EFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIA
ENERENERENERENERENERGÉTICGÉTICGÉTICGÉTICGÉTICAAAAA
EM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMAS
DE AR CDE AR CDE AR CDE AR CDE AR COMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOOOOO
MANUAL PRÁTICO
Manual ar comprimido
Créditos
Trabalho elaborado no âmbito do contrato realizado entre a ELETROBRÁS/PROCEL e o consórcio
EFFICIENTIA/FUPAI
MME - MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Esplanada dos Ministérios Bloco“U”- CEP. 70.065-900 – Brasília – DF
www.mme.gov.br
Ministra
Dilma Rousseff
ELETROBRÁS/PROCEL
Av. Rio Branco, 53 - 20º andar - Centro - CEP 20090-004 - Rio de Janeiro – RJ
www.eletrobras.com/procel - procel@eletrobras.com
Presidente
Silas Rondeau Cavalcante Silva
Diretor de Projetos Especiais e Desenvolvimento Tecnológico e Industrial e Secretário Executivo do
PROCEL
Aloísio Marcos Vasconcelos Novais
Chefe de Departamento de Planejamento e Estudos de Conservação de Energia e Coordenador Geral
do Projeto de Disseminação de Informações de Eficiência Energética
Renato Pereira Mahler
Chefe da Divisão de Suporte Técnico de Conservação de Energia e Coordenador Técnico do
Projeto de Disseminação de Informações de Eficiência Energética
Luiz Eduardo Menandro Vasconcellos
Chefe da Divisão de Planejamento e Conservação de Energia
Marcos de Queiroz Lima
Chefe de Departamento de Projetos Especiais
George Alves Soares
Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos Setoriais de Eficiência Energética
Fernando Pinto Dias Perrone
Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos Especiais
Solange Nogueira Puente Santos
EQUIPE TÉCNICA
Coordenador Geral
Marcos Luiz Rodrigues Cordeiro
CONSÓRCIO EFFICIENTIA/FUPAI
EFFICIENTIA
Av. Afonso Pena, 1964 – 7º andar – Funcionários – CEP 30130-005 – Belo Horizonte – MG
www.efficientia.com.br - efficientia@efficientia.com.br
Diretor Presidente da Efficientia
Elmar de Oliveira Santana
Coordenador Geral do Projeto
Jaime A. Burgoa / Túlio Marcus Machado Alves
Coordenador Operacional do Projeto
Ricardo Cerqueira Moura
Coordenador do Núcleo Gestor dos Guias Técnicos
Marco Aurélio Guimarães Monteiro
Coordenador do Núcleo Gestor Administrativo-Financeiro
Cid dos Santos Scala
FUPAI – Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria
Rua Xavier Lisboa, 27 – Centro – CEP 37501-042 – Itajubá – MG
www.fupai.com.br – fupai@fupai.com.br
Presidente da FUPAI
Djalma Brighenti
Coordenador Operacional do Projeto
Jamil Haddad *
Luiz Augusto Horta Nogueira *
Coordenadora do Núcleo Gestor Administrativo-Financeiro
Heloisa Sonja Nogueira
EQUIPE TÉCNICA
Apoio Técnico
Adriano Jack Machado Miranda
Maria Aparecida Morangon de Figueiredo
Micael Duarte França
Fotografia
Eugênio Paccelli
AUTORES
Carlos Roberto Rocha,
Marco Aurélio Guimarães Monteiro
* Professores da Universidade Federal de Itajubá
Apresentação
Criado em 1985, pelo Governo Federal, o Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica (PROCEL) é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e implementado pela
ELETROBRÁS. O objetivoprincipal do PROCEL é contribuir para a redução do consumo e da
demanda de energia elétrica no país, por meio do combate ao desperdício deste valioso
insumo.
A ELETROBRÁS/PROCEL mantém estreito relacionamento com diversas organizações
nacionaiseinternacionaiscujospropósitosestejamalinhadoscomocitadoobjetivo.Dentre
elas, cabe ressaltar o Banco Mundial (BIRD) e o Global Environment Facility (GEF), os quais
têm se constituído em importantes agentes financiadores de projetos na área da eficiência
energética.
Nesse contexto, o GEF, que concede suporte financeiro a atividades relacionadas com a
mitigaçãodeimpactosambientais,comoousoracionaleeficientedaenergia,doourecursos
àELETROBRÁS/PROCEL,porintermédiodoBIRD,paraodesenvolvimentodeváriosprojetos.
Dentre eles, destaca-se o projeto“Disseminação de Informações em Eficiência Energética”,
concebido e coordenado pela ELETROBRÁS/PROCEL e realizado pelo Consórcio Efficientia/
Fupai, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que
objetiva divulgar informações sobre tecnologias de uso eficiente de energia para os
profissionais dos setores industrial, comercial, prédios públicos e saneamento, difundindo
aspectos tecnológicos e operacionais que permitam reduzir o desperdício de energia
elétrica.
Oobjetivodestemanualéinstrumentalizarosinteressadoscominformaçõesúteisepráticas,
capacitando-os para identificar oportunidades de redução de custos e de consumo de
energia em seu sistema.
Manual ar comprimido
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
Parte I - PLANO DE AÇÃO ............................................................................................. 13
1 - CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA E DA INSTALAÇÃO ONDE ESTÁ INSERIDO ....... 13
1.1 - Conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico.......................................... 13
1.2 - Conhecimento do sistema de ar comprimido específico de sua empresa .............. 15
2 - IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIAS .................. 16
2.1 - Oportunidades de melhoria em um sistema de ar comprimido genérico .............. 16
2.2 - Oportunidades de melhoria no sistema de ar comprimido específico de sua
empresa ............................................................................................................................................. 18
3 - IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DEFINIDAS ............................................................ 19
3.1 - Implementação de melhorias em um sistema de ar comprimido genérico ........... 19
3.2 - Implementação de melhorias no sistema específico de sua empresa ...................... 19
4 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E
REINÍCIO DO PROCESSO PARA NOVAS AÇÕES ...................................................... 20
Parte II - OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA .................................... 25
1 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NA GERAÇÃO DE AR COMPRIMIDO ..... 25
1.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na geração de ar comprimido. 25
1.2 - Áreas de oportunidade de melhoria de eficiência na geração .................................... 28
1.2.1 - Redução de perdas devido à temperatura do ar aspirado pelo compressor ...... 28
1.2.2 - Redução de perda de carga por sujeira no filtro de aspiração.................................. 30
1.2.3 - Redução de perdas no sistema de compressão ............................................................. 30
1.2.4 - Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada ............................... 33
1.2.5 - Recuperação de calor de compressão ............................................................................... 35
1.2.6 - Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada ................................. 37
1.2.7 - Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles de compressores 39
1.2.8 - Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de pressão . 42
1.2.9 - Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido ............................................ 44
1.2.10 - Redução de perdas na drenagem do condensado..................................................... 46
1.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 50
1.4 - Sugestões para identificar oportunidades na geração.................................................... 58
2 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES
NA DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO ................................................................ 59
2.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na distribuição de ar
comprimido ..................................................................................................................................... 59
2.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência na distribuição do ar
comprimido ..................................................................................................................................... 60
2.2.1 - Redução de perdas devido à queda de pressão (perdas de carga na tubulação) 60
2.2.2 - Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição .................................... 62
2.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 66
2.4 - Sugestões para identificar oportunidades na distribuição ............................................ 68
3 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NO USO FINAL DO AR COMPRIMIDO .. 68
3.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar comprimido 68
3.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência no uso final do ar comprimido 69
3.2.1 - Redução de perdas pela eliminação de usos inapropriados do ar comprimido 70
3.2.2 - Substituição de ar comprimido nas aplicações de uso final de baixa pressão ... 71
3.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 73
3.4 - Sugestões para identificação de oportunidades no uso final ...................................... 74
4 ASPECTOS ECONÔMICOS ......................................................................................... 76
4.1 - Benchmarking para o custo de ar comprimido.................................................................. 76
4.2 - Determinação do custo do ar comprimido para suas instalações .............................. 76
Parte III - FONTES DE CONSULTA ................................................................................ 83
1 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 83
2 - LINKS ÚTEIS ............................................................................................................. 85
3 - ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES ....................................................................................... 86
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 9
Introdução
EsteManualfoiconcebidoparadisponibilizarinformaçõestécnicasaosusuáriosdesistemas
dearcomprimido.Descreveoscomponentesbásicosdesistemasdearcomprimido;sugere
passos a serem seguidos na busca de melhorias; esboça oportunidades para melhorar a
eficiência energética; e discute os benefícios de uma abordagem sistêmica na identificação
e implementação destas oportunidades de melhorias.
Os sistemas de ar comprimido são amplamente utilizados na indústria como fonte de
energia para acionamento há mais de um século, sendo freqüentemente considerados
como a“quarta utilidade”. Quase toda instalação industrial, desde urna pequena oficina até
uma grande indústria, tem algum sistema de ar comprimido.
A produção de ar comprimido pode ser um dos processos mais dispendiosos da fábrica.
Atualmente, a maior parte do ar comprimido é produzida por compressores acionados por
motores elétricos.
Objetivo
Disponibilizar informações técnicas úteis e práticas aos profissionais de empresas que
possuem sistemas de ar comprimido, capacitando-os a identificar oportunidades de
melhoria da eficiência energética que resultem em redução de custos e de consumo de
energia em seu sistema.
Público alvo
Técnicos, engenheiros e participantes de Comissões Internas de Energia (CICE) em cujas
empresas existem sistemas de ar comprimido e consultores de engenharia e demais
profissionais que trabalhem com esses sistemas.
Orientações gerais
Este Manual faz parte de um conjunto de publicações editadas pela Eletrobrás/Procel.
Apresenta, de forma sucinta, dicas para reduzir de custos e consumo de energia.
Simultaneamente,aEletrobrás/Procelpublicaolivro“EFICIÊNCIAENERGÉTICAEMSISTEMAS
DE AR COMPRIMIDO”, com conteúdo mais abrangente sobre este tema, para servir de ma-
terial de consulta e suporte para aqueles profissionais que desejarem se aprofundar mais
no assunto.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO10
As oportunidades de eficientização energética apontadas neste Manual são um extrato
dos conceitos e fundamentos apresentados na referida publicação. Assim, ao apresentar
as informações neste Manual, procuraremos referenciar o texto original, caso o usuário
queira mais informações sobre o assunto.
Procurando oferecer uma ferramenta de uso prático e útil, incluímos um CD contendo uma
versão eletrônica deste Manual. O CD contém, ainda, programas, textos, planilhas e tabelas
de auxílio que servem para complementar as informações e auxiliar no desenvolvimento
de um programa de eficientização.
O Manual está dividido em três partes:
1. PLANO DE AÇÃO;
2. OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA; e
3. FONTES DE CONSULTA.
Naturalmente, o foco do Manual será a parte 2: Oportunidades para melhorar a eficiência.
Parafacilitareagilizaraconsulta,noanexoconstamgrandezas,unidadesdemedida,fatores
de conversão e fórmulas utilizadas neste Manual e no texto base (“EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”).
PARTE I
PLANO DE AÇÃO
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO12
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 13
PARTE I - PLANO DE AÇÃO
Este Manual utiliza três categorias para discutir os componentes de um sistema de ar
comprimido: geração, distribuição e uso final. Estas três áreas seguem o trajeto do fluxo do
ar comprimido desde a descarga do compressor até os pontos de uso final (pontos de
consumo).
CARACTERIZAÇÃODOSISTEMAEDAINSTALAÇÃOONDE
ESTÁ INSERIDO
1.1 - Conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico
O conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico característico, com seus
componentes básicos de geração, distribuição, uso final e as respectivas condições
operacionais, pode facilitar a caracterização de um sistema de ar comprimido em particu-
lar (por exemplo, o sistema da sua empresa).
A Figura I.1 apresenta o esquema de um sistema de ar comprimido.
Figura I.1 - Esquema de um sistema de ar comprimido completo
1111111111
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO14
Sistema de geração de ar comprimido - O ar comprimido é produzido por compressores
pelacaptaçãodoaratmosféricoeelevaçãodesuapressão.Ummodernosistemadegeração
dearcomprimidoindustrialécompostodemuitossubsistemasemuitossubcomponentes.
Os principais subsistemas incluem compressores, motores e acionamentos, controles,
equipamentos de tratamento de ar, reservatório e acessórios. O compressor é um
equipamento mecânico que capta o ar ambiente e eleva a sua pressão. Motores elétricos
normalmente fornecem a energia consumida para acionar o compressor. Os controles
servem para regular a quantidade de ar comprimido que está sendo produzida. Os
equipamentos de tratamento removem contaminantes do ar comprimido, e os acessórios
mantêm o sistema operando adequadamente.
Sistema de distribuição de ar comprimido - A distribuição transporta o ar comprimido
dos tanques reservatórios alimentados pelos compressores aos pontos de uso final,
entregando quantidades suficientes de ar limpo, seco e estável, devendo ser fornecido na
pressão adequada, de forma confiável e econômica, às aplicações de uso final. Para isso,
muitos sistemas de distribuição possuem reservatórios de ar comprimido e têm diversas
linhas de distribuição, que operam em diferentes pressões. Estas linhas são separadas por
vários tipos de válvulas de isolação, reguladoras de pressão e outras. O desempenho
eficiente do sistema de distribuição requer um correto balanceamento da pressão do ar
comprimido nas linhas, com regulagem eficaz da pressão, boa drenagem de condensado
e perfeita estanqueidade.
Sistemas de uso final de ar comprimido - Há muitas e diferentes aplicações de uso final
para o ar comprimido, como no acionamento de ferramentas pneumáticas em sistemas de
acionamento pneumático; acionamento mecânico e comando de válvulas em sistemas de
controle; transporte por ar comprimido; jateamento; e operações com sopro de ar e jato
de água; operações de inspeção e teste; controle de processos com ar comprimido. É
largamenteusadoemquasetodosossetoresindustriais.Seucampodeaplicaçãoébastante
grande e cresce dia a dia.
O conhecimento do balanço energético característico deste sistema pode contribuir muito
para identificar as perdas que reduzem a eficiência do sistema e para fornecer um ponto
de partida para a identificação de oportunidades e de seleção e implementação de ações
de melhorias da eficiência. A Figura I.2 mostra um balanço de energia característico de
perdas de um sistema de ar comprimido.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 15
Figura I.2 - Diagrama de perdas características de sistemas de ar comprimido
1.2 - Conhecimento do sistema de ar comprimido específico de sua
empresa
Para caracterizar um sistema de ar comprimido específico, sugerem-se os seguintes passos:
a) Elaborar um diagrama de blocos do processo produtivo e das instalações da planta,
indicando onde o ar comprimido é utilizado.
b)Baseado no leiaute da planta ou instalação industrial, indicar a localização dos
componentes do sistema de ar comprimido e as condições operacionais nominais ou
de projeto (pressões, vazões, temperaturas, etc).
c) Criar um perfil dos “parâmetros operacionais” (demanda de ar comprimido, produção
de ar comprimido, consumo de energia elétrica e pressão) do sistema ao longo do dia,
semana, mês e ano, o que for necessário para entender o funcionamento do sistema e
verificar a ocorrência ou não de sazonalidades.
d) Levantarosdadosreais(medições).Apartirdainstrumentaçãoexistenteoudemedições
instantâneas, verificar os valores reais dos parâmetros operacionais. Levantar o regime
de funcionamento, picos de carga, consumo e capacidades totais e por período.
Simultaneamente,deve-secontabilizaraproduçãoeoconsumoqueocorreunoperíodo
de medição. Meça seus índices de referência (consumo kW, perfil de pressão, perfil de
demanda e carga de pico) e calcule a energia consumida e o seu respectivo custo.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO16
Os índices de referência (benchmarks) mais usuais nos sistemas de ar comprimido,
normalmente, são os de custo específico de ar comprimido, eficiência do compressor
e consumo específico:
- O custo específico relaciona a quantidade de energia elétrica consumida e seu
respectivo preço para produzir um metro cúbico de ar comprimido (custo unitário de
produção ar comprimido – R$/m³).
- A eficiência de compressão está relacionada à quantidade de energia elétrica (kWh)
que o compressor consome para produzir 1 m³ de ar comprimido na pressão de
operação do sistema (kWh/m³).
- O consumo específico ou a necessidade de ar comprimido do produto final
corresponde à quantidade de ar comprimido necessária para a produção de uma
unidade ou um quilo de produto (m³/t).
IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE
MELHORIAS
Quando se busca a melhoria da eficiência de um sistema de ar comprimido específico, a
primeira etapa consiste em identificar as oportunidades e, em seguida, fazer a seleção das
oportunidades mais promissoras.
2.1 - Oportunidades de melhoria em um sistema de ar comprimido
genérico
Muitas oportunidades de melhoria da eficiência em um sistema de ar comprimido são
comuns em instalações industriais. Estas oportunidades podem ser classificadas de acordo
com a parte do sistema na qual são implementadas. Oportunidades de melhoria da
eficiênciaparaasáreasdegeração,distribuição e uso final de um sistema de ar comprimido
estão listadas na tabela I.1.
2222222222
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 17
Tabela I.1 - Oportunidades de melhoria da eficiência
aigreneedaimonoceedsadideM edadilibacilpA )1( sohnaG )2(
edlaicnetoP
oãçiubirtnoc )3(
ametsisodoãçavoneruooãçalatsnI
sotnemanoicasodairohleM
)aicnêicifeatlaedserotom(
%52 %2 %5,0
sotnemanoicasodairohleM
)edadicolevedserodalugeR(
%52 %51 %8,3
siamseõsrevropserosserpmocedacorT
)otnemaoçiefrepa(sanredom
%03 %7 %1,2
odacitsifoselortnocedametsisedosU %02 %21 %4,2
meosuarapodatiejerrolacedoãçarepuceR
seõçnufsartuo
%02 %02 %0,4
emegaces,otnemairfseronairohleM
raodmegartlif
%01 %5 %5,0
ametsisodniulcni,ametsisodlabolgotejorP
seõsserpitlumed
%05 %9 %5,4
oãsserpedadeuqropadrepanoãçudeR %05 %3 %5,1
ed)sotnemapiuqe(sovitisopsidedoãçazimitO
lanifosu
%5 %04 %0,2
ametsisodoãçarepoeoãçnetunaM
raedsotnemazavedoãçudeR %08 %02 %61
etneüqerfsiamsortlifedoãçiutitsbuS %04 %2 %8,0
LATOT %9,23
levácilpaéadidematseednoseõçautisedlautnecreP)1(
aigreneedlaunaomusnoconoãçuderedlautnecreP)2(
ohnagxedadilibacilpa=oãçiubirtnocedlaicnetoP)3(
Exemplo de economia de energia no Brasil - A avaliação das condições operacionais de
um dos três sistemas de ar comprimido da fábrica da DAIMLER-CHRYSLER de São Bernardo
do Campo (SP), por iniciativa da ELETROBRÁS/PROCEL, permitiu a identificação de
oportunidades para a redução do consumo de energia elétrica. As soluções técnicas com
maior potencial de economia de energia propostas possibilitarão redução da ordem de
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO18
40% no consumo de energia elétrica do sistema analisado, na geração e na distribuição do
ar comprimido, levando a uma redução do consumo de energia elétrica de 2.474 MWh por
ano, com economia anual de R$ 188.011,00.
2.2 - Oportunidades de melhoria no sistema de ar comprimido
específico de sua empresa
Com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias e economia de energia elétrica
nos sistemas de ar comprimido, sugerem-se os seguintes passos:
a) Obter valores de referências (benchmark), que podem ser valores históricos ou de outras
empresas com sistema semelhante. Cuidado com as condições de contorno, como
pressões envolvidas, porte do sistema, tipo de tecnologia empregada e condições
ambientais, que determinaram o consumo de referência. Isto é, não compare laranja
com banana.
b) Estabelecer metas de redução. Não estabeleça metas para valores absolutos; isto é, não
se deve procurar reduzir kWh ou m³, mas sim índices específicos, como: kWh/m³
produzido (consumido) e R$ faturado/m³.
c) Identificar as oportunidades de melhoria. Consulte a parte 2 deste manual.
d) Estabelecer as ações necessárias para converter uma oportunidade identificada em
melhoria concreta ou realizada.
e) Levantar a relação custo/beneficio para cada ação. Considere custos de investimento,
manutençãoeoperacionais,eciclodevidadamedida.Então,compare comosbenefícios
tangíveis (redução de custos de energia, insumos, mão-de-obra) e qualitativos (impacto
ambiental, melhoria da imagem, maior conforto, mais segurança). (Ver anexo B do livro
“EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”.)
f) Priorizar as ações. Primeiramente estabeleça critérios e pré-requisitos compatíveis com
a realidade da empresa, tais como disponibilidade de recursos, prazo de implantação,
influênciasobreoserviçoprestadoe“patrocinadores”.Classifique as ações em: de pouco,
médio ou alto investimento; com ou sem parada de produção; de curto, médio ou longo
prazo; abrangência (no uso final, na distribuição e/ou no ar comprimido); aquelas que
podem ser desenvolvidas por equipe própria ou por terceiros; complexas ou não; e de
baixo ou alto impacto. A partir dos critérios e classificações, priorize e escolha as ações/
medidas que serão implementadas, primeiramente.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 19
IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DEFINIDAS
3.1 - Implementação de melhorias em um sistema de ar comprimido
genérico
Como referência de implementação de melhorias, podem ser estudados casos publicados
na literatura ou consultar os fornecedores de equipamentos e/ou componentes a serem
utilizados sobre as melhores práticas a serem adotadas.
3.2-Implementaçãodemelhoriasnosistemaespecíficodesuaempresa
a) Planejar todas as atividades necessárias. Trabalhe com especialistas em sistema de ar
comprimido, para implementar uma estratégia apropriada de controle para os
compressores.
b) Confirmar a disponibilidade de recursos (materiais, financeiros, humanos e de tempo).
c) Implementar a medida.
d) Documentar todas as atividades e custos.
e) Medir as melhorias obtidas (medir o sucesso da implantação). Do mesmo modo que no
início 1.d, faça o levantamento dos dados da nova situação, estabeleça novos índices e
rendimentoseajusteosíndicesparaascondiçõesatuais,casoelastenhamsemodificado
aolongodaimplantaçãodamedida(aumentodeprodução,novosconsumidores,época
do ano,etc.).
f) Comparar com a meta estabelecida. Justifique aquelas que não estejam em
conformidade.
g) Corrigir as dificuldades que surgiram.
h) Uma vez que os controles estejam ajustados, repetir as medições para obter uma leitura
precisadapotência(kW)edaspressões.Determineacargadepicoerecalculeoconsumo
de energia e custo do ar comprimido produzido.
i) Identificar e consertar os vazamentos e corrigir os usos inapropriados – custos
conhecidos. Repita as medições e reajuste os controles.
3333333333
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO20
AVALIAÇÃODOSRESULTADOSEREINÍCIODOPROCESSO
PARA NOVAS AÇÕES
O resultado de qualquer ação implementada deve ser avaliado, e seu impacto no sistema
deve ser analisado, para determinar se a ação já pode ser considerada concluída e reiniciar
o ciclo do plano de ação para outras oportunidades identificadas. (Benchmarking deve ser
parte de um grande planejamento.)
Figura I.3 - Ciclo de implementação do plano de ação
4444444444
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 21
Resumo do Plano de Ação de acordo com a abordagem sistêmica
(“system approach”)
Aabordagemsistêmicaanalisaambososladosdosistema-dademandaedofornecimento
- e mostra como eles se interagem, essencialmente transferindo o foco dos componentes
individuais para a atenção no desempenho global do sistema. Muitas vezes, os operadores
estão tão focados nas demandas imediatas dos equipamentos que não têm conhecimento
de como os parâmetros do sistema afetam o equipamento. Similarmente, a abordagem
comum da engenharia consiste em explodir (subdividir) o sistema em seus componentes
básicos ou módulos, otimizar a escolha (seleção) ou projeto destes componentes e, então,
montar estes componentes para formar o sistema. Uma vantagem desta abordagem é que
simplifica os problemas. Entretanto, uma desvantagem é que,freqüentemente negligencia
ainteraçãoentreestescomponentes.Poroutrolado,aabordagemsistêmicaavaliaosistema
de forma global para determinar como as necessidades de uso final podem ser mais efetiva
e eficientemente servidas.
O aperfeiçoamento e a manutenção do sistema de ar comprimido no seu melhor
desempenhorequeremnãosomenteaatençãonoscomponentesindividuais,mastambém
a análise de ambos os lados do sistema, do suprimento e da demanda, e do modo como
eles interagem. A aplicação da abordagem sistêmica usualmente envolve os tipos de ações
relacionadas nesta parte do Manual.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO22
PARTE II
OPORTUNIDADES PARA
MELHORAR A EFICIÊNCIA
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO24
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 25
PARTE II - OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA
Para a identificação de oportunidades de melhoraria na eficiência energética e no
desempenho econômico de sistema de ar comprimido, sugere-se a seguinte metodologia
de enfoque sistêmico.
IDENTIFICAÇÃODASOPORTUNIDADESNAGERAÇÃO DE
AR COMPRIMIDO
A produção de ar comprimido é, basicamente, um processo de conversão de energia, no
qual a energia elétrica é convertida pelo motor em energia mecânica, que aciona o com-
pressor, e este converte em energia potencial em forma de pressão no ar comprimido, pela
transformação termodinâmica no ar atmosférico produzida pela compressão. Os
compressores são os componentes que realmente demandam energia no sistema de ar
comprimido. Isto implica que o gerenciamento da energia deve manter especial atenção
noscompressoresenassuascondiçõesdeoperação.Muitosfatoressãoingredienteschaves
no desempenho dos compressores, como visto a seguir.
1.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na geração de ar
comprimido
A eficiência energética de um sistema, de maneira geral, indica o quanto um equipamento
real aproxima-se de um comportamento ideal, no qual não existem perdas. Teoricamente,
a eficiência energética na geração de ar comprimido η deveria ser determinada pela
quantidade de energia útil contida no ar comprimido e pela quantidade de energia gasta
para a sua produção. Na prática, a eficiência de um compressor é determinada a partir do
rendimento termodinâmico ηth
e do rendimento mecânico ηc
.
cth ηηη ⋅=
Rendimento termodinâmico. É obtido pelo trabalho de compressão teórico (processo
adiabático reversível) e pelo trabalho de compressão real (processo politrópico) de um gás
perfeito.
Rendimento termodinâmico ( thη ) associado a um processo real de compressão:
W
Wth
th =η
1111111111
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO26
em que:
Wth
- trabalho ideal por unidade de massa, a ser calculado a partir de ∫vdp ao
longo de um processo ideal; e
W - trabalho real por unidade de massa efetivamente empregado na compressão.
Trabalho ideal de um compressor (processo adiabático reversível)
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
−
⋅⋅=
⎟
⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎜
⎝
⎛
−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
−
⋅⋅=
−
1
2
1
n
1n
1
2
11th
T
T
1n
n
TR1
P
P
1n
n
vPW [kJ/kg]
em que:
P1
- pressão do ar na admissão [bar] ou [102
kN/m2
];
v1
- volume específico do ar na admissão [m3
/kg];
T1
- temperatura do ar na admissão [ K ];
P2
- pressão do ar na descarga [bar] ou [102
kN/m2
];
T2
- temperatura do ar na descarga [ K ];
R - 0,287 [kJ/kg.K]; e
n = λ = 1,4 (ar em condições ambiente e processo adiabático).
Trabalho real de um compressor (processo politrópico). O trabalho real é obtido a partir
de medidas efetuadas durante o funcionamento da máquina. Os parâmetros a serem
medidos são: P1
, v1
, T1
, P2
, v2
, T2
. Utilizando-se as equações:
P1
.v1
n
= P2
. v2
n
;
P1
.v1
= RT1
;
P2
.v2
= RT2
obtém-se:
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
=
−
1
2
1
2
P
P
log
T
T
log
n
1n
Substituindo o valor n calculado (1 < n < 1,4) na equação de Wth
, obtém-se o valor de W.
Rendimento mecânico. Durante a transmissão de energia do acionador para o compres-
sor ocorrem inevitáveis dissipações, provocadas pelo atrito mecânico. Dessa forma, como
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 27
indica o esquema da Figura II.1, apenas uma parte do trabalho recebido pelo compressor é
fornecida ao gás.
Figura II.1 - Esquema de transferência de energia ao gás
Para que esse efeito seja computado nos cálculos da compressão, utilizamos o rendimento
mecânico mecη , com valores típicos entre 0,92 e 0,98, cuja definição é dada por:
c
mec
W
W
=η
sendo W o trabalho efetivamente fornecido ao gás para um suprimento CW de trabalho
ao compressor. A mesma definição poderia ser apresentada em termos das potências
consumidas.
Potência de compressão. Compressores são equipamentos caracterizados
termodinamicamente como volumes de controle, cujo desempenho deve ser analisado
por meio da identificação de fluxos de energia. Por isso é que neste texto são feitas
referências muito mais freqüentes à potência do que ao trabalho de compressão. Para o
cálculo da potência, utiliza-se a seguinte fórmula:
mecth
th
C
wm
W
ηη
•
•
=
em que,
•
m = Vazão mássica do gás [kg/s];
thw = Trabalho ideal por unidade de massa [kJ/kg];
thη = Rendimento termodinâmico [ - ];
mecη = Rendimento mecânico [ - ]; e
CW
•
= Potência requerida pelo compressor [kW].
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO28
Consumo específico de energia (kWh/m3
). É um índice de referência da eficiência de um
compressor. Na prática, para o seu cálculo é necessária a potência (kW) para a compressão
e a vazão (m3
/h) volumétrica de ar.
•
•
=
Q
W C
energiadeespecíficoConsumo [kWh/m3
] e ν⋅=
••
mQ [m3
/h]
em que:
v - volume específico do gás [m3
/kg]
Observação:
•
•
=
Q
W C
energiadeespecíficoConsumo [kW.h/Nm3
]
em que:
v - volume específico normalizado do gás [Nm3
/kg]
Para converter m³/h em Nm³/h: [Nm³/h] = [m³/h] x {273/(273+T1)} x P1/1,033}
Em que o índice 1 indica as condições especificadas para o ar do equipamento.
Seareferênciaénascondiçõesdepadrãonormal,denomina-sevazão,oudescargapadrão
normal (Nm3
/h)
1.2 - Áreas de oportunidade de melhoria de eficiência na geração
1.2.1 - Redução de perdas devido à temperatura do ar aspirado pelo com-
pressor
Quanto mais baixa for a temperatura de aspiração de um compressor, menor será a energia
necessária para sua compressão. Como indicação, pode-se dizer, aproximadamente, que:
para cada 4°C de aumento na temperatura do ar de aspiração, o consumo de energia
aumenta em 1% para obter o mesmo volume gerado; e para cada 3°C de redução da
temperatura do ar aspirado, verifica-se aumento de 1% da capacidade do compressor para
o mesmo consumo.
Quanto mais baixa for a temperatura do ar aspirado, maior será a quantidade de massa de
ar que poderá ser aspirada pelo compressor com a mesma vazão volumétrica aspirada e
mesma potência consumida neste trabalho, isto porque o ar mais frio é mais denso. Então,
maior massa de ar poderá ocupar o mesmo volume do que quando ele está mais aquecido.
Portanto, é importante evitar que os compressores aspirem ar no interior do recinto onde
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 29
estão instalados, cuja temperatura é sempre mais alta que a do ar atmosférico externo.
Nesse sentido, podem-se providenciar tubulações ligando a aspiração de ar do compres-
sor a uma tomada de ar do exterior da sala de máquinas.
Assim sendo, recomenda-se que a tomada da aspiração de ar seja feita do exterior da sala
de compressores. Caso seja necessário canalizar a tomada de ar, esta deve ser curta, reta e
de grande diâmetro, e o filtro deverá ser mantido sempre limpo, para que a perda de carga
na aspiração seja a menor possível. Para cada 25 mbar de queda de pressão na aspiração, o
rendimento global do compressor é reduzido em 2%.
Nas instalações onde o compressor é resfriado a ar, também é usual lançar para o exterior
o ar aquecido do resfriamento. Deve-se tomar cuidado para que este ar não aqueça o ar de
aspiração do compressor. A Tabela II.1 correlaciona as temperaturas do ar aspirado e os
percentuais de potência economizados ou incrementados tomando-se como base a
temperatura de 21ºC. Para valores diferentes dos citados na tabela, os valores podem ser
interpolados.
Tabela II.1 - Variação do consumo com a temperatura de aspiração
ODARUTAREPMET
OÃÇARIPSAEDRA
UOADAZIMONOCEAICNÊTOP
ADATNEMERCNI
)Cº( Cº12aicnêreferedarutarepmeT
0,1- )odazimonoce(%5,7
0,4 )odazimonoce(%7,5
0,01 )odazimonoce(%8,3
0,61 )odazimonoce(%9,1
0,12 0,0
0,72 )odatnemercni(%9,1
0,23 )odatnemercni(%8,3
0,83 )odatnemercni(%7,5
0,34 )odatnemercni(%6,7
0,94 )odatnemercni(%5,9
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO30
1.2.2 - Redução de perda de carga por sujeira no filtro de aspiração
O ar atmosférico admitido pelo compressor de ar, apesar de ser filtrado à entrada (filtro
primário), contém várias impurezas, invisíveis a olho nu. Entre elas, podemos destacar duas
principais: vapor de água (umidade) e particulados (poeiras). Toda instalação de ar
comprimido possui (ou deveria possuir) um filtro de ar na aspiração (filtro primário) para
evitar a entrada de grandes partículas e sujeiras carregadas pelo ar atmosférico. Não
havendoumamanutençãoprogramadanessefiltro,asujeiraseacumulará,fechando,parcial
e até totalmente os poros do filtro, o que acarretará aumento da perda de carga no filtro,
representando um aumento do consumo de energia do motor de acionamento do com-
pressor para a realização do mesmo serviço que faria com o filtro limpo.
1.2.3 - Redução de perdas no sistema de compressão
Compressores são utilizados para proporcionar a elevação da pressão de um gás ou
escoamento gasoso. Nos processos industriais, a elevação de pressão requerida pode variar
desde cerca de 1,0 atm até centenas de atmosferas. Há quem utilize a denominação
“sopradores” para designar as máquinas que operam com elevação de pressão muito
pequena, porém superior aos limites usuais dos ventiladores. Tais máquinas possuem
característicasdefuncionamento típicasdoscompressores,masincorporamsimplificações
de projeto compatíveis com a sua utilização.
Escolha do compressor.A escolha do tipo de compressor a ser adotado precede a seleção
propriamente dita da máquina e envolve aspectos diversos. Fazendo uma análise que leve
em conta apenas as características previstas para o processo de compressão, é possível
estabelecer faixas de operação para o processo de compressão para as quais cada tipo de
compressor é mais adequado e pode, em conseqüência, ser encontrado nas linhas de
produção dos fabricantes. Conforme ilustra a tabela II.2, a vazão volumétrica aspirada, a
pressão de descarga e a relação de compressão são os parâmetros que traduzem as
restrições impostas a cada tipo do compressor pelo seu próprio princípio construtivo. Esse
quadro foi elaborado a partir de dados fornecidos por diversas fontes bem credenciadas,
mas deve ser utilizado apenas com objetivos didáticos. Isso porque ele focaliza valores
médios, não se enquadrando rigidamente nos padrões de nenhum fabricante. E também
porque a busca de maiores espaços de mercado gera, ocasionalmente, modificações
apreciáveis nesse panorama.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 31
Tabela II.2 - Faixas de aplicação dos compressores
ROSSERPMOC
OÃZAV
ADARIPSA
)nim/³m(
P2
)aPk(xam P2
P/ 1
xaM
ovitanretlA 052étA siamuo000052 )ordnilicrop(0,4
satehlaP 08a2 009 )açacracrop(0,4
sosufaraP 007a01 0054 )açacracrop(0,4
sogufírtneC 0082a05 00007
açacracrop(0,01
solpitlúmed
.)soigátse
siaixA 00052a0051 0001
açacracrop(0,6
solpitlúmed
)soigátse
Oscompressoresalternativosforamasprimeirasmáquinasdecompressãodegasesaserem
construídas, ainda no século passado. Mesmo proporcionando vazões muito baixas, esses
compressores se mantiveram absolutos até o meio desse século, quando começaram a ser
montadas plantas industriais de grande capacidade. A partir de então, passaram a sofrer a
concorrência dos demais tipos de compressores em todas as faixas de aplicação, à exceção
daquelas caracterizadas por baixas vazões e altas pressões de descarga. Quanto aos dados
fornecidos pela Tabela II.2, convém destacar que vazões da ordem de 250 m³/min, mesmo
sendo baixas em termos industriais, só podem ser conseguidas com compressores
alternativos policilíndricos de grande porte.
