campinas: PUCCCAMP/FABI, 1995. Citado por NUNES, Leiva. Disponível em:  <http://www.bibliotecadigital.puc- campinas.edu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=340  >. Acesso em: 18 out. 2009. PIEDADE, Maria A. R. Introdução à teoria da classificação. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1983. Cap. 11, p. 173-181.

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James Duff Brown

  • 1. INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA FUNLEC – IESF CURSO DE BIBLIOTECONOMIA James Duff Brown INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA FUNLEC – IESF CURSO DE BIBLIOTECONOMIA James Duff Brown
  • 2. 1 James Duff Brown (1862-1914) James Duff Brown nasceu em Edinburgh, Escócia, no ano de 1862. Bibliotecário, foi um dos primeiros a escrever livros sobre Biblioteconomia e a criar o único sistema de classificação geral da Inglaterra. Em 1888, na Clerkenwell Public Library, James Duff Brown obteve destaque por introduzir o livre acesso às estantes. Em 1894, Brown apresenta, em uma reunião da Library Association, um sistema de classificação bibliográfica elaborado com a contribuição de James Henry Quinn, denominado Quinn-Brown System. Em 1897 publicam uma versão ampliada deste sistema, chamando-o de Adjustable classification.
  • 3. A Figura mostra o layout e a disposição das estantes para facilitar o fluxo de usuários, ao qual, Brown também foi o responsável.
  • 4. O problema era a falta de flexibilidade deste sistema. Brown se sente incentivado a criar uma alternativa à já conhecida, (CDD), desenvolvida pelo bibliotecário norte americano Melvil Dewey. Naquele momento, havia muitas críticas à falta de flexibilidade da CDD, por isso Brown elabora e publica a Subject Classification, pela primeira vez, em 1906. A terceira edição foi lançada sob a revisão de seu sobrinho, James Douglas Stewart. Assim, a Classificação de Brown aparece como uma tentativa de possibilitar maior flexibilidade até então não apresentada pelos outros sistemas da época.
  • 5. 2 Classificação de assunto ou Classificação de Brown Brown teve a intenção de criar um sistema de classificação em que cada assunto tivesse uma única localização, onde os vários aspectos teóricos e práticos de um mesmo tema ficassem reunido. Para ele “ todo conhecimento envolve dois fatores – material e finalidade- cujas combinações formamos assuntos”. , O resultado deste modo de proceder resulta em muitas classes apresentarem só os problemas gerais, enquanto as aplicações passaram a outros pontos do sistema, ao lado dos “concretos”, que lhes dão substância. Desta maneira, Brown pretendeu colocar as subdivisões das classes principais em ordem evolutiva, segundo a progressão científica, apresentando as ciências puras acompanhadas de suas aplicações e seguidas por outras ciências puras, com elas relacionadas.
  • 6. 2.1 Base do sistema e estrutura Para Brown, toda a forma de conhecimento derivaria de um dos quatro grandes grupos ou princípios fundamentais: “Matéria e Força, Vida, Razão e Registro”, na ordem em que surgiram no Universo. Assim, primeiro surgiu a Matéria e a Força, que geraram a Vida, esta produziu a Razão, que deu origem ao Registro dos fatos. Seria uma ordem do aparecimento das coisas, no tempo.
  • 7. Subject Classification- 1 Matéria e Força (Generalia e Ciências Físicas) Vida (Biologia, Etnologia, Medicina, Biologia Econômica, Artes Domésticas) Razão (Filosofia, Religião, Político e Ciência social) Registro (Idioma, Literatura, formas Literárias, História, Geografia, Biografia)
  • 8. Brown baseou, portanto, o seu sistema na divisão dos conhecimentos humanos nestes quatro grandes grupos e representou os assuntos, dentro deles, por letras maiúsculas do alfabeto. Os grandes grupos deram origem as classes principais ( disciplinas fundamentais), estas são divididas em grandes classes, algumas vezes representando ciências ( subdisciplinas), outras vezes grandes divisões destas.
