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Giardia lambliaGiardia lamblia
• Protozoário flagelado parasita cavitário
• adaptado ao parasitismo monoxênico
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CICLO VITAL
6 a 15 dias
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Int.delgado
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EPIDEMIOLOGIA
1. Mecanismo de transmissão
-ingestão de águas não tratadas, alimentos contaminados com água de esgoto
- alimentos contaminados por vetores mecânicos
- mãos contaminadas com fezes
- transmissão sexual
2. Distribuição
- cosmopolita
- afeta principalmente crianças de 8 meses aos 12 anos com predomínio na faixa
etária de 6 anos
-- prevalece com taxas de até 30% nas regiões do Brasil com baixas condições
sócio-econômicas
- pode ocorrer em surtos epidêmicos em ambientes fechados (creches e abrigos)
- o cisto resiste até 2 meses em boas condições de umidade
Giardia lambliaGiardia lamblia
PATOGENIA
•A Giardia provoca diarréia e má-absorção intestinal
•Adere-se às microvilosidades do intestino delgado através de seu
disco ventral suctorial e impede a absorção de nutrientes
•Possui proteases que poderiam agir sobre glicoproteínas de
superfície e lesar as microvilosidades
•Desencadeia resposta inflamatória e imune com produção de
IgA e IgE que ativa mastócitos e libera histamina – edema –
aumento de motilidade - diarréia
Giardia lambliaGiardia lamblia
QUADRO CLÍNICO
•A maioria das infecções é assintomática e autolimitada podendo
haver eliminação de cistos nas fezes por longos períodos
•Diarréia, esteatorréia, iritabilidade, náuseas, vômitos – são sintomas
comuns em crianças pequenas
•Indivíduos que nunca entraram em contato com o parasita antes
podem apresentar diarréia aquosa, explosiva, com odor fétido e
dor abdominal – diarréia dos viajantes
•Quadros crônicos estão associados a desnutrição e vice-versa – má
absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), vitamina
B12, ferro, xilose, lactose
Giardia lambliaGiardia lamblia
DIAGNÓSTICO
•Nas fezes formadas – pesquisa de cistos com salina ou lugol pelo
método de Faust
•No fluido duodenal – pesquisa de trofozoítos em biópsia
jejunal ou “Entero-test” (para casos de diarréia crônica)
•Nas fezes diarreicas – pesquisa de trofozoítos ou cistos– devem ser
examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em soluções
conservantes pois os trofozoítas têm viabilidade curta
1. Parasitológico
Giardia lambliaGiardia lamblia
DIAGNÓSTICO
2. Imunológico
•No soro – pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI – pouco
sensível e específico
•Nas fezes – pesquisa de antígenos por ELISA – sensibilidade em
torno de 85% a 95% e especificidade de 90 a 100%
3. Molecular
• Amostras de água – pesquisa de DNA parasitário por PCR
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TRATAMENTO
Derivados imidazólicos
Metronidazol – 15 a 20mg/kg/dia durante 7 a 10 dias consecutivos
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Tinidazol – 1g/dia dose única para crianças; 2g /dia VO para adultos
PROFILAXIA
Medidas de saneamento básico e educação para saúde
Outras drogas – nitazoxanida
Leitura recomendada
• David Pereira Neves e cols. – Parasitologia
Humana – 10a. Ed., cap. 13 e 14
• Syed A. Ali & David R. Hill – Giardia
intestinalis Current Opinion in Infectious Diseases
2003, 16:453-460 (artigo de revisão)
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Giardiase

