3. UM POUCO DE HISTÓRIA...
• Império: 1829 – Profissionais de saúde atendiam os
abastados em casa; fiscalização, isolamento dos
“bexiguentos”;
• República: 1889 - Combate às epidemias; comissão
sanitária: extermínio dos cortiços;
• 1953 - Criação do Ministério da Saúde: ações de saúde
pública, de vigilância epidemiológica, de promoção do
saneamento do país;
Medicina previdenciária:
1. Assistência
médica restrita
2. Altos custos da
medicina curativa,
centrada na
atenção médico-
hospitalar;
3. Incapacidade do
sistema em atender
a uma população
cada vez maior de
marginalizados que,
sem carteira
assinada, viam-se
excluídos do
sistema;
4. UM POUCO DE HISTÓRIA...
Universalidade
Integralidade
Equidade
• 1978: Alma Ata - Conferência lnternacional sobre
a Atenção Primaria à Saúde;
• 1988: Criação do SUS
Atenção Domiciliar
5. UM POUCO DE HISTÓRIA...
A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Na ESF, não se
espera que o
indivíduo procure o
serviço de saúde,
situado fora de seu
contexto;
O serviço de saúde
insere-se no
contexto do
indivíduo.
Meio para a concretização dos princípios do SUS
8. VISITA DOMICILIAR
CONCEITO
Método de assistência familiar
OBJETIVOS
Prestar atendimento a domicílio
Orientar um ou mais membros da família
Coletar informações da família
Procura de casos que necessite de assistência
9. METODOLOGIA
Seleção das visitas: priorizar conforme as necessidades da
família, do serviço, do tempo a ser gasto, o horário a cada
família e o itinerário
Ordem: fazer a que requer menos tempo primeiro
Horário: deve ser discutido com a família
Coleta de dados: o profissional deverá obter dados sobre
a família e ou seus membros (prontuários e/ou
profissionais)
Plano de visita: o visitador deverá ter um roteiro que
inclua os dados essenciais para execução da visita
10. METODOLOGIA
Preparo do material: de acordo com o objetivo da visita
(educativa ou de tratamento)
Abordagem: inclui apresentação à família, com
identificação do nome e função do profissional, além da
explicação dos objetivos da visita. A abordagem deve ser
informal e agradável.
Ao final da visita o profissional deverá fazer um resumo
das principais orientações e esclarecimento de dúvidas
Ao se despedir da família, o visitador deve deixar bem
claro que procurará atender em outras ocasiões, sempre
que puder ou for solicitado.
11. PRINCÍPIOS PARA EXECUÇÃO
Deixar que as pessoas exponham seus problemas mesmo
que de natureza diferente dos planejados
Respeitar e manter a neutralidade a cerca de opiniões,
comportamentos, religião, cultura, costumes e experiências
da família.
Caso seja prejudicial à saúde, o visitador deverá sutilmente
explicar cientificamente os malefícios que poderão ocorrer.
Promover orientações objetivando o auto-cuidado: o
profissional deverá evitar tomar decisões por eles e orientá-
los a utilização de recursos da própria família e da
comunidade.
12. VISITA DOMICILIAR
PRINCÍPIOS PARA EXECUÇÃO
Utilizar de vocabulário adequado e dosar as
informações a serem transmitidas
A visita deve ser encarada de forma profissional e
não social.
13. VISITA DOMICILIAR
REGISTRO
O registro de dados da visita visa fornecer e orientar
a continuação do trabalho
Deve ser registrado apenas as informações objetivas
descrevendo a situação ou fato como foi apresentado
ou aconteceu durante a visita
Devem ser evitadas anotações julgamento feito pelo
visitador
14. VISITA DOMICILIAR
REGISTRO
Caso seja necessário, colocar entre aspas as falas
dos familiares
O registro deve ser claro, com letra legível e sem
abreviações particulares
Deve mostrar continuidade a relatórios
anteriores para que sirva de instrumento de
avaliação do trabalho realizado
15. VISITA DOMICILIAR
REGISTRO
Deve ser resumido e ter seqüência lógica para
facilitar leitura e compreensão
Deve-se evitar a descrição dos fatos na sequência em
que ocorreu: seguir um roteiro para registro
Deve-se evitar fazer anotações durante a visita, se
necessário explicar o porquê das anotações.
16. VISITA DOMICILIAR
ROTEIRO
Unidade de saúde
Nome do usuário e nº do registro
Motivo básico da visita
Endereço com referência
Identificação e características dos membros da
família
17. VISITA DOMICILIAR
ROTEIRO
Para cada membro deverá constar: nome, idade,
sexo, estado civil, escolaridade, principais
ocorrências de saúde e respectivos tratamentos,
resultados e exames.
Objetivos e/ou atividades a serem desenvolvidos.
18. VISITA DOMICILIAR
ROTEIRO
Condições sanitárias da habitação,
Renda familiar
Plano de assistência à saúde
Conhecimento e utilização de recursos da
comunidade
Avaliação da visita
Data da próxima visita
Assinatura e data
19. Dificuldades:
1- Não é específico de uma patologia concreta;
indicação determinada pelo grau de necessidade
e/ou incapacidade do enfermo.