Pelo exame da Tabela II.2, pode-se perceber que os compressores do tipo centrífugos são
mais versáteis que todos os demais. Podem operar com um amplo espectro de vazões e
possuem um limite máximo de pressão de descarga relativamente alto. Essa versatilidade,
aliada a um projeto que inclui poucos componentes sujeitos a quebra ou desgaste, faz
com que esta máquina seja a preferida para uso em processamento industrial. É
relativamente tolerante à presença de líquido e pode, muitas vezes, ultrapassar cinco anos
em campanha. Apresenta, todavia, alguma dificuldade de operação pela sensibilidade às
variações nos parâmetros do processo. Atualmente, começa a ser fabricada no Brasil.
Oscompressoresaxiaisprestam-seaserviçosquerequeiramvazõesextremamenteelevadas
e baixas pressões de descarga (a primeira condição está quase sempre aliada à segunda).
Para tal fim, superam os compressores centrífugos, porque o fluxo está menos sujeito a
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO32
mudanças de direção, e isso lhes confere maior compacidade e eficiência aerodinâmica.
Nessa faixa de aplicação, o fluido comprimido é quase sempre o ar, de modo que o projeto
do compressor pode ser adaptado das turbinas a gás. Representa, no entanto, uma fração
muito pequena no total das instalações industriais de compressão.
Éimportantefrisarqueaescolhabaseadanocustoinicialpode,muitasvezeslevaradecisões
inadequadas. O custo inicial representa apenas 12% do custo total durante a vida útil de
um compressor, mais 12% se devem a gastos com manutenção e os restantes 76% são
relativos a custos com energia elétrica nesse caso, para o acionamento.
Rendimento dos compressores. A avaliação e comparação das eficiências e capacidades
de compressores não é uma tarefa fácil. Uma avaliação preliminar do rendimento dos
compressores pode ser feita a partir dos catálogos dos fabricantes. Os catálogos costumam
apresentar a potência dos motores instalados nos compressores e a vazão máxima do
equipamento. A razão entre os dois valores nos fornece uma primeira idéia do consumo
especifico:
33
m
kWh
h
m
kW
V
P
==
O gráfico da Figura II.2 apresenta os consumos específicos médios de diversos tipos e
tamanhos de compressores.
Figura II.2 - Consumo específico médio dos compressores
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 33
A compressão em duplo estágio é sempre mais eficiente e, portanto, consome menos
energia. Este fato deve ser levado em conta, em particular, para instalações de pequena
capacidade volumétrica, pois existe a tendência de selecionar compressores de estágio
simples.
O uso de óleo sintético em compressores reduz o consumo de energia de 2% a 5%,
além de oferecer outros benefícios em relação ao óleo mineral, tais como: vida útil do
óleo de até 8000 horas (equivalente a 7 trocas do óleo mineral), diminuição de
depósitos de carbono e vernizes, temperatura do óleo mais baixa, temperatura de
descarga do ar comprimido mais baixa, menor consumo de óleo, menor arraste de
óleo na descarga; e menor ruído e vibrações. Recomenda-se que esta medida seja
analisada em conjunto com o fabricante do compressor, para que se possa verificar
sua aplicabilidade, bem como sua compatibilidade com os materiais do compressor
e o fator econômico.
1.2.4 - Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada
A pressão de trabalho é um fator crítico, pois afetará significativamente o consumo de
energia, que aumenta com o aumento da pressão de trabalho. Equipamentos que operam
com diferentes pressões em uma mesma instalação podem ser atendidos mediante a
redução da pressão nos pontos de consumo, por meio de válvulas redutoras. Algumas
vezes, torna-se econômico o uso de compressores de diferentes vazões e pressões para
atender a diferentes solicitações de operação, em um mesmo sistema.
A pressão de trabalho da instalação é definida pela pressão que atenda aos requisitos dos
equipamentos consumidores mais as perdas da rede entre a geração e o consumo. Devem-
se levar em conta o projeto e o traçado das tubulações da distribuição, os filtros usados, as
válvulas, os secadores de ar, etc. A pressão escolhida deverá ser a menor que possa vencer
todososobstáculosaofluxodoarpelastubulaçõesequeatendaosconsumidoressegundo
as condições exigidas pelo seu fabricante.
A pressão de trabalho é regulada pelo ajuste de desarme do pressostato de controle liga/
desliga do compressor. Deverá estar próxima da pressão média de operação da linha. Um
ajuste de pressão mais elevada leva o compressor a funcionar mais tempo que o necessário
(e dependendo do valor deste ajuste, não entrar em alívio em nenhum momento), fato
que poderá incorrer em elevações substanciais no consumo de energia elétrica.
Demodogeral,osprojetosconsideramumadiferençadenomáximo0,8barentreapressão
média de trabalho no ponto mais distante do sistema e a pressão que se ajusta no
pressostatodecontroleparafinsefetivosdedesarme.Essadiferençacorrespondeàsperdas
de carga máximas normalmente adotadas em projetos de sistemas de ar comprimido para
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO34
os pontos de alimentação mais distantes, levando-se em conta situações críticas (fatores
de segurança).
O aumento de 1 bar no ajuste da pressão de desarme leva a um aumento de 6% a
10%napotênciaconsumidapelosmotoresdoscompressores,parapressõesemtorno
de 6 a 7 bar.
A tabela II.3 mostra as relações entre a potência requerida para comprimir o ar em um
estágio de compressão e a pressão de desarme. A partir destes dados, é possível estimar o
percentual de potência adicional para atender ao trabalho de compressão, consideradas
as pressões de desarme superiores às pressões reconhecidas como ideais (que levam em
conta ser de 0,8 bar o diferencial máximo acima da pressão média de trabalho).
Tabela II.3 - Variação de consumo com a pressão de desarme
EMRASEDEDOÃSSERP
ADATSUJAUOLAEDI
RIMIRPMOCARAPADIREUQERAICNÊTOP
m1ETNEMAUNITNOC 3
RAED
OTUNIMROP AROHROP
)rab( m/vc( 3
)nim/ )³m/hWk(
07,0 92,1 610,0
57,1 56,2 230,0
05,3 52,4 250,0
06,5 07,5 070,0
00,7 94,6 080,0
05,01 20,8 890,0
00,41 82,9 411,0
As perdas de carga tornam o sistema mais econômico ou não. Isto dependerá da escolha
dos acessórios de rede (curvas, válvulas, filtros etc.) e do dimensionamento das tubulações.
Para cada 0,25 bar de aumento na pressão do sistema para compensar as perdas de
carga (filtros + secador + tubulação), consome-se 1,5% de potência a mais no com-
pressor.
Variação da pressão de trabalho.A pressão de trabalho dos equipamentos e dispositivos
consumidores de ar comprimido especificada pelo fabricante deve ser respeitada. A
eficiência de um equipamento ou dispositivo pneumático cai bruscamente se a pressão de
fornecimento do sistema cai abaixo de suas pressões de trabalho especificadas. A Tabela
II.4 mostra a dependência da eficiência de equipamentos e dispositivos pneumáticos em
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 35
relação à pressão de trabalho, utilizando como exemplo ferramentas de um modo geral e
martelete de impacto. Considerou-se que a pressão de operação especificada é de 6 bar.
Tabela II.4 - Variação da performance com a pressão
EDOÃSSERP
OÃÇAREPO
OHNEPMESED
OVITALER
OHNEPMESED
OVITALER
EDOMUSNOC
OVITALERRA
EDOMUSNOC
OVITALERRA
)rab( atnemarreF oletraM atnemarreF oletraM
7 021 031 511 021
6 001 001 001 001
5 77 77 38 77
4 55 35 46 65
Em certas aplicações, as pressões de trabalho necessárias para o acionamento de vários
consumidores são bem diferentes. Uma situação como esta deve ser examinada com mais
profundidade,paraumasoluçãomaiseconômica.Éocasodealgunspoucosequipamentos
com consumo baixo de ar comprimido, mas que necessitam de pressões de trabalho bem
maiores que os outros equipamentos que estão em maior quantidade. Nesse caso, um
compressor pequeno secundário pode ser instalado para atender em rede separada, com
pressão de desligamento Pmax
mais alta. Normalmente, o aumento da pressão de trabalho
para atender a todos os equipamentos é antieconômica. A melhor solução consiste em
separar as redes e instalar compressores menores para atender os casos especiais.
1.2.5 - Recuperação de calor de compressão
É conveniente ressaltar que 80% da energia gasta na compressão se transforma em calor e
que parte do calor produzido pelo compressor e seu motor se transmitem para o ambiente.
No caso dos compressores resfriados a ar, o calor dissipado pode superar em até 70% da
energia elétrica consumida pelo motor e nos compressores resfriados a água o calor
transmitido para a sala dos compressores pode atingir valores da ordem de 15% do seu
consumo.
Quando se produz o ar comprimido, ocorre o aquecimento do ar no final da compressão.
Estecalorénormalmente retiradodoarcomprimidoporresfriamento(usandoumtrocador
de calor,“cooler”), utilizando-se água ou ar. A seguir, o ar ou a água aquecidos pelo calor do
ar comprimido são lançados na atmosfera, no esgoto ou numa torre de refrigeração. Aí se
encontra um foco bastante grande do mau uso da energia. Calcula-se que um sistema de
ar comprimido que consome 500 kW durante 8000 horas de funcionando por ano
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO36
corresponde a uma perda de energia de 4 milhões de kWh/ano de energia térmica, que
poderia ser recuperada.
A figura II.3 mostra como a energia térmica gerada na compressão é distribuída.
É fácil observar que é possível recuperar até 94% da energia consumida no eixo do com-
pressor, na forma de calor.
Figura II.3 - Energia recuperável
A Figura II.4 mostra um esquemático de aquecimento de água para banho dos funcionários
de uma fábrica.
Figura II.4 - Esquema de recuperação possível de energia térmica
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 37
A tabela II.5 mostra a energia recuperada de acordo com a vazão efetiva de um compressor
Tabela II.5 - Energia recuperada
ELD ROLACEDAXAT
0002MEAHNAGEDADITNAUQ
OÃÇAREPOEDSAROH
OELÓ
nim/³m Wk ona/hWk ona/³m
4,6 43 000.86 0,01
4,7 04 000.08 8,11
4,11 15 000.201 0,51
0,41 16 000.221 9,71
7,81 29 000.481 1,72
6,12 901 000.812 1,23
2,32 811 000.632 7,43
9,72 731 000.472 3,04
8,43 671 000.253 8,15
1,34 512 000.034 2,36
9,64 532 000.074 1,86
5,64 922 000.854 4,76
3,15 352 000.605 7,47
9,65 482 000.865 5,38
9,26 913 000836 8,39
7,96 663 000.237 801
4,57 953 000.817 601
2,38 293 000.487 511
6,301 094 000.089 441
5,421 206 000.002.1 771
1.2.6 - Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada
Tal como ocorre com os equipamentos eletromecânicos, os sistemas de ar comprimido
industrial necessitam de manutenção periódica para operar com eficiência elevada e
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO38
minimizar as paradas não programadas. A manutenção inadequada pode aumentar o
consumo de redução de eficiência de compressão, vazamentos ou oscilações na pressão.
Também pode acarretar altas temperaturas de operação, deficiente controle de umidade,
contaminação excessiva e um ambiente de trabalho inseguro. Muitos problemas são
secundários e podem ser corrigidos com simples ajustes, limpeza, substituição de peças
ou eliminação de condições adversas. A manutenção de um sistema de ar comprimido é
similar à realizada em carros. Filtros e fluidos devem ser trocados, a água de refrigeração
deve ser inspecionada, correias devem ser ajustadas e vazamentos devem ser identificados
e consertados.
Um bom exemplo de custo excessivo devido a uma manutenção inadequada pode ser
visto no uso de filtros, pois quando estão sujos aumentam a queda de pressão, o que reduz
a eficiência do compressor. Por exemplo, um sistema de ar comprimido que possui um
compressor de 100 cv operando continuamente a um custo de R$ 0,20/kWh tem um custo
anual de energia de R$ 130.000. Com um filtro coalescente sujo (não substituído no
intervalo regular), a queda de pressão através do filtro poderia aumentar para 0,4 bar, vs.
0,1 bar quando limpo,resultando em uma necessidade de aumento na pressão do sistema.
A queda de pressão de 0,3 bar acima da queda normal de 0,1 bar eleva em cerca de 2% os
custos anuais de energia do sistema ar comprimido, ou R$ 2.600 por ano. Um medidor de
diferença de pressão é recomendado para monitorar as condições dos filtros de entrada
do compressor.
Todos os componentes de sistema de ar comprimido devem sofrer manutenção de acordo
com as especificações dos fabricantes. Os fabricantes fornecem programação de inspeção,
manutençãoedeserviços,quedeveriam ser rigorosamenteseguidos.Porisso,osintervalos
especificados pelo fabricante têm como objetivo, primeiramente, proteger o equipamento,
mais do que otimizar a eficiência do sistema. Em muitos casos, é conveniente realizar as
manutenções nos equipamentos de ar comprimido com maior freqüência.
Uma forma de saber se um sistema de ar comprimido está em boas condições de
manutenção e operando eficientemente consistem em, periodicamente comparar com a
base de referência o consumo de potência, pressão, vazão de ar e temperatura. Se o
consumo de potência para uma dada pressão e vazão aumenta, a eficiência do sistema
está declinando. Referenciar o sistema também indicará se o compressor está operando à
plena capacidade e se sua capacidade está diminuindo com o passar do tempo. Em um
novo sistema, as especificações devem ser bem guardadas quando o sistema é instalado
pela primeira vez e opera corretamente.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 39
Tipos de manutenção. A manutenção em um sistema de ar comprimido requer cuidado
com os equipamentos, exigindo atenção às mudanças e tendências, e respondendo
prontamente para manter as operações confiáveis e eficientes. Para assegurar o máximo
de desempenho e tempo de serviço para os compressores, uma rotina programada de
manutenção precisa ser elaborada e seguida. Uma correta manutenção requer
procedimentos diário, semanal, mensal, quadrimestral, semestral e anual. A excelência na
manutenção é fator chave para aumentar a disponibilidade e confiabilidade de um sistema
de ar comprimido, reduzindo o consumo de energia, economizando tempo, cortando cus-
tos operacionais e melhorando a produtividade da fábrica e a qualidade dos produtos.
1.2.7 - Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles
de compressores
Amelhoriadodesempenhodeumsistemadearcomprimidorequernãosomenteaatenção
para os componentes individuais, mas também a análise de ambos os lados do suprimento
e da demanda, e do modo como eles se interagem, especialmente durante o período de
pico na demanda.
Ajustando o suprimento com a demanda. Em sistemas de ar comprimido, sistemas de
controles capazes de compensar as constantes variações na demanda são especialmente
importantes. O uso de sistemas de controle, de armazenagem e de gerenciamento da
demanda que atendam aos picos de demanda, mas que também operem eficientemente
com carga parcial é fator chave para se obter uma elevada eficiência do sistema de ar
comprimido.
Controle por cascata. É a forma mais comum de controlar os compressores. Cada com-
pressor é ajustado para um ponto mínimo e máximo de operação diferenciado, e os
compressores são acionados em seqüência, de acordo com o nível de queda de pressão e
conseqüentedemandadearcomprimidodosistema.Quandoademandadearcomprimido
é pequena, somente um compressor entra em operação. À medida que a demanda
aumenta, outros compressores são acionados. Quando são utilizados pressostatos
convencionais, é necessária uma diferença mínima de 0,5 bar entre a pressão mínima e
máxima de acionamento de cada compressor individual. A diferença entre as pressões
máximas e mínimas entre os compressores não poderá ser inferior a 0,3 bar (Figura II.5).
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO40
Figura II.5 - Controle em cascata
A queda de pressão em um sistema com quatro compressores pode chegar a 1,4 bar. Com
a utilização de pressostatos eletrônicos, os limites de operação de cada compressor indi-
vidual podem ser reduzidos para 0,2 bar, e a queda de pressão no sistema para 0,7 bar.
Recomenda-se controlar, no máximo, quatro compressores por este método, pois as perdas
no sistema decorrentes da largura da banda da pressão podem ser elevadas.
Controles de carga/vazio. A maioria dos compressores utilizam motores assíncronos. O
número de ciclos de liga/desliga permissível diminui com o aumento da potência destes
motores, e este número não corresponde à quantidade de ciclos necessária para manter o
níveldepressãodosistemaemumafaixaestreita.Porestemotivo,quandoapressãomáxima
é atingida, o compressor entra em alívio; ou seja, abre uma válvula interna, não realizando a
compressão do ar. Porém, o motor continua em funcionamento por algum tempo,
consumindo cerca de 20% da energia necessária para operar o compressor a plena carga.
Inversores de freqüência. Compressores controlados por variadores de velocidades não
apresentam rendimento constante na faixa de regulação. Em um motor de 120 hp o
rendimento cai de 94% para 86%. A este fato somam-se as perdas do compressor e o
comportamento não linear da potência dos compressores. Utilizados de forma errada, os
variadores de freqüência podem aumentar o consumo de energia elétrica sem que seja
notado pelo operador do sistema. A instalação de conversores de freqüência somente se
justifica em compressores utilizados paraatender a cargas variáveis, pois nos compressores
para a carga básica não devem ser utilizados.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 41
Controlecentralizado.Oscontrolescentralizadossãosistemaseletrônicosquecoordenam
o funcionamento de um conjunto de compressores. Os compressores devem permitir o
seu gerenciamento, a transmissão e o recebimento de dados para o controlador central.
Os compressores são agrupados de acordo com sua função (carga básica ou de pico),
podendo ser de potências iguais ou diferentes. A coordenação dos compressores é uma
atividade complexa, e o controle centralizado deve ser capaz não só de gerenciar o
funcionamento dos compressores, como de permitir a utilização uniforme dos mesmos,
garantindo uma utilização e a ocorrência de desgastes parecidos entre todos os
compressores, reduzindo os custos de manutenção.
Um pré-requisito para um controle eficiente (redução de custos com energia elétrica) é a
graduação uniforme das capacidades dos compressores. A soma das capacidades dos
compressores de carga de pico deve ser superior à capacidade do próximo compressor de
carga básica. Da mesma forma, utilizando-se um compressor com inversor de freqüência, a
faixa de capacidade do mesmo deverá ser superior à capacidade do próximo compressor
de carga básica a ser acionado. De outra forma a operação econômica dos compressores
fica comprometida.
A comunicação entre os compressores e o comando central deve ser confiável, inclusive
com a comunicação de perda de sinais devidos; por exemplo, a cabos partidos.
Gerenciamento por faixa de controle. Utilizando-se de“faixa de pressão” de amplitude
definida, diversos compressores são gerenciados de modo a manter a pressão do sistema
entre os limites definidos. O gerenciamento vetorial determina a queda ou o aumento da
pressão no sistema entre os limites estabelecidos e calcula o consumo de ar momentâneo.
Os compressores reagem retroativamente à solicitação de ar do sistema. Em sistemas com
consumomuitovariável,estetipodecontrolepodelevaravibraçõesnatubulação,exigindo
medidas contra pulsações. A amplitude mínima de pressão a ser obtida por um controle
deste tipo fica por volta de 0,5 bar.
A análise de tendência, por sua vez, permite um controle mais eficiente, pois permite am-
plitudes de 0,2 bar para a faixa de controle. Este tipo de controle analisa o padrão de
consumo de ar e calcula a tendência de consumo, permitindo o acionamento dos
compressores à frente da solicitação de ar comprimido pelo sistema. Sistemas de análise
detendênciatrabalhamcomumaprecisãoente0,01e0,03bar,permitindoogerenciamento
de sistemas com variações bruscas de demanda de ar comprimido. É tecnicamente viável
coordenar até 16 compressores simultaneamente com uma amplitude de 0,2 bar para a
faixa de controle.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO42
Controladores de pressão/fluxo. Controladores de pressão/fluxo (P/FC) são sistemas de
controle de pressão que podem ser usados em conjunto com controles de compressor
individual ou de múltiplos compressores, como descrito acima. Um P/FC não controla
diretamente um compressor e isso, geralmente, não é parte integrante do compressor. Um
P/FC é um dispositivo que serve para separar (isolar) o lado do suprimento de um com-
pressor do lado da demanda, necessitando de um reservatório para a armazenagem do ar
comprimido.
Uma das razões para o custo demasiadamente elevado do ar comprimido é o fato de os
compressores nem sempre terem sido adequadamente dimensionados para as
necessidades de variação de consumo da instalação. Não é raro encontrar compressores
trabalhando com carregamento médio de 50%, fato que não é possível verificar pela
instrumentaçãodocompressorseomesmoapresentasomenteumhorímetrocomashoras
totais trabalhadas, mas não com as horas trabalhadas em carga parcial ou em alívio. Em
sistemas de controles bem ajustados, o carregamento dos compressores pode ser elevado
a 90%, gerando uma economia de energia elétrica de 20% ou mais.
1.2.8 - Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de
pressão
O compressor, usualmente, funciona fornecendoar para um reservatório. Considera-se que
os resfriadores posteriores, ou aftercoolers, são parte integrante dos compressores. As
necessidades instantâneas de ar comprimido da instalação são cobertas pelo reservatório,
que, enquanto está cedendo ar para a instalação, permite que o compressor permaneça
desligadooufuncionedemodocontínuo,semquedasbruscasdepressão.Aarmazenagem
compensaasflutuaçõesnoconsumoeatendeaospicosdeconsumo.Comoomotorelétrico
é desligado poucas vezes, o seu desgaste é reduzido. Em algumas instalações, vários
reservatórios podem ser necessários. Instalações de grande porte configuram casos em
que se empregam vários reservatórios. O volume do reservatório é determinado pela DLE
docompressor,pelosistemadecontroleepeloconsumodearcomprimido.Osreservatórios
de ar comprimido desempenham tarefas importantes nos sistemas pneumáticos.
Redução da oscilação do ar comprimido. Devido ao seu princípio de operação, os
compressores de pistão fornecem uma vazão pulsante. As flutuações na pressão, às vezes,
prejudicam o funcionamento dos equipamentos e dispositivos consumidores. Os
instrumentos de controle de operação e medição reagem muito mal a estas flutuações e
podemapresentarerrosdrásticos.Osreservatóriossãousadosparabalanceartaisflutuações
de pressão. Nos compressores do tipo de parafusos, o aparecimento dos problemas citados
acima é muito reduzido, devido ao seu princípio de funcionamento na produção do ar
comprimido.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 43
Atender a picos de demanda. Para os sistemas usuários que apresentam ferramentas de
uso esporádico, terminais usados para limpeza ou equipamentos pneumáticos com
consumos elevados mas que funcionam por curto período, o volume de ar do reservatório
é utilizado para minimizar ou eliminar a necessidade de compressores de maior capacidade
apenas para atender a esses curtos períodos de demanda. Em alguns casos justifica-se a
aquisição de um ou mais compressores para atender apenas a esse tipo de carga.
Os reservatórios de ar comprimido são absolutamente necessários em sistemas em que os
compressores têm funcionamento intermitente e com muitos tempos mortos. A flutuação
da pressão não deve exceder a 20% da pressão máxima de operação (por exemplo, para
uma pressão máxima de 10 bar é permitida uma flutuação de até 2 bar). Caso ocorram
flutuações maiores, poderão ocorrer problemas estruturais, principalmente nas partes
soldadasdotanque,peloaparecimentodetensõesadicionaisquelevamafalhasporfadiga.
Para sistemas assim, deverão ser usados reservatórios de construção especial.
Volume dos reservatórios (VR
). Diversas são as indicações para o cálculo do volume do
reservatório. O volume depende dos mecanismos de controle e automação, do tipo de
compressorempregadoedoregimedefuncionamento.Oreservatóriodevetercapacidade
suficiente para atender a cargas instantâneas elevadas ou esporádicas. O tamanho do
reservatório e o número de partidas por hora permitidas para motores de compressores
(TC
) são variáveis que se relacionam. Algumas regras práticas indicadas na literatura
recomendam:
- Volume de 10 a 100% da vazão em m³/min que o sistema deve atender
(VR
= 0,1 a 1 x Q), em que Q é a demanda do sistema.
- Para sistemas com consumo constante, geralmente, compressores a parafuso,
VR
= DLE / 3.
- Para sistemas com consumo intermitente, geralmente, compressores a pistão,
VR
= DLE.
Sistemas funcionando com compressores a pistão requerem reservatórios maiores para
permitir melhor equalização do fluxo de ar, evitando-se os pulsos de ar gerados nesse tipo
de compressor.
Dica: Quanto maior o diferencial de pressão permitido, menor será o reservatório ou
menos tempo o compressor irá funcionar.
Caso se queira reduzir o tempo em alívio dos compressores, isto é, economizar energia,
deve-se aumentar o tamanho dos reservatórios e/ou aumentar o diferencial de pressão,
reduzindo a pressão de entrada em operação, se for possível.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO44
1.2.9 - Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido
Os equipamentos mais modernos que utilizam ar comprimido exigem que este esteja
completamente livre de impurezas, seco (isento de água) e, em certas aplicações, até
esterilizado. As impurezas contidas no ar atmosférico são normalmente invisíveis a olho
nu. Elas podem danificar e reduzir a performance de funcionamento dos equipamentos
pneumáticos, podendo até,em certos casos, provocar falhas nos produtos finais do usuário
/ indústria. Em média, 1 m3
de ar atmosférico contém mais de 180 milhões de partículas, de
tamanhos que se distribuem entre 0,01 e 100 µm, e de 5 a 40 g/m³ de água. Também é
comum existir material oleoso na base de 0,01 a 0,03 mg/m3
em suspensão na forma de
aerossóis e de hidrocarbonetos gasosos. Em certos locais também são encontrados traços
de material pesado, como: chumbo, cádmio, mercúrio e ferro. Quando o ar é comprimido,
o volume ocupado pelo ar é reduzido, e a concentração dessas impurezas aumenta
bruscamente. Por exemplo, na compressão de ar a 10 bar a concentração de impurezas
aumenta 11 vezes. Assim, o volume de 1m3
de ar comprimido nesta pressão conterá cerca
de 2 bilhões de partículas.
• Benefícios obtidos com o tratamento do ar comprimido
– aumento da vida útil dos equipamentos consumidores de ar comprimido;
– melhoria na qualidade do produto final;
– isenção de condensado e sujeiras nas tubulações pneumáticas;
– reduçãodeproblemasmecânicospormaufuncionamento,causadoporessassujeiras;
– redução de custos com a aquisição de dispositivos de coleta e a eliminação de
condensado das linhas;
– redução dos tempos mortos, devido à manutenção corretiva;
– redução de perdas de pressão na distribuição de ar, por eliminar as resistências ao
escoamento do ar; e
– redução do consumo de energia, que é diretamente ligada à perda de pressão.
Apresençadasimpurezasedeáguanoaratmosférico,admitidanosistemadecompressão,
poderá causar problemas em diversas partes do sistema de ar comprimido. Por exemplo:
aumentar o desgaste das tubulações e dos equipamentos consumidores e gerar a
possibilidade de redução da qualidade dos produtos do processo fabril. Em algumas
aplicações, o uso do ar comprimido sem o devido tratamento pode causar danos muito
graves e até prejudiciais à saúde.Tendo em vista essas considerações, torna-se importante
que o ar seja tratado; ou seja, retirado o máximo possível de particulados, óleo e água.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 45
Secagem do ar comprimido. Uma parte importante no tratamento do ar comprimido é
cumprida pela retirada da água do ar comprimido. Esta ação, denominada secagem do ar
comprimido, oferece inúmeras vantagens aos usuários de ar comprimido, em termos de
qualidade, durabilidade e manutenbilidade.
Aftercooler ou resfriador posterior de ar comprimido. O aftercooler é um trocador de
calor, que resfria o ar comprimido, possibilitando a precipitação primária do condensado,
evitando que a água fique nas tubulações. O resfriamento do ar comprimido pode ser
realizado por água ou ar. A posição de instalação deverá ser logo após o compressor, antes
do reservatório e do sistema de secagem do ar. Cerca de 80-90% do condensado deverão
ser precipitados pela ação do aftercooler e do secador. De modo geral, o ar comprimido
deixa o aftercooler com a temperatura 10ºC acima da do fluido de resfriamento usado: ar
ou água. Atualmente, os resfriadores posteriores estão incorporados ao compressor em
um único conjunto.
Os métodos de secagem usam os princípios de: condensação, sorção e difusão para a
retirada da água contida no ar.
• Condensação.Consiste na precipitação da água quando o ar é resfriado do seu ponto
de orvalho.
• Sorção.Éasecagemporremoçãoquímicadaumidade.Nesteprocesso,oaréobrigado
a entrar em contato com um material higroscópico, que poderá ser líquido ou sólido
(exemplo: cloreto de sódio e ácido sulfúrico).
• Difusão. É a secagem por transferência molecular em película. Com o tempo de uso,
a película tem que ser regenerada. Existem dois tipos de regeneração: a frio e a quente.
Embora exista a possibilidade de utilização de secadores de todos os tipos, a realidade
mostra que para o uso normal de ar industrial os secadores que funcionam na base de
condensação,denominadossecadoresdearporrefrigeração,são,delonge,osmaisutilizados.
O uso de secadores de sorção exige o consumo de material higroscópico, de parcela do ar
produzido e de uma fonte de energia para regeneração do material secante. Deste modo,
torna-se um processo menos eficiente e mais caro. Entretanto, este tipo de secador deve
ser empregado quando se deseja um ar praticamente isento de água, pois ele pode levar o
ponto de orvalho a -40°C, enquanto os secadores por refrigeração, para as mesmas
condições, atingem pontos de orvalho entre 2 e 10°C. Como seu emprego para secagem
completa é limitado a aplicações específicas, faremos considerações somente sobre o uso
de secadores de ar por refrigeração. Primeiramente, verificaremos onde deve ser
posicionado o secador num circuito de ar comprimido.
Posicionamento dos secadores com relação ao reservatório de ar. Existem duas
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO46
possibilidades de arranjo de um sistema de secagem do ar comprimido por refrigeração
em uma instalação. O sistema pode ser instalado antes ou depois do reservatório de ar
comprimido. A decisão de se utilizar uma ou outra situação depende das considerações
sobre as vantagens e desvantagens da escolha.
Filtragem do ar comprimido. Os filtros utilizados nas instalações têm a função de retirar
partículas sólidas e óleo presentes no ar comprimido.
Filtros e terminologia dos filtros
a) Filtros coalescentes
• Filtros coalescentes grau AO
Usadosparaaremoçãodepartículasdeaté1micron,inclusiveáguaeóleocondensado.
A remoção de óleo prescreve um residual máximo de óleo de 0,5 mg/m³ de ar a 21o
C.
• Filtros coalescentes grau AA
Usados para a remoção de partículas de até 0,01 micron, inclusive água e óleo
condensado. A remoção de óleo prescreve um residual máximo de óleo de 0,01 mg/
m³ de ar a 21o
C.
A instalação deste filtro deve ser precedida em série por um filtro
coalescente do grau AO.
• Filtros coalescentes grau ACS e AC (carvão ativo)
Usados para a remoção de vapores de óleo, propiciando um conteúdo remanescente
máximo de óleo menor que 0,003 mg/m³ de ar (0,003 ppm) a 21o
C. A instalação deste
filtro deve ser precedida em série por um filtro coalescente do grau AA. Os filtros ACS
e AC não removem CO/ CO2
ou qualquer outro gás tóxico.
A concentração é usualmente medida pela proporção do peso das impurezas pelo volume
[mg/m3
] do ar comprimido.Para concentrações muito baixas, a medida de concentração é
usualmente definida pelo número de partículas por unidade de volume [nº de partículas/
cm3
]. A quantidade de partículas por unidade de volume como medida de concentração é
utilizada para medir a eficiência de filtragem de filtros de alto desempenho. A medição
precisa e acurada do peso e ou quantidade de partículas por unidade de volume envolve
muito trabalho e instrumentos de medição delicados.
1.2.10 - Redução de perdas na drenagem do condensado
A compressão produz a umidade em forma de gotas de água (condensado). Esta água é
usualmente drenada de dentro do reservatório. Parte do calor gerado no ar devido à
compressão é retirada e cedida ao meio que envolve o reservatório pelas superfícies
externas do reservatório, e então o ar é resfriado. Esse resfriamento é que origina o fato de
grande parte do condensado ser precipitado nas paredes internas do reservatório. O
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 47
condensado é coletado no fundo do reservatório e removido para o exterior por meio de
um conjunto adequado de drenagem. Nos reservatórios em instalações onde na grande
parte do tempo ficam sem funcionar, as paredes poderão ter corrosão pelo condensado. A
galvanização das superfícies em contato com o condensado pode reduzir este problema.
Porém, se o condensado é drenado constante e regularmente, não é absolutamente
essencial a galvanização. Quando o condensado contém concentrações de agentes
agressivos, a galvanização é absolutamente necessária.
Sempre e onde aparecer nos sistemas pneumáticos, o condensado deve ser drenado. Caso
contrário, ele tomará conta de toda a tubulação, e o ar o transportará para onde for. A
coleta e a eliminação de condensado representa um custo operacional obrigatório. O
condensado deve ser drenado também para que possam se manter as perdas de pressão
dosistemasobcontrole.Deve-selevaremcontaqueaformaçãodecondensadonãoocorre
em regime constante. A quantidade de condensado varia com a vazão, a temperatura e a
umidade do ar que é aspirado pelo compressor.
Classificação dos tipos de drenagem para condensado. Para selecionar o tipo de
drenagem de condensado a ser usado, devem-se observar o tipo de condensado e as
condições de formação do mesmo. A partir daí, deve-se escolher o tipo de drenagem a ser
utilizado. Para cada local de aplicação do ar comprimido, o condensado gerado irá orientar
o uso. Alguns fatores que devem ser levados em conta são:
- condensados muito agressivos;
- condensados pastosos;
- áreas com perigo de explosão;
- redes que operam com pressões muito baixas ou mesmo vácuo; e
- redes que operam com pressões muito altas ou super altas.
Drenagem por meio de válvulas manuais. O condensado deverá ser coletado em
recipientesapropriados,ondepoderásertambémarmazenadoporalgumtempo.Opessoal
de operação deverá verificar o nível deste recipiente em intervalos de tempo regulares. Se
necessário,ocondensadodeveráserdrenado,pormeiodaaberturadeumaválvulamanual
instalada no fundo do recipiente, e ser esgotado direto para o esgoto. Suas principais
características são:
- construção simples e barata;
- não necessita do uso de eletricidade; e
- não tem alarme ou aviso de que o reservatório esteja cheio (portanto, a verificação de
nível de condensado deverá ser feita em intervalos de tempo regulares).