  • 10. 2.2 Notação A notação da Classificação de Brown é mista, composta de letras maiúsculas ( A-X, excluídas as letras Y e Z), seguida por três algarismos na ordem aritmética, indo de 000 a 999; letras minúsculas e sinais gráficos ( ponto, mais e barra oblíqua). Exemplo de assunto classificado de acordo com a Classificação de Brown: História do comércio no Brasil. L800 = Comércio W720 = Brasil .10 = História ( tabela categórica) O que origina a notação L800W72.10 Quando é preciso utilizar dois símbolos de uma mesma classe, emprega-se o sinal (+), sem repetir a letra inicial. Ex: C200+300 Calor e Som. A barra oblíqua é usada na representação de documentos que incluem vários temas representados na tabelas por símbolos consecutivos. Ex: U555/569 História e Geografia de Norfolk e Suffolk.
  • 11. 2.3 Tabelas auxiliares e índice As tabelas que Brown apresentou como Tabela Categórica ( Categorical Table) compunham–se de uma tabela de divisões comuns, com notação numérica de 0 a 980, precedida de ponto. A tabela Categórica incluiria não apenas as divisões de forma, mas também pontos de vista e subdivisões dos assuntos:   Tabela de Datas ( Cronológica): os anos são representados por duas letras minúsculas, desde 1450 até 1950. Tabela de Números Alfabetadores: usada para ordenar biografias, obras literárias etc., convertendo a ordem alfabética em ordem numérica, a exemplo dos números de autor de Cutter, que podem ser anexados aos símbolos de assunto. Tabela de Língua: não existe tabela especial para subdivisão segundo a língua. É usada a própria divisão de Classe M ( Língua e Literatura) junto ao número do assunto. Tabela Geográfica: o sistema não possui tabela especial para subdivisões por lugar. São usados os números das próprias classes principais de geografia e história (D-W), logo a notação de assunto.   A respeito do índice, o sistema apresenta um índice específico (único) do qual é o exemplo clássico. Como o sistema pretende só oferecer uma posição, uma só localização para cada assunto, as entradas do índice só indicam um ponto onde o encontrar.
  • 12. 2.4 Edições     Em relação às edições, a primeira foi publicada em 1906, a segunda em 1914 e a terceira em 1939. Não há edições posteriores. A falta de atualização, levou o sistema ao desuso.
  • 13. 3 Importância histórica da Subject Classification Brown pretendeu criar um Sistema de Classificação onde cada assunto tivesse uma única localização, em que os vários aspectos teóricos e práticos de um mesmo tema ficassem reunidos. A distribuição dos assuntos pretendida por Brown aproxima-se da técnica de cabeçalhos de assunto, assemelhando-se à teoria de Kaiser sobre concretos e processos. A tentativa de Brown de reunir os “materiais” é uma tendência encontrada nos classifistas modernos. A sequência das classes na Subject Classification também difere dos demais sistemas baseados em Bacon. Brown afirmou desprezar “ as convenções, distinções e agrupamentos arbitrários, em lugar de científicos, e ordenar cada classe em ordem sistemática de precedência científica, a tanto quanto possível”.
  • 14. Diferente dos classificadores a partir de Francis Bacon, no século XIX, onde os esforços eram dirigidos para encontrar um novo sistema racional de classificação para substituir o de Aristóteles, ou baseado no empirismo e subjetivismo como apresenta as classificações do século XX, Brown procurou criar uma base mais objetiva, onde a divisão principal não dependesse do modo “de como a mente conduzisse os fenômenos ( pela memória ou pela razão), como era a divisão principal das classificações baseadas em Bacon. Desta forma, parece visível o ponto de vista de Brown em criar um sistema de classificação de caráter multidimensional, bem próximo da Classificação de Dois Pontos. “ o conhecimento é multidimensional: as interligações de cada conceito espalham-se em muitas direções, e usualmente cada assunto é uma síntese de vários conceitos múltiplos ligados”.
  • 15. REFERÊNCIAS BARBOSA, A. P. Teoria e prática dos Sistemas de Classificação Bibliográfica. Rio de Janeiro: IBICT, 1969.   BEGHTOL, Clare. The Subject Classification of James Duff Brown. Providence: University of Toronto, 2004. 20 slides: color. Disponível em : <www.dsoergel.com/670/BrownClassificationBegtholSIGCR-04.ppt >. Acesso em: 19 out. 2009.   MENDES, E. B.M. Visão panorâmica dos principais sistemas de classificação bibliográfica. Campinas: PUCCCAMP/FABI, 1995. Citado por NUNES, Leiva. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.puc- campinas.edu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=340 >. Acesso em: 18 out. 2009. PIEDADE, Maria A. R. Introdução à teoria da classificação. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1983. Cap. 11, p. 173-181.