2- Requer em muitos casos, a prestação de
serviços ou cuidados tanto assistenciais como
sociais;
Atenção Domiciliar
Na Estratégia de Saúde da Família
Atenção Domiciliar
20. Dificuldades:
3- Se necessária alta complexidade de cuidados:
fundamental colaboração e articulação entre
recursos da Atenção 2ária e 3ária com a 1ária;
4- Necessidade de participação e apoio dos
elementos familiares, da vizinhança e do uso de
uma rede de apoio disponível ou a ser construída na
comunidade e sociedade;
5- Falta de embasamento teórico na Literatura para
guiar as ações.
Atenção Domiciliar
Na Estratégia de Saúde da Família
Atenção Domiciliar
21. Literatura: discussão de AD em situações
específicas (p.e: visita de puericultura, puerpério e
egressos pela enfermagem; acamados e doentes
mentais por médicos);
Poucos trabalhos: AD na dinâmica da ESF;
Opinião: ação não custo-efetiva; ocupação do
profissionais de nível superior por parte
considerável do tempo atrapalharia as atividades
na Unidade.
Atenção Domiciliar
Na Estratégia de Saúde da Família
Atenção Domiciliar
22. Indicado:
Sem condição de
acesso à Unidade;
Individualização
pelas Equipes:
Demanda x
Disponibilidade de
profissionais para
atividades
"extraconsultórios”
;
Sem indicação clara:
Casos não definidos
por protocolos, ,
diretrizes ou
referenciais teóricos;
Atenção Domiciliar
Na Estratégia de Saúde da Família
Atenção Domiciliar
23. Atenção Domiciliar
Na Estratégia de Saúde da Família
Indivi
dualiz
ação
de
casos
Diretriz
es com
bases
mais
formais
Melhor
resultado
custo x
benefício
Atenção Domiciliar
24. Assistência domiciliar: termo genérico para a
efetivação de qualquer atendimento em domicílio
por profissionais de saúde;
Visita domiciliar (VD): instrumento de realização
da assistência domiciliar
Atendimento domiciliar: cuidados prestados no
domicílio a pessoas com problemas agudos, que
estejam temporariamente incapacitados de
comparecer à Unidade;
Atenção Domiciliar
Conceitos
Atenção Domiciliar
25. Acompanhamento domiciliar: cuidado no
domicílio para pessoas que necessitem de
contatos freqüentes e programáveis com a equipe;
Vigilância: comparecimento de um integrante da
equipe até o domicilio para realizar ações de
promoção, prevenção, educação e busca ativa da
população de sua área de responsabilidade;
Internação Domiciliar: conjunto de atividades
prestadas no domicílio, caracterizadas pela
atenção em tempo integral ao paciente com
quadro clínico mais complexo e com necessidade
de tecnologia especializada.
Atenção Domiciliar
Conceitos
Atenção Domiciliar
26. Atendimentos de pacientes que desenvolvem
doença aguda ou agudização de doença crônica e
têm dificuldades de locomoção.
As solicitações de VD geralmente ocorrem pela
própria comunidade;
Importante a normatização da equipe/ serviço.
1- Atendimento domiciliar (chamados)
1- Elaborando um programa de AD
Assistência Domiciliar
27. Solicitação de VD
Avaliação pela equipe
VD indicada
Urgência
: conduta
de
acordo
com as
determin
ações
Não
urgência
:
agendar
VD
VD não indicada
Orientação da família
Assistência Domiciliar
Determinações:
Como devem chegar as
solicitações?
Quem são os profissionais
disponíveis?
Quais os horários para a VD?
Recursosmateriais x
situação clínica: saber
orientar referência S/N.
1- Atendimento domiciliar (chamados)
1- Elaborando um programa de AD
29. Deverão ser incluídos:
• Pessoas com dificuldade de locomoção por
problemas físicos (p.e: idosos, doenças crônicas,
egressos de hospitais);
• Pessoas com dificuldade de locomoção por
problemas mentais que comprometam a
autonomia;
• Pessoas com dificuldades sociais de locomoção;
• Famílias de risco/vulneráveis a problemas de
saúde*.
2- Acompanhamento domiciliar
Elaborando um programa de AD
Atenção Domiciliar
30. Dados da Ficha A Escore
Acamado 3
Deficiência Física 3
Deficiência Mental 3
Baixas condições de saneamento 3
Desnutrição (grave) 3
Drogadição 2
Desemprego 2
Analfabetismo 1
Menor de 6 meses 1
Maior de 70 anos 1
HAS 1
DM 1
Relação Morador/ cômodo 3/ 2/ 1
Escore 5 ou 6 Risco 1
Escore 7 ou 8 Risco 2
Maior que 9 Risco 3
Sentinelas de Risco
2- Acompanhamento domiciliar
Elaborando um programa de AD – Escala de Coelho *
Atenção Domiciliar
31. 2- Acompanhamento domiciliar
Elaborando um programa de AD
Ficha de caso novo (baseado no CSE)
1- Motivo da Visita Domiciliar
2- Plano de Visita
3- Expectativas sobre a Visita
4- Condição socio-econômica
5- Recursos e rede social
6- Ambiente físico
7- Dinâmica familiar
8- História clínica/ Avaliação física e mental
9- Avaliação de autonomia
10- Dados sobre o cuidador
11- Lista de Problemas
12- Encaminhamento da VD
13- Avaliação da VD
Importante: Registro da VD
Discussão: adoção de
instrumento para guiar a
VD?