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO48
Drenagem com controle de nível. No interior do recipiente de condensado existe uma
bóia que controla a abertura da válvula de saída no fundo do tanque, por intermédio do
acionamento deumaalavanca.Se oníveldotanquealcançadeterminadaaltura,aalavanca
efetuaaaberturadaválvula.Apressãodosistema obriga o condensado a sair do recipiente.
Quando o nível atinge certos valores, a alavanca funciona em sentido contrário, fechando
a válvula de saída e evitando que ar comprimido da linha escape. Suas principais
características são:
- simples e barato;
- não usa eletricidade, o que o torna utilizável em áreas com perigo de explosão;
- não há perda de ar comprimido;
- porterpartesmóveiseentraremcontatodiretocomocondensado,osistemanecessita
de ter manutenção mais regular;
- não tem sinal de alarme; e
- as válvulas de bóia devem ser escolhidas para cada tipo de condensado.
Drenagempormeiodeválvulasmagnéticasdecomandotemporizado. Ocondensado
é acumulado em um recipiente apropriado. Em intervalos de tempo regulares e fixados (1 a
30 min.), uma válvula magnética opera a abertura de uma saída de dreno de condensado no
fundo do tanque. Depois de um tempo de operação, por exemplo, de 0,5 a 10 s, a válvula
fecha. O condensado é lançado para fora do recipiente pela pressão do sistema.
Nota
Para garantir a retirada total do condensado formado, deve-se otimizar o tempo de
funcionamento, ou seja, o tempo de abertura e fechamento da válvula. Este ajuste
deverá variar, pois no verão a quantidade de condensado é maior que no inverno,
devido ao aumento da umidade no ar atmosférico. O ajuste deverá ser otimizado
para que não se permita fuga de ar comprimido pelo dreno.
Suas principais características são:
- operação muito confiável (o sistema tem confiabilidade, por resolver o problema da
eliminação do condensado);
- são necessárias ligações elétricas;
- nenhum sinal de mau funcionamento poderá ser visto externamente;
- não possui nenhum sinal de alarme; e
- a válvula magnética só opera quando o compressor é ligado.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 49
Drenagem utilizando medição eletrônica de volume ocupado. O condensado é
recolhido em um recipiente adequado.Tão logo o nível máximo permitido no recipiente é
alcançado pelo condensado armazenado, um sensor de nível (Ni-2) habilita a válvula
magnética, que abre uma linha de controle, liberando pressão da linha de ar, que age sobre
um diafragma. A força sobre o diafragma cessa, e a válvula é relaxada, abrindo passagem
para o tubo de saída. Tão logo o nível mais baixo é atingido, o sensor (Ni-1) habilita o
fechamento eletrônico da válvula magnética. O diafragma da válvula se fecha antes que o
ar comprimido escape. Suas principais características são:
- operação bastante confiável;
- o sistema funciona muito bem, mesmo com condensados problemáticos;
- como a seção de passagem do condensado é bem grande, não existe a possibilidade
de sujeiras e material coagulado ficarem retidos no recipiente, pois a descarga é
realizada sem dificuldade;
- não existe perda de pressão;
- é necessário ligação elétrica;
- funcionamento flexível (o sistema se adapta automaticamente às mudanças das
condições de operação: variação na viscosidade e flutuações de pressão do
condensado);
- possui alarme (se acontecer um defeito na drenagem do condensado, o alarme é
acionado em 60s - a válvula magnética opera automaticamente o diafragma em
intervalos seguidos);
- sinal externo (um LED fica piscando, chamando a atenção dos operadores); e
- faixa de desempenho ótimo bem ampla.
Drenagem utilizando bóia para controle de nível. O condensado recolhido segue
diretamente para uma câmara de coleta da drenagem do condensado. Uma bóia aciona
uma haste dentro de uma guia, acompanhando o aumento de nível do condensado na
câmara. Esta guia tem três contatos elétricos, que registram o nível de condensado na
câmara. Tão logo a bóia atinja o contato 2, o controlador eletrônico habilita a abertura da
válvula magnética. A pressão sobre o diafragma da válvula é relaxada, via uma linha de
controle, e o tubo de saída é aberto. A pressão do sistema força o condensado para fora,
por um tubo vertical.
O nível do condensado no tubo abaixa e um controlador fecha, depois de um tempo
ajustado, para que o ar comprimido não escape. Caso o nível do condensado não alcance
o contato 1 no intervalo de tempo, o dreno será automaticamente aberto em intervalos de
tempos e novamente fechado depois de um período prefixado. Isto garante que a câmara
de acumulação de condensado esteja sempre vazia. Se o nível de condensado alcança o
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO50
contato 3, o controle atua e liga um alarme. Suas principais características são:
- exigência de limpeza periódica;
- não causam perda de pressão; e
- existência de contato elétrico.
1.3 - Exemplos
Exemplo 1
- Compressor do tipo parafuso aspirando ar no interior da casa de máquinas.
- Temperatura do ar aspirado dentro da casa de máquinas: 41ºC.
- Temperatura do ar atmosférico: 32ºC.
- Procedimentodemelhoria:instalaçãodeumdutodeaspiraçãoligandoofiltroprimário
ao exterior da casa de máquinas.
- Resultado esperado: redução no consumo de energia elétrica.
Procedimento:
- DaTabela II.1, o valor para 41ºC (obtido por interpolação entre os valores 38ºC e 43ºC)
é igual a 6,8% (incremento)
- Da Tabela II.1, para 32ºC = 3,8%
- Diferença de incrementos: 6,8 - 3,8 = 3%
- Percentualde3,0%energiaeconomizadasobreoqueseestiverconsumindoatéentão.
Considerando tratar-se de um motor elétrico de 150 CV, cuja potência de trabalho média
em regime de compressão é da ordem de 93 kW, e que o ciclo de trabalho opera 11 horas
por dia e 26 dias por mês de compressão efetiva, tem-se:
- Consumo médio mensal anterior: 26.598 kWh.
- Economia mensal com a redução da temperatura do ar aspirado: 798 kWh.
- Considerando-se um preço médio de 0,20 R$/kWh, economiza-se a importância de
R$ 159,60/mês ou R$1.915,00/ano.
Exemplo 2
– Compressor de pistão operando com a pressão de desarme de 8,5 bar.
– Pressão de trabalho dos equipamentos pneumáticos = 6 bar.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 51
– Pressão ideal de desarme (considerando as perdas normais do sistema) = 6 + 0,8 = 6,8
bar.
– Pressão de desarme excedente = 8,5 - 6,8 = 1,7 bar.
– Potência correspondente à pressão de desarme = 7,14 cv/m3
/min (valor obtido por
interpolação na Tabela II.3).
– Potência correspondente à pressão de desarme ideal = 6,43 cv/m3
/min (valor obtido
por interpolação na Tabela II.3).
– Potênciadevidaaoexcedentedepressão=7,14-6,43=0,71cv/m3
/min(querepresenta
11% de aumento sobre o consumo e sobre o valor da potência correspondente ao
valor da pressão ideal).
– Percentual de redução de potência e de energia elétrica consumida no motor de
acionamento do compressor 11%.
Considerando que se trata de um motor de 60 cv, cuja potência de trabalho média em
regime de compressão é da ordem de 39 kW, e que o ciclo de trabalho opera 16 horas por
dia durante 30 dias por mês em compressão efetiva, têm-se:
– Consumo médio, considerando a pressão de desarme excedente: 18 720 kWh/mês.
– Potencial de economia com a redução de 1,7 bar na pressão de desarme: 2059 kWh/mês.
– Redução de custos com energia elétrica, considerando o preço médio de 0,20 R$/
kWh = R$ 411,00/mês ou R$ 4 941,00/ano.
Exemplo 3
Uma instalação com três compressores trabalhando entre 8 e 7 bar (∆P = 1), cada um com
DLE de 2 m³/min (33,33 l/s), a 8 bar, reservatório de 3.000 l e temperatura ambiente de
30°C. Os motores de acionamento possuem ciclos mínimos de 5 minutos, isto é, taxa de
ciclos seguidos do motor -TC
= 12, potência em carga de 12 kW e em alívio de 2,5 kW. O
sistema demanda 3,6 m³/min (60 l/s) em média, mas apresenta uma demanda adicional de
2,4 m³/min (40 l/s) durante 20 segundos a cada 10 minutos.
Doiscompressoresestãoreguladospara,aoatingirapressãode8barnarededear,entrarem
em alívio, assim permanecendo até que a pressão reduza a 7 bar. Se após 5 minutos a
pressão não atingir esse valor, eles são desligados. O outro compressor, que está regulado
para uma faixa de pressão maior, trabalha continuamente, conforme verificado.
Osistemafunciona24h/dia,720h/mês.Devem-severificarasopçõesdeotimizaçãoatuando
no tamanho do reservatório e/ou no diferencial de pressão.
Considerações iniciais:
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO52
Figura II.6 - Croqui do exemplo
O sistema demanda 100 l/s por 20 s a cada 10 minutos e 60 l/s no tempo restante.
O reservatório abastece o sistema. Quando a pressão atinge 8 bar, os compressores 2 e 3
entram em alívio, até que a pressão atinja 7 bar.
Verifiquemos o ciclo de funcionamento do sistema,
partindo do reservatório cheio (P1
= 8 bar ; V1
= 3 m³; ρ1 = 10,47 kg / m³),
para a situação de acionamento dos dois compressores (P2
= 7 bar ;V2
= 3 m³; ρ2 = 9,31 kg / m³).
Da equação geral dos gases P. V = m . R . T
R = constante do ar
m = ρ. V
O volume permanece o mesmo, mas a massa varia. Considerando que a temperatura será
a restabelecida e constante, podemos escrever que:
P / m = constante
Logo: P1
/ m1
= P2
/ m2
m2
= P2
. m1
/ P1
m2
= P2abs
. ρ1
. V1
/ (P1abs
. ρ2
) (4.6)
Utilizando os dados, temos que m1
= 31,42 kg e m2
= 27,93 kg. Teremos as seguintes
situações, num ciclo:
t0 – reservatório a 8 bar, compressor 1 com vazão de 33,33 l/s e demanda do sistema de
100 l /s, reservatório perdendo massa.
t1- aoseperder3,49kgdear,oscompressores2e3serãoacionados-demandaeprodução
igual a 100l/s.
t2 - até os 20s, a pressão do reservatório ficará constante.
t3 - Retornando a demanda para 60 l/s, os 40 l/s excedentes“encherão”o reservatório de
novo até a pressão de 8 bar, entrando os dois compressores em alívio.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 53
t4 - haverá uma demanda excedente de 26,67 l/s (60 – 33,33), que“esvaziará”o reservatório
até 7 bar. Os compressores 2 e 3 serão acionados - produção igual a 100l/s.Volta à situação
t3. Esse ciclo (t3 - t4 - t3) permanece até completar 10 minutos, quando reinicia-se o ciclo
de t0 a t4.
Devido à variação de massa específica durante os ciclos, usaremos valores médios. ATabela
II.6 resume a situação encontrada.
Tabela II.6 - Situação encontrada
0t 1t 2t 3t 4t
)s(t 0 3,3 02 4,52 6,33
)s/l(Q 001 001 001 06 06
)rab(P 8 7 7 8 7
1C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 33,33
2C-)s/l(ELD 0 33,33 33,33 33,33 0
3C-)s/l(ELD 0 43,33 43,33 43,33 0
-3Ce2C agracmes oivílames latoT solcic
.s02sópa 4,5 2,8 6,31 7,24
.nim01me 8,842 2,153 0,006
%14 %95 %001
Wk-aicnêtoP 21 5,2
latot*omusnoC 1,40851 5,7012 21971 hWk
1Ciulcni*
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO54
Com a proposta de operar apenas dois compressores, mantendo um de reserva, conforme
a Tabela II.7 apresenta. Nesse caso, propõe-se que t1 coincida com t2, para evitar que C3
opere.
Tabela II.7 - Situação proposta
0t 1t 2t 3t 4t
)s(t 0 0,02 02 1,021 1,541
)s/l(Q 001 001 001 06 06
)rab(P 8 ? ? 8 ?
1C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 33,33
2C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 0
3C-)s/l(ELD 0 0
-2Ce1C agracmes oivílames latoT solcic
.s02sópa 1,001 0,52 1,521 6,4
.nim01me 1,464 9,531 0,006
%77 %32 %001
Wk-aicnêtoP 21 5,2
latot*omusnoC 2,32351 7,704 hWk13751
1Ciulcni*
Para conseguirmos esse ciclo de operação, podemos reduzir a pressão mínima do sistema
ou aumentar o volume do reservatório ou ambos.
As três soluções encontradas são apresentadas naTabela II.8. Elas foram obtidas variando-
se a pressão e/ou o volume do reservatório de modo a obter-se t1 = 20 s. Nesse tempo,
haveráuma“fuga”de666,67x10-3
m3
(20x33,334x10-3
m3
),que,multiplicadapeladensidade
média (ρ), representa a massa que o reservatório poderá perder e manter a condição
proposta.
ρ = ( -0,00407 p - 0,00398 ) T + (1,31285 p + 1,2867 ) (kg/m3
)
em que:
p - Pressão do ar; e
T - Temperatura do ar.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 55
Tabela II.8 - Alternativas encontradas
AVITANRETLA OIRÓTAVRESERODEMULOV AMINÍMOÃSSERP
oãsserpadoãçuder-1 ³m0,3 rab5
oirótavreserodotnemua-2 ³m2,9 rab7
sabma-3 ³m6,4 rab6
Caberá ao pessoal do processo verificar se é possível reduzir a pressão sem prejudicar a
produção. Quaisquer das soluções promoverá uma economia de 12% do consumo de
energia e poderá reduzir a demanda em até 12 kW.
Existem outras soluções: utilizando ou não o terceiro compressor; atuando no tempo de
alívio; e automatizando o funcionamento dos compressores com a demanda. Há outras,
que não são o objetivo do tema estudado.
O arquivo “exerciciocap4”, que consta no CD que acompanha este Manual, apresenta as
planilhas usadas no cálculo.
Exemplo 4
Este exemplo mostra como determinar a vazão de condensado, Qc, que realmente irá se
precipitar quando o ar é comprimido. Este volume é o que deverá ser retirado do sistema.
Aratmosféricoéaspiradoapressãode1barabs
,temperaturadebulbosecode35ºC,umidade
relativa e a máxima fornecida pela meteorologia de 80% e 39,6 g/m³, descarga livre (DLL)
de 2000 m³/h na pressão final P2
= 7 bar (8 bar abs
). A instalação de compressão compreende
um compressor em série com um“aftercooler”(resfriador posterior de ar), um reservatório
dearcomprimidoeumsecadordearcomprimidoporrefrigeraçãoeascondiçõesconforme
mostradas no esquema representado na Figura II.7.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO56
Figura II.7 – Condições do exemplo
Oaratmosféricocontémumaquantidadedeágua.Nocasoacima,avazãodeáguaaspirada
é dada por:
Qagua
= DLLx Gs x
UR
Qagua
= 2000 x 0,0396 x 0,80 = 63,4 kg/h ≅ 63,4 l/h
No compressor, o ar é aquecido por compressão a P2
. Imediatamente, é resfriado pelo
aftercooler, que leva o ar a atingir a temperatura de 40°C, alcançando 100% de umidade
relativa, e aí o condensado se precipita (Qc1
). Na prática, não é possível coletar todo o
condensado, pois parcela é arrastada pelo fluxo de ar. Assumindo uma eficiência (ε) do
aftercooler de 90%, temos:
QRc
= Qc
. ε
Q c1
= Qagua
- (DLE2
x Gs2
x UR2
)
DLE2
= DLL / P2
= 2000/ 8 = 250 m3
/h
Gs2
= 50,7 g de água/ m³ , da Tabela II.9
Qc1
= 63,4 - ( 250 x 0,0507 x 1) = 50,7 kg/h ≅ 50,7 l/h
QRc1
= 50,7 x 0,9 = 45,6 kg/h
A vazão de água contida no ar que vai para o reservatório será:
Q agua2
= Qagua
- QRc1
= 63,4 – 45,6 = 17,8 kg/h
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 57
Logo após, ao entrar no reservatório, sofre ligeira expansão, e sua temperatura equaliza
comadoambiente,de35°C(Gs3
=39,6g/m³),URde100%.Noreservatório,novaquantidade
de condensado se precipita (QRc2
). Mantendo a eficiência de drenagem em 90%, temos:
QRc2
= Qc2
. ε
Qc2
= Qagua2
- (DLE3
x Gs3
x UR3
)
Qc2
= 17,8 - ( 250 x 0,0396 x 1) = 7,9 kg/h ≅ 7,9 l/h
QRc2
= 7,9 x 0,9 = 7,1 kg/h
Tabela II.9 - Máxima umidade do ar
ARUTAREPMET OÃÇARUTASEDOÃSSERP AMIXÁMEDADIMU
)C°( )rab( )³m/g(
0 32600,0 8,4
5 19800,0 1,7
01 15210,0 4,9
51 83710,0 8,21
02 38320,0 3,71
52 92230,0 0,32
03 52340,0 4,03
53 33750,0 6,93
04 02570,0 7,05
54 17790,0 4,56
05 87521,0 3,28
A vazão de água contida no ar que vai para o reservatório será:
Q agua3
= Qagua2
- QRc2
= 17,8 – 7,1 = 10,7 kg/h
Depois, o ar comprimido será resfriado no secador por refrigeração na temperatura de 5°C.
O condensado do ar será todo precipitado e drenado do secador, (QRc3
). Como há uma
perda de carga (0,1 bar), o DLE terá que ajustado.
QRc3
= Qagua3
– DLE4
x Gs4
x UR4
Gs4
= 7,1 g de água /m³, da Tabela II.9
QRc3
= 10,7 – 250 x (8 / 7,9) x 0,0071 = 8,9 kg/h ≅ 8,9 l/h
A vazão de água contida no ar que vai para a rede será:
Q agua4
= Qagua3
- QRc3
= 10,7 – 8,9 = 1,8 kg/h
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO58
Para a temperatura da rede de 35°C (Gs3
= 39,6 g/m³), a umidade contida será:
UA = 1,8 / (250 x 8 / 7,9) = 0,0071 g/m³
Logo, o ar sairá com uma umidade relativa de:
UR = 0,0071 / 0,0396 = 0,18 ou 18%
A vazão de água retirada do ar será a soma de todas as parcelas, QRc
. Logo:
Qc = 45,6 + 7,1 + 8,9 = 61,6 kg/h ≅ 61,6 l/h
Em vinte quatro horas de funcionamento por dia, retiram-se do ar cerca 1500 litros de
água, sendo que o secador é responsável por retirar cerca de 240 l.
Exemplo 5 - Exemplo de cálculo de h de filtro
Um aparelho de ar comprimido tem a concentração de impurezas antes da filtragem C1
=
30 mg/m3
. Após a filtragem, a concentração de impurezas é C2
= 0,003 mg/m3
, composta
por partículas de tamanho maiores que 3 µm.
ηηηηη = 100 - ( C2
/C1
x 100 )
ηηηηη = 100 - [(0,003/30) x 100] = 99,99
O filtro tem uma taxa de separação de 99,99% relativa a partículas maiores que 3 µm.
1.4 - Sugestões para identificar oportunidades na geração
- Revise o padrão da demanda de ar comprimido para determinar se o armazenamento
está sendo benéfico.
- Examine as aplicações de ar comprimido para determinar se podem ser supridas por
um compressor menor com armazenagem separada para reduzir as flutuações do
sistema causadas por uma demanda intermitente.
- Revise as aplicações de ar comprimido e determine o nível de pressão necessário.
- Revise o padrão da demanda do sistema de ar comprimido para determinar qual
método de estabilização da pressão é mais apropriado.
- Entenda as necessidades do seu sistema pelo desenvolvimento dos perfis de pressão
e de demanda antes de investir em controles adicionais.
- Identifique os usos finais que são afetados pelos problemas de pressão.
- Inspecione os equipamentos existentes para assegurar-se de que estão em boas
condições operacionais.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 59
- Uma vez implementado esta ações, trabalhe com um especialista em ar comprimido
para casar (adaptar) a estratégia de controle com as reais necessidades do seu sistema.
- Estabeleça um programa de manutenção regular, bem organizado, de acordo com as
especificações dos fabricantes.
- Indique alguém da instalação para ter a responsabilidade de cuidar para que todas as
necessidades de manutenções do sistema de ar comprimido sejam realizadas
corretamente, no tempo programado e adequadamente documentada.
- Revise os equipamentos de tratamento de ar comprimido para confirmar se está
operando adequadamente.
- Inspecione a entrada de ar do compressor para certificar-se de que ele esteja limpo e
sem ameaça de contaminação.
IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NA
DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO
A função do sistema de distribuição é transportar o ar comprimido desde os compressores
e/ou reservatórios de acumulação até os pontos de uso final. A eficiência na distribuição
de ar comprimido é determinada pela capacidade de conduzir o ar comprimido com
menores perdas possíveis.
2.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na distribuição
de ar comprimido
As principais perdas de eficiência energética em um sistema de distribuição de ar
comprimido são decorrentes de: (1) queda de pressão entre o compressor e os pontos de
consumo de ar; e (2) vazamentos de ar. Em geral, a linha de distribuição deve ser projetada
para que a queda de pressão entre o ponto de geração e o de consumo não ultrapasse o
limite recomendável de 0,3 bar ou 5 % da pressão de geração. No entanto, durante a vida
útil de uma instalação pode ocorrer que novos pontos de consumo sejam incorporados,
com suas demandas de vazão de ar específicas, fazendo com que o limite de perda de
carga seja ultrapassado.
Uma queda de pressão elevada na distribuição pode dar origem a uma pressão de ar no
ponto de consumo inferior à prevista, ocasionando perda de potência nas ferramentas
pneumáticas. Nas redes de distribuição, sempre que for possível, é recomendável que seu
traçado seja em forma de anel fechado, passando o mais próximo dos pontos de consumo.
Isto permite que a distribuição seja mais uniforme quando os consumos são intermitentes,
2222222222
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO60
já que o ar poderá chegar até o ponto de consumo por carrinhos diferentes. Com este
traçado, as velocidades de escoamento são menores em qualquer ponto e, portanto, as
perdas de carga também são menores.
2.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência na distribuição
do ar comprimido
Considerandooenfoquenosparâmetrosqueatuamparaareduçãodoconsumoepotência,
as oportunidades de eficientização nas instalações de distribuição de ar comprimido são
relatadas a seguir.
2.2.1 - Redução de perdas devido à queda de pressão (perdas de carga na
tubulação)
A queda de pressão no sistema de distribuição implica pressões mais baixas nos pontos de
consumo de ar do que na descarga do compressor e, conseqüentemente, também
decréscimo na potência disponibilizada para as ferramentas, máquinas ou outros
consumidores de ar comprimido. Se a queda de pressão, ou perda de carga, é tão alta que
a pressão de trabalho é menor que a pressão prescrita, a perda de potência é
proporcionalmente muito maior do que a queda de pressão. A potência desenvolvida por
uma ferramenta a 5,0 bar, por exemplo, é de somente 45% a 50% da potência fornecida
com a pressão de 7,0 bar. Por esse motivo, a rede de distribuição deve ser corretamente
dimensionada, já considerando ampliações futuras, de modo que um posterior acréscimo
noconsumonãoprejudiquetodoosistemaetornenecessáriaasubstituiçãodaredeinteira.
Issoseaplica,acimadetudo,paraoramalprincipal.Ocustoinicialélargamentecompensado
pelos ganhos operacionais.
Às vezes, uma grande queda de pressão na rede é compensada pelo aumento da pressão
de trabalho do compressor; por exemplo, de 7,0 para 8,8 bar. No caso de diminuição do
consumo,apressãoficaráacimadodesejado,aumentandoasperdasporvazamentos.Além
disso, nem todas ferramentas são projetadas para resistir tais aumentos.
Perda de pressões admissíveis (DP). Os seguintes valores são encontrados adotados na
prática para não comprometer a eficiência do sistema:
- perda máxima de pressão para o ponto mais afastado do compressor: 0,3 bar;
- tubulações principais (mestras): 0,02 bar para cada 100 metros de tubo;
- tubulações secundárias: 0,08 bar para cada 100 metros de tubo;
- tubulações de acesso direto ao consumidor: 0,2 bar para cada 100 metros de tubo; e
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 61
- mangueiras de alimentação de marteletes, perfuratrizes etc: 0,4 bar para cada 100
metros de mangueira.
Velocidades permitidas para o ar nas tubulações (v)
- Tubulações principais: 6 a 8 m/s;
- Tubulações secundárias: 8 a 10 m/s;
- Mangueiras: 15 a 30 m/s
Linhas com excesso de curvas e com mudanças de direção exageradas causam aumento
das perdas de carga a serem vencidas pelo compressor e também levam a uma regulagem
de pressão de desarme muito alta, causando maior tempo de funcionamento do compres-
sor e levando ao consumo maior de potência e energia elétrica.
As redes de distribuição de ar comprimido devem ser projetadas de modo que a queda de
pressão total - do compressor até o ponto de consumo mais distante - não exceda 0,3 bar.
Para o caso de instalações que cobrem grandes áreas, como minas e pedreiras, uma queda
de pressão maior no sistema de tubos pode ser aceita, mas não maior que 0,5 bar. Esta já
inclui a queda de pressão nas mangueiras de borracha, luvas de acoplamento, engates
rápidoseconexões.Especialatençãodeveserdadaàdimensãodessaspeças,poisasperdas
mais sérias geralmente ocorrem nessas conexões.
Embora em certos casos se utilize o alimentador em anel, isto é, em circuito fechado, a
linhaabertaéquasesemprepreferida.Odimensionamentopodeserfeitopordoiscritérios:
o da velocidade e o da perda de carga. O primeiro deles é usado apenas para trechos curtos
usando-seasseguintesvelocidadesrecomendadas:tubulaçõesprincipais-6a8m/s;ramais
secundários - 8 a 10 m/s; e mangueiras - 15 até 30 m/s. O procedimento é bastante simples.
Consiste em determinar o diâmetro a partir da vazão e pressão requerida, considerando as
velocidades recomendadas conforme o tipo de trecho.
{Q = A . v e A = (¶ . D² / 4) è D = 1,13 . (Q / v)½
}
Em um sistema de distribuição já em operação a perda de carga, ou queda de pressão,
poder ser facilmente determinada pela colocação de manômetro junto ao pondo de
consumo do ar comprimido (ponto de uso final). A partir da leitura da pressão no
reservatório e no ponto de uso final, obtém-se a queda de pressão para aquele ponto de
uso final. Cada ponto de uso final poderá ter uma queda de pressão ligeiramente diferente
dos outros, dependendo da distância e do trajeto que o ar percorre até chegar aos pontos
de uso final.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO62
Obs.: Para mais detalhes sobre o cálculo de perda de carga de uma linha de distribuição a
ser projetada, consultar o livro texto “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR
COMPRIMIDO”, item 7.6.1. Perdas de carga e velocidades utilizadas nas tubulações.
2.2.2 - Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição
Os vazamentos de ar comprimido são freqüentes e de origens diversas. Representam de
10% a 40% da demanda máxima de ar comprimido de um sistema. Esta variação tão ampla
depende da configuração de cada sistema e dos cuidados de manutenção. O desgaste dos
equipamentos e acessórios e com o mau uso do ar comprimido constituem as principais
causas de perdas. O desgaste de um sistema de distribuição e de seus equipamentos é
inevitável. Pode-se analisar esse fenômeno por dois aspectos: sistema principal de
distribuição de ar; e sistema secundário acoplado a diversos equipamentos.
De maneira geral, os sistemas de distribuição de ar comprimido podem ser configurados
dediversasformas.Normalmente,atubulaçãoéconectadapormeiodeconexõesroscadas,
flangeadas ou soldadas. As conexões roscadas e flangeadas dão origem a vazamentos ao
longo dos anos, em decorrência da perda gradual de vedação. Estas perdas são menos
relevantes do que aquelas que ocorrem nos acoplamentos finais.
A corrosão pode, da mesma forma, dar origem a vazamentos, sendo, portanto,
recomendável que os tubos corroídos sejam trocados por razões de segurança e eficiência
energética.Ousodemangueirasdemateriale/oumontageminadequadostambéméoutro
item gerador de vazamentos. A maioria das perdas ocorre no acoplamento de um
equipamento à tubulação do sistema de distribuição de ar. Todos os acessórios ou
dispositivos são acoplados por meio de conexões com juntas de vedação, as quais, com o
uso, deixam escapar o ar comprimido. As mangueiras podem furar ou trincar, devido ao
envelhecimento. Os conjuntos de filtro-regulador-lubrificador ou separador de líquido
podem apresentar vazamentos em vários locais, seja nos acoplamentos rosqueados de
entrada e saída, no manômetro, no copo (que pode rachar) ou no dreno, que pode estar
gasto ou mau fechado.
Quanto aos engates rápidos, tanto no macho como na fêmea, podem apresentar perdas.
As juntas de vedação dos cilindros pneumáticos podem apresentar vazamentos, sendo
que o risco de vazamento será tanto maior quanto mais freqüente for o uso do cilindro.
As válvulas de drenagem elétricas ou os purgadores mecânicos de condensado podem
apresentar vazamento tantonas conexões de acoplamento corno no próprio corpo, devido
à presença de sujeira na sede da válvula de fechamento. Vazamentos de ar comprimido
podem contribuir para problemas com as operações do sistema, incluindo:
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 63
- flutuações na pressão do sistema, que podem causar um funcionamento menos
eficiente de ferramentas a ar e outros equipamentos operados a ar, possivelmente
afetando a produção;
- excesso de capacidade do compressor, resultando em custos mais altos que os
necessários; e
- redução da vida útil de serviço e aumento de manutenção dos equipamentos de
suprimento (incluindo o compressor), devido ao desnecessário ciclo e aumento no
tempo de operação (ligado).
Embora os vazamentos possam ocorrer em qualquer parte do sistema, as áreas em que
estes problemas ocorrem com mais freqüência são: acoplamentos (juntas, uniões),
mangueiras, tubos, adaptações, uniões de tubulações, engates rápidos, FRLs (filtro,
regulador, e lubrificador), purgadores de condensado, válvulas, flanges, roscas de vedação
e dispositivos de uso final. A vazão de ar perdido é função da pressão e aumenta com a
elevação da pressão do sistema. A vazão de ar perdido é proporcional ao quadrado do
diâmetro do furo. A tabela II.10 indica valores da vazão de ar perdido (taxa de vazamento)
para diferentes pressões de suprimento e furos de tamanhos aproximadamente
equivalentes.
TabelaII.10-Vazão de ar perdido em função do diâmetro do furo e da pressão do ar (m3
/min.)
OÃSSERP )mm(ORUFODORTEMÂID
)rab( 4,0 8,0 6,1 2,3 4,6 6,9
8,4 800,0 330,0 231,0 725,0 701,2 257,4
5,5 900,0 630,0 841,0 885,0 353,2 203,5
2,6 010,0 140,0 261,0 456,0 506,2 158,5
9,6 110,0 440,0 971,0 417,0 758,2 924,6
6,8 410,0 550,0 712,0 868,0 164,3 208,7
Para a identificação de vazamentos, pode ser utilizada a técnica de detecção por ultra-som,
que permite localizar todos os pontos de vazamento de ar na distribuição, bem como na
área de geração e uso final. Com base na inspeção com ultra-som, faz-se a classificação
segundo a prioridade para eliminação dos vazamentos tendo em vista a perda de energia,
colocando-se etiquetas nos pontos de vazamentos. Além disso, visando assegurar que o
nível de perdas em vazamentos de ar seja o menor possível, deve-se criar uma rotina de
manutenção para a distribuição de ar comprimido, baseada na medição periódica da vazão
de ar perdido em vazamentos.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO64
É bastante comum nas instalações de ar comprimido nas indústrias não haver verificação e
manutenção periódica das linhas de distribuição, por considerar perda de tempo parar a
instalação para fazer a manutenção. Os vazamentos existentes (geralmente do
conhecimento de todos) são negligenciados. Porém, estes podem atingir patamares
significativos em relação ao consumo de energia elétrica e, conseqüentemente, aumentar
o custo final do ar comprimido. A tabela II.11 indica as correlações entre o tamanho do
furo, a vazão de perdida e a potência desperdiçada em vazamentos, considerando um
sistema com pressão de operação de 6 bar.
Tabela II.11 - Vazão de ar perdido e potência desperdiçada com vazamentos
ORUFODORTEMÂID
OTNEMAZAVED
ARAEDEPACSE
RAB6EDOÃSSERP
ARIRPUS/PAICNÊTOP
ADIDREPOÃSSERPMOC
)mm( m( 3
)nim/ )Wk(
1 600,0 3,0
3 6,0 1,3
5 6,1 3,8
01 3,6 0,33
51 2,52 0,231
De maneira geral, os manuais de fabricantes informam que, de acordo com a idade e a
conservação das linhas, pode-se ter uma orientação quanto ao percentual de vazamentos
existentes de todo o ar produzido:
- instalações com até 7 anos de idade e em bom estado de conservação: não superior a 5%;
- instalações com até 7 anos de idade e em estado precário: de 5 a 10%;
- instalações com idade entre 7 e 15 anos e em estado regular: de 10% a 15%;
- instalações com idade entre 7 e 15 anos e em estado precário: de 15% a 20%; e
- instalações com idade superior a 15 anos e em estado precário: superior 20%.
Vazamentos de até 5% podem ser tolerados. Existem, atualmente, muitos recursos para
detectar vazamentos com aparelhagens específicas que utilizam os princípios do ultra-som.
Uma prática bem comum nas tubulações aparentes e de fácil acesso consiste em borrifar
uma substância tenso-ativa, como a espuma de sabão, e esperar a formação de bolhas
pelo ar que vaza.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 65
Método prático para quantificar os vazamentos de uma instalação
Será descrito a seguir um procedimento que revelará o quanto está se perdendo de ar por
vazamento.
• Pré-requisitos
- A instalação consumidora de ar comprimido deverá estar fora de operação (os
equipamentos consumidores devem estar ligados normalmente à rede, porém
inoperantes).
- Caso na instalação exista mais de um compressor para alimentar a rede, dá-se
preferência ao de menor porte. Todas as características do compressor devem ser
conhecidas, principalmente a vazão que pode produzir.
- O manômetro instalado na rede ou no reservatório deverá estar funcionando
perfeitamente e, se possível, calibrado.
- São necessários dois cronômetros.
- Utilizar os mesmos níveis de pressão que estiverem ajustados no pressostato de
controle e certificar-se de que esteja funcionando perfeitamente.
• Procedimento de teste
- Ligar, manualmente, o compressor que será usado no teste, colocando-o em carga
até que a pressão da rede atinja o valor de desarme.
- Quando ocorrer o desarme (alívio), acionar o primeiro cronômetro, deixando-o
funcionar durante todo o teste.
- Assim que a pressão da linha cair e o compressor religar e entrar em regime de
compressão, acionar o outro cronômetro, o qual deverá ser parado logo que
novamente for atingida a pressão de desligamento.
- Esta rotina deverá ser repetida pelo menos 5 vezes, para se obter maior precisão dos
resultados.
- Ao final da última repetição do teste, ambos os cronômetros devem ser desligados.
Durante o teste, o volume de ar deslocado ao longo do tempo de compressão efetiva é
aproximadamente equivalente ao ar que atravessa os orifícios de vazamento durante a
somatória dos tempos de compressão e alívio do compressor (é como se os vazamentos
fossem um consumidor virtual).
