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Universidade Federal do Pará
   Hospital Universitário João de Barros Barreto
       Residência Médica em Clínica Médica




 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

“Caracterização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
   (DPOC) – Definição, Epidemiologia, Diagnóstico e
                    Estadiamento.”

                          Flávia Matos
                      R1 de Clínica Médica




    J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
CONCEITO



Patologia respiratória prevenível e tratável,que se caracteriza pela
presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, parcialmente reversível.


Geralmente progressiva. Associada a uma resposta inflamatória anormal
dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos,sendo causada
primariamente pelo tabagismo.




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Epidemiologia



 • Estudo Platino (Prevalência de 6 a 15,8%).

 • Morbidade: 5ª causa de internações (SUS). Custo – 72
     milhões.

 • Mortalidade: Nos ultimos anos variando entre a 4ª e a 7ª
     causa de óbitos no Brasil.



J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Etiopatogenia

 Alterações dos Brônquios                                Bronquite Crônica




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Etiopatogenia



    Alterações dos Bronquíolos                           Bronquiolite Obstrutiva




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Etiopatogenia



 Alterações do Parênquima                                Enfisema Pulmonar




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
FATORES DE RISCO


               Fatores externos:

               • Tabagismo
               • Fumaça de lenha
               • Condição socioeconômica
               • Poeira ocupacional
               • Infecções respiratórias graves na infância
               • Irritantes químicos

               *indústrias de borracha, plásticos,couro, têxtil e moagem
               de grãos.




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FATORES DE RISCO




             Fatores individuais

             • Alfa-1 antiquimotripsina
             • Hiper-responsividade brônquica
             • Desnutrição
             • Prematuridade
             • Deficiência de alfa-1 antitripsina
             • Deficiência de glutationa transferase



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DIAGNÓSTICO

                                                     Exposição a fatores de risco:
 Sintomas crônicos respiratórios
                                                     • Tabagismo
                                                     • Poeira ocupacional
 • Tosse
                                                     • Fumaça de lenha
 • Secreção
 • Dispnéia
                                                     Fatores individuais conhecidos
 • Sibilos
                                                     • Deficiência de alfa-1 antitripsina




                                                                  •CVF
                                                                  •VEF1
                                                                  •VEF1/CVF < 0,7 P-B




            Outros exames: Rx de tórax (dd), gasometria (se satO2 <90%).

J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Índice de dispnéia modificado do MRC:


0 – Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso.
1 – Tenho falta de ar quando apresso o meu passo, ou subo escadas
ou ladeira.
2 – Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou
ando mais devagar que outras pessoas de minha idade.
3 – Preciso parar muitas vezes devido à falta de ar quando ando
perto de 100 metros, ou poucos minutos de caminhada no plano.
4 – Sinto tanta falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajuda
para me vestir ou tomar banho sozinho.


  (Modificado de: Ferrer M, Alonso J, Morera J, et al. Chronic obstructive pulmonary disease and health-
  related quality of life. Ann Intern Med 1997;127:1072-9)
ESTEREÓTIPOS CLÁSSICOS

“Pink puffer” (soprador róseo)          “Blue Bloater” (Soprador azul)
Indicações para dosagem de α1-antitripsina




• Enfisema pulmonar com início em adulto jovem < 45 anos

• Enfisema pulmonar sem fator de risco conhecido

• Enfisema predominante em região basal

• Doença hepática inexplicada

• Vasculite com positividade para c-ANCA

• História familiar de enfisema, doença Hepática, paniculite ou
    bronquiectasia.

J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Diagnóstico Diferencial




                Asma                                     Tuberculose pulmonar




                 ICC                                        Bronquiectasia

J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Dados da história e exames que favorecem a asma, no
                  diagnóstico diferencial



            • Início na infância ou adolescência
            • História familiar
            • Não-tabagista
            • Variação acentuada do grau de sintomas e sinais
            • Reversibilidade completa da limitação do fluxo aéreo
            • Boa resposta ao corticóide inalado




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Estadiamento com base na Espirometria (GOLD)

    Estádio                      VEF1/CVF                VEF1

    Doença Leve                  < 70 %                  Normal

    Doença Moderada              < 70 %                  ≥50 % < 80%

    Doença Grave                 < 70 %                  ≥ 30% < 50%

    Doença Gravíssima            < 70 %                  < 30




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Aspectos clínicos e gasométricos adicionais aos
                  dados espirométricos