Atenção Domiciliar
32. Discussão do caso na equipe: inclusão, elaboração
de estratégia para seguimento do indivíduo/
família; (no Conceição, a existência de cuidador é
imprescindível para inclusão);
Criação de uma agenda para programação das
VDs dos casos inclusos no programa de
acompanhamento domiciliar, determinando
quando e qual profissional realizará o retorno;
2- Acompanhamento domiciliar
Elaborando um programa de AD
Atenção Domiciliar
33. Comparecimento de um integrante da
equipe para realizar ações de promoção,
prevenção e educação em saúde:
puérperas, busca ativa em programas de
prioridades (faltosos, difícil adesão);
egressos hospitalares; outros.
3- Vigilância
Elaborando um programa para AD
Atenção Domiciliar
34. A legislação não estabelece esta
modalidade como de responsabilidade da
ESF; é decisão da equipe a realização de
alguma forma de internação domiciliar, de
acordo com seus recursos e possibilidades.
4- Internação Domiciliar
Elaborando um programa para AD
Atenção Domiciliar
36. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE AD
Pode ser feita em diversos níveis:
Avaliação da tarefa imediata: aspectos subjetivos
(retroalimentação por parte da família), objetivos
(foram respondidas as questões levantadas
previamente?);
Avaliação global através de indicadores tradicionais
(morbimortalidade, necessidade de internação, etc.),
indicadores de processo (mudanças de hábitos
alimentares);
Feedback da comunidade e Conselho Gestor;
Avaliação qualitativa x quantitativa (documento
norteador).
37. CONCLUSÃO:
A AD muito importante na ESF como
instrumento capaz de inverter o modelo
tradicional do cuidado à saúde; tem potencial
diagnóstico (individual e coletivo), terapêutico
(adesão, adequação cultural e pessoal), podendo
ampliar o acesso e a integralidade. Favorece
ainda o exercício da humanização e
intersetorialidade.
Desta forma, a AD não deve ser menosprezada e
nem encarada como ação de exceção. Para que
possa ser potencializada, é importante haver
diretrizes pré-determinadas.
Atenção Domiciliar
38. CONSULTA
DE ENFERMAGEM
A consulta de Enfermagem é o cuidado prestado ao
indivíduo, à família e/ou à comunidade de modo
sistematizado e contínuo, realizada por um enfermeiro
com a finalidade de melhorar a qualidade de vida,
proporcionando conhecimentos que os levem ao auto-
cuidado e a independência.
39. CONSULTA
DE ENFERMAGEM
META
A consulta deve ser priorizada pelo enfermeiro,
sendo essencial no processo de educação em saúde
dos programas de atenção básica ou nos casos de
profilaxia da raiva ou do tétano.
A média é de 05 consultas de primeira e 06 consultas
subsequentes em 4 hs de trabalho. Perfazendo 220
consultas mês.
40. CONSULTA
DE ENFERMAGEM
ROTEIRO
Cada programa possui um instrumento para a coleta
de dados a fim de atender seus objetivos.
Geralmente compreende:
Entrevista
Exame físico
Diagnóstico de enfermagem
Plano assistencial
41. CONSULTA
DE ENFERMAGEM
REGISTRO
Os dados coletados deverão ser registrados no
prontuário do cliente, com facilidade de interpretação.
O registro das ações de Enfermagem é fundamental
para a continuidade da assistência.
Todas as atividades realizadas deverão ser registradas.
42. BIBLIOGRAFIA
Manual de Assistência Primária à Saúde:
experiência do Grupo Hospitalar Conceição;
Atenção Domiciliar à Saúde: Programa de
Educação Médica Continuada à distância;
Visita Domiciliar. Grupo de Estudos em Saúde da
Família. AMMFC: Belo Horizonte, 2006;
Assistência Domiciliar: uma proposta de
organização: Coelho;
Ficha de Visita Domiciliar: CSE;
Atenção Domiciliar
44. “Todos os homens buscam uma meta; sucesso
ou felicidade. O único modo de se obter sucesso
verdadeiro é expressar-se completamente no serviço
à sociedade. Em primeiro lugar, ter um ideal definido,
claro, prático - uma meta, um objetivo.Em segundo
lugar, ter os meios necessários a atingir seus
objetivos na sabedoria, dinheiros, materiais e
métodos. Em terceiro lugar, ajustar seus meios a esse
objetivo”
Aristóteles, 384-322 a.C.T