Portanto, o volume de ar vazado multiplicado pela soma do tempo de alívio e o de
compressãodeveserigualaovolumedearcomprimidoduranteostemposdecompressão.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO66
Q vaz
x T = Q comp
x t
Q vaz
= ( Q comp
x t ) / T
Em que:
Q comp
=capacidade nominal de produção do compressor usado no teste (m3
/min);
T =tempo total (alivio + compressão) registrado no primeiro cronômetro (min);
Q vaz
= vazão atribuída aos vazamentos (m3
/min); e
t = tempos do compressor em carga (compressão) registrado pelo segundo
cronômetro.
O valor obtido para Q vaz
é a vazão atribuída aos vazamentos existentes, que poderá ser
comparada com a capacidade de todos os compressores do sistema que operem em
simultaneidade alimentando a mesma rede de ar sob análise, de forma que se possa
quantificar o percentual global das perdas por vazamento (% perdas = Q vaz
/Q global
x 100),
Q global
é a vazão produzida por todos os compressores que funcionam com simultaneidade
no sistema.
Esse mesmo percentual poderá ser aplicado para o cálculo da energia elétrica perdida em
kWh pelos motores elétricos. Calculados os consumos dos motores por medições reais e
aplicando-se esse percentual à energia consumida, tem-se o valor da energia perdida pelos
vazamentos.
2.3 - Exemplos
Exemplo 1
Uma indústria química iniciou a implementação de um programa de prevenção de
vazamentos, seguindo recomendações de uma auditoria em suas instalações de ar
comprimido. O primeiro passo foi identificar os vazamentos. Os vazamentos encontrados
foram agrupados de acordo com os tamanhos equivalentes aproximados dos furos: 100
vazamentos de 0,8 mm (1/32“) a 6,2 bar, 50 vazamentos de 1,6 mm (1/16”) a 6,2 bar e 10
vazamentosde 6,4mm(1/4”)a6,9bar.Calculeaeconomiaanualquandoestesvazamentos
forem eliminados. Assumindo que a indústria opera 7.000 horas por ano, que o custo da
energia elétrica seja de R$0,15 por kWh e que a geração de ar comprimido consuma
aproximadamente 6,36 kW / m3
.
Economia = nº de vazamentos x vazão de ar (m3
) x kW/m3
x nº de horas x R$/kWh
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 67
Usando os valores da vazão de escape de ar dados na Tabela II.10 pode-se determinar:
Economia dos vazamentos de 0,8 mm = 100 x 0,041 x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 27.380,00
Economia dos vazamentos de 1,6 mm = 50 x 0,162 x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 54.092,00
Economia dos vazamentos de 6,4 mm = 10 x 2,857x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 190.790,00
Total de economia anual com a eliminação dos vazamentos = R$ 272.262,00
Verifica-se que a economia com a eliminação dos 10 vazamentos de 6,4 mm foi responsável
por mais de 70% do total da economia alcançada. Quando as perdas são identificadas, é
importante priorizar e consertar as maiores primeiro.
Exemplo 2
- Casa de máquinas: dois compressores tipo parafuso atendendo, em paralelo, à mesma
rede de ar comprimido (um de 75 cv e outro de 125 cv).
- Vazão de ar proporcionada pelo compressor de maior porte: 13,4 m3
/min.
- Vazão de ar proporcionada pelo compressor de menor porte: 7,5 m3
/min.
- Vazão máxima requerida pela instalação nos momentos de pico: 16 m3
/min.
- Pressão de desarme dos compressores: 7,1 bar.
- Pressão de re-ligamento dos compressores: 6,3 bar.
- Idade da instalação: 8 anos.
- Estado de conservação: regular.
- Vazamentos audíveis em alguns pontos.
Teste realizado:
- Equipamentos consumidores: desligados.
- Compressor utilizado no teste: o de menor porte 75 cv, Q = 7,5 m3
/min.
- Pressões de tese: as mesmas de re-ligamento e desligamento.
- Tempo de compressão em 6 ciclos de teste (t): 148 s = 9,9 min.
- Tempo total de alivio e compressão (T): 594 s = 9,9 min.
Qvaz
= (Qcomp
x t) / T = ( 7,5 x 2,46) / 9,9 = 1,86 m3
/min
% perdas = 1,86 / (13,4 + 7,5) = 8,9 %
Considerando que os motores elétricos que acionam os compressores operam por 480
horas/mês e que apresentam um consumo médio global de 70 560 kWh (compressão +
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO68
alívio), tem-se que o potencial de economia de energia, se sanados os vazamentos, é de 6
280 kWh/mês.
Considerando o preço da energia elétrica em R$ 0,20 kWh, equivaleria a R$1.256,00/mês,
ou R$15.072,00/ano.
2.4- Sugestões para identificar oportunidades na distribuição
- Inspecione os purgadores de condensado e determine se estão operando
corretamente.
- Revise o método de remoção de condensado utilizado, se possível, com a carga dos
compressores durante as horas sem produção.Seestiverliberando muitoar, considere
a substituição por um purgador sem perda.
- Identifique e conserte os vazamentos. Uma vez não é o suficiente. Incorpore um
programa de prevenção de vazamentos nas operações de suas instalações, que deve
incluir: identificação e rotulagem (colocação de etiquetas), rastreamento, reparos,
verificação e envolvimento dos funcionários. Estabeleça uma meta razoável para a
redução do custo efetivo com os vazamentos. De 5% a 10% da vazão total do sistema
é um valor típico para instalações industriais.
- Uma vez consertados os vazamentos, reavalie o sistema de suprimento de ar
comprimido.Trabalhe com um especialista emsistemasdearcomprimidoparaajustar
os controles dos compressores. Para maximizar a economia de energia, o tempo de
operação do compressor deve ser reduzido para acompanhar a redução da demanda.
IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NO USO FINAL
DO AR COMPRIMIDO
Sugere-se que antes de atuar na geração devem-se priorizar as ações de melhorias na
utilização final do ar comprimido e sua distribuição, pois os ganhos nessas áreas serão
refletidos de modo ampliado na geração. Caso contrário, corre-se o risco de a geração ficar
superdimensionada.
3.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar
comprimido
De maneira geral, o desperdício de energia pode estar associado ao uso do ar comprimido
quando ou onde não é necessário, ou à não utilização de práticas que permitam otimizar o
3333333333
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 69
seu uso. Por exemplo, o escape dear comprimido quando a máquina não está em operação
pode ser evitado fazendo-se o intertravamento desta com o suprimento de ar.
A vazão de ar comprimido poderia ser controlada pela utilização de dispositivos
especialmente concebidos para reduzir o consumo sem diminuir a eficácia de produção
ou, ainda, com a colocação de válvulas solenóides no circuito de distribuição, permitindo
interromper o consumo de ar comprimido logo que o processo seja paralisado,
interrompendo as perdas por vazamentos no circuito. Em alguns casos a utilização de ar
comprimido pode ser completamente eliminada, sendo o seu uso substituído por um
processo elétrico ou mecânico.
3.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência no uso final do
ar comprimido
O primeiro passo na análise de um sistema de ar comprimido é a determinação das
necessidades de ar comprimido, definidas pela qualidade e pela quantidade do ar
comprimidoparaatenderàsnecessidadesdasaplicaçõesdeusofinal.Amediçãocuidadosa
destas necessidades e o entendimento da diferença entre a qualidade e a quantidade de
ar irão assegurar que o sistema de ar comprimido esteja configurado adequadamente.
A qualidade do ar comprimido é determinada pelo nível necessário de secagem (redução
da umidade) do ar e pelo nível de contaminantes toleráveis pelas aplicações de uso final. A
qualidade do ar é um fator importante, pois dela dependerá a manutenção preventiva e
corretiva tanto das redes de ar como dos consumidores e dos demais acessórios de linha.
Aquantidadedoarcomprimido–Aquantidade,ouvolume,dearconsumidoemumsistema
de ar comprimido pode ser determinada pela soma dos volumes necessários às aplicações
de uso final de ar comprimido e processos operacionais (levando em conta o fator de carga)
e a duração do consumo para cada uma destas aplicações. O total de ar necessário não é a
soma do consumo máximo de cada ferramenta ou processo, mas a soma dos consumos
médios de cada um.
Os requisitos de pressão - O nível mínimo de pressão de descarga do compressor requerida
deve levar em conta as diferentes pressões das aplicações de ar comprimido e processos,
bem como a queda de pressão nos componentes do sistema. Muito freqüente as quedas
ou flutuações na pressão no uso final é mal diagnosticada quando a pressão de descarga
não é suficiente. Queda de pressão é uma expressão usada para caracterizar a redução na
pressão do ar descarregado para uso no ponto final. A queda de pressão ocorre quando o
ar comprimido passa através dos sistemas de tratamento e de distribuição. A queda de
pressão excessiva resultará em desempenho pobre e excessivo consumo de energia. O
perfil de pressão é resultado de uma série de medições de pressões do sistema de ar
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO70
comprimido em diferentes pontos no sistema e permite a identificação dos componentes
que estão causando excessiva queda de pressão.
Requisitos da demanda de carga - Outro fator chave para o projeto e operação adequados
de um sistema de ar comprimido é a análise do perfil da carga demandada. A variação da
demanda é uma das principais considerações no projeto do sistema. Instalações com
grandes variações na demanda de ar necessitam de um sistema que opere eficientemente
sob carga parcial. Neste caso, múltiplos compressores com controles seqüenciais fornecem
uma operação mais econômica. Instalações com perfil contínuo de carga podem usar
estratégias de controle simples.
3.2.1 - Redução de perdas pela eliminação de usos inapropriados do ar
comprimido
A geração de ar comprimido é uma das operações mais caras em uma instalação industrial.
Quandousadocomsabedoria,oarcomprimidopodefornecerumafonteseguraeconfiável
depotênciaparaosprocessosindustriais.Usuáriosdevemsempreconsiderarocustoefetivo
do ar comprimido para as tarefas requeridas e eliminar demandas improdutivas. Usos
inapropriados de ar comprimido incluem qualquer aplicação que possa ser executada por
outrométodomaiseficienteenergeticamentequeporarcomprimido.AtabelaII.12fornece
alguns usos de ar comprimido que podem ser inapropriados e sugestões de formas
alternativas de realizar estas tarefas.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 71
Tabela II.12 - Resumo de usos de ar comprimido que podem ser inapropriados
ETNEMLAICNETOPSOSU
SODAIRPORPANI
SEÕÇA/SAVITANRETLAEDSEÕTSEGUS
edossecorp,megaces,azepmiL
otnemairfser
serodalitnev,oãsserpaxiabedserodarpoS
siacob,savocse/saruossav,socirtéle
otnemahlivlop/otnemahlapsE
eoãsserpaxiabedserodarpoS
serodarutsim
oãçazimota,oãçaripsA oãsserpaxiabedserodarpoS
otnemacolseD oãsserpaidémarapaxiabedserodarpoS
oucávedoãçareG
ametsisuoadacidedoucávedabmoB
oucávedlartnec
laossepoãçazitamilC socirtélEserodalitneV
xetrovropotnemairfser,sotrebasobuT
mesodimirpmocraropodarepo
otatsomret
rauora/rarolacedrodacorT
arapotatsomretmocodanoicidnoc
otnemairfser
raropodanoicarodarutsiM ocirtélerotomropodanoicarodarutsiM
raasadarepoamgarfaidedsabmoB
edadicolevedrodalortnocmocrodalugeR
acirtéleabmob,odauqeda
*sosoicosotnemapiuqE
eraedadartneanaluvlávamueuqoloC
etnemacitamotuaadalortnocajeseuq
**sodanodnabasotnemapiuqE
odraedotnemirpusoratcenocseD
otnemapiuqe
* Equipamentos que, temporariamente, não estão sendo usado durante o ciclo de produção.
**Equipamentos que não estão mais em uso ou devido a alterações de processo ou porque estão
defeituosos.
3.2.2 - Substituição de ar comprimido nas aplicações de uso final de baixa
pressão
O ar comprimido é muito caro para ser produzido, pois deve ser limpo, prontamente
disponível, e simples de usar. É freqüentemente escolhido para aplicações nas quais outros
métodos ou fontes de ar podem ser mais econômicas. Para reduzir o custo de energia com
ar comprimido, métodos alternativos de suprimento de baixa pressão para uso final devem
ser considerados antes de utilizar ar comprimido em tais aplicações. Muitos métodos
alternativosdesuprimentoparausosfinaisdebaixapressãopodempermitirqueaindústria
alcance maior eficiência e produtividade em seus processos produtivos (Tabela II.13).
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO72
Tabela II.13 - Alternativas para aplicações de uso final de baixa pressão
OSUEDSEÕÇACILPA
AXIABMELANIF
SETNETSIXEOÃSSERP
SAVITANRETLA
LAICNETOPME
SEÕÇAREDISNOC
,atrebaadíasmocorpoS
)oãçatiga(arutsim
,serodalitneV
,serodarpos
siacob.serodarutsim
-sedotrebaorposedseõçacilpA
araP.odimirpmocramaçidrep
atlaedsiacob,seõçacilpasatse
,uosodazilituresmedopaicnêicife
,oãsserpatlaoirássecenéoãnes
.rodalitnevedosuoraredisnoc
rarutsimedsocinâcemsodotéM
aigrenesonemmasuetnemacipit
.odimirpmocraoeuq
saossepedotnemairfseR
raeserodalitneV
odanoicidnoc
arapodimirpmocraedosuO
-osoãnsaossepedotnemairfser
mébmatsam,oracéetnem
es-meved,osacetseN.osogirep
-nocrauo/eserodalitnevrazilitu
.odanoicid
setrapedazepmiL
,saruossav,savocsE
edabmob
sahniotnevoucáv
,oãsserpaxiabedserodarpoS
saruossav,socirtéleserodalitnev
aicnêicifeatlaedsiacobesavocse
siamoãssetrapedazepmilarap
odimirpmocraoeuqsetneicife
.saferatsiatrautefearap
sabmobeserotoM
raropsodanoica
,socirtéleserotoM
sacinâcemsabmob
rotommuropadazilaeraferatA
-lamronedopodimirpmocraed
-nêiciferoiammocatiefresetnem
-élerotommuropacitégreneaic
-irepsetneibmameotecxe,ocirt
sabmobsA.)sovisolpxe(sosog
euqsetneicifesiamoãssacinâcem
amgarfaidolpudedsabmobsa
amume,otnatertnE.raasadarepo
meuo/eavisolpxearefsomta
sabmobovisarbaotnemaebmob
oãsserpedmegalugermoc
”ffotuhs“edelortnoceadauqeda
-mocraedosuo)otnemagilsed(
.odairporpasiamresedopodimirp
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 73
3.3 - Exemplos
Exemplo 1
A tabela II.14 mostra exemplos de usos inapropriados de ar comprimido em uma planta
industrial de uma montadora de automóveis. A planta industrial implantou as ações
identificadas na tabela para eliminar ou reduzir as perdas com estes usos inapropriados.
Tabela II.14 - Exemplos de usos inapropriados de ar comprimido
OÃÇAREPO
EDOÃZAV
OCIP
LANIGIRO
m( 3
)nim/
EDOREMÚN
SAROH
SEÕÇA
EDOÃZAV
OCIP
ADASIVER
m( 3
)nim/
OÃÇUDER
OÃZAVAD
OCIPED
m( 3
)nim/
serodarpoS
adíased
atreba
66,5 005.6
edoãçalatsnI
siacob
24,1 42,4
edrodareG
oucáv
23,82 000.5
edabmoB
oucáv
ropadanoica
rotom
ocirtéle
0 23,82
-oãçazitamilC
laossep
66,22 005.3
edoãçazilitU
serodalitnev
0 66,22
serodautA
socitámuenp
42,12 005.3
odíutitsbuS
rodautarop
ocirtéle
0 42,12
oãçudeR
latoT
64,67
Umaauditorianaplantaindustrialmostrouqueaenergiausadaparageraroarcomprimido
era, em média, de 18 kW / 2,8 m³/min . O custo da energia elétrica para a planta industrial é
de R$ 0,15 por kWh.
Economia anual = [kW por m³/min] x [m³/min economizado] x [# de horas] x [$ por kWh]
= 18/2,8 x [(4,24 x 6500) + (28,32 x 5000) + (22,66 x 3500) + (21,24 x 3500)] x R$0,15
= R$ 311 350,24
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO74
3.4 - Sugestões para identificação de oportunidades no uso final
- Identifique o uso de equipamentos de baixo consumo de ar comprimido.
- Procure orientações sobre procedimentos adequados, processos ou equipamentos
alternativos que sejam capazes de realizar as mesmas aplicações do ar comprimido,
porém com menor consumo de energia.
- Monteuma“saladeaula”detreinamentoemotimizaçãodesistemaouprocureserviços
de profissionais em sistemas de ar comprimido.
- Contrate bons profissionais para projetos eficientes ou manutenção adequada, por
meio de cadastros, capacitação e certificação desses profissionais.
- Realize campanhas de caça aos vazamentos.
- Revise as aplicações de ar comprimido para determinar os níveis de pressão do ar
necessários.
- Revise os usos originais do ar para determinar se o desenvolvimento dos processos
de fabricação eliminou alguns pontos de consumo e não são mais necessárias ou
podem ser re-configurados para se tornarem mais eficientes.
- Considere a implementação de um programa de detecção e reparos de vazamentos
usando um detector ultrassônico de vazamento. Um programa efetivo de reparo de
vazamentos deve incluir uma revisão das pressões e dos controles do sistema com
objetivo de reduzir o consumo de energia.
Avaliando as aplicações de uso final para obter máxima eficiência
Para assegurar a eficiência das aplicações de uso final de ar comprimido, os passos
apontados na tabela II.15 devem ser tomados:
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 75
Tabela II.15 - Passos e ações para melhora eficiência
SOSSAP SEÕÇA
1
euqlanifosuedseõçacilpasalepsodireuqeroãsserpedsievínsorasiveR
edotafoleP.ametsisodoãsserpedlevínoranimretedmeved
eraedomusnoconaçnerefidlaicnatsbusamuritsixeetnemetneüqerf
setnerefidedseralimissatnemarrefropsodireuqeroãsserpedsievínson
oãçacilpaaarapetnacirbafadacedserolavsoetnavel,setnacirbaf
oãsserpmocaditimrepamixámoãsserpridnufnocoãN.acifícepse
.adireuqer
2
-nemanoisnemidO.satnemarrefsadadartneanraodoãsserpararotinoM
sodipársetagneeserodatpada,sarieugnamsadodauqedaniot
adizuderoãsserpA.oãsserpedadeuqednargmeatluseretnemetneüqerf
snuglame,eohnepmeseduesozuderatnemarrefamuedadartnean
euqroteedadicolevaarapseroiamsatnemarrefrereuqeredop,sosac
.ocifícepse
3
.agracmes”erviledadicolev“mocatnemarrefreuqlauqedoãçareporativE
rerrocomesraraçidrepsedáriamrofatsedatnemarrefamuedoãçarepoA
.litúohlabart
4
adatsagsedatnemarrefamU.lanifosuadacedoãçautisaenoicepsnI
odimirpmocraedovissecxeomusnoc,oãsserpatlareuqeretnemlamron
.sedadimixorpsanseõçareposartuoratefaedope
5
olepodacificepseomocsadacifirbulresmevedraasatnemarreF
edervilratseevedlanifosuodotarapodicenrofraO.etnacirbaf
.aicácifeausesatnemarrefsadadivarazimixamarap,odasnednoc
6
eoãsserpedseralimisedsotnemireuqermoclanifosuedseõçacilpA
-ubutsaraziminimodnitimrep,sadapurgaresmevedraededadilauq
.selortnoceraedotnematart,seõçal
7
sonseõsserpsatlaedsotnemireuqersorizuder,levíssopes,erailavA
.ametsisodoãsserparatsujaadiugesmE.lanifosuedsotnop
8
edsaomocsetneicifenilanifosuedseõçacilpariutitsbuseragitsevnI
.xetrovlacoboomocsiatsetneicifesiamseleuqaropotrebaotnemarpos
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO76
ASPECTOS ECONÔMICOS
4.1- Benchmarking para o custo de ar comprimido
Benchmarking é a prática de determinar parâmetros chaves de operação de um sistema
para fornecer pontos de comparação, constituindo-se em uma valiosa ferramenta de
rastreamentododesempenhodosistema,deidentificaçãodeproblemasededeterminação
da eficácia de alterações implementadas no sistema. Alguns índices de referência práticos
são:consumoespecíficodocompressor,custounitáriodoarcomprimidoenecessidade
de ar comprimido do produto final.
Os índices de referência podem ser usados para comparar uma instalação com um sistema
teórico para determinar o desempenho máximo atingível (eficiência clássica). Os índices
de referência também são usados para comparar a operação atual com o histórico das
operaçõespassadas.Istopodeidentificarasfalhaspotenciaisdentrodosistema,bemcomo
identificar oportunidades de melhorias da eficiência. Outro uso comum dos índices de
referência é na comparação de instalações similares.
4.2 - Determinação do custo do ar comprimido para suas instalações
Muitas instalações industriais necessitam, de alguma forma, de ar comprimido, seja para
acionar uma simples ferramenta a ar ou para a realização de tarefas mais complicadas,
como a operação e controle pneumático. Uma pesquisa recente do Departamento de
Energia dos EUA mostrou que em uma instalação industrial típica aproximadamente 10%
da energia elétrica consumida é para a geração de ar comprido.Para algumas instalações a
geração de ar comprimido pode atingir 30% ou mais da eletricidade consumida. Ar
comprimido é uma utilidade industrial gerada na própria indústria. Muito freqüentemente
o custo de geração não é conhecido. Algumas companhias nos EUA usam valores de 6,40 a
10,60 dólares por 1000 m3
de ar.
Arcomprimidoéumadasformasdeenergiamaiscarasemumaplantaindustrial.Aeficiência
global de um sistema típico de ar comprimido pode ser tão baixa quanto 10% a 15%. Por
exemplo, um compressor consome aproximadamente 7 a 8 kW para produzir 1 kW de ar
comprimido. Para calcular o custo do comprimido produzido, usa-se a fórmula:
4444444444
Custo ($) =
(pcv)x(0,735)x(no
de horas)x($/kWh)x(%tempo)x(%pcv - carga plena)
Eficiência do Motor
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 77
em que:
pcv - potencia (cv) do motor com carga plena (normalmente maior que a potência
indicada na placa do motor);
0,735 - conversão entre cv e kW;
% tempo – percentual do tempo trabalhando neste nível de operação;
% pcv - plena carga - percentual do tempo a plena carga neste nível de operação; e
Eficiência do Motor - Eficiência do Motor neste nível de operação.
Exemplo
Uma instalação típica de uma fábrica tem um compressor de 200 cv (o qual requer 215
pcv) operando 6800 horas por ano. O compressor opera a plena carga 85% do tempo
(eficiência do motor = 95%) e opera em vazio o restante do tempo (25% pcv - carga plena
e eficiência do motor = 90%). O custo da energia elétrica é de R$0,15/kWh.
Custos quando totalmente operando carregado
Custos quando operando vazio
Custo anual = R$ 144 217,00 + R$ 6 716,00 = R$ 150 933,00
Perspectivadecustosduranteavidaútilde10anosparaumsistemadearcomprimido
Os custos da energia são os principais fatores de economia. Um estudo profundo dos cus-
tos da instalação deverá mostrar os caminhos da otimização. A figura II.8 mostra os
percentuais dos custos envolvidos num sistema de ar comprimido.
Asmaioresdespesasrecaemnoconsumodaenergia.Aescolhadeumsistemaderegulagem
e controle de operação eficiente, do tipo do compressor, e do dimensionamento para
atender à demanda vai influenciar bastante nos custos finais dos produtos.
Custo ($) = = R$144217,00
(215cv)x(0,735)x(6800h)x(R$0,15/kWh)x(0,85)x(1,0)
0,95
Custo ($) = = R$6716,00
(215cv)x(0,735)x(6800h)x(R$0,15/kWh)x(0,15)x(0,25)
0,90
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO78
Figura II.8 - Custos de uma instalação de ar comprimido
Sugestões
- Determine o custo do ar comprimido para as suas instalações pelo monitoramento
periódico das horas de operação do compressor e do ciclo de trabalho com carga.
- Use a abordagem sistêmica enquanto operar e realizar manutenção no sistema de ar
comprimido.
Adote uma política abrangendo toda a instalação de ar comprimido para cortar custos e
reduzir desperdícios pela eliminação de usos inapropriados, reparo rápido de vazamentos
e casamento do sistema de suprimento com a demanda.
Custo do ar comprimido
Ocustodoarcomprimidoédifícildeserdeterminado,poiséinfluenciadoporváriosfatores
além da eletricidade consumida: manutenção, área ocupada (aluguel, impostos, etc),
amortizaçãodocapital,dentreoutros.Paraestimativasconservadorasdeeconomia,alguns
destes fatores podem ser desprezados. Apesar de tratar-se de uma aproximação, esta pode
ser usada para estimar o potencial de economia de medidas de conservação;
Custo anual do compressor trabalhando em carga
A parcela do custo anual de geração de ar comprimido, devido ao compressor trabalhando
em carga, é fornecida pela equação:
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 79
em que:
acC
custo anual de geração, compressor com carga R$ / ano
ccP potência do compressor em carga kW
cct tempo de funcionamento em carga h / ano
kWhC custo específico da energia elétrica R$ / kWh
c número de compressores do sistema /
Custo anual do compressor trabalhando em vazio
A parcela do custo anual de geração de ar comprimido, devido ao compressor trabalhando
em vazio, é fornecida pela equação:
( ) kWh
c
i
cvicviav CtPC ..
1
⎥
⎦
⎤
⎢
⎣
⎡
= ∑=
em que:
avC custo anual de geração, compressor em vazio R$ / kWh
cvP potência do compressor em vazio kW
cvt tempo de funcionamento do compressor, em vazio h / ano
kWhC custo especifico da energia elétrica R$ / kWh
c número de compressores do sistema /
Custo anual de geração de ar comprimido
Com a soma dos valores obtidos por meio das fórmulas acima, chega-se ao custo anual de
geração do ar comprimido:
avacaa CCC +=
Em que:
aaC custo anual de geração do ar comprimido R$ / ano
( ) kWh
c
i
ccicciac CtPC ..
1
⎥
⎦
⎤
⎢
⎣
⎡
= ∑=
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO80
Custo específico do ar comprimido
Com o custo anual de geração de ar comprimido, calcula-se o custo específico do mesmo:
∑=
= c
i
cccc
aa
ar
ii
tV
C
C
1
).(.60
em que:
arC custo específico do ar comprimido R$ / m³
aaC custo anual de geração do ar comprimido R$ / ano
ccV vazão do compressor m³/min
cct tempo de funcionamento do compressor, em carga h / ano
c número de compressores no sistema /
PARTE III
FONTES DE CONSULTA
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO82
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 83
PARTE III - FONTES DE CONSULTA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEEL/ANP.EficiênciaEnergética:IntegrandoUsoseReduzindoDesperdícios,Brasília,432p,
1999.
ATLASCOPCO.Compressedairengeneering.Suécia:AtlasCopcoLiteratureDepartament,
1971. 1 volume, 360 páginas.
CAMELO CAVALCANTI, E.S.; SOARES, G-A- ;CAPELLA, P-S-; OLIVEIRA, T-D- Diagnóstico
Energético no Sistema de Ar Comprimido da Fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo
do Campo (SP), Relatório Técnico CEPEL- ADG/A-DUE-539/00, CEPEL, 47p, 2000.
Compressed air manual, 6th
edition, ATLAS COPCO COMPRESSOR AB, ISBN 91-630-7342-0,
Sweden.
Compressed air systems in the European Union (3), Energy emissions, Savings potencial
and policy actions, Peter Raddgen and Edgard Blaustein, 161, ISBN 3-932298-16-0, or as
PDF document.
Compressed air systems, A guidebook on energy and cost savings, E.M. Talbott, 260, ISBN
0-13-175852-7.
COSTA, E. C. Compressores. 1a
Edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1988 . 1
volume, 368 páginas
EDWARDS, P. Coinpressed Air Systeins Energy Reduction Basics. Ingersoll-Rand Coinpany,
Davidson, NC (EUA), March 1998.
HORTA,F.J.N.EficiênciaEnergéticaemSistemasdeArComprimido;Eletrobrás/Procel,2004.
ELECTRICPOWERRESEARCHINSTITUTEApplicationsofAcAdjustableSpeedDrives.Palo
Alto: Electric Power Research Institute, 1991. 1 volume, 50 páginas.
GIRAU, E. Ahorro de Energia Eléctrica en Sistemas de Ar Comprimido. Electrical Energy Effi-
ciency in Latin American Insdustry, Junho 1997.
GOLDEMBERG, J. Economia de Energia no Setor Industrial: Série Estudos e Documentos,
Companhia de Promoção de Pesquisa Científica e Tecnológica do Est, de São Paulo, São
Paulo, 27p., 1981.
1111111111
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO84
HAHN, A, Programa de Eficientização Industrial - Compressores. Rio de Janeiro:
Eletrobrás / PROCEL, 2003. 1 volume, 88 páginas.
IndustrialPneumaticTechnology,Bulletino275-B1,ParkerTraining,151,ISBN1-55769-015-4.
Lawrence Berkeley National Laboratory. Improving Compressed Air System Performance:
A Source-book for Industry, Revision 0, DOE – Motor Challenge and the Compressed Air
Challenge Programs, Washington (D.C.) (EUA), Abril 1998.
LOWEN, K. eWILLOVER, L. MaximizingYour Compressed Air UtilityThrough Microprocessor
Control Systems, Air Compressor Group, Ingersoll-Rand Company. 1996.
MACINTYRE A.J, Instalações hidráulicas prediais e industriais. 2a
Edição. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara SA, 1988. 1 volume, 798 páginas.
MALLORY, M. UnderstandingYour Compressed Air System is Important to Managing itWell,
Energy Matters, Maio/Junho, p. 4, 2000.
Manual de Ar Comprimido e Gases – Compressed Air and Gas Institute; John P. Rollins;
Prentice Hall, 2004.
MARQUES, M.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. (coordenadores) Conservação De Energia.
1a
Edição. Itajubá: Editora da EFEI, 2001. 1 volume, 467 páginas.
NADEL, S.; SHEPARD, M. et al. ENERGY-EFFICIENT MOTOR SYSTEMS: A Handook on
Tecjnology, Programs and Policy Oppotunities. USA: ACE3, [2000].
New Compressed Air and Gas Data, INGERSOLL - RAND, USA, New York,1970.
PACT Collections of CA - audit documents (an eletronic survey) vide links.
PneumaticHandbook.PrinciplesofPneumaticas-PneumaticTechnicalData,5th
edition,Trade
and Technical Press Ltd., London.
Pneumatik-Anwendungen(PneumaticApplications),Kostenmitpneumatik,KurtStoll,335,
ISBN 3-8023-1802-1.
RISI, J-D- Energy Savings With Coinpressed Air, Energy Engineering; 92 (6): 49-58 (1995).
RODRIGUES, P.S.B. Compressores industriais. 1a
Edição. Rio de Janeiro: EDC – Ed. Didática
e Científica, 1991. 1 volume, 515 páginas.
SHOEPS, C-A- & ROUSSO, J. Conservação de Energia Elétrica na Indústria, 3a. edição, Rio de
Janeiro, CNI, DAMPI, ELETROBRÁS/PROCEL, 92p.
SPIRAX SARCO, Manual de produtos para seu sistema de ar comprimido. 1a
Edição. São
Paulo: 1996. 1 volume, 120 páginas.
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 85
2222222222
STREETER, V.L,WYLIE, E.B, Mecânica dos fluídos. 7a
Edição. São Paulo: Editora McGraw-Hill
do Brasil Ltda., 1988. 1 volume, 583 páginas.
TALBOT,E-M-CompressedAirSystems:aGuidebookonEnergyandCostSavings,Ed.Prentice
Hall, Nova Yorque, 260 p., 1992.
US-DEPARTMENT OF ENERGY. Industrial Compressed Air System Energy Efficiency Guide-
book. Carroll, Hatch and Associates, Inc., Portland, EUA. 1993. 98p. Sponsored by USDOE,
Washington, DC (United States). DOE Contract AC79-908P03940.
VAN WYLEN, J.G., SONNTAG, R.E. Fundamentos da termodiâmica clássica. 2a
Edição. São
Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1991 . 1 volume, 565 páginas.
WILSON, R-E- Data Logging a Plant Coinpressed Air Systein, Energy Matters, (5),:5- 9, 1999.
LINKS ÚTEIS
http://www.atlascopco.com.br
http://www.barionkar.com.br
http://www.chicagopneumatic.com.br
http://www.drucklufttechnik.de
http://www.eere.energy.gov
http://www.eniplan.com.br
http://www.festo.com.br
http://www.gardnerdenver.com
http://www.hitachi.com.br
http://www.ingersoll-rand.com.br
http://www.knowpressure.org
http://www.leybold.com
http://www.nash.com.br
http://www.oit.doe.gov/bestpractices/
http://www.omel.com.br
http://www.pactapplied.com
http://www.schulz.com.br/compressores
MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO86
3333333333
http://www.spiraxsarco.com.br
http://www.sulzer.com.br
ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES
Eletrobrás / Procel
Universidades
Instituto Nacional de Eficiência Energética - INEE
Associação Brasileira de Empresas de Conservação de Energia - ABESCO
SENAI
Manual ar comprimido

Mais conteúdo relacionado

PPT
Ar comprimido
PDF
Treinamento PPR - Proteção respiratória
PPS
TST - Riscos Biológicos
PDF
AULA NR 37 MODULO AVANCADO
PDF
Ar comprimido - Segurança na operação (oficial)
PDF
Risco Físico: Temperaturas Extremas - Calor e Frio
PPS
Apresentação - Proteção Respiratória
PPT
Treinamento de Proteção respiratória
Ar comprimido
Treinamento PPR - Proteção respiratória
TST - Riscos Biológicos
AULA NR 37 MODULO AVANCADO
Ar comprimido - Segurança na operação (oficial)
Risco Físico: Temperaturas Extremas - Calor e Frio
Apresentação - Proteção Respiratória
Treinamento de Proteção respiratória

Mais procurados (20)

PPSX
Riscos profissionais
PDF
proteção auditiva
PDF
reflexão
PDF
Ar comprimido
PDF
Prova nr 33 espaco confinado
ODP
Combate incendio extintores classes de incendio
PPTX
Proteção combate incendio
PDF
Fatores & extintores(04)
PPTX
Proteção Respiratória
PDF
Certificado NR-13
PPT
Curso direção defensiva nr11
PPTX
Treinamento nr 13 (2)
PDF
Investigação de acidentes
PDF
Riscos associados ao ambiente térmico
PPTX
Aula 1 higiene ocupacional 2
PDF
Check List Escadas
PPT
Nr23 brigadistas
PPTX
Agentes físicos
PDF
Oficinas mecanicas
Riscos profissionais
proteção auditiva
reflexão
Ar comprimido
Prova nr 33 espaco confinado
Combate incendio extintores classes de incendio
Proteção combate incendio
Fatores & extintores(04)
Proteção Respiratória
Certificado NR-13
Curso direção defensiva nr11
Treinamento nr 13 (2)
Investigação de acidentes
Riscos associados ao ambiente térmico
Aula 1 higiene ocupacional 2
Check List Escadas
Nr23 brigadistas
Agentes físicos
Oficinas mecanicas
Anúncio

Destaque (17)

PDF
Pneumática - Dimensionamento de redes de ar comprimido
PDF
Redes de ar comprimido
PPSX
Manual de Treinamento ar Comprimido
PDF
Ar comprimido
PDF
Manual De Ar Comprimido Metalplan
PDF
Nbr 14037 manual de operacao uso e manutencao das edificacoes - conteudo e ...