MRC 2 ou 3                                   Doença Grave


MRC 4                                        Doença Muito Grave


Hipoxemia (PaO2<60 mmhg)                     Doença Grave


Hipercapnia (PaCO2 > 50 mmhg)                Doença Muito Grave


Cor pulmonale                                Doença Muito Grave



J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Tratamento Ambulatorial e Hospitalar da
               Exacerbação
   Infecciosa e Não-Infecciosa da DPOC


“Caracterização Clínica e Laboratorial da Exacerbação
                      Infecciosa”




         J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC



      Fatores Pulmonares:

      •   Infecção respiratória;
      •   Tromboembolismo pulmonar;
      •   Pneumotórax;
      •   Deterioração da própria doença de base.




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC



            Fatores Extrapulmonares:


            •Alterações cardíacas
            (arritmias, infartos, descompensação cardíaca);
            • Uso de sedativos e outras drogas.




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC


           Agentes etiológicos mais comuns:

           •   Haemophilus influenzae,
           •   Streptococcus pneumoniae,
           •   Moraxella catarrhalis,
           •   Vírus respiratórios,




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Exacerbação da DPOC

 Objetivos na conduta:


 • Tratar o fator desencadeante.

 • Melhorar a oxigenação do paciente (SpO2 > 90%).

 • Diminuir a resistência das vias aéreas.

    (Broncodilatadores, corticóides e fisioterapia respiratória).

 • Melhorar a função da musculatura respiratória

    (Suporte ventilatório não-invasivo, nutrição adequada, ventilação
     mecânica).


J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Exacerbação da DPOC

  Conduta na exacerbação sem necessidade de internação:

  • Antibioticoterapia se:

  1- Aumento do volume da expectoração;
  2- Aumento da intensidade da dispnéia;

  3- Mudança do aspecto da expectoração para purulento.




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
Exacerbação da DPOC
 Broncodilatador inalatório:

 • Iniciar ou aumentar a freqüência de uso de beta-2-agonista de curta
   duração e/ou brometo de ipratrópio.

 Corticóide:

 • Prednisona ou equivalente por via oral.

 Oxigênio:

 • Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 90 e 92%



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Exacerbação da DPOC

Condições indicativas de internação

1- Insuficiência respiratória aguda grave:
* aumento acentuado da dispnéia.
* distúrbios de conduta ou hipersonolência.
* Incapacidade para se alimentar, dormir ou deambular.

2- Hipoxemia refratária.
3- Hipercapnia com acidose (comparar com gasometrias
   prévias do paciente).


J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC

Condições indicativas de internação:

4- Complicações (embolia pulmonar, pneumonia ou
   pneumotórax).
5- Insuficiência cardíaca descompensada ou
   descompensação de outra condição associada, como
   diabetes.
6- Impossibilidade de realizar corretamente o tratamento
   ambulatorial, por falta de condição Socioeconômica.



J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC



 • Condições que podem exacerbar o paciente estável:

 1- Necessidade de procedimentos invasivos

 2- Necessidade de realizar procedimentos médicos
    ou cirúrgicos que requeiram o uso de
    hipnoanalgésicos,sedativos ou anestésicos




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC

   Exacerbação com necessidade de internação:

1 - Antibiótico:
   Em pacientes graves recomenda-se sempre a
   prescrição de antibiótico, exceto se se identifica uma
   etiologia não-infecciosa.




J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC



Exacerbação com necessidade de internação:

2- Broncodilatador:
   β-2-agonista de curta duração a cada 20 minutos -
   até 3 doses e, em seguida, de 4/4 horas até
   estabilização;
3- Brometo de ipratrópio a cada 4 horas;
4- Xantinas a critério médico.