  • 1. Giardia lambliaGiardia lamblia • Protozoário flagelado parasita cavitário • adaptado ao parasitismo monoxênico • Giardia lamblia = Giardia duodenalis = Giardia intestinalis • Protozoário flagelado parasita cavitário • adaptado ao parasitismo monoxênico • Giardia lamblia = Giardia duodenalis = Giardia intestinalis flagelos Núcleo com cariossoma central Disco ventral Corpos medianos TROFOZOÍTA CISTO 20µm 10µm núcleo axonema
  • 2. Giardia lambliaGiardia lamblia CICLO VITAL 6 a 15 dias Int.grosso Int.delgado
  • 3. Giardia lambliaGiardia lamblia EPIDEMIOLOGIA 1. Mecanismo de transmissão -ingestão de águas não tratadas, alimentos contaminados com água de esgoto - alimentos contaminados por vetores mecânicos - mãos contaminadas com fezes - transmissão sexual 2. Distribuição - cosmopolita - afeta principalmente crianças de 8 meses aos 12 anos com predomínio na faixa etária de 6 anos -- prevalece com taxas de até 30% nas regiões do Brasil com baixas condições sócio-econômicas - pode ocorrer em surtos epidêmicos em ambientes fechados (creches e abrigos) - o cisto resiste até 2 meses em boas condições de umidade
  • 4. Giardia lambliaGiardia lamblia PATOGENIA •A Giardia provoca diarréia e má-absorção intestinal •Adere-se às microvilosidades do intestino delgado através de seu disco ventral suctorial e impede a absorção de nutrientes •Possui proteases que poderiam agir sobre glicoproteínas de superfície e lesar as microvilosidades •Desencadeia resposta inflamatória e imune com produção de IgA e IgE que ativa mastócitos e libera histamina – edema – aumento de motilidade - diarréia
  • 5. Giardia lambliaGiardia lamblia QUADRO CLÍNICO •A maioria das infecções é assintomática e autolimitada podendo haver eliminação de cistos nas fezes por longos períodos •Diarréia, esteatorréia, iritabilidade, náuseas, vômitos – são sintomas comuns em crianças pequenas •Indivíduos que nunca entraram em contato com o parasita antes podem apresentar diarréia aquosa, explosiva, com odor fétido e dor abdominal – diarréia dos viajantes •Quadros crônicos estão associados a desnutrição e vice-versa – má absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), vitamina B12, ferro, xilose, lactose
  • 6. Giardia lambliaGiardia lamblia DIAGNÓSTICO •Nas fezes formadas – pesquisa de cistos com salina ou lugol pelo método de Faust •No fluido duodenal – pesquisa de trofozoítos em biópsia jejunal ou “Entero-test” (para casos de diarréia crônica) •Nas fezes diarreicas – pesquisa de trofozoítos ou cistos– devem ser examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em soluções conservantes pois os trofozoítas têm viabilidade curta 1. Parasitológico
  • 7. Giardia lambliaGiardia lamblia DIAGNÓSTICO 2. Imunológico •No soro – pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI – pouco sensível e específico •Nas fezes – pesquisa de antígenos por ELISA – sensibilidade em torno de 85% a 95% e especificidade de 90 a 100% 3. Molecular • Amostras de água – pesquisa de DNA parasitário por PCR
  • 8. Giardia lambliaGiardia lamblia TRATAMENTO Derivados imidazólicos Metronidazol – 15 a 20mg/kg/dia durante 7 a 10 dias consecutivos para crianças; para adultos 250mg 2x/dia Tinidazol – 1g/dia dose única para crianças; 2g /dia VO para adultos PROFILAXIA Medidas de saneamento básico e educação para saúde Outras drogas – nitazoxanida
  • 9. Leitura recomendada • David Pereira Neves e cols. – Parasitologia Humana – 10a. Ed., cap. 13 e 14 • Syed A. Ali & David R. Hill – Giardia intestinalis Current Opinion in Infectious Diseases 2003, 16:453-460 (artigo de revisão)
  • 10. Leitura recomendada • David Pereira Neves e cols. – Parasitologia Humana – 10a. Ed., cap. 13 e 14 • Syed A. Ali & David R. Hill – Giardia intestinalis Current Opinion in Infectious Diseases 2003, 16:453-460 (artigo de revisão)