DOC
Prévia - Apostila Pneumática Partners Treinamentos - Resumida
PDF
pneumatica
PPT
Ar comprimido prevenca online.net
PDF
Caldeiras acd
DOCX
PDF
Manual de ar_comprimido
PDF
Manual prysmian
PDF
Nbr 14037 manual de operacao uso e manutencao das edificacoes - conteudo e ...
DOCX
Cerveza final
PPTX
Introdução à pneumática
PPTX
Proceso de fabricacion de la cerveza corona
Pneumática - Dimensionamento de redes de ar comprimido
Redes de ar comprimido
Manual de Treinamento ar Comprimido
Ar comprimido
Manual De Ar Comprimido Metalplan
Nbr 14037 manual de operacao uso e manutencao das edificacoes - conteudo e ...
Prévia - Apostila Pneumática Partners Treinamentos - Resumida
pneumatica
Ar comprimido prevenca online.net
Caldeiras acd
Manual de ar_comprimido
Manual prysmian
Nbr 14037 manual de operacao uso e manutencao das edificacoes - conteudo e ...
Cerveza final
Introdução à pneumática
Proceso de fabricacion de la cerveza corona
Anúncio

Semelhante a Manual ar comprimido (20)

PDF
Eficiência energética no uso do vapor
PDF
Pca conservação auditiva
PDF
Indicadores de desempenho de P&D do setor energia
PDF
Down 28072011160356 tab_honorarios_seagro
PDF
Analise estrutural para implantar a tpm
PDF
Guia de boas práticas não vinculativo para aplicação da Directiva 2001/45/CE ...
PDF
Manual plano de emergencia polo de camaçari
PDF
Chapas 4 dos diversos tratamentos
PDF
Custos industria calcadista
PDF
mecanização agrícola - 1º volume - motores e tractores.pdf
DOC
Implantação do sistema tpm em prensas hidraúlicas no setor de conformação na ...
DOCX
PDF
Guia PCA 2012.pdf
PDF
Principais normas técnicas edificações versão dezembro 2013
DOCX
Tendências de inovações tecnológicas para a manufatura aditiva
PDF
Livro Ecofrota
PDF
Livro - Prevenção de acidentes - Leonardo de Almeida Monteiro.pdf
PDF
Manual do usuário.pdf
PDF
Ntc 905200 2014 - acesso de micro e minigeração distribuida ao sistema copel;
PDF
APOSTILA CURSO BASICO NR 26. NR 10..pdf
Eficiência energética no uso do vapor
Pca conservação auditiva
Indicadores de desempenho de P&D do setor energia
Down 28072011160356 tab_honorarios_seagro
Analise estrutural para implantar a tpm
Guia de boas práticas não vinculativo para aplicação da Directiva 2001/45/CE ...
Manual plano de emergencia polo de camaçari
Chapas 4 dos diversos tratamentos
Custos industria calcadista
mecanização agrícola - 1º volume - motores e tractores.pdf
Implantação do sistema tpm em prensas hidraúlicas no setor de conformação na ...
Guia PCA 2012.pdf
Principais normas técnicas edificações versão dezembro 2013
Tendências de inovações tecnológicas para a manufatura aditiva
Livro Ecofrota
Livro - Prevenção de acidentes - Leonardo de Almeida Monteiro.pdf
Manual do usuário.pdf
Ntc 905200 2014 - acesso de micro e minigeração distribuida ao sistema copel;
APOSTILA CURSO BASICO NR 26. NR 10..pdf

Último (20)

PPTX
NR35 - Treinamento Aurea Medic - altura.pptx
PDF
Impactos ambientais gerados pela construção civil
PDF
3 - Condução de Calor Permanante (Coordendas Retangulares, Cilíndricas e Esfé...
PDF
Mapa de Oferta Eng Civil (20h 02min, 06-08-2025).pdf
PDF
1 - Fundamentos Básicos da Transferência de Calor.pdf
PPT
Aula-Completação de poços de petroleo e gas
PDF
Aula_04 gestão da manutenção _Custos da manutencão.pdf
PPT
1 - Serviços em Eletricidade - 1° SOS RCP DEA - Rev a.ppt
PPTX
Apresentação do relatório de C-slides.pptx
PDF
1 - Aula Pneumática Elementos da Pneumática.pdf
PPTX
Técnicas de montagem e desmontagens.pptx
PDF
LIMPEZA E SANITIZAÇÃO NA INDUSTRIA ALIMENTICIA
PDF
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Solo cimento - 07.pdf
PDF
Reacoes_expansivas_no_concreto_DEF_ABCP_dez2020.pdf
PDF
Artigo sobre industria de petroleo em pdf
PDF
Boas práticas em rebobinamento trifásico .pdf
PDF
Pesquisa Operacional - Programação Linear
PDF
aula 5 - Curvas horizontais circulares.pdf
PPTX
1 Conceitos-de-Gestao-da-Qualidaade.pptx
PDF
Apresentação Empregado por Posto Adicional
NR35 - Treinamento Aurea Medic - altura.pptx
Impactos ambientais gerados pela construção civil
3 - Condução de Calor Permanante (Coordendas Retangulares, Cilíndricas e Esfé...
Mapa de Oferta Eng Civil (20h 02min, 06-08-2025).pdf
1 - Fundamentos Básicos da Transferência de Calor.pdf
Aula-Completação de poços de petroleo e gas
Aula_04 gestão da manutenção _Custos da manutencão.pdf
1 - Serviços em Eletricidade - 1° SOS RCP DEA - Rev a.ppt
Apresentação do relatório de C-slides.pptx
1 - Aula Pneumática Elementos da Pneumática.pdf
Técnicas de montagem e desmontagens.pptx
LIMPEZA E SANITIZAÇÃO NA INDUSTRIA ALIMENTICIA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Solo cimento - 07.pdf
Reacoes_expansivas_no_concreto_DEF_ABCP_dez2020.pdf
Artigo sobre industria de petroleo em pdf
Boas práticas em rebobinamento trifásico .pdf
Pesquisa Operacional - Programação Linear
aula 5 - Curvas horizontais circulares.pdf
1 Conceitos-de-Gestao-da-Qualidaade.pptx
Apresentação Empregado por Posto Adicional

Manual ar comprimido

  • 1. EFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIAEFICIÊNCIA ENERENERENERENERENERGÉTICGÉTICGÉTICGÉTICGÉTICAAAAA EM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMASEM SISTEMAS DE AR CDE AR CDE AR CDE AR CDE AR COMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOMPRIMIDOOOOO MANUAL PRÁTICO
  • 3. Créditos Trabalho elaborado no âmbito do contrato realizado entre a ELETROBRÁS/PROCEL e o consórcio EFFICIENTIA/FUPAI MME - MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA Esplanada dos Ministérios Bloco“U”- CEP. 70.065-900 – Brasília – DF www.mme.gov.br Ministra Dilma Rousseff ELETROBRÁS/PROCEL Av. Rio Branco, 53 - 20º andar - Centro - CEP 20090-004 - Rio de Janeiro – RJ www.eletrobras.com/procel - procel@eletrobras.com Presidente Silas Rondeau Cavalcante Silva Diretor de Projetos Especiais e Desenvolvimento Tecnológico e Industrial e Secretário Executivo do PROCEL Aloísio Marcos Vasconcelos Novais Chefe de Departamento de Planejamento e Estudos de Conservação de Energia e Coordenador Geral do Projeto de Disseminação de Informações de Eficiência Energética Renato Pereira Mahler Chefe da Divisão de Suporte Técnico de Conservação de Energia e Coordenador Técnico do Projeto de Disseminação de Informações de Eficiência Energética Luiz Eduardo Menandro Vasconcellos Chefe da Divisão de Planejamento e Conservação de Energia Marcos de Queiroz Lima Chefe de Departamento de Projetos Especiais George Alves Soares Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos Setoriais de Eficiência Energética Fernando Pinto Dias Perrone Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos Especiais Solange Nogueira Puente Santos EQUIPE TÉCNICA Coordenador Geral Marcos Luiz Rodrigues Cordeiro
  • 4. CONSÓRCIO EFFICIENTIA/FUPAI EFFICIENTIA Av. Afonso Pena, 1964 – 7º andar – Funcionários – CEP 30130-005 – Belo Horizonte – MG www.efficientia.com.br - efficientia@efficientia.com.br Diretor Presidente da Efficientia Elmar de Oliveira Santana Coordenador Geral do Projeto Jaime A. Burgoa / Túlio Marcus Machado Alves Coordenador Operacional do Projeto Ricardo Cerqueira Moura Coordenador do Núcleo Gestor dos Guias Técnicos Marco Aurélio Guimarães Monteiro Coordenador do Núcleo Gestor Administrativo-Financeiro Cid dos Santos Scala FUPAI – Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria Rua Xavier Lisboa, 27 – Centro – CEP 37501-042 – Itajubá – MG www.fupai.com.br – fupai@fupai.com.br Presidente da FUPAI Djalma Brighenti Coordenador Operacional do Projeto Jamil Haddad * Luiz Augusto Horta Nogueira * Coordenadora do Núcleo Gestor Administrativo-Financeiro Heloisa Sonja Nogueira EQUIPE TÉCNICA Apoio Técnico Adriano Jack Machado Miranda Maria Aparecida Morangon de Figueiredo Micael Duarte França Fotografia Eugênio Paccelli AUTORES Carlos Roberto Rocha, Marco Aurélio Guimarães Monteiro * Professores da Universidade Federal de Itajubá
  • 5. Apresentação Criado em 1985, pelo Governo Federal, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e implementado pela ELETROBRÁS. O objetivoprincipal do PROCEL é contribuir para a redução do consumo e da demanda de energia elétrica no país, por meio do combate ao desperdício deste valioso insumo. A ELETROBRÁS/PROCEL mantém estreito relacionamento com diversas organizações nacionaiseinternacionaiscujospropósitosestejamalinhadoscomocitadoobjetivo.Dentre elas, cabe ressaltar o Banco Mundial (BIRD) e o Global Environment Facility (GEF), os quais têm se constituído em importantes agentes financiadores de projetos na área da eficiência energética. Nesse contexto, o GEF, que concede suporte financeiro a atividades relacionadas com a mitigaçãodeimpactosambientais,comoousoracionaleeficientedaenergia,doourecursos àELETROBRÁS/PROCEL,porintermédiodoBIRD,paraodesenvolvimentodeváriosprojetos. Dentre eles, destaca-se o projeto“Disseminação de Informações em Eficiência Energética”, concebido e coordenado pela ELETROBRÁS/PROCEL e realizado pelo Consórcio Efficientia/ Fupai, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que objetiva divulgar informações sobre tecnologias de uso eficiente de energia para os profissionais dos setores industrial, comercial, prédios públicos e saneamento, difundindo aspectos tecnológicos e operacionais que permitam reduzir o desperdício de energia elétrica. Oobjetivodestemanualéinstrumentalizarosinteressadoscominformaçõesúteisepráticas, capacitando-os para identificar oportunidades de redução de custos e de consumo de energia em seu sistema.
  • 7. Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9 Parte I - PLANO DE AÇÃO ............................................................................................. 13 1 - CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA E DA INSTALAÇÃO ONDE ESTÁ INSERIDO ....... 13 1.1 - Conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico.......................................... 13 1.2 - Conhecimento do sistema de ar comprimido específico de sua empresa .............. 15 2 - IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIAS .................. 16 2.1 - Oportunidades de melhoria em um sistema de ar comprimido genérico .............. 16 2.2 - Oportunidades de melhoria no sistema de ar comprimido específico de sua empresa ............................................................................................................................................. 18 3 - IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DEFINIDAS ............................................................ 19 3.1 - Implementação de melhorias em um sistema de ar comprimido genérico ........... 19 3.2 - Implementação de melhorias no sistema específico de sua empresa ...................... 19 4 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E REINÍCIO DO PROCESSO PARA NOVAS AÇÕES ...................................................... 20 Parte II - OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA .................................... 25 1 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NA GERAÇÃO DE AR COMPRIMIDO ..... 25 1.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na geração de ar comprimido. 25 1.2 - Áreas de oportunidade de melhoria de eficiência na geração .................................... 28 1.2.1 - Redução de perdas devido à temperatura do ar aspirado pelo compressor ...... 28 1.2.2 - Redução de perda de carga por sujeira no filtro de aspiração.................................. 30 1.2.3 - Redução de perdas no sistema de compressão ............................................................. 30 1.2.4 - Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada ............................... 33 1.2.5 - Recuperação de calor de compressão ............................................................................... 35 1.2.6 - Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada ................................. 37 1.2.7 - Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles de compressores 39 1.2.8 - Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de pressão . 42 1.2.9 - Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido ............................................ 44 1.2.10 - Redução de perdas na drenagem do condensado..................................................... 46
  • 8. 1.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 50 1.4 - Sugestões para identificar oportunidades na geração.................................................... 58 2 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NA DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO ................................................................ 59 2.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na distribuição de ar comprimido ..................................................................................................................................... 59 2.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência na distribuição do ar comprimido ..................................................................................................................................... 60 2.2.1 - Redução de perdas devido à queda de pressão (perdas de carga na tubulação) 60 2.2.2 - Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição .................................... 62 2.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 66 2.4 - Sugestões para identificar oportunidades na distribuição ............................................ 68 3 - IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NO USO FINAL DO AR COMPRIMIDO .. 68 3.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar comprimido 68 3.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência no uso final do ar comprimido 69 3.2.1 - Redução de perdas pela eliminação de usos inapropriados do ar comprimido 70 3.2.2 - Substituição de ar comprimido nas aplicações de uso final de baixa pressão ... 71 3.3 - Exemplos........................................................................................................................................... 73 3.4 - Sugestões para identificação de oportunidades no uso final ...................................... 74 4 ASPECTOS ECONÔMICOS ......................................................................................... 76 4.1 - Benchmarking para o custo de ar comprimido.................................................................. 76 4.2 - Determinação do custo do ar comprimido para suas instalações .............................. 76 Parte III - FONTES DE CONSULTA ................................................................................ 83 1 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 83 2 - LINKS ÚTEIS ............................................................................................................. 85 3 - ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES ....................................................................................... 86
  • 9. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 9 Introdução EsteManualfoiconcebidoparadisponibilizarinformaçõestécnicasaosusuáriosdesistemas dearcomprimido.Descreveoscomponentesbásicosdesistemasdearcomprimido;sugere passos a serem seguidos na busca de melhorias; esboça oportunidades para melhorar a eficiência energética; e discute os benefícios de uma abordagem sistêmica na identificação e implementação destas oportunidades de melhorias. Os sistemas de ar comprimido são amplamente utilizados na indústria como fonte de energia para acionamento há mais de um século, sendo freqüentemente considerados como a“quarta utilidade”. Quase toda instalação industrial, desde urna pequena oficina até uma grande indústria, tem algum sistema de ar comprimido. A produção de ar comprimido pode ser um dos processos mais dispendiosos da fábrica. Atualmente, a maior parte do ar comprimido é produzida por compressores acionados por motores elétricos. Objetivo Disponibilizar informações técnicas úteis e práticas aos profissionais de empresas que possuem sistemas de ar comprimido, capacitando-os a identificar oportunidades de melhoria da eficiência energética que resultem em redução de custos e de consumo de energia em seu sistema. Público alvo Técnicos, engenheiros e participantes de Comissões Internas de Energia (CICE) em cujas empresas existem sistemas de ar comprimido e consultores de engenharia e demais profissionais que trabalhem com esses sistemas. Orientações gerais Este Manual faz parte de um conjunto de publicações editadas pela Eletrobrás/Procel. Apresenta, de forma sucinta, dicas para reduzir de custos e consumo de energia. Simultaneamente,aEletrobrás/Procelpublicaolivro“EFICIÊNCIAENERGÉTICAEMSISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”, com conteúdo mais abrangente sobre este tema, para servir de ma- terial de consulta e suporte para aqueles profissionais que desejarem se aprofundar mais no assunto.
  • 10. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO10 As oportunidades de eficientização energética apontadas neste Manual são um extrato dos conceitos e fundamentos apresentados na referida publicação. Assim, ao apresentar as informações neste Manual, procuraremos referenciar o texto original, caso o usuário queira mais informações sobre o assunto. Procurando oferecer uma ferramenta de uso prático e útil, incluímos um CD contendo uma versão eletrônica deste Manual. O CD contém, ainda, programas, textos, planilhas e tabelas de auxílio que servem para complementar as informações e auxiliar no desenvolvimento de um programa de eficientização. O Manual está dividido em três partes: 1. PLANO DE AÇÃO; 2. OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA; e 3. FONTES DE CONSULTA. Naturalmente, o foco do Manual será a parte 2: Oportunidades para melhorar a eficiência. Parafacilitareagilizaraconsulta,noanexoconstamgrandezas,unidadesdemedida,fatores de conversão e fórmulas utilizadas neste Manual e no texto base (“EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”).
  • 12. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO12
  • 13. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 13 PARTE I - PLANO DE AÇÃO Este Manual utiliza três categorias para discutir os componentes de um sistema de ar comprimido: geração, distribuição e uso final. Estas três áreas seguem o trajeto do fluxo do ar comprimido desde a descarga do compressor até os pontos de uso final (pontos de consumo). CARACTERIZAÇÃODOSISTEMAEDAINSTALAÇÃOONDE ESTÁ INSERIDO 1.1 - Conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico O conhecimento de um sistema de ar comprimido genérico característico, com seus componentes básicos de geração, distribuição, uso final e as respectivas condições operacionais, pode facilitar a caracterização de um sistema de ar comprimido em particu- lar (por exemplo, o sistema da sua empresa). A Figura I.1 apresenta o esquema de um sistema de ar comprimido. Figura I.1 - Esquema de um sistema de ar comprimido completo 1111111111
  • 14. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO14 Sistema de geração de ar comprimido - O ar comprimido é produzido por compressores pelacaptaçãodoaratmosféricoeelevaçãodesuapressão.Ummodernosistemadegeração dearcomprimidoindustrialécompostodemuitossubsistemasemuitossubcomponentes. Os principais subsistemas incluem compressores, motores e acionamentos, controles, equipamentos de tratamento de ar, reservatório e acessórios. O compressor é um equipamento mecânico que capta o ar ambiente e eleva a sua pressão. Motores elétricos normalmente fornecem a energia consumida para acionar o compressor. Os controles servem para regular a quantidade de ar comprimido que está sendo produzida. Os equipamentos de tratamento removem contaminantes do ar comprimido, e os acessórios mantêm o sistema operando adequadamente. Sistema de distribuição de ar comprimido - A distribuição transporta o ar comprimido dos tanques reservatórios alimentados pelos compressores aos pontos de uso final, entregando quantidades suficientes de ar limpo, seco e estável, devendo ser fornecido na pressão adequada, de forma confiável e econômica, às aplicações de uso final. Para isso, muitos sistemas de distribuição possuem reservatórios de ar comprimido e têm diversas linhas de distribuição, que operam em diferentes pressões. Estas linhas são separadas por vários tipos de válvulas de isolação, reguladoras de pressão e outras. O desempenho eficiente do sistema de distribuição requer um correto balanceamento da pressão do ar comprimido nas linhas, com regulagem eficaz da pressão, boa drenagem de condensado e perfeita estanqueidade. Sistemas de uso final de ar comprimido - Há muitas e diferentes aplicações de uso final para o ar comprimido, como no acionamento de ferramentas pneumáticas em sistemas de acionamento pneumático; acionamento mecânico e comando de válvulas em sistemas de controle; transporte por ar comprimido; jateamento; e operações com sopro de ar e jato de água; operações de inspeção e teste; controle de processos com ar comprimido. É largamenteusadoemquasetodosossetoresindustriais.Seucampodeaplicaçãoébastante grande e cresce dia a dia. O conhecimento do balanço energético característico deste sistema pode contribuir muito para identificar as perdas que reduzem a eficiência do sistema e para fornecer um ponto de partida para a identificação de oportunidades e de seleção e implementação de ações de melhorias da eficiência. A Figura I.2 mostra um balanço de energia característico de perdas de um sistema de ar comprimido.
  • 15. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 15 Figura I.2 - Diagrama de perdas características de sistemas de ar comprimido 1.2 - Conhecimento do sistema de ar comprimido específico de sua empresa Para caracterizar um sistema de ar comprimido específico, sugerem-se os seguintes passos: a) Elaborar um diagrama de blocos do processo produtivo e das instalações da planta, indicando onde o ar comprimido é utilizado. b)Baseado no leiaute da planta ou instalação industrial, indicar a localização dos componentes do sistema de ar comprimido e as condições operacionais nominais ou de projeto (pressões, vazões, temperaturas, etc). c) Criar um perfil dos “parâmetros operacionais” (demanda de ar comprimido, produção de ar comprimido, consumo de energia elétrica e pressão) do sistema ao longo do dia, semana, mês e ano, o que for necessário para entender o funcionamento do sistema e verificar a ocorrência ou não de sazonalidades. d) Levantarosdadosreais(medições).Apartirdainstrumentaçãoexistenteoudemedições instantâneas, verificar os valores reais dos parâmetros operacionais. Levantar o regime de funcionamento, picos de carga, consumo e capacidades totais e por período. Simultaneamente,deve-secontabilizaraproduçãoeoconsumoqueocorreunoperíodo de medição. Meça seus índices de referência (consumo kW, perfil de pressão, perfil de demanda e carga de pico) e calcule a energia consumida e o seu respectivo custo.
  • 16. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO16 Os índices de referência (benchmarks) mais usuais nos sistemas de ar comprimido, normalmente, são os de custo específico de ar comprimido, eficiência do compressor e consumo específico: - O custo específico relaciona a quantidade de energia elétrica consumida e seu respectivo preço para produzir um metro cúbico de ar comprimido (custo unitário de produção ar comprimido – R$/m³). - A eficiência de compressão está relacionada à quantidade de energia elétrica (kWh) que o compressor consome para produzir 1 m³ de ar comprimido na pressão de operação do sistema (kWh/m³). - O consumo específico ou a necessidade de ar comprimido do produto final corresponde à quantidade de ar comprimido necessária para a produção de uma unidade ou um quilo de produto (m³/t). IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIAS Quando se busca a melhoria da eficiência de um sistema de ar comprimido específico, a primeira etapa consiste em identificar as oportunidades e, em seguida, fazer a seleção das oportunidades mais promissoras. 2.1 - Oportunidades de melhoria em um sistema de ar comprimido genérico Muitas oportunidades de melhoria da eficiência em um sistema de ar comprimido são comuns em instalações industriais. Estas oportunidades podem ser classificadas de acordo com a parte do sistema na qual são implementadas. Oportunidades de melhoria da eficiênciaparaasáreasdegeração,distribuição e uso final de um sistema de ar comprimido estão listadas na tabela I.1. 2222222222
  • 17. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 17 Tabela I.1 - Oportunidades de melhoria da eficiência aigreneedaimonoceedsadideM edadilibacilpA )1( sohnaG )2( edlaicnetoP oãçiubirtnoc )3( ametsisodoãçavoneruooãçalatsnI sotnemanoicasodairohleM )aicnêicifeatlaedserotom( %52 %2 %5,0 sotnemanoicasodairohleM )edadicolevedserodalugeR( %52 %51 %8,3 siamseõsrevropserosserpmocedacorT )otnemaoçiefrepa(sanredom %03 %7 %1,2 odacitsifoselortnocedametsisedosU %02 %21 %4,2 meosuarapodatiejerrolacedoãçarepuceR seõçnufsartuo %02 %02 %0,4 emegaces,otnemairfseronairohleM raodmegartlif %01 %5 %5,0 ametsisodniulcni,ametsisodlabolgotejorP seõsserpitlumed %05 %9 %5,4 oãsserpedadeuqropadrepanoãçudeR %05 %3 %5,1 ed)sotnemapiuqe(sovitisopsidedoãçazimitO lanifosu %5 %04 %0,2 ametsisodoãçarepoeoãçnetunaM raedsotnemazavedoãçudeR %08 %02 %61 etneüqerfsiamsortlifedoãçiutitsbuS %04 %2 %8,0 LATOT %9,23 levácilpaéadidematseednoseõçautisedlautnecreP)1( aigreneedlaunaomusnoconoãçuderedlautnecreP)2( ohnagxedadilibacilpa=oãçiubirtnocedlaicnetoP)3( Exemplo de economia de energia no Brasil - A avaliação das condições operacionais de um dos três sistemas de ar comprimido da fábrica da DAIMLER-CHRYSLER de São Bernardo do Campo (SP), por iniciativa da ELETROBRÁS/PROCEL, permitiu a identificação de oportunidades para a redução do consumo de energia elétrica. As soluções técnicas com maior potencial de economia de energia propostas possibilitarão redução da ordem de
  • 18. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO18 40% no consumo de energia elétrica do sistema analisado, na geração e na distribuição do ar comprimido, levando a uma redução do consumo de energia elétrica de 2.474 MWh por ano, com economia anual de R$ 188.011,00. 2.2 - Oportunidades de melhoria no sistema de ar comprimido específico de sua empresa Com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias e economia de energia elétrica nos sistemas de ar comprimido, sugerem-se os seguintes passos: a) Obter valores de referências (benchmark), que podem ser valores históricos ou de outras empresas com sistema semelhante. Cuidado com as condições de contorno, como pressões envolvidas, porte do sistema, tipo de tecnologia empregada e condições ambientais, que determinaram o consumo de referência. Isto é, não compare laranja com banana. b) Estabelecer metas de redução. Não estabeleça metas para valores absolutos; isto é, não se deve procurar reduzir kWh ou m³, mas sim índices específicos, como: kWh/m³ produzido (consumido) e R$ faturado/m³. c) Identificar as oportunidades de melhoria. Consulte a parte 2 deste manual. d) Estabelecer as ações necessárias para converter uma oportunidade identificada em melhoria concreta ou realizada. e) Levantar a relação custo/beneficio para cada ação. Considere custos de investimento, manutençãoeoperacionais,eciclodevidadamedida.Então,compare comosbenefícios tangíveis (redução de custos de energia, insumos, mão-de-obra) e qualitativos (impacto ambiental, melhoria da imagem, maior conforto, mais segurança). (Ver anexo B do livro “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”.) f) Priorizar as ações. Primeiramente estabeleça critérios e pré-requisitos compatíveis com a realidade da empresa, tais como disponibilidade de recursos, prazo de implantação, influênciasobreoserviçoprestadoe“patrocinadores”.Classifique as ações em: de pouco, médio ou alto investimento; com ou sem parada de produção; de curto, médio ou longo prazo; abrangência (no uso final, na distribuição e/ou no ar comprimido); aquelas que podem ser desenvolvidas por equipe própria ou por terceiros; complexas ou não; e de baixo ou alto impacto. A partir dos critérios e classificações, priorize e escolha as ações/ medidas que serão implementadas, primeiramente.
  • 19. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 19 IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DEFINIDAS 3.1 - Implementação de melhorias em um sistema de ar comprimido genérico Como referência de implementação de melhorias, podem ser estudados casos publicados na literatura ou consultar os fornecedores de equipamentos e/ou componentes a serem utilizados sobre as melhores práticas a serem adotadas. 3.2-Implementaçãodemelhoriasnosistemaespecíficodesuaempresa a) Planejar todas as atividades necessárias. Trabalhe com especialistas em sistema de ar comprimido, para implementar uma estratégia apropriada de controle para os compressores. b) Confirmar a disponibilidade de recursos (materiais, financeiros, humanos e de tempo). c) Implementar a medida. d) Documentar todas as atividades e custos. e) Medir as melhorias obtidas (medir o sucesso da implantação). Do mesmo modo que no início 1.d, faça o levantamento dos dados da nova situação, estabeleça novos índices e rendimentoseajusteosíndicesparaascondiçõesatuais,casoelastenhamsemodificado aolongodaimplantaçãodamedida(aumentodeprodução,novosconsumidores,época do ano,etc.). f) Comparar com a meta estabelecida. Justifique aquelas que não estejam em conformidade. g) Corrigir as dificuldades que surgiram. h) Uma vez que os controles estejam ajustados, repetir as medições para obter uma leitura precisadapotência(kW)edaspressões.Determineacargadepicoerecalculeoconsumo de energia e custo do ar comprimido produzido. i) Identificar e consertar os vazamentos e corrigir os usos inapropriados – custos conhecidos. Repita as medições e reajuste os controles. 3333333333
  • 20. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO20 AVALIAÇÃODOSRESULTADOSEREINÍCIODOPROCESSO PARA NOVAS AÇÕES O resultado de qualquer ação implementada deve ser avaliado, e seu impacto no sistema deve ser analisado, para determinar se a ação já pode ser considerada concluída e reiniciar o ciclo do plano de ação para outras oportunidades identificadas. (Benchmarking deve ser parte de um grande planejamento.) Figura I.3 - Ciclo de implementação do plano de ação 4444444444
  • 21. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 21 Resumo do Plano de Ação de acordo com a abordagem sistêmica (“system approach”) Aabordagemsistêmicaanalisaambososladosdosistema-dademandaedofornecimento - e mostra como eles se interagem, essencialmente transferindo o foco dos componentes individuais para a atenção no desempenho global do sistema. Muitas vezes, os operadores estão tão focados nas demandas imediatas dos equipamentos que não têm conhecimento de como os parâmetros do sistema afetam o equipamento. Similarmente, a abordagem comum da engenharia consiste em explodir (subdividir) o sistema em seus componentes básicos ou módulos, otimizar a escolha (seleção) ou projeto destes componentes e, então, montar estes componentes para formar o sistema. Uma vantagem desta abordagem é que simplifica os problemas. Entretanto, uma desvantagem é que,freqüentemente negligencia ainteraçãoentreestescomponentes.Poroutrolado,aabordagemsistêmicaavaliaosistema de forma global para determinar como as necessidades de uso final podem ser mais efetiva e eficientemente servidas. O aperfeiçoamento e a manutenção do sistema de ar comprimido no seu melhor desempenhorequeremnãosomenteaatençãonoscomponentesindividuais,mastambém a análise de ambos os lados do sistema, do suprimento e da demanda, e do modo como eles interagem. A aplicação da abordagem sistêmica usualmente envolve os tipos de ações relacionadas nesta parte do Manual.
  • 22. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO22
  • 24. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO24
  • 25. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 25 PARTE II - OPORTUNIDADES PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA Para a identificação de oportunidades de melhoraria na eficiência energética e no desempenho econômico de sistema de ar comprimido, sugere-se a seguinte metodologia de enfoque sistêmico. IDENTIFICAÇÃODASOPORTUNIDADESNAGERAÇÃO DE AR COMPRIMIDO A produção de ar comprimido é, basicamente, um processo de conversão de energia, no qual a energia elétrica é convertida pelo motor em energia mecânica, que aciona o com- pressor, e este converte em energia potencial em forma de pressão no ar comprimido, pela transformação termodinâmica no ar atmosférico produzida pela compressão. Os compressores são os componentes que realmente demandam energia no sistema de ar comprimido. Isto implica que o gerenciamento da energia deve manter especial atenção noscompressoresenassuascondiçõesdeoperação.Muitosfatoressãoingredienteschaves no desempenho dos compressores, como visto a seguir. 1.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na geração de ar comprimido A eficiência energética de um sistema, de maneira geral, indica o quanto um equipamento real aproxima-se de um comportamento ideal, no qual não existem perdas. Teoricamente, a eficiência energética na geração de ar comprimido η deveria ser determinada pela quantidade de energia útil contida no ar comprimido e pela quantidade de energia gasta para a sua produção. Na prática, a eficiência de um compressor é determinada a partir do rendimento termodinâmico ηth e do rendimento mecânico ηc . cth ηηη ⋅= Rendimento termodinâmico. É obtido pelo trabalho de compressão teórico (processo adiabático reversível) e pelo trabalho de compressão real (processo politrópico) de um gás perfeito. Rendimento termodinâmico ( thη ) associado a um processo real de compressão: W Wth th =η 1111111111
  • 26. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO26 em que: Wth - trabalho ideal por unidade de massa, a ser calculado a partir de ∫vdp ao longo de um processo ideal; e W - trabalho real por unidade de massa efetivamente empregado na compressão. Trabalho ideal de um compressor (processo adiabático reversível) ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ⋅ − ⋅⋅= ⎟ ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ −⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ⋅ − ⋅⋅= − 1 2 1 n 1n 1 2 11th T T 1n n TR1 P P 1n n vPW [kJ/kg] em que: P1 - pressão do ar na admissão [bar] ou [102 kN/m2 ]; v1 - volume específico do ar na admissão [m3 /kg]; T1 - temperatura do ar na admissão [ K ]; P2 - pressão do ar na descarga [bar] ou [102 kN/m2 ]; T2 - temperatura do ar na descarga [ K ]; R - 0,287 [kJ/kg.K]; e n = λ = 1,4 (ar em condições ambiente e processo adiabático). Trabalho real de um compressor (processo politrópico). O trabalho real é obtido a partir de medidas efetuadas durante o funcionamento da máquina. Os parâmetros a serem medidos são: P1 , v1 , T1 , P2 , v2 , T2 . Utilizando-se as equações: P1 .v1 n = P2 . v2 n ; P1 .v1 = RT1 ; P2 .v2 = RT2 obtém-se: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ = − 1 2 1 2 P P log T T log n 1n Substituindo o valor n calculado (1 < n < 1,4) na equação de Wth , obtém-se o valor de W. Rendimento mecânico. Durante a transmissão de energia do acionador para o compres- sor ocorrem inevitáveis dissipações, provocadas pelo atrito mecânico. Dessa forma, como
  • 27. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 27 indica o esquema da Figura II.1, apenas uma parte do trabalho recebido pelo compressor é fornecida ao gás. Figura II.1 - Esquema de transferência de energia ao gás Para que esse efeito seja computado nos cálculos da compressão, utilizamos o rendimento mecânico mecη , com valores típicos entre 0,92 e 0,98, cuja definição é dada por: c mec W W =η sendo W o trabalho efetivamente fornecido ao gás para um suprimento CW de trabalho ao compressor. A mesma definição poderia ser apresentada em termos das potências consumidas. Potência de compressão. Compressores são equipamentos caracterizados termodinamicamente como volumes de controle, cujo desempenho deve ser analisado por meio da identificação de fluxos de energia. Por isso é que neste texto são feitas referências muito mais freqüentes à potência do que ao trabalho de compressão. Para o cálculo da potência, utiliza-se a seguinte fórmula: mecth th C wm W ηη • • = em que, • m = Vazão mássica do gás [kg/s]; thw = Trabalho ideal por unidade de massa [kJ/kg]; thη = Rendimento termodinâmico [ - ]; mecη = Rendimento mecânico [ - ]; e CW • = Potência requerida pelo compressor [kW].