J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
Exacerbação da DPOC

Exacerbação com necessidade de internação:

5- Corticóide:
   Hidrocortisona ou metilprednisolona IV por até 72 horas,
   seguida de prednisona ou equivalente por via oral.
6- Oxigênio:
   Titular a oferta para manter SpO2 entre 90 e 92%.
7- Ventilação não-invasiva
8- Ventilação invasiva:
   Na falência ou contra-indicação de ventilação não-
   invasiva.
9- Fisioterapia respiratória a ser avaliada individualmente

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Fatores de risco de má evolução da agudização



•   Idade > de 65 anos
•   Dispnéia grave
•   Co-morbidade significativa*
•   Mais de 4 exacerbações nos últimos 12 meses

*Cardiopatia, diabetes mellitus dependente de
insulina, insuficiência renal ou hepática.
Fatores de risco de má evolução da agudização




•   Hospitalização por exacerbação no ano prévio
•   Uso de esteróides sistêmicos nos últimos 3 meses
•   Uso de antibióticos nos 15 dias prévios
•   Desnutrição
Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com
os patógenos causadores das exacerbações e tratamento
           antibiótico ambulatório recomendado



• Grupo I - DPOC com VEF1 > 50% e sem fatores de risco:

AGENTES:
• H. influenzae, M. catarrhalis, S. pneumoniae, C. pneumoniae e
M. pneumoniae.

Antibióticos recomendados:
• β-lactâmico + inibidor de β−lactamase1, Cefuroxima
  Azitromicina/claritromicina
Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com
os patógenos causadores das exacerbações e tratamento
           antibiótico ambulatório recomendado



• Grupo II - DPOC com VEF1 > 50% e COM fatores de risco:

  AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP.

  Antibióticos recomendados:

  Os anteriores, além de Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino e
  telitromicina
Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com
os patógenos causadores das exacerbações e tratamento
           antibiótico ambulatório recomendado


• Grupo III - DPOC com VEF1 entre 50% e 35% e COM fatores de
  risco:

  AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP e
  Gram- entéricos.

  Antibióticos recomendados:

  Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino, telitromicina e
  beta-lactâmicos + inibidor da lactamase.
Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com
 os patógenos causadores das exacerbações e tratamento
            antibiótico ambulatório recomendado


• Grupo IV - DPOC com VEF1 < 35% e COM fatores de risco:

  AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP e
  Gram- entéricos.
  Antibióticos recomendados:

  Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino e ciprofloxacino
  (pseudomonas)

 Se alergia a quinolonas: beta-lactâmicos + inibidor da lactamase.
DPOC Estável

       Broncodilatadores, Corticóides, N- Acetilcisteína,
                 Oxigenoterapia, Vacinação.
       Tratamento do Cor Pulmonale e da Hipertensão
                          Pulmonar