  • 28. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO28 Consumo específico de energia (kWh/m3 ). É um índice de referência da eficiência de um compressor. Na prática, para o seu cálculo é necessária a potência (kW) para a compressão e a vazão (m3 /h) volumétrica de ar. • • = Q W C energiadeespecíficoConsumo [kWh/m3 ] e ν⋅= •• mQ [m3 /h] em que: v - volume específico do gás [m3 /kg] Observação: • • = Q W C energiadeespecíficoConsumo [kW.h/Nm3 ] em que: v - volume específico normalizado do gás [Nm3 /kg] Para converter m³/h em Nm³/h: [Nm³/h] = [m³/h] x {273/(273+T1)} x P1/1,033} Em que o índice 1 indica as condições especificadas para o ar do equipamento. Seareferênciaénascondiçõesdepadrãonormal,denomina-sevazão,oudescargapadrão normal (Nm3 /h) 1.2 - Áreas de oportunidade de melhoria de eficiência na geração 1.2.1 - Redução de perdas devido à temperatura do ar aspirado pelo com- pressor Quanto mais baixa for a temperatura de aspiração de um compressor, menor será a energia necessária para sua compressão. Como indicação, pode-se dizer, aproximadamente, que: para cada 4°C de aumento na temperatura do ar de aspiração, o consumo de energia aumenta em 1% para obter o mesmo volume gerado; e para cada 3°C de redução da temperatura do ar aspirado, verifica-se aumento de 1% da capacidade do compressor para o mesmo consumo. Quanto mais baixa for a temperatura do ar aspirado, maior será a quantidade de massa de ar que poderá ser aspirada pelo compressor com a mesma vazão volumétrica aspirada e mesma potência consumida neste trabalho, isto porque o ar mais frio é mais denso. Então, maior massa de ar poderá ocupar o mesmo volume do que quando ele está mais aquecido. Portanto, é importante evitar que os compressores aspirem ar no interior do recinto onde
  • 29. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 29 estão instalados, cuja temperatura é sempre mais alta que a do ar atmosférico externo. Nesse sentido, podem-se providenciar tubulações ligando a aspiração de ar do compres- sor a uma tomada de ar do exterior da sala de máquinas. Assim sendo, recomenda-se que a tomada da aspiração de ar seja feita do exterior da sala de compressores. Caso seja necessário canalizar a tomada de ar, esta deve ser curta, reta e de grande diâmetro, e o filtro deverá ser mantido sempre limpo, para que a perda de carga na aspiração seja a menor possível. Para cada 25 mbar de queda de pressão na aspiração, o rendimento global do compressor é reduzido em 2%. Nas instalações onde o compressor é resfriado a ar, também é usual lançar para o exterior o ar aquecido do resfriamento. Deve-se tomar cuidado para que este ar não aqueça o ar de aspiração do compressor. A Tabela II.1 correlaciona as temperaturas do ar aspirado e os percentuais de potência economizados ou incrementados tomando-se como base a temperatura de 21ºC. Para valores diferentes dos citados na tabela, os valores podem ser interpolados. Tabela II.1 - Variação do consumo com a temperatura de aspiração ODARUTAREPMET OÃÇARIPSAEDRA UOADAZIMONOCEAICNÊTOP ADATNEMERCNI )Cº( Cº12aicnêreferedarutarepmeT 0,1- )odazimonoce(%5,7 0,4 )odazimonoce(%7,5 0,01 )odazimonoce(%8,3 0,61 )odazimonoce(%9,1 0,12 0,0 0,72 )odatnemercni(%9,1 0,23 )odatnemercni(%8,3 0,83 )odatnemercni(%7,5 0,34 )odatnemercni(%6,7 0,94 )odatnemercni(%5,9
  • 30. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO30 1.2.2 - Redução de perda de carga por sujeira no filtro de aspiração O ar atmosférico admitido pelo compressor de ar, apesar de ser filtrado à entrada (filtro primário), contém várias impurezas, invisíveis a olho nu. Entre elas, podemos destacar duas principais: vapor de água (umidade) e particulados (poeiras). Toda instalação de ar comprimido possui (ou deveria possuir) um filtro de ar na aspiração (filtro primário) para evitar a entrada de grandes partículas e sujeiras carregadas pelo ar atmosférico. Não havendoumamanutençãoprogramadanessefiltro,asujeiraseacumulará,fechando,parcial e até totalmente os poros do filtro, o que acarretará aumento da perda de carga no filtro, representando um aumento do consumo de energia do motor de acionamento do com- pressor para a realização do mesmo serviço que faria com o filtro limpo. 1.2.3 - Redução de perdas no sistema de compressão Compressores são utilizados para proporcionar a elevação da pressão de um gás ou escoamento gasoso. Nos processos industriais, a elevação de pressão requerida pode variar desde cerca de 1,0 atm até centenas de atmosferas. Há quem utilize a denominação “sopradores” para designar as máquinas que operam com elevação de pressão muito pequena, porém superior aos limites usuais dos ventiladores. Tais máquinas possuem característicasdefuncionamento típicasdoscompressores,masincorporamsimplificações de projeto compatíveis com a sua utilização. Escolha do compressor.A escolha do tipo de compressor a ser adotado precede a seleção propriamente dita da máquina e envolve aspectos diversos. Fazendo uma análise que leve em conta apenas as características previstas para o processo de compressão, é possível estabelecer faixas de operação para o processo de compressão para as quais cada tipo de compressor é mais adequado e pode, em conseqüência, ser encontrado nas linhas de produção dos fabricantes. Conforme ilustra a tabela II.2, a vazão volumétrica aspirada, a pressão de descarga e a relação de compressão são os parâmetros que traduzem as restrições impostas a cada tipo do compressor pelo seu próprio princípio construtivo. Esse quadro foi elaborado a partir de dados fornecidos por diversas fontes bem credenciadas, mas deve ser utilizado apenas com objetivos didáticos. Isso porque ele focaliza valores médios, não se enquadrando rigidamente nos padrões de nenhum fabricante. E também porque a busca de maiores espaços de mercado gera, ocasionalmente, modificações apreciáveis nesse panorama.
  • 31. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 31 Tabela II.2 - Faixas de aplicação dos compressores ROSSERPMOC OÃZAV ADARIPSA )nim/³m( P2 )aPk(xam P2 P/ 1 xaM ovitanretlA 052étA siamuo000052 )ordnilicrop(0,4 satehlaP 08a2 009 )açacracrop(0,4 sosufaraP 007a01 0054 )açacracrop(0,4 sogufírtneC 0082a05 00007 açacracrop(0,01 solpitlúmed .)soigátse siaixA 00052a0051 0001 açacracrop(0,6 solpitlúmed )soigátse Oscompressoresalternativosforamasprimeirasmáquinasdecompressãodegasesaserem construídas, ainda no século passado. Mesmo proporcionando vazões muito baixas, esses compressores se mantiveram absolutos até o meio desse século, quando começaram a ser montadas plantas industriais de grande capacidade. A partir de então, passaram a sofrer a concorrência dos demais tipos de compressores em todas as faixas de aplicação, à exceção daquelas caracterizadas por baixas vazões e altas pressões de descarga. Quanto aos dados fornecidos pela Tabela II.2, convém destacar que vazões da ordem de 250 m³/min, mesmo sendo baixas em termos industriais, só podem ser conseguidas com compressores alternativos policilíndricos de grande porte. Pelo exame da Tabela II.2, pode-se perceber que os compressores do tipo centrífugos são mais versáteis que todos os demais. Podem operar com um amplo espectro de vazões e possuem um limite máximo de pressão de descarga relativamente alto. Essa versatilidade, aliada a um projeto que inclui poucos componentes sujeitos a quebra ou desgaste, faz com que esta máquina seja a preferida para uso em processamento industrial. É relativamente tolerante à presença de líquido e pode, muitas vezes, ultrapassar cinco anos em campanha. Apresenta, todavia, alguma dificuldade de operação pela sensibilidade às variações nos parâmetros do processo. Atualmente, começa a ser fabricada no Brasil. Oscompressoresaxiaisprestam-seaserviçosquerequeiramvazõesextremamenteelevadas e baixas pressões de descarga (a primeira condição está quase sempre aliada à segunda). Para tal fim, superam os compressores centrífugos, porque o fluxo está menos sujeito a
  • 32. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO32 mudanças de direção, e isso lhes confere maior compacidade e eficiência aerodinâmica. Nessa faixa de aplicação, o fluido comprimido é quase sempre o ar, de modo que o projeto do compressor pode ser adaptado das turbinas a gás. Representa, no entanto, uma fração muito pequena no total das instalações industriais de compressão. Éimportantefrisarqueaescolhabaseadanocustoinicialpode,muitasvezeslevaradecisões inadequadas. O custo inicial representa apenas 12% do custo total durante a vida útil de um compressor, mais 12% se devem a gastos com manutenção e os restantes 76% são relativos a custos com energia elétrica nesse caso, para o acionamento. Rendimento dos compressores. A avaliação e comparação das eficiências e capacidades de compressores não é uma tarefa fácil. Uma avaliação preliminar do rendimento dos compressores pode ser feita a partir dos catálogos dos fabricantes. Os catálogos costumam apresentar a potência dos motores instalados nos compressores e a vazão máxima do equipamento. A razão entre os dois valores nos fornece uma primeira idéia do consumo especifico: 33 m kWh h m kW V P == O gráfico da Figura II.2 apresenta os consumos específicos médios de diversos tipos e tamanhos de compressores. Figura II.2 - Consumo específico médio dos compressores
  • 33. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 33 A compressão em duplo estágio é sempre mais eficiente e, portanto, consome menos energia. Este fato deve ser levado em conta, em particular, para instalações de pequena capacidade volumétrica, pois existe a tendência de selecionar compressores de estágio simples. O uso de óleo sintético em compressores reduz o consumo de energia de 2% a 5%, além de oferecer outros benefícios em relação ao óleo mineral, tais como: vida útil do óleo de até 8000 horas (equivalente a 7 trocas do óleo mineral), diminuição de depósitos de carbono e vernizes, temperatura do óleo mais baixa, temperatura de descarga do ar comprimido mais baixa, menor consumo de óleo, menor arraste de óleo na descarga; e menor ruído e vibrações. Recomenda-se que esta medida seja analisada em conjunto com o fabricante do compressor, para que se possa verificar sua aplicabilidade, bem como sua compatibilidade com os materiais do compressor e o fator econômico. 1.2.4 - Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada A pressão de trabalho é um fator crítico, pois afetará significativamente o consumo de energia, que aumenta com o aumento da pressão de trabalho. Equipamentos que operam com diferentes pressões em uma mesma instalação podem ser atendidos mediante a redução da pressão nos pontos de consumo, por meio de válvulas redutoras. Algumas vezes, torna-se econômico o uso de compressores de diferentes vazões e pressões para atender a diferentes solicitações de operação, em um mesmo sistema. A pressão de trabalho da instalação é definida pela pressão que atenda aos requisitos dos equipamentos consumidores mais as perdas da rede entre a geração e o consumo. Devem- se levar em conta o projeto e o traçado das tubulações da distribuição, os filtros usados, as válvulas, os secadores de ar, etc. A pressão escolhida deverá ser a menor que possa vencer todososobstáculosaofluxodoarpelastubulaçõesequeatendaosconsumidoressegundo as condições exigidas pelo seu fabricante. A pressão de trabalho é regulada pelo ajuste de desarme do pressostato de controle liga/ desliga do compressor. Deverá estar próxima da pressão média de operação da linha. Um ajuste de pressão mais elevada leva o compressor a funcionar mais tempo que o necessário (e dependendo do valor deste ajuste, não entrar em alívio em nenhum momento), fato que poderá incorrer em elevações substanciais no consumo de energia elétrica. Demodogeral,osprojetosconsideramumadiferençadenomáximo0,8barentreapressão média de trabalho no ponto mais distante do sistema e a pressão que se ajusta no pressostatodecontroleparafinsefetivosdedesarme.Essadiferençacorrespondeàsperdas de carga máximas normalmente adotadas em projetos de sistemas de ar comprimido para
  • 34. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO34 os pontos de alimentação mais distantes, levando-se em conta situações críticas (fatores de segurança). O aumento de 1 bar no ajuste da pressão de desarme leva a um aumento de 6% a 10%napotênciaconsumidapelosmotoresdoscompressores,parapressõesemtorno de 6 a 7 bar. A tabela II.3 mostra as relações entre a potência requerida para comprimir o ar em um estágio de compressão e a pressão de desarme. A partir destes dados, é possível estimar o percentual de potência adicional para atender ao trabalho de compressão, consideradas as pressões de desarme superiores às pressões reconhecidas como ideais (que levam em conta ser de 0,8 bar o diferencial máximo acima da pressão média de trabalho). Tabela II.3 - Variação de consumo com a pressão de desarme EMRASEDEDOÃSSERP ADATSUJAUOLAEDI RIMIRPMOCARAPADIREUQERAICNÊTOP m1ETNEMAUNITNOC 3 RAED OTUNIMROP AROHROP )rab( m/vc( 3 )nim/ )³m/hWk( 07,0 92,1 610,0 57,1 56,2 230,0 05,3 52,4 250,0 06,5 07,5 070,0 00,7 94,6 080,0 05,01 20,8 890,0 00,41 82,9 411,0 As perdas de carga tornam o sistema mais econômico ou não. Isto dependerá da escolha dos acessórios de rede (curvas, válvulas, filtros etc.) e do dimensionamento das tubulações. Para cada 0,25 bar de aumento na pressão do sistema para compensar as perdas de carga (filtros + secador + tubulação), consome-se 1,5% de potência a mais no com- pressor. Variação da pressão de trabalho.A pressão de trabalho dos equipamentos e dispositivos consumidores de ar comprimido especificada pelo fabricante deve ser respeitada. A eficiência de um equipamento ou dispositivo pneumático cai bruscamente se a pressão de fornecimento do sistema cai abaixo de suas pressões de trabalho especificadas. A Tabela II.4 mostra a dependência da eficiência de equipamentos e dispositivos pneumáticos em
  • 35. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 35 relação à pressão de trabalho, utilizando como exemplo ferramentas de um modo geral e martelete de impacto. Considerou-se que a pressão de operação especificada é de 6 bar. Tabela II.4 - Variação da performance com a pressão EDOÃSSERP OÃÇAREPO OHNEPMESED OVITALER OHNEPMESED OVITALER EDOMUSNOC OVITALERRA EDOMUSNOC OVITALERRA )rab( atnemarreF oletraM atnemarreF oletraM 7 021 031 511 021 6 001 001 001 001 5 77 77 38 77 4 55 35 46 65 Em certas aplicações, as pressões de trabalho necessárias para o acionamento de vários consumidores são bem diferentes. Uma situação como esta deve ser examinada com mais profundidade,paraumasoluçãomaiseconômica.Éocasodealgunspoucosequipamentos com consumo baixo de ar comprimido, mas que necessitam de pressões de trabalho bem maiores que os outros equipamentos que estão em maior quantidade. Nesse caso, um compressor pequeno secundário pode ser instalado para atender em rede separada, com pressão de desligamento Pmax mais alta. Normalmente, o aumento da pressão de trabalho para atender a todos os equipamentos é antieconômica. A melhor solução consiste em separar as redes e instalar compressores menores para atender os casos especiais. 1.2.5 - Recuperação de calor de compressão É conveniente ressaltar que 80% da energia gasta na compressão se transforma em calor e que parte do calor produzido pelo compressor e seu motor se transmitem para o ambiente. No caso dos compressores resfriados a ar, o calor dissipado pode superar em até 70% da energia elétrica consumida pelo motor e nos compressores resfriados a água o calor transmitido para a sala dos compressores pode atingir valores da ordem de 15% do seu consumo. Quando se produz o ar comprimido, ocorre o aquecimento do ar no final da compressão. Estecalorénormalmente retiradodoarcomprimidoporresfriamento(usandoumtrocador de calor,“cooler”), utilizando-se água ou ar. A seguir, o ar ou a água aquecidos pelo calor do ar comprimido são lançados na atmosfera, no esgoto ou numa torre de refrigeração. Aí se encontra um foco bastante grande do mau uso da energia. Calcula-se que um sistema de ar comprimido que consome 500 kW durante 8000 horas de funcionando por ano
  • 36. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO36 corresponde a uma perda de energia de 4 milhões de kWh/ano de energia térmica, que poderia ser recuperada. A figura II.3 mostra como a energia térmica gerada na compressão é distribuída. É fácil observar que é possível recuperar até 94% da energia consumida no eixo do com- pressor, na forma de calor. Figura II.3 - Energia recuperável A Figura II.4 mostra um esquemático de aquecimento de água para banho dos funcionários de uma fábrica. Figura II.4 - Esquema de recuperação possível de energia térmica
  • 37. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 37 A tabela II.5 mostra a energia recuperada de acordo com a vazão efetiva de um compressor Tabela II.5 - Energia recuperada ELD ROLACEDAXAT 0002MEAHNAGEDADITNAUQ OÃÇAREPOEDSAROH OELÓ nim/³m Wk ona/hWk ona/³m 4,6 43 000.86 0,01 4,7 04 000.08 8,11 4,11 15 000.201 0,51 0,41 16 000.221 9,71 7,81 29 000.481 1,72 6,12 901 000.812 1,23 2,32 811 000.632 7,43 9,72 731 000.472 3,04 8,43 671 000.253 8,15 1,34 512 000.034 2,36 9,64 532 000.074 1,86 5,64 922 000.854 4,76 3,15 352 000.605 7,47 9,65 482 000.865 5,38 9,26 913 000836 8,39 7,96 663 000.237 801 4,57 953 000.817 601 2,38 293 000.487 511 6,301 094 000.089 441 5,421 206 000.002.1 771 1.2.6 - Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada Tal como ocorre com os equipamentos eletromecânicos, os sistemas de ar comprimido industrial necessitam de manutenção periódica para operar com eficiência elevada e
  • 38. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO38 minimizar as paradas não programadas. A manutenção inadequada pode aumentar o consumo de redução de eficiência de compressão, vazamentos ou oscilações na pressão. Também pode acarretar altas temperaturas de operação, deficiente controle de umidade, contaminação excessiva e um ambiente de trabalho inseguro. Muitos problemas são secundários e podem ser corrigidos com simples ajustes, limpeza, substituição de peças ou eliminação de condições adversas. A manutenção de um sistema de ar comprimido é similar à realizada em carros. Filtros e fluidos devem ser trocados, a água de refrigeração deve ser inspecionada, correias devem ser ajustadas e vazamentos devem ser identificados e consertados. Um bom exemplo de custo excessivo devido a uma manutenção inadequada pode ser visto no uso de filtros, pois quando estão sujos aumentam a queda de pressão, o que reduz a eficiência do compressor. Por exemplo, um sistema de ar comprimido que possui um compressor de 100 cv operando continuamente a um custo de R$ 0,20/kWh tem um custo anual de energia de R$ 130.000. Com um filtro coalescente sujo (não substituído no intervalo regular), a queda de pressão através do filtro poderia aumentar para 0,4 bar, vs. 0,1 bar quando limpo,resultando em uma necessidade de aumento na pressão do sistema. A queda de pressão de 0,3 bar acima da queda normal de 0,1 bar eleva em cerca de 2% os custos anuais de energia do sistema ar comprimido, ou R$ 2.600 por ano. Um medidor de diferença de pressão é recomendado para monitorar as condições dos filtros de entrada do compressor. Todos os componentes de sistema de ar comprimido devem sofrer manutenção de acordo com as especificações dos fabricantes. Os fabricantes fornecem programação de inspeção, manutençãoedeserviços,quedeveriam ser rigorosamenteseguidos.Porisso,osintervalos especificados pelo fabricante têm como objetivo, primeiramente, proteger o equipamento, mais do que otimizar a eficiência do sistema. Em muitos casos, é conveniente realizar as manutenções nos equipamentos de ar comprimido com maior freqüência. Uma forma de saber se um sistema de ar comprimido está em boas condições de manutenção e operando eficientemente consistem em, periodicamente comparar com a base de referência o consumo de potência, pressão, vazão de ar e temperatura. Se o consumo de potência para uma dada pressão e vazão aumenta, a eficiência do sistema está declinando. Referenciar o sistema também indicará se o compressor está operando à plena capacidade e se sua capacidade está diminuindo com o passar do tempo. Em um novo sistema, as especificações devem ser bem guardadas quando o sistema é instalado pela primeira vez e opera corretamente.
  • 39. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 39 Tipos de manutenção. A manutenção em um sistema de ar comprimido requer cuidado com os equipamentos, exigindo atenção às mudanças e tendências, e respondendo prontamente para manter as operações confiáveis e eficientes. Para assegurar o máximo de desempenho e tempo de serviço para os compressores, uma rotina programada de manutenção precisa ser elaborada e seguida. Uma correta manutenção requer procedimentos diário, semanal, mensal, quadrimestral, semestral e anual. A excelência na manutenção é fator chave para aumentar a disponibilidade e confiabilidade de um sistema de ar comprimido, reduzindo o consumo de energia, economizando tempo, cortando cus- tos operacionais e melhorando a produtividade da fábrica e a qualidade dos produtos. 1.2.7 - Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles de compressores Amelhoriadodesempenhodeumsistemadearcomprimidorequernãosomenteaatenção para os componentes individuais, mas também a análise de ambos os lados do suprimento e da demanda, e do modo como eles se interagem, especialmente durante o período de pico na demanda. Ajustando o suprimento com a demanda. Em sistemas de ar comprimido, sistemas de controles capazes de compensar as constantes variações na demanda são especialmente importantes. O uso de sistemas de controle, de armazenagem e de gerenciamento da demanda que atendam aos picos de demanda, mas que também operem eficientemente com carga parcial é fator chave para se obter uma elevada eficiência do sistema de ar comprimido. Controle por cascata. É a forma mais comum de controlar os compressores. Cada com- pressor é ajustado para um ponto mínimo e máximo de operação diferenciado, e os compressores são acionados em seqüência, de acordo com o nível de queda de pressão e conseqüentedemandadearcomprimidodosistema.Quandoademandadearcomprimido é pequena, somente um compressor entra em operação. À medida que a demanda aumenta, outros compressores são acionados. Quando são utilizados pressostatos convencionais, é necessária uma diferença mínima de 0,5 bar entre a pressão mínima e máxima de acionamento de cada compressor individual. A diferença entre as pressões máximas e mínimas entre os compressores não poderá ser inferior a 0,3 bar (Figura II.5).
  • 40. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO40 Figura II.5 - Controle em cascata A queda de pressão em um sistema com quatro compressores pode chegar a 1,4 bar. Com a utilização de pressostatos eletrônicos, os limites de operação de cada compressor indi- vidual podem ser reduzidos para 0,2 bar, e a queda de pressão no sistema para 0,7 bar. Recomenda-se controlar, no máximo, quatro compressores por este método, pois as perdas no sistema decorrentes da largura da banda da pressão podem ser elevadas. Controles de carga/vazio. A maioria dos compressores utilizam motores assíncronos. O número de ciclos de liga/desliga permissível diminui com o aumento da potência destes motores, e este número não corresponde à quantidade de ciclos necessária para manter o níveldepressãodosistemaemumafaixaestreita.Porestemotivo,quandoapressãomáxima é atingida, o compressor entra em alívio; ou seja, abre uma válvula interna, não realizando a compressão do ar. Porém, o motor continua em funcionamento por algum tempo, consumindo cerca de 20% da energia necessária para operar o compressor a plena carga. Inversores de freqüência. Compressores controlados por variadores de velocidades não apresentam rendimento constante na faixa de regulação. Em um motor de 120 hp o rendimento cai de 94% para 86%. A este fato somam-se as perdas do compressor e o comportamento não linear da potência dos compressores. Utilizados de forma errada, os variadores de freqüência podem aumentar o consumo de energia elétrica sem que seja notado pelo operador do sistema. A instalação de conversores de freqüência somente se justifica em compressores utilizados paraatender a cargas variáveis, pois nos compressores para a carga básica não devem ser utilizados.
  • 41. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 41 Controlecentralizado.Oscontrolescentralizadossãosistemaseletrônicosquecoordenam o funcionamento de um conjunto de compressores. Os compressores devem permitir o seu gerenciamento, a transmissão e o recebimento de dados para o controlador central. Os compressores são agrupados de acordo com sua função (carga básica ou de pico), podendo ser de potências iguais ou diferentes. A coordenação dos compressores é uma atividade complexa, e o controle centralizado deve ser capaz não só de gerenciar o funcionamento dos compressores, como de permitir a utilização uniforme dos mesmos, garantindo uma utilização e a ocorrência de desgastes parecidos entre todos os compressores, reduzindo os custos de manutenção. Um pré-requisito para um controle eficiente (redução de custos com energia elétrica) é a graduação uniforme das capacidades dos compressores. A soma das capacidades dos compressores de carga de pico deve ser superior à capacidade do próximo compressor de carga básica. Da mesma forma, utilizando-se um compressor com inversor de freqüência, a faixa de capacidade do mesmo deverá ser superior à capacidade do próximo compressor de carga básica a ser acionado. De outra forma a operação econômica dos compressores fica comprometida. A comunicação entre os compressores e o comando central deve ser confiável, inclusive com a comunicação de perda de sinais devidos; por exemplo, a cabos partidos. Gerenciamento por faixa de controle. Utilizando-se de“faixa de pressão” de amplitude definida, diversos compressores são gerenciados de modo a manter a pressão do sistema entre os limites definidos. O gerenciamento vetorial determina a queda ou o aumento da pressão no sistema entre os limites estabelecidos e calcula o consumo de ar momentâneo. Os compressores reagem retroativamente à solicitação de ar do sistema. Em sistemas com consumomuitovariável,estetipodecontrolepodelevaravibraçõesnatubulação,exigindo medidas contra pulsações. A amplitude mínima de pressão a ser obtida por um controle deste tipo fica por volta de 0,5 bar. A análise de tendência, por sua vez, permite um controle mais eficiente, pois permite am- plitudes de 0,2 bar para a faixa de controle. Este tipo de controle analisa o padrão de consumo de ar e calcula a tendência de consumo, permitindo o acionamento dos compressores à frente da solicitação de ar comprimido pelo sistema. Sistemas de análise detendênciatrabalhamcomumaprecisãoente0,01e0,03bar,permitindoogerenciamento de sistemas com variações bruscas de demanda de ar comprimido. É tecnicamente viável coordenar até 16 compressores simultaneamente com uma amplitude de 0,2 bar para a faixa de controle.
  • 42. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO42 Controladores de pressão/fluxo. Controladores de pressão/fluxo (P/FC) são sistemas de controle de pressão que podem ser usados em conjunto com controles de compressor individual ou de múltiplos compressores, como descrito acima. Um P/FC não controla diretamente um compressor e isso, geralmente, não é parte integrante do compressor. Um P/FC é um dispositivo que serve para separar (isolar) o lado do suprimento de um com- pressor do lado da demanda, necessitando de um reservatório para a armazenagem do ar comprimido. Uma das razões para o custo demasiadamente elevado do ar comprimido é o fato de os compressores nem sempre terem sido adequadamente dimensionados para as necessidades de variação de consumo da instalação. Não é raro encontrar compressores trabalhando com carregamento médio de 50%, fato que não é possível verificar pela instrumentaçãodocompressorseomesmoapresentasomenteumhorímetrocomashoras totais trabalhadas, mas não com as horas trabalhadas em carga parcial ou em alívio. Em sistemas de controles bem ajustados, o carregamento dos compressores pode ser elevado a 90%, gerando uma economia de energia elétrica de 20% ou mais. 1.2.8 - Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de pressão O compressor, usualmente, funciona fornecendoar para um reservatório. Considera-se que os resfriadores posteriores, ou aftercoolers, são parte integrante dos compressores. As necessidades instantâneas de ar comprimido da instalação são cobertas pelo reservatório, que, enquanto está cedendo ar para a instalação, permite que o compressor permaneça desligadooufuncionedemodocontínuo,semquedasbruscasdepressão.Aarmazenagem compensaasflutuaçõesnoconsumoeatendeaospicosdeconsumo.Comoomotorelétrico é desligado poucas vezes, o seu desgaste é reduzido. Em algumas instalações, vários reservatórios podem ser necessários. Instalações de grande porte configuram casos em que se empregam vários reservatórios. O volume do reservatório é determinado pela DLE docompressor,pelosistemadecontroleepeloconsumodearcomprimido.Osreservatórios de ar comprimido desempenham tarefas importantes nos sistemas pneumáticos. Redução da oscilação do ar comprimido. Devido ao seu princípio de operação, os compressores de pistão fornecem uma vazão pulsante. As flutuações na pressão, às vezes, prejudicam o funcionamento dos equipamentos e dispositivos consumidores. Os instrumentos de controle de operação e medição reagem muito mal a estas flutuações e podemapresentarerrosdrásticos.Osreservatóriossãousadosparabalanceartaisflutuações de pressão. Nos compressores do tipo de parafusos, o aparecimento dos problemas citados acima é muito reduzido, devido ao seu princípio de funcionamento na produção do ar comprimido.
  • 43. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 43 Atender a picos de demanda. Para os sistemas usuários que apresentam ferramentas de uso esporádico, terminais usados para limpeza ou equipamentos pneumáticos com consumos elevados mas que funcionam por curto período, o volume de ar do reservatório é utilizado para minimizar ou eliminar a necessidade de compressores de maior capacidade apenas para atender a esses curtos períodos de demanda. Em alguns casos justifica-se a aquisição de um ou mais compressores para atender apenas a esse tipo de carga. Os reservatórios de ar comprimido são absolutamente necessários em sistemas em que os compressores têm funcionamento intermitente e com muitos tempos mortos. A flutuação da pressão não deve exceder a 20% da pressão máxima de operação (por exemplo, para uma pressão máxima de 10 bar é permitida uma flutuação de até 2 bar). Caso ocorram flutuações maiores, poderão ocorrer problemas estruturais, principalmente nas partes soldadasdotanque,peloaparecimentodetensõesadicionaisquelevamafalhasporfadiga. Para sistemas assim, deverão ser usados reservatórios de construção especial. Volume dos reservatórios (VR ). Diversas são as indicações para o cálculo do volume do reservatório. O volume depende dos mecanismos de controle e automação, do tipo de compressorempregadoedoregimedefuncionamento.Oreservatóriodevetercapacidade suficiente para atender a cargas instantâneas elevadas ou esporádicas. O tamanho do reservatório e o número de partidas por hora permitidas para motores de compressores (TC ) são variáveis que se relacionam. Algumas regras práticas indicadas na literatura recomendam: - Volume de 10 a 100% da vazão em m³/min que o sistema deve atender (VR = 0,1 a 1 x Q), em que Q é a demanda do sistema. - Para sistemas com consumo constante, geralmente, compressores a parafuso, VR = DLE / 3. - Para sistemas com consumo intermitente, geralmente, compressores a pistão, VR = DLE. Sistemas funcionando com compressores a pistão requerem reservatórios maiores para permitir melhor equalização do fluxo de ar, evitando-se os pulsos de ar gerados nesse tipo de compressor. Dica: Quanto maior o diferencial de pressão permitido, menor será o reservatório ou menos tempo o compressor irá funcionar. Caso se queira reduzir o tempo em alívio dos compressores, isto é, economizar energia, deve-se aumentar o tamanho dos reservatórios e/ou aumentar o diferencial de pressão, reduzindo a pressão de entrada em operação, se for possível.
  • 44. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO44 1.2.9 - Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido Os equipamentos mais modernos que utilizam ar comprimido exigem que este esteja completamente livre de impurezas, seco (isento de água) e, em certas aplicações, até esterilizado. As impurezas contidas no ar atmosférico são normalmente invisíveis a olho nu. Elas podem danificar e reduzir a performance de funcionamento dos equipamentos pneumáticos, podendo até,em certos casos, provocar falhas nos produtos finais do usuário / indústria. Em média, 1 m3 de ar atmosférico contém mais de 180 milhões de partículas, de tamanhos que se distribuem entre 0,01 e 100 µm, e de 5 a 40 g/m³ de água. Também é comum existir material oleoso na base de 0,01 a 0,03 mg/m3 em suspensão na forma de aerossóis e de hidrocarbonetos gasosos. Em certos locais também são encontrados traços de material pesado, como: chumbo, cádmio, mercúrio e ferro. Quando o ar é comprimido, o volume ocupado pelo ar é reduzido, e a concentração dessas impurezas aumenta bruscamente. Por exemplo, na compressão de ar a 10 bar a concentração de impurezas aumenta 11 vezes. Assim, o volume de 1m3 de ar comprimido nesta pressão conterá cerca de 2 bilhões de partículas. • Benefícios obtidos com o tratamento do ar comprimido – aumento da vida útil dos equipamentos consumidores de ar comprimido; – melhoria na qualidade do produto final; – isenção de condensado e sujeiras nas tubulações pneumáticas; – reduçãodeproblemasmecânicospormaufuncionamento,causadoporessassujeiras; – redução de custos com a aquisição de dispositivos de coleta e a eliminação de condensado das linhas; – redução dos tempos mortos, devido à manutenção corretiva; – redução de perdas de pressão na distribuição de ar, por eliminar as resistências ao escoamento do ar; e – redução do consumo de energia, que é diretamente ligada à perda de pressão. Apresençadasimpurezasedeáguanoaratmosférico,admitidanosistemadecompressão, poderá causar problemas em diversas partes do sistema de ar comprimido. Por exemplo: aumentar o desgaste das tubulações e dos equipamentos consumidores e gerar a possibilidade de redução da qualidade dos produtos do processo fabril. Em algumas aplicações, o uso do ar comprimido sem o devido tratamento pode causar danos muito graves e até prejudiciais à saúde.Tendo em vista essas considerações, torna-se importante que o ar seja tratado; ou seja, retirado o máximo possível de particulados, óleo e água.
  • 45. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 45 Secagem do ar comprimido. Uma parte importante no tratamento do ar comprimido é cumprida pela retirada da água do ar comprimido. Esta ação, denominada secagem do ar comprimido, oferece inúmeras vantagens aos usuários de ar comprimido, em termos de qualidade, durabilidade e manutenbilidade. Aftercooler ou resfriador posterior de ar comprimido. O aftercooler é um trocador de calor, que resfria o ar comprimido, possibilitando a precipitação primária do condensado, evitando que a água fique nas tubulações. O resfriamento do ar comprimido pode ser realizado por água ou ar. A posição de instalação deverá ser logo após o compressor, antes do reservatório e do sistema de secagem do ar. Cerca de 80-90% do condensado deverão ser precipitados pela ação do aftercooler e do secador. De modo geral, o ar comprimido deixa o aftercooler com a temperatura 10ºC acima da do fluido de resfriamento usado: ar ou água. Atualmente, os resfriadores posteriores estão incorporados ao compressor em um único conjunto. Os métodos de secagem usam os princípios de: condensação, sorção e difusão para a retirada da água contida no ar. • Condensação.Consiste na precipitação da água quando o ar é resfriado do seu ponto de orvalho. • Sorção.Éasecagemporremoçãoquímicadaumidade.Nesteprocesso,oaréobrigado a entrar em contato com um material higroscópico, que poderá ser líquido ou sólido (exemplo: cloreto de sódio e ácido sulfúrico). • Difusão. É a secagem por transferência molecular em película. Com o tempo de uso, a película tem que ser regenerada. Existem dois tipos de regeneração: a frio e a quente. Embora exista a possibilidade de utilização de secadores de todos os tipos, a realidade mostra que para o uso normal de ar industrial os secadores que funcionam na base de condensação,denominadossecadoresdearporrefrigeração,são,delonge,osmaisutilizados. O uso de secadores de sorção exige o consumo de material higroscópico, de parcela do ar produzido e de uma fonte de energia para regeneração do material secante. Deste modo, torna-se um processo menos eficiente e mais caro. Entretanto, este tipo de secador deve ser empregado quando se deseja um ar praticamente isento de água, pois ele pode levar o ponto de orvalho a -40°C, enquanto os secadores por refrigeração, para as mesmas condições, atingem pontos de orvalho entre 2 e 10°C. Como seu emprego para secagem completa é limitado a aplicações específicas, faremos considerações somente sobre o uso de secadores de ar por refrigeração. Primeiramente, verificaremos onde deve ser posicionado o secador num circuito de ar comprimido. Posicionamento dos secadores com relação ao reservatório de ar. Existem duas
  • 46. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO46 possibilidades de arranjo de um sistema de secagem do ar comprimido por refrigeração em uma instalação. O sistema pode ser instalado antes ou depois do reservatório de ar comprimido. A decisão de se utilizar uma ou outra situação depende das considerações sobre as vantagens e desvantagens da escolha. Filtragem do ar comprimido. Os filtros utilizados nas instalações têm a função de retirar partículas sólidas e óleo presentes no ar comprimido. Filtros e terminologia dos filtros a) Filtros coalescentes • Filtros coalescentes grau AO Usadosparaaremoçãodepartículasdeaté1micron,inclusiveáguaeóleocondensado. A remoção de óleo prescreve um residual máximo de óleo de 0,5 mg/m³ de ar a 21o C. • Filtros coalescentes grau AA Usados para a remoção de partículas de até 0,01 micron, inclusive água e óleo condensado. A remoção de óleo prescreve um residual máximo de óleo de 0,01 mg/ m³ de ar a 21o C. A instalação deste filtro deve ser precedida em série por um filtro coalescente do grau AO. • Filtros coalescentes grau ACS e AC (carvão ativo) Usados para a remoção de vapores de óleo, propiciando um conteúdo remanescente máximo de óleo menor que 0,003 mg/m³ de ar (0,003 ppm) a 21o C. A instalação deste filtro deve ser precedida em série por um filtro coalescente do grau AA. Os filtros ACS e AC não removem CO/ CO2 ou qualquer outro gás tóxico. A concentração é usualmente medida pela proporção do peso das impurezas pelo volume [mg/m3 ] do ar comprimido.Para concentrações muito baixas, a medida de concentração é usualmente definida pelo número de partículas por unidade de volume [nº de partículas/ cm3 ]. A quantidade de partículas por unidade de volume como medida de concentração é utilizada para medir a eficiência de filtragem de filtros de alto desempenho. A medição precisa e acurada do peso e ou quantidade de partículas por unidade de volume envolve muito trabalho e instrumentos de medição delicados. 1.2.10 - Redução de perdas na drenagem do condensado A compressão produz a umidade em forma de gotas de água (condensado). Esta água é usualmente drenada de dentro do reservatório. Parte do calor gerado no ar devido à compressão é retirada e cedida ao meio que envolve o reservatório pelas superfícies externas do reservatório, e então o ar é resfriado. Esse resfriamento é que origina o fato de grande parte do condensado ser precipitado nas paredes internas do reservatório. O
  • 47. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 47 condensado é coletado no fundo do reservatório e removido para o exterior por meio de um conjunto adequado de drenagem. Nos reservatórios em instalações onde na grande parte do tempo ficam sem funcionar, as paredes poderão ter corrosão pelo condensado. A galvanização das superfícies em contato com o condensado pode reduzir este problema. Porém, se o condensado é drenado constante e regularmente, não é absolutamente essencial a galvanização. Quando o condensado contém concentrações de agentes agressivos, a galvanização é absolutamente necessária. Sempre e onde aparecer nos sistemas pneumáticos, o condensado deve ser drenado. Caso contrário, ele tomará conta de toda a tubulação, e o ar o transportará para onde for. A coleta e a eliminação de condensado representa um custo operacional obrigatório. O condensado deve ser drenado também para que possam se manter as perdas de pressão dosistemasobcontrole.Deve-selevaremcontaqueaformaçãodecondensadonãoocorre em regime constante. A quantidade de condensado varia com a vazão, a temperatura e a umidade do ar que é aspirado pelo compressor. Classificação dos tipos de drenagem para condensado. Para selecionar o tipo de drenagem de condensado a ser usado, devem-se observar o tipo de condensado e as condições de formação do mesmo. A partir daí, deve-se escolher o tipo de drenagem a ser utilizado. Para cada local de aplicação do ar comprimido, o condensado gerado irá orientar o uso. Alguns fatores que devem ser levados em conta são: - condensados muito agressivos; - condensados pastosos; - áreas com perigo de explosão; - redes que operam com pressões muito baixas ou mesmo vácuo; e - redes que operam com pressões muito altas ou super altas. Drenagem por meio de válvulas manuais. O condensado deverá ser coletado em recipientesapropriados,ondepoderásertambémarmazenadoporalgumtempo.Opessoal de operação deverá verificar o nível deste recipiente em intervalos de tempo regulares. Se necessário,ocondensadodeveráserdrenado,pormeiodaaberturadeumaválvulamanual instalada no fundo do recipiente, e ser esgotado direto para o esgoto. Suas principais características são: - construção simples e barata; - não necessita do uso de eletricidade; e - não tem alarme ou aviso de que o reservatório esteja cheio (portanto, a verificação de nível de condensado deverá ser feita em intervalos de tempo regulares).
  • 48. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO48 Drenagem com controle de nível. No interior do recipiente de condensado existe uma bóia que controla a abertura da válvula de saída no fundo do tanque, por intermédio do acionamento deumaalavanca.Se oníveldotanquealcançadeterminadaaltura,aalavanca efetuaaaberturadaválvula.Apressãodosistema obriga o condensado a sair do recipiente. Quando o nível atinge certos valores, a alavanca funciona em sentido contrário, fechando a válvula de saída e evitando que ar comprimido da linha escape. Suas principais características são: - simples e barato; - não usa eletricidade, o que o torna utilizável em áreas com perigo de explosão; - não há perda de ar comprimido; - porterpartesmóveiseentraremcontatodiretocomocondensado,osistemanecessita de ter manutenção mais regular; - não tem sinal de alarme; e - as válvulas de bóia devem ser escolhidas para cada tipo de condensado. Drenagempormeiodeválvulasmagnéticasdecomandotemporizado. Ocondensado é acumulado em um recipiente apropriado. Em intervalos de tempo regulares e fixados (1 a 30 min.), uma válvula magnética opera a abertura de uma saída de dreno de condensado no fundo do tanque. Depois de um tempo de operação, por exemplo, de 0,5 a 10 s, a válvula fecha. O condensado é lançado para fora do recipiente pela pressão do sistema. Nota Para garantir a retirada total do condensado formado, deve-se otimizar o tempo de funcionamento, ou seja, o tempo de abertura e fechamento da válvula. Este ajuste deverá variar, pois no verão a quantidade de condensado é maior que no inverno, devido ao aumento da umidade no ar atmosférico. O ajuste deverá ser otimizado para que não se permita fuga de ar comprimido pelo dreno. Suas principais características são: - operação muito confiável (o sistema tem confiabilidade, por resolver o problema da eliminação do condensado); - são necessárias ligações elétricas; - nenhum sinal de mau funcionamento poderá ser visto externamente; - não possui nenhum sinal de alarme; e - a válvula magnética só opera quando o compressor é ligado.
  • 49. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 49 Drenagem utilizando medição eletrônica de volume ocupado. O condensado é recolhido em um recipiente adequado.Tão logo o nível máximo permitido no recipiente é alcançado pelo condensado armazenado, um sensor de nível (Ni-2) habilita a válvula magnética, que abre uma linha de controle, liberando pressão da linha de ar, que age sobre um diafragma. A força sobre o diafragma cessa, e a válvula é relaxada, abrindo passagem para o tubo de saída. Tão logo o nível mais baixo é atingido, o sensor (Ni-1) habilita o fechamento eletrônico da válvula magnética. O diafragma da válvula se fecha antes que o ar comprimido escape. Suas principais características são: - operação bastante confiável; - o sistema funciona muito bem, mesmo com condensados problemáticos; - como a seção de passagem do condensado é bem grande, não existe a possibilidade de sujeiras e material coagulado ficarem retidos no recipiente, pois a descarga é realizada sem dificuldade; - não existe perda de pressão; - é necessário ligação elétrica; - funcionamento flexível (o sistema se adapta automaticamente às mudanças das condições de operação: variação na viscosidade e flutuações de pressão do condensado); - possui alarme (se acontecer um defeito na drenagem do condensado, o alarme é acionado em 60s - a válvula magnética opera automaticamente o diafragma em intervalos seguidos); - sinal externo (um LED fica piscando, chamando a atenção dos operadores); e - faixa de desempenho ótimo bem ampla. Drenagem utilizando bóia para controle de nível. O condensado recolhido segue diretamente para uma câmara de coleta da drenagem do condensado. Uma bóia aciona uma haste dentro de uma guia, acompanhando o aumento de nível do condensado na câmara. Esta guia tem três contatos elétricos, que registram o nível de condensado na câmara. Tão logo a bóia atinja o contato 2, o controlador eletrônico habilita a abertura da válvula magnética. A pressão sobre o diafragma da válvula é relaxada, via uma linha de controle, e o tubo de saída é aberto. A pressão do sistema força o condensado para fora, por um tubo vertical. O nível do condensado no tubo abaixa e um controlador fecha, depois de um tempo ajustado, para que o ar comprimido não escape. Caso o nível do condensado não alcance o contato 1 no intervalo de tempo, o dreno será automaticamente aberto em intervalos de tempos e novamente fechado depois de um período prefixado. Isto garante que a câmara de acumulação de condensado esteja sempre vazia. Se o nível de condensado alcança o
  • 50. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO50 contato 3, o controle atua e liga um alarme. Suas principais características são: - exigência de limpeza periódica; - não causam perda de pressão; e - existência de contato elétrico. 1.3 - Exemplos Exemplo 1 - Compressor do tipo parafuso aspirando ar no interior da casa de máquinas. - Temperatura do ar aspirado dentro da casa de máquinas: 41ºC. - Temperatura do ar atmosférico: 32ºC. - Procedimentodemelhoria:instalaçãodeumdutodeaspiraçãoligandoofiltroprimário ao exterior da casa de máquinas. - Resultado esperado: redução no consumo de energia elétrica. Procedimento: - DaTabela II.1, o valor para 41ºC (obtido por interpolação entre os valores 38ºC e 43ºC) é igual a 6,8% (incremento) - Da Tabela II.1, para 32ºC = 3,8% - Diferença de incrementos: 6,8 - 3,8 = 3% - Percentualde3,0%energiaeconomizadasobreoqueseestiverconsumindoatéentão. Considerando tratar-se de um motor elétrico de 150 CV, cuja potência de trabalho média em regime de compressão é da ordem de 93 kW, e que o ciclo de trabalho opera 11 horas por dia e 26 dias por mês de compressão efetiva, tem-se: - Consumo médio mensal anterior: 26.598 kWh. - Economia mensal com a redução da temperatura do ar aspirado: 798 kWh. - Considerando-se um preço médio de 0,20 R$/kWh, economiza-se a importância de R$ 159,60/mês ou R$1.915,00/ano. Exemplo 2 – Compressor de pistão operando com a pressão de desarme de 8,5 bar. – Pressão de trabalho dos equipamentos pneumáticos = 6 bar.
  • 51. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 51 – Pressão ideal de desarme (considerando as perdas normais do sistema) = 6 + 0,8 = 6,8 bar. – Pressão de desarme excedente = 8,5 - 6,8 = 1,7 bar. – Potência correspondente à pressão de desarme = 7,14 cv/m3 /min (valor obtido por interpolação na Tabela II.3). – Potência correspondente à pressão de desarme ideal = 6,43 cv/m3 /min (valor obtido por interpolação na Tabela II.3). – Potênciadevidaaoexcedentedepressão=7,14-6,43=0,71cv/m3 /min(querepresenta 11% de aumento sobre o consumo e sobre o valor da potência correspondente ao valor da pressão ideal). – Percentual de redução de potência e de energia elétrica consumida no motor de acionamento do compressor 11%. Considerando que se trata de um motor de 60 cv, cuja potência de trabalho média em regime de compressão é da ordem de 39 kW, e que o ciclo de trabalho opera 16 horas por dia durante 30 dias por mês em compressão efetiva, têm-se: – Consumo médio, considerando a pressão de desarme excedente: 18 720 kWh/mês. – Potencial de economia com a redução de 1,7 bar na pressão de desarme: 2059 kWh/mês. – Redução de custos com energia elétrica, considerando o preço médio de 0,20 R$/ kWh = R$ 411,00/mês ou R$ 4 941,00/ano. Exemplo 3 Uma instalação com três compressores trabalhando entre 8 e 7 bar (∆P = 1), cada um com DLE de 2 m³/min (33,33 l/s), a 8 bar, reservatório de 3.000 l e temperatura ambiente de 30°C. Os motores de acionamento possuem ciclos mínimos de 5 minutos, isto é, taxa de ciclos seguidos do motor -TC = 12, potência em carga de 12 kW e em alívio de 2,5 kW. O sistema demanda 3,6 m³/min (60 l/s) em média, mas apresenta uma demanda adicional de 2,4 m³/min (40 l/s) durante 20 segundos a cada 10 minutos. Doiscompressoresestãoreguladospara,aoatingirapressãode8barnarededear,entrarem em alívio, assim permanecendo até que a pressão reduza a 7 bar. Se após 5 minutos a pressão não atingir esse valor, eles são desligados. O outro compressor, que está regulado para uma faixa de pressão maior, trabalha continuamente, conforme verificado. Osistemafunciona24h/dia,720h/mês.Devem-severificarasopçõesdeotimizaçãoatuando no tamanho do reservatório e/ou no diferencial de pressão. Considerações iniciais:
  • 52. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO52 Figura II.6 - Croqui do exemplo O sistema demanda 100 l/s por 20 s a cada 10 minutos e 60 l/s no tempo restante. O reservatório abastece o sistema. Quando a pressão atinge 8 bar, os compressores 2 e 3 entram em alívio, até que a pressão atinja 7 bar. Verifiquemos o ciclo de funcionamento do sistema, partindo do reservatório cheio (P1 = 8 bar ; V1 = 3 m³; ρ1 = 10,47 kg / m³), para a situação de acionamento dos dois compressores (P2 = 7 bar ;V2 = 3 m³; ρ2 = 9,31 kg / m³). Da equação geral dos gases P. V = m . R . T R = constante do ar m = ρ. V O volume permanece o mesmo, mas a massa varia. Considerando que a temperatura será a restabelecida e constante, podemos escrever que: P / m = constante Logo: P1 / m1 = P2 / m2 m2 = P2 . m1 / P1 m2 = P2abs . ρ1 . V1 / (P1abs . ρ2 ) (4.6) Utilizando os dados, temos que m1 = 31,42 kg e m2 = 27,93 kg. Teremos as seguintes situações, num ciclo: t0 – reservatório a 8 bar, compressor 1 com vazão de 33,33 l/s e demanda do sistema de 100 l /s, reservatório perdendo massa. t1- aoseperder3,49kgdear,oscompressores2e3serãoacionados-demandaeprodução igual a 100l/s. t2 - até os 20s, a pressão do reservatório ficará constante. t3 - Retornando a demanda para 60 l/s, os 40 l/s excedentes“encherão”o reservatório de novo até a pressão de 8 bar, entrando os dois compressores em alívio.
  • 53. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 53 t4 - haverá uma demanda excedente de 26,67 l/s (60 – 33,33), que“esvaziará”o reservatório até 7 bar. Os compressores 2 e 3 serão acionados - produção igual a 100l/s.Volta à situação t3. Esse ciclo (t3 - t4 - t3) permanece até completar 10 minutos, quando reinicia-se o ciclo de t0 a t4. Devido à variação de massa específica durante os ciclos, usaremos valores médios. ATabela II.6 resume a situação encontrada. Tabela II.6 - Situação encontrada 0t 1t 2t 3t 4t )s(t 0 3,3 02 4,52 6,33 )s/l(Q 001 001 001 06 06 )rab(P 8 7 7 8 7 1C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 33,33 2C-)s/l(ELD 0 33,33 33,33 33,33 0 3C-)s/l(ELD 0 43,33 43,33 43,33 0 -3Ce2C agracmes oivílames latoT solcic .s02sópa 4,5 2,8 6,31 7,24 .nim01me 8,842 2,153 0,006 %14 %95 %001 Wk-aicnêtoP 21 5,2 latot*omusnoC 1,40851 5,7012 21971 hWk 1Ciulcni*
  • 54. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO54 Com a proposta de operar apenas dois compressores, mantendo um de reserva, conforme a Tabela II.7 apresenta. Nesse caso, propõe-se que t1 coincida com t2, para evitar que C3 opere. Tabela II.7 - Situação proposta 0t 1t 2t 3t 4t )s(t 0 0,02 02 1,021 1,541 )s/l(Q 001 001 001 06 06 )rab(P 8 ? ? 8 ? 1C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 33,33 2C-)s/l(ELD 33,33 33,33 33,33 33,33 0 3C-)s/l(ELD 0 0 -2Ce1C agracmes oivílames latoT solcic .s02sópa 1,001 0,52 1,521 6,4 .nim01me 1,464 9,531 0,006 %77 %32 %001 Wk-aicnêtoP 21 5,2 latot*omusnoC 2,32351 7,704 hWk13751 1Ciulcni* Para conseguirmos esse ciclo de operação, podemos reduzir a pressão mínima do sistema ou aumentar o volume do reservatório ou ambos. As três soluções encontradas são apresentadas naTabela II.8. Elas foram obtidas variando- se a pressão e/ou o volume do reservatório de modo a obter-se t1 = 20 s. Nesse tempo, haveráuma“fuga”de666,67x10-3 m3 (20x33,334x10-3 m3 ),que,multiplicadapeladensidade média (ρ), representa a massa que o reservatório poderá perder e manter a condição proposta. ρ = ( -0,00407 p - 0,00398 ) T + (1,31285 p + 1,2867 ) (kg/m3 ) em que: p - Pressão do ar; e T - Temperatura do ar.
  • 55. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 55 Tabela II.8 - Alternativas encontradas AVITANRETLA OIRÓTAVRESERODEMULOV AMINÍMOÃSSERP oãsserpadoãçuder-1 ³m0,3 rab5 oirótavreserodotnemua-2 ³m2,9 rab7 sabma-3 ³m6,4 rab6 Caberá ao pessoal do processo verificar se é possível reduzir a pressão sem prejudicar a produção. Quaisquer das soluções promoverá uma economia de 12% do consumo de energia e poderá reduzir a demanda em até 12 kW. Existem outras soluções: utilizando ou não o terceiro compressor; atuando no tempo de alívio; e automatizando o funcionamento dos compressores com a demanda. Há outras, que não são o objetivo do tema estudado. O arquivo “exerciciocap4”, que consta no CD que acompanha este Manual, apresenta as planilhas usadas no cálculo. Exemplo 4 Este exemplo mostra como determinar a vazão de condensado, Qc, que realmente irá se precipitar quando o ar é comprimido. Este volume é o que deverá ser retirado do sistema. Aratmosféricoéaspiradoapressãode1barabs ,temperaturadebulbosecode35ºC,umidade relativa e a máxima fornecida pela meteorologia de 80% e 39,6 g/m³, descarga livre (DLL) de 2000 m³/h na pressão final P2 = 7 bar (8 bar abs ). A instalação de compressão compreende um compressor em série com um“aftercooler”(resfriador posterior de ar), um reservatório dearcomprimidoeumsecadordearcomprimidoporrefrigeraçãoeascondiçõesconforme mostradas no esquema representado na Figura II.7.
  • 56. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO56 Figura II.7 – Condições do exemplo Oaratmosféricocontémumaquantidadedeágua.Nocasoacima,avazãodeáguaaspirada é dada por: Qagua = DLLx Gs x UR Qagua = 2000 x 0,0396 x 0,80 = 63,4 kg/h ≅ 63,4 l/h No compressor, o ar é aquecido por compressão a P2 . Imediatamente, é resfriado pelo aftercooler, que leva o ar a atingir a temperatura de 40°C, alcançando 100% de umidade relativa, e aí o condensado se precipita (Qc1 ). Na prática, não é possível coletar todo o condensado, pois parcela é arrastada pelo fluxo de ar. Assumindo uma eficiência (ε) do aftercooler de 90%, temos: QRc = Qc . ε Q c1 = Qagua - (DLE2 x Gs2 x UR2 ) DLE2 = DLL / P2 = 2000/ 8 = 250 m3 /h Gs2 = 50,7 g de água/ m³ , da Tabela II.9 Qc1 = 63,4 - ( 250 x 0,0507 x 1) = 50,7 kg/h ≅ 50,7 l/h QRc1 = 50,7 x 0,9 = 45,6 kg/h A vazão de água contida no ar que vai para o reservatório será: Q agua2 = Qagua - QRc1 = 63,4 – 45,6 = 17,8 kg/h
  • 57. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 57 Logo após, ao entrar no reservatório, sofre ligeira expansão, e sua temperatura equaliza comadoambiente,de35°C(Gs3 =39,6g/m³),URde100%.Noreservatório,novaquantidade de condensado se precipita (QRc2 ). Mantendo a eficiência de drenagem em 90%, temos: QRc2 = Qc2 . ε Qc2 = Qagua2 - (DLE3 x Gs3 x UR3 ) Qc2 = 17,8 - ( 250 x 0,0396 x 1) = 7,9 kg/h ≅ 7,9 l/h QRc2 = 7,9 x 0,9 = 7,1 kg/h Tabela II.9 - Máxima umidade do ar ARUTAREPMET OÃÇARUTASEDOÃSSERP AMIXÁMEDADIMU )C°( )rab( )³m/g( 0 32600,0 8,4 5 19800,0 1,7 01 15210,0 4,9 51 83710,0 8,21 02 38320,0 3,71 52 92230,0 0,32 03 52340,0 4,03 53 33750,0 6,93 04 02570,0 7,05 54 17790,0 4,56 05 87521,0 3,28 A vazão de água contida no ar que vai para o reservatório será: Q agua3 = Qagua2 - QRc2 = 17,8 – 7,1 = 10,7 kg/h Depois, o ar comprimido será resfriado no secador por refrigeração na temperatura de 5°C. O condensado do ar será todo precipitado e drenado do secador, (QRc3 ). Como há uma perda de carga (0,1 bar), o DLE terá que ajustado. QRc3 = Qagua3 – DLE4 x Gs4 x UR4 Gs4 = 7,1 g de água /m³, da Tabela II.9 QRc3 = 10,7 – 250 x (8 / 7,9) x 0,0071 = 8,9 kg/h ≅ 8,9 l/h A vazão de água contida no ar que vai para a rede será: Q agua4 = Qagua3 - QRc3 = 10,7 – 8,9 = 1,8 kg/h
  • 58. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO58 Para a temperatura da rede de 35°C (Gs3 = 39,6 g/m³), a umidade contida será: UA = 1,8 / (250 x 8 / 7,9) = 0,0071 g/m³ Logo, o ar sairá com uma umidade relativa de: UR = 0,0071 / 0,0396 = 0,18 ou 18% A vazão de água retirada do ar será a soma de todas as parcelas, QRc . Logo: Qc = 45,6 + 7,1 + 8,9 = 61,6 kg/h ≅ 61,6 l/h Em vinte quatro horas de funcionamento por dia, retiram-se do ar cerca 1500 litros de água, sendo que o secador é responsável por retirar cerca de 240 l. Exemplo 5 - Exemplo de cálculo de h de filtro Um aparelho de ar comprimido tem a concentração de impurezas antes da filtragem C1 = 30 mg/m3 . Após a filtragem, a concentração de impurezas é C2 = 0,003 mg/m3 , composta por partículas de tamanho maiores que 3 µm. ηηηηη = 100 - ( C2 /C1 x 100 ) ηηηηη = 100 - [(0,003/30) x 100] = 99,99 O filtro tem uma taxa de separação de 99,99% relativa a partículas maiores que 3 µm. 1.4 - Sugestões para identificar oportunidades na geração - Revise o padrão da demanda de ar comprimido para determinar se o armazenamento está sendo benéfico. - Examine as aplicações de ar comprimido para determinar se podem ser supridas por um compressor menor com armazenagem separada para reduzir as flutuações do sistema causadas por uma demanda intermitente. - Revise as aplicações de ar comprimido e determine o nível de pressão necessário. - Revise o padrão da demanda do sistema de ar comprimido para determinar qual método de estabilização da pressão é mais apropriado. - Entenda as necessidades do seu sistema pelo desenvolvimento dos perfis de pressão e de demanda antes de investir em controles adicionais. - Identifique os usos finais que são afetados pelos problemas de pressão. - Inspecione os equipamentos existentes para assegurar-se de que estão em boas condições operacionais.
  • 59. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 59 - Uma vez implementado esta ações, trabalhe com um especialista em ar comprimido para casar (adaptar) a estratégia de controle com as reais necessidades do seu sistema. - Estabeleça um programa de manutenção regular, bem organizado, de acordo com as especificações dos fabricantes. - Indique alguém da instalação para ter a responsabilidade de cuidar para que todas as necessidades de manutenções do sistema de ar comprimido sejam realizadas corretamente, no tempo programado e adequadamente documentada. - Revise os equipamentos de tratamento de ar comprimido para confirmar se está operando adequadamente. - Inspecione a entrada de ar do compressor para certificar-se de que ele esteja limpo e sem ameaça de contaminação. IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NA DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO A função do sistema de distribuição é transportar o ar comprimido desde os compressores e/ou reservatórios de acumulação até os pontos de uso final. A eficiência na distribuição de ar comprimido é determinada pela capacidade de conduzir o ar comprimido com menores perdas possíveis. 2.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência na distribuição de ar comprimido As principais perdas de eficiência energética em um sistema de distribuição de ar comprimido são decorrentes de: (1) queda de pressão entre o compressor e os pontos de consumo de ar; e (2) vazamentos de ar. Em geral, a linha de distribuição deve ser projetada para que a queda de pressão entre o ponto de geração e o de consumo não ultrapasse o limite recomendável de 0,3 bar ou 5 % da pressão de geração. No entanto, durante a vida útil de uma instalação pode ocorrer que novos pontos de consumo sejam incorporados, com suas demandas de vazão de ar específicas, fazendo com que o limite de perda de carga seja ultrapassado. Uma queda de pressão elevada na distribuição pode dar origem a uma pressão de ar no ponto de consumo inferior à prevista, ocasionando perda de potência nas ferramentas pneumáticas. Nas redes de distribuição, sempre que for possível, é recomendável que seu traçado seja em forma de anel fechado, passando o mais próximo dos pontos de consumo. Isto permite que a distribuição seja mais uniforme quando os consumos são intermitentes, 2222222222
  • 60. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO60 já que o ar poderá chegar até o ponto de consumo por carrinhos diferentes. Com este traçado, as velocidades de escoamento são menores em qualquer ponto e, portanto, as perdas de carga também são menores. 2.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência na distribuição do ar comprimido Considerandooenfoquenosparâmetrosqueatuamparaareduçãodoconsumoepotência, as oportunidades de eficientização nas instalações de distribuição de ar comprimido são relatadas a seguir. 2.2.1 - Redução de perdas devido à queda de pressão (perdas de carga na tubulação) A queda de pressão no sistema de distribuição implica pressões mais baixas nos pontos de consumo de ar do que na descarga do compressor e, conseqüentemente, também decréscimo na potência disponibilizada para as ferramentas, máquinas ou outros consumidores de ar comprimido. Se a queda de pressão, ou perda de carga, é tão alta que a pressão de trabalho é menor que a pressão prescrita, a perda de potência é proporcionalmente muito maior do que a queda de pressão. A potência desenvolvida por uma ferramenta a 5,0 bar, por exemplo, é de somente 45% a 50% da potência fornecida com a pressão de 7,0 bar. Por esse motivo, a rede de distribuição deve ser corretamente dimensionada, já considerando ampliações futuras, de modo que um posterior acréscimo noconsumonãoprejudiquetodoosistemaetornenecessáriaasubstituiçãodaredeinteira. Issoseaplica,acimadetudo,paraoramalprincipal.Ocustoinicialélargamentecompensado pelos ganhos operacionais. Às vezes, uma grande queda de pressão na rede é compensada pelo aumento da pressão de trabalho do compressor; por exemplo, de 7,0 para 8,8 bar. No caso de diminuição do consumo,apressãoficaráacimadodesejado,aumentandoasperdasporvazamentos.Além disso, nem todas ferramentas são projetadas para resistir tais aumentos. Perda de pressões admissíveis (DP). Os seguintes valores são encontrados adotados na prática para não comprometer a eficiência do sistema: - perda máxima de pressão para o ponto mais afastado do compressor: 0,3 bar; - tubulações principais (mestras): 0,02 bar para cada 100 metros de tubo; - tubulações secundárias: 0,08 bar para cada 100 metros de tubo; - tubulações de acesso direto ao consumidor: 0,2 bar para cada 100 metros de tubo; e
  • 61. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 61 - mangueiras de alimentação de marteletes, perfuratrizes etc: 0,4 bar para cada 100 metros de mangueira. Velocidades permitidas para o ar nas tubulações (v) - Tubulações principais: 6 a 8 m/s; - Tubulações secundárias: 8 a 10 m/s; - Mangueiras: 15 a 30 m/s Linhas com excesso de curvas e com mudanças de direção exageradas causam aumento das perdas de carga a serem vencidas pelo compressor e também levam a uma regulagem de pressão de desarme muito alta, causando maior tempo de funcionamento do compres- sor e levando ao consumo maior de potência e energia elétrica. As redes de distribuição de ar comprimido devem ser projetadas de modo que a queda de pressão total - do compressor até o ponto de consumo mais distante - não exceda 0,3 bar. Para o caso de instalações que cobrem grandes áreas, como minas e pedreiras, uma queda de pressão maior no sistema de tubos pode ser aceita, mas não maior que 0,5 bar. Esta já inclui a queda de pressão nas mangueiras de borracha, luvas de acoplamento, engates rápidoseconexões.Especialatençãodeveserdadaàdimensãodessaspeças,poisasperdas mais sérias geralmente ocorrem nessas conexões. Embora em certos casos se utilize o alimentador em anel, isto é, em circuito fechado, a linhaabertaéquasesemprepreferida.Odimensionamentopodeserfeitopordoiscritérios: o da velocidade e o da perda de carga. O primeiro deles é usado apenas para trechos curtos usando-seasseguintesvelocidadesrecomendadas:tubulaçõesprincipais-6a8m/s;ramais secundários - 8 a 10 m/s; e mangueiras - 15 até 30 m/s. O procedimento é bastante simples. Consiste em determinar o diâmetro a partir da vazão e pressão requerida, considerando as velocidades recomendadas conforme o tipo de trecho. {Q = A . v e A = (¶ . D² / 4) è D = 1,13 . (Q / v)½ } Em um sistema de distribuição já em operação a perda de carga, ou queda de pressão, poder ser facilmente determinada pela colocação de manômetro junto ao pondo de consumo do ar comprimido (ponto de uso final). A partir da leitura da pressão no reservatório e no ponto de uso final, obtém-se a queda de pressão para aquele ponto de uso final. Cada ponto de uso final poderá ter uma queda de pressão ligeiramente diferente dos outros, dependendo da distância e do trajeto que o ar percorre até chegar aos pontos de uso final.
  • 62. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO62 Obs.: Para mais detalhes sobre o cálculo de perda de carga de uma linha de distribuição a ser projetada, consultar o livro texto “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO”, item 7.6.1. Perdas de carga e velocidades utilizadas nas tubulações. 2.2.2 - Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição Os vazamentos de ar comprimido são freqüentes e de origens diversas. Representam de 10% a 40% da demanda máxima de ar comprimido de um sistema. Esta variação tão ampla depende da configuração de cada sistema e dos cuidados de manutenção. O desgaste dos equipamentos e acessórios e com o mau uso do ar comprimido constituem as principais causas de perdas. O desgaste de um sistema de distribuição e de seus equipamentos é inevitável. Pode-se analisar esse fenômeno por dois aspectos: sistema principal de distribuição de ar; e sistema secundário acoplado a diversos equipamentos. De maneira geral, os sistemas de distribuição de ar comprimido podem ser configurados dediversasformas.Normalmente,atubulaçãoéconectadapormeiodeconexõesroscadas, flangeadas ou soldadas. As conexões roscadas e flangeadas dão origem a vazamentos ao longo dos anos, em decorrência da perda gradual de vedação. Estas perdas são menos relevantes do que aquelas que ocorrem nos acoplamentos finais. A corrosão pode, da mesma forma, dar origem a vazamentos, sendo, portanto, recomendável que os tubos corroídos sejam trocados por razões de segurança e eficiência energética.Ousodemangueirasdemateriale/oumontageminadequadostambéméoutro item gerador de vazamentos. A maioria das perdas ocorre no acoplamento de um equipamento à tubulação do sistema de distribuição de ar. Todos os acessórios ou dispositivos são acoplados por meio de conexões com juntas de vedação, as quais, com o uso, deixam escapar o ar comprimido. As mangueiras podem furar ou trincar, devido ao envelhecimento. Os conjuntos de filtro-regulador-lubrificador ou separador de líquido podem apresentar vazamentos em vários locais, seja nos acoplamentos rosqueados de entrada e saída, no manômetro, no copo (que pode rachar) ou no dreno, que pode estar gasto ou mau fechado. Quanto aos engates rápidos, tanto no macho como na fêmea, podem apresentar perdas. As juntas de vedação dos cilindros pneumáticos podem apresentar vazamentos, sendo que o risco de vazamento será tanto maior quanto mais freqüente for o uso do cilindro. As válvulas de drenagem elétricas ou os purgadores mecânicos de condensado podem apresentar vazamento tantonas conexões de acoplamento corno no próprio corpo, devido à presença de sujeira na sede da válvula de fechamento. Vazamentos de ar comprimido podem contribuir para problemas com as operações do sistema, incluindo:
  • 63. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 63 - flutuações na pressão do sistema, que podem causar um funcionamento menos eficiente de ferramentas a ar e outros equipamentos operados a ar, possivelmente afetando a produção; - excesso de capacidade do compressor, resultando em custos mais altos que os necessários; e - redução da vida útil de serviço e aumento de manutenção dos equipamentos de suprimento (incluindo o compressor), devido ao desnecessário ciclo e aumento no tempo de operação (ligado). Embora os vazamentos possam ocorrer em qualquer parte do sistema, as áreas em que estes problemas ocorrem com mais freqüência são: acoplamentos (juntas, uniões), mangueiras, tubos, adaptações, uniões de tubulações, engates rápidos, FRLs (filtro, regulador, e lubrificador), purgadores de condensado, válvulas, flanges, roscas de vedação e dispositivos de uso final. A vazão de ar perdido é função da pressão e aumenta com a elevação da pressão do sistema. A vazão de ar perdido é proporcional ao quadrado do diâmetro do furo. A tabela II.10 indica valores da vazão de ar perdido (taxa de vazamento) para diferentes pressões de suprimento e furos de tamanhos aproximadamente equivalentes. TabelaII.10-Vazão de ar perdido em função do diâmetro do furo e da pressão do ar (m3 /min.) OÃSSERP )mm(ORUFODORTEMÂID )rab( 4,0 8,0 6,1 2,3 4,6 6,9 8,4 800,0 330,0 231,0 725,0 701,2 257,4 5,5 900,0 630,0 841,0 885,0 353,2 203,5 2,6 010,0 140,0 261,0 456,0 506,2 158,5 9,6 110,0 440,0 971,0 417,0 758,2 924,6 6,8 410,0 550,0 712,0 868,0 164,3 208,7 Para a identificação de vazamentos, pode ser utilizada a técnica de detecção por ultra-som, que permite localizar todos os pontos de vazamento de ar na distribuição, bem como na área de geração e uso final. Com base na inspeção com ultra-som, faz-se a classificação segundo a prioridade para eliminação dos vazamentos tendo em vista a perda de energia, colocando-se etiquetas nos pontos de vazamentos. Além disso, visando assegurar que o nível de perdas em vazamentos de ar seja o menor possível, deve-se criar uma rotina de manutenção para a distribuição de ar comprimido, baseada na medição periódica da vazão de ar perdido em vazamentos.