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Aula: DPOC

  • 1. Universidade Federal do Pará Hospital Universitário João de Barros Barreto Residência Médica em Clínica Médica Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica “Caracterização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – Definição, Epidemiologia, Diagnóstico e Estadiamento.” Flávia Matos R1 de Clínica Médica J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 2. CONCEITO Patologia respiratória prevenível e tratável,que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, parcialmente reversível. Geralmente progressiva. Associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos,sendo causada primariamente pelo tabagismo. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 3. Epidemiologia • Estudo Platino (Prevalência de 6 a 15,8%). • Morbidade: 5ª causa de internações (SUS). Custo – 72 milhões. • Mortalidade: Nos ultimos anos variando entre a 4ª e a 7ª causa de óbitos no Brasil. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 4. Etiopatogenia Alterações dos Brônquios Bronquite Crônica J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 5. Etiopatogenia Alterações dos Bronquíolos Bronquiolite Obstrutiva J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 6. Etiopatogenia Alterações do Parênquima Enfisema Pulmonar J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 7. FATORES DE RISCO Fatores externos: • Tabagismo • Fumaça de lenha • Condição socioeconômica • Poeira ocupacional • Infecções respiratórias graves na infância • Irritantes químicos *indústrias de borracha, plásticos,couro, têxtil e moagem de grãos. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 8. FATORES DE RISCO Fatores individuais • Alfa-1 antiquimotripsina • Hiper-responsividade brônquica • Desnutrição • Prematuridade • Deficiência de alfa-1 antitripsina • Deficiência de glutationa transferase J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 9. DIAGNÓSTICO Exposição a fatores de risco: Sintomas crônicos respiratórios • Tabagismo • Poeira ocupacional • Tosse • Fumaça de lenha • Secreção • Dispnéia Fatores individuais conhecidos • Sibilos • Deficiência de alfa-1 antitripsina •CVF •VEF1 •VEF1/CVF < 0,7 P-B Outros exames: Rx de tórax (dd), gasometria (se satO2 <90%). J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 10. Índice de dispnéia modificado do MRC: 0 – Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso. 1 – Tenho falta de ar quando apresso o meu passo, ou subo escadas ou ladeira. 2 – Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que outras pessoas de minha idade. 3 – Preciso parar muitas vezes devido à falta de ar quando ando perto de 100 metros, ou poucos minutos de caminhada no plano. 4 – Sinto tanta falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajuda para me vestir ou tomar banho sozinho. (Modificado de: Ferrer M, Alonso J, Morera J, et al. Chronic obstructive pulmonary disease and health- related quality of life. Ann Intern Med 1997;127:1072-9)
  • 11. ESTEREÓTIPOS CLÁSSICOS “Pink puffer” (soprador róseo) “Blue Bloater” (Soprador azul)
  • 12. Indicações para dosagem de α1-antitripsina • Enfisema pulmonar com início em adulto jovem < 45 anos • Enfisema pulmonar sem fator de risco conhecido • Enfisema predominante em região basal • Doença hepática inexplicada • Vasculite com positividade para c-ANCA • História familiar de enfisema, doença Hepática, paniculite ou bronquiectasia. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 13. Diagnóstico Diferencial Asma Tuberculose pulmonar ICC Bronquiectasia J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 14. Dados da história e exames que favorecem a asma, no diagnóstico diferencial • Início na infância ou adolescência • História familiar • Não-tabagista • Variação acentuada do grau de sintomas e sinais • Reversibilidade completa da limitação do fluxo aéreo • Boa resposta ao corticóide inalado J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 15. Estadiamento com base na Espirometria (GOLD) Estádio VEF1/CVF VEF1 Doença Leve < 70 % Normal Doença Moderada < 70 % ≥50 % < 80% Doença Grave < 70 % ≥ 30% < 50% Doença Gravíssima < 70 % < 30 J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 16. Aspectos clínicos e gasométricos adicionais aos dados espirométricos MRC 2 ou 3 Doença Grave MRC 4 Doença Muito Grave Hipoxemia (PaO2<60 mmhg) Doença Grave Hipercapnia (PaCO2 > 50 mmhg) Doença Muito Grave Cor pulmonale Doença Muito Grave J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 17. Tratamento Ambulatorial e Hospitalar da Exacerbação Infecciosa e Não-Infecciosa da DPOC “Caracterização Clínica e Laboratorial da Exacerbação Infecciosa” J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 18. Exacerbação da DPOC Fatores Pulmonares: • Infecção respiratória; • Tromboembolismo pulmonar; • Pneumotórax; • Deterioração da própria doença de base. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 19. Exacerbação da DPOC Fatores Extrapulmonares: •Alterações cardíacas (arritmias, infartos, descompensação cardíaca); • Uso de sedativos e outras drogas. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 20. Exacerbação da DPOC Agentes etiológicos mais comuns: • Haemophilus influenzae, • Streptococcus pneumoniae, • Moraxella catarrhalis, • Vírus respiratórios, J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 21. Exacerbação da DPOC Objetivos na conduta: • Tratar o fator desencadeante. • Melhorar a oxigenação do paciente (SpO2 > 90%). • Diminuir a resistência das vias aéreas. (Broncodilatadores, corticóides e fisioterapia respiratória). • Melhorar a função da musculatura respiratória (Suporte ventilatório não-invasivo, nutrição adequada, ventilação mecânica). J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 22. Exacerbação da DPOC Conduta na exacerbação sem necessidade de internação: • Antibioticoterapia se: 1- Aumento do volume da expectoração; 2- Aumento da intensidade da dispnéia; 3- Mudança do aspecto da expectoração para purulento. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 23. Exacerbação da DPOC Broncodilatador inalatório: • Iniciar ou aumentar a freqüência de uso de beta-2-agonista de curta duração e/ou brometo de ipratrópio. Corticóide: • Prednisona ou equivalente por via oral. Oxigênio: • Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 90 e 92% J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004.
  • 24. Exacerbação da DPOC Condições indicativas de internação 1- Insuficiência respiratória aguda grave: * aumento acentuado da dispnéia. * distúrbios de conduta ou hipersonolência. * Incapacidade para se alimentar, dormir ou deambular. 2- Hipoxemia refratária. 3- Hipercapnia com acidose (comparar com gasometrias prévias do paciente). J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 25. Exacerbação da DPOC Condições indicativas de internação: 4- Complicações (embolia pulmonar, pneumonia ou pneumotórax). 5- Insuficiência cardíaca descompensada ou descompensação de outra condição associada, como diabetes. 6- Impossibilidade de realizar corretamente o tratamento ambulatorial, por falta de condição Socioeconômica. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 26. Exacerbação da DPOC • Condições que podem exacerbar o paciente estável: 1- Necessidade de procedimentos invasivos 2- Necessidade de realizar procedimentos médicos ou cirúrgicos que requeiram o uso de hipnoanalgésicos,sedativos ou anestésicos J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 27. Exacerbação da DPOC Exacerbação com necessidade de internação: 1 - Antibiótico: Em pacientes graves recomenda-se sempre a prescrição de antibiótico, exceto se se identifica uma etiologia não-infecciosa. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 28. Exacerbação da DPOC Exacerbação com necessidade de internação: 2- Broncodilatador: β-2-agonista de curta duração a cada 20 minutos - até 3 doses e, em seguida, de 4/4 horas até estabilização; 3- Brometo de ipratrópio a cada 4 horas; 4- Xantinas a critério médico. J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 29. Exacerbação da DPOC Exacerbação com necessidade de internação: 5- Corticóide: Hidrocortisona ou metilprednisolona IV por até 72 horas, seguida de prednisona ou equivalente por via oral. 6- Oxigênio: Titular a oferta para manter SpO2 entre 90 e 92%. 7- Ventilação não-invasiva 8- Ventilação invasiva: Na falência ou contra-indicação de ventilação não- invasiva. 9- Fisioterapia respiratória a ser avaliada individualmente J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004
  • 30. Fatores de risco de má evolução da agudização • Idade > de 65 anos • Dispnéia grave • Co-morbidade significativa* • Mais de 4 exacerbações nos últimos 12 meses *Cardiopatia, diabetes mellitus dependente de insulina, insuficiência renal ou hepática.
  • 31. Fatores de risco de má evolução da agudização • Hospitalização por exacerbação no ano prévio • Uso de esteróides sistêmicos nos últimos 3 meses • Uso de antibióticos nos 15 dias prévios • Desnutrição
  • 32. Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com os patógenos causadores das exacerbações e tratamento antibiótico ambulatório recomendado • Grupo I - DPOC com VEF1 > 50% e sem fatores de risco: AGENTES: • H. influenzae, M. catarrhalis, S. pneumoniae, C. pneumoniae e M. pneumoniae. Antibióticos recomendados: • β-lactâmico + inibidor de β−lactamase1, Cefuroxima Azitromicina/claritromicina
  • 33. Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com os patógenos causadores das exacerbações e tratamento antibiótico ambulatório recomendado • Grupo II - DPOC com VEF1 > 50% e COM fatores de risco: AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP. Antibióticos recomendados: Os anteriores, além de Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino e telitromicina
  • 34. Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com os patógenos causadores das exacerbações e tratamento antibiótico ambulatório recomendado • Grupo III - DPOC com VEF1 entre 50% e 35% e COM fatores de risco: AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP e Gram- entéricos. Antibióticos recomendados: Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino, telitromicina e beta-lactâmicos + inibidor da lactamase.
  • 35. Classificação da doença pulmonar obstrutiva crônica com os patógenos causadores das exacerbações e tratamento antibiótico ambulatório recomendado • Grupo IV - DPOC com VEF1 < 35% e COM fatores de risco: AGENTES: H. influenza, M.catarrhalis, SPRP e Gram- entéricos. Antibióticos recomendados: Moxifloxacino, gatifloxacino, levofloxacino e ciprofloxacino (pseudomonas) Se alergia a quinolonas: beta-lactâmicos + inibidor da lactamase.
  • 36. DPOC Estável Broncodilatadores, Corticóides, N- Acetilcisteína, Oxigenoterapia, Vacinação. Tratamento do Cor Pulmonale e da Hipertensão Pulmonar J Bras Pneumologia.V.30 (5): 10-52 - NOVEMBRO DE 2004