  • 64. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO64 É bastante comum nas instalações de ar comprimido nas indústrias não haver verificação e manutenção periódica das linhas de distribuição, por considerar perda de tempo parar a instalação para fazer a manutenção. Os vazamentos existentes (geralmente do conhecimento de todos) são negligenciados. Porém, estes podem atingir patamares significativos em relação ao consumo de energia elétrica e, conseqüentemente, aumentar o custo final do ar comprimido. A tabela II.11 indica as correlações entre o tamanho do furo, a vazão de perdida e a potência desperdiçada em vazamentos, considerando um sistema com pressão de operação de 6 bar. Tabela II.11 - Vazão de ar perdido e potência desperdiçada com vazamentos ORUFODORTEMÂID OTNEMAZAVED ARAEDEPACSE RAB6EDOÃSSERP ARIRPUS/PAICNÊTOP ADIDREPOÃSSERPMOC )mm( m( 3 )nim/ )Wk( 1 600,0 3,0 3 6,0 1,3 5 6,1 3,8 01 3,6 0,33 51 2,52 0,231 De maneira geral, os manuais de fabricantes informam que, de acordo com a idade e a conservação das linhas, pode-se ter uma orientação quanto ao percentual de vazamentos existentes de todo o ar produzido: - instalações com até 7 anos de idade e em bom estado de conservação: não superior a 5%; - instalações com até 7 anos de idade e em estado precário: de 5 a 10%; - instalações com idade entre 7 e 15 anos e em estado regular: de 10% a 15%; - instalações com idade entre 7 e 15 anos e em estado precário: de 15% a 20%; e - instalações com idade superior a 15 anos e em estado precário: superior 20%. Vazamentos de até 5% podem ser tolerados. Existem, atualmente, muitos recursos para detectar vazamentos com aparelhagens específicas que utilizam os princípios do ultra-som. Uma prática bem comum nas tubulações aparentes e de fácil acesso consiste em borrifar uma substância tenso-ativa, como a espuma de sabão, e esperar a formação de bolhas pelo ar que vaza.
  • 65. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 65 Método prático para quantificar os vazamentos de uma instalação Será descrito a seguir um procedimento que revelará o quanto está se perdendo de ar por vazamento. • Pré-requisitos - A instalação consumidora de ar comprimido deverá estar fora de operação (os equipamentos consumidores devem estar ligados normalmente à rede, porém inoperantes). - Caso na instalação exista mais de um compressor para alimentar a rede, dá-se preferência ao de menor porte. Todas as características do compressor devem ser conhecidas, principalmente a vazão que pode produzir. - O manômetro instalado na rede ou no reservatório deverá estar funcionando perfeitamente e, se possível, calibrado. - São necessários dois cronômetros. - Utilizar os mesmos níveis de pressão que estiverem ajustados no pressostato de controle e certificar-se de que esteja funcionando perfeitamente. • Procedimento de teste - Ligar, manualmente, o compressor que será usado no teste, colocando-o em carga até que a pressão da rede atinja o valor de desarme. - Quando ocorrer o desarme (alívio), acionar o primeiro cronômetro, deixando-o funcionar durante todo o teste. - Assim que a pressão da linha cair e o compressor religar e entrar em regime de compressão, acionar o outro cronômetro, o qual deverá ser parado logo que novamente for atingida a pressão de desligamento. - Esta rotina deverá ser repetida pelo menos 5 vezes, para se obter maior precisão dos resultados. - Ao final da última repetição do teste, ambos os cronômetros devem ser desligados. Durante o teste, o volume de ar deslocado ao longo do tempo de compressão efetiva é aproximadamente equivalente ao ar que atravessa os orifícios de vazamento durante a somatória dos tempos de compressão e alívio do compressor (é como se os vazamentos fossem um consumidor virtual). Portanto, o volume de ar vazado multiplicado pela soma do tempo de alívio e o de compressãodeveserigualaovolumedearcomprimidoduranteostemposdecompressão.
  • 66. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO66 Q vaz x T = Q comp x t Q vaz = ( Q comp x t ) / T Em que: Q comp =capacidade nominal de produção do compressor usado no teste (m3 /min); T =tempo total (alivio + compressão) registrado no primeiro cronômetro (min); Q vaz = vazão atribuída aos vazamentos (m3 /min); e t = tempos do compressor em carga (compressão) registrado pelo segundo cronômetro. O valor obtido para Q vaz é a vazão atribuída aos vazamentos existentes, que poderá ser comparada com a capacidade de todos os compressores do sistema que operem em simultaneidade alimentando a mesma rede de ar sob análise, de forma que se possa quantificar o percentual global das perdas por vazamento (% perdas = Q vaz /Q global x 100), Q global é a vazão produzida por todos os compressores que funcionam com simultaneidade no sistema. Esse mesmo percentual poderá ser aplicado para o cálculo da energia elétrica perdida em kWh pelos motores elétricos. Calculados os consumos dos motores por medições reais e aplicando-se esse percentual à energia consumida, tem-se o valor da energia perdida pelos vazamentos. 2.3 - Exemplos Exemplo 1 Uma indústria química iniciou a implementação de um programa de prevenção de vazamentos, seguindo recomendações de uma auditoria em suas instalações de ar comprimido. O primeiro passo foi identificar os vazamentos. Os vazamentos encontrados foram agrupados de acordo com os tamanhos equivalentes aproximados dos furos: 100 vazamentos de 0,8 mm (1/32“) a 6,2 bar, 50 vazamentos de 1,6 mm (1/16”) a 6,2 bar e 10 vazamentosde 6,4mm(1/4”)a6,9bar.Calculeaeconomiaanualquandoestesvazamentos forem eliminados. Assumindo que a indústria opera 7.000 horas por ano, que o custo da energia elétrica seja de R$0,15 por kWh e que a geração de ar comprimido consuma aproximadamente 6,36 kW / m3 . Economia = nº de vazamentos x vazão de ar (m3 ) x kW/m3 x nº de horas x R$/kWh
  • 67. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 67 Usando os valores da vazão de escape de ar dados na Tabela II.10 pode-se determinar: Economia dos vazamentos de 0,8 mm = 100 x 0,041 x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 27.380,00 Economia dos vazamentos de 1,6 mm = 50 x 0,162 x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 54.092,00 Economia dos vazamentos de 6,4 mm = 10 x 2,857x 6,36 x 7.000 x 0,15 = R$ 190.790,00 Total de economia anual com a eliminação dos vazamentos = R$ 272.262,00 Verifica-se que a economia com a eliminação dos 10 vazamentos de 6,4 mm foi responsável por mais de 70% do total da economia alcançada. Quando as perdas são identificadas, é importante priorizar e consertar as maiores primeiro. Exemplo 2 - Casa de máquinas: dois compressores tipo parafuso atendendo, em paralelo, à mesma rede de ar comprimido (um de 75 cv e outro de 125 cv). - Vazão de ar proporcionada pelo compressor de maior porte: 13,4 m3 /min. - Vazão de ar proporcionada pelo compressor de menor porte: 7,5 m3 /min. - Vazão máxima requerida pela instalação nos momentos de pico: 16 m3 /min. - Pressão de desarme dos compressores: 7,1 bar. - Pressão de re-ligamento dos compressores: 6,3 bar. - Idade da instalação: 8 anos. - Estado de conservação: regular. - Vazamentos audíveis em alguns pontos. Teste realizado: - Equipamentos consumidores: desligados. - Compressor utilizado no teste: o de menor porte 75 cv, Q = 7,5 m3 /min. - Pressões de tese: as mesmas de re-ligamento e desligamento. - Tempo de compressão em 6 ciclos de teste (t): 148 s = 9,9 min. - Tempo total de alivio e compressão (T): 594 s = 9,9 min. Qvaz = (Qcomp x t) / T = ( 7,5 x 2,46) / 9,9 = 1,86 m3 /min % perdas = 1,86 / (13,4 + 7,5) = 8,9 % Considerando que os motores elétricos que acionam os compressores operam por 480 horas/mês e que apresentam um consumo médio global de 70 560 kWh (compressão +
  • 68. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO68 alívio), tem-se que o potencial de economia de energia, se sanados os vazamentos, é de 6 280 kWh/mês. Considerando o preço da energia elétrica em R$ 0,20 kWh, equivaleria a R$1.256,00/mês, ou R$15.072,00/ano. 2.4- Sugestões para identificar oportunidades na distribuição - Inspecione os purgadores de condensado e determine se estão operando corretamente. - Revise o método de remoção de condensado utilizado, se possível, com a carga dos compressores durante as horas sem produção.Seestiverliberando muitoar, considere a substituição por um purgador sem perda. - Identifique e conserte os vazamentos. Uma vez não é o suficiente. Incorpore um programa de prevenção de vazamentos nas operações de suas instalações, que deve incluir: identificação e rotulagem (colocação de etiquetas), rastreamento, reparos, verificação e envolvimento dos funcionários. Estabeleça uma meta razoável para a redução do custo efetivo com os vazamentos. De 5% a 10% da vazão total do sistema é um valor típico para instalações industriais. - Uma vez consertados os vazamentos, reavalie o sistema de suprimento de ar comprimido.Trabalhe com um especialista emsistemasdearcomprimidoparaajustar os controles dos compressores. Para maximizar a economia de energia, o tempo de operação do compressor deve ser reduzido para acompanhar a redução da demanda. IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES NO USO FINAL DO AR COMPRIMIDO Sugere-se que antes de atuar na geração devem-se priorizar as ações de melhorias na utilização final do ar comprimido e sua distribuição, pois os ganhos nessas áreas serão refletidos de modo ampliado na geração. Caso contrário, corre-se o risco de a geração ficar superdimensionada. 3.1 - Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar comprimido De maneira geral, o desperdício de energia pode estar associado ao uso do ar comprimido quando ou onde não é necessário, ou à não utilização de práticas que permitam otimizar o 3333333333
  • 69. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 69 seu uso. Por exemplo, o escape dear comprimido quando a máquina não está em operação pode ser evitado fazendo-se o intertravamento desta com o suprimento de ar. A vazão de ar comprimido poderia ser controlada pela utilização de dispositivos especialmente concebidos para reduzir o consumo sem diminuir a eficácia de produção ou, ainda, com a colocação de válvulas solenóides no circuito de distribuição, permitindo interromper o consumo de ar comprimido logo que o processo seja paralisado, interrompendo as perdas por vazamentos no circuito. Em alguns casos a utilização de ar comprimido pode ser completamente eliminada, sendo o seu uso substituído por um processo elétrico ou mecânico. 3.2 - Áreas de oportunidade para melhorar a eficiência no uso final do ar comprimido O primeiro passo na análise de um sistema de ar comprimido é a determinação das necessidades de ar comprimido, definidas pela qualidade e pela quantidade do ar comprimidoparaatenderàsnecessidadesdasaplicaçõesdeusofinal.Amediçãocuidadosa destas necessidades e o entendimento da diferença entre a qualidade e a quantidade de ar irão assegurar que o sistema de ar comprimido esteja configurado adequadamente. A qualidade do ar comprimido é determinada pelo nível necessário de secagem (redução da umidade) do ar e pelo nível de contaminantes toleráveis pelas aplicações de uso final. A qualidade do ar é um fator importante, pois dela dependerá a manutenção preventiva e corretiva tanto das redes de ar como dos consumidores e dos demais acessórios de linha. Aquantidadedoarcomprimido–Aquantidade,ouvolume,dearconsumidoemumsistema de ar comprimido pode ser determinada pela soma dos volumes necessários às aplicações de uso final de ar comprimido e processos operacionais (levando em conta o fator de carga) e a duração do consumo para cada uma destas aplicações. O total de ar necessário não é a soma do consumo máximo de cada ferramenta ou processo, mas a soma dos consumos médios de cada um. Os requisitos de pressão - O nível mínimo de pressão de descarga do compressor requerida deve levar em conta as diferentes pressões das aplicações de ar comprimido e processos, bem como a queda de pressão nos componentes do sistema. Muito freqüente as quedas ou flutuações na pressão no uso final é mal diagnosticada quando a pressão de descarga não é suficiente. Queda de pressão é uma expressão usada para caracterizar a redução na pressão do ar descarregado para uso no ponto final. A queda de pressão ocorre quando o ar comprimido passa através dos sistemas de tratamento e de distribuição. A queda de pressão excessiva resultará em desempenho pobre e excessivo consumo de energia. O perfil de pressão é resultado de uma série de medições de pressões do sistema de ar
  • 70. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO70 comprimido em diferentes pontos no sistema e permite a identificação dos componentes que estão causando excessiva queda de pressão. Requisitos da demanda de carga - Outro fator chave para o projeto e operação adequados de um sistema de ar comprimido é a análise do perfil da carga demandada. A variação da demanda é uma das principais considerações no projeto do sistema. Instalações com grandes variações na demanda de ar necessitam de um sistema que opere eficientemente sob carga parcial. Neste caso, múltiplos compressores com controles seqüenciais fornecem uma operação mais econômica. Instalações com perfil contínuo de carga podem usar estratégias de controle simples. 3.2.1 - Redução de perdas pela eliminação de usos inapropriados do ar comprimido A geração de ar comprimido é uma das operações mais caras em uma instalação industrial. Quandousadocomsabedoria,oarcomprimidopodefornecerumafonteseguraeconfiável depotênciaparaosprocessosindustriais.Usuáriosdevemsempreconsiderarocustoefetivo do ar comprimido para as tarefas requeridas e eliminar demandas improdutivas. Usos inapropriados de ar comprimido incluem qualquer aplicação que possa ser executada por outrométodomaiseficienteenergeticamentequeporarcomprimido.AtabelaII.12fornece alguns usos de ar comprimido que podem ser inapropriados e sugestões de formas alternativas de realizar estas tarefas.
  • 71. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 71 Tabela II.12 - Resumo de usos de ar comprimido que podem ser inapropriados ETNEMLAICNETOPSOSU SODAIRPORPANI SEÕÇA/SAVITANRETLAEDSEÕTSEGUS edossecorp,megaces,azepmiL otnemairfser serodalitnev,oãsserpaxiabedserodarpoS siacob,savocse/saruossav,socirtéle otnemahlivlop/otnemahlapsE eoãsserpaxiabedserodarpoS serodarutsim oãçazimota,oãçaripsA oãsserpaxiabedserodarpoS otnemacolseD oãsserpaidémarapaxiabedserodarpoS oucávedoãçareG ametsisuoadacidedoucávedabmoB oucávedlartnec laossepoãçazitamilC socirtélEserodalitneV xetrovropotnemairfser,sotrebasobuT mesodimirpmocraropodarepo otatsomret rauora/rarolacedrodacorT arapotatsomretmocodanoicidnoc otnemairfser raropodanoicarodarutsiM ocirtélerotomropodanoicarodarutsiM raasadarepoamgarfaidedsabmoB edadicolevedrodalortnocmocrodalugeR acirtéleabmob,odauqeda *sosoicosotnemapiuqE eraedadartneanaluvlávamueuqoloC etnemacitamotuaadalortnocajeseuq **sodanodnabasotnemapiuqE odraedotnemirpusoratcenocseD otnemapiuqe * Equipamentos que, temporariamente, não estão sendo usado durante o ciclo de produção. **Equipamentos que não estão mais em uso ou devido a alterações de processo ou porque estão defeituosos. 3.2.2 - Substituição de ar comprimido nas aplicações de uso final de baixa pressão O ar comprimido é muito caro para ser produzido, pois deve ser limpo, prontamente disponível, e simples de usar. É freqüentemente escolhido para aplicações nas quais outros métodos ou fontes de ar podem ser mais econômicas. Para reduzir o custo de energia com ar comprimido, métodos alternativos de suprimento de baixa pressão para uso final devem ser considerados antes de utilizar ar comprimido em tais aplicações. Muitos métodos alternativosdesuprimentoparausosfinaisdebaixapressãopodempermitirqueaindústria alcance maior eficiência e produtividade em seus processos produtivos (Tabela II.13).
  • 72. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO72 Tabela II.13 - Alternativas para aplicações de uso final de baixa pressão OSUEDSEÕÇACILPA AXIABMELANIF SETNETSIXEOÃSSERP SAVITANRETLA LAICNETOPME SEÕÇAREDISNOC ,atrebaadíasmocorpoS )oãçatiga(arutsim ,serodalitneV ,serodarpos siacob.serodarutsim -sedotrebaorposedseõçacilpA araP.odimirpmocramaçidrep atlaedsiacob,seõçacilpasatse ,uosodazilituresmedopaicnêicife ,oãsserpatlaoirássecenéoãnes .rodalitnevedosuoraredisnoc rarutsimedsocinâcemsodotéM aigrenesonemmasuetnemacipit .odimirpmocraoeuq saossepedotnemairfseR raeserodalitneV odanoicidnoc arapodimirpmocraedosuO -osoãnsaossepedotnemairfser mébmatsam,oracéetnem es-meved,osacetseN.osogirep -nocrauo/eserodalitnevrazilitu .odanoicid setrapedazepmiL ,saruossav,savocsE edabmob sahniotnevoucáv ,oãsserpaxiabedserodarpoS saruossav,socirtéleserodalitnev aicnêicifeatlaedsiacobesavocse siamoãssetrapedazepmilarap odimirpmocraoeuqsetneicife .saferatsiatrautefearap sabmobeserotoM raropsodanoica ,socirtéleserotoM sacinâcemsabmob rotommuropadazilaeraferatA -lamronedopodimirpmocraed -nêiciferoiammocatiefresetnem -élerotommuropacitégreneaic -irepsetneibmameotecxe,ocirt sabmobsA.)sovisolpxe(sosog euqsetneicifesiamoãssacinâcem amgarfaidolpudedsabmobsa amume,otnatertnE.raasadarepo meuo/eavisolpxearefsomta sabmobovisarbaotnemaebmob oãsserpedmegalugermoc ”ffotuhs“edelortnoceadauqeda -mocraedosuo)otnemagilsed( .odairporpasiamresedopodimirp
  • 73. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 73 3.3 - Exemplos Exemplo 1 A tabela II.14 mostra exemplos de usos inapropriados de ar comprimido em uma planta industrial de uma montadora de automóveis. A planta industrial implantou as ações identificadas na tabela para eliminar ou reduzir as perdas com estes usos inapropriados. Tabela II.14 - Exemplos de usos inapropriados de ar comprimido OÃÇAREPO EDOÃZAV OCIP LANIGIRO m( 3 )nim/ EDOREMÚN SAROH SEÕÇA EDOÃZAV OCIP ADASIVER m( 3 )nim/ OÃÇUDER OÃZAVAD OCIPED m( 3 )nim/ serodarpoS adíased atreba 66,5 005.6 edoãçalatsnI siacob 24,1 42,4 edrodareG oucáv 23,82 000.5 edabmoB oucáv ropadanoica rotom ocirtéle 0 23,82 -oãçazitamilC laossep 66,22 005.3 edoãçazilitU serodalitnev 0 66,22 serodautA socitámuenp 42,12 005.3 odíutitsbuS rodautarop ocirtéle 0 42,12 oãçudeR latoT 64,67 Umaauditorianaplantaindustrialmostrouqueaenergiausadaparageraroarcomprimido era, em média, de 18 kW / 2,8 m³/min . O custo da energia elétrica para a planta industrial é de R$ 0,15 por kWh. Economia anual = [kW por m³/min] x [m³/min economizado] x [# de horas] x [$ por kWh] = 18/2,8 x [(4,24 x 6500) + (28,32 x 5000) + (22,66 x 3500) + (21,24 x 3500)] x R$0,15 = R$ 311 350,24
  • 74. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO74 3.4 - Sugestões para identificação de oportunidades no uso final - Identifique o uso de equipamentos de baixo consumo de ar comprimido. - Procure orientações sobre procedimentos adequados, processos ou equipamentos alternativos que sejam capazes de realizar as mesmas aplicações do ar comprimido, porém com menor consumo de energia. - Monteuma“saladeaula”detreinamentoemotimizaçãodesistemaouprocureserviços de profissionais em sistemas de ar comprimido. - Contrate bons profissionais para projetos eficientes ou manutenção adequada, por meio de cadastros, capacitação e certificação desses profissionais. - Realize campanhas de caça aos vazamentos. - Revise as aplicações de ar comprimido para determinar os níveis de pressão do ar necessários. - Revise os usos originais do ar para determinar se o desenvolvimento dos processos de fabricação eliminou alguns pontos de consumo e não são mais necessárias ou podem ser re-configurados para se tornarem mais eficientes. - Considere a implementação de um programa de detecção e reparos de vazamentos usando um detector ultrassônico de vazamento. Um programa efetivo de reparo de vazamentos deve incluir uma revisão das pressões e dos controles do sistema com objetivo de reduzir o consumo de energia. Avaliando as aplicações de uso final para obter máxima eficiência Para assegurar a eficiência das aplicações de uso final de ar comprimido, os passos apontados na tabela II.15 devem ser tomados:
  • 75. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 75 Tabela II.15 - Passos e ações para melhora eficiência SOSSAP SEÕÇA 1 euqlanifosuedseõçacilpasalepsodireuqeroãsserpedsievínsorasiveR edotafoleP.ametsisodoãsserpedlevínoranimretedmeved eraedomusnoconaçnerefidlaicnatsbusamuritsixeetnemetneüqerf setnerefidedseralimissatnemarrefropsodireuqeroãsserpedsievínson oãçacilpaaarapetnacirbafadacedserolavsoetnavel,setnacirbaf oãsserpmocaditimrepamixámoãsserpridnufnocoãN.acifícepse .adireuqer 2 -nemanoisnemidO.satnemarrefsadadartneanraodoãsserpararotinoM sodipársetagneeserodatpada,sarieugnamsadodauqedaniot adizuderoãsserpA.oãsserpedadeuqednargmeatluseretnemetneüqerf snuglame,eohnepmeseduesozuderatnemarrefamuedadartnean euqroteedadicolevaarapseroiamsatnemarrefrereuqeredop,sosac .ocifícepse 3 .agracmes”erviledadicolev“mocatnemarrefreuqlauqedoãçareporativE rerrocomesraraçidrepsedáriamrofatsedatnemarrefamuedoãçarepoA .litúohlabart 4 adatsagsedatnemarrefamU.lanifosuadacedoãçautisaenoicepsnI odimirpmocraedovissecxeomusnoc,oãsserpatlareuqeretnemlamron .sedadimixorpsanseõçareposartuoratefaedope 5 olepodacificepseomocsadacifirbulresmevedraasatnemarreF edervilratseevedlanifosuodotarapodicenrofraO.etnacirbaf .aicácifeausesatnemarrefsadadivarazimixamarap,odasnednoc 6 eoãsserpedseralimisedsotnemireuqermoclanifosuedseõçacilpA -ubutsaraziminimodnitimrep,sadapurgaresmevedraededadilauq .selortnoceraedotnematart,seõçal 7 sonseõsserpsatlaedsotnemireuqersorizuder,levíssopes,erailavA .ametsisodoãsserparatsujaadiugesmE.lanifosuedsotnop 8 edsaomocsetneicifenilanifosuedseõçacilpariutitsbuseragitsevnI .xetrovlacoboomocsiatsetneicifesiamseleuqaropotrebaotnemarpos
  • 76. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO76 ASPECTOS ECONÔMICOS 4.1- Benchmarking para o custo de ar comprimido Benchmarking é a prática de determinar parâmetros chaves de operação de um sistema para fornecer pontos de comparação, constituindo-se em uma valiosa ferramenta de rastreamentododesempenhodosistema,deidentificaçãodeproblemasededeterminação da eficácia de alterações implementadas no sistema. Alguns índices de referência práticos são:consumoespecíficodocompressor,custounitáriodoarcomprimidoenecessidade de ar comprimido do produto final. Os índices de referência podem ser usados para comparar uma instalação com um sistema teórico para determinar o desempenho máximo atingível (eficiência clássica). Os índices de referência também são usados para comparar a operação atual com o histórico das operaçõespassadas.Istopodeidentificarasfalhaspotenciaisdentrodosistema,bemcomo identificar oportunidades de melhorias da eficiência. Outro uso comum dos índices de referência é na comparação de instalações similares. 4.2 - Determinação do custo do ar comprimido para suas instalações Muitas instalações industriais necessitam, de alguma forma, de ar comprimido, seja para acionar uma simples ferramenta a ar ou para a realização de tarefas mais complicadas, como a operação e controle pneumático. Uma pesquisa recente do Departamento de Energia dos EUA mostrou que em uma instalação industrial típica aproximadamente 10% da energia elétrica consumida é para a geração de ar comprido.Para algumas instalações a geração de ar comprimido pode atingir 30% ou mais da eletricidade consumida. Ar comprimido é uma utilidade industrial gerada na própria indústria. Muito freqüentemente o custo de geração não é conhecido. Algumas companhias nos EUA usam valores de 6,40 a 10,60 dólares por 1000 m3 de ar. Arcomprimidoéumadasformasdeenergiamaiscarasemumaplantaindustrial.Aeficiência global de um sistema típico de ar comprimido pode ser tão baixa quanto 10% a 15%. Por exemplo, um compressor consome aproximadamente 7 a 8 kW para produzir 1 kW de ar comprimido. Para calcular o custo do comprimido produzido, usa-se a fórmula: 4444444444 Custo ($) = (pcv)x(0,735)x(no de horas)x($/kWh)x(%tempo)x(%pcv - carga plena) Eficiência do Motor
  • 77. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 77 em que: pcv - potencia (cv) do motor com carga plena (normalmente maior que a potência indicada na placa do motor); 0,735 - conversão entre cv e kW; % tempo – percentual do tempo trabalhando neste nível de operação; % pcv - plena carga - percentual do tempo a plena carga neste nível de operação; e Eficiência do Motor - Eficiência do Motor neste nível de operação. Exemplo Uma instalação típica de uma fábrica tem um compressor de 200 cv (o qual requer 215 pcv) operando 6800 horas por ano. O compressor opera a plena carga 85% do tempo (eficiência do motor = 95%) e opera em vazio o restante do tempo (25% pcv - carga plena e eficiência do motor = 90%). O custo da energia elétrica é de R$0,15/kWh. Custos quando totalmente operando carregado Custos quando operando vazio Custo anual = R$ 144 217,00 + R$ 6 716,00 = R$ 150 933,00 Perspectivadecustosduranteavidaútilde10anosparaumsistemadearcomprimido Os custos da energia são os principais fatores de economia. Um estudo profundo dos cus- tos da instalação deverá mostrar os caminhos da otimização. A figura II.8 mostra os percentuais dos custos envolvidos num sistema de ar comprimido. Asmaioresdespesasrecaemnoconsumodaenergia.Aescolhadeumsistemaderegulagem e controle de operação eficiente, do tipo do compressor, e do dimensionamento para atender à demanda vai influenciar bastante nos custos finais dos produtos. Custo ($) = = R$144217,00 (215cv)x(0,735)x(6800h)x(R$0,15/kWh)x(0,85)x(1,0) 0,95 Custo ($) = = R$6716,00 (215cv)x(0,735)x(6800h)x(R$0,15/kWh)x(0,15)x(0,25) 0,90
  • 78. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO78 Figura II.8 - Custos de uma instalação de ar comprimido Sugestões - Determine o custo do ar comprimido para as suas instalações pelo monitoramento periódico das horas de operação do compressor e do ciclo de trabalho com carga. - Use a abordagem sistêmica enquanto operar e realizar manutenção no sistema de ar comprimido. Adote uma política abrangendo toda a instalação de ar comprimido para cortar custos e reduzir desperdícios pela eliminação de usos inapropriados, reparo rápido de vazamentos e casamento do sistema de suprimento com a demanda. Custo do ar comprimido Ocustodoarcomprimidoédifícildeserdeterminado,poiséinfluenciadoporváriosfatores além da eletricidade consumida: manutenção, área ocupada (aluguel, impostos, etc), amortizaçãodocapital,dentreoutros.Paraestimativasconservadorasdeeconomia,alguns destes fatores podem ser desprezados. Apesar de tratar-se de uma aproximação, esta pode ser usada para estimar o potencial de economia de medidas de conservação; Custo anual do compressor trabalhando em carga A parcela do custo anual de geração de ar comprimido, devido ao compressor trabalhando em carga, é fornecida pela equação:
  • 79. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 79 em que: acC custo anual de geração, compressor com carga R$ / ano ccP potência do compressor em carga kW cct tempo de funcionamento em carga h / ano kWhC custo específico da energia elétrica R$ / kWh c número de compressores do sistema / Custo anual do compressor trabalhando em vazio A parcela do custo anual de geração de ar comprimido, devido ao compressor trabalhando em vazio, é fornecida pela equação: ( ) kWh c i cvicviav CtPC .. 1 ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = ∑= em que: avC custo anual de geração, compressor em vazio R$ / kWh cvP potência do compressor em vazio kW cvt tempo de funcionamento do compressor, em vazio h / ano kWhC custo especifico da energia elétrica R$ / kWh c número de compressores do sistema / Custo anual de geração de ar comprimido Com a soma dos valores obtidos por meio das fórmulas acima, chega-se ao custo anual de geração do ar comprimido: avacaa CCC += Em que: aaC custo anual de geração do ar comprimido R$ / ano ( ) kWh c i ccicciac CtPC .. 1 ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = ∑=
  • 80. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO80 Custo específico do ar comprimido Com o custo anual de geração de ar comprimido, calcula-se o custo específico do mesmo: ∑= = c i cccc aa ar ii tV C C 1 ).(.60 em que: arC custo específico do ar comprimido R$ / m³ aaC custo anual de geração do ar comprimido R$ / ano ccV vazão do compressor m³/min cct tempo de funcionamento do compressor, em carga h / ano c número de compressores no sistema /
  • 82. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO82
  • 83. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 83 PARTE III - FONTES DE CONSULTA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEEL/ANP.EficiênciaEnergética:IntegrandoUsoseReduzindoDesperdícios,Brasília,432p, 1999. ATLASCOPCO.Compressedairengeneering.Suécia:AtlasCopcoLiteratureDepartament, 1971. 1 volume, 360 páginas. CAMELO CAVALCANTI, E.S.; SOARES, G-A- ;CAPELLA, P-S-; OLIVEIRA, T-D- Diagnóstico Energético no Sistema de Ar Comprimido da Fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP), Relatório Técnico CEPEL- ADG/A-DUE-539/00, CEPEL, 47p, 2000. Compressed air manual, 6th edition, ATLAS COPCO COMPRESSOR AB, ISBN 91-630-7342-0, Sweden. Compressed air systems in the European Union (3), Energy emissions, Savings potencial and policy actions, Peter Raddgen and Edgard Blaustein, 161, ISBN 3-932298-16-0, or as PDF document. Compressed air systems, A guidebook on energy and cost savings, E.M. Talbott, 260, ISBN 0-13-175852-7. COSTA, E. C. Compressores. 1a Edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1988 . 1 volume, 368 páginas EDWARDS, P. Coinpressed Air Systeins Energy Reduction Basics. Ingersoll-Rand Coinpany, Davidson, NC (EUA), March 1998. HORTA,F.J.N.EficiênciaEnergéticaemSistemasdeArComprimido;Eletrobrás/Procel,2004. ELECTRICPOWERRESEARCHINSTITUTEApplicationsofAcAdjustableSpeedDrives.Palo Alto: Electric Power Research Institute, 1991. 1 volume, 50 páginas. GIRAU, E. Ahorro de Energia Eléctrica en Sistemas de Ar Comprimido. Electrical Energy Effi- ciency in Latin American Insdustry, Junho 1997. GOLDEMBERG, J. Economia de Energia no Setor Industrial: Série Estudos e Documentos, Companhia de Promoção de Pesquisa Científica e Tecnológica do Est, de São Paulo, São Paulo, 27p., 1981. 1111111111
  • 84. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO84 HAHN, A, Programa de Eficientização Industrial - Compressores. Rio de Janeiro: Eletrobrás / PROCEL, 2003. 1 volume, 88 páginas. IndustrialPneumaticTechnology,Bulletino275-B1,ParkerTraining,151,ISBN1-55769-015-4. Lawrence Berkeley National Laboratory. Improving Compressed Air System Performance: A Source-book for Industry, Revision 0, DOE – Motor Challenge and the Compressed Air Challenge Programs, Washington (D.C.) (EUA), Abril 1998. LOWEN, K. eWILLOVER, L. MaximizingYour Compressed Air UtilityThrough Microprocessor Control Systems, Air Compressor Group, Ingersoll-Rand Company. 1996. MACINTYRE A.J, Instalações hidráulicas prediais e industriais. 2a Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara SA, 1988. 1 volume, 798 páginas. MALLORY, M. UnderstandingYour Compressed Air System is Important to Managing itWell, Energy Matters, Maio/Junho, p. 4, 2000. Manual de Ar Comprimido e Gases – Compressed Air and Gas Institute; John P. Rollins; Prentice Hall, 2004. MARQUES, M.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. (coordenadores) Conservação De Energia. 1a Edição. Itajubá: Editora da EFEI, 2001. 1 volume, 467 páginas. NADEL, S.; SHEPARD, M. et al. ENERGY-EFFICIENT MOTOR SYSTEMS: A Handook on Tecjnology, Programs and Policy Oppotunities. USA: ACE3, [2000]. New Compressed Air and Gas Data, INGERSOLL - RAND, USA, New York,1970. PACT Collections of CA - audit documents (an eletronic survey) vide links. PneumaticHandbook.PrinciplesofPneumaticas-PneumaticTechnicalData,5th edition,Trade and Technical Press Ltd., London. Pneumatik-Anwendungen(PneumaticApplications),Kostenmitpneumatik,KurtStoll,335, ISBN 3-8023-1802-1. RISI, J-D- Energy Savings With Coinpressed Air, Energy Engineering; 92 (6): 49-58 (1995). RODRIGUES, P.S.B. Compressores industriais. 1a Edição. Rio de Janeiro: EDC – Ed. Didática e Científica, 1991. 1 volume, 515 páginas. SHOEPS, C-A- & ROUSSO, J. Conservação de Energia Elétrica na Indústria, 3a. edição, Rio de Janeiro, CNI, DAMPI, ELETROBRÁS/PROCEL, 92p. SPIRAX SARCO, Manual de produtos para seu sistema de ar comprimido. 1a Edição. São Paulo: 1996. 1 volume, 120 páginas.
  • 85. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO 85 2222222222 STREETER, V.L,WYLIE, E.B, Mecânica dos fluídos. 7a Edição. São Paulo: Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1988. 1 volume, 583 páginas. TALBOT,E-M-CompressedAirSystems:aGuidebookonEnergyandCostSavings,Ed.Prentice Hall, Nova Yorque, 260 p., 1992. US-DEPARTMENT OF ENERGY. Industrial Compressed Air System Energy Efficiency Guide- book. Carroll, Hatch and Associates, Inc., Portland, EUA. 1993. 98p. Sponsored by USDOE, Washington, DC (United States). DOE Contract AC79-908P03940. VAN WYLEN, J.G., SONNTAG, R.E. Fundamentos da termodiâmica clássica. 2a Edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1991 . 1 volume, 565 páginas. WILSON, R-E- Data Logging a Plant Coinpressed Air Systein, Energy Matters, (5),:5- 9, 1999. LINKS ÚTEIS http://www.atlascopco.com.br http://www.barionkar.com.br http://www.chicagopneumatic.com.br http://www.drucklufttechnik.de http://www.eere.energy.gov http://www.eniplan.com.br http://www.festo.com.br http://www.gardnerdenver.com http://www.hitachi.com.br http://www.ingersoll-rand.com.br http://www.knowpressure.org http://www.leybold.com http://www.nash.com.br http://www.oit.doe.gov/bestpractices/ http://www.omel.com.br http://www.pactapplied.com http://www.schulz.com.br/compressores
  • 86. MANUAL PRÁTICO - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO86 3333333333 http://www.spiraxsarco.com.br http://www.sulzer.com.br ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES Eletrobrás / Procel Universidades Instituto Nacional de Eficiência Energética - INEE Associação Brasileira de Empresas de Conservação de Energia - ABESCO